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Lei do Ventre Livre

Aprovada em 1871, foi a primeira lei abolicionista da História do Brasil. De acordo com
esta lei, os filhos de escravas, nascidos após a promulgação da lei, ganhariam a liberdade.
Porém, o liberto deveria permanecer trabalhando na propriedade do senhor até 21 anos
de idade.
Foi uma lei paliativa e que recebeu muitas críticas negativas dos abolicionistas. O
principal argumento era de que estes “libertos” tinham que trabalhar para seus “donos”
durante a fase mais produtiva da vida. Logo, os senhores iriam explorar ao máximo esta
mão-de-obra até ela ganhar a liberdade.

Lei dos Sexagenários

Promulgada pelo governo brasileiro em 1885, esta lei dava liberdade aos escravos com
mais de 65 anos de idade.
Esta lei também recebeu muitas críticas, pois dificilmente um escravo chegava a esta
idade com as péssimas condições de trabalho que tinham durante a vida. Vale lembrar
que a expectativa de vida de um escravo neste período era em torno de 40 anos de idade.
Esta lei acabava por beneficiar os proprietários de escravos, pois se livravam de
trabalhadores pouco produtivos, cansados e doentes, economizando assim em
alimentação e moradia.

Lei Áurea

Promulgada em 1888 pela Princesa Isabel, esta lei aboliu definitivamente a escravidão
no Brasil.
Porém, a liberdade não garantiu aos ex-escravos melhorias significativas em suas vidas.
Como o governo não se preocupou em integrá-los à sociedade, muitos enfrentaram
diversas dificuldades para conseguir emprego, moradia, educação e outras condições
fundamentais de vida. Vale lembrar que muitos fazendeiros preferiram importar mão-
de-obra europeia à contratar os ex-escravos como assalariados.

LEI EUSEBIO DE QUEIROZ

A Lei Eusébio de Queiróz foi uma modificação que ocorreu em 1850 na legislação
escravista brasileira. A lei proibia o tráfico de escravos para o Brasil. É considerado um
dos primeiros passos no caminho em direção à abolição da escravatura no Brasil.
Independência do Brasil

É um processo que se estende de 1821 a 1825 e coloca em violenta oposição o Reino do


Brasil e o Reino de Portugal, dentro do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. As
Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, instaladas em 1820, como uma
consequência da Revolução Liberal do Porto, tomam decisões, a partir de 1821, que
tinham como objetivo reduzir novamente o Brasil ao seu antigo estatuto colonial.

Antecedendo o processo de independência do Brasil, mas com fortes influências sobre o


mesmo, ocorre a transferência da corte portuguesa para o Brasil. Em 1807, o exército
francês invadiu o Reino de Portugal, que se recusava a se juntar ao bloqueio continental
contra o Reino Unido. Incapaz de resistir ao ataque, a família real e o governo português
fugiram para o Brasil, que era então a mais rica e desenvolvida das colônias
lusitanas.[1][2] A instalação do Tribunal de Justiça no Rio de Janeiro traz uma série de
transformações políticas, econômicas e sociais que levam à decisão do Príncipe Regente
D. João, consumada em 16 de dezembro de 1815, de elevar o Brasil à condição de reino,
unido com sua ex-metrópole.

Porém, em 1820, uma revolução liberal eclodiu em Portugal e a família real foi forçada
a retornar para Lisboa. Antes de sair, no entanto, D. João nomeia o seu filho mais velho,
D. Pedro de Alcântara de Bragança, como Príncipe Regente do Brasil (1821). Fiel ao
seu pai, o príncipe-regente vê sua condição complicada pela vontade política das cortes
portuguesas em repatriá-lo e de retornar o Brasil ao seu antigo estatuto colonial.
Oficialmente, a data comemorada para independência do Brasil é a de 7 de setembro de
1822, em que ocorreu o chamado "Grito do Ipiranga", às margens do riacho Ipiranga
(atual cidade de São Paulo). Em 12 de outubro de 1822, o príncipe foi proclamado
imperador pelo nome de Pedro I e o país leva o nome de Império do Brasil.

Assim começou a guerra de independência que vê nascer e atuar o exército brasileiro,


formado a partir da contratação de mercenários, do alistamento de civis e de tropas
coloniais portuguesas,[3] contra aquelas que permaneceram fiéis ao Reino de Portugal
em algumas partes do país.[4] Em meio ao conflito, há em Pernambuco o levantamento
da Confederação do Equador, que pretendia formar seu próprio governo, republicano,
mas foi duramente reprimido. Depois de três anos de conflito armado, Portugal
finalmente reconheceu a independência do Brasil, e em 29 de agosto de 1825 foi
assinado o Tratado de Amizade e Aliança firmado entre Brasil e Portugal. Em troca, o
Brasil se comprometeu a pagar ao Reino de Portugal uma indenização substancial e
assinar um tratado de comércio com o Reino Unido, para indenizá-lo por sua mediação.

Origem do Brasil

Colonização do Brasil

A terra agora chamada Brasil (nome cuja origem é contestada) foi reivindicada por
Portugal em abril de 1500, com a chegada da frota portuguesa comandada por Pedro
Álvares Cabral.[5]

A colonização foi efetivamente iniciada em 1534, quando D. João III dividiu o território
em quatorze capitanias hereditárias,[6][7] mas esse arranjo se mostrou problemático,
uma vez que apenas as capitanias de Pernambuco e São Vicente prosperaram. Então, em
1549, o rei atribuiu um governador-geral para administrar toda a colônia.[7][8] Os
portugueses assimilaram algumas das tribos nativas,[9] enquanto outras foram
escravizadas ou exterminadas por doenças europeias para as quais não tinham
imunidade,[10][11] ou em longas guerras travadas nos dois primeiros séculos de
colonização, entre os grupos indígenas rivais e seus aliados europeus.[12][13][14]

Em meados do século XVI, quando o açúcar de cana tornou-se o mais importante


produto de exportação do Brasil,[15] os portugueses iniciaram a importação de escravos
africanos, comprados nos mercados de escravos da África ocidental.[16][17] Assim,
estes começaram a ser trazidos ao Brasil, inicialmente para lidar com a crescente
demanda internacional do produto, naquele que foi chamado ciclo da cana-de-
açúcar.[18][19]

A partir de 15 de julho de 1799, o Príncipe do Brasil, D. João Maria de Bragança,


tornou-se príncipe-regente de Portugal, pois sua mãe, a rainha D. Maria I, foi declarada
louca pelos médicos. Os acontecimentos na Europa, onde Napoleão Bonaparte se
afirmava, sucederam-se com velocidade crescente.

Desde 1801 que se considerava a ideia da transferência da corte portuguesa para o


Brasil. As facções no governo português, entretanto, se dividiam: a facção anglófila,
partidária de uma política de preservação do Império Colonial Português e do próprio
Reino, através do mar, apoiados na antiga aliança Luso-Britânica; e a facção francófila,
que considerava que a neutralidade só poderia ser obtida através de uma política de
aproximação com a França. Ambas eram apoiadas pelas lojas maçônicas quer de origem
britânica, quer de origem francesa. Considere-se ainda que as ideias iluministas
francesas circulavam clandestinamente em livros, cada vez mais abundantes.

A decretação do Bloqueio Continental em Berlim (1806) tornou mais difícil a


neutralidade Portuguesa. Em 1807, o Tratado de Fontainebleau dividiu arbitrariamente
Portugal em três reinos. Desde Outubro desse ano, Jean-Andoche Junot, antigo
embaixador francês em Lisboa, preparava-se para invadir Portugal. Foi nesse contexto
que D. João pactuou com a Grã-Bretanha a transferência do governo para o Rio de
Janeiro, sob a proteção dos últimos.

Com a invasão francesa de Portugal em progresso, a 29 de novembro de 1807 iniciou-se


a viagem da Família Real e da Corte Portuguesa. Dezoito navios de guerra portugueses
e treze britânicos escoltaram mais de vinte e cinco navios mercantes de Lisboa até à
costa do Brasil. A bordo seguiam mais de quinze mil portugueses. O Reino ficava a ser
governado por uma Junta de Regência que Junot logo dissolveu.

Com a presença da Família Real Portuguesa no Brasil a partir de 1808, registrou-se o


que alguns historiadores brasileiros denominam de "inversão metropolitana", ou seja, o
aparelho de Estado Português passou a operar a partir do Brasil, que desse modo deixou
de ser uma "colônia" e assumiu efetivamente as funções de metrópole. Pressionado pelo
triunfo da revolução constitucionalista, o soberano retornou com a família real para
Portugal, deixando como príncipe regente no Brasil o seu primogênito, D. Pedro de
Alcântara.

O sistema romano-germânico faz parte do universo jurídico e passou a ser usado no


mundo durante o século XII. Essa denominação é resultado da prevalência de dois
sistemas jurídicos principais, classificados como dominado e dominante. São eles o
Sistema Germânico, baseado na técnica pública de julgamento; e o Sistema Romano,
baseado na técnica oral e processual.

Esse sistema é aplicado em diversos países, entre eles Portugal, Espanha, Itália, entre
outros. O sistema romano-germânico também é conhecido como Civil Law. Este é o
sistema jurídico mais importante e disseminado no mundo.

A criação do sistema romano-germânico tem base no direito romano, que respeita o


valor individual; e no direito germânico, que também valoriza tendências
individualistas.
O direito praticado na América Latina faz parte da abordagem romano-germânica. É
possível dizer que o direito romano tem uma legislação determinada pela razão e pelo
dever.

Tradição Romano-Germânica

A tradição romano-germânica é extremamente importante para o direito organizado em


códigos. Outra característica importante desse sistema é a generalidade das normas
jurídicas.

Diferentemente do sistema romano-germânico, o sistema jurídico anglo-saxão


(Common law), que também é bastante praticado no mundo, tem normas gerais que se
baseiam em decisões judiciais proferidas sobre casos individuais.

Sistema Romano-Germânico no Brasil

Países como Brasil e Portugal fazem parte do sistema romano-germânico. No caso


do direito brasileiro, nota-se uma fusão entre o direito romano-germânico (civil
law) e o direito norte-americano (common law).

Assim, no Brasil, o direito utiliza a formalização da teoria da jurisprudência, mas


também adota a tradição romano-germânica, que tem a construção do direito conduzida
pelo legislador.

Constituição 1988

Aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte em 22 de setembro de 1988 e


promulgada em 5 de outubro de 1988,[1] a Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988 é a lei fundamental e suprema do Brasil, servindo de parâmetro de
validade a todas as demais espécies normativas, situando-se no topo do ordenamento
jurídico.[2] Pode ser considerada a sétima ou a oitava constituição do Brasil e a sexta ou
sétima constituição brasileira em um século de república.[nota 1][2]

Ficou conhecida como "Constituição Cidadã", por ter sido concebida no processo de
redemocratização, iniciado com o encerramento da ditadura militar no Brasil (1964–
1985).[4] Até outubro de 2017 foram acrescentadas 104 emendas, sendo 97 emendas
constitucionais ordinárias,[5] seis emendas constitucionais de revisão[6] e um tratado
internacional aprovado de forma equivalente.

Constituição 1924

A Constituição do Império do Brasil (oficialmente denominada Constituição Política


do Império do Brasil) de 1824 foi a primeira constituição brasileira. A carta
constitucional foi elaborada por um conselho, a pedido do imperador Dom Pedro I. Foi
uma constituição outorgada.[1]
Índice
[2]
A elaboração da constituição do Brasil de 1824 foi um processo desgastante, amplo e
muito conturbado. Logo após a proclamação da independência do Brasil do Reino
Unido de Portugal, Brasil e Algarves, por Dom Pedro I, em 7 de setembro de 1822,
ocorreu um conflito entre radicais e conservadores na assembleia constituinte.

A assembleia constituinte se reuniu em 3 de maio de 1823, quando o imperador Dom


Pedro I deixou claro em seu discurso o que esperava dos conselheiros constituintes.
Entre os deputados constituintes, 22 eram parte do clero.[3] Uma parte dos constituintes
tinha orientação liberal-democrata: queriam uma monarquia que delimitasse os poderes
do imperador ao uma figura decorativa.

D. Pedro I, por outro lado, queria manter o controle político e executivo através do veto,
iniciando uma desavença entre os constituintes com diferente ponto de vista.

D. Pedro I ordenou ao exército a invasão do congresso em 12 de novembro de 1823,


prendendo e exilando diversos deputados, esse ato ficou conhecido como "noite da
agonia".

Feito isto, reuniu dez cidadãos de sua inteira confiança, pertencentes ao Partido
Português, dentre eles o distinto João Gomes da Silveira Mendonça, marquês de Sabará,
os quais, após algumas discussões a portas fechadas, redigiram a primeira constituição
do Brasil no dia 25 de março de 1824, sendo escrita pelo arquivista das bibliotecas reais,
o sr. Luís Joaquim dos Santos Marrocos.

ILUMINISMO
O movimento conhecido como Iluminismo (ou Ilustração) foi um influente processo
cultural, social, filosófico e político que tem suas origens ainda no século XVII, com a
Revolução Científica possibilitada pela pesquisa efetuada por nomes como René
Descartes (1596-1650) e Isaac Newton (1643-1727), mas se desenvolveu plenamente
apenas durante o século seguinte. Por tal motivo, os anos 1700 são qualificados como o
“Século das Luzes”. Embora a França seja amplamente considerada a nação que liderou
o processo de desenvolvimento desta mentalidade, o próprio termo faz referência à
palavra alemã Aufklarung, que significa esclarecimento; logo, podemos ver os
primeiros sinais do movimento em outras partes da Europa – como o Sacro Império
Romano Germânico, Holanda e Inglaterra – antes que o Iluminismo encontrasse terreno
mais fértil em França.

Nesta sociedade extraordinariamente desigual, onde as classes privilegiadas possuíam


privilégios e isenções notáveis ao custo da exploração de parte esmagadora da
população, o Iluminismo rapidamente ganharia adeptos entre a ascendente classe
burguesa. Isto não quer dizer, porém, que o Iluminismo fosse uma escola de
pensamento propriamente dita, e muito menos que se tratasse de um movimento
homogêneo. De fato, seu ecletismo era tamanho que acabava resultando em um
pensamento pouco original para a época. Isso levaria alguns estudiosos a afirmarem
mesmo que o movimento iluminista foi apenas uma invenção posterior dos
revolucionários franceses em busca de legitimação para suas ações.

O diferencial do Iluminismo em relação aos demais movimentos do período, contudo,


estava em sua abordagem estrita da razão, principalmente em relação ao viés científico,
numa linha de pensamento que poderia ser aplicada tanto a filósofos e intelectuais
quanto a matemáticos e físicos. Com o passar as décadas, cresceu a ideia de que o
mesmo método poderia ser utilizado com sucesso em outras áreas da vida, levando ao
progresso e à felicidade; assim, em breve a própria política se apropriaria da ideia da
razão como a mais benéfica para a sociedade em geral, em contraponto à mera
autoridade e à estratificação. Alguns monarcas europeus do período seriam até
conhecidos como déspotas iluminados ou soberanos filósofos – como Catarina II da
Rússia (1729-96), Frederico II da Prússia (1712-86) e, em certa medida, Maria Teresa
d’Áustria (1717-80) – devido às reformas que visavam ao bem-estar de seus súditos.

Montesquieu, um dos principais filósofos do Iluminismo. Obra de autor desconhecido.

Segundo o Iluminismo, apenas a razão, aliada ao método científico, poderia fornecer as


verdades elementares que seriam as bases do progresso do conhecimento. Partindo
disso, é mais fácil compreender a iniciativa de vários nomes ligados ao movimento –
como Denis Diderot (1713-84), Voltaire (1694-1778), Jean-Jacques Rousseau (1712-
78) e Montesquieu (1689-1755), apenas para citar os mais notáveis – para começar o
desenvolvimento e publicação daqueles que se tornariam, entre a década de 1750 e a
década de 1770, os 35 volumes da Enciclopédia. Somando no total cerca de 70.000
textos sobre os mais variados assuntos, a Enciclopédia era uma espécie de catálogo
ornamentado de todo o conhecimento da época em que foi produzida. Pela primeira vez
na história, toda a sabedoria humana foi reunida numa só coleção que estava totalmente
disponível ao público, incentivando, assim, o pensamento livre.

A difusão paulatina dos ideais iluministas de valorização da razão e da liberdade acabou


por divulgar os novos ideais filosóficos liberais centrados no indivíduo. Nada
surpreendente, então, que o Iluminismo fosse ferrenhamente contrário aos dogmas
religiosos e políticos em geral; de maneira inevitável, o pensamento iluminista se
colocaria contra as tiranias monárquicas, vistas como governos que usurpavam direitos
que, naturalmente, pertenciam ao povo. Em tais circunstâncias, de acordo com o
pensamento ilustrado, era lícito e inevitável que tais governos acabassem derrubados.
Esse pensamento, chamado de doutrina do direito natural, ganharia uma das suas mais
influentes expressões em meio à Guerra de Independência das 13 Colônias, quando
começou a ser divulgado o panfleto Senso Comum, de autoria do inglês Thomas Paine
(1737-1809). Publicados anonimamente em 1776, os capítulos defendiam que, mais que
lutar para que a metrópole inglesa respeitasse o direito de representação das 13 Colônias
no governo britânico, os habitantes das colônias deveriam separar-se inteiramente de
uma monarquia que se sustentava em antigos privilégios hereditários para sobreviver e,
assim, preservar as suas liberdades naturais. Rapidamente, Senso Comum faria um
enorme sucesso nas 13 Colônias, incentivando muitos habitantes indecisos a pegar em
armas contra o tirano governo de George III. Em 1781, terminava a guerra com a vitória
das 13 Colônias, e a Grã-Bretanha reconheceria a independência do novo Estados
Unidos da América dois anos depois. Em 1788, seria promulgada a Constituição do
novo país. Ao reconhecer os direitos políticos de seus cidadãos, assegurar a liberdade
religiosa e de opinião e estabelecer a soberania popular como fonte de legitimação do
poder, o documento deixava claro a sua inspiração iluminista.

Enquanto isso, a França governada por Luís XVI – que lutara com os americanos em
sua revolta contra a metrópole - atravessava uma crise financeira sem precedentes. Uma
grave seca e maus resultados agrícolas nos anos seguintes apenas exacerbaram a
pobreza e a fome, e a população em geral passou a culpar as castas privilegiadas da
sociedade pelo seu sofrimento. Influenciados pelo Iluminismo, a população burguesa
insatisfeita passou a clamar por mudanças, iniciando uma série de eventos políticos que
acabariam por gerar a Revolução Francesa de 1789, a derrubada da Casa Bourbon do
poder régio em 1792, e as execuções do rei Luís XVI e da impopular rainha Maria
Antonieta, de origem austríaca, em 1793. No processo, os revolucionários produziriam
um dos documentos mais importantes da história: a Declaração dos Direitos do Homem
e do Cidadão. De forte influência recebida pelo Iluminismo, o documento garantia
direitos sociais e políticos jamais vistos, defendendo os direitos naturais e
imprescritíveis do homem – como a propriedade e segurança – e a livre expressão de
ideias e opiniões.

A subida ao poder do general Napoleão Bonaparte alguns anos depois, em 1799, em


nada alterou a inspiração iluminista do governo de França. Em 1804, o já imperador
outorgou o influente Código Napoleônico, que foi referência para diversos códigos
posteriores. Ele deveria ser aplicado a todos os franceses, não considerando a sua
condição econômica e social, e garantiu a liberdade pessoal, a segurança da propriedade
e o Estado laico – todos princípios caros ao Iluminismo. A velha ordem hierárquica
parecia terminada. Mesmo que a queda de Napoleão em 1814 trouxesse os Bourbon de
volta ao poder, os princípios racionais de governo não seriam abandonados na nova
monarquia constitucional.

Iluminismo no Brasil

No Brasil, a influência iluminista também faria se sentir fortemente, através dos filhos
da nobreza que estudavam na Europa. O contrabando de livros de autores como Voltaire
e Rousseau plantariam as sementes revolucionárias que dariam fruto em meio à
insatisfação com o governo português, numa conjuntura que daria origem à
Inconfidência Mineira, ocorrida em 1789. Assim como na Revolução Francesa que
estouraria no mesmo ano, ela reivindicaria a liberdade de pensamento e religiosa; assim
como na Revolução Americana de 1776, eles ambicionariam pela independência da
colônia e separação total em relação à metrópole.

A Ciências Sociais estuda o quê?

Estuda todos os aspectos sociais do mundo, ou seja, a vida do homem em grupo.


Englobando tudo que estuda as sociedades humanas, a cultura e suas especificidades. O
cientista social estuda as relações, as estruturas e os fenômenos das organizações
humanas. Tentando analisar os conflitos populacionais e a construção de identidade.

Antropologia, Sociologia e Ciência Política, são as três disciplinas que embasam todo o
estudo da Ciência Social. História, Filosofia, Geografia e Economia são disciplinas que
complementam a formação do aluno. Esses conhecimentos são interligados. É preciso o
domínio dessas matérias para lidar com a complexidade das relações humanas.

O sociólogo estuda mais afundo as questões culturais, políticas, econômicas e religiosas


buscando conhecer as relações entre as pessoas e as instituições. O antropólogo analisa
as relações entre os grupos humanos, estudando suas origens e a organização das suas
sociedades. O cientista político acompanha os movimentos populares e das instituições,
em relação ao poder no âmbito da sociedade.

DARWIN

Darwinismo é o conjunto dos estudos e teorias relativas à evolução das espécies,


desenvolvidos pelo naturalista inglês Charles Darwin (1808-1882).

A teoria da evolução defende que todas as espécies descendem de ancestrais comuns


que ao longo do tempo geológico foram sofrendo alterações.

Essas modificações são imperceptíveis de uma geração para outra, porém, ao longo do
tempo, quando somadas e acumuladas, tornam-se perceptíveis e justificam as diferenças
entre as novas espécies assim originadas.

A teoria da evolução proposta por Darwin tem como ideia básica a seleção natural,
observada na natureza. As pequenas variações casuais que aparecem nos organismos
fazem com que suas probabilidades de sobrevivência e reprodução sejam distintas.

Ou seja, uma determinada característica, quando presente num organismo, pode fazer
com que ele se adapte mais facilmente no ambiente e seja mais bem sucedido do que
outro, da mesma espécie, que não possua aquela característica. Dessa forma, o
ambiente atua como selecionador das características mais favoráveis, em detrimento de
outras.

Os organismos que possuem as características mais “favoráveis” têm mais


possibilidades de sobrevivência que os outros e maior oportunidade de reprodução.
Assim, as características “favoráveis” serão transmitidas aos seus descendentes.

Dessa forma, de geração em geração, a população torna-se mais adaptada ao meio


ambiente. Essa seleção natural leva normalmente centenas ou até milhões de anos para
produzir efeitos aparentes na população.

DIREITO A VIDA

O direito à vida é uma garantia fundamental prevista no artigo 5º, caput da


Constituição Federal Brasileira. Ela garante proteção à vida e trata-se de um direito
inviolável
ETNOCENTRISMO

Imagine que você está, neste momento, em um lugar muito diferente de onde você
nasceu. Uma sociedade com hábitos, costumes e crenças que você não compartilha e,
para ser honesto, sequer entende completamente. Pode ser qualquer uma. Pode ser a
Índia e seus casamentos arranjados. Pode ser a Arábia Saudita e o uso obrigatório da
burca. Pode ser uma tribo nômade na Mongólia ou uma tribo indígena no interior do
Pará que permite relações poligâmicas e incestuosas.

Vamos imaginar que alguns desses costumes e crenças dão um nó na sua cabeça.
Entram em confronto com tudo o que você acredita no mundo. Você se pergunta “Como
essas pessoas podem viver assim?” ou ainda afirma para si mesmo “Esse é um tipo de
sociedade ultrapassada”. Pois bem, esse tipo de pensamento é o que chamamos
etnocentrismo.

Etnocentrismo é um conceito que vem lá da Antropologia. É essa sensação que grupos


de pessoas que compartilham os mesmos hábitos e caráter social – em geral, grupos que
ocupam uma posição de poder ou privilégio – podem criar seres superiores, mais
desenvolvidos e, digamos, iluminados, que outros grupos.

Relativismo cultural
Relativismo cultural é o método utilizado pelos antropólogos para entender os sistemas
de costumes de outros povos de uma forma, digamos, mais isenta. Mas nós, meros
viajantes e observadores do mundo, podemos enriquecer muito nossas interpretações
dos outros povos se entendermos o que esses dois conceitos querem dizer.

A grosso modo, o relativismo social consiste em buscar conhecer e entender o sistema


de valores e crenças de uma sociedade para julgar os costumes dentro de seu próprio
contexto. Uma coisa que a gente pode ter certeza nessa vida é que as coisas não são
assim porque elas sempre foram assim. Todos os aspectos de uma cultura têm um
motivo de existir. Relativizar significa ir atrás desses motivos, conhecer a história, os
aspectos geográficos, as dificuldades, as situações sociais que podem ter levado à
instituição daquele costume.

E de que isso me serve? Entender ajuda a gerar empatia. Saber os motivos por trás de
algo traz aquele aspecto cultural, que em um primeiro olhar pode parecer chocante, para
mais perto da gente. Entender ajuda a fugir de conclusões fáceis e equivocadas.

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