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A matemática é fundamental nas nossa vidas, estando presente em diversas atividades do

nosso cotidiano. Desde cedo, estamos imersos em um mundo em que utilizamos a matemática
de forma natural, seja contando brinquedos em casa ou fazendo brincadeiras que, sem
percebermos, exigem raciocínio lógico e estratégias. Infelizmente, é alto o número de alunos
que apresentam dificuldades e têm problemas com essa disciplina, que é responsável, em
séries mais avançadas, por grande parte do número de repetentes. Por isso, quanto mais cedo
forem trabalhados os conceitos matemáticos na escola, mais fácil eles irão se tornar no futuro.

A matemática está presente em quase toda atividade do dia a dia. Essa ciência possibilita o
desenvolvimento de muitas capacidades essenciais para enfrentar os desafios que surgem
todos os dias, como raciocínio lógico, criatividade e a capacidade de resolver problemas.
Porém, o processo de ensino e aprendizagem da matemática do jeito que ainda é feito em
muitas das instituições de ensino do país prejudica o desenvolvimento dessas habilidades. As
crianças simplesmente decoram fórmulas e conceitos, sem necessariamente entenderem a
lógica por trás deles e como podem ser identificados e utilizados no dia a dia, criando barreiras
para um aprendizado saudável da matemática.

Pensando nisso, muitos educadores e escolas têm introduzido atividades lúdicas no ensino de
diferentes disciplinas, em especial a matemática. Jogos e brincadeiras aplicados nessa
disciplina ajudam os alunos a desenvolverem habilidades como imaginação, memorização,
noção de espaço e atenção, absorvendo o conhecimento de forma descontraída e dinâmica.
Além disso, o lúdico aliado ao processo de aprendizagem faz com que os alunos sintam prazer
ao aprender, potencializando a compreensão dos conceitos matemáticos e suas aplicações.

O uso de atividades lúdicas na escola proporciona um relacionamento mais estreito entre


professores e alunos, além de favorecer a interação entre os estudantes e proporcionar uma
sensação de bem-estar e prazer ao longo do processo. Jogos e brincadeiras também são uma
importante ferramenta de auxílio e reforço a alunos com dificuldade de aprendizagem,
despertando o interesse e facilitando a compreensão da disciplina.

Na Educação Infantil, por exemplo, os jogos permitem que a criança desenvolva iniciativa,
autoconfiança e autonomia, ao poder brincar sem medo das consequências do erro ou de
fracassar. Na busca pelas soluções, os jogos estimulam a troca de opiniões, fazendo com que
os alunos sejam obrigados a se comunicarem com os outros e se fazerem entender,
desenvolvendo a oralidade e capacidade de construção de um pensamento lógico e coerente.
Nesse contexto, vale ressaltar que o jogo não se trata apenas de divertimento ou brincadeiras,
mas de uma ferramenta que proporciona o desenvolvimento físico, cognitivo, social, afetivo e
moral das crianças.

O ensino da matemática através de jogos e brincadeiras vem ganhando cada vez mais espaço,
sendo utilizado da Educação Infantil ao Ensino Médio e servindo de contraponto ao
aprendizado decorado e maçante de outrora. Para isso, é necessário que a instituição tenha
diretrizes pedagógicas bem definidas e que permitam ao educador criar a realizar esse tipo de
atividade com os seus alunos. É necessário que professor defina conceitos, objetivos e regras,
planejando com antecedência o que se pretende alcançar com cada atividade e como chegar a
esses resultados.

A seguir, confira como as atividades lúdicas podem ser utilizadas no ensino da matemática em
diversas fases do desenvolvimento das crainças.

De 0 a 3 Anos

Crianças nesta idade começam a desenvolver noções de espaço, força, distância e raciocínio
lógico. É interessante que os jogos e brincadeiras sejam voltados à solução de problemas, uso
da lógica e à tomada de atitudes, estimulando a autoconfiança e interação entre as crianças.
As brincadeiras devem ser pensadas como uma ferramenta que promova a socialização,
evitando o isolamento e favorecendo a formação de vínculos.

Jogos de encaixe, painéis com medidas e grandezas e jogos de faz-de-conta são ótimas opções
para o professor realizar com os alunos dessa faixa etária. Nessa idade, é importante que os
sentidos da criança sejam frequentemente estimulados, através de sons, cores e texturas.
Pensando nisso, a música é uma importante ferramenta nessa fase, desenvolvendo ritmo,
trabalhando a coordenação motora, a memorização e atenção através das letras.

Brincar é fundamental para as crianças. É brincando que elas exploram o mundo ao seu redor
e aprendem a interagir com tudo o que o compõe. Através da curiosidade é que elas vão
perdendo o medo e conhecendo cada vez mais sobre si e sobre os outros, desenvolvendo
habilidades motoras, cognitivas e sociais. O professor deve considerar essas contexto e
estimular o desenvolvimento dessas capacidades em seus alunos, criando atividades que
aprofundem conhecimentos, instigue a imaginação e transforme o aprendizado em algo tão
natural quanto o brincar.

De 4 a 6 Anos

Nesta fase, o ensino pode ser voltado ao aprendizado de conteúdos que envolvam contagem,
escrita numérica e operações matemáticas básicas, utilizando esses conhecimentos para a
resolução de problemas. O professor pode trabalhar esses conceitos através de jogos de
esconde-esconde e brincadeiras e músicas que explorem os números oralmente.

Crianças desta idade também já podem estudar os primeiros conceitos de grandezas e


medidas. São conteúdos importantes de trabalhar, já que estão presentes o tempo todo no
cotidiano das crianças, como noções de peso, distância e altura. Aqui, o educador pode
desenvolver brincadeiras que envolvam objetos com diferentes temperaturas, pesos e
medidas. Podem ser trabalhados também jogos em que os alunos meçam a altura dos colegas,
a comparação de grandezas entre dois objetos, calendário, entre outros.

Trabalhar com espaço e forma também é importante para alunos nessa faixa etária. O desenho
é uma atividade interessante no aprendizado desses conceitos, possibilitando que os
estudantes explorem e identifiquem objetos, representando a realidade e utilizando diferentes
materiais. O educador também pode realizar atividades que envolvam a construção de
maquetes, desenvolvendo noções de coordenação, profundidade, formas e dimensões.

Ensino Fundamental

Atividades lúdicas também podem ser utilizadas no ensino da matemática ao longo do Ensino
Fundamental, quando os estudantes passam por uma fase de desenvolvimento e
amadurecimento mental. Brincadeiras e jogos que trabalhem conceitos de Geometria, Álgebra
e Aritmética despertam a curiosidade e o interesse dos alunos, trazendo mais dinamismo ao
processo de ensino e aprendizagem e acabando com o sentimento de desestímulo e distância
em relação ao conteúdo. O aluno dessa idade deve ser estimulado a utilizar um pensamento
lógico e coerente, adotando uma postura mais proativa frente à resolução de problemas.

Essas atividades proporcionam ao aluno aprender jogando, muitas vezes sem sequer dar conta
disso. Os jogos e brincadeiras invertem o paradigma de que a matemática está ao alcance de
poucos, provendo a interação entre os estudantes para a resolução de desafios e criando um
vínculo mais estreito entre professor e alunos.

Ensino Médio

Já no Ensino Médio, o professor pode criar atividades que abordem conteúdos e conceitos já
estudados em sala de aula com o objetivo de tornar o ensino menos passivo e de proporcionar
ao aluno a absorção do conteúdo na prática. A utilização de atividades lúdicas nessa fase é
uma excelente ferramenta para derrubar mitos e tabus a respeito da matemática,
dinamizando o ensino e demonstrando, na prática, os conceitos da disciplina que fazem parte
do nosso cotidiano.

O uso de atividades lúdicas no Ensino Médio aguça o interesse do jovem e capta sua atenção,
além de facilitar a compreensão dos conteúdos, otimizando o trabalho do professor e
quebrando barreiras psicológicas que muitos alunos nutrem em relação aos conceitos da
matemática.

Infelizmente, no Brasil, a matemática ainda é vista com maus olhos por muitos estudantes. O
currículo pouco maleável e focado em decorar fórmulas é um dos grandes culpados pelo
desinteresse e falta de estímulo dos estudantes. O ensino da matemática desde cedo é
essencial para evitar problemas futuros, como alto número de repetentes nas escolas, e
também para formar pessoas que não se intimidem diante de um problema e que saibam
desenvolver um raciocínio de forma lógica e coerente.

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