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VILMAR GUIMARÃES JUNIOR

ADVOGADO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS


ESPECIAIS DA COMARCA DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BAHIA

Processo nº 0002935-25.2018.8.05.0274

LARA LARISSA SILVA ROCHA, já qualificada nos autos em que move em face de
B2W COMPANHIA DIGITAL e WEBFONES COMERCIO DE ARTIGOS DE TELEFONIA S A, também já
qualificadas, vem respeitosamente perante Vossa Excelência por intermédio de seus advogados
que subscrevem, IMPUGNAR A CONTESTAÇÃO e documentos acostados nos eventos nº 19 e 20 dos
autos.

I- DAS PRELIMINARES DE ILEGITIMIDADE PASSIVA:

Ambas empresas acionadas declararam ser parte ilegítima e que não podem
figurar no polo passivo da demanda.

Não merece guarida tal preliminar arguida, uma vez que, diante o exposto em
exordial, ambas são fornecedoras de serviços e de acordo com o art. 14 do código de defesa do
consumidor o fornecedor dos serviços responde pela reparação dos danos causados ao
consumidor, independente de culpa.

Ademais, as acionadas participaram da relação contratual, vez que resta nítida


a exploração da atividade econômica, e consequentemente a responsabilidade diante dos
prejuízos ensejados ao consumidor. Trata-se da Teoria do Risco, adotada pelo CDC, e que
estabelece o dever de reparar independente de culpa.

Ao consumidor não interessa qual das parceiras efetivamente concorreu


diretamente para que o serviço fosse deficiente. Portanto, são responsáveis, devendo, assim, fazer
parte do polo passivo da presente demanda.

II - DA INÉPCIA DA INICIAL ARGUIDA PELA RÉ WEBFONES:

Rua Dois de Julho, nº 07, CEP:45.000-240, Sala 102, Centro de Vitória da Conquista – Bahia
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Somente é inepta a petição inicial quando houver objetivamente o


enquadramento em algum dos incisos previstos no Art. 330 do CPC/15, o que não ocorre no
presente caso, uma vez que restou completamente nítida a descrição do FATO na petição inicial.

Com relação aos FUNDAMENTOS DO PEDIDO, também restaram esclarecidos


quando da Exordial, ou seja, em razão de culpa exclusiva da Ré, que cancelou unilateralmente o
pedido da autora, causando-lhe danos materiais e morais, com fulcro no Art. 186 do Novo Código
Civil, deve indenizá-la.

Afinal, a breve exposição exigida na inicial é suficiente para demonstrar o direito


da Autora.

Dessa forma, considerando que a petição inicial está apta, deve o processo ter
seu regular seguimento.

II- DO MÉRITO:

a) RÉ WEBFONES CONTESTA SITUAÇÃO DIVERSA DA DEMANDA:

Inicialmente, cumpre mencionar que a ré Webfones em sua peça de


inconformismo se baseia em situação diversa da ocorrida com a autora:

Diante dessas atitudes, podemos presumir como verdadeiros os fatos alegados


pela autora, nesse sentido é o entendimento dos tribunais:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO


CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL –
Serviço de telefonia fixo – Cancelamento do serviço, com
posterior cobrança e envio dos dados do autor aos

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cadastros de inadimplentes – Procedência da demanda -


Réu que não se desincumbiu do ônus da impugnação
especificada dos fatos, apresentando contestação
genérica – Presunção de veracidade – Art. 341 do CPC -
Débito inexigível - Dano moral presumido, diante do
indevido apontamento – Quantum indenizatório fixado em
consonância com os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, no valor de R$15.000,00, cumprindo
suas finalidades preventiva e compensatória, não
destoando do que vem sendo arbitrado por esta C. Corte
de Justiça em casos similares – Valor que não pode ser
irrelevante, sob pena de esvaziamento da finalidade do
instituto - Sentença mantida – Recurso não provido.

(TJ-SP - APL: 10028942120168260664 SP 1002894-


21.2016.8.26.0664, Relator: Spencer Almeida Ferreira, Data
de Julgamento: 23/02/2017, 38ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 23/02/2017)

Portanto, os fatos não contestados precisamente pela parte ré, são presumidos
por verdadeiros. In casu, a contestação, efetuada em fatos contrários ao ocorrido, uma vez que
menciona defeito no produto, quando na verdade é falha na prestação de serviço.

Mais a diante, a contestação da ré no sentido de serem inverídicas as alegações


da autora, não atende ao requisito da precisão de que deve ser dotada a contestação. Traduz-se,
assim, em contestação por negação geral, o que é ineficaz.

b) DO MÉRITO DA CONTESTAÇÃO DA EMPRESA B2W COMPANHIA DIGITAL:

A ré, mesmo diante do instituto da responsabilidade objetiva, do preceito do art.


373, II, do CPC e da inversão do ônus da prova nesses casos (art. 6º, VIII, do CDC), não trouxe prova
de que fez o estorno para do valor, apenas junta telas unilaterais do seu sistema.

Por mais que a Ré B2W COMPANHIA DIGITAL acoste telas de estorno, essas são
inverídicas, uma vez que ainda está sendo faturado as parcelas da compra, vide comprovantes
anexados na petição do evento nº 21.

Excelência, conforme petição protocolada no evento nº 21, a autora informa que


ainda está sendo debitado o valor do cartão de crédito que foi utilizado para efetuar a compra,
como fornecedora, a Ré B2W COMPANHIA DIGITAL responde solidariamente pelo vício do produto,
nos termos dos arts. 3º, 7º, parágrafo único, 18, § 1º, I, II e III, e 25, § 1º, todos do CDC, devendo,
portanto, ressarcir a parte autora, já que evidente o nexo causal, sendo que o consumidor não
pode ficar no prejuízo.

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III- DA OCORRÊNCIA DOS DANOS MORAIS:

Tendo em vista o transtorno experimentado pela autora, que buscou


insistentemente a resolução do problema junto a acionada, vê-se então configurado o inegável
prejuízo ao seu patrimônio moral.

A boa-fé subjetiva em questão restou violada, uma vez que, a Autora sentiu-se
profundamente enganada, pois contratou o serviço das Rés e criou expectativa da entrega e
concretização do ato. Após tal ocorrido, ainda teve que passar por outra situação desagradável,
qual seja, comprar um novo celular devido a necessidade conforme bem explanado na petição
evento nº 21.

Como é cediço, o dano moral é aquele que acaba por abalar a honra, a boa-fé
subjetiva ou a dignidade das pessoas, logo, a verificação do prejuízo psicológico experimentado,
a repercussão do fato, o grau do dolo do agente e seu poderio financeiro, a posição das partes, e
o sofrimento INJUSTO provocado por conta da conduta única e exclusiva das acionadas.

IV- DA POSSIBILIDADE DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA:

Alega as acionadas a impossibilidade de inversão do ônus da prova sob o


argumento que restou prejudicado a verossimilhança nas alegações da parte Autora, porém, tal
argumento é infundado, uma vez que restou comprovado que o serviço contratado fora
cancelado unilateralmente.

Outrossim, não trouxe as empresas rés nenhuma prova ou argumento que pudesse
afastar a sua responsabilidade, mormente quando ela se trata de uma grande empresa, com
ampla rede, e alcance nacional, sendo que o atrativo aos consumidores é, justamente, a
segurança do ambiente virtual, prevenindo fraudes e constrangimentos aos consumidores.

Logo a responsabilidade pelo cancelamento e todos os danos dai decorrentes


são exclusivamente das acionadas.

Excelência, se não for concedida a inversão do ônus da prova, cria-se uma


situação perversa, na qual basta a negativa do fornecedor para que se afaste o direito do
consumidor.

VI – DOS PEDIDOS:

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Ante o exposto, verifica-se que os argumentos trazidos nas peças contestatórias


revelam-se insuficientes e ineficazes para rechaçar os pedidos formulados pela Autora, pelo que
se ratifica, em sua inteireza, o teor da pretensão trazida pela Autora no petitório inaugural, para o
fim de que sejam julgados procedentes os pedidos nos exatos termos da inicial.

Nesses termos, pede deferimento

Vitória da Conquista – Bahia, 14 de junho de 2018.

VILMAR GUIMARÃES JUNIOR

OAB/BA 50.217

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