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Obras Rodoviárias
Drenagem
1. Estudos Hidrológicos
No dimensionamento das estruturas de drenagem das rodovias, é de grande
importância a consideração dos fatores de risco de superação e do grau de degradação que
possam ocorrer devido a longas exposições da estrada aos efeitos das chuvas.
Os efeitos negativos das águas sobre as rodovias dizem respeito aos danos
causados pela erosão e à influência sobre o tráfego. Sendo assim, os métodos de cálculos
visam o estabelecimento da descarga máxima suportável, considerando desprezíveis as
perdas que possam ocorrer por absorção pela vegetação ou pela evapotranspiração.
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Os estudos hidrológicos têm por objetivo avaliar a vazão das bacias de contribuição
para os diversos dispositivos de drenagem da rodovia, tais como: pontes, pontilhões,
bueiros, valetas, sarjetas, descidas de água e caixas coletoras usados na implantação
básica. Para isso há preliminarmente a coleta de dados hidrológicos.
A seguir são abordados os principais conceitos envolvidos.
a. Tempo de Recorrência
Para as obras de engenharia, a segurança e durabilidade freqüentemente se
associam a t empo ou período de recorrência , cujo significado se refere ao e
spaço de
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Bacia de contribuição de uma seção de um curso de água é a área geográfica coletora de água de
chuva que, escoando pela superfície do solo, atinge a seção considerada.
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tempo em anos onde provavelmente ocorrerá um fenômeno de grande magnitude,
pelo menos uma vez .
No caso dos dispositivos de drenagem, este tempo diz respeito a enchentes de
projeto que orientarão o dimensionamento, de modo que a estrutura indicada resista a
essas enchentes sem risco de superação.
A escolha dos tempos de recorrência será determinada através de fator
técnicoeconômico e deverá constar basicamente de:
● Tipo, importância e segurança da obra;
● Classe da rodovia;
● Estimativa de custos de restauração na hipótese de destruição;
● Estimativa de outros prejuízos resultantes de ocorrência de descargas maiores que
as de projeto;
● Comparativo de custo entre a obra para diferentes tempos de recorrência;
● Risco para as vidas humanas face a acidentes provocados pela destruição da obra.
A escolha do tempo de recorrência para o projeto de uma obra de engenharia,
depende da sua importância, o que resulta na adoção de um valor para o qual o risco de
superação seja adequado à segurança da rodovia, no que se inclui a necessidade eventual
da sua reconstrução. Deve ser considerado ainda que, quanto maior o tempo de
recorrência, mais onerosa a reconstrução ou reparação.
Como os danos decorrentes da insuficiência de vazão dependem da importância da
obra para o sistema, são diferentes os valores a serem adotados para o período de
recorrência, variando conforme o tipo de obra. Assim, um bueiro de rodovia com capacidade
de vazão insuficiente pode causar a erosão dos taludes junto à boca de jusante, ruptura do
aterro por transbordamento das águas, ou inundação de áreas a montante. No caso de
canal ou galeria de drenagem urbana, estes danos serão mais sentidos, pois causam a
interrupção do trânsito, mesmo temporariamente, e danos em imóveis residenciais ou nas
mercadorias dos estabelecimentos comerciais.
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No caso da insuficiência de vazão em seções de pontes, visto que abrangem cursos
d’água com maior vazão, em geral os danos são muito significativos podendo ocorrer a
destruição da estrutura ou a ruptura dos aterros contíguos, proporcionando uma interrupção
do tráfego, muito mais séria, exigindo obras de recomposição mais vultuosas e demoradas.
Geralmente, os períodos de recorrência normalmente adotados no caso de bueiros são de
10 a 20 anos e, para as pontes, definemse tempos de recorrência de 50 a 100 anos,
conforme o tipo e importância da obra.
A escolha do tempo de recorrência da enchente de projeto deve ser revista em cada
caso particular; em linhas gerais são adotados os seguintes valores usuais:
Espécie Período de Recorrência(anos)
Drenagem Superficial 5 a 10
Drenagem Subsuperficial 10
Bueiros Tubulares 15 como canal
25 como orifício
Bueiro Celular 25 como canal
50 como orifício
Pontilhão 50
Ponte 100
b. Tempo de Concentração
O tempo de concentração de uma bacia hidrográfica é definido pelo tempo de
percurso em que o deflúvio leva para atingir o curso principal, desde os pontos mais
longínquos até a obra de arte (bueiro, pontilhão, ponte, etc.), ou seja, é o tempo necessário
para que toda a bacia contribua na vazão do dispositivo em estudo.
Para chuvas com duração inferior ao tempo de concentração, somente os deflúvios
de parte da bacia hidrográfica se somam para formar a enchente, enquanto que, para
chuvas de duração maior que o tempo de concentração, os deflúvios de todas as partes da
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bacia estão contribuindo para a enchente, embora com o pico de cheia já atenuado, haja
vista as intensidades de chuvas decrescerem com a sua duração.
Assim, as chuvas com durações próximas ao tempo de concentração da bacia
fornecem maiores vazões para um determinado tempo de recorrência. Por isso, o tempo de
concentração será o tempo considerado como de duração das chuvas mais críticas da
rodovia.
A determinação numérica do tempo de concentração depende primordialmente do
comprimento do curso d'água principal e de sua declividade, embora alguns autores
também expressem o tempo de concentração em função da área da bacia hidrográfica.
Normalmente considerase que, nas pequenas bacias hidrográficas, com áreas
menores que 1 km² , o deflúvio da chuva escoa em grande parte do percurso
superficialmente. Sendo assim, a velocidade de escoamento é fortemente influenciada pela
rugosidade do terreno, por sua cobertura vegetal e pelos detritos sobre o solo.
Nas bacias maiores, com áreas superiores a 8 km² , o deflúvio superficial escoa na
maior parte do tempo através de canais ou cursos d'água. Desse modo, a permeabilidade e
a cobertura vegetal têm efeito cada vez menos pronunciado sobre o tempo de
concentração.
O cálculo do tempo de concentração de uma bacia é bastante complexo, devido aos
inúmeros condicionantes envolvidos, existindo, pois, uma grande variedade de expressões
de cálculo. Existem numerosas fórmulas empíricas para calcular o tempo de concentração
em função do comprimento (L) do curso principal, do desnível total (H) até as cabeceiras, e
eventualmente da área (A), ou de outros parâmetros escolhidos.
Apesar da existência de várias fórmulas, como diretrizes gerais para o valor do
tempo de concentração temos que:
● No estudo de enchentes para projetos de pontes e bueiros, como se trata de bacias
de maior porte, é exigida a definição do tempo de concentração por procedimentos
mais cuidadosos;
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● Para as obras d
renagem superficial , utilizase o tempo de concentração igual a
5 minutos .
c. Determinação das Descargas das Bacias
A metodologia a seguir na determinação das descargas das bacias dependerá:
● da disponibilidade de dados fluviométricos e do número de anos de observação;
● do tamanho da bacia e da importância do conhecimento da forma do fluviograma;
O DNIT recomenda a utilização dos seguintes métodos a depender da
disponibilidade de dados fluviométricos e da área da bacia:
Dados Método de Cálculo
Com dados de 10 a 15 anos Estatísticos
Sem dados, área ≤ 4 km2 Racional
Sem dados, 4 km2 < área ≤ 10 kms Racional Corrigido
Sem dados, área > 10 km2 Hidrograma Unitário Triangular (HUT)
d. Métodos Estatísticos
A aplicação do método estatístico é recomendável para períodos de recorrência de
no máximo 100 anos ou menor que o dobro do período de dados disponíveis , pois,
nestes casos, qualquer lei de distribuição é satisfatória, porque, normalmente, os resultados
diferem pouco entre si.
Enquanto as precipitações excepcionais de chuvas tendem aproximadamente para
uma lei parabólica, as descargas dos rios, por estarem sujeitas a outros fatores como
permeabilidade do solo, cobertura vegetal, forma da bacia, declividade dos cursos d’água e
amortecimento das descargas extravasadas, não apresentam uma distribuição estatística
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satisfatória para descrever picos de enchentes excepcionais de baixa frequência que
atendam satisfatoriamente a todos os casos.
Sendo assim, os resultados dos estudos estatísticos de descargas máximas de rios
devem ser aceitos com muita reserva e precaução, especialmente para enchentes de
períodos de recorrência muito elevados, pois é grande a irregularidade que pode ocorrer na
sua sucessão natural, sendo frequente o aparecimento de uma descarga tão
excepcionalmente maior que as outras, da série observada, que se tem dúvida sobre o
tempo de recorrência a ser atribuído ou sobre o grau de influência a ser adotado na curva
de ajustamento estatístico.
Os modelos estatísticos mais conhecidos são as Leis de Distribuição de Gumbel,
Hazen e Log Pearson III, sendo que nenhum deles pode ser considerado melhor que os
outros, visto que uma lei estatística não pode traduzir com fidelidade as complexas relações
envolvidas na ocorrência de descargas mais raras.
e. Método do Hidrograma Unitário
Para o dimensionamento de pontes ou bueiros rodoviários, na maioria dos casos,
não se dispõe de dados fluviométricos do curso d'água envolvido, ou mesmo próximo à
obra, especialmente tratandose de bacias hidrográficas de pequena importância
hidrológica, que são as mais comuns.
Nesses casos, a metodologia de cálculo mais indicada referese à aplicação do
fluviograma , ou hidrograma unitário sintético , como é com mais freqüência designado,
cujas características se baseam na generalização das condições médias de escoamento de
numerosos estudos para os quais se dispõe de dados fluviométricos.
O hidrograma unitário sintético possui uma formulação muito complexa, e suas
principais características, definidas a partir do comprimento e da declividade do curso
d’água, são de validade duvidosa em regiões onde os modelos não tenham sido
suficientemente comprovados. Para aplicação prática, devido à sua formulação mais
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simples e por ser suficientemente preciso, adotase com mais freqüência o hidrograma
unitário triangular .
O hidrograma unitário é o hidrograma resultante de um escoamento superficial de
volume unitário, decorrente da chuva unitária, que corresponde à altura pluviométrica e
duração unitária.
A figura seguinte mostra o hidrograma unitário adimensional curvilíneo, deduzido da
média de um grande número de hidrogramas unitários naturais de bacias com tamanhos
muito variados e situações diversas. Nessa metodologia, o tempo de concentração da bacia
igual ao tempo entre o fim da chuva e o ponto de inflexão no ramo descendente do
hidrograma unitário. O atraso da onda ou "Lag" é aqui definido pelo tempo entre o centro da
chuva unitária e o pico do hidrograma unitário, valendo 0,6 TC para condições médias de
bacia hidrográfica e deflúvios com distribuição aproximadamente uniforme sobre a área.
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Recomendase a substituição do hidrograma adimensional curvilíneo por um
hidrograma triangular cuja forma se adapta razoavelmente ao primeiro, conforme mostra a
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obtida a partir do tempo de concentração T
C
, e da duração unitária D
U
, dadas por:
Obtémse a descarga de ponta Qp , ou a ordenada máxima do hidrograma unitário
observandose que a área do triângulo representa o volume escoado da bacia para um
deflúvio de 1 mm.
Disso resulta a seguinte expressão:
onde:
Qp =
descarga máxima, em m3/s por mm do deflúvio,
A r=
área da bacia, em km²,
T b=
base do fluviograma unitário, em minutos,
0,03 = coeficiente de compatibilização de unidades.
f. Método Racional
Esse é o método para o cálculo de vazão mais difundido, que calcula a descarga
máxima de uma enchente de projeto por uma expressão muito simples, relacionando o valor
desta descarga com a área da bacia de contribuição, a intensidade da chuva, e o coeficiente
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de deflúvio. Essa metodologia é indicada para bacias de contribuição com área inferior a 4
km².
O coeficiente de deflúvio representa essencialmente a relação entre a vazão e a
precipitação que lhe deu origem, o que envolve além do volume da precipitação vertida, a
avaliação do efeito da variação da intensidade da chuva e das perdas por retenção e
infiltração do solo durante a tempestade de projeto. Este é um parâmetro que expressa o
comportamento da área na formação do deflúvio, consequentemente reunindo todas as
incertezas dos diversos fatores que nele interferem.
Apesar da dificuldade quanto ao coeficiente de deflúvio, por sua extraordinária
facilidade de cálculo, seu cálculo é, dentre todos os métodos de avaliação de descargas de
projeto para os sistemas de drenagem, aquele que é utilizado com maior freqüência, não só
no Brasil, mas em todo o mundo, principalmente nas bacias de pequeno porte ou em áreas
urbanas.
Admitese que a precipitação sobre a área é constante e uniformemente distribuída
sobre a superfície da bacia. Para considerar que todos os pontos da bacia contribuem na
formação do deflúvio é estabelecido que a duração de chuva deve ser igual ou maior que o
seu tempo de concentração e, como a intensidade da chuva decresce com o aumento da
duração, a descarga máxima resulta de uma precipitação (chuva) com duração igual ao
tempo de concentração da bacia.
Nesse caso, a descarga máxima (Q) é dada simplesmente pelo produto da área da
bacia (A), pela intensidade da precipitação (i), com duração igual ao tempo de concentração
(Tc), multiplicado pelo coeficiente de deflúvio (C) :
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sendo:
Q =
descarga máxima, em m³/s;
C =
coeficiente de deflúvio;
i =
intensidade da chuva = P / Tc, em milímetros por hora
P =
precipitação, em milímetros;
A =
área da bacia hidrográfica, em quilômetros quadrados;
Tc =
tempo de concentração, em horas.
g. Método Racional Corrigido
Para corrigir os efeitos da distribuição das chuvas nas bacias hidrográficas,
consideradas uniformes no Método Racional, principalmente em bacias de médio porte com
áreas superiores a 1 km² , são introduzidos coeficientes redutores das chuvas de ponta
designados C
oeficientes ou F
atores de Distribuição .
O mais comum destes fatores, normalmente utilizado em projetos rodoviários é dado
por:
onde as variáveis são definidas como anteriormente, e n
é
adimensional.
2. Drenagem de Transposição de Talvegues2
2 Talvegue:
Linha ou lugar geométrico dos pontos mais baixos do fundo de uma grota, de um vale ou
de um curso d’água.
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Em sua função primordial, a drenagem de uma rodovia deve eliminar a água que,
sob qualquer forma, atinge o corpo estradal, captandoa e conduzindoa para locais em que
menos afete a segurança e durabilidade da via.
No caso da transposição de talvegues, essas águas originamse de uma bacia e
que, por imperativos hidrológicos e do modelado do terreno, têm que ser atravessadas sem
comprometer a estrutura da estrada. Esse objetivo é alcançado com a introdução de uma ou
mais linhas de bueiros sob os aterros ou construção de pontilhões ou pontes transpondo os
cursos d'água, obstáculos a serem vencidos pela rodovia.
a. Bueiros
Os bueiros são obras destinadas a permitir a passagem livre das águas que acorrem
as estradas. Compõemse de bocas e corpo.
Corpo é a parte situada sob os cortes e aterros. As bocas constituem os
dispositivos de admissão e lançamento, a montante e a jusante, e são compostas de
soleira , muro de testa e
alas .
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No caso de o nível da entrada d'água na boca de montante estar situado abaixo da
superfície do terreno natural, a referida boca deverá ser substituída por uma c
aixa coletora .
Classificações
Os bueiros podem ser classificados em quatro classes, a saber:
● quanto à forma da seção;
● quanto ao número de linhas;
● quanto aos materiais com os quais são construídos;
● quanto à esconsidade.
Quanto à forma da seção
São tubulares , quando a seção for circular; celulares , quando a seção transversal
for retangular ou quadrada; especial , elipses ou ovóides, quando tiver seções diferentes
das citadas anteriormente, como é o caso dos arcos, por exemplo. Para o caso dos bueiros
metálicos corrugados, existe uma gama maior de formas e dimensões, entre elas: a circular,
a lenticular, a elíptica e os arcos semicirculares ou com raios variáveis (ovóides).
Quanto ao número de linhas
São simples , quando só houver uma linha de tubos, de células etc; duplos e
triplos , quando houver 2 ou 3 linhas de tubos, células etc. Não são recomendáveis
números maiores de linhas por provocar alagamento em uma faixa muito ampla.
Bueiro Duplo Celular de Concreto
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Quanto ao material
Os materiais atualmente usados para a construção de bueiros no DNIT são de
diversos tipos: concreto simples , concreto armado , chapa metálica corrugada ou
polietileno de alta densidade , PEAD , além do PRFV –
plástico reforçado de fibra de vidro.
Nas bocas , alas e caixas coletoras usase alvenaria de pedra argamassada, com
recobrimento de argamassa de cimento e areia, ou blocos de concreto de cimento, além de
concreto prémoldado.
Corpo de Bueiro Tubular de Metal
Quanto à esconsidade
Classificação quanto à esconsidade
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Nomenclatura adotada pelo DNIT
Elementos de Projeto
O projeto terá que ser precedido de um levantamento topográfico adequado, com
curvas de nível, de metro em metro, para permitir o detalhamento do comprimento e
inclinação do bueiro.
Normalmente, a declividade de seu corpo deve variar entre 0,4 e 5% . Quando essa
declividade for elevada , o bueiro deve ser projetado com degraus e deverá dispor do
berço com dentes p
ara fixação ao terreno.
Quando a velocidade do escoamento na boca de jusante for superior à
recomendada para a natureza do terreno natural existente a jusante, devem ser previstas
bacias de amortecimento .
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Bacia de Amortecimento
O cálculo da seção transversal ou seção de vazão do bueiro vai depender de dois
elementos básicos: a descarga da bacia a ser drenada e a declividade adotada.
A descarga é definida pelos estudos hidrológicos e a declividade, de escolha do
projetista, deverá atender a esta descarga com a obra operando em condições de
segurança.
Os bueiros podem ser, sob o ponto de vista construtivo, obras de arte correntes ou
apresentarem características que as coloquem entre as obras de arte especiais, face ao seu
tamanho e/ou condições adversas dos terrenos de fundação. Estão neste caso, muitas
vezes, as obras celulares, pontilhões e as galerias.
Os bueiros circulares de concreto podem, quanto às fundações , ter soluções mais
simples, com assentamento direto no terreno natural ou em valas de altura média do seu
diâmetro. Entretanto é muito mais seguro a adoção de uma base de concreto magro ,
para melhor adaptação ao terreno natural e distribuição dos esforços no solo.
Para os bueiros metálicos , independente da forma ou tamanho, as fundações
serão simples, necessitando, quase sempre, apenas de uma regularização do terreno de
assentamento. Em função da altura dos aterros podem, porém, exigir cuidados especiais no
que se refere à fundação, adotandose inclusive o estaqueamento.
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Dimensionamento Hidráulico
Em termos hidráulicos os bueiros podem ser dimensionados como canais ,
vertedouros ou orifícios . A escolha do regime a adotar depende da possibilidade da obra
poder ou não trabalhar com carga hidráulica a montante, que poderia proporcionar o
transbordamento do curso d’água causando danos aos aterros e pavimentos e inundação a
montante do bueiro.
Não sendo possível a carga a montante, o bueiro deve trabalhar livre como canal.
Por outro lado, caso a elevação do nível d'água a montante não traga nenhum risco ao
corpo estradal, ou a terceiros, o bueiro pode ser dimensionado como orifício,
respeitandose, evidentemente, a cota do nível d'água máximo a montante.
Para bueiros trabalhando hidraulicamente como canais, a metodologia adotada é a
referente ao escoamento em regime crítico, baseada na energia específica mínima igual à
altura do bueiro.
Para bueiros com carga a montante o escoamento é considerado como canal em
movimento uniforme, à seção plena, sem pressão interna. Para o dimensionamento dos
bueiros como vertedores, considerase a obra como orifício, em que a altura d'água sobre a
borda superior é nula.
No caso de bueiros trabalhando como canais, o dimensionamento será feito
baseado em duas hipóteses:
● a) Considerando o funcionamento do bueiro no regime supercrítico, limitandose sua
capacidade admissível à vazão correspondente ao regime crítico , com energia
específica igual ao seu diâmetro ou altura, o que exige a proteção à montante e a
jusante aos riscos de erosão.
● b) Considerando o funcionamento do bueiro no regime s
ubcrítico .
No caso (a), a capacidade máxima considerada para o projeto está definida pela
vazão correspondente a uma energia específica igual à altura da obra, estabelecendo assim
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a condição do bueiro funcionar com a entrada não submersa. Este método não leva em
conta as condições externas ao corpo do bueiro, sendo adequado apenas se a altura d'água
a jusante ficar abaixo da altura crítica correspondente à descarga.
Para o dimensionamento dos bueiros como vertedores, considerase a obra como
orifício, em que a altura d'água sobre a borda superior é nula.
Definese a energia específica de um líquido como sendo a energia total por
unidade de peso em relação ao fundo do canal. Deste modo, ela será a soma das energias
cinética e de pressão, correspondendo, esta última, a profundidade do líquido; como melhor
será entendido pela observação da figura a seguir.
Linha de Energia Específica
A energia então é definida como:
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onde g é a aceleração da gravidade, V é a velocidade do fluxo e h é a profundidade do
escoamento.
Para uma mesma vazão, podemos ter energias diferentes de fluxo, o que se faz com
a variação da inclinação e da altura da lâmina d’água (h), dentro do canal. Em outras
palavras, com o aumento da inclinação temos o aumento da velocidade de escoamento e a
diminuição de (h); e com a diminuição da inclinação temos a diminuição da velocidade e o
aumento de (h).
Ao se traçar um gráfico (vide a seguir) considerando a energia do fluxo em função da
profundidade (h) do escoamento, verificase que, para alturas elevadas, a energia é alta, e
diminui à medida que se reduz (h), passando por um mínimo, e aumentando posteriormente
com a diminuição de (h), haja vista o acréscimo significativo de (V).
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O ponto de e
nergia mínima d
efine a altura h do r egime crítico .
No regime lento , ou de fluxo subcrítico , o escoamento tem em relação ao regime
crítico: altura maior, velocidade e inclinação menores.
No regime rápido , ou de fluxo supercrítico , o escoamento tem em relação ao
regime crítico: altura menor, velocidade e inclinação maiores.
Regime Supercrítico
Nesse caso, a energia crítica é igualada ao diâmetro (D
) do bueiro tubular,
ou então igualada à altura (H
) dos bueiros celulares:
Desenvolvendo matematicamente essas expressões, chegase à vazão crítica,
velocidade crítica e inclinação crítica. Para os bueiros tubulares:
onde n é o coeficiente de rugosidade de Manning. Para os bueiros celulares, onde B é a
largura e H
a altura:
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No dimensionamento pelo regime supercrítico, a vazão crítica deverá ser igualada à
vazão obtida por meio dos estudos hidrológicos, com vistas a obter as dimensões
adequadas dos bueiros.
Além disso, no regime supercrítico, a inclinação do bueiro deverá ser maior que I c e
a velocidade de escoamento deverá ser maior que V
c, porém, limitada a 4,5 m/s.
Regime Subcrítico
Se a declividade da obra é maior ou igual à declividade crítica, o dimensionamento
se fará de acordo com as expressões das grandezas críticas.
Porém, se a declividade da obra for menor que a crítica, as expressões para o
dimensionamento são diferenciadas.
Nesse caso, a partir das grandezas conhecidas: vazão (Q), declividade (I), e
coeficiente de rugosidade (n) do material do bueiro, para a obtenção das dimensões
adequadas para o bueiro utilizamse a equação da continuidade e a equação de
Manning , respectivamente:
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onde R é o raio hidráulico (área molhada / perímetro molhado), A é a área molhada, I é o
gradiente hidráulico, considerado igual à inclinação do canal quando o fluxo é uniforme.
3. Drenagem Superficial
A drenagem superficial de uma rodovia tem como objetivo interceptar e captar,
conduzindo ao deságue seguro, as águas provenientes de suas áreas adjacentes e aquelas
que se precipitam sobre o corpo estradal, resguardando sua segurança e estabilidade.
Para um sistema de drenagem superficial eficiente, utilizase uma série de
dispositivos com objetivos específicos, a saber:
● Valetas de proteção de corte;
● Valetas de proteção de aterro;
● Sarjetas de corte;
● Sarjetas de aterro;
● Sarjetas de canteiro central;
● Descidas d’água;
● Saídas d’água;
● Caixas coletoras;
● Bueiros de greide;
● Dissipadores de energia;
● Escalonamento de taludes;
● Cortarios.
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Elementos de drenagem
a. Valetas de Proteção de Corte
As valetas de proteção de cortes têm como objetivo interceptar as águas que
escorrem pelo terreno natural a montante, impedindoas de atingir o talude de corte . As
valetas de proteção serão construídas em todos os trechos em corte onde o escoamento
superficial proveniente dos terrenos adjacentes possa atingir o talude, comprometendo a
estabilidade do corpo estradal.
Deverão ser localizadas proximamente paralelas às cristas dos cortes, a uma
distância entre 2,0 a 3,0 metros . O material resultante da escavação deve ser colocado
entre a valeta e a crista do corte e apiloado manualmente, conforme indicado na figura
abaixo.
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Valeta de Proteção de Corte
Elementos de Projeto
As valetas de proteção de cortes podem ser trapezoidais, retangulares ou
triangulares . Na escolha do tipo de seção devese observar que as seções triangulares
criam plano preferencial de escoamento d'água, por isso são pouco recomendadas para
grandes vazões. Por motivo de facilidade de execução, a seção a adotar nos cortes em
rocha deverá ser retangular.
As valetas com forma trapezoidal são mais recomendáveis por apresentarem maior
eficiência hidráulica .
Os revestimentos da valeta de corte deverão ser escolhidos de acordo com a
velocidade do escoamento e conforme a natureza do material do solo. Em princípio, convém
sempre revestir as valetas, sendo isso obrigatório quando elas forem abertas em terreno
permeável, para evitar que a infiltração provoque instabilidade no talude do corte.
Atenção especial deve ser dado ao revestimento da valeta triangular, pois, pela
própria forma da seção, há uma tendência mais acentuada à erosão e infiltração.
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Os tipos de revestimentos mais recomendados são:
● concreto;
● alvenaria de tijolo ou pedra;
● pedra arrumada;
● vegetação.
Em caso de revestimento de concreto este deverá ter espessura mínima de 0,08 m.
e resistência Fck / 15Mpa para 28 dias. Quando do revestimento em pedra, esta deverá ser
rejuntada com argamassa de cimentoareia no traço 1:4.
Dimensionamento Hidráulico
Para proceder ao dimensionamento hidráulico das valetas, há necessidade de
estimar a descarga de contribuição, utilizandose o método racional, onde a área de
drenagem é limitada pela própria valeta e pela linha do divisor de águas da vertente a
montante.
Em resumo, o dimensionamento segue a seguinte metodologia:
● Fixase o tipo de seção a ser adotada (trapezoidal, triangular ou quadrada), e a
declividade da valeta (I).
● Fixase a velocidade máxima admissível (v), tendo em vista o tipo de revestimento
escolhido e, consequentemente o valor do coeficiente de rugosidade (n).
● Através de tentativas, dãose valores para a altura (h), recalculandose os
respectivos elementos hidráulicos da seção, tais perímetro molhado, raio hidráulico e
área molhada, e aplicando a fórmula de Manning e a equação de continuidade,
determinase a velocidade e a descarga admissível da valeta.
● A comparação entre a descarga afluente (segundo os estudos hidráulicos) e a vazão
admissível orientará a necessidade ou não do aumento da altura h;
● A comparação entre a velocidade de escoamento e a velocidade admissível
orientará a necessidade ou não de alterar o revestimento previsto;
● Calculase a altura crítica da valeta;
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● A altura do fluxo na valeta, na situação de projeto, dentro de uma faixa de 10% da
altura crítica deve ser evitada.
● Determinase o bordo livre da valeta, que é a distância vertical do topo da valeta à
superfície da água na condição do projeto, verificando a inocorrência de bordos
livres inferiores às admissíveis.
b. Valetas de Proteção de Aterro
As valetas de proteção de aterros têm como objetivo interceptar as águas que
escoam pelo terreno a montante, impedindoas de atingir o pé do talude de aterro. Além
disso, têm a finalidade de receber as águas das sarjetas e valetas de corte, conduzindoas
com segurança ao dispositivo de transposição de talvegues.
Elementos de Projeto
As valetas de proteção de aterro deverão estar localizadas, aproximadamente
paralelas ao pé do talude de aterro a uma distância entre 2,0 e 3,0 metros. O material
resultante da escavação deve ser colocado entre a valeta e o pé do talude de aterro,
apiloado manualmente com o objetivo de suavizar a interseção das superfícies do talude e
do terreno natural.
As seções adotadas podem ser t rapezoidais ou retangulares .
Valeta de proteção de aterro trapezoidal
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O revestimento da valeta de proteção de aterro deverá ser escolhido de acordo com
a velocidade do escoamento, natureza do solo e fatores de ordem econômica e estética.
Os tipos de revestimento mais recomendados são:
● concreto;
● alvenaria de tijolo ou pedra;
● pedra arrumada;
● vegetação.
Dimensionamento Hidráulico
São idênticos os dimensionamentos hidráulicos de valetas de proteção de cortes e
aterros, apenas tomandose cuidado especial na fixação da área de contribuição quando a
valeta tiver como objetivo adicional a captação das águas provenientes das sarjetas e
valetas de proteção de corte.
c. Sarjetas de Corte
A sarjeta de corte tem como objetivo captar as águas que se precipitam sobre a
plataforma e taludes de corte e conduzilas, longitudinalmente à rodovia, até o ponto de
transição entre o corte e o aterro, de forma a permitir a saída lateral para o terreno natural
ou para a valeta de aterro, ou então, para a caixa coletora de um bueiro de greide.
As sarjetas devem localizarse em todos os cortes, sendo construídas à margem dos
acostamentos, terminando em pontos de saída convenientes (pontos de passagem de corte
para aterro ou caixas coletoras).
Elementos de Projeto
As sarjetas de corte podem ter diversos tipos de seção, dependendo da capacidade
de vazão necessária.
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A sarjeta triangular é um tipo bem aceito, pois, além de apresentar uma razoável
capacidade de vazão, conta a seu favor com o importante fato da redução dos riscos de
acidentes.
De acordo com a figura abaixo a sarjeta deve ter do lado do acostamento a
declividade de 25% ou seja 1:4, e do lado do talude a declividade deste.
Sarjeta triangular
Os valores extremos da distância da borda do acostamento ao fundo da sarjeta (L1),
situamse entre os valores de 1,0 a 2,0 metros, de acordo com a seção de vazão
necessária. Mantendo as declividades transversais estabelecidas, o aumento de L1
fornecerá um acréscimo de L2, H e LT, e conseqüentemente um acréscimo na capacidade
hidráulica da sarjeta. Quando para o valor máximo de L1 = 2,00m a seção da vazão ainda
for insuficiente,deverá então ser adotada seção tipo trapezoidal ou retangular, com
dimensões convenientes para atender à descarga de projeto.
Quando a sarjeta triangular de máximas dimensões permitidas for insuficiente para
atender à descarga de projeto, devese adotar a s
arjeta de seção trapezoidal .
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Sarjeta trapezoidal
A sarjeta é dotada de uma barreira tipo meiofio , com a finalidade de proteger os
veículos desgovernados que tendam a cair na mesma.
O meio fio barreira deverá ter aberturas calculadas, em espaçamento conveniente
de modo a permitir a entrada d'água proveniente da pista.
Sarjeta trapezoidal com capa
Podese também projetar a sarjeta capeada descontinuamente , de modo a
permitir a entrada d'água pela cobertura existente entre duas placas consecutivas. As
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placas têm a finalidade também de evitar que a sarjeta seja obstruída pela entrada de
materiais carreados pelas águas.
Quando a seção triangular não atender à vazão para a descarga de projeto, ou em
caso de cortes em rocha pela facilidade de execução, podese optar pela sarjeta
retangular .
Sarjeta retangular
Usase nesse caso também o meio fio de proteção com a mesma finalidade já
citada. A sarjeta retangular tem a vantagem de poder variar sua profundidade ao longo do
percurso, proporcionando uma declividade mais acentuada que o greide da rodovia,
aumentando assim sua capacidade hidráulica.
A escolha do revestimento das sarjetas de corte deve levar em conta o aspecto
técnicoeconômico, isto é, as conseqüências da erosão e do custo do revestimento.
Os principais tipos de revestimentos são:
● concreto;
● alvenaria de tijolo;
● alvenaria de pedra argamassada;
● pedra arrumada revestida;
● pedra arrumada;
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● revestimento vegetal.
O revestimento vegetal, apesar do excelente desempenho como função estética,
tem o inconveniente do alto custo de conservação.
Sarjetas de corte sem revestimento devem ser evitadas .
Dimensionamento Hidráulico
Os elementos básicos para o dimensionamento da sarjeta de corte são: as
características geométricas da rodovia; a área de precipitação, equivalente à projeção
horizontal da área do talude de corte e de parte da plataforma da rodovia (devido ao
abaulamento); o coeficiente médio de escoamento superficial, levandose em conta a
diversidade do revestimento que compõe a bacia de captação, (faixas de rolamento e talude
de corte); e os elementos hidrológicos para o cálculo da descarga de projeto.
Para o cálculo da descarga de projeto, calculase a contribuição por metro linear da
rodovia pela aplicação do método racional, de vez que as áreas de contribuição, sendo
pequenas, estão dentro do limite de aplicabilidade desse método.
Havendo escalonamento de taludes (banquetas), a largura máxima a ser
considerada no cálculo da vazão é referente à projeção horizontal do primeiro
escalonamento, já que os demais terão as águas conduzidas por meio de dispositivos
próprios para fora do corte. Excetuamse os casos em que se torna necessária a construção
de descidas com deságue diretamente na sarjeta de corte.
A capacidade hidráulica máxima da sarjeta é obtida pela associação das equações
de Manning e da continuidade.
d. Sarjetas de Aterro
A sarjeta de aterro tem como objetivo captar as águas precipitadas sobre a
plataforma, de modo a impedir que provoquem erosões na borda do acostamento e/ou no
talude do aterro, conduzindoas ao local de deságüe seguro.
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A indicação da sarjeta de aterro deve fundamentarse nas seguintes situações:
trechos onde a velocidade das águas provenientes da pista provoque erosão na borda da
plataforma; trechos onde, em conjunto com a terraplenagem, for mais econômica a
utilização da sarjeta, aumentando com isso a altura necessária para o primeiro
escalonamento de aterro; interseções, para coletar e conduzir as águas provenientes dos
ramos, ilhas, etc.
Elementos de Projeto
A sarjeta de aterro posicionase na faixa da plataforma contígua ao acostamento .
A seção transversal pode ser triangular, trapezoidal, retangular , etc, de acordo com a
natureza e a categoria da rodovia. Sendo a sarjeta de aterro um dispositivo que pode
comprometer a segurança do tráfego, cuidados especiais devem ser tomados quanto ao
posicionamento e à seção transversal a ser utilizada, de modo a garantir a segurança dos
veículos em circulação.
Um tipo de sarjeta de aterro muito usado atualmente nas rodovias federais,
estaduais, interseções e trechos urbanos é o m
eiofiosarjeta conjugados .
Em situações eventuais, no caso de ser possível considerar um alagamento
temporário do acostamento, o tipo m
eiofio simples também poderá ser usado.
Meiofiosarjeta conjugados
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Meiofio simples e acostamento
Quanto ao revestimento, não há recomendações rígidas no tocante ao material a
ser empregado na construção da sarjeta de aterro. Devese, todavia levar em conta a
velocidade limite de erosão do material empregado, a classe da rodovia e os condicionantes
econômicos. Assim, os materiais utilizados são os próprios revestimentos do acostamento
da rodovia.
Os materiais mais indicados para a construção do dispositivo são:
● concreto de cimento;
● concreto betuminoso;
● solo betume;
● solo cimento;
● solo.
As sarjetas em solo são indicadas apenas para rodovias secundárias, de pequena
importância econômica, ou durante período curto de utilização, podendo também ser
construídas para funcionamento temporário durante o tempo de execução da rodovia.
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e. Valeta do Canteiro Central
Quando uma rodovia for projetada em pista dupla, isto é, onde as pistas são
separadas por um canteiro central côncavo, tornase necessário drenálo superficialmente
através de um dispositivo chamado de valeta do canteiro central.
Esta valeta tem como objetivo captar as águas provenientes das pistas e do próprio
canteiro central e conduzilas longitudinalmente até serem captadas por caixas coletoras de
bueiros de greide.
Elementos de Projeto
As seções transversais das valetas do canteiro central são em geral de forma
triangular c ujas faces têm as declividades coincidentes com os taludes do canteiro.
Podem ser usadas seções de forma circular, tipo meia cana , e formas trapezoidal
ou retangular , quando ocorrer a insuficiência hidráulica das seções de forma triangular ou
meia cana.
Quanto ao revestimento da valeta do canteiro central, devese levar em conta a
velocidade limite de erosão do material empregado. O revestimento vegetal , apesar do
excelente desempenho como função estética, tem o inconveniente do alto custo de
conservação .
Valetas do canteiro central sem revestimento devem ser evitadas , a não ser em
casos de canteiros muito largos e planos.
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Situações da valeta do canteiro central
Dimensionamento Hidráulico
O dimensionamento hidráulico da valeta do canteiro central segue a mesma
metodologia para sarjeta de corte baseada na fórmula de Manning associada à equação de
continuidade.
f. Descidas d’Água
As descidas d'água têm como objetivo conduzir as águas captadas por outros
dispositivos de drenagem, pelos taludes de corte e aterro.
Tratandose de cortes, as descidas d'água têm como objetivo principal conduzir as
águas das valetas quando atingem seu comprimento crítico, ou de pequenos talvegues,
desaguando numa caixa coletora ou na sarjeta de corte.
No aterro, as descidas d'água conduzem as águas provenientes das sarjetas de
aterro quando é atingido seu comprimento crítico, e, nos pontos baixos, através das saídas
d'água, desaguando no terreno natural.
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As descidas d'água também atendem, no caso de cortes e aterros, às valetas de
banquetas quando é atingido seu comprimento crítico e em pontos baixos.
Não raramente, devido à necessidade de saída de bueiros elevados desaguando no
talude do aterro, as descidas d'água são necessárias visando conduzir o fluxo pelo talude
até o terreno natural.
Posicionamse sobre os taludes dos cortes e aterros seguindo as suas declividades
e também na interseção do talude de aterro com o terreno natural nos pontos de passagem
de corteaterro.
Elementos de Projeto
As descidas d'água podem ser do tipo rápido ou em degraus . A escolha entre um e
outro tipo será função da velocidade limite do escoamento para que não provoque
erosão, das características geotécnicas dos taludes, do terreno natural, da necessidade
da quebra de energia do fluxo d'água e dos d
ispositivos de amortecimento na saída.
A descida d'água, por se localizar em um ponto bastante vulnerável na rodovia,
principalmente nos aterros, requer que cuidados especiais sejam tomados para se evitar
desníveis causados por caminhos preferenciais durante as chuvas intensas e consequentes
erosões que podem levar ao colapso toda a estrutura.
Assim, deve ser previsto o confinamento da descida no talude de aterro,
devidamente nivelada e protegida com o revestimento indicado para os taludes.
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Descida d’água do tipo rápido
As descidas d'água podem ter a seção de vazão das seguintes formas:
● retangular, em calha tipo rápido ou em degraus;
● semicircular ou meia cana, de concreto ou metálica ;
● em tubos de concreto ou metálicos.
● desaconselhável a seção de concreto em módulos, pois a ação dinâmica do fluxo
pode acarretar o descalçamento e o desjuntamento dos módulos, o que rapidamente
atingiria o talude, o erodindo. No caso da utilização de módulos, as peças deverão
ser assentadas sobre berço previamente construídos.
Quanto à execução, as descidas retangulares podem ser executadas no local com
formas de madeira, em calha ou degraus.
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g. Saídas d’Água
As saídas d'água, nos meios rodoviários também denominados de entradas d'água,
são dispositivos destinados a conduzir as águas coletadas pelas sarjetas de aterro
lançandoas nas descidas d'água.
São, portanto, dispositivos de transição entre as sarjetas de aterro e as descidas
d'água .
Localizamse na borda da plataforma, junto aos acostamentos ou em alargamentos
próprios para sua execução, nos pontos onde é atingido o comprimento crítico da sarjeta,
nos pontos baixos das curvas verticais côncavas, junto às pontes, pontilhões e viadutos e,
algumas vezes, nos pontos de passagem de corte para aterro.
Elementos de Projeto
As saídas d’água devem ter uma seção tal que permita uma rápida captação das
águas que escoam pela borda da plataforma conduzindoas às descidas d'água.
O rebaixamento gradativo da seção é um método eficiente de captação. O
rebaixamento da borda deve ser controlado com rigor, e considerado nas notas de serviço
de pavimentação.
Considerando sua localização, as saídas d'água devem ser projetadas obedecendo
aos seguintes critérios:
● Greide em rampa: Neste caso, o fluxo d'água se realiza num único sentido.
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● Curva vertical côncava (ponto baixo): Neste caso o fluxo d’água se dá nos dois
sentidos, convergindo para um ponto baixo.
Quanto ao revestimento, as saídas d'água podem ser de concreto com superfície
lisa ou de chapas metálicas.
As saídas d'água de concreto são executadas no local conjuntamente com as
descidas d'água. As chapas metálicas são moldadas no canteiro de obra e fixadas no local,
através de chumbadores.
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h. Caixas Coletoras
As caixas coletoras têm como objetivos principais:
● Coletar as águas provenientes das sarjetas e que se destinam aos bueiros de
greide;
● Coletar as águas provenientes de áreas situadas a montante de bueiros de
transposição de talvegues, permitindo sua construção abaixo do terreno natural;
● Coletar as águas provenientes das descidas d'água de cortes, conduzindoas ao
dispositivo de deságue seguro;
● Permitir a inspeção dos condutos que por elas passam, com o objetivo de verificação
de sua funcionalidade e eficiência;
● Possibilitar mudanças de dimensão de bueiros, de sua declividade e direção, ou
ainda quando a um mesmo local concorre mais de um bueiro.
Elementos de Projeto
As caixas coletoras, quanto à sua função, podem ser: caixas coletoras, caixas de
inspeção ou caixas de passagem e, quanto ao fechamento, podem ser com tampa ou
abertas.
As c
aixas coletoras localizamse:
● Nas extremidades dos comprimentos críticos das sarjetas de corte, conduzindo as
águas para o bueiro de greide ou coletor longitudinal, que as levará para o deságüe
apropriado.
● Nos pontos de passagem de cortes para aterros, coletando as águas das sarjetas de
modo a conduzilas para o bueiro, nos casos em que as águas ao atingir o terreno
natural possam provocar erosões;
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● Nas extremidades das descidas d'água de corte, quando se torna necessária a
condução das águas desses dispositivos para fora do corte sem a utilização das
sarjetas;
● No terreno natural, junto ao pé do aterro, quando se deseja construir um bueiro de
transposição de talvegues abaixo da cota do terreno, sendo, portanto, inaplicável a
boca convencional;
● Nos canteiros centrais das rodovias com pista dupla;
● Em qualquer lugar onde se torne necessário captar as águas superficiais,
transferindoas para bueiros
. As c
aixas de passagem localizamse:
● Onde houver necessidade de mudanças de dimensão, declividade, direção ou cotas
de instalação de um bueiro;
● Nos lugares para os quais concorra mais de um bueiro.
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As c
aixas de inspeção localizamse:
● Nos locais destinados a vistoriar os condutos construídos tendo em vista verificar
sua eficiência hidráulica e seu estado de conservação.
● Nos trechos com drenos profundos com o objetivo de vistoriar seu funcionamento.
As caixas com tampa , em forma de grelha, são indicadas quando tem a finalidade
coletora, sendo localizadas em pontos que possam afetar a segurança do tráfego ou se
destinem a coletar águas contendo sólidos em volume apreciável e que possam obstruir os
bueiros ou coletores.
As caixas com tampa removível são indicadas quando têm a finalidade de
inspeção e de passagem.
As caixas abertas são indicadas quando têm finalidade coletora e localizamse em
pontos que não comprometam a segurança do tráfego.
i. Bueiros de Greide
Os bueiros de greide são dispositivos destinados a conduzir para locais de deságue
seguro as águas captadas pelas caixas coletoras.
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Localizamse nos seguintes pontos:
● Nas extremidades dos comprimentos críticos das sarjetas de corte em seção mista
ou quando, em seção de corte for possível o lançamento da água coletada através
de janela de corte. Nas seções em corte, quando não for possível o aumento da
capacidade da sarjeta ou a utilização de abertura de janela no corte a jusante,
projetase um bueiro de greide longitudinalmente à pista até o ponto de passagem
de corteaterro.
● Nos pés das descidas d'água dos cortes, recebendo as águas das valetas de
proteção de corte e/ou valetas de banquetas, captadas através de caixas coletoras.
● Nos pontos de passagem de corteaterro, evitandose que as águas provenientes
das sarjetas de corte desaguem no terreno natural com possibilidade de erodilo.
● Nas rodovias de pista dupla, conduzindo ao deságue as águas coletadas dos
dispositivos de drenagem do canteiro central.
Bueiro de greide em aterro
Bueiro de greide em corte
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Elementos de Projeto
Os elementos constituintes de um bueiro de greide são;
● caixas coletoras;
● corpo;
● boca.
As caixas coletoras poderão ser construídas de um lado da pista, dos dois lados da
pista e ainda no canteiro central. As caixas coletoras que atendem aos bueiros de greide,
por estarem posicionadas próximo às pistas, são geralmente dotadas de tampa em forma
de grelha.
O corpo do bueiro de greide é constituído em geral de tubos de concreto armado ou
metálicos, obedecendo às mesmas considerações formuladas para os bueiros de
transposição de talvegues.
A boca será construída à jusante, ao nível do terreno ou no talude de aterro, sendo
neste caso necessário construir uma descida d'água geralmente dotada de bacia de
amortecimento.
Tendo em vista maior facilidade de limpeza, o diâmetro mínimo a adotar para o
bueiro de greide é de 0
,80m .
j. Bacias de Amortecimento
As bacias de amortecimento, ou dissipadores de energia localizados , são obras
de drenagem destinadas, mediante a dissipação de energia, a diminuir a velocidade da
água quando esta passa de um dispositivo de drenagem superficial qualquer para o terreno
natural, de modo a evitar o fenômeno da erosão.
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As bacias de amortecimento serão instaladas de um modo geral nos seguintes
locais:
● No pé das descidas d’água nos aterros;
● Na boca de jusante dos bueiros;
● Na saída das sarjetas de corte,nos pontos de passagem de corteaterro.
É recomendável a utilização de dissipador tipo riprap3 na saída das bacias de
amortecimento, saída de bueiros, e na saída de outros dispositivos cuja velocidade da água
não comprometa seriamente o terreno natural, justificando neste caso o projeto completo
de uma bacia de amortecimento.
A extensão do riprap , deve ser adequada para a velocidade e volume d’água que
sai do dissipador e as condições do leito a jusante. Deve ser construído com as pedras
dispostas em desordem, as quais devem possuir formas irregulares.
k. Dissipadores Contínuos
O dissipador contínuo tem como objetivo, mediante a dissipação de energia, diminuir
a velocidade da água continuamente ao longo de seu percurso, de modo a evitar o
fenômeno da erosão em locais que possa comprometer a estabilidade do corpo estradal.
Localizamse em geral nas descidas d’água, na forma de degraus , e ao longo do
aterro, de forma que a água precipitada sobre a plataforma seja conduzida pelo talude, de
forma contínua, sem criar preferências e, portanto, não o afetando.
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Dissipador r iprap : Maciço composto por blocos de rocha compactados, que ajudam a dissipar a
energia do fluxo d’água.
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Dissipador contínuo ao longo de aterro
l. Escalonamento de Taludes
O escalonamento de taludes tem como objetivo evitar que as águas precipitadas
sobre a plataforma e sobre os taludes, atinjam,através do escoamento superficial, uma
velocidade acima dos limites de erosão dos materiais que os compõe.
As banquetas neste caso são providas de dispositivos de captação das águas,
sarjetas de banqueta, que conduzirão as águas ao deságue seguro.
Elementos de Projeto
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Parâmetros no escalonamento do talude
Os elementos de projeto necessários ao cálculo do escalonamento são: a
intensidade de precipitação, a largura da plataforma (L), o parâmetro definidor da
declividade do talude (a), os coeficientes de escoamento do talude e da plataforma, o
coeficiente de rugosidade de Strickler, a declividade transversal e longitudinal da plataforma
e a velocidade admissível de erosão do talude.
m. CortaRios
Os cortarios são canais de desvio abertos com a finalidade de:
● Evitar que um curso d'água existente interfira com a diretriz da rodovia, obrigando
a construção de sucessivas obras de transposição de talvegues.
● Afastar as águas que ao serpentear em torno da diretriz da estrada, coloquem em
risco a estabilidade dos aterros.
● Melhorar a diretriz da rodovia.
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n. Drenagem de Alívio de Muros de Arrimo
A drenagem interna de estruturas de arrimo tem por objetivo aliviar as pressões
hidrostáticas e hidrodinâmicas do lençol d'água porventura existente no maciço a ser
arrimado, nas proximidades da obra, de modo a diminuir o empuxo total sobre ela . O efeito
da água em contato com a estrutura é apreciável, chegando a dobrar o empuxo calculado
para o solo sem água.
O nível d'água no maciço e a vazão d'água a ser percolada através do sistema de
drenagem são elementos vitais para o projeto da drenagem.
O sistema de drenagem serve ainda para captar possíveis infiltrações devidas a
rupturas em canalizações de serviços públicos, causa comum de colapso de obras de
arrimo em áreas urbanas.
O posicionamento dos elementos drenantes é crucial para o desempenho e o cálculo
dos esforços atuantes na obra.
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O emprego de drenos subhorizontais é muito eficiente e frequentemente adotado
em cortinas.
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Os barbacãs são drenos curtos cuja função é retirar a água acumulada atrás de um
muro de arrimo ou de qualquer obra que esteja em contato com o solo.
Um projeto de obra de contenção deve necessariamente enfatizar os detalhes de
drenagem, apresentando métodos executivos e fornecendo os elementos necessários a
uma boa execução dos serviços.
A substituição de camadas de materiais granulares filtrantes por materiais sintéticos
(geotêxteis) é possível, devendo ser o seu uso objeto de uma análise técnicoeconômica em
função de suas facilidades de instalação e características de desempenho em confronto
com eventuais dificuldades de instalação e não disponibilidade dos materiais granulares
filtrantes.
O dimensionamento do geotêxtil tem que ser criterioso, de acordo com o métodos
constantes na literatura e nas recomendações dos fabricantes de forma a tentar atingir o
melhor desempenho.
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As camadas drenantes podem ser substituídas por tubosdreno de plástico
perfurados, revestidos por envelope apropriado. O envelope deve seguir os critérios de
proteção contra a erosão do solo e deve ser escolhido em função do tipo de solo ou aterro
através das curvas granulométricas. Materiais comumente utilizados são as mantas
geotêxteis, misturas de solo, areias grossas, pedriscos, seixos rolados, lavados e
peneirados e pedras britadas, entre outros.
Para cálculo do diâmetro do tubo, devese levar em conta a contribuição que o dreno
recebe por metro linear, a declividade do tubo, o comprimento do muro e a capacidade de
vazão do dreno atestada pelo fabricante
4. Drenagem do Pavimento
O avanço da técnica da drenagem dos pavimentos tem sido grande nas últimas
décadas e os técnicos vêm reconhecendo cada vez mais a sua importância. De um modo
geral, essa drenagem se faz necessária, no Brasil, nas regiões onde anualmente se verifica
uma altura pluviométrica maior do que 1.500 milímetros e nas estradas com um TMD
(tráfego médio diário) de 500 veículos comerciais.
Seu objetivo é defender o pavimento das águas que possam danificálo, originárias
de infiltrações diretas das precipitações pluviométricas e aquelas provenientes de lençóis
d’água subterrâneos.
Essas águas, que atravessam os revestimentos numa taxa variando de 33 a 50 %
nos pavimentos com revestimentos asfálticos e de 50 a 67 % nos pavimentos de concreto
cimento, segundo pesquisa realizada, podem causar sérios danos à estrutura do pavimento,
inclusive base e subbase, se não forem adotadas dispositivo especial para drenálas.
Os dispositivos usados são::
● camada drenante;
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● drenos rasos longitudinais;
● drenos laterais de base;
● drenos transversais.
a. Camada Drenante
É uma camada de material granular, com granulometria apropriada colocada logo
abaixo do revestimento, seja ele asfáltico ou de concreto de cimento, com a finalidade de
drenar as águas infiltradas para fora da pista de rolamento.
As bases drenantes localizamse entre o revestimento e a base e se estendem até
os drenos rasos longitudinais ou as bordas livres. As figuras mostram a posição em que são
colocadas, em relação aos demais elementos do pavimento, sendo que a segunda é
utilizada nos casos em que é possível conectar com os drenos profundos, caso existentes.
Camada drenante
Camada drenante conectada a dreno profundo
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b. Drenos Rasos Longitudinais
São drenos que recebem as águas drenadas pela camada drenante, aliviadas pelos
drenos laterais e transversais que recebem as águas por ele transportadas, quando atingida
sua capacidade de vazão, conduzindoas para fora da faixa estradal.
Deverão ser construídos quando não é técnica e economicamente aconselhável a
extensão da camada drenante a toda largura da plataforma ou quando não é possível, ou
aconselhável, interconectar a camada drenante com drenos longitudinais profundos que se
façam necessários ao projeto.
Os drenos longitudinais são localizados abaixo da face superior da camada drenante
e de modo que possam receber todas as suas águas.
A forma do dreno longitudinal é a de um pentágono achatado ou de um retângulo,
com a face superior localizada no prolongamento da face superior da base drenante.
Os materiais usados terão, no mínimo, a mesma condutividade hidráulica da camada
drenante.
c. Drenos Laterais de Base
São drenos que tem a função de recolher as águas que se infiltram na camada de
base, sendo usualmente utilizados nas situações em que o material da base dos
acostamentos apresenta baixa permeabilidade, encaminhandoas para fora da plataforma.
Têm a mesma função dos drenos rasos longitudinais, qual seja, a de recolher a água
drenada pela camada drenante, porém explorando mais a sua capacidade de escoamento.
As águas drenadas passam a correr junto à base dos acostamentos até esgotar a
capacidade da camada drenante quando serão captadas pelos drenos laterais de base que
as conduzirão a lugar de deságue seguro, atravessando os acostamentos.
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Os drenos laterais de base posicionamse no acostamento entre a borda da camada
drenante e a borda livre, provocando o fluxo das águas segundo geralmente a reta de maior
declive determinada pelas declividades longitudinal e transversal do acostamento.
Os materiais dos drenos laterais de base devem ser inertes e ter, pelo menos, os
valores dos coeficientes de condutividade hidráulica dos materiais usados nas respectivas
camadas drenantes.
d. Drenos Transversais
São os drenos posicionados transversalmente à pista de rolamento em toda a
largura da plataforma, sendo, usualmente, indicada sua localização nos pontos baixos das
curvas côncavas, ou em outros locais onde se necessitar drenar as bases.
Destinados a drenar as águas que atravessam as camadas do pavimento, ou suas
interfaces, longitudinalmente, são indicados nos seguintes locais: em pontos baixos das
curvas verticais côncavas; nos locais em que se deseje drenar águas acumuladas nas
bases permeáveis, não drenadas por outros dispositivos (caso das restaurações).
Os drenos transversais do pavimento são projetados como drenos cegos , isto é,
sem tubos , ou com tubosdreno ranhurados ou perfurados.
Os materiais usados nos drenos transversais, com tubos ou sem tubos, devem ter
coeficientes de condutividade hidráulica maiores ou, pelo menos, iguais aos agregados das
bases drenantes, no caso de pavimentos existentes ou camadas drenantes, no caso de
projetos novos.
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5. Drenagem Subterrânea ou Profunda
Os drenos profundos têm por objetivo interceptar e rebaixar o lençol d’água
subterrâneo para impedir a deterioração progressiva dos suportes das camadas dos
terraplenos e pavimentos.
No que interessa à drenagem das estradas, a água das chuvas tem dois destinos:
parte escorre sobre a superfície dos solos e parte se infiltra, podendo formar lençóis
subterrâneos.
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É claro que estas situações não são únicas e distintas, havendo variação das
condições em função das graduações que tornam os solos mais ou menos permeáveis ou
impermeáveis, criando condições próprias para cada região, influenciadas pelo tipo de solo,
topografia e clima.
Há ainda um terceiro aspecto pelo qual a água se apresenta: a "franja capilar",
resultante da ascensão capilar a partir dos lençóis d'água, obedecendo às leis da
capilaridade. A influência produzida pela "franja capilar" deve ser eliminada, ou reduzida,
pelos rebaixamentos dos referidos lençóis freáticos.
De um modo ou de outro, há sempre a necessidade indiscutível de manterse o
lençol freático a profundidades de 1,50 a 2,00 metros do subleito das rodovias, dependendo
do tipo de solo da área considerada.
Para resolver os problemas causados pela água de infiltração, empregamse os
seguintes dispositivos:
● Drenos profundos;
● Drenos espinha de peixe;
● Colchão drenante;
● Drenos horizontais profundos;
● Valetões laterais;
● Drenos verticais de areia.
● conhecimento da topografia da área;
● observações geológicas e pedológicas necessárias, com obtenção de amostras dos
solos por meio de sondagens a trado, percussão, rotativa e em certos casos, por
abertura de poços a pá e picareta;
● conhecimento da pluviometria da região, por intermédio dos recursos que oferece a
hidrologia.
a. Drenos Profundos
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Os drenos profundos têm por objetivo principal interceptar o fluxo da água
subterrânea através do rebaixamento do lençol freático, impedindoo de atingir o
subleito .
Os drenos profundos são instalados, preferencialmente, em profundidades da ordem
de 1,50 a 2,00m , tendo por finalidade captar e aliviar o lençol freático e, consequentemente,
proteger o corpo estradal.
Devem ser instalados nos trechos em corte, nos terrenos planos que apresentem
lençol freático próximo do subleito, bem como nas áreas eventualmente saturadas próximas
ao pé dos taludes.
Os materiais empregados nos drenos profundos diferenciamse de acordo com as
suas funções, a saber:
● materiais filtrantes: areia, agregados britados, geotêxtil, etc.
● materiais drenantes: britas, cascalho grosso lavado, etc.
● materiais condutores: tubos de concreto (porosos ou perfurados), cerâmicos
(perfurados), de fibrocimento, de materiais plásticos (corrugados, flexíveis
perfurados, ranhurados) e metálicos.
Há casos em que não são colocados tubos no interior dos drenos. Nestes casos eles
são chamados de d
renos cegos .
Os drenos profundos devem ser instalados nos locais onde haja necessidade de
interceptar e rebaixar o lençol freático, geralmente nas proximidades dos acostamentos.
Nos trechos em corte, recomendase que sejam instalados, no mínimo, a 1,50m do pé dos
taludes, para evitar futuros problemas de instabilidade.
Podem, também, ser instalados sob os aterros, quando ocorrer a possibilidade de
aparecimento de água livre, bem como quando forem encontradas camadas permeáveis
sobrepostas a outras impermeáveis, mesmo sem a presença de água na ocasião da
pesquisa do lençol freático.
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Execução de dreno profundo
Elementos de Projeto
Os drenos profundos são constituídos por vala, materiais drenante e filtrante,
podendo apresentar tubosdreno, juntas, caixas de inspeção e estruturas de deságue.
No caso de drenos com tubos podem ser utilizados envoltórios drenantes ou
filtrantes constituídos de materiais naturais ou sintéticos.
As valas , abertas manual ou mecanicamente, devem ter no fundo a largura mínima
de 50cm e de boca a largura do fundo mais 10 cm. Sua altura vai depender da profundidade
do lençol freático podendo chegar a 1,50 m, ou no máximo 2,00m.
O material de enchimento da vala pode ser filtrante ou drenante.A função do
material filtrante é permitir o escoamento da água sem carrear finos e consequentemente
evitar a colmatação do dreno, podendo ser utilizados materiais naturais com granulometria
apropriada (areias) ou geotêxteis. A função do material drenante é a de captar e ao mesmo
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tempo conduzir as águas a serem drenadas, devendo apresentar uma granulometria
adequada à vazão escoada.
Devem ser constituídos por tubos de concreto, de cerâmica, de plástico rígido ou
flexível corrugado, e metálicos. Os diâmetros dos tubos comerciais variam de 10 a 15 cm.
Na medida da necessidade, poderão ser perfurados, no canteiro de obras, tubos de
diâmetros maiores.
Tubo de concreto poroso para dreno
Normalmente, os tubos deverão ser instalados com os furos voltados para baixo,
mas em casos especiais de terrenos altamente porosos ou rochas com fendas amplas, os
furos devem ser voltados para cima.
A posição dos furos , voltados para cima, exige que se encha a base da vala do
dreno com material impermeável até a altura dos furos iniciais e na outra condição devese
colocar filtro como material de proteção no fundo da vaIa.
No caso de tubos plásticos corrugados flexíveis , por disporem de orifícios em
todo o perímetro, não há necessidade de direcionar as aberturas de entrada d'água.
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Cano dreno flexível
Seções de drenos profundos
b. Drenos em Espinhas de Peixe
São drenos destinados à drenagem de grandes áreas , pavimentadas ou não ,
normalmente usados em série, em sentido oblíquo em relação ao eixo longitudinal da
rodovia ou área a drenar.
Geralmente são de pequena profundidade e, por este motivo, sem tubos, embora
possam eventualmente ser usados com tubos.
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● Podem ser exigidos em cortes , quando os drenos longitudinais forem
insuficientes para a drenagem da área.
● Podem ser projetados em terrenos que receberão a
terros e nos quais o lençol
freático e
stiver próximo da superfície .
● Podem também ser necessários nos aterros quando o solo natural for
impermeável .
Conforme as condições existentes podem desaguar livremente ou em drenos
longitudinais.
Drenos em espinha de peixe
c. Colchão Drenante
O objetivo das camadas drenantes é drenar as águas, situadas a pequena
profundidade do corpo estradal, em que o volume não possa ser drenado pelos drenos
espinha de peixe.
São usadas:
● nos cortes em rocha;
● nos cortes em que o lençol freático estiver próximo do greide da terraplenagem;
● na base dos aterros onde houver água livre próximo ao terreno natural;
● nos aterros construídos sobre terrenos impermeáveis.
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A remoção das águas coletadas pelos colchões drenantes deverá ser feita por
drenos longitudinais.
Colchão drenante e drenos rasos longitudinais
d. Drenos SubHorizontais
Os drenos subhorizontais são aplicados para a prevenção e correção de
escorregamentos nos quais a causa determinante da instabilidade é a elevação do lençol
freático ou do nível piezométrico de lençóis confinados. No caso de escorregamentos de
grandes proporções, geralmente tratase da única solução econômica a se recorrer.
São constituídos por tubos providos de ranhuras ou orifícios na sua parte
SUPERIOR, introduzidos em perfurações executadas na parede do talude, com inclinação
próxima à horizontal. Os tubos drenam a água do lençol ou lençóis, aliviando a pressão nos
poros. Considerase mais importante que o alívio da pressão a mudança da direção do fluxo
d’água, orientandose assim a percolação para uma direção que contribui para o aumento
da estabilidade.
Em solos ou rochas permeáveis ou muito fraturadas a vazão pode ser grande,
enquanto que em solos menos permeáveis a vazão pode ser pequena ou nula, embora o
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alívio de pressão esteja presente; neste caso as vazões podem ser tão pequenas que a
água recolhida evapora ao longo de seu caminho no interior do tubo, sendo porém seu
efeito positivo. Neste último caso, somente com a instalação de instrumentação adequada
poderá este efeito ser aquilatado.
e. Valetões Laterais
Existem casos em que se recomendam os valetões laterais formados a partir do
bordo do acostamento, sendo este valetão constituído, de um lado, pelo acostamento, e do
outro pelo próprio talude do corte, processo este designado por falsoaterro.
Não obstante a economia obtida no sistema de drenagem, a estrada ficará sem
acostamento confiável na época das chuvas e nos tempos secos terá um acostamento
perigoso, face à rampa necessária, a não ser que hajam alargamentos substanciais, o que
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equivale a dizer que os valetões laterais vão funcionar independentemente da plataforma da
rodovia.
O dispositivo, por outro lado, em regiões planas, pode exercer sua dupla função sem
dificuldade, visto poder trabalhar como sarjeta e dreno profundo, ao mesmo tempo.
Recomendase o revestimento dos taludes do canal com gramíneas. A profundidade
do mesmo será de 1.5 a 2.0 m e os taludes de 3:2, quando possível.
f. Drenos Verticais
Os drenos verticais de areia consistem, basicamente, na execução de furos verticais
penetrando na camada de solo compressível, nos quais são instalados cilindros com
material granular de boa graduação. A compressão decorrente expulsa a água dos vazios
do solo mole o que, aliado ao fato de que normalmente a permeabilidade horizontal é menor
que a vertical, faz com que se reduza o tempo de drenagem.
O uso dos drenos de areia, apesar de ser uma solução onerosa, ao ser empregada
deve sempre ser precedida de ampla investigação técnicaeconômica, sendo indicada para
acelerar o aumento da resistência ao cisalhamento e, assim, contribuir para a estabilização
do aterro ou da fundação e para apressar, igualmente, o processo de adensamento,
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diminuindo, pois, os recalques pósconstrução. O processo de adensamento com drenos
fibroquímicos tem a mesma sistemática.
6. Bibliografia
1. MAIA ARAUJO, Joacy Victor. Manual de Engenharia Civil para Concursos.
Brasília, 2017.
2. Brasil. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes DNIT. Glossário
de Termos Técnicos Rodoviários . Rio de Janeiro, 1997.
3. _____. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes DNIT. Manual de
Implantação Básica de Rodovia . Rio de Janeiro, 2010.
4. _____. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes DNIT. Manual de
Drenagem de Rodovias . Rio de Janeiro, 2006.
5. _____. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes DNIT. Manual de
Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem . Rio de Janeiro, 2005.
6. _____. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes DNIT. M
anual de
Pavimentação . Rio de Janeiro, 2006.
7. _____. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes DNIT. Diretrizes
Básicas para Elaboração de Estudos e Projetos Rodoviários Escopos
Básicos / Instruções de Serviço . Rio de Janeiro, 2006.
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