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Casamento Nuncupativo: celebração pode ser feita por

qualquer cidadão
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A modalidade de celebração de casamento denominada nuncupativo, representa a


hipótese em que um dos contraentes está em iminente risco de morte, não havendo tempo
para a celebração do matrimônio dentro das conformidades e formalidades previstas pelo
Código Civil.

Por conta disso, qualquer pessoa pode celebrar o casamento. Todavia, exigi-se a presença
de 6 testemunhas desimpedidas

Vale frisar que são impedidos de serem testemunhas os parentes em linha reta e os
colaterais até 2º grau.

Nessa toada, reitera-se que, caso o cônjuge sobrevivente ou qualquer das 6 testemunhas
não leve o pleito ao juízo no prazo decadencial de 10 dias, a contar do término do evento
perigoso, o ato não surtirá os efeitos do casamento.

Por outro lado, a Lei não impõe regime obrigatório, logo, na ausência de pacto antenupcial,
o regime de bens será o da comunhão parcial (regime legal).

Vale pontuar que o enfermo deve estar consciente no ato de declaração de sua vontade de
casar-se e, caso o enfermo sobreviva ao evento ou no trâmite processual ainda tiver
condições de se manifestar, pode o juiz colher seu depoimento a fim de ratificar ou retificar
sua vontade.

Destarte, cabe salientar que o procedimento tramitará na Vara da Família, localizada no


foro de onde o legitimado tiver a oportunidade de apresentar o pedido.

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Não é novidade. Eu ainda estudei sob a égide do código de 1916 e já existia o casamento nucumpativo e já
tinha esse nome designado pela doutrina:

Código Civil de 1916

Art. 198. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo na casa do
impedido e, sendo urgente, ainda à noite, perante quatro testemunhas, que saibam ler e escrever.

§ 1º A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir ao casamento suprir-se-á por qualquer
dos seus substitutos legais, e a do oficial do registro civil por outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato.

§ 2º O termo avulso, que o oficial ad hoc lavrar, será levado ao registro no mais breve prazo possível.

Art. 199. O oficial do registro, mediante despacho da autoridade competente, à vista dos documentos exigidos
no art. 180 e independentemente do edital de proclamas (art. 181) dar a certidão ordenada no art. 181, § 1º:

I. Quando ocorrer motivo urgente que justifique a imediata celebração do casamento.

II. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida.

Parágrafo único. Neste caso, não obtendo os contraentes a presença da autoridade, a quem incumba presidir
ao ato, nem a de seu substituto, poderão celebrá-lo em presença de seis testemunhas, que com os nubentes
não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, em segundo grau.

Nucumpativo significa ato jurídico feito oralmente e não por escrito. Esse casamento, no novo código de 2002
é previsto praticamente nos mesmos moldes, com poucas variações nos termos, mas a forma e os motivos é
a mesma:

Código Civil de 2002:

Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde se
encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e
escrever.

§ 1o A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-á por qualquer
dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato.

§ 2o O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em cinco dias,
perante duas testemunhas, ficando arquivado.

Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da
autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na

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