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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CAIO MURILO AMARO DA LUZ

OLIVER ERIC ZACHEO

DIAGNÓSTICO, LAUDO E ADEQUAÇÃO À NR-10 DE


SERVIÇOS E INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM BAIXA
TENSÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

CURITIBA

2011
1

CAIO MURILO AMARO DA LUZ

OLIVER ERIC ZACHEO

DIAGNÓSTICO, LAUDO E ADEQUAÇÃO À NR-10 DE


SERVIÇOS E INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM BAIXA
TENSÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Monografia apresentada à disciplina


Projeto de Conclusão de Curso como
requisito parcial à conclusão do Curso de
Graduação de Engenharia Elétrica, Setor
de Tecnologia, Departamento de
Engenharia Elétrica, Universidade Federal
do Paraná.

Orientador: Professor Jayme Passos


Rachadel.

CURITIBA

2011
2

CAIO MURILO AMARO DA LUZ

OLIVER ERIC ZACHEO

DIAGNÓSTICO, LAUDO E ADEQUAÇÃO À NR-10 DE


SERVIÇOS E INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM BAIXA
TENSÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

TRABALHO APRESENTADO AO CURSO DE ENGENHARIA


ELÉTRICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE GRADUAÇÃO.

BANCA EXAMINADORA

PROF. JAYME P. RACHADEL ESP.


PROF. TIBIRIÇÁ K. MOREIRA. ESP.
PROF. VILSON R. G. R. DA SILVA, M.SC.

CURITIBA
2011
3

AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos nossos familiares, que sempre nos apoiaram e foram a


base de nossa formação.

Aos colegas de faculdade que enfrentaram as mesmas dificuldades e nos


ajudaram na conclusão desta graduação.

Ao professor orientador Jayme Rachadel que se manteve disposto a nos


acompanhar no desenvolvimento deste trabalho.

A todos que colaboraram para a realização de nossos objetivos, em especial


ao Cleberson Lopes da Prefeitura Universitária.
4

RESUMO

Este trabalho se propõe a efetuar um estudo de caso sobre as não-conformidades à


NR-10 no campus Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Será
analisada a rede de baixa tensão, o que inclui painéis elétricos, fiação elétrica, entre
outros.

Empregou-se a metodologia do estudo de caso, com coleta de dados a partir de


fotos e entrevistas com os funcionários responsáveis pelo projeto e manutenção das
instalações elétricas.

A porcentagem de conformidade aos itens prescritos na NR-10 foi de apenas 14%,


sendo recomendadas inspeções periódicas com o cronograma das adequações e
maior fiscalização sobre os eletricistas terceirizados, de modo a garantir condições
seguras aos trabalhadores e estudantes da universidade.

Palavras-chave: adequação à NR-10, legislação trabalhista, acidentes em


instalações elétricas, fiscalização perante NR-10.
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ABSTRACT

This document intends to achieve a case study about the nonconformity referent to
the NR-10 at the campus Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). It
will be analyzed the low voltage network, which include electric panels, electric
conductors, and others.

It was employed the case study methodology, with the data collection from pictures
and interview with the employees responsible for the project and maintenance of the
electric installation.

The percentage of conformity before the items included in the NR-10 were only of
14%, so were recommended periodic inspections followed by the adjustments
schedule and more inspections over the outsourced electrician, so it is possible to
guarantee secure conditions to the employees and to the students of the university.

Key words: NR-10 adjustment, labour legislation, accidents in electrical installation,


follow-up inspection before NR-10.
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SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES........................................................................................12

LISTA DE TABELAS.................................................................................................14

LISTA DE SIGLAS.....................................................................................................15

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................17

1.1 JUSTIFICATIVA..............................................................................................17

1.2 OBJETIVO.......................................................................................................18

1.2.1 Objetivo Geral.......................................................................................18

1.2.2 Objetivos Específicos............................................................................18

1.3 METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DO TRABALHO..................................18

2 REVISÃO TEÓRICA............................................................................................20

2.1 HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA DO


TRABALHO NO BRASIL........................................................................................20

2.2 NR-10...............................................................................................................21

2.2.1 Introdução e objetivo..............................................................................21

2.2.2 Campo de aplicação...............................................................................21

2.2.3 Respaldo da Norma................................................................................21

2.2.4 Processo de alteração............................................................................21

2.2.5 Principais alterações na norma NR-10 de 2004 em relação a


NR-10 de 1978................................................................................................22

2.3 RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE...............23


7

2.3.1 Choque Elétrico......................................................................................23

2.3.1.1 Efeitos do Choque.........................................................................23

2.3.1.2 Fatores influenciadores da gravidade do choque.........................24

2.3.1.2.1 Intensidade da corrente elétrica.........................................24

2.3.1.2.2 Resistência elétrica do corpo humano................................24

2.3.1.2.3 Característica da corrente elétrica......................................24

2.3.1.2.4 Caminho percorrido pela corrente elétrica..........................25

2.3.1.2.5 Tempo de exposição...........................................................25

2.3.2 Medidas mitigadoras de riscos elétricos................................................25

2.3.2.1 Análise preliminar de segurança...................................................25

2.3.2.2 Equipamentos de proteção...........................................................26

2.3.2.3 Sinalização de segurança.............................................................27

2.3.2.4 Disjuntor Diferencial Residual.......................................................28

2.3.2.5 Habilitação e treinamentos dos trabalhadores .............................28

2.3.2.6 Desenergização............................................................................30

2.3.2.6.1 Aterramento.........................................................................31

2.3.2.6.1.1 Configuração TN-S.....................................................31

2.3.2.6.1.2 Configuração TN-C.....................................................32

2.3.2.6.1.3 Configuração TN-C-S.................................................32

2.3.2.6.1.4 Configuração TT.........................................................33

2.3.2.7 Procedimentos específicos de serviço.....................................34


8

2.3.2.8 Atribuição de responsabilidades...............................................34

2.4 ACIDENTES DE TRABALHO NO BRASIL......................................................35

2.4.1 Acidentes fatais......................................................................................35

2.4.2 Histórico das Taxas de Acidentados......................................................37

2.5 FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO NO BRASIL................................................37

2.5.1 Prazo de cumprimento da NR-10...........................................................39

2.6 COMENTÁRIOS SOBRE AS ESTATÍSTICAS ACIDENTÁRIAS E


FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO..........................................................................40

2.7 FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES.................................................................40

2.8 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS...........................................................................41

2.8.1 Requisitos de projeto em uma instalação elétrica ................................41

2.8.1.1 Detalhes de um projeto elétrico.............................................41

2.8.1.2 Memorial descritivo segundo a NR-10...................................42

2.8.1.3 Detalhes de projeto presentes na NR-10..............................43

2.8.2 Prontuário de instalações elétricas.......................................................44

2.8.3 Considerações sobre uma instalação anterior a NR-10.......................44

3 ESTUDO DE CASO...........................................................................................45

3.1 ESTRATÉGIA......................................................................................................45

3.2 CHECKLIST DOS ITENS DA NR-10 UTILIZADO PARA


VERIFICAÇÃO DE CONFORMIDADE................................................................45

3.2.1 Porcentagem de conformidades à NR-10..............................................48

3.3 LAUDO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E


SERVIÇOS TERCEIRIZADOS............................................................................48
9

3.3.1 Locais Verificados...................................................................................48

3.3.3 Inspeções em campo..............................................................................49

3.3.3.1 Quadro de distribuição X.........................................................49

3.3.3.2 Tomadas e fiação das Bancadas............................................50

3.3.3.3 Eletrocalhas e canaletas.........................................................51

3.4 Prontuário de Instalações Elétricas................................................................52

3.4.1 Documentação das Inspeções do Sistema. de Proteção contra


Descargas Atmosféricas e Aterramento Elétrico.............................................52

3.4.2 Documentação da Capacitação, Habilitação, Qualificação e


Autorização dos Trabalhadores, de EPIs e EPCs...........................................52

3.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA.........................................................52

3.6 MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL......................................................53

3.7 SEGURANÇA EM PROJETOS......................................................................53

3.8 SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO, MONTAGEM, OPERAÇÃO E


MANUTENÇÃO....................................................................................................53

3.9 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DESENERGIZADAS.........54

3.10 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS..............54

3.11 HABILITAÇÃO, QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO E AUTORIZAÇÃO


DOS TRABALHADORES.....................................................................................55

3.12 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E EXPLOSÃO......................................55

3.13 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA................................................................55

3.14 PROCEDIMENTOS DE TRABALHO...........................................................55

3.15 SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA....................................................................56


10

3.16 RESPONSABILIDADES..............................................................................56

3.17 DISPOSIÇÕES FINAIS................................................................................56

3.18 COMENTÁRIOS GERAIS SOBRE O ESTUDO DE CASO.........................57

3.19 IMPLICAÇÕES JUDICIAIS DEVIDO A DESCUIDOS E OMISSÕES.......58

4 CONCLUSÃO.........................................................................................................59

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ..............................................................................60

APÊNDICE A – Irregularidades no Quadro de distribuição X...................................62

APÊNDICE B - Irregularidades nas Tomadas e fiação das Bancadas......................64

APÊNDICE C - Irregularidades nasEletrocalhas e canaletas....................................65

APÊNDICE D – Irregularidades em Documentação das Inspeções do


SPDA e aterramento elétrico......................................................................................66

APÊNDICE E – Irregularidades em Documentação da capacitação, habilitação,


qualificação e autorização dos trabalhadores, de EPIs e EPCs................................67

APÊNDICE F – Irregularidades em Medidas De Proteção Coletiva..........................68

APÊNDICE G – Irregularidades em Medidas De Proteção Individual.......................69

APÊNDICE H – Irregularidades em Segurança Em Projetos....................................70

APÊNDICE I – Irregularidades em Segurança Na Construção, Montagem,


Operação E Manutenção............................................................................................72

APÊNDICE J – Irregularidades em Segurança Em Instalações Elétricas


Desenergizadas..........................................................................................................73

APÊNDICE K – Irregularidades em Segurança Em Instalações Elétricas


Energizadas................................................................................................................74

APÊNDICE L – Irregularidades em Habilitação, Qualificação, Capacitação E


Autorização Dos Trabalhadores.................................................................................75
11

APÊNDICE M - Irregularidades em Proteção Contra Incêndio E Explosão..............76

APÊNDICE N - Irregularidades em Sinalização De Segurança.................................77

APÊNDICE O - Irregularidades em Procedimentos De Trabalho..............................78

APÊNDICE P - Irregularidades em Situação De Emergência...................................79

APÊNDICE Q - Irregularidades em Responsabilidades............................................80

APÊNDICE R - Irregularidades em Disposições Finais.............................................81


12

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Caminho percorrido pela corrente elétrica..................................................25

Figura 2: Capacete Aba Frontal (EPI)........................................................................26

Figura 3: Luva de Borracha Isolante (EPI).................................................................26

Figura 4: Cone de sinalização (EPC).........................................................................27

Figura 5: Manta isolante (EPC)..................................................................................27

Figura 6: Placa Perigo de Morte ALTA TENSÃO.......................................................27

Figura 7: Placa EQUIPAMENTO ENERGIZADO.......................................................27

Figura 8: Distâncias de segurança a partir do condutor energizado..........................29

Figura 9: Zonas de risco, controlada e livre ao redor do condutor energizado..........30

Figura 10: Simbologia utilizada no aterramento.........................................................31

Figura 11: Configuração TN-S...................................................................................32

Figura 12: Configuração TN-C...................................................................................32

Figura 13: Configuração TN-C-S...............................................................................33

Figura 14: Configuração TT.......................................................................................33

Figura 15: Configuração TT 2....................................................................................34

Figura 16: Acidentes Fatais no Setor Elétrico em 2009.............................................36

Figura 17: Número de Acidentes Fatais por Ano.......................................................36

Figura 18: Histórico das Taxas de Acidentados do Setor –

Empregados Próprios................................................................................................37

Figura 19: Total de AFT e Nº de Empresas Fiscalizadas..........................................38

Figura 20: Quadro de distribuição..............................................................................49

Figura 21: Quadro de distribuição II...........................................................................49


13

Figura 22: Tomada da bancada.................................................................................50

Figura 23: Tomada da bancada II..............................................................................50

Figura 24: Fiação da Bancada...................................................................................50

Figura 25: Eletroduto..................................................................................................51

Figura 26: Eletrocalha................................................................................................51


14

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Dados Globais – Relatório 2009 Fundação COGE....................................35

Tabela 2: Checklist Conformidade-Infração da NR-10...............................................46

Tabela 3: Irregularidades Quadro de distribuição......................................................62

Tabela 4: Irregularidades Tomadas e fiação das Bancadas......................................64

Tabela 5: Irregularidades Eletrocalhas e canaletas...................................................65

Tabela 6: Documentação das Inspeções do SPDA e aterramento elétrico...............66

Tabela 7: Documentação da capacitação, habilitação, qualificação e


autorização dos trabalhadores, de EPIs e EPCs.......................................................67

Tabela 8: Medidas De Proteção Coletiva...................................................................68

Tabela 9: Medidas De Proteção Individual.................................................................69

Tabela 10: Segurança Em Projetos...........................................................................70

Tabela 11: Segurança Na Construção, Montagem, Operação E Manutenção..........72

Tabela 12: Segurança Em Instalações Elétricas Desenergizadas.............................73

Tabela 13: Segurança Em Instalações Elétricas Energizadas...................................74

Tabela 14: Habilitação, Qualificação, Capacitação E


Autorização Dos Trabalhadores.................................................................................75

Tabela 15: Proteção Contra Incêndio E Explosão.....................................................76

Tabela 16: Sinalização De Segurança.......................................................................77

Tabela 17: Procedimentos De Trabalho.....................................................................78

Tabela 18: Situação De Emergência..........................................................................79

Tabela 19: Responsabilidades...................................................................................80

Tabela 20: Disposições Finais....................................................................................81


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LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

AFT – Auditor Fiscal do Trabalho

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica

AT – Alta Tensão

BT – Baixa Tensão

CGT – Comando Geral dos Trabalhadores

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho

CNA – Confederação nacional da agricultura

CNB - Confederação Nacional dos Bancários

CNC - Confederação Nacional do Comércio

CNI – Confederação nacional das indústrias

CNT - Confederação Nacional do Transporte

CUT – Central Única dos Trabalhadores

DRT – Delegacia Regional do Trabalho

EPC – Equipamento de Proteção Coletiva

EPI – Equipamento de Proteção Individual

FAP – Fator Acidentário de Prevenção

FUNCOGE - Fundação Comitê de Gestão Empresarial

GM – Gabinete do Ministro

MTE – Ministério do Trabalho e Emprego

NBR – Norma Brasileira

NR – Norma Regulamentadora

OIT - Organização Internacional do Trabalho


16

PE - Ponto da instalação energizado

RAT - Riscos Ambientais do Trabalho

RC - Raio controlado

RR - Raio de risco

SDS - Social Democracia Sindical

SEP - Sistema Elétrico de Potência

SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho

SGQ - Sistemas de Gestão da Qualidade

SI- Superfície isolante

SMS – Saúde, Meio-ambiente do trabalho e Segurança

SRTE - Superintendência Regional do Trabalho e Emprego

ZC - Zona controlada

ZL - Zona Livre

ZR - Zona de risco
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1 INTRODUÇÃO

A demanda por energia elétrica vem crescendo continuamente e, em razão


disto, são necessárias novas medidas expansionistas para suprir tal necessidade.
Contudo, além de ser vital a análise quanto ao impacto decorrente do implemento de
uma nova usina (alagamento da região e consequente desapropriação da população
ribeirinha no caso de usinas hidrelétricas; ruído gerado pelas hélices de um parque
eólico; medidas de descarte de lixo radioativo por parte das usinas nucleares, etc),
igualmente importante é a adoção de medidas de controle a fim de que o projeto, a
construção, a manutenção, a montagem e a operação das redes elétricas sejam
realizadas com padrões ótimos de saúde e segurança do trabalho. As medidas de
segurança devem ser aplicadas tanto para instalações elétricas posteriores à NR-
10/2004 quanto para as instalações mais antigas, pois estas podem ter entrado em
não-conformidade devido à alteração da redação da norma regulamentadora.

Com atribuições de regular e fiscalizar a geração, a transmissão, a


distribuição e a comercialização da energia elétrica, foi criada a Agência Nacional de
Energia Elétrica – ANEEL vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Já com a
finalidade de se adotar medidas de controle, como acima supracitado, foram
editadas as Normas Regulamentadoras pelo Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE), destacando-se a NR-10 que se refere à segurança em instalações e serviços
em eletricidade. As Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego têm a
responsabilidade em nível regional de fiscalizar o cumprimento dessas Normas
Regulamentadoras, notificando, penalizando e até embargando instalações
inadequadas.

Espera-se que a adoção das NRs concomitantemente com outras normas


(NBRs e normas internacionais) propicie condições seguras de trabalho.

1.1 JUSTIFICATIVA

O prazo para que as instalações e serviços em eletricidade se adequassem


18

à NR-10, já terminou. Contudo, ainda há muitas não-conformidades que podem ser


observadas no próprio campus universitário, trazendo riscos elétricos aos
trabalhadores e estudantes. É necessário conhecer a atual situação para que se
possa tomar providências.

1.2 OBJETIVO
1.2.1 Objetivo Geral

Elaborar um estudo de caso com a readequação necessária a ser feita nas


instalações e serviços elétricos não adequados à NR-10 de salas localizadas no
campus Politécnico da UFPR.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Confeccionar um checklist apontando as não-conformidades das


instalações elétricas em relação à NR-10.

b) Propor uma ação corretiva a ser tomada para as não-conformidades com


respeito a NR-10;

c) Divulgar os resultados às autoridades competentes como recomendação


de medidas a serem tomadas em busca de melhores condições de
trabalho e segurança aos estudantes, usuários das instalações elétricas.

1.3 METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DO TRABALHO

Na primeira parte do trabalho é apresentada uma revisão teórica mostrando


brevemente o histórico brasileiro da legislação sobre saúde e segurança do trabalho
e os pontos principais da NR-10, bem como dados estatísticos a respeito dos
acidentes de trabalho envolvendo eletricidade.

Prosseguindo, será apresentado um checklist elaborado com base na NR-10


19

e NR-28 que será empregado na elaboração do diagnóstico do estudo de caso.

Ao final será apresentado o laudo das instalações elétricas, contemplando


as não conformidades encontradas e recomendações de adequações com base no
que estabelece esta Norma Regulamentadora.
20

2 REVISÃO TEÓRICA

2.1 HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA DO


TRABALHO NO BRASIL

Buscando proteger o exercício do trabalho, constantemente o governo edita


leis e regulamentos que devem ser obedecidos pelas empresas e trabalhadores. A
seguir são listados alguns dos pontos marcantes neste histórico legislativo em saúde
e segurança do trabalho.

 Segundo Batista (2008), no Brasil, em 15 de janeiro de 1919, é promulgada a


primeira lei sobre acidentes no trabalho: Lei 3724/1919;

 Por meio do Decreto nº 19.433, é criado o Ministério do Trabalho, Indústria e


Comércio, assinado pelo Presidente Getúlio Vargas;

 Faz-se a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, pelo Decreto-lei n.º 5452,
em 1943, durante o Governo de Getúlio Vargas ;

 A Portaria n.º 3214, de 08/06/1978, aprova as Normas Regulamentadoras de


Segurança e Medicina do Trabalho – NR. São criadas 28 NRs;

 Promulga-se a Constituição Federal, em 1988, com vários artigos protegendo


o trabalho e os trabalhadores.

 O Ministério passou a ser denominado Ministério do Trabalho e Emprego, por


meio da Medida Provisória nº 1.799 de 1999;

Como visto, a CLT, em seu Capítulo V, deu origem às Normas


Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho através da Portaria GM n.º
3.214/1978. A NR-10 sofreu várias alterações e atualmente tem redação dada pela
Portaria GM n.º 598 de 2004.
21

2.2 NR-10

2.2.1 Introdução e objetivo

A NR-10 foi editada para maximizar a segurança e saúde dos trabalhadores


que interajam, diretamente ou indiretamente, com instalações e serviços em
eletricidade. Para isso são prescritos os requisitos e as condições mínimas com os
quais se deseja implementar medidas de controle e sistema preventivos
relacionados com os riscos intrínsecos a esses trabalhos.

2.2.2 Campo de aplicação

A norma se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo


de energia elétrica, nas seguintes etapas: projeto, manutenção, construção,
montagem, operação das instalações elétricas inclusive a análise nas suas
proximidades.

2.2.3 Respaldo da Norma

Como auxílio, a NR-10 faz uso de normas técnicas oficiais (ex. NBR 5410,
NBR 5490) estabelecidas pelos órgãos competentes e, caso não existam, as normas
internacionais relacionadas.

2.2.4 Processo de alteração

Através da análise de índices estatísticos sobre acidentes de trabalho, o


governo chegou à conclusão de que os setores que mais vitimavam pessoas e
profissionais eram os seguintes: geração de energia, siderúrgica, metalúrgica,
distribuidora de energia e construção civil. Fez-se necessário realizar atualizações
na redação da NR-10, a qual foi feita através da Portaria GM n.º 598/2004.

O processo de revisão da NR-10 foi realizado por três depurações seguindo


22

um esquema: O MTE propôs um “draft” que servia de base para o início da


norma. (...) foi levado à consulta publica por meio do Diário Oficial e
publicações em Site. Nesse momento foram ouvidas mais de 1500
propostas do setor público para integrar ao escopo inicialmente
apresentado. Por último formou-se a comissão Governo (MTE, ANEEL,
Previdência Ministerial e FundaCentro), representantes dos trabalhadores
(CUT, CGT, SDS, Força Sindical), representantes dos empregadores (CNI,
CNC, CNT, CNA e CNB) e coordenação da norma para discussão e
aprovação da NR-10 (DIAGNERG 2011).

2.2.5 Principais alterações na norma NR-10 de 2004 em relação à NR-


10 de 1978

A nova norma trouxe o conceito de gestão para a prevenção e organização


do trabalho em eletricidade, como a metodologia do PCDA (Plan / Do /
Check / Act). Exige prontuário das instalações, EPIs, EPCs, treinamento,
autorização para o trabalho, APR e vestimentas, com a preocupação de que
as melhorias sejam incorporadas sistematicamente. Desta forma, evidencia
a visão de gestão (Miranda Jr, 2007)

Abaixo é apresentada uma lista contendo as principais alterações dadas


pela nova redação da norma, segundo Pereira (2005):

 Cria o “prontuário das instalações elétricas” de forma a organizar todos os


documentos das instalações e registros;

 Define o entendimento de desenergização;

 Cria as zonas de “risco” e “controlada” no entorno de pontos ou conjuntos


energizados;

 Torna obrigatória a elaboração de procedimentos operacionais contendo,


passo a passo, as instruções de segurança;

 Define o entendimento quanto a “profissional qualificado e habilitado”,


“pessoa capacitada” e “autorização”;

 Torna obrigatório o curso de treinamento para profissionais autorizados a


intervir em instalações elétricas: básico (min. 40h) e complementar (min. 40h).
23

2.3 RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

É evidente que a realização de serviços em instalações elétricas está sujeita a


riscos. A seguir é explanado o seguinte fenômeno a que os operadores e
consumidores de instalações elétricas estão sujeitos: o choque elétrico.

2.3.1 Choque Elétrico

Segundo CPN-SP (2005), o choque elétrico é um estímulo rápido no corpo


humano, ocasionado pela passagem da corrente elétrica.

O choque pode ocorrer pela combinação de diversos fatores, entre eles a


falha de treinamento de segurança, práticas inseguras de trabalho, a falha na
supervisão dos trabalhadores subordinados, a falta de conhecimento dos riscos
inerentes ao trabalho, instalações elétricas e manutenção precária e ambiente de
trabalho com inúmeros riscos.

2.3.1.1 Efeitos do Choque

O choque pode causar desde um pequeno susto e contração muscular até


uma fibrilação cardíaca, parada respiratória, queimaduras e morte.

A morte pode ser causada por asfixia quando a intensidade da corrente for
elevada (da ordem de 30 mA) e por alguns minutos. O diafragma irá se contrair
impossibilitando a vítima de respirar.

Outro tipo de fatalidade poderá ocorrer se houver fibrilação cardíaca, quando


o choque é de alta intensidade (cerca de 15 mA) e por um tempo maior que ¼ de
segundo. O coração ficará descompassado, impossibilitando a circulação sanguínea
e consequentemente a oxigenação do cérebro. Até que seja utilizado um
desfibrilador para reajustar os batimentos do coração, deverá ser realizada uma
massagem cardíaca na vítima com o fim de fazer o sangue circular.
24

2.3.1.2 Fatores influenciadores da gravidade do choque

2.3.1.2.1 Intensidade da corrente elétrica

A intensidade da corrente elétrica é determinada basicamente pela


quantidade de energia que provêm da fonte, mas também é influenciada pela
resistência que o corpo humano oferece à sua passagem. Quanto maior a
intensidade da corrente, mais grave é o choque elétrico.

2.3.1.2.2 Resistência elétrica do corpo humano

A resistência do corpo humano é quase que exclusivamente oferecida pela


camada externa da pele, composta de células mortas. Quando o corpo encontra-se
úmido, a resistência diminui. Cortes e ferimentos na pele também oferecem menor
resistência à corrente elétrica, por oferecerem contato com um tecido com maior teor
de água. Osso e pele são as partes do corpo que apresentam maior resistência a
passagem de corrente elétrica.

2.3.1.2.3 Característica da corrente elétrica

Em relação à corrente alternada, a intensidade da corrente contínua deverá


ser maior para produzir os mesmos efeitos de contração muscular, fibrilação
cardíaca e morte. No caso da fibrilação, esta somente irá ocorrer se a corrente
contínua for aplicada por um breve instante e em uma parte específica do ciclo
cardíaco.

No caso de choque com corrente alternada em alta freqüência, ocorrerá o


efeito skin, ou seja, a corrente irá circular na camada externa do corpo causando
queimaduras na pele. Em contrapartida, oferece menor risco que a corrente em
baixas freqüências, pois esta não circulará pelos órgãos vitais.

Segundo CPN-SP (2005), as correntes alternadas de freqüência entre 20 e


100 Hertz são as que oferecem maior risco. As de 60 Hertz, usadas nos sistemas de
25

fornecimento de energia elétrica, são especialmente perigosas, uma vez que elas se
situam próximas à freqüência na qual a possibilidade de ocorrência da fibrilação
ventricular é maior.

2.3.1.2.4 Caminho percorrido pela corrente elétrica

Figura 1: Caminho percorrido pela corrente elétrica.

Fonte: Celgpar.

O percurso da corrente no corpo humano tem grande influência nas


conseqüências do choque elétrico. Uma corrente que passe pelo coração pode
acarretar fibrilação ventricular.

2.3.1.2.5 Tempo de exposição

À medida que cresce o tempo a que se está submetido a uma corrente


elétrica, maiores serão os danos ao indivíduo, pois o coração e os centros nervosos
estarão sob efeito de correntes estranhas que irão alterar o equilíbrio elétrico do
corpo.

2.3.2 Medidas mitigadoras de riscos elétricos

2.3.2.1 Análise preliminar de segurança

Esta análise é uma avaliação que deve ser feita pelo empregado ou terceiro
antes da execução de serviço com eletricidade, levando-se em conta os riscos
26

elétricos e adicionais do trabalho e as medidas que podem mitigá-los. Esta avaliação


é obrigação do executante do serviço e irá proteger sua vida- e a de outras pessoas
que podem ser afetadas por suas ações ou omissões de trabalho.

Deve-se elaborar um documento contendo os riscos associados à atividade


que deverá ser realizada e as medidas de controle para minimizar estes riscos. Por
exemplo: Risco de choque elétrico. Medida de controle: Utilização de luva isolante e
bota de borracha.

2.3.2.2 Equipamentos de proteção

Os equipamentos de proteção podem ser divididos em Equipamentos de


Proteção Individual (EPIs) e Equipamentos de proteção coletiva (EPCs). Como
descrito no próprio nome do equipamento, uma diferença entre eles está relacionada
a sua aplicação. Os EPIs se destinam à proteção individual e os EPCs à proteção
coletiva.

Os EPIs devem ser utilizados quando as medidas de proteção coletivas


forem inviáveis ou insuficientes, enquanto as medidas coletivas estiverem sendo
implementadas e durante o atendimento de situações de emergência. Descritos na
NR-6 (Equipamentos de proteção individual), protetores faciais, luvas isolantes e
óculos de proteção são alguns exemplos de equipamentos de proteção individual.

Figura 2 (esquerda): Capacete Aba Frontal (EPI).

Figura 3 (direita): Luva de Borracha Isolante (EPI).

Fonte: CPN-SP (2005).


27

Os EPCs são dispositivos, equipamentos ou sistemas destinados à proteção


de todos os trabalhadores que podem estar sujeitos a algum tipo de risco em uma
mesma área. Tais equipamentos complementam as medidas de proteção individual.

Cones de segurança e mantas isolantes são, por exemplo, EPCs.

Figura 4 (esquerda): Cone de sinalização (EPC).

Figura 5 (direita): Manta isolante (EPC).

Fonte: CPN-SP (2005).

2.3.2.3 Sinalização de segurança

A sinalização de segurança em uma instalação elétrica é balizada pela NR-


26 e tem por objetivo identificar equipamentos e instalações e advertir sobre os
riscos inerentes à estas. Para instalações elétricas, as principais cores usadas são:
amarelo (indica Cuidado!), verde (indica segurança) e alaranjado (identifica partes
internas de caixas protetoras de dispositivos elétricos).

Placas também são utilizadas para sinalização, abaixo são mostradas


algumas.
28

Figura 6 (esquerda): Placa Perigo de Morte ALTA TENSÃO.

Figura 7 (direita): Placa EQUIPAMENTO ENERGIZADO.

Fonte: CPN-SP (2005).

2.3.2.4 Disjuntor Diferencial Residual

Segundo CPN-SP (2005), este dispositivo tem por finalidade desligar da


rede de fornecimento de eletricidade, o equipamento ou instalação que ele protege
na ocorrência de uma corrente de fuga. Existem dois tipos de Disjuntor Diferencial
Residual: alguns modelos de alta sensibilidade (que seccionam o circuito com uma
corrente de fuga entre 1-30 mA) normalmente tem a função de proteger pessoas; já
os modelos para corrente de fuga maiores que 30mA, são dispositivos chamados de
“baixa sensibilidade” e são destinados a proteção de patrimônio.

Assim, casos de pessoas que entrem em contato involuntário com partes


condutoras dos circuitos elétricos ocasionarão a atuação do dispositivo, que
seccionará o circuito protegendo, por fim, o indivíduo de sofrer um choque elétrico.

2.3.2.5 Habilitação e treinamentos dos trabalhadores

De modo a estabelecer as competências dos trabalhadores, a NR-10 retrata


as seguintes situações:

1. Trabalhador qualificado: aquele que comprovar conclusão de curso específico


na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino.

2. Trabalhador legalmente habilitado: trabalhador qualificado que está registrado


29

e com suas obrigações em ordem no competente Conselho de Classe, neste caso,


no CREA.

3. Trabalhador capacitado: aquele que não é trabalhador qualificado, mas


obteve treinamento informal na empresa, devendo ainda satisfazer os seguintes
requisitos:

a) tenha recebido capacitação de profissional habilitado e autorizado;

b) trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e


autorizado;

Também relacionado aos trabalhadores autorizados estão as zonas de risco,


controlada e livre, que são definidas na NR-10. Assim, tanto na zona controlada
como na de risco, para se ter acesso a estas áreas é necessária uma autorização,
ademais, no caso da zona de risco deve-se adotar técnicas específicas e usar
ferramentas apropriadas ao trabalho. É denominada zona livre a área circundante à
zona controlada, e a zona de risco é definida a uma distância a partir do condutor
energizado ou conseguida através do uso de barreiras como mostrada na figura
abaixo. Ambas as áreas de segurança são delimitadas conforme a faixa de tensão
nominal que possui a instalação.

Figura 8: Distâncias de segurança a partir do condutor energizado.

Fonte: NR-10 (2004).


30

Figura 9: Zonas de risco, controlada e livre ao redor do condutor energizado.

Fonte: NR10 (2004).

Outro ponto de suma importância é a instrução formal dos trabalhadores


com atividades não relacionadas às instalações elétricas, mas que operem na zona
livre, quanto aos riscos que a instalação elétrica pode trazer e medidas que podem
ser tomadas. Estes podem estar expostos ao risco de choque elétrico, ocasionando
graves acidentes.

2.3.2.6 Desenergização

A desenergização é uma medida prioritária de proteção coletiva e é


recomendada a sua execução antes da realização dos serviços. Buscando-se
garantir a segurança e saúde dos trabalhadores e das pessoas ao redor,
desenergiza-se uma instalação seguindo a sequência de passos abaixo:

 Seccionamento;

 Bloqueamento;

 Conferência da ausência de tensão;


31

 Instalação do aterramento temporário com barramento de


equipotencialização;

 Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada;

 Instalação da sinalização de segurança.

Os passos acima podem ser alterados, substituídos, ampliados ou excluídos


mediante justificativa técnica assinada por profissional habilitado e autorizado, desde
que seja mantido o mesmo nível de segurança.

2.3.2.6.1 Aterramento

Segundo CPN-SP (2005), aterramento é a ligação intencional à terra através


da qual correntes elétricas podem fluir.

Antes de expor as principais configurações de aterramento, cabe explicar a


simbologia utilizada.

Figura 10: Simbologia utilizada no aterramento.

Fonte: CPN-SP (2005).

2.3.2.6.1.1 Configuração TN -S

Há um ponto da alimentação aterrado e as demais massas são ligadas a


este através do condutor de proteção.

O condutor neutro e de proteção são distintos.


32

Figura 11: Configuração TN-S.

Fonte: CPN-SP (2005).

2.3.2.6.1.2 Configuração TN-C

Há um ponto da alimentação aterrado e as demais massas são ligadas a


este através do condutor de proteção.

O condutor neutro e de proteção são combinados em um único condutor.

Figura 12: Configuração TN-C.

Fonte: CPN-SP (2005).

2.3.2.6.1.3 Configuração TN-C-S

Há um ponto da alimentação aterrado e as demais massas são ligadas a


este através do condutor de proteção.

O condutor neutro e de proteção, em parte das instalações, são combinados


em um único condutor.
33

Figura 13: Configuração TN-C-S.

Fonte: CPN-SP (2005).

2.3.2.6.1.4 Configuração TT

Nesta configuração, segundo CPN-SP (2005), há um ponto da alimentação


diretamente aterrado, estando as massas da instalação ligadas a eletrodos de
aterramento eletricamente distintos do eletrodo de aterramento da alimentação.

Há duas configurações para este tipo de aterramento, conforme as figuras


abaixo.

Figura 14: Configuração TT.


34

Figura 15: Configuração TT 2.

Fonte: CPN-SP (2005).

2.3.2.7 Procedimentos específicos e notificações de serviço

Os serviços nas instalações devem ser executados seguindo um


procedimento elaborado por profissional habilitado que descreve passo a passo as
tarefas a serem desempenhadas quando da realização de serviços elétricos.
Anteriormente à execução do serviço deverá existir a notificação de serviço que tem
função documental, pois com ela o empregador toma conhecimento e registra várias
informações sobre o serviço, e também função de segurança, porque traz os
procedimentos de trabalho que foram adotados, data, local, etc.

2.3.2.8 Atribuição de responsabilidades

Atribuir responsabilidades é uma forma de controlar e punir o


descumprimento de algum item da norma e ter a quem direcionar a culpa legal.
Todas as recomendações e obrigações seguem o seguinte princípio de
responsabilidade: a empresa contratante tem culpa por escolher e não monitorar a
empresa contratada (que não cumpre a NR-10). Já o trabalhador tem a obrigação de
seguir os procedimentos aprendidos no treinamento, tornando o ambiente seguro
para si mesmo e para os demais. Ele deve ainda alertar os responsáveis quando
acreditar que existe uma situação ou condição de risco diante da qual não possa
tomar nenhuma providência para amenizá-la.
35

2.4 ACIDENTES DE TRABALHO NO BRASIL

Apesar da edição de normas regulamentando medidas preventivas a serem


adotadas na prevenção de acidentes de trabalho envolvendo eletricidade, ainda
ocorre negligência por parte das empresas e trabalhadores, os quais não cumprem a
norma, ocasionando, lamentavelmente, mortes, afastamentos e prejuízos
econômicos.

Com o objetivo de salientar a importância de um maior controle e


fiscalização do cumprimento das medidas da NR-10, foi realizada uma análise
estatística que tem como fonte os dados do Relatório 2009 – Estatísticas de
Acidentes no Setor Elétrico Brasileiro – elaborado pela Fundação COGE.

São dispostos a seguir os dados globais referente ao Relatório 2009:

Dados Globais

1 – Empresas 80

2 – Empregados Próprios 102.766

3 – Acidentados Típicos com Afastamento 781

4 – Empregados das Contratadas 123.704

5 – Acidentados Típicos com Afastamento das Contratadas 1.361

6 – Número Total de Clientes (Média Anual) 87.442.698

Tabela 1: Dados Globais – Relatório 2009 Fundação COGE

Fonte: Fundação COGE (2009).

2.4.1 Acidentes fatais

No ano 2009 foram registrados 355 acidentes fatais no setor elétrico,


36

englobando acidentes com a população, com empregados próprios das empresas e


empregados das contratadas, mostrados na figura 16.

Figura 16: Acidentes Fatais no Setor Elétrico em 2009.

Fonte: Fundação COGE (2009).

Na figura 17 nota-se que na progressão histórica, o número de acidentes


fatais com empregados das contratadas sempre superou os acidentes com
empregados próprios das empresas.

Figura 17: Número de Acidentes Fatais por Ano.

Fonte: Fundação COGE (2009).


37

2.4.2 Histórico das Taxas de Acidentados

O gráfico que segue (figura 18) obtido do Relatório 2009 elaborado pela
Fundação COGE mostra a taxa de frequência e de gravidade para os acidentes
ocorridos com empregados próprios das empresas do setor elétrico.

Fica evidenciado que desde o início da coleta dos dados, em 1977, ambas
as taxas vem caindo, atingindo seu menor valor em 2009. Isto pode ser indício de
que as empresas estão se preocupando mais com medidas de prevenção de
acidentes do trabalho. Cabe ressaltar que mesmos que os acidentes ocorram, terão
menor gravidade devido à adoção dessas medidas.

Figura 18: Histórico das Taxas de Acidentados do Setor – Empregados Próprios.

Fonte: Fundação COGE (2009).

2.5 FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO NO BRASIL

Segundo Faria (2008), a fiscalização quanto ao cumprimento da NR-10, da


NR-6 e das demais normas regulamentadoras é responsabilidade da
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).
38

Dados do Ministério do Trabalho e Emprego revelam que o número de


auditores fiscais do trabalho cresceu desde 2006 enquanto o número de empresas
fiscalizadas diminuiu a partir de 2005, como visto na figura 19.

Figura 19: Total de AFT e Nº de Empresas Fiscalizadas.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (2011).

Conquanto se pudesse afirmar que houve uma melhora, tomando-se os


dados de 2010 obtemos que, em média, cada AFT ficou responsável pela
fiscalização de 83 empresas, um número expressivo.

Enquanto a População Economicamente Ativa (PEA) do País saltou de 63


milhões em 1998 para os 95 milhões atuais, o número de auditores fiscais
responsáveis pela avaliação da segurança do trabalho caiu de cinco mil
para três mil neste mesmo período. Em contrapartida, a quantidade de
auditores fiscais que atuam pela Receita Federal saltou de seis de mil, em
1998, para os 15 mil atuais.
O que revela uma forte demanda da busca de recursos financeiros e uma
queda no investimento nas condições de trabalho. “Os números apontam
uma precarização da fiscalização do trabalho no País”, reclama o
engenheiro eletricista e de segurança do trabalho, Joaquim Gomes Pereira,
do DRT (FARIA, 2008).

É necessário aumentar a fiscalização sobre as condições do trabalho, e isso


deve refletir no aumento do quadro de pessoal da SRTE.
39

2.5.1 Prazo de cumprimento da NR-10

Com a alteração da redação da NR-10, vieram juntos prazos para o


cumprimento de seus itens e subitens:

 Imediato: Habilitação dos profissionais.

 Prazo de seis meses: (até junho/2005):

1. Projetos especificando dispositivos de desligamento de circuitos que


possuam impedimento de reenergização e adoção de aterramento
temporário;

2. Exigência de certificação de componentes das instalações elétricas de


ambientes com atmosferas explosivas.

 Prazo de nove meses: (até setembro/2005):

1. Esquemas Unifilares atualizados;

2. Especificações do sistema de aterramento e dos dispositivos de


proteção;

3. Procedimentos para que os serviços em instalações energizadas em


AT e em sistemas de potência não sejam realizados individualmente;

4. Certificados de testes ou ensaios periódicos em laboratórios dos


equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou equipados com
materiais isolantes destinados ao trabalho em AT ( acima de 1000 Volts);

5. Procedimentos/ Métodos de resgates padronizados adequados a sua


atividade.

 Prazo de doze meses: (até dezembro/2005):

1. Uso de vestimentas apropriadas para cada atividade;

2. Elaboração do Memorial descritivo do projeto.


40

 Prazo de dezoito meses: (até junho/2006): Elaboração e manutenção/


atualização do Prontuário de Instalações Elétricas para Empresas com carga
instalada superior a 75 kW.

 Prazo de vinte e quatro meses: (até dezembro/2006):

1. Treinamento de Segurança de todos os trabalhadores Autorizados;

2. Elaboração de procedimentos de trabalho específicos e Padronizados.

É possível notar que, apesar do prazo para adequação à NR-10 ter se


esgotado há muito tempo, ainda existe um grande número de instalações elétricas
não conformes com a referida norma.

2.6 COMENTÁRIOS SOBRE AS ESTATÍSTICAS ACIDENTÁRIAS E DE


FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO

Com base nas estatísticas apresentadas, nota-se que no Brasil ainda ocorre
negligência quanto às medidas de controle e sistemas preventivos de modo a evitar
acidentes de trabalho. Os dados estatísticos já são alarmantes, contudo a realidade
tende a ser muito pior, uma vez que casos de óbito nem sempre são dados como
causa a eletricidade. Por exemplo, uma pessoa que tomou um choque elétrico e
tenha uma parada cardíaca, terminando por falecer; nesse caso, poder-se-á
diagnosticar como causa da morte a parada cardíaca, não o choque elétrico.

A fiscalização também necessita de maior contingente, para que se possa


verificar com maior rigidez o atendimento às normas regulamentadoras, como a NR-
10, de modo a prevenir acidentes relacionados à eletricidade.

2.7 FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES

A Norma Regulamentadora Nº 28 – Fiscalização e Penalidades – trata da


fiscalização das demais normas regulamentadoras e as penalidades a serem
aplicadas.
41

Segundo a NR-28, o agente da inspeção do trabalho deverá lavrar o


respectivo auto de infração à vista de descumprimento dos preceitos legais e/ou
regulamentares contidos nas Normas Regulamentadoras urbanas e rurais (...).

2.8 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Com o intuito de analisar as instalações do prédio e produzir o correto laudo


perante o que se encontra instalado, será usado o método “Checklist”, comparando
o que existe em campo, descritivos e projetos com as exigências normativas. Assim,
faz-se necessário detalhar o tema de projetos e instalações elétricas ao mesmo
tempo que se mostra os principais pontos que tangem as NBRs e a NR-10.

2.8.1 Requisitos de projeto em uma instalação elétrica

A NR-10 determina que o projetista de instalações elétricas deva atender,


além da NR-10, as demais Normas Regulamentadoras. Aliás, esta
obrigação já existia pelo Código de Defesa do Consumidor, Lei Nº 8.078 de
11 de setembro de 1990, que no Art. 39 inciso VIII determina que é vedado
ao fornecedor de produtos ou serviços colocar, no mercado de consumo,
qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos
órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela
Associação de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial –
Conmetro. (Cunha, 2010).

Segundo a ABNT- NBR 5410, uma instalação elétrica deve ser executada a
partir de um projeto específico o qual é formado, no mínimo, por plantas, esquemas
(unifilar elétrico e demais se necessário), detalhes de montagem (quando
necessário), memorial descritivo e especificação dos componentes que em alguns
casos é incluído junto com o memorial descritivo. Também se deve incluir como
parte do projeto elétrico específico, o memorial de cálculos e o orçamento de gastos.

2.8.1.1 Detalhes de um projeto elétrico

As plantas ou projetos, além de exibir detalhes arquitetônicos e estruturais,


trarão mais detalhes sobre o local dos medidores, os quadros de cargas e
principalmente os diagramas unifilares elétricos, também chamados de esquema
42

unifilar.

Segundo Niskier (2000), o memorial descritivo irá especificar os materiais


que serão empregados, detalhes de normas e métodos utilizados na execução do
serviço, e indicará quais serviços realizar. Neste documento devem constar as
descrições de proteções e segurança, detalhes normativos de entrada e padrões
construtivos requeridos por concessionárias de energia e demais descrições que se
julgue relevante.

O memorial de cálculos irá mostrar o levantamento de cargas da instalação,


além dos cálculos realizados para definir condutores, bitolas, tipo de fornecimento e
outros.

Por fim, a etapa do orçamento traz uma estimativa de quantidades de


equipamentos necessários e também o custo envolvido.

2.8.1.2 Memorial descritivo segundo NR-10

Após a definição já citada de um memorial geral, cabe comentar sobre os


requisitos para a elaboração de um memorial descritivo de acordo com a NR-10.
Segundo ela, no mínimo, o memorial deve:

 Especificar as proteções contra choques, queimaduras e outros riscos;

 Indicar a posição dos dispositivos de manobra com as cores verde para


desligado e vermelho para ligado;

 Detalhar o sistema de identificação de circuitos elétricos;

 Citar as restrições e advertências de acesso de pessoas às áreas com


componentes que tragam riscos;

 Descrever o princípio funcional dos dispositivos de proteção;

 Descrever sobre a compatibilidade entre os dispositivos de proteção e a


43

instalação em si;

2.8.1.3 Detalhes de projeto presentes na NR-10

Em adição aos itens acima, existem outros relacionados com projetos


elétricos na seção 10.3 – Segurança em Projetos da Norma. Nesta seção
encontram-se detalhes de cunho legal e requerimentos sobre os dispositivos de
proteção, sinalização, espaços e distâncias, e aterramento relacionados a uma
instalação.

Obrigações quanto ao dimensionamento, localização dos componentes de


uma instalação e as relações com as influências externas são ponderadas na NR-
10. Tal item trata do chamado espaço seguro onde se deve atentar e garantir que o
projeto futuro ou existente, tenha espaço suficiente para realizar, de forma segura e
cômoda, os serviços de operação e manutenção e também espaço tanto para
instalação inicial quanto para futura troca de componentes.

Ainda nesta seção, é tratada a previsão das condições de adotar o


aterramento temporário com o uso de conexões e terminais ligado ao eletrodo de
aterramento, facilitando a instalação temporária, usada próxima a transformadores e
em instalações em alta tensão. Recomenda-se projetar, quando necessário e se
tecnicamente viável, dispositivos de seccionamento que equipotencialize e aterre o
circuito seccionado. Assim, economiza-se tempo e improvisos são evitados.

Aborda-se também um ponto muito importante informando que os projetos


devem ser mantidos atualizados e ao alcance das pessoas autorizadas e das
autoridades, assim evita-se manobras erradas e acidentes causados por desenhos
não condizentes com a realidade. Como já citado, também é mostrada a
necessidade do projeto seguir o que dispõem as demais Normas Regulamentadoras
de Saúde e Segurança do Trabalho (por exemplo, NR-6 – EPIs, NR-28, NR-17 –
Ergonomia, etc) e as regulamentações técnicas (no caso estudado: NBR 5410, NBR
5419 – Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas e NBR-13570 –
Instalações Elétricas em locais de afluência de público - Requisitos Específicos).
Além disso, o projeto deverá ser assinado por profissional legalmente habilitado.
44

Por fim, deve-se buscar projetar uma instalação observando-se as posições


de trabalho, disposições de equipamentos e nível de iluminação adequado (bem
como outros itens tratados na NR-17 – Ergonomia) de forma a proporcionar maior
desempenho, conforto e segurança para os usuários e trabalhadores.

2.8.2 Prontuário de instalações elétricas

Os estabelecimentos com carga instalada acima de 75 kW devem, por


norma, criar o prontuário de instalações elétricas que é uma compilação de vários
outros documentos como o aterramento da instalação, inspeções, especificação de
equipamentos, etc.

2.8.3 Considerações sobre uma instalação anterior à NR-10

As instalações elétricas, inclusive as antigas, devem atender todos os itens


prescritos na NR-10. Há casos nos quais o que existe nos projetos não é o que se
encontra em campo. Por isso, é fundamental que o engenheiro que gerencia os
documentos e projetos exija que qualquer modificação na instalação seja repassada
para todos os documentos relacionados, criando projetos como construído,
usualmente chamados de “as built”.
45

3 ESTUDO DE CASO

No presente estudo de caso, serão analisados os itens e subitens da NR-10


sob o escopo de apontar as não-conformidades encontradas nas instalações
elétricas em baixa tensão de salas do campus Politécnico da Universidade Federal
do Paraná.

3.1 ESTRATÉGIA

Empregou-se como estretégia de trabalho no estudo de caso, a coleta de


evidências através de fotografias dos espaços que continham instalações elétricas
com pontos críticos para que fosse possível identificar as inadequações.
Baseado nas não-conformidades encontradas, será apontada uma ação
corretiva a ser tomada com base na NR-10.

3.2 CHECKLIST DOS ITENS DA NR-10 UTILIZADO PARA


VERIFICAÇÃO DE CONFORMIDADE

Utilizou-se a tabela abaixo na verificação de conformidade e não-


conformidade das instalações e serviços elétricos prestados no prédio em análise.
Itens da NR-10 que não se aplicam ao caso foram subtraídos, quais sejam:

 10.7 e subitens – não serão analisadas as instalações em alta tensão;

 10.2.4 „f‟, 10.8.8.4, 10.9.4, 10.9.5 – não há áreas classificadas;

 10.2.5 e subitem – as instalações não integram o Sistema Elétrico de


Potência.

 10.9.2 – não há ambiente explosivo;

 10.9.3 – não há tais equipamentos geradores de eletricidade estática.


46
47

Tabela 2: Checklist Conformidade-Infração da NR-10.

Fonte: Desconhecida e com alterações.

Onde C.I. é a Classificação da Infração segundo a NR-28 e A.C. a Avaliação


de conformidade.

São 106 itens e subitens passíveis de multa, sendo que este trabalho terá
como escopo 87 itens, devido à não-aplicabilidade de alguns conforme mostrado
48

anteriormente.

Decidiu-se posteriormente que o item 10.13.3 não se aplicaria ao caso, pois


a empresa terceirizada presta serviços à UFPR há apenas 6 meses, não tendo
ocorrido acidentes com eletricidade neste período. O mesmo foi decidido quanto ao
item 10.14.1, pois não há relato de algum trabalhador ter invocado o direito de
recusa.

3.2.1 Porcentagem de conformidades à NR-10

O escopo se restringiu dos 87 itens iniciais para 85, sendo que apenas 12
itens encontraram-se em conformidade com a NR-10. Temos assim a seguinte
porcentagem de atendimento à norma regulamentadora:

Conformidades = 12 / 85 = 14%

3.3 LAUDO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E SERVIÇOS


TERCEIRIZADOS

A partir da S.E. UFPR, o prédio que contém as salas recebe a energia em


nível de tensão 13,8 kV e conta com uma entrada de força trifásica do tipo aérea que
é convertida para baixa tensão (220/127 V) por 3 transformadores a óleo tipo ONAF
e estrela aterrado Dy1. Um destes transformadores alimenta o quadro de
distribuição das salas, as quais serão o objeto de nossa análise.

3.3.1 Locais Verificados

A seguir são relacionados os locais inspecionados para verificação de


conformidade:

a) Quadro de distribuição;

b) Cabos e conexões;
49

c) Eletrocalhas e canaletas;

d) Tomadas.

3.3.3 Inspeções em campo

3.3.3.1 Quadro de distribuição X

Figura 20 (esquerda): Quadro de distribuição.

Figura 21 (direita): Quadro de distribuição II.

Fonte: Material Próprio.

Não há documentação referente ao Quadro de Distribuição (diagrama


unifilar, memorial descritivo, etc), sendo necessário confeccioná-la e mantê-la à
disposição dos trabalhadores e autoridades competentes.

A iluminação no local é precária e a posição a posição de trabalho para se


realizar inspeção e manutenção no quadro não é adequada, pois a porta de acesso
não permite fácil visualização dos componentes elétricos contidos em seu interior.
50

Os circuitos não são identificados, podendo gerar manobras inseguras. Faz-


se necessário identificar os circuitos e também o próprio Quadro de Distribuição.

No apêndice A encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.

3.3.3.2 Tomadas e fiação das bancadas

Figura 22 (esquerda): Tomada da bancada.

Figura 23 (direita): Tomada da bancada II.

Fonte: Material Próprio.

Figura 24: Fiação da Bancada.

Fonte: Material Próprio.

Há tomadas com o invólucro derretido, ocasionando riscos para os usuários


das instalações.
51

A fiação possui emendas aparentes e há também condutores desencapados


expostos nas bancadas.

Os microscópios ligados nestas tomadas possuem carcaça metálica,


devendo ser aterrados, porém não há pino de aterramento nas tomadas.

No apêndice B encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.

3.3.3.3 Eletrocalhas e canaletas

Figura 25 (esquerda): Eletroduto.

Figura 26 (direita): Eletrocalha.

Fonte: Material Próprio.

A fiação está solta, não protegida por canaletas, podendo ocasionar queda
dos usuários do laboratório; a eletrocalha não está bem afixada.

É necessário realizar inspeções e manutenções periódicas, para que as


instalações mantenham-se adequadas.

No apêndice C encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.


52

3.4 Prontuário de Instalações Elétricas

3.4.1 Documentação das Inspeções do sistema de proteção contra


descargas atmosféricas e aterramento elétrico

Não são realizadas inspeções no SPDA, assim não é possível saber o


estado em que se encontra.

Não são feitas medições no sistema de aterramento para averiguar a


resistência de terra e sua continuidade.

No apêndice D encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.

3.4.2 Documentação da capacitação, habilitação, qualificação e


autorização dos trabalhadores, de EPIs e EPCs

Não são feitos testes de isolação nos EPIs e EPCs e não há documento com
suas especificações.

Não foram encontradas documentações que comprovassem a realização de


treinamento de segurança específico conforme a NR-10 pelos eletricistas.

No apêndice E encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.

3.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA

Não há procedimento com os passos a serem realizados na desenergização


das instalações e equipamentos ou então a justificativa para a omissão de algum
dos passos descritos na NR-10.
53

O aterramento não é inspecionado.

No apêndice F encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.

3.6 MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Não se fez o cálculo da energia incidente nos painéis em BT, não sendo
possível especificar o tipo de vestimenta adequada a ser usada pelos eletricistas.

Flagrou-se um trabalhador com vestimentas rasgadas.

No apêndice G encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.

3.7 SEGURANÇA EM PROJETOS

São utilizados dispositivos antigos de seccionamento, os quais não impedem


a reenergização acidental e também não mostram a condição operativa.

Não há projeto elétrico de grande parte das instalações elétricas.

Condições estabelecidas na NR-17 – Ergonomia não são respeitadas,


colocando o trabalhador em uma posição desconfortável.

No apêndice H encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.

3.8 SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO, MONTAGEM, OPERAÇÃO E


MANUTENÇÃO

Encontrou-se locais de serviços elétricos utilizados como depósito de


materiais, o que é expressamente proibido pela NR-10.
54

As instalações não são inspecionadas periodicamente.

No apêndice I encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.

3.9 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DESENERGIZADAS

Não há procedimento formalmente constituído para se realizar a


desenergização e reenergização das instalações e equipamentos, gerando risco de
choque elétrico.

Obs.: Segundo a NR-10 (2004), as medidas de desenergização e


reenergização podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas, em
função das peculiaridades de cada situação, por profissional legalmente habilitado,
autorizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que seja
mantido o mesmo nível de segurança originalmente preconizado.

No apêndice J encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.

3.10 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS

Como não são seguidos todos os passos descritos na NR-10 para se


realizar a desenergização, as instalações são consideradas como se energizadas
fossem para fins de segurança. Contudo, os trabalhadores não atendem ao item
10.8 da norma, não possuindo treinamento de segurança.

Obs.: Trabalhadores em baixa tensão necessitam apenas do treinamento


básico do Anexo II da NR-10.

No apêndice K encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.


55

3.11 HABILITAÇÃO, QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO E


AUTORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES

Não há documentação comprovando a capacitação, qualificação ou


autorização dos eletricistas que realizam a manutenção nas instalações.

Não existe um sistema de identificação que indique a abrangência da


autorização dada aos trabalhadores.

No apêndice L encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.

3.12 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E EXPLOSÃO

Não há saídas de emergência para rápida evacuação dos trabalhadores e


estudantes.

No apêndice M encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.

3.13 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

Não há sinalização que permita identificar de forma clara os dispositivos de


comando, manobra e proteção.

Nem todos os locais de acesso restrito são sinalizados com placas.

No apêndice N encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.

3.14 PROCEDIMENTOS DE TRABALHO

Como comentado anteriormente, não há procedimento específico para


56

realização de desenergização e reenergização de equipamentos e instalações


elétricas, assim como não há qualquer outro procedimento de trabalho formalmente
constituído.
Não há definição formal de quem será o supervisor do grupo de trabalho.

No apêndice O encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.

3.15 SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

O campus não possui brigada de emergência, muito menos um plano de


emergência contendo as ações a serem tomadas relativas às instalações elétricas.
Como nem todos eletricistas possuem treinamento de segurança, a
prestação dos primeiros socorros está comprometida.

No apêndice P encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.

3.16 RESPONSABILIDADES

Não há orientação formal aos eletricistas sobre os riscos a que estão


expostos e as medidas de controle adotadas para mitigá-los.

No apêndice Q encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.

3.17 DISPOSIÇÕES FINAIS

Não há acessibilidade à documentação de que trata a NR-10.


No apêndice R encontram-se maiores detalhes sobre as não-conformidades.
57

3.18 COMENTÁRIOS GERAIS SOBRE O ESTUDO DE CASO

Durante a realização do trabalho foram obtidas algumas informações


relevantes sobre o Campus Politécnico, quais sejam:

 Há cinco eletricistas da empresa terceirizada para realizar a manutenção;

 O trabalhador terceirzado responsável pelos eletricistas não tinha certeza


qual a norma regulamentadora aplicada aos serviços em eletricidade (NR-10);

 Há dois Engenheiros de Segurança do Trabalho e dois Técnicos de


Segurança do Trabalho que fazem parte do quadro de pessoal da UFPR;

 Não há brigada de incêndio.

Quanto a não-adequação das instalações e serviços em eletricidade,


podemos resumí-los da seguinte maneira:

 Não há grande parte da documentação;

 Ainda há trabalhadores que não possuem treinamento de segurança


específico básico;

 Há falta de investimento em materiais e mão-de-obra, e isso impossibilita a


realização de inspeções periódicas, manutenções preventivas e
readequações necessárias.

 Apesar de algumas instalações recentemente reformadas já estarem


adequadas conforme NR-10, existem outros locais do campus que precisam
de correções.

 Esta norma não é devidamente divulgada dentro do campus.


58

3.19 IMPLICAÇÕES JUDICIAIS DEVIDO A DESCUIDOS E


OMISSÕES

Em um acidente de trabalho ocorrido em instalações elétricas residenciais,


comerciais ou industriais que não estejam conforme NR-10 e a culpa seja direta ou
indiretamente do trabalhador, sempre existirá um precedente para ações judiciais
movidas por funcionários acompanhadas de indenizações com valores elevados. No
caso de acidentes fatais o problema é muito maior, pois o responsável pode
responder civil e legalmente por homicídio, independente de culpa.

Não cabe ao presente trabalho julgar e condenar as instalações elétricas,.


Contudo, pode-se dizer que tal situação poderá trazer gastos elevados,
arrependimento e constrangimento.
59

4 CONCLUSÃO

Após o estudo, dedicação e esforço despendidos na análise de parte das


instalações e execuções de serviços em BT no campus da Universidade Federal do
Paraná, se pode afirmar que o trabalho atingiu os objetivos específicos inicialmente
propostos. Assim, o checklist apontando as não-conformidades foi realizado com
sucesso e a partir dessa análise chegou-se ao valor de 86% de não-conformidades.

As propostas de ações corretivas para as não-conformidades constam nesse


documento e estão descritas na forma de recomendações que, juntamente com os
resultados obtidos, serão divulgadas às autoridades competentes para que se tome
conhecimento dos problemas apontados.

Muito deve ser feito para alterar o grande número não-conformidades à NR-
10 e contribuir com a melhoria nas questões de saúde e segurança da Universidade
Federal do Paraná, logo o desenvolvimento de trabalhos seguindo esta temática se
fazem necessários. Alguns exemplos de temas relacionados com esse trabalho são
os seguintes: levantamento de custo para realizar tais adequações, melhor forma ou
a metodologia a ser empregada em um projeto de readequações em todo o campus,
elaborar um plano de ação que assegure a realização segura dos serviços elétricos
por parte dos funcionários terceirizados.
60

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410 - Instalações


elétricas de baixa tensão - Março 2005.

BATISTA, Admir N. Segurança no Trabalho em Redes Elétricas e suas


Proximidades. Trabalho de Conclusão de Curso. Engenharia Civil. União Dinâmica
de Faculdades Cataratas (UDC). Foz do Iguaçu, 2008.

CPN-SP - COMISSÃO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAÇÃO DO SETOR


ELÉTRICO NO ESTADO DE SÃO PAULO. Curso básico de segurança em
instalações e serviços em eletricidade. Rio de Janeiro, 2005.

CUNHA, João G. Norma Regulamentadora Nº 10 – Segurança em instalações e


serviços em eletricidade – Comentada. São José dos Campos, 2010.

DIAGNERG. NR-10 Histórico. São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.diagn


erg.com.br/?kurole=nr10>. Acesso em: 27 de março de 2011.

FARIA, Nara. Portal Lumière. NR-10 e NR-6: o desafio da consolidação. São Paulo,
2008. Disponível em: <http://www.revistalumiere.com.br/index.php?strAre
a=noticias&id=8679&campo=Busca&campo2=>. Acesso em: 29 de março de 2011.

MIRANDA JR., Luiz C. de. Com que roupa? Propriedades específicas nas
vestimentas garantem conforto e segurança aos eletricistas. Revista Proteção, ed.
192, 2007.

MACINTYRE, Archibald J., NISKIER, Julio. Instalações Elétricas. 4 ed. Editora


LTC, 2000.

PEREIRA, Joaquim Gomes. Nova NR-10 – Segurança em serviços e instalações


elétricas. São Paulo, 2005. Disponível em: <http://www.saudeetrabalho.com.br/do
wnload/nova-nr10.pdf>. Acesso em: 27 de março de 2011.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado, 1988.

CODAGE, Universidade de São Paulo. Procedimento de segurança para trabalhos


de manutenção. Disponível em: < http://www.usp.br/codage/files/circ015anexo2-drh-
ago-2010.pdf>. Acesso em: 27 de abril de 2011.

COSTA, Paulo F. 6° Encontro Sênior de Engenharia Elétrica. Mini-curso: Arco


Elétrico. Belo Horizonte, 2010. Disponível em: <http://www.seniorengenharia.com.br
61

>. Acesso em: 22 de abril de 2011.

FUNDAÇÃO COGE. Estatísticas de acidentes no setor elétrico brasileiro. Relatório


2009. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em:
<http://www.funcoge.org.br/csst/relat2009/>. Acesso em: 28 de março de 2011.

ISO ONLINE. ISO 9001. Campinas, 2011. Disponível em:


<http://certificacaoiso.com.br/iso-9001/>. Acesso em: 01 de maio de 2011.

LOBÃO, Elidio de C.; LOURENÇO, Heliton. Segurança no trabalho: análise das


alterações propostas na revisão da nr-10, 2008.

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Anuário Estatístico da Previdência Social


2009. Disponível em: <http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinami
co.php?id=989>. Acesso em: 29 de março de 2011.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Gabinete do Ministro. Portaria nº 598,


de 07 de dezembro de 2004 – Altera a a Norma Regulamentadora n.º 10 que trata
de Instalações e Serviços em Eletricidade. Diário Oficial da República Federativa do
Brasil, Brasília, 2004. p. 74 – 77.

_______. Gabinete do Ministro. Portaria n.º 3214, de 08 de junho de 1978. Norma


Regulamentadora NR-28. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília,
1978.

_______. Inspeção do Trabalho. Fiscalização do Trabalho. QUADRO


COMPARATIVO DA FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO 2003 a 2011. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A2E7311D1012EECF904B777B3/
Resultados%20da%20Fiscaliza%C3%A7%C3%A3o%20-%202003%20-%202011
%20atualizado%20at%C3%A9%20fevereiro.pdf>. Acesso em: 29 de março de 2011.

RACHADEL, Jayme P., Segurança em instalações e serviços em eletricidade.


Apostila TE106 – NR10. UFPR.

WIKIPEDIA. Cronologia da Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho no Brasil.


Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Cronologia_da_Legisla%
C3%A7%C3%A3o_de_Seguran%C3%A7a_e_Sa%C3%BAde_no_Trabalho_no_Bra
sil> Acesso em: 27 de março de 2011.
62

APÊNDICE A – Irregularidades no quadro de distribuição X

Item da Irregularidade
Recomendações
NR-10 Observada
Necessidade de criação do diagrama unifilar
Não há diagrama unifilar do contendo a identificação dos componentes do
QDG; não existe documento QDG de modo que a correspondência entre o
10.2.3 com as especificações do diagrama e os circuitos do quadro possa ser
sistema de aterramento e facilmente realizada. Deverá também ser
dispositivos de proteção. especificado o sistema de aterramento e os
dispositivos de proteção.

Porta do armário que


Deverá ser mudada a posição do QDG ou da
antecede o QDG não
porta, de forma que se possa ter acesso direto ao
10.3.3 possibilita seu amplo acesso
quadro de distribuição para sua operação e
o que dificulta verificações e
manutenção.
reparos.

Confecção do projeto elétrico relativo ao QDG e


Não há disponibilização da
anexação junto a sua porta para fácil acesso aos
10.3.7 documentação relacionada
que necessitarem durante operações ou
com o QDG.
manutenções.

Não há disponibilização da Confecção do projeto elétrico relativo ao QDG, de


10.3.8 documentação relacionada acordo com NBRs e NRs pertinentes, e ser
com o QDG. assinado por profissional legalmente habilitado.

Confecção do memorial descritivo contendo:


especificações da proteção adotada contra
choques elétricos; indicação de posição dos
dispositivos de manobra (“verde” - desligado;
“vermelho” - ligado); descrição do sistema de
Não há memorial descritivo identificação dos dispositivos elétricos;
10.3.9
do QDG. recomendações a cerca da restrição de acesso
de pessoas à instalação; precauções aplicáveis
em face de influências externas; princípio
funcional do dispositivo de proteção; descrição da
compatibilidade do dispositivo de proteção com a
instalação elétrica.

A iluminação do local é
É necessária a revisão do projeto luminotécnico
inadequada e não se tem
do local onde se situa o QDG, para encontrar
fácil alcance e visualização
10.3.10 uma iluminação ótima e deve-se mudar a posição
do QDG devido à má
do quadro, de modo que possibilite ao trabalhador
localização da porta de
operar em uma posição segura e confortável.
acesso.

O quadro de distribuição não Expedir autorização formal aos eletricistas para


10.4.1 é reparado e inspecionado executarem intervenções nas instalações
por profissional autorizado. elétricas.
63

Quadro de distribuição está Instalação de um espelho de policarbonato que


com os barramentos evite o contato direto com o barramento; limpeza
expostos e com muita poeira, dos componentes do quadro; verificar se as
além de apresentar emendas conexões estão bem feitas nas emendas e bem
10.4.4
na fiação; não há isoladas; organizar circuitos; agendar
manutenção constante de manutenção constante de modo a manter as
modo a manter condições instalações em condições seguras de
seguras de funcionamento. funcionamento.

Revisão do projeto luminotécnico do local onde se


10.4.5 Iluminação não adequada.
situa o quadro de distribuição.
Não existe a sinalização para
Identificar os circuitos por meio de etiquetas na
identificação dos circuitos do
parte de cima da placa de policarbonato, afixar
QDF, restrições de acesso e
restrições de acesso e risco de choque, além de
delimitações de área
10.10.1 delimitar áreas próximas e afixar placas
próximas ao quadro; a face
sinalizando restrições de acesso; pintar a face
interna do quadro não é
interna de laranja de modo a sinalizar uma caixa
pintada de laranja, como
contendo dispositivos elétricos.
recomenda a norma.

Tabela 3: Irregularidades Quadro de distribuição.

Fonte: Material Próprio.


64

APÊNDICE B - Irregularidades nas tomadas e fiação das bancadas

Item da Irregularidade
Recomendações
NR-10 Observada
Não há o diagrama unifilar
atualizado especificando Elaborar o diagrama unifilar completo, atualizado
10.2.3
aterramento e outros e já com adequações NR-10.
dispositivos de proteção.

Não há aterramento das Trocar o padrão de tomadas e projetar o condutor


10.2.8.3
tomadas. de aterramento para tal.
Não existe projeto de Deve-se definir o tipo de aterramento e elaborar
10.3.4
aterramento. seu projeto.

Não existe qualquer projeto


relacionado com o circuito e Deve-se elaborar o diagrama elétrico atualizado
10.3.7
isso dificulta manutenções e dos circuitos relacionados.
ações corretivas.

Não há disponibilização da Confeccionar um projeto elétrico de acordo com


10.3.8 documentação relacionada NBRs e NRs pertinentes, assinado por
com esta tomada. profissional legalmente habilitado.
Confecção do memorial descritivo contendo:
especificações da proteção adotada contra
choques elétricos; indicação de posição dos
dispositivos de manobra (“verde” - desligado;
“vermelho” - ligado); descrição do sistema de
identificação dos dispositivos elétricos;
10.3.9 Não há memorial descritivo.
recomendações acerca da restrição de acesso de
pessoas à instalação; precauções aplicáveis em
face de influências externas; princípio funcional
do dispositivo de proteção; descrição da
compatibilidade do dispositivo de proteção com a
instalação elétrica.
Tomada com invólucro
Necessidade de reparo da tomada e readequação
derretido pode trazer risco de
10.4.1 aos novos padrões de tomadas conforme NBR-
choque aos trabalhadores e
14136.
usuários.
Exposição de condutores
desencapados na bancada,
Deve-se fazer a manutenção da fiação e
permitindo contato direto e
10.4.4 isolamento dos condutores. Trocar a tomada por
risco de choque elétrico.
outro modelo mais moderno.
Fiação com emendas e
tomada corroída.
Falta de sinalização dos Sinalizar se as tomadas são 127V ou 220V, por
10.10.1 circuitos quanto a tensão de exemplo, instalando tomadas das cores
trabalho. correspondentes.

Tabela 4: Irregularidades Tomadas e fiação das Bancadas.

Fonte: Material Próprio


65

APÊNDICE C - Irregularidades nas eletrocalhas e canaletas

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
Não existe o digrama unifilar
atualizado especificando Elaborar o diagrama unifilar completo,
10.2.3
aterramento e outros dispositivos atualizado e já com adequações NR-10.
de proteção.

Trocar o padrão de eletrocalhas (modelos


Não existe o aterramento nas
10.2.8.3 com furações facilitam a ventilação) e definir
eletrocalhas.
o condutor de aterramento.
Deve-se definir o tipo de aterramento e
10.3.4 Não existe projeto de aterramento.
elaborar seu projeto.
Não existe qualquer projeto
relacionado com o circuito e isso Deve-se elaborar o diagrama elétrico
10.3.7
dificulta manutenções e ações atualizado dos circuitos relacionados.
corretivas.

Não há disponibilização da Confeccionar um projeto elétrico de acordo


10.3.8 documentação relacionada com com NBRs e NRs pertinentes, assinado por
esta eletrocalha. profissional legalmente habilitado.
Confecção do memorial descritivo contendo:
especificações da proteção adotada contra
choques elétricos; indicação de posição dos
dispositivos de manobra (“verde” - desligado;
“vermelho” - ligado); descrição do sistema de
identificação dos dispositivos elétricos;
Não existe o memorial descritivo da
10.3.9 recomendações acerca da restrição de
instalação.
acesso de pessoas à instalação; precauções
aplicáveis em face de influências externas;
princípio funcional do dispositivo de
proteção; descrição da compatibilidade do
dispositivo de proteção com a instalação
elétrica.
O equipamento tem partes soltas
que podem trazer risco aos Necessidade de reparo e fixação da
trabalhadores e usuários. O fio eletrocalha. Fixação dos fios de forma
10.4.1
conectado a tomada encontra-se segura e fora do ambiente de circulação de
solto e pode trazer risco de choque pessoas.
elétrico.
Tomada padrão antigo que pode
Trocar a tomada por outro modelo mais
10.4.4 trazer situações inseguras durante
moderno, padrão NBR-14136.
a conexão elétrica.
Falta de sinalização dos circuitos Sinalizar se as tomadas são 127V ou 220V,
10.10.1 quanto a tensão de trabalho. por exemplo, instalando tomadas das cores
correspondentes.

Tabela 5: Irregularidades Eletrocalhas e canaletas.

Fonte: Material Próprio.


66

APÊNDICE D – Irregularidades em Documentação das inspeções do


SPDA e aterramento elétrico

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
Deve-se criar um conjunto de procedimentos
específicos, assinados por profissional
habilitado e que tragam detalhes técnicos e
Não há um conjunto de
de segurança. Os procedimentos de trabalho
procedimentos e instruções
devem conter, no mínimo, campo de
10.2.4 „a‟ técnicas para realizar trabalhos
aplicação, base técnica, competências e
específicos nas instalações
responsabilidades, disposições gerais,
elétricas.
medidas de controle e orientações finais.
Estes procedimentos também devem ter
participação do SESMT.

Não são realizadas inspeções no Verificar se o SPDA está de acordo com o


SPDA periodicamente, portanto o projeto e agendar inspeções periódicas de
10.2.4 „b‟
estado em que se encontra é forma a assegurar o bom estado dos
desconhecido. equipamentos e valores de medições.

Efetuar as medições de resistência de terra e


Não é possível saber se o continuidade para verificar se o aterramento
10.2.4 „b‟
aterramento está adequado. está adequado. A periodicidade das
inspeções é definida na NBR 5419.

Tabela 6: Documentação das Inspeções do SPDA e aterramento elétrico.

Fonte: Material Próprio.


67

APÊNDICE E – Irregularidades na Documentação da capacitação,


habilitação, qualificação e autorização dos trabalhadores, de EPIs e
EPCs

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
Não existe especificação formal e
O empregador, com ajuda de um profissional
documentada dos EPIs a serem
habilitado, deve especificar formalmente os
10.2.4 „c‟ usados. Não foi feita uma análise
EPIs para cada atividade e recomendar seu
de risco específica para cada
uso.
atividade.

Organizar os documentos, com cópias de


Não existe documentação que
diplomas e certificados que comprovem a
comprove a capacitação,
capacitação, qualificação e habilitação dos
10.2.4 „d‟ qualificação, habilitação ou
trabalhadores, bem como as instruções e
autorização dos trabalhadores no
autorizações formalmente dadas aos
seu local de trabalho.
trabalhadores.

Não existem documentos que Ensaiar os equipamentos periodicamente


10.2.4 „e‟ comprovem e controlem os testes conforme diz a norma relacionada ou o
de isolações em EPIs e EPCs. fabricante, e organizar os laudos técnicos.

Não existe um relatório técnico das


inspeções já realizadas nas Inspecionar as áreas, levantar pontos a
instalações elétricas com as serem corrigidos e elaborar um cronograma
10.2.4 „g‟ inconformidades encontradas, e para realizar as readequações. A
relacionadas as medidas de periodicidade das inspeções deve ser
controle de risco elétrico e com definida junto ao SESMT.
cronograma de adequações.

Tabela 7: Documentação da capacitação, habilitação, qualificação e autorização dos trabalhadores,


de EPIs e EPCs.

Fonte: Material próprio.


68

APÊNDICE F – Irregularidades em Medidas de proteção coletiva

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
Apenas alguns dos passos para
Deve-se criar os procedimentos de
chegar a desenergização são
desenergização e o profissional habilitado
seguidos; não existem
deve justificar porque não são executados
procedimentos sobre a realização
10.2.8.1 todos os passos de medidas de proteção
desta atividade; não há a
coletiva, e caso tenha que alterar alguns
autorização com a justificativa do
passos, deve manter o mesmo nível de
porque não são seguidos todos os
segurança que exige a NR-10.
passos.
O desligamento é feito, mas não há Deve-se criar os procedimento e o
procedimento formalmente profissional habilitado deve justificar porque
10.2.8.2 constituído que comprove que não são executados todos os passos de
todos os passos da NR-10 são medidas de proteção coletiva, e caso tenha
seguidos; não há a autorização que alterar alguns passos, deve manter o
com justificativa do porque não são mesmo nível de segurança que exige a NR-
seguidos todos os passos. 10.
O aterramento de todas as tomadas não é
O aterramento, onde existe, segue
feito, como recomenda a NBR 5410; também
10.2.8.3 os padrões da NBR 5410; este
é necessário realizar inspeções periódicas,
aterramento não é inspecionado.
com medição da resistência de terra.

Tabela 8: Medidas De Proteção Coletiva.

Fonte: Material Próprio.


69

APÊNDICE G – Irregularidades em Medidas de proteção individual

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
Não existe o cálculo de energia O profissional habilitado deve calcular a
incidente para painéis em BT após energia incidente dos locais citados na
10.2.9.2 transformadores abaixadores, irregularidade e recomendar o uso correto
QDGs e etc, assim não se das vestimentas observando requisitos de
prescreve determinada roupa para condutibilidade e inflamabilidade.
tais atividades.

Tabela 9: Medidas De Proteção Individual.

Fonte: Material Próprio.


70

APÊNDICE H – Irregularidades em Segurança em projetos

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
Encontraram-se instalações com Trocar os disjuntores e seccionadoras
dispositivos antigos que não principais destas e das demais instalações
10.3.1 impedem a reenergização acidental que permitam a reenergização acidental ou
e não mostram a condição especificar outro método que impeça e
operativa (QDG). mostre a condição operativa.

Encontraram-se instalações com Trocar os disjuntores e seccionadoras


dispositivos antigos que não principais dessas e demais instalações que
10.3.2 impedem a reenergização acidental permitem a reenergização acidental ou
(QDG). especificar outro método que impeça e
mostre a condição operativa.
Não há espaço seguro para É necessário instalar o painel do quadro de
manutenção e verificação das distribuição em local de fácil acesso, pois a
10.3.3 instalações elétricas (quadro de porta que o antecede não está corretamente
distribuição). alinhada.

Não existe documentação com Elaborar documentação detalhando o tipo de


detalhes do aterramento. aterramento utilizado, as interligações de
10.3.4 terra e neutro e partes que não devem
conduzir corrente.

Não são adotados dispositivos de Os projetos devem prever a adoção destes


seccionamento que proporcionem dispositivos de seccionamento que
10.3.5 equipotencialização e aterramento proporcionem equipotencialização, pois
deste circuito. facilitam a desenergização, prevenindo
utilização de soluções improvisadas.

Nem todos os projetos elétricos Necessidade de confeccionar o projeto


estão à disposição dos elétrico e deixá-lo a disposição dos
trabalhadores e autoridades trabalhadores e autoridades competentes; o
competentes, apenas os das projeto deve estar sempre atualizado. O
10.3.7
instalações readequadas. projeto deve conter, no mínimo, plantas,
esquemas unifilares, detalhes de montagem,
memorial descritivo, especificação dos
componentes e parâmetros de projeto.
Confecção do projeto elétrico relativo ao
Não há disponibilização da
QDG e demais instalações na mesma
documentação de projetos elétricos
10.3.8 situação, de acordo com NBRs e NRs
relacionados com o QDG e outros
pertinentes, e ser assinado por profissional
pontos das instalações.
legalmente habilitado.
71

Confecção do memorial descritivo contendo:


especificações da proteção adotada contra
choques elétricos; indicação de posição dos
dispositivos de manobra (“verde” - desligado;
“vermelho” - ligado); descrição do sistema de
identificação dos dispositivos elétricos;
Não há memorial descritivo do
10.3.9 recomendações a cerca da restrição de
QDG.
acesso de pessoas à instalação; precauções
aplicáveis em face de influências externas;
princípio funcional do dispositivo de
proteção; descrição da compatibilidade do
dispositivo de proteção com a instalação
elétrica.
Para a manutenção do quadro de Mover o local em que o painel está instalado,
distribuição, é necessário que o de forma a permitir fácil acesso e melhora na
trabalhador opere em uma posição iluminação de seus componentes.
10.3.10 não muito confortável devido à
posição em que o painel elétrico se
encontra.

Tabela 10: Segurança Em Projetos.

Fonte: Material Próprio.


72

APÊNDICE I – Irregularidades em Segurança na construção, montagem,


operação e manutenção

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
As instalações não são Inspecionar as instalações e certificar que o
inspecionadas e não há certeza se inspetor é formalmente autorizado a executar
10.4.1
o responsável é formalmente essa atividade, devendo possuir treinamento
autorizado. de segurança específico, conforme a NR-10.
Não existe a inspeção seguindo Obter informações sobre tempos e formas de
recomendações de normas ou ensaios para os EPIs e EPCs com
10.4.3.1 fabricantes nos dispositivos com isolamento em normas e catálogos de
isolantes. fabricantes.

As instalações não são Inspecionar periodicamente as instalações e


inspecionadas periodicamente, levantar correções e melhorias a serem
10.4.4 para verificação de sua segurança aplicadas.
e conformidade com as normas e
regulamentos vigentes.

Os locais de serviços Proibir o armazenamento de equipamento ou


elétricos, assim como caixas que materiais dentro de painéis elétricos e/ou
armazenam dispositivos elétricos áreas elétricas.
10.4.4.1 algumas vezes são utilizados para
fins de depósito de quaisquer
objetos (inclusive materiais
elétricos.
Conforme mostrada nas fotos Revisão do projeto luminotécnico desses
anteriormente, existem casos com locais e revisão de posições de instalação e
10.4.5 Iluminação não adequada e em trabalho.
posição de trabalho desfavorável.

Os ensaios para comissionamento Deve-se inspecionar os painéis e verificar


não foram feitos por se tratar de quais devem passar por testes e realizá-los,
instalações antigas e não existe conforme normas e por profissional
10.4.6 documentação de quando forma adequado.
feitos, mostrando o que foi feito e
se um profissional realizou.

Tabela 11: Segurança Na Construção, Montagem, Operação E Manutenção.

Fonte: Material Próprio.


73

APÊNDICE J – Irregularidades em Segurança em instalações elétricas


desenergizadas

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
Não são seguidos todos os passos O profissional habilitado deve analisar os
de desenergização, não existem serviços que são feitos e criar
procedimentos específicos e não procedimentos, justificando formalmente a
existem justificativas técnicas forma a serem feitos. A instalação só será
mostrando a omissão dos passos e considerada desenergizada após a
a continuidade do nível de realização dos seguintes passos:
segurança, conforme recomenda a seccionamento, impedimento de
10.5.1
NR-10; não há procedimento reenergização, constatação de ausência de
específico para a desenergização. tensão, instalação de aterramento temporário
com equipotencialização dos condutores dos
circuitos, proteção dos elementos
energizados existentes na zona controlada e
instalação de sinalização de impedimento de
reenergização.
A manutenção da instalação Confecção de procedimento de
desenergizada, até que haja reenergização, contendo os seguintes
autorização para energização nem passos: retirada das ferramentas, utensílios
sempre é feita; não há e equipamentos, retirada da zona controlada
procedimento específico para a de todos trabalhadores não envolvidos no
reenergização. processo de reenergização, remoção do
10.5.2 aterramento temporário, remoção da
sinalização de impedimento de
reenergização, religação dos dispositivos de
seccionamento; as instalações devem ser
mantidas desenergizadas até que haja
autorização para sua reenergização.

As instalações com possibilidade Treinar todos os trabalhadores, identificar as


de energização não atendem autorizações dos trabalhadores; criar
grande parte dos itens 10.6 (nem procedimentos e elaborar análises de risco
10.5.4 todos os trabalhadores são para instalações novas e com diferentes
treinados, não existem tecnologias.
procedimentos na ZC, etc), assim
não atende tal item.

Tabela 12: Segurança Em Instalações Elétricas Desenergizadas.

Fonte: Material Próprio.


74

APÊNDICE K – Irregularidades em Segurança em instalações elétricas


energizadas

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
Nem todos os trabalhadores Providenciar o treinamento de segurança,
relacionados com serviços elétricos autorizar e documentar, em função do item
10.6.1
estão em conformidade com o item 10.8, todos os trabalhadores envolvidos com
10.8. serviços elétricos.
Nem todos os trabalhadores são Providenciar o treinamento seguindo anexo
treinados no curso de 40h seguindo II. Este treinamento deve incluir técnicas de
o anexo II da NR-10. primeiros socorros aos acidentados por
10.6.1.1
choque elétrico e procedimentos para
atendimento de emergências.

Não existem procedimentos Criar tais procedimentos contendo, no


específicos para a realização de mínimo, objetivo, campo de aplicação, base
10.6.2 trabalhos na ZR e ZC. técnica, competências e responsabilidades,
disposições gerais, medidas de controle e
orientações finais.

Não existe instrução formal e Instruir todos os trabalhadores e formalizar


documentada obrigando a isso.
10.6.3 suspensão das atividades no caso
de iminência de perigo.
Não são atualizados os Criar uma rotina com a qual se atualize
procedimentos e analisados procedimentos, e se analisem previamente
previamente os riscos quando da os riscos diante das situações descritas ao
10.6.4 introdução de novas tecnologias, lado.
entrada em operação de novos
equipamentos elétricos ou novas
instalações.
O responsável pelo serviço não é Instruir todos os trabalhadores para a
instruído formalmente e obrigado a interrupção dos trabalhos na iminência de
10.6.5 suspender as atividades no caso perigo.
de iminência de perigo.

Tabela 13: Segurança Em Instalações Elétricas Energizadas.

Fonte: Material Próprio.


75

APÊNDICE L – Irregularidades em Habilitação, qualificação,


capacitação e autorização dos trabalhadores

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
Não existe um sistema de Criar este sistema de identificação da
identificação indicando a abrangência da autorização dada aos
10.8.5
abrangência da autorização dada funcionários.
aos trabalhadores.
Não existe um sistema de registro Deve constar nos registros dos funcionários
de engenheiros e eletricistas dentro a autorização dada aos eletricistas para
10.8.6 do campus Politécnico da UFPR e intervirem nas instalações elétricas do
de acordo com a NR-10. campus.

Os trabalhadores não são Providenciar o treinamento de segurança


autorizados e nem todos possuem básico e autorizar formalmente a realização
10.8.8 treinamento de segurança básico de serviços em eletricidade, em função do
em instalações elétricas. item 10.8, de todos os eletricistas.

Os trabalhadores não são Providenciar o treinamento de segurança


autorizados e nem todos possuem básico e autorizar formalmente a realização
treinamento de segurança em de serviços em eletricidade, em função do
10.8.8.1 instalações elétricas. item 10.8, de todos os eletricistas que
obtiverem aproveitamento satisfatório na
avaliação do curso básico de NR-10.

Não ocorre treinamento de Providenciar o treinamento e documentar as


reciclagem bienal e não é ações, perante todos os trabalhadores
10.8.8.2 formalizado. envolvidos com serviços elétricos conforme
mostra a NR-10.

Não há treinamento de reciclagem. Quando o treinamento de reciclagem for


motivado pelas alíneas „a‟, „b‟ e „c‟ do item
10.8.8.2, seu conteúdo e carga horária do
10.8.8.3 deverão atender as necessidades que o
motivou. Dois módulos não podem faltar na
reciclagem: primeiros socorros e combate à
incêndios.
Os trabalhadores com atividades Os trabalhadores que desempenhem
não relacionadas às instalações atividades não relacionadas às instalações
elétricas e que se encontrem na elétricas e que se encontrem na vizinhança
10.8.9
vizinhança da região controlada da ZC ou na ZR devem ser formalmente
não são formalmente instruídos instruídos sobre os riscos que correm
sobre os riscos que correm. (choque elétrico) para que adotem medidas
de segurança.

Tabela 14: Habilitação, Qualificação, Capacitação E Autorização Dos Trabalhadores.

Fonte: Material Próprio.


76

APÊNDICE M - Irregularidades em Proteção contra incêndio e explosão

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
Não há saídas de emergência. Providenciar saídas de emergência para
10.9.1 retirada rápida do pessoal e sinalizá-la
adequadamente.

Tabela 15: Proteção Contra Incêndio E Explosão.

Fonte: Material Próprio.


77

APÊNDICE N - Irregularidades em Sinalização de segurança

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
Para que este item seja atendido, é Providenciar a adequação à norma de todas
10.10.1 necessário que todas suas alíneas as alíneas deste item, as quais são
estejam em conformidade. explicitadas a seguir.
Não existe sinalização ampla que Providenciar a sinalização de painéis, QDGs,
10.10.1 identifique de forma clara os condutores e tomadas. Esta sinalização deve
„a‟ dispositivos de comando, manobra, permitir a identificação da finalidade dos
proteção e condutores. dispositivos.

Não existe sinalização ampla que Providenciar a sinalização de painéis e


identifique de forma clara os QDGs sinalizando quanto aos travamentos e
10.10.1 travamentos e bloqueios de bloqueios.
„b‟ dispositivos de manobra e
comando.
Não há placas indicando restrições Sinalizar as áreas de acesso restrito com
10.10.1 de acesso em todos lugares placas apropriadas.
„c‟ cabíveis (por exemplo, “exclusivo
de trabalhadores autorizados”).
10.10.1 Não existe delimitação da área de Levantar as áreas com maiores riscos de
„d‟ trabalho das ZR, ZC e ZL. choque e arco elétrico e sinalizá-las.
Há algumas identificações de Padronizar sistema de identificação de
circuitos impedidos em painéis, circuitos e equipamentos impedidos.
10.10.1 mas ainda falta padronizar o
„g‟ sistema e sinalizar equipamentos
impedidos.

Tabela 16: Sinalização De Segurança.

Fonte: Material Próprio.


78

APÊNDICE O - Irregularidades em Procedimentos de trabalho

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
Não existem procedimentos O profissional habilitado deve analisar os
específicos para atividades com serviços que são feitos e elaborar
10.11.1 eletricidade conforme recomenda a procedimentos de trabalho com o passo-a-
NR-10. passo.
Não existem procedimentos O profissional habilitado deve analisar os
específicos para atividades com serviços que são feitos e criar
eletricidade conforme recomenda a procedimentos, com no mínimo, objetivo,
10.11.3 NR-10. campo de aplicação, base técnica,
competências e responsabilidades,
disposições gerais, medidas de controle e
orientações finais.
Não há procedimentos de trabalho. Elaborar os procedimentos específicos de
10.11.4 trabalho com a participação do SESMT.
Os trabalhadores não são Providenciar o treinamento conforme anexo
autorizados e nem todos possuem II; autorizar e documentar, em função do item
treinamento de segurança em 10.8, todos os trabalhadores envolvidos com
instalações elétricas. serviços elétricos. A abrangência da
10.11.5
autorização deve ser condizente com o
treinamento de segurança realizado pelo
trabalhador.

Não há processo de definição Definir formalmente qual dos trabalhadores


formal de quem vai realizar a irá supervisionar a equipe.
10.11.6 supervisão e condução dos
trabalhos.
Os riscos não são analisados Deve ser feita a Análise Preliminar de
10.11.7 previamente à realização dos Segurança e estudar o procedimento antes
trabalhos. de se iniciar a execução dos trabalhos.

Nem todos os trabalhadores Treinar todos os trabalhadores; no caso de


possuem treinamento NR-10 e alternância de atividades entre os
10.11.8 nada proíbe que eles assumam o trabalhadores, é obrigatória a análise de
serviço de outros com treinamento. suas competências e treinamentos para que
seja possível esta troca.

Tabela 17: Procedimentos De Trabalho.

Fonte: Material Próprio.


79

APÊNDICE P - Irregularidades em Situação de emergência

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
Não há plano de emergência em Elaborar o plano de emergência e instruir os
que constem as ações a serem trabalhadores e interessados com auxílio do
10.12.1 tomadas relativas às instalações SESAO.
elétricas.
Nem todos os eletricistas possuem Juntamente com o SESAO, deve-se
treinamento de segurança básico, providenciar o treinamento de segurança dos
10.12.2 conforme NR-10, contemplando eletricistas que não o possuírem e praticar os
práticas de primeiros socorros. procedimentos de primeiros socorros.
Não há métodos de resgate Serviços de resgate devem estar a postos
padronizados. O serviço de para que o resgate seja feito eficientemente,
emergência médica fica por conta de forma rápida e segura. Há necessidade
da empresa terceirizada, não de elaboração de um plano de resgate
10.12.3 havendo equipamentos localizados contendo: emergências que podem ocorrer,
junto ao campus Politécnico. planejar o atendimento à estas emergências
possíveis, disponibilizar os meios para
atendimento destas emergências, treinar os
trabalhadores para utilizarem estes meios.
Os trabalhadores não são Treinar todos seguindo padrão NR-10 e
autorizados formalmente e nem autorizá-los formalmente.
10.12.4 todos são instruídos a operar os
equipamentos de combate a
incêndios.

Tabela 18: Situação De Emergência.

Fonte: Material Próprio.


80

APÊNDICE Q - Irregularidades em Responsabilidades

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
Os trabalhadores não são Instruir os trabalhadores formalmente sobre
formalmente instruídos sobre os os procedimentos e medidas de controle
10.13.2 procedimentos, medidas de quando diante de riscos elétricos.
controle e nem sobre os riscos a
que estão expostos.

Tabela 19: Responsabilidades.

Fonte: Material Próprio.


81

APÊNDICE R - Irregularidades em Disposições finais

Item
Irregularidade Observada Recomendações
NR-10
A documentação de que trata a Identificar em local de fácil acesso toda a
10.14.4 NR-10 não está permanentemente documentação relacionada e exigida pela
e à disposição dos trabalhadores e NR-10, disponibilizando-a às autoridades
10.14.5 autoridades competentes, e em competentes e trabalhadores.
alguns casos ela não existe.

Tabela 20: Disposições Finais.

Fonte: Material Próprio.

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