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Colecção

Formação Modular Automóvel

DIAGNÓSTICO E
REPARAÇÃO DE
AVARIAS NO SISTEMA
DE SUSPENSÃO

COMUNIDADE EUROPEIA
Fundo Social Europeu
Referências

Colecção Formação Modular Automóvel

Título do Módulo Diagnóstico e Reparação de Avarias no


Sistema de Suspensão

Coordenação Técnico-Pedagógica CEPRA – Centro de Formação Profissional


da Reparação Automóvel
Departamento Técnico Pedagógico

Direcção Editorial CEPRA – Direcção

Autor CEPRA – Desenvolvimento Curricular

Maquetagem CEPRA – Núcleo de Apoio Gráfico

Propriedade Instituto de Emprego e Formação Profissional


Av. José Malhoa, 11 - 1000 Lisboa

1ª Edição Portugal, Lisboa, Fevereiro de 2000

Depósito Legal 148214/00

© Copyright, 2000
Todos os direitos reservados
IEFP

“Produção apoiada pelo Programa Operacional Formação Profissional e Emprego, cofinanciado pelo
Estado Português, e pela União Europeia, através do FSE”
“Ministério de Trabalho e da Solidariedade – Secretaria de Estado do Emprego e Formação”

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão


Índice

ÍNDICE
DOCUMENTOS DE ENTRADA

OBJECTIVOS GERAIS DO MÓDULO................................................................... E.1

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... E.1

PRÉ-REQUISITOS ................................................................................................. E.2

CORPO DO MÓDULO

0 - INTRODUÇÃO ...................................................................................................0.1

1 - INFLUÊNCIA DAS ANOMALIAS DO SISTEMA DE SUSPENSÃO..................1.1

1.1 - INFLUÊNCIA DA SUSPENSÃO NA GEOMETRIA DA DIRECÇÃO .................. 1.3

2 - ENSAIO DE ESTRADA .....................................................................................2.1

3 - ENSAIO NA MÁQUINA DE TESTE DA SUSPENSÃO .....................................3.1

3.1 - BANCO DE VIBRAÇÃO ..................................................................................... 3.1

3.2 - BANCO DE QUEDA ........................................................................................... 3.8

3.3 - BANCO DE RESSONÂNCIA.............................................................................. 3.8

4 - VERIFICAÇÃO DOS COMPONENTES DA SUSPENSÃO ...............................4.1

5 - (DES)MONTAGEM DA MOLA E AMORTECEDOR..........................................5.1

5.1 - ASPECTOS IMPORTANTES ............................................................................. 5.1

5.2 - DESMONTAGEM DO AMORTECEDOR E MOLA............................................. 5.4

5.3 - MANUTENÇÃO DAS MOLAS DE LÂMINAS ..................................................... 5.8

5.4 - MANUTENÇÃO DOS AMORTECEDORES ....................................................... 5.9

5.5 - AVARIAS TÍPICAS DO AMORTECEDOR ....................................................... 5.11

6 - AVARIAS TÍPICAS DA SUSPENSÃO, CAUSAS E REPARAÇÃO ..................6.1

6.1 - TABELA DE DIAGNÓSTICO DE AVARIAS NA SUSPENSÃO ......................... 6.7

BIBLIOGRAFIA...................................................................................................... C.1

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão


Índice

DOCUMENTOS DE SAÍDA

PÓS-TESTE ........................................................................................................... S.1

CORRIGENDA E TABELA DE COTAÇÃO DO PÓS-TESTE ............................... S.5

ANEXOS

EXERCÍCIOS PRÁTICOS ...................................................................................... A.1

GUIA DE AVALIAÇÃO DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS ....................................... A.3

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão


Objectivos Gerais e Específicos

OBJECTIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS


No final deste módulo, o formando deverá ser capaz de:

OBJECTIVO GERAL

Identificar as causas das anomalias da suspensão e sua influência na segurança do


veículo. Efectuar o diagnóstico e reparar as avarias mais comuns nos sistemas de
suspensão.

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

1. Identificar a influência das anomalias no sistema de suspensão no que se refere à


segurança do veículo, bem como a sua influência na geometria da direcção.

2. Identificar os sintomas que devem ser observados no teste de estrada.

3. Identificar os tipos de máquinas de ensaio da suspensão.

4. Verificar os estado da suspensão diagnosticando o veículo no banco de vibração.

5. Identificar os componentes a verificar quando se detectam problemas na suspensão,


utilizando os métodos adequados de diagnóstico.

6. Desmontar e montar molas e amortecedores da suspensão McPherson, utilizando as


ferramentas adequadas.

7. Identificar as avarias comuns na suspensão detectando as causas possíveis e a


correspondente reparação a efectuar na suspensão.

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão E.1


Pré-Requisitos

PRÉ-REQUISITOS

COLECÇÃO FORMAÇÃO MODULAR AUTOMÓVEL


M ag net i smo e
C o nst r ução d a C o mp o nent es d o T ecno lo g i a d o s
Elect r i ci d ad e Elect r o mag net i sm T i p o s d e B at er i as
Inst alação Sist ema Eléct r i co Semi - C o nd ut o r es -
B ásica o - M o t o r es e e sua M anut enção
El éct r ica e sua Si mb o l o g ia C o mp o nent es
G er ad o r es

C i r c. I nt eg r ad o s,
Leit ur a e
M i cr o co nt r o lad o r C ar act er í st i cas e C ál culo s e C ur vas Si st emas d e
Int er p r et ação d e
es e F uncio nament o D i st r i b ui ção C ar act er í st i cas A d mi ssão e d e
Esq uemas
M icr o p r o cessad o d o s M o t o r es do M otor Escap e
Eléct r i co s A ut o
r es

Lub r i f icação d e Si st emas d e


Sist emas d e A l iment ação Si st emas d e Si st emas d e
M o t o r es e A li ment ação p o r
A r r ef eciment o D i esel Ig nição C ar g a e A r r anq ue
T r ansmissão C ar b ur ad o r

Si st emas d e
Si st emas d e Lâmp ad as, F ar ó i s F o cag em d e Si st emas d e
So b r eal iment ação A vi so A cúst ico s e
I nf o r mação e F ar o li ns F ar ó i s C o municação
Lumino so s

Sist emas d e Si st emas d e Emb r ai ag em e Si st emas d e Si st emas d e


Si st emas d e
Seg ur ança C o nf o r t o e C aixas d e T r avag em T r avag em
T r ansmissão
Passi va Seg ur ança V elo cid ad es Hi d r áuli co s A nt ib l o q ueio

Sist emas d e D iag nó st ico e


Ó r g ão s d a V ent i lação
D ir ecção Geo met r ia d e R ep . d e A var i as Si st emas d e
Susp ensão e seu F o r çad a e A r
M ecâni ca e D i r ecção no Si st ema d e Seg ur ança A ct iva
F uncio nament o C o nd icio nad o
A ssi st i d a Susp ensão

U ni d ad es Emissõ es
D i ag nó st i co e
Si st emas El ect r ó ni cas d e Si st emas d e Po luent es e
R ep ar ação em Si st emas d e
Elect r ó ni co s C o mand o , Injecção D i sp o sit i vo s d e
Sist emas I nj ecção M ecânica
D i esel Senso r es e El ect r ó ni ca C o nt r o l o d e
M ecâni co s
A ct uad o r es Emissõ es

D i ag nó st i co e D i ag nó si co e
A nál ise d e G ases R ep ar ação em R ep ar ação em
M anut enção
d e Escap e e Si st emas co m Sist emas R o d as e Pneus T er mo d inâmica
Pr o g r amad a
O p acid ad e Gest ão El éct r ico s
Elect r ó nica C o nvenci o nais

N o çõ es d e C o nst it uição e
Gases Leg islação Pr o cesso s d e
M ecânica F uncio nament o d o Pr o cesso s d e
C ar b ur ant es e Esp ecí f ica so b r e T r açag em e
A ut o mó vel p ar a Eq uip ament o C o n- C o r t e e D esb ast e
C o mb ust ão G PL Punci o nament o
G PL ver so r p ar a G PL

R ed e d e A r
Pr o cesso s d e R ed e El éct r ica e
C o mp . e
F ur ação , N o çõ es B ásicas M anut enção d e F er r ament as
M et r o lo g i a M anut enção d e
M and r i lag em e d e So ld ad ur a F er r ament as M anuais
F er r ament as
R o scag em Eléct r i cas
Pneumát icas

OUTROS MÓDULOS A ESTUDAR

I nt r o d ução ao M at emát i ca F í sica, Q uí mica e Or g ani z ação


D esenho T écnico
A ut o mó vel ( cálcul o ) M at er iais O f icinal

LEG EN D A

Módulo em
Pré-Requisito
estudo

E.2 Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão


Introdução

0 - INTRODUÇÃO

Os condutores adaptam a sua condução à progressiva deterioração dos órgãos da suspensão


e à falta de aderência que isso origina. Muitas vezes nem se apercebem, que estão a conduzir
um veículo com os amortecedores em más condições.

Os componentes da suspensão gastos ou incorrectamente instalados diminuem a segurança


do automóvel. O diagnóstico destas situações é imprescindível para uma maior segurança
Rodoviária. O profissional deve alertar os condutores para as causas que este tipo de avarias
pode afectar na segurança do veículo. Pelo que ao lidarem com um órgão de extrema
importância, tenham em atenção à importância destes elementos na elaboração dos
diagnósticos e reparação dos sistemas de suspensão.

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão 0.1


Influência das Anomalias do Sistema de Suspensão

1 – INFLUÊNCIA DAS ANOMALIAS DO SISTEMA DE


SUSPENSÃO

A verificação do sistema de suspensão é indispensável para a detecção de anomalias que


poderão por em causa a segurança do veículo. De facto um sistema de suspensão deficiente
afecta:

A distância de travagem - Testes comprovam que em piso seco e irregular a distância de


travagem a 80 Km/h aumenta 2,6 metros. Esta situação torna-se ainda mais grave quando o
veículo reboca caravanas (Fig. 1.1) e (Fig. 1.2).

Fig. 1.1 – Veículo sem avarias na suspensão Fig. 1.2 – Veículo com avarias na suspensão

A aderência à estrada - A velocidade segura, a capacidade de resistir à derrapagem e a


hidroplanagem (aquaplaning) é reduzida (Fig. 1.3). Isto deve-se, ao facto, do sistema de
suspensão não efectuar a força necessária para manter o contacto com o solo e repelir a
água.

Fig. 1.3 – Teste de hidroplanagem

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão 1.1


Influência das Anomalias do Sistema de Suspensão

Os tempos de reacção do condutor aumentam - Como resultado do cansaço provocado


pelas oscilações.

A visibilidade e encadeamento – Oscilasções exageradas podem reduzir a visibilidade e


provocam encadeamento aos outros condutores (fig. 1.4).

Fig. 1.4 – Visibilidade reduzida

O desgaste de outros componentes mecânicos aumenta - Os pneus e rolamentos das


rodas, transmissão e direcção são particularmente afectados por problemas na suspensão
(Fig. 1.5).

Fig. 1.5 – Componentes mecânicos sujeitos a desgaste

1.2 Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão


Influência das Anomalias do Sistema de Suspensão

Instabilidade em curva – O veículo perde contacto com o solo ao efectuar curvas


pronunciadas a uma velocidade moderada, devido ao desgaste dos componentes da
suspensão, conforme ilustrado na figura 1.6.

Fig. 1.6 – Instabilidade em curva

1.1 - INFLUÊNCIA DA SUSPENSÃO NA GEOMETRIA DA


DIRECÇÃO

A suspensão influencia a direcção, pelo facto, que todas as rodas de um veículo são fixas nas
extremidades dos eixos ou nas extremidades dos braços da suspensão. As irregularidade do
piso provocam oscilações verticais em cada roda, que causam, deformações mais ou menos
acentuadas na posição geométrica das rodas. Contudo, estas deformações dependem também
da carga do veículo e dos sistemas de suspensão, sendo que o sistema de rodas
independentes os que oferecem maiores variações que os de eixo rígido.

Em princípio, devem-se ter em conta as seguintes reacções em rodas independentes:

a) Por triângulos duplos iguais (Fig. 1.7): variação da via, mas ângulo de sopé da roda
constante;

Fig. 1.7 – Suspensão independente com


triângulos iguais

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão 1.3


Influência das Anomalias do Sistema de Suspensão

b) Por triângulos
a) duplos desiguais (Fig. 1.8): variação do ângulo de sopé da roda, mas via
constante;

Fig. 1.8 – Suspensão independente com triângulos desiguais

c) Tipo Mc Pherson (Fig. 1.9): variação da via e do ângulo de sopé, podendo este tornar-se
negativo sob fortes cargas;

Fig. 1.9 – Suspensão independente tipo Mc Pherson

c) Por braços longitudinais (Fig. 1.10): via e ângulo de sopé da roda constantes.

1.4 Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão


Influência das Anomalias do Sistema de Suspensão

Fig. 1.10 – Suspensão independente com braços longitudinais

e) Tipo Multilink (Fig. 1.11): mantém as suas características geométricas constantes. Além
de permitir o auto direccionamento das rodas em curvas acentuadas.

Fig. 1.11 – Suspensão independente tipo Multilink

As rodas solidárias a um eixo rígido sofrem poucas variações. Contudo, se o eixo for ligado ao
chassis por molas de lâminas ou por braços longitudinais, o ângulo de inclinação do cavilhão
da manga de eixo aumentará com a carga. Por outro lado, cada elevação de uma das rodas de
um eixo causará também uma modificação do sopé das duas rodas e um deslocamento
longitudinal do eixo.

Este deslocamento longitudinal deve-se ao facto de as molas de lâminas ou as barras serem


articuladas num ponto do chassis.

Nos seus deslocamentos verticais, o eixo descreve uma curva centrada na articulação do
ponto fixo. Este fenómeno é especialmente sensível nas curvas, quando o veículo se inclina
para fora.

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão 1.5


Influência das Anomalias do Sistema de Suspensão

A mola correspondente desce e faz recuar a extremidade do eixo, enquanto que a mola interna
se curva, fazendo o eixo avançar. Consequentemente, este último toma uma posição oblíqua
em relação à posição normal. Ora, como se manifesta no eixo traseiro, esta obliquidade tende
a dirigir as rodas para fora da curva, reforçando o fenómeno de sobreviragem.

Em curva, a obliquidade do eixo traseiro exerce uma influência nos ângulos de viragem das
rodas directrizes. Sabe-se, com efeito, que o centro da curva descrito pelo veículo é sempre
colocado na projecção do eixo traseiro e que os ângulos de viragem das rodas dianteiras são
condicionados pela projecção deste centro. Como a obliquidade do eixo traseiro faz deslocar o
centro teórico da curva, é preciso que os ângulos de viragem das rodas directrizes
correspondam a essa situação real do centro da curva descrita. Os que são indicados pelos
fabricantes têm em conta as modificações devidas aos órgãos de suspensão do veículo em
questão. Por isto é que se verifica frequentemente uma ligeira diferença entre os ângulos de
viragem teóricos e os ângulos impostos por testes práticos do veículo.

1.6 Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão


Ensaio de Estrada

2 - ENSAIO DE ESTRADA

Para o ensaio da suspensão em estrada, escolhe-se normalmente uma com piso irregular e
sinuosa por forma a poder verificar a estabilidade, balanços, ruídos, etc.

Podem obter-se os seguintes sintomas:

SUSPENSÃO MOLE (FRACA)

As molas helicoidais, de lâminas, a barra de torção,


etc. perderam flexibilidade, o que acontece ao fim de
algum tempo devido à carga que têm de suportar (Fig.
2.1). Manifesta-se também:

A altura da carroçaria que diminui a distância do solo.


Neste caso, deve-se substituir o elemento defeituoso.

Os amortecedores em mau estado podem provocar o


mesmo efeito, devendo então substituir-se.

Deve-se ter a precaução de se utilizar sempre


amortecedores adequados ao veículo e verificar que a Fig. 2.1 – Suspensão fraca
dureza dos dois amortecedores do mesmo eixo é
similar, devendo-se por isso substituir sempre os dois
amortecedores do mesmo eixo.

SUSPENSÃO DURA

Pode ser devido a molas empremeadas,


amortecedores enferrujados ou à instalação de
molas e amortecedores que não são
adequados ao veículo (Fig. 2.2). Neste caso
deve-se desmontar o(s) órgão(s) defeituoso(s)
e proceder à sua limpeza, reparação e
lubrificação ou mesmo proceder à sua
substituição.

Fig. 2.2 – Suspensão dura

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão 2.1


Ensaio de Estrada

SUSPENSÃO RUIDOSA

O ruído pode ser devido a mola partida ou barra de torção em mau estado, sendo necessário a
substituição. Amortecedores mal instalados, com fugas, gastos ou com a protecção anti-
sujidade solta, também provocam ruído bem como a deterioração das articulações elásticas da
suspensão, casquilhos (silent blocks), barra estabilizadora, etc.

Em qualquer caso é necessário localizar o ruído e proceder à substituição da peça defeituosa.


No caso de se verificar qualquer casquilho deteriorado é sempre conveniente proceder à sua
substituição, mesmo que não seja a causa directa do ruído.

VIBRAÇÕES DA SUSPENSÃO

São geralmente devido às folgas nos eixos dos braços oscilantes ou à sua deformação. Nestes
casos podem aparecer problemas no sistema de direcção (excesso de folgas ou mesmo
vibração do volante). As vibrações também podem ser devidas a defeitos nos amortecedores.

É conveniente neste caso proceder à verificação das vibrações utilizando uma máquina de
teste da suspensão.

Fig. 2.3 – Vibrações da suspensão

É importante que após a substituição de componentes da suspensão, se efectue o teste de


estrada, com o intuito de assentar a suspensão e verificar se a reparação foi bem sucedida.

2.2 Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão


Ensaio na Máquina de Teste da Suspensão

3 - ENSAIO NA MÁQUINA DE TESTE DA SUSPENSÃO

3.1 - BANCO DE VIBRAÇÃO

As máquinas de teste da suspensão (Fig. 3.1) utilizadas hoje em dia simulam a progressão do
veículo por um terreno irregular, submetendo-o a uma oscilação vertical. Este tipo de ensaio
designado por EUSAMA, dá-nos a percepção do estado dos órgãos da suspensão na sua
globalidade, visto que é realizado sem desmontar qualquer componente.

Existem no mercado vários equipamentos de diagnóstico da suspensão que, também efectuam


teste de travagem e alinhamento da direcção.

Fig. 3.1 – Banco de suspensão

FUNCIONAMENTO DO BANCO DE VIBRAÇÃO

O veículo é submetido a uma oscilação vertical obtida através de um excêntrico com uma
amplitude de 3 mm numa gama de frequência de 1 a 25 HZ, ou de 1 a 16 HZ e com um período
de oscilação de 0,33 a 0,04 segundos (Fig. 3.2). O excêntrico é colocado sob uma plataforma
na qual assentam as rodas, e que integram um sensor de força conhecido por DMS (Fig. 3.3).

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão 3.1


Ensaio na Máquina de Teste da Suspensão

Fig. 3.2 – Esquema dos pesos sobre o Fig. 3.3 - Esquema de funcionamento do
banco de suspensão banco de suspensão

Estes sensores permitem determinar também a carga ou peso estático (carro em repouso)
como a carga dinâmica (peso por roda durante o ensaio) como se ilustra na figura 3.4.

Fig. 3.4 – Representação do peso estático e peso dinâmico

ENSAIO DA SUSPENSÃO

O equipamento de diagnóstico do sistema de suspensão é normalmente constituído:

- 1 computador;

- 1 monitor;

- 1 teclado;

- 1 comando remoto;

3.2 Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão


Ensaio na Máquina de Teste da Suspensão

- 2 plataformas horizontais;

- 2 balanças;

- 2 motores eléctricos;

- 2 excêntricos;

É importante verificar o peso máximo suportado pela máquina, sendo que os veículos pesados
não efectuam o teste de suspensão. Os veículos com suspensão inteligente também não
efectuam o ensaio no banco de vibrações, por estes estarem munidos com sistemas
electrónicos que controlam a suspensão, e normalmente dispõem de sistemas de auto
diagnóstico.

Fig. 3.5 – Menu principal Fig. 3.6 – Início do teste de suspensão

Antes de iniciar o ensaio, e após seleccionar o tipo de teste que se pretende realizar e o
respectivo eixo (Fig. 3.5), aparece no monitor a seguinte mensagem (Fig. 3.6). Significa que o
equipamento está pronto para efectuar o diagnóstico da suspensão.

Para a realização do ensaio, e depois de verificada a pressão dos pneus, o veículo é colocado
perfeitamente centrado nas plataformas (Fig. 3.7), para a medição do peso estático das rodas
esquerda e direita do mesmo eixo (Fig. 3.8).

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão 3.3


Ensaio na Máquina de Teste da Suspensão
Provoca-se então a vibração das plataformas, permitindo ao aparelho efectuar a análise do
comportamento da suspensão, submetendo o veículo a vibrações em cada roda do mesmo
eixo. Uma vez efectuado o teste, a máquina apresenta os valores de aderência numérica e
graficamente (Fig. 3.9), podendo imprimir esses mesmos resultados.

Fig. 3.9 – Valores de aderência do eixo dianteiro

Concluído o ensaio do eixo dianteiro, procede-se então ao teste do eixo traseiro, executando
de forma idêntica ao descrito anteriormente.

Fig. 3.10 – Resultados finais

No final do teste, é apresentado um quadro com os resultados finais do ensaio, podendo


mesmo comparar o estado actual da suspensão com os valores pré-definidos pelo fabricante
(Fig. 3.10).

RESULTADOS:

Como resultado do teste de suspensão, obtêm-se para cada eixo:

A aderência ao solo para a roda direita e para a esquerda expressa em %.

3.4 Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão


Ensaio na Máquina de Teste da Suspensão

A diferença de aderência em %.

O peso estático expressa em Kg.

A classificação da suspensão em três categorias: Fraca (L), Média (M) e Dura


(H)

O gráfico 3.1 traduz a variação da aderência em função da frequência.

A aderência é obtida pela seguinte expressão:

u100
Pd
A(%)
Pe
Pd = Peso dinâmico
Pe = Peso estático

Aderência do Eixo Dianteiro


100
Aderência (%)

80
60
40
20
0
0 5 10 15 20 25
Frequência (Hz)

Roda Esquerda Roda Direita

Gráf. 3.1 – Teste da suspensão do eixo dianteiro

Quando a roda salta e perde totalmente o contacto com o solo, a aderência é mínima 0%,
sendo o seu valor 100% quando o veículo está parado (Pd = Pe).

O valor obtido para a aderência do veículo traduz assim a perda em percentagem das forças
longitudinais (tracção e travagem) e transversais (mudanças bruscas de direcção, capacidade
para curvar), pelo que o seu valor indica as condições de segurança do veículo. Considera-se
normalmente :

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão 3.5


Ensaio na Máquina de Teste da Suspensão

Num veículo em bom estado, os valores de aderência da roda direita e


esquerda devem estar acima do (L). Em veículos desportivos ou de suspensão
dura podem considerar-se aceitáveis valores em (M).

O valor absoluto de aderência (A) não deve em nenhum caso ser inferiores a
25%.

Aderência (A) Comportamento

Superior a 45%. Boa aderência ao solo.


Entre 25 a 45%. Aderência ao solo deficiente.
Menor de 25%. Aderência perigosa.

A diferença da aderência (D) entre as rodas do mesmo eixo, não deverá ser superior a 15%.
Sendo que, a nível de IPO (Inspecção Periódica Obrigatória) são permitidos diferença de
aderência até 30%.

Diferença de aderência (D) Comportamento


Menor de 15% Aceitável

Diferença muito grande


Entre 25 e 45%
Condução perigosa

No caso das rodas traseiras dos veículos ligeiros, cujo peso suportado é geralmente inferior ao
das rodas da frente (particularmente nos veículos de motor e tracção dianteiros), são
considerados normais, valores de aderência entre 20 a 40%, desde que as rodas da frente
tenham o seu valor de aderência dentro dos limites.

FACTORES QUE INFLUENCIAM OS RESULTADOS DO TESTE

Existem alguns factores que influenciam os resultados no banco de vibrações, nomeadamente:

Pressão dos pneus – Após a realização do teste em três situações distintas, ou


seja, com a pressão recomendada pelo fabricante, outra com mais 0,5 bar e por
fim com menos 0,5 bar, verifica-se que a aderência é afectada, como se
demonstra na tabela 3.1. A pressão é inversamente proporcional a aderência, ou
seja, quanto maior é a pressão, menor é a aderência e vice versa.

3.6 Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão


Ensaio na Máquina de Teste da Suspensão

Pressão Aderência
Correcta 70 %
Mais 0,5 bar 61 %
Menos 0,5 bar 79 %
Tab. 3.1 – Influência da pressão dos pneus na aderência

Massas do veículo – Quanto menor o peso das massas não suspensas


(rodas, braços, molas, etc.), e maior o peso das massas suspensas (carroçaria,
carga, passageiros, etc.) melhor é o resultado obtido no banco de diagnóstico.

Temperatura do amortecedor – No gráfico 3.2 verifica-se a variação da


temperatura com a aderência.

Gráf. 3.2 – Variação da temperatura com a aderência

Constata-se que com o aumento de temperatura a aderência diminui, visto que a capacidade
de amortecimento depende da temperatura do óleo no interior do tubo, dado que o
amortecimento é feito pela resistência oferecida pelo óleo, quanto este passa nas válvulas do
êmbolo. E com o aumento da temperatura, diminui-se a viscosidade do óleo, que traduz-se
numa menor capacidade de amortecimento.

Descentralização dos pneus na plataforma – Este facto pode provocar uma leitura errada do
peso estático, e consequentemente os valores de aderência não serão os mais correctos.

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão 3.7


Ensaio na Máquina de Teste da Suspensão

Travões e mudanças – O travão de serviço e o travão de estacionamento não deverão ser


utilizados na realização do teste, portanto o carro deverá estar destravado e em ponto morto.

3.2 – BANCO DE QUEDA

O teste de queda é conforme o nome indica, um teste em que o veículo é elevado a


centímetros do solo e depois deixa-se cair livremente, efectuando a medição da amplitude de
oscilação em função do tempo. Embora em tempos se tenha utilizado este tipo de máquinas
(Fig. 3.11), hoje caíram em desuso, sendo substituídos pelos bancos de vibração de 16 Hz
referidos anteriormente. Este tipo de ensaio da suspensão apresentava o inconveniente do
peso do veículo e os pneus influenciarem de forma significativa os resultados finais, além de
ser realizado a baixas frequências de oscilação ( aprox. 1 e 1,5 Hz) e o êmbolo do amortecedor
era submetido a velocidades muito baixas (aprox. 0,14 m/s), o que não corresponde ao
funcionamento normal do amortecedor em terrenos muito irregulares.

Fig. 3.11 – Banco de queda

3.3 – BANCO DE RESSONÂNCIA

Este método de diagnóstico baseia-se no princípio de ressonância. Consiste em submeter o


sistema da suspensão, a uma frequência de oscilação superior à frequência de ressonância
do conjunto de massas não suspensas e a massa da placa de medição, entretanto pode-se
considerar as massas suspensas em repouso (Fig. 3.12).
As placas onde assentam as rodas são excitadas acima e abaixo periodicamente, sob
orientação de uma mola várias vezes mais baixo que o efeito elástico do pneu, permitindo o
contacto permanente com a placa. Uma vez alcançada a frequência de excitação.

3.8 Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão


Ensaio na Máquina de Teste da Suspensão

Neste método a influência dos pneus e as forças laterais é minimizado, e o êmbolo do


amortecedor é submetido a velocidades similares, quando em condições de funcionamento
normal.

Fig. 3.12 – Esquema das massas do Fig. 3.13 – Banco de ressonância


banco de ressonância

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão 3.9


Verificação dos Componentes da Suspensão

4 – VERIFICAÇÃO DOS COMPONENTES DA


SUSPENSÃO

A verificação dos componentes da suspensão é indispensável para a detecção de anomalias


que progridem ao longo do tempo, e poderão ter consequências desastrosas.

É muito importante verificar os seguintes componentes:

Rótulas

Amortecedores

Articulações dos braços oscilantes

Silent bloks

Fixação das barras

Molas

Pneus

Importa referir que estes órgãos são verificados nos Centros de Inspecção. Sendo feito a
análise visual do seu estado e verificação de folgas existentes.

Fig. 4.1 – Componentes sujeitos a verificação

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão 4.1


Verificação dos Componentes da Suspensão

A verificação destes componentes é feita com o carro elevado e num local com boa iluminação.

DESGASTE DAS RÓTULAS DA MANGA DE EIXO

Normalmente aparecem folgas, que são


visíveis quando se aplica um esforço na roda,
deslocando-a de cima para baixo (Fig. 4.2).

Folgas (Fig. 4.3) ou perdas de massa de


lubrificação da rótula por desgaste do guarda-
Fig. 4.2 – Verificação de folgas
pó requerem a substituição da rótula.

Fig. 4.3 – Rótulas

ESTADO DOS AMORTECEDORES

Inspecção visual dos amortecedores deverá ter-se em conta particularmente a existência de


fugas de líquido e o estado da haste.

4.2 Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão


Verificação dos Componentes da Suspensão

SUPORTES

Se estiverem rachados ou enfraquecidos,


quer por desgaste do metal ou por corrosão,
existe o perigo de se partirem.
Fig. 4.4 – Fractura do suporte

DEFORMAÇÂO

A deformação do corpo do amortecedor pode


tornar mais lento ou mesmo parar o
movimento para trás e para a frente do
êmbolo.
Fig. 4.5 – Deformação do corpo
do amortecedor
FUGA

Perda de óleo do amortecedor resulta num


“mau funcionamento” e, consequentemente,
numa diminuição do efeito amortecedor.

Fig. 4.6 – Fuga de óleo

CASQUILHOS DE SUPORTE

Um casquilho de suporte rachado ou


anormalmente deformado pode dar origem a
ruídos da suspensão ao acelerar, travar ou ao
passar por cima de obstáculos.
Fig. 4.7 – Deformação do
casquilho
A HASTE DO ÊMBOLO

Se estiver corroída, dará origem a uma rápida


degradação dos vedantes da qual resultará,
consequentemente, uma fuga de óleo.

Fig. 4.8 – Corrosão da haste


do êmbolo
RIGIDEZ

Todos os embates incidirão directamente


sobre o veículo. Isto vai danificar algum ou
todos os apoios, tornando o veículo pouco
Fig. 4.9 – Rigidez do veículo seguro.

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão 4.3


Verificação dos Componentes da Suspensão

Pode-se efectuar o ensaio de salto, exercendo pressão para baixo na carroçaria (Fig. 4.10) e
no caso do veículo oscilar mais que uma vez, pode ser indício de amortecedores gastos, mas
este método é pouco conclusivo.

Fig. 4.10 – Ensaio de salto

Actualmente existem máquinas de ensaio


de amortecedores, bastante simples e
rigorosas, que traçam as curvas do
rendimento dos amortecedores. Só com
estas máquinas é possível efectuar uma
verificação concludente do estado do
amortecedor (Fig. 4.11).

Fig. 4.11 – Máquina de ensaio de amortecedores

A verificação do rendimento dos amortecedores é uma operação que não pode ser efectuada
com os meios que uma oficina vulgar dispõe. Normalmente são realizados pelo próprio
fabricante ou nas oficinas especializadas neste sector.

A verificação dos amortecedores com estas máquinas deve ser efectuada nas condições de
ensaio perfeitamente definidas, de acordo com as normas fixadas pelo fabricante.

4.4 Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão


Verificação dos Componentes da Suspensão

Normalmente, o amortecedor é ensaiado na


velocidade máxima e mínima do êmbolo,
quer para a fase de extensão quer para a
fase de compressão.

Na figura 4.12 demonstra-se o diagrama de


um amortecedor telescópico novo,
submetido a esforços de tracção e
compressão, a uma velocidade máxima do
Fig. 4.12 – Diagrama de um amortecedor novo
êmbolo de 52 cm/s e a uma velocidade
mínima de 6 cm/s. máquina de ensaio, a
funcionar regularmente quer em extensão e
em compressão.

Na figura 4.13 demonstra-se o diagrama do


mesmo tipo de amortecedor, mas este com
defeito. Submetido as mesmas condições de
ensaio apresenta uma forma diferente do
anterior.

Fig. 4.13 – Diagrama de um amortecedor usado

No diagrama do amortecedor é visível um pequeno defeito na fase de extensão, mas seria


ainda aceitável porque produz um esforço de amortecimento compreendido nos limites
permitidos pelo fabricante, neste caso o amortecedor deve ser revisto e calibrado. A forma e
dimensões do diagrama depende da natureza do defeito do amortecedor.

O resultado deste teste permite determinar com precisão o estado do amortecedor, e


consequentemente verificar a causa da avaria.

Normalmente os amortecedores bitubos não necessitam de manutenção, a abundante reserva


de óleo na câmara de compensação permite que se efectuem longos percursos sem ter de
reabastecer o amortecedor.

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão 4.5


Verificação dos Componentes da Suspensão

Outra forma de efectuar a verificação do


amortecedor, compreende em testar com a mão,
exercendo forças de compressão e distensão, como
ilustrado na figura 4.14, não se deverão sentir saltos
ou irregularidades. Neste caso podem ser
reconhecidos meramente amortecedores
completamente fora de função.

Fig. 4.14 – Verificação do estado do amortecedor

FOLGAS NAS ARTICULAÇÕES DOS BRAÇOS OSCILANTES

Podem ser verificados fazendo mover o braço correspondente com a ajuda de uma alavanca,
tendo a roda levantada (Fig. 4.15). Neste caso devem substituir-se os casquilhos elásticos
(silent block) deteriorados.

Fig. 4.15 – Verificação de folgas nos braços oscilantes

ESTADO DOS SILENT BLOCKS

Os silent blocks não requerem manutenção, contudo, é preciso verificar se estão expostos a
salpicos de óleo ou gasolina que aceleram a desagregação da borracha (Fig. 4.16).

4.6 Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão


Verificação dos Componentes da Suspensão

Fig. 4.16 – Verificação dos silent blocks

Com o tempo os silent blocks endurecem e por isso devem ser substituídos periodicamente.
Quando gastos, tornam a suspensão ruidosa, e costumam ser a causa de choques graves que
se produzem nas barras de amortecedores em cada oscilação.

ESTADO DA BARRA ESTABILIZADORA

Deverá ter-se em atenção ás fixações dos extremos da


barra ao braço oscilante e ao estado dos casquilhos
elásticos (Fig. 4.17). Se os casquilhos estão oxidados
provocam ruídos anormais sendo aconselhável substituí-
los.

Fig. 4.17 – Verificação da barra estabilizadora

ESTADO DAS MOLAS

Molas partidas ou posicionamento defeituoso sobre os suportes exigem a substituição do


elemento defeituoso.

Para a verificação (Fig.4.18) e substituição de qualquer dos elementos referidos há que


consultar o manual do veículo, não só para determinar o tipo de comportamento utilizado no
modelo, mas também para verificar se a sua desmontagem e montagem exigem a utilização de
ferramentas específicas.

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão 4.7


Verificação dos Componentes da Suspensão

Fig. 4.18 – Verificação das molas

ESTADO DOS PNEUS


O desgaste irregular dos pneus com aspecto de manchas, como ilustrado na figura 4.19, pode
ser evidência de amortecedores gastos, alinhamento incorrecto das rodas ou pressão dos
pneus incorrecta. A verificação deste elemento é feita visualmente (Fig. 4.20).

Fig. 4.19 – Desgaste irregular dos pneus Fig. 4.20 – Verificação dos pneus

4.8 Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão


(Des)Montagem de Molas e Amortecedores

5 - (DES)MONTAGEM DE MOLAS E AMORTECEDORES

5.1 - ASPECTOS IMPORTANTES

É aconselhável substituir os amortecedores do mesmo eixo, de preferência, os quatro ao


mesmo tempo. Isto devido a este componente estar sujeito a um desgaste progressivo a cada
oscilação.
Para a montagem de amortecedores novos é necessário ter em conta alguns factores
importantes, nomeadamente:

A referência do produto;

Utilização de ferramentas adequadas;

Evacuação do ar;

Aperto dos encaixes;

Alinhamento das rodas;

Cuidados com amortecedores de gás;

A verificação da referência do produto é necessária e importante, sendo que é imprescindível


confirmar se os dados do carro (marca, modelo, tipo de veículo, potência do motor e ano de
fabrico) coincidem com às especificadas no catálogo, de modo a evitar a instalação de
amortecedores que não são adequados ao tipo de suspensão do veículo em causa.

A utilização de ferramentas adequadas é essencial na substituição dos amortecedores,


sendo que, se a haste apresenta uma superfície áspera, provoca a danificação da vedação,
levando consequentemente a perda de óleo e rendimento (Fig. 5.1). Outra situação que pode
acontecer na montagem, consiste num forte tensionamento do amortecedor, em virtude dos
pontos de fixação não alinhados, pelo que deve-se apertar o amortecedor somente quando o
veículo estiver sobre rodas. Não deve utilizar a chave pneumática na instalação de
amortecedores novos (Fig. 5.2). O aperto de porcas e parafusos com a chave pneumática
durante a instalação pode danificar as peças de montagem, só é aconselhável a utilização
deste tipo de ferramenta na remoção dos amortecedores a serem substituídos.

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão 5.1


(Des)Montagem de Molas e Amortecedores

Fig. 5.1 – Haste danificada Fig. 5.2 – Não utilizar a chave pneumática na
montagem de amortecedores
novos

Na montagem dos amortecedores deve-se utilizar sempre uma chave dinamométrica para
apertar as porcas e os parafusos de acordo com os binários de aperto indicados nas folhas de
instruções de montagem. Um aperto excessivo pode danificar as peças de montagem,
causando avaria prematura nos amortecedores.
Antes de proceder a instalação dos amortecedores exerça um esforço de compressão e
distensão, puxando a haste do pistão para fora e empurrando-a de novo para dentro várias
vezes, de forma a evacuar o ar existente na câmara de trabalho. Isto tem de ser feito com o
amortecedor colocado na posição em que vai ficar quando for montado no carro.
Apertar sempre os encaixes superiores do amortecedor apenas depois de o carro ter sido
novamente colocado sobre rodas. Assentando o carro sobre as rodas, a suspensão é
comprimida de volta à sua posição estática (Fig. 5.3). Isto evita excesso de compressão sobre
as borrachas de montagem quando se apertam as porcas.

Fig. 5.3 – Compressão da suspensão

Após a substituição de componentes da suspensão é necessário proceder ao alinhamento da


direcção, de forma a garantir a máxima aderência e direccionabilidade do veículo.

5.2 Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão


(Des)Montagem de Molas e Amortecedores

No entanto, é importante ter alguns cuidados com os amortecedores, principalmente os que


contêm gás sob pressão, pelo que não podem ser simplesmente deitados fora.
Existem regulamentos de prevenção de
acidentes e de protecção do meio ambiente, que
informa como proceder com os amortecedores.
Sendo que estes componentes devem ser
despressurizados e o óleo deve ser retirado.
Para tal, o amortecedor deve ser colocado
horizontalmente no torno de bancada com a
haste completamente distendida (Fig. 5.4).
Fig. 5.4 – Imobilização do amortecedor

Perfure com um uma broca de 3 mm, aproximadamente a 20 mm da base do amortecedor para


o gás poder sair (Fig. 5.5).

Fig. 5.5 – Furo para o gás

Posteriormente, deve ser feito outro furo de 5 mm para permitir que o óleo saia (Fig. 5.6). Este
é bombeado para fora do tubo através dos movimentos do êmbolo para fora e para dentro (Fig.
5.7). O óleo tem de ser recolhido e eliminado de acordo com a legislação nacional para
deposição de resíduos.

Fig. 5.6 – Furo para o óleo Fig. 5.7 – Recolha do óleo

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão 5.3


(Des)Montagem de Molas e Amortecedores

5.2 - DESMONTAGEM DO AMORTECEDOR E MOLA


A seguir indica-se os passos a executar na desmontagem da mola e do amortecedor, sendo
que, o tipo de suspensão mais comum no eixo dianteiro é o sistema Mc Pherson. Neste caso
para substituir o amortecedor é preciso desmontar o conjunto do elemento de suspensão. Para
tal deve proceder do seguinte modo:

a) Afrouxe os parafusos da fixação superior da coluna Mc Pherson (Fig. 5.8).

Fig. 5.8 – Localização dos parafusos da fixação superior

b) Coloque calços sob o carro e eleve o veículo, no elevador.

c) Retire a roda (Fig. 5.9), com o auxílio da chave pneumática.

Fig. 5.9 – Desmontagem da roda

d) Afrouxe os parafusos de fixação inferior (Fig. 5.10)

5.4 Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão


(Des)Montagem de Molas e Amortecedores

Fig. 5.10 – Localização dos parafusos de fixação inferior

e) Comprima a mola da suspensão com o compressor de molas (Fig. 5.11)

Fig. 5.11 – Compressão da mola

Nota - Utilize sempre um compressor de molas adequado ao tamanho desta, para prevenir
eventuais ferimentos graves (Fig. 5.12 e Fig. 5.13).

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão 5.5


(Des)Montagem de Molas e Amortecedores

Fig. 5.12 – Compressor de molas com grampos adicionais Fig. 5.13 – Compressor de molas com fusos
para diferentes diâmetros de molas e abraçadeiras ajustáveis a
diferentes comprimentos e
diâmetros de molas

a) Desaperte completamente os parafusos de fixação superior e inferior, de forma a retirar o


corpo da suspensão.

b) Uma vez, retirado o conjunto da suspensão, procede-se a separação da mola do


amortecedor da forma ilustrada na figura 5.14, fixando verticalmente o corpo da suspensão
no torno de bancada, e desmontando os elementos de fixação da mola.

Fig. 5.14 – Desmontagem dos elementos


de fixação da mola

Nota - É necessário marcar as posições dos anéis, casquilhos, anilhas, e rolamentos, para no
acto de montagem não se trocar as posições destas, que adoptam a disposição correcta, de
forma a garantir a imobilização do amortecedor (Fig. 5.15).

5.6 Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão


(Des)Montagem de Molas e Amortecedores

Fig. 5.15 – Disposição das peças de fixação do amortecedor

Para a montagem da suspensão processa-se do modo inverso à enunciada anteriormente.


No que se refere aos amortecedores montados no eixo traseiro, em geral, a sua desmontagem
do veículo é fácil, pois na maioria dos casos a disposição é similar a representada na figura
5.16.

A – Fixação superior
B – Fixação inferior

Fig. 5.16 – Localização do amortecedor no eixo traseiro

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão 5.7


(Des)Montagem de Molas e Amortecedores
5.3 - MANUTENÇÃO DAS MOLAS DE LÂMINAS
A manutenção das molas de lâminas, consiste em limpar as lâminas com uma escova de
arame conforme ilustrado na figura 5.17.

Fig. 5.17 – Limpeza das lâminas

Verifique se existem folgas na fixação da mola (este componente não deve apresentar folgas),
caso comprove a existência de tal anomalia aperte as porcas de fixação (Fig. 5.18).

Fig. 5.18 – Eliminação das folgas existentes nos pontos de fixação da mola

Nota – As fixações das molas de lâminas não devem ser lubrificados, devido a existência de
casquilhos elásticos, pelo que provocaria a sua deterioração.

E por fim verifique se os batentes da mola estão danificados (fig. 5.19) normalmente situados
entre a carroçaria e o eixo do veículo (dianteiro e traseiro).

5.8 Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão


(Des)Montagem de Molas e Amortecedores

Fig. 5.19 – Verificação dos batentes

5.4 - MANUTENÇÃO DOS AMORTECEDORES


Normalmente o amortecedor é a principal causa das anomalias da suspensão devido ao
desgaste que este componente é submetido, pelo que, a sua verificação, manutenção e
reparação é de extrema importância.

Nem todos os amortecedores são passíveis de reparação ou manutenção, pelo que torna-se
importante saber quais e como proceder à sua manutenção ou reparação, isto é possível com
a ajuda do fabricante.

Por vezes o tubo externo de protecção exerce esforço sobre o corpo cilíndrico, pelo qual deve-
se controlar a eficiência do amortecedor, comparando-o com amortecedores novos. Se o
controlo tiver um resultado desfavorável, será necessário retirar o óleo e verificar se o êmbolo
desliza suavemente no cilindro, mas sem folga, segundo o qual reduziria o efeito de
amortecimento.

Se o êmbolo apresentar folga, torna-se necessário desmontar o amortecedor, lavar


cuidadosamente as diversas partes com gasolina ou com petróleo e, a seguir verificar a
eficácia das válvulas, das sedes e da molas, a vedação da guarnição da haste, o estado de
desgaste da superfície de trabalho do corpo cilíndrico e do êmbolo.

Nos automóveis que não têm amortecedores telescópicos, podem ser atestados de óleo por
um bujão de enchimento, neste caso deve-se verificar o nível do óleo.

O amortecedor deve ser recarregado sempre que o ensaio à mão denuncie qualquer ausência
de resistência, mais ou menos profunda, ao longo do curso do êmbolo.

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão 5.9


(Des)Montagem de Molas e Amortecedores

Para a recarga opera-se do seguinte modo:

Distende-se ao máximo o amortecedor de maneira que o tubo de protecção descubra a


tampa superior do corpo cilíndrico

Retira-se a junta e extrai-se o êmbolo (Fig. 5.20)

Fig. 5.20 - Desmontagem da junta

Enche-se o cilindro central aproximadamente a ¾ e o depósito de compensação em


cerca de metade, empregando o óleo adequado.

E por fim deve-se fechar o amortecedor (Fig. 5.21). Poderá tornar-se necessário,
balançar a suspensão para cima e para baixo repetidas vezes para expulsar o ar.

Fig. 5.21 – Montagem da tampa do amortecedor

5.10 Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão


(Des)Montagem de Molas e Amortecedores

5.5 – AVARIAS TÍPICAS DO AMORTECEDOR


O defeituoso funcionamento do amortecedor manifesta-se por ruídos ou com a variação do
efeito de amortecimento. Os ruídos deste componente da suspensão, podem ser originados
por insuficiência de óleo ou por deformações dos tubos provocadas por choques contra
obstáculos ou por pedras lançadas pelas rodas, ou devido a existência de contactos metálicos
entre o corpo externo do amortecedor e os elementos da suspensão ou da carroçaria. A
diminuição do efeito de amortecimento pode depender das seguintes causas:

Insuficiência de óleo;

Avaria das válvulas na posição de abertura;

Defeituosa vedação das válvulas (por desgaste ou sujidade);

Desgaste do êmbolo e do cilindro de trabalho;

Ruptura de dispositivos internos.

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão 5.11


(Des)Montagem de Molas e Amortecedores

A tabela seguinte apresenta um quadro resumo, de avarias possíveis nos amortecedores:

TABELA DE AVARIAS DOS AMORTECEDORES


VERIFICAÇÃO /
AVARIAS CAUSA POSSÍVEL
CORRECÇÃO
a) Batente das molas de a) Verifique o batente da mola de
1. Excessivo suspensão defeituoso. suspensão, se necessário
movimento do b) Fraca prestação do substitua-o
amortecedor amortecedor b) Substitua o amortecedor.
a) Amortecedor desapertado. a) Aperte o amortecedor com
b) Tubo de protecção solto. segurança.
c) Tubo protector toca o corpo do b) Substitua o amortecedor.
2. Barulho nos amortecedor.
amortecedores c) Verifique o alinhamento entre o
d) Amortecedor gasto. suporte superior e inferior do
amortecedor.
d) Substitua o amortecedor.
a) Perda de óleo devido a haste a) Substitua o amortecedor.
3. Ineficiência do danificada, retentores
amortecedor estragados ou válvulas gastas.
4. Derrame de a) Vedante da haste estragado. a) Substitua o amortecedor
óleo no
amortecedor
a) Engano no tipo de amortecedor. a) Instale o tipo correcto de
5. Amortecedor b) Válvula danificada. acordo com as especificações
muito duro do veículo.
instalado
b) Substitua o amortecedor.
a) Engano no tipo de amortecedor. a) Instale o tipo correcto de
6. Amortecedor b) Amortecedor gasto. acordo com as especificações
muito macio do veículo.
b) Instale novo amortecedor.
7. Mau a) Enfraquecimento de eficiência a) Instale novo amortecedor
comportamento do amortecedor.
em estrada
8. Desgaste do a) Amortecimento reduzido ou a) Instale novo amortecedor.
pneu existente.

5.12 Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão


Avarias Típicas da Suspensão, Causas e Reparação

6 – AVARIAS TÍPICAS DA SUSPENSÃO, CAUSAS E


REPARAÇÃO
De modo a se executar a correcta reparação do sistema de suspensão, deve-se consultar o
manual da oficina. Os exemplos aqui apresentados são genéricos e a título indicativo.
As avarias mais comuns na suspensão são:

Traseira descaída – Este sintoma (Fig. 6.1) indica molas partidas ou frouxas,
amortecedor preso devido a oxidação ou empeno da haste, ou uma escolha errada dos
amortecedores, sendo necessário substituí-los.

Fig. 6.1 – Traseira descaída

Carro mais elevado que o habitual - Após a mudança de amortecedores, se o veículo


ficou mais alto que anteriormente, poderão ser as molas ou amortecedores instalados não
adequadas, ou dever-se a amortecedor preso. Deverão substituir-se as molas ou os
amortecedores conforme necessário.

Fig. 6.2 – Carro mais elevado que o habitual

Altura insuficiente – Esta anomalia pode ser devido as barras de torção, devendo ser
substituída. Pelo qual se procederá a compressão da suspensão e posterior remoção da
barra de torção, com o auxílio de um martelo de inércia conforme representado na figura
6.3. A montagem da nova barra, realiza-se posicionando o braço da suspensão a uma
determinada altura (especificada no manual da oficina) por intermédio da ferramenta
demonstrada na figura 6.4. Monta-se a barra de torção, nessa posição ficando a carroçaria
a altura adequada do solo.

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão 6.1


Avarias Típicas da Suspensão, Causas e Reparação

Fig. 6.3 – Desmontagem da barra de torção Fig. 6.4 – Fixação da suspensão para posterior
montagem da barra de torção

O sistema hidroelástico dispensa quaisquer cuidados de manutenção. No entanto, verificar a


existência de possíveis fugas se a carroçaria parecer descaída, com a consequente redução
da distância entre esta e o pavimento. Medir a distância do centro da roda até ao rebordo do
guarda-lama para comprovar se esta corresponde ao valor recomendado pelo fabricante (Fig.
6.5).

Fig. 6.5 – Verificação da altura da carroçaria em relação ao cubo da roda

Suspensão branda – Verifica-se quando os amortecedores, as molas ou a barra de torção


perderam a sua flexibilidade. Normalmente a causa desta anomalia encontra-se no
amortecedor, pelo que deve-se desmontar e verificar o seu estado. No caso deste
componente ou os outros referidos anteriormente, serem os causadores de tal anomalia,
então procede-se a sua reparação (quando possível) ou substituição.

6.2 Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão


Avarias Típicas da Suspensão, Causas e Reparação

Suspensão dura – Verifica-se quando a haste do amortecedor encontra-se enferrujada ou


empenada, pelo que a sua acção no interior da câmara é dificultada (Fig. 6.6). Pode
também suceder quando substituem-se as molas ou os amortecedores, sendo que pode
ser uma situação normal devido que são componentes novos e o condutor está habituado
á suspensão com anomalias, ou se for uma dureza em excesso deve-se ao facto destes
componentes não serem os mais adequados ao tipo de suspensão do veículo. No entanto
deve-se detectar qual a causa, e efectuar a sua reparação, manutenção ou mesmo
proceder substituição do componente defeituoso.

Fig. 6.6 – Danos no corpo do amortecedor

Desgaste das rótulas da manga de eixo – Este defeito verifica-se quando existe folga ou
perda de lubrificante na rótula por desgaste do guarda-pó, deverá substituir a rótula,
desmontando a fixação da manga de eixo e o respectivo braço da suspensão. (Fig. 6.7).
Quando a rótula é fixa por um cone e porca, como no caso da figura 6.8, para extraí-la
deve utilizar o extractor de rótulas, ilustrado na mesma figura , que se acopla entre o braço
(B) e o extremo do perno da rótula (A) rodando o parafuso do extractor de forma a retirar o
cone de fixação.

A – Rótula; B – Braço da suspensão;


C - Extractor de rótulas
Fig. 6.7 – Fixação da manga de eixo Fig. 6.8 – Desmontagem das rótulas

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão 6.3


Avarias Típicas da Suspensão, Causas e Reparação

Nos modelos mais antigos torna-se importante verificar as cavilhas da manga de eixo. Para
inspeccionar as articulações, levantar a frente do automóvel com um macaco, enquanto
alguém acciona o pedal dos travões, fazer oscilar a roda da frente do automóvel para cima e
para baixo. Qualquer folga excessiva nos pontos onde deve haver folgas (os seus valores são
indicados no manual) significa desgaste ou necessidade de reparação.

Folgas nas articulações dos braços oscilantes – Esta situação indica um desgaste do
casquilho elástico (Silent Block), pelo que deverá desmontar o braço de suspensão para
substituir o casquilho deteriorado. A extracção do mesmo realiza-se como mostra a figura
6.9, posicionando o braço (B) num torno de bancada, de maneira que se apoie nos
mordentes (E) entre os tubos cilíndricos (A) e (D), o primeiro apoiado sobre o diâmetro
externo do orifício de alojamento do casquilho elástico (C) e o segundo sobre este mesmo.
Ao fechar os mordentes do torno de bancada extrai-se o casquilho elástico.

A – Tubo cilíndrico
B – Braço oscilante
C – Silent block
D - Tubo cilíndrico
E – Mordentes do torno

Fig. 6.9 – Extracção do Silent Block

A montagem do novo silent block realiza-se seguindo um processo similar, como mostra a
figura 6.10. É preciso considerar que alguns casquilhos elásticos têm uma determinada
posição de montagem, imposta pelas aberturas ou cortes na borracha (Fig. 6.11). Neste caso
deve montar na mesma posição que os anteriores.

Fig. 6.10 – Montagem do Silent Block Fig. 6.11 – Aberturas e cortes situados nos
casquilhos elásticos

6.4 Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão


Avarias Típicas da Suspensão, Causas e Reparação

Em algumas disposições, como representada na figura 6.12, a fixação do braço inferior ao


chassis realiza-se com interposição calços metálicos (como demonstrado em detalhe na
mesma figura), que devem ser posicionadas correctamente, pois estes calços determinam a
magnitude do ângulo de avanço.

Calço metálico

6.12 – Detalhe da desmontagem dos braços e localização dos calços metálicos

Oxidação no casquilho de fixação da barra estabilizadora - Verifica-se pelos ruídos


anormais que este componente produz, sendo necessário substituí-los. A figura 6.13
mostra um sistema de fixação na barra estabilizadora (B), que é fixa ao chassis (A) através
do suporte (C), onde encontra-se o casquilho elástico (F). Os parafusos de fixação (D)
dispõem de anilhas (E), que é preciso desdobrar para realizar a desmontagem.

A – Chassis
B – Barra estabilizadora
C – Suporte
D – Parafusos de fixação
E – Anilhas
F – Casquilho elástico

Fig. 6.13 – Desmontagem da barra estabilizadora

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão 6.5


Avarias Típicas da Suspensão, Causas e Reparação

Roturas ou posicionamento defeituoso das molas helicoidais sobre os suportes - Em


qualquer dos casos deve desmontar a mola para reparar a anomalia ou proceder a
substituição do elemento defeituoso. A desmontagem da mola é referida no capítulo
anterior. As molas de lâminas estão normalmente apoiadas em casquilhos de borracha e
não necessitam de lubrificação. Contudo, em alguns modelos mais antigos as molas
poderão apoiar-se em casquilhos metálicos e cavilhas de brinco perfuradas, com copos de
lubrificação para massa. No caso dos sistemas de molas helicoidais ou de barras de
torção, apenas é necessário proceder à lubrificação se alguma das peças móveis
apresentar copos de lubrificação (Fig. 6.14).

Fig. 6.14 – Lubrificação dos componentes móveis da suspensão

Os resultados do ensaio da suspensão é um indicador precioso da eficácia da suspensão.


Sendo que uma assimetria (diferença nos resultados de ensaio) da suspensão superior a 30 %
entre cada roda do mesmo eixo é inaceitável sendo, portanto, essencial proceder a uma
inspecção completa e reparação dos órgãos que compõem a suspensão.

Finalizadas as reparações, realizar-se-á um teste de estrada, para constatar que os defeitos


encontrados anteriormente foram bem corrigidos.

Nos automóveis com suspensão inteligente, a verificação do estado da suspensão é feita com
o auxílio de máquinas de diagnóstico, que por sua vez indica qual a avaria por intermédio de
códigos. Para a descodificação, consulta-se o manual da oficina e procede-se a reparação da
avaria seguindo as indicações enunciadas no mesmo. Normalmente as avarias são idênticas
às apresentadas anteriormente, mas dada a evolução da suspensão, que por sua vez é
adicionada componentes electrónicos para controlar todos os aspectos da suspensão, torna-se
necessário verificar esses mesmos componentes, com especial atenção aos sensores
distribuídos pelo veículo, fusíveis, válvulas, unidade electrónica de comando, reguladores de
pressão, compressor, molas pneumáticas entre outros.

6.6 Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão


Avarias Típicas da Suspensão, Causas e Reparação

A tabela seguinte apresenta um quadro resumo, de avarias típicas na suspensão, causa e


reparação das mesmas.

6.1 - TABELA DE DIAGNÓSTICO DE AVARIAS NA SUSPENSÃO

DEFEITO CAUSA POSSÍVEL VERIFICAÇÃO OU CORRECÇÃO


1. Saltitar da a) Rodas desequilibradas a) Equilibrar as rodas.
roda b) Molas fracas b) Substituir.
c) Amortecedor hidráulico c) Substituir.
ineficiente d) Desempenar a jante
d) Jante deformada e) Substituir o pneu.
e) Pneu com desgaste regular f) Corrigir a pressão dos pneus.
f) Pressão dos pneus irregulares
2. Veículo a) Pontos de fixação carroçaria / a) Alinhar os pontos de fixação.
tende a suspensão desalinhados b) Corrigir a pressão dos pneus.
desviar-se b) Pressão dos pneus baixa ou c) Substituir a manga de eixo ou os
para um irregular braços oscilantes.
lado c) Manga de eixo ou braços d) Substituir.
oscilantes deformados e) Substituir.
d) Amortecedores hidráulicos
ineficientes
e) Molas fracas
3. Suspensão a) Amortecedores hidráulicos a) Substituir
ruidosa ineficientes b) Apertar as fixações da barra
b) Barra estabilizadora desapertada estabilizadora
do braço ou da carroçaria c) Substituir os casquilhos elásticos
c) Casquilhos elásticos dos braços d) Substituir.
oscilantes gastos e) Apertar os parafusos de fixação.
d) Rótulas gastas f) Substituir os foles ou montar de
e) Parafusos de fixação da novo.
suspensão desapertados
f) Foles desmontados
4. Desgaste a) Irregular pressão dos pneus a) Corrigir a pressão dos pneus.
excessivo b) Molas fracas ou partidas b) Substituir.
dos pneus c) Folgas excessiva dos rolamentos c) Verificar a folga e substituir o
dos cubos das rodas rolamento. ou cubo da roda
d) Rodas desequilibradas d) Equilibrar rodas.
e) Rodas descentradas e) Alinhar a direcção.
5. Automóvel a) Pressão dos pneus incorrecta a) Corrigir a pressão dos pneus
descaído b) Mola(s) partida(s) b) Substituir a(s) mola(s) partida(s)
para frente c) Mola(s) fraca(s) ou pasmada(s) c) Substituir a(s) mola(s) traseira(s)
d) Conjunto(s) mola(s) – se a altura da parte traseira for
amortecedor(es) fraco(s) ou em inferior à apropriada
mau estado d) Verificar e substituir

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão 6.7


Avarias Típicas da Suspensão, Causas e Reparação

DEFEITO CAUSA POSSÍVEL VERIFICAÇÃO OU CORRECÇÃO


6. Automóvel a) Pressão dos pneus incorrecta a) Corrigir a pressão dos pneus
descaído b) Mola(s) partida(s) b) Substituir a(s) mola(s) partida(s)
para trás c) Mola(s) fraca(s) ou pasmada(s) c) Substituir a(s) mola(s) traseira(s)
d) Conjunto(s) mola(s) – se a altura da parte traseira for
amortecedor(es) fraco(s) ou em inferior à apropriada
mau estado d) Verificar e substituir

7. Automóvel a) Pressão dos pneus incorrecta a) Corrigir a pressão dos pneus


descaído b) Má distribuição da carga do b) Distribuir uniformemente a carga
sobre uma automóvel c) Substituir a mola
das rodas c) Mola partida d) Substituir a mola
d) Mola fraca ou pasmada e) Substituir
e) Peças da suspensão danificadas
ou gastas
8. Automóvel a) Pressão inapropriada na a) Verificar a pressão e corrigi-la
descaído suspensão Hydrolastic, b) Verificar o alinhamento e corrigi-lo
sobre um hidropneumática e pneumática. c) Verificar e substituir
dos lados b) Chassis deformado ou partido
c) Conjunto(s) mola(s) –
amortecedor(es) fraco(s) ou em
mau estado
9. Suspensão a) Pressão dos pneus incorrecta a) Corrigir a pressão dos pneus
dura b) Automóvel com carga em b) Distribuir uniformemente a carga
excesso ou mal distribuída c) Substituir o pneu
c) Pneu deformado d) Reparar ou substituir
d) Amortecedor(es) desapertado(s) e) Substituir a mola
ou em mau estado f) Reparar ou substituir e lubrificar
e) Mola partida
f) Peças de suspensão gripadas
10. Automóvel a) Amortecedor(es) desapertado(s) a) Apertar ou substituir
oscila nas ou em mau estado b) Substituir mola
curvas b) Mola partida c) Substituir mola
c) Mola fraca ou pasmada d) Substituir barra estabilizadora, se
d) Barra estabilizadora desapertada danificada.
ou partida e) Apertar os seus apoios e ligações
e) Porta-bagagens do tejadilho e substituir os casquilhos
demasiado apertado

6.8 Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão


Bibliografia

BIBLIOGRAFIA

ALONSO, J. M. – Técnicas del Automovil – Chassis, Editorial Paraninfo, 1996.

ALONSO, J. M. – Circuitos de Fluidos, Suspension y Direccion, Editorial Paraninfo, 1996.

LUCCHESI, Domenico – O automóvel, Editorial Presença, 1986.

BODIN, G. – Liaison au Sol, Desta Press, 1997

CHOLLET, H. M. – Curso Prático e Profissional para Mecânicos de automóveis, Hemus Editora


Limitada

CHARLATEAUX, M. – Suspencion y Direccion, Macombro Editores, 1979.

CROUSE, W. H. – Mecanica del automovil, Macombro Editores, 1983.

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão C.1


Pós-Teste

PÓS-TESTE

Em relação a cada um dos exercícios seguintes, são apresentadas 4 (quatro) respostas das
quais apenas 1 (uma) está correcta. Para cada exercício indique a resposta que considera
correcta, colocando uma cruz (X) no quadrado respectivo.

1 – A oscilação excessiva da carroçaria, pode provocar:

a) Aumento da distância de travagem ...............................................................................

b) Diminuição da distância de travagem............................................................................

c) Perda da direcção..........................................................................................................

d) Encadeamento para os outros condutores....................................................................

2 – Para verificar ruídos provenientes dos órgãos da suspensão deve realizar-se:

a) O teste de estrada .........................................................................................................

b) A medição com o paquímetro.......................................................................................

c) O teste no banco de vibrações.....................................................................................

d) O teste no frenómetro....................................................................................................

3 – Para realizar o ensaio da suspensão no banco de vibrações é necessário:

a) Desmontar o amortecedor.............................................................................................

b) Desmontar a mola .........................................................................................................

c) Montar a barra estabilizadora........................................................................................

d) Nenhuma das anteriores ...............................................................................................

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão S.1


Pós-Teste
4 – A fuga de óleo dos amortecedores significa que:

a) Aumenta a sua capacidade de amortecimento. ............................................................

b) Diminui a sua capacidade de amortecimento. ..............................................................

c) A capacidade de amortecimento mantêm-se constante. ..............................................

d) Não tem nenhuma consequência..................................................................................

5 – A máquina de teste dos amortecedores, desenha o gráfico do amortecedor


submetendo-o a :

a) Compressão. .................................................................................................................

b) Extensão........................................................................................................................

c) Ambas as anteriores......................................................................................................

d) Nenhuma das anteriores. ..............................................................................................

6 – No banco de vibrações o veículo é submetido a várias oscilações para medir a


sua:

a) Capacidade de resistir a choques frontais ...................................................................

b) Aderência.......................................................................................................................

c) Capacidade de travagem ..............................................................................................

d) Distância do solo ...........................................................................................................

7 – O peso estático do carro é utilizado para calcular:

a) A aderência....................................................................................................................

b) O peso dinâmico............................................................................................................

c) O binário ........................................................................................................................

d) A pressão dos pneus .....................................................................................................

S.2 Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão


Pós-Teste
8 – Qual dos seguintes componentes podem influenciar o resultado do teste no banco
de vibrações:

a) Os pneus .......................................................................................................................

b) As luzes .........................................................................................................................

c) A direcção assistida.......................................................................................................

d) A bateria. .......................................................................................................................

9 – Qual é o valor máximo da diferença de aderência entre duas rodas do mesmo eixo,
permitido pela legislação:

a) 0%..................................................................................................................................

b) 20 %...............................................................................................................................

c) 30 %...............................................................................................................................

d) 100 %.............................................................................................................................

10 – Na suspensão Mc Pherson, qual é a ferramenta utilizada para retirar a mola


helicoidal:

a) Chave de bocas.............................................................................................................

b) Compressor de mola. ....................................................................................................

c) Chave inglesa. ...............................................................................................................

d) Chave de fendas............................................................................................................

11 – Como proceder após a substituição dos amortecedores de gás ?

a) Os amortecedores substituídos devem ser deitados fora. ...............................................

b) Os amortecedores substituídos devem ser aproveitados noutros veículos. ....................

c) Os amortecedores substituídos devem ser testados no banco de vibrações. .................

d) Os amortecedores substituídos devem ser despressuridados e o óleo deve ser retirado

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão S.3


Pós-Teste

12 – Qual das seguintes afirmações é verdadeira ?

a) Só deve ser substituído o amortecedor deteriorado. .....................................................

b) Os amortecedores devem ser substituídos aos pares (do mesmo eixo), e de

preferência os quatro ao mesmo tempo........................................................................

c) Só devem ser substituídos os amortecedores do lado direito........................................

d) Só devem ser substituídos os amortecedores do lado esquerdo. .................................

13 – Quais os componentes que devem ser verificados quando se detectam


problemas na suspensão ?

a) Devem ser verificados os faróis. ....................................................................................

b) Devem ser verificados os componentes do sistema de carga e arranque. ...................

c) Devem se verificados as rótulas, amortecedores, molas, pneus, silent block, fixação

das barras estabilizadoras, e articulações dos braços oscilantes. ...............................

d) Devem ser verificados os travões, a embraiagem e o motor.........................................

S.4 Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão


Corrigenda e Tabela de Cotação do Pós-Teste

CORRIGENDA E TABELA DE COTAÇÃO


DO PÓS-TESTE

N.º DA RESPOSTA
COTAÇÃO
QUESTÃO CORRECTA

1 d) 1,6

2 a) 1,6

3 d) 1,6

4 b) 1,6

5 c) 1,6

6 b) 1,6

7 a) 1,6

8 a) 1,6

9 c) 1,6

10 b) 1,6

11 d) 1,6

12 b) 1,6

13 c) 0,8

TOTAL 20

Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão S.5


Exercícios Práticos

EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Exemplos de exercícios práticos a desenvolver no seu posto de trabalho e de acordo com maté-
ria constante no presente módulo.

EXERCÍCIO N.º 1 - TESTE DA SUSPENSÃO NO BANCO DE VIBRAÇÕES

- DIAGNOSTICAR A SUSPENSÃO, REALIZANDO AS TAREFAS INDICADAS EM SEGUIDA,


TENDO EM CONTA AS INDICAÇÕES DO MANUAL DO BANCO DE VIBRAÇÕES.

EQUIPAMENTO NECESSÁRIO

- 1 VEÍCULO
- MANUAL DO FABRICANTE DO VEÍCULO
- BANCO DE SUSPENSÃO
- COMANDO REMOTO DO BANCO
- IMPRESSORA

TAREFAS A EXECUTAR

1 – DIRIJA O VEÍCULO ATÉ AS PLATAFORMAS DO BANCO DE SUSPENSÃO.

2 – TESTE A SUSPENSÃO DO EIXO DIANTEIRO.

3 – TESTE A SUSPENSÃO DO EIXO TRASEIRO.

4 – REGISTE OS VALORES DE ADERÊNCIA NA TABELA SEGUINTE, E COMENTE OS


RESULTADOS OBTIDOS.

ADERÊNCIA RODA DIREITA RODA ESQUERDA DIFERENÇA

EIXO DIANTEIRO

EIXO TRASEIRO

A SUSPENSÃO DO EIXO DIANTEIRO APRESENTA-SE ......................................................


...................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................

A SUSPENSÃO DO EIXO TRASEIRO APRESENTA-SE .......................................................


...................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão A.1


Exercícios Práticos

EXERCÍCIOS PRÁTICOS
EXERCÍCIO N.º 2 - DESMONTAGEM E MONTAGEM DO AMORTECEDOR

- DESMONTAR O AMORTECEDOR, REALIZANDO AS TAREFAS INDICADAS EM SEGUIDA,


TENDO EM CONTA OS CUIDADOS DE HIGIENE E SEGURANÇA.

EQUIPAMENTO NECESSÁRIO

- 1 VEÍCULO COM SUSPENSÃO MC PHERSON


- MANUAL DO FABRICANTE DO VEÍCULO
- 1 ELEVADOR
- FERRAMENTAS DE (DES)APERTO
- 1 CHAVE DINAMOMÉTRICA
- 1 COMPRESSOR DE MOLAS HELICOIDAIS

TAREFAS A EXECUTAR

1 – ELEVE A VIATURA NO ELEVADOR E RETIRE A RODA.

2 – DESAPERTE OS PONTOS DE FIXAÇÃO DA COLUNA MC PHERSON E RETIRE-O.

3 – DESMONTE A MOLA, RECORRENDO À FERRAMENTA ADEQUADA.

4 – VERIFIQUE O ESTADO DO AMORTECEDOR E SUBSTITUA SE NECESSÁRIO.

5 – PROCEDA A MONTAGEM DA SUSPENSÃO.

A.2 Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão


Exercícios Práticos

GUIA DE AVALIAÇÃO
DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS

EXERCÍCIO PRÁTICO N.º 1: TESTE DA SUSPENSÃO NO BANCO DE VIBRAÇÕES

GUIA DE
NÍVEL DE
TAREFAS A DESENVOLVER AVALIAÇÃO
EXECUÇÃO
(PESOS)

1 – Dirigir o veículo até as plataformas do banco de


suspensão.
3

2 – Testar as rodas do eixo dianteiro. 5

3 – Testar as rodas do eixo traseiro. 5

4 – Registar os valores de aderência e comentar os


resultados do diagnóstico.
7

CLASSIFICAÇÃO 20

Diagnóstico e Reparação de Avarias no Sistema de Suspensão A.3


Exercícios Práticos

EXERCÍCIO PRÁTICO N.º 2: DESMONTAGEM E MONTAGEM DA SUSPENSÃO

GUIA DE
NÍVEL DE
TAREFAS A DESENVOLVER AVALIAÇÃO
EXECUÇÃO
(PESOS)

1 – Elevar a viatura no elevador e retirar as rodas. 2

2 – Desapertar os pontos de fixação da coluna Mc Pherson e


retirá-lo.
5

3 – Proceder a desmontagem da mola. 4

4 – Verificar o estado do amortecedor e substituir se


necessário.
3

5 – Proceder a montagem da suspensão.


6

CLASSIFICAÇÃO 20

A.4 Diagnóstico e Reparações de Avarias no Sistema de Suspensão

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