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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

AMAZONAS

DISCIPLINA MANUTENÇÃO MECÂNICA


GREGORY DOS SANTOS MENDES

ADITIVOS PARA ÓLEOS LUBRIFICANTES E CLASSIFICAÇÕEA SAE E API

MANAUS – AMAZONAS
2016
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 02

ÓLEOS LUBRIFICANTES 03

ADITIVOS 04

TIPOS DE ADITIVOS 06

VISCOSIDADE, ÍNDICE DE VISCOSIDADE,


PONTO DE FULGOR E PONTO DE FLUIDEZ 07

CLASSIFICAÇÃO DOS ÓLEOS LUBRIFICANTES 08

CONCLUSÃO 15

FONTES 16
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INTRODUÇÃO

Os aditivos em óleos lubrificantes são substâncias formuladas para a melhoria das


propriedades físicas e químicas de antifricção dos óleos de base (minerais, sintéticos,
vegetais ou animais), o que resulta no aumento do desempenho do lubrificante e estende
a vida útil do equipamento.
A exata combinação de diferentes aditivos e suas quantidades são determinadas
pelo tipo de lubrificante (óleos de motor, óleos para engrenagens, óleos hidráulicos,
fluidos de corte, óleos para compressores, entre outros) e as condições específicas de
funcionamento (temperatura, cargas, materiais das peças de máquinas, meio ambiente).
A utilização de aditivos nos óleos lubrificantes melhora suas características e
contribuem para que estes atinjam as exigências de trabalho, proporcionando bom
funcionamento dos equipamentos e longa vida. Melhoras no ponto de fulgor,
congelamento, viscosidade, fluidez, etc., São essenciais para aguentar os esforços e
condições severas dos motores automotivos cada vez mais potentes, transmissões
mecânicas e automáticas.
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ÓLEOS LUBRIFICANTES

Os óleos lubrificantes foram introduzidos nos motores a combustão interna e nos


sistemas de transmissão visando principalmente diminuir o atrito, que pode provocar a
quebra do componente, através da formação de uma película que impede o contato direto
entre as peças metálicas em movimento.
Além da lubrificação das superfícies metálicas, os lubrificantes também possuem
características e funções tais como:

a) Refrigerar

O lubrificante representa um meio de transferência de calor, "roubando" calor


gerado por contato entre superfícies em movimento relativo.
Nos motores de combustão interna, o calor é transferido para o óleo através de
contatos com vários componentes, e então, para o sistema de arrefecimento de
óleo.

b) Limpar e manter limpo

Em motores de combustão interna especialmente, uma das principais funções do


lubrificante é retirar as partículas resultantes do processo de combustão e manter
estas partículas em suspensão no óleo, evitando que se depositem no fundo do
cárter e provoquem incrustações.

c) Proteger contra a corrosão

A corrosão e o desgaste podem resultar na remoção de metais do motor, por isso a


importância dos aditivos anticorrosivo e anti-desgaste.

d) Vedação da câmara de combustão

O lubrificante ao mesmo tempo que lubrifica e refrigera, também age como


agente de vedação, impedindo a saída de lubrificante e a entrada de
contaminantes externos ao compartimento.

Somando a essas funções, os lubrificantes também auxiliam nas partidas em baixas


temperaturas dos motores, amortece choques e impactos, auxiliam na economia de
combustível, além de possuir ação higroscópica, ou seja, tem a capacidade de incorporar
a água que por ventura apareça nos componentes, evitando assim a oxidação.
Os óleos lubrificantes veem ao longo do tempo sofrendo diversas modificações
quanto sua composição, procurando atender as especificações dos motores e caixas de
transmissão automotivos que evoluíram nas últimas décadas. Com isso, a adição de
elementos que melhorem suas características, além da matéria-prima utilizada, é de
extrema importância para garantir a qualidade dos lubrificantes.
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ADITIVOS

Entre os principais aditivos estão:

a) Detergente e dispersante

Aditivos de limpeza. Limpam os depósitos formados nos anéis, válvulas, mancais


e circuitos de óleo do motor. Por isso, o óleo fica escuro, mas o motor fica limpo.
Os detergentes neutralizam os ácidos fortes presentes no lubrificante (por
exemplo, ácido sulfúrico e ácido nítrico produzidos em motores de combustão
interna, como resultado do processo de combustão) e retiram os produtos de
neutralização da superfície do metal. Os produtos com função de detergentes
também formam uma película sobre a superfície da peça a previnem a deposição
de camadas de vernizes. Os detergentes são comumente adicionados aos óleos de
motor.
Já os dispersantes mantêm as partículas presentes em um lubrificante de uma
forma dispersa (finamente divididas e dispersas uniformemente em todo o
petróleo).

b) Antioxidante

Reduz a oxidação do óleo, principalmente às altas temperaturas, diminuindo a


formação de borras e vernizes e permitindo que o óleo dure mais tempo.
Os óleos minerais reagem com o oxigênio formando os ácidos orgânicos. Os
produtos da reação de oxidação provocam o aumento da viscosidade do óleo, além
de formação de borra de verniz e a corrosão das partes metálicas, bem como de
espuma.
Os antioxidantes inibem o processo de oxidação dos óleos, por isso, a maioria dos
lubrificantes contém antioxidantes.

c) Antiespumante

Reduz a formação de espuma no óleo provocada pela agitação do óleo.


A agitação e a aeração de um óleo lubrificante que ocorrem em determinadas
aplicações (óleos de motor, óleos para engrenagens, óleos de compressor) podem
resultar na formação de bolhas de ar no óleo - a formação de espuma. Essa
formação de espuma não só aumenta a oxidação do óleo, mas também diminui o
efeito da lubrificação causando a falha do óleo. Os agentes dimetilsiloxanos são
comumente usados como agente antiespuma para lubrificantes.

d) Extrema Pressão (EP)

Reduz os desgastes nas altas temperaturas.


Os aditivos de extrema pressão (EP) impedem as condições de pressão causadas
pelo contato metal-metal diretamente entre as partes sob altas cargas. O
mecanismo de aditivos EP é similar à do aditivo antidesgaste: a substância aditiva
forma um revestimento na superfície da peça. Esta camada protege a superfície a
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partir de um ponto de contato direto com outro, diminuindo o desgaste. Os


seguintes materiais utilizados como aditivos de extrema pressão (EP) são:

 Parafinas cloradas;
 Gorduras sulfurados;
 Ésteres;
 Ditiofosfato de zinco (ZDDP);
 Dissulfeto de molibdênio.

e) Melhorador do índice de viscosidade

Em altas temperaturas a viscosidade tende a reduzir. Esse aditivo impede que a


viscosidade caia tanto ao ponto de prejudicar a lubrificação.

f) Anti-ferrugem

Em contato com a umidade do ar, peças de ferro tendem a enferrujar o que esse
aditivo impede que aconteça.
Os inibidores de corrosão e ferrugem formam um filme, servindo de barreira, na
superfície do substrato, reduzindo, assim, a taxa de corrosão. Os inibidores
também formam uma película protetora contra a ação da água, do oxigênio e de
outras substâncias quimicamente ativas.
Os seguintes suprimentos usados como inibidores de ferrugem e corrosão são:

 Compostos alcalinos;
 Ácidos orgânicos;
 Ésteres;
 Derivados de aminoácidos.

g) Aditivos de alcalinidade

O óleo diesel possui enxofre, elemento cujo ácido sulfúrico danifica as peças de
ferro. Esse aditivo impede que isso ocorra.

h) Antidesgaste

Reduz o atrito e o desgaste, mesmo na temperatura ambiente.


Os aditivos antidesgaste evitam o contato direto entre metais e as partes da
máquina, quando a película de óleo que se forma entre os componentes. O
mecanismo dos produtos aditivos antidesgaste funciona da seguinte maneira: o
aditivo reage com o metal na superfície da peça e forma uma película, que pode
deslizar sobre a superfície de fricção.

 Os seguintes suprimentos são utilizados como aditivos antidesgaste:


 Ditiofosfato de zinco (ZDP);
 Ditiofosfato de zinco (ZDDP);
 Tricresylphosphate (TCP).
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i) Modificadores de Fricção

Os modificadores de fricção reduzem o coeficiente de atrito, resultando em menor


consumo de combustível. A estrutura cristalina da maioria dos modificadores de
fricção é constituída de plaquetas moleculares (camadas), que podem deslizar
facilmente umas sobre as outras.
Os seguintes lubrificantes sólidos são utilizados como modificadores de fricção:

 Grafite;
 Dissulfeto de molibdênio;
 Nitreto de boro (BN);
 Dissulfeto de tungstênio (WS 2);
 Politetrafluoretileno (PTFE).

j) Corantes

Têm a finalidade de facilitar a identificação de vazamentos e impedir a confusão


entre produtos.

TIPOS DE ADITIVOS

Os Minerais

Os óleos minerais são feitos diretamente a partir do refino do petróleo. São os mais
baratos e comuns no mercado. Adequados para motores convencionais de qualquer
cilindrada, têm assim uma viscosidade adotada à temperatura de funcionamento do motor,
atingindo os principais pontos de lubrificação mesmo no inverno, ou seja, quando há
maior resistência ao escoamento do lubrificante pelas vias ou galerias do óleos existentes
no motor. Um alerta, com o tempo, os óleos minerais podem provocar carbonização
principalmente no cabeçote e nas sedes de válvula, caso não sejam usados aditivos
especiais para evitar o problema.

Os Sintéticos

Com a evolução e aparecimento de motores cada vez mais potentes, os óleos


lubrificantes minerais já não atendiam as exigências das montadoras quanto a viscosidade
em altas temperaturas, o que exigiu dos fabricantes de lubrificantes a criação de
lubrificantes mais “poderosos”, criados em laboratório, a partir de outros elementos
químicos não presentes no petróleo.
Esses óleos possuem uma curva de viscosidade mais constante, independente da
temperatura de funcionamento do motor, evitando a carbonização do mesmo. Indicado
principalmente em motores de alta performance, o uso do sintético pode proporcionar
aumento da vida útil do motor e maior desempenho, garantindo lubrificação superior à
dos minerais. A extensão da vida útil do motor é explicada por essa maior lubricidade,
que diminui o desgaste causado pelo atrito entre as peças, embora seja bem mais caro.
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Com a maior lubrificação do motor, parte do calor antes gerado pelo atrito com uso
do óleos minerais é aproveitada como energia mecânica com o uso de sintéticos,
proporcionando assim maior economia de combustível também.

Os Semissintéticos

Já o semissintético é uma mistura de lubrificante mineral com sintético, com


desempenho (e preço) intermediário entre um e outro.
Esses lubrificantes são recomendados para motores mais potentes que os motores
que usam óleos minerais, e que atingem um nível de rotação acima da média, isto por
terem menor quantidade de compostos de carbono mineral, provocando menos
carbonização das câmaras de combustão, o que facilita a entrada e saída dos gases de
admissão e escape, isto além de evitar problemas tipo “batida de pino” (ignição
instantânea).
Outra característica deste tipo de óleo é formar uma película protetora nas paredes
dos cilindros, diminuindo o atrito entre as partes móveis durante o arranque.
Nos dias de hoje, a maioria dos motores automotivos usam óleos semissintéticos ou
sintéticos, tornando os óleos minerais obsoleto.

VISCOSIDADE, ÍNDICE DE VISCOSIDADE, PONTO DE FULGOR E PONTO


DE FLUIDEZ

Viscosidade é a principal característica dos óleos. Consiste na resistência entre as


moléculas do fluido em movimento. Ou seja, é a medida da resistência ao escoamento.
Ainda pode-se definir como a resistência ao cisalhamento, devido à intersecção das
moléculas do fluido.
A ASTM dá uma definição para a viscosidade dinâmica ou absoluta de um fluido.
É a força tangencial sobre a área unitária de um de dois planos paralelos, separados por
uma distância unitária, e o espaço contendo um líquido, e um dos planos move-se em
relação ao outro, com velocidade unitária, no seu próprio plano.
Quanto maior a viscosidade, mais ordenadamente escoa as moléculas do fluido.
A viscosidade é diferente da oleosidade. A oleosidade é a capacidade do óleo se
aderir a uma superfície. Já a viscosidade não muda conforme o uso. Assim, define-se
também a viscosidade de outra forma.
“É a medida do movimento das moléculas do fluido”.
A viscosidade pode ser definida como a resistência ao escoamento que os fluidos
apresentam sob ação da gravidade (viscosidade cinemática). Viscosidade absoluta, ou
viscosidade dinâmica, é o produto da viscosidade cinemática pela densidade.
O índice de viscosidade IV é um número empírico que indica o grau de mudança
da viscosidade de um óleo a uma dada temperatura. Alto IV significa pequenas mudanças
na viscosidade com a temperatura, enquanto baixo IV reflete grande mudança com a
temperatura.
Já o ponto de fulgor ou lampejo, outra característica importante nos lubrificantes, é
a temperatura em que o óleo, quando aquecido em aparelho adequado, desprende os
primeiros vapores que só inflamam momentaneamente (lampejo) ao contato de uma
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chama. Em condições de altas temperaturas, o óleo deve permanecer liquido, ou seja, não
deverá atingir o ponto de fulgor, evitando queima do mesmo e falta de lubrificação.
Por fim, ponto de fluidez é a menor temperatura, expressa em múltiplos de 3°C, na
qual a amostra ainda flui, quando resfriada e observada sob condições determinadas.
Em condições de inverno, onde as temperaturas podem chegar a valores negativos,
os lubrificantes precisam permanecer fluidos, ou seja, não podem congelar e parar de fluir
nos canais e superfícies dos equipamentos, mantendo assim a lubrificação adequada.

CLASSIFICAÇÃO DOS ÓLEOS LUBRIFICANTES

Os lubrificantes foram classificados por órgãos internacionais e montadoras de


acordo com sua viscosidade e com sua aplicabilidade.
As classificações mais utilizadas pela indústria automobilística são a SAE (Society
Automotive of Engineers) quanto a viscosidade dos óleos, e a API (American Petroleum
Institute) quanto a sua aplicabilidade. Outras classificações, como classificações militares
por exemplo, também são utilizadas, mas essas são mais restritas a determinadas
aplicações.

CLASSIFICAÇÃO SAE

É a classificação mais antiga e conhecida para óleos de motores. Baseia-se única e


exclusivamente na viscosidade, não considerando, fatores de qualidade ou desempenho.
Os graus SAE são seguidos ou não da letra W, inicial de Winter (inverno). Para os graus
SAE 0W até 25W são especificadas as temperaturas limites de bombeamento (Borderline
Pumpig Temperature), visando garantir uma lubrificação adequada durante a partida e
aquecimento do motor operando em regiões frias. O método de medição das temperaturas
limites de bombeamento está baseado na ASTM D-4684, utilizando o Viscosímetro Mini-
rotativo (Mini-Rotary Viscometer).
Para óleo de motor, as viscosidades em centipoises (cP), em temperaturas
compreendidas entre –5°C e –30°C, são medidas utilizando um Simulador de Partidas a
Frio (Cold Cranking Simulator), ASTM D-5293.
As viscosidades cinemáticas em centistokes (cSt) a 100°C são determinadas de
acordo com o método ASTM D-445, utilizando o Viscosímetro Cinemático.
Assim, segundo a SAE, quanto maior for o número maior será a viscosidade a
100ºC, ou seja, um óleo SAE 30 é mais viscoso que um SAE 20.
Dentro da classificação SAE, o mesmo óleo de motor ou de transmissão pode
atender a dois graus de viscosidade SAE. Neste caso o óleo é denominado Multiviscoso.
Em temperaturas baixas, um óleo multiviscoso 15W40 se comporta como um óleo grau
SAE 15W e a 100°C é um óleo de grau SAE 40
As temperaturas dos óleos de transmissão de grau SAE 70W, 80W e 85W, para
uma viscosidades de 150.000cP, são determinadas de acordo com o método ASTMD-
2983, utilizando o Viscosímetro Brookfield.
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CLASSIFICAÇÃO API

O API (American petroleum institute), nos Estados Unidos, juntamente com a


ASTM (American Society for Testing and Materials) criaram especificações baseando-
se em níveis de desempenho dos óleos lubrificantes, isto é, no tipo de serviço a que a
máquina estará sujeita. Essas especificações são obtidas através de diversos testes de
campo e laboratoriais, onde os motores recebem o lubrificante em teste e é avaliado em
condições controladas, após estes testes o motor é aberto e verificam-se os componentes
internos analisando os níveis de proteção do lubrificante, o desgaste dos componentes,
limpeza, contaminação, entre outros. São classificados por duas letras, a primeira indica
basicamente tipo de combustível do motor (S para motores a gasolina/álcool e C para
motores a diesel) e a segunda o tipo de serviço.
Alguns, por uma questão de lógica, dizem que S provém de Spark Ignition (faísca
de ignição) e a letra C de Compression Ignition (ignição por compressão). De fato, nos
motores à gasolina, a inflamação do combustível é originada pela faísca da vela, enquanto
nos motores a diesel pela injeção de combustível em um ambiente de ar comprimido.
A segunda letra que acompanha o S ou C representa uma melhoria no lubrificante
à medida que a letra avança ao final do alfabeto. Assim, podemos dizer que um
lubrificante API-SL é melhor que um API-SJ que por sua vez é melhor que um API-SF.
Quanto mais avançada à letra do alfabeto melhor é a aditivação do lubrificante.
Em seguida veremos uma lista de classificação de desempenho API dos óleos
lubrificantes para motores ciclo OTTO:

1) SA

Óleo mineral puro sem aditivos, podendo ser antiespumante e abaixador do ponto
de fluidez. Indicada para motores trabalhando em condições muito suaves.

2) SB

Óleo com aditivos que proporcionam certa proteção contra desgaste e contra a
oxidação. Indicada para motores operando em condições suaves que requerem um
óleo com capacidade de evitar arranhaduras e corrosão dos mancais. Os óleos
destinados para tais serviços são usados desde 1930.

3) SC

Óleo com aditivos que proporcionam bom desempenho antidesgastante,


antiferrugem, antioxidação e anticorrosão, controlando depósitos de alta e baixa
temperatura (função do detergente-dispersante). Satisfaz a especificação da Ford
ESSE-M2C-101-A. Indicada para serviço típico de motores à gasolina dos
motores fabricados entre 1964 e 1967.

4) SD

Óleo com aditivos, proporcionando a mesma proteção que os óleos da classe SC,
mas em maior grau. Satisfaz as especificações da Ford ESSE-M2C-101 B (1968)
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e da General Motors GM-6041-M. Indicada para serviço típico de motores à


gasolina, dos modelos fabricados entre 1968 e 1970. Pode ser recomendado para
certos modelos de 1971, conforme indicação dos fabricantes destes veículos.

5) SE

Óleo com aditivos, proporcionando a mesma proteção que os óleos de classe SD,
mas em maior grau. Satisfaz as especificações da Ford ESSE-M2C-101-C e da
General Motors GM-6136-M e à especificação MIL-L-41652. Indicada para
motores à gasolina montados em carros de passeio e em alguns tipos de caminhões
fabricados a partir de 1972. Pode ser recomendada também para alguns veículos
fabricados em 1971.

6) SF

Óleo com aditivos antioxidante, antidesgastante, antiferrugem, anticorrosivo,


proporcionando proteção contra a formação de ferrugem. Esta categoria apresenta
maior estabilidade quanto à oxidação e menor desgaste do motor em relação às
categorias anteriores. Os fabricantes europeus e americanos recomendam óleos
desta categoria para uso em motores fabricados a partir de 1980. Satisfaz a
especificação militar MIL-L-46152-B.

7) SG

Óleo com aditivos antioxidante, antidesgastante, antiferrugem, anticorrosivo,


proporcionando maior proteção contra a formação de depósitos de alta e baixa
temperatura, maior estabilidade contra a oxidação e menor desgaste do motor, em
relação às categorias anteriores. Homologado pela API-ASTM em 1988, é
indicado para serviço típico de motores à gasolina em carros de passeio, furgões
e caminhões leves, fabricados a partir de 1989.

8) SH

Categoria introduzida a partir de 01/08/93. Lubrificante recomendado para


motores à gasolina, álcool e gás natural veicular, para atender os requisitos dos
fabricantes de motores a partir de 1994. Apresentam performance com maior
resistência a oxidação e melhor desempenho contra desgaste do que os de
classificação anterior.

9) SJ

Categoria introduzida a partir de 15/10/96. Lubrificante recomendado para


motores à gasolina, álcool e gás natural veicular, para atender os requisitos dos
fabricantes de motores a partir de 1997. Apresentam características de
desempenho com maior proteção contra ferrugem. Oxidação e a formação de
depósitos. Esta categoria pode substituir as anteriores.
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10) SL

Surgiu em 2001 e é uma evolução do SJ, podendo ser utilizados em veículos


FLEX, ou seja, que utilizam álcool ou gasolina.

11) SM

Surgiu em 2004 em diante, para todos os motores atuais–maior resistência a


oxidação, melhor proteção contra formação de borra e melhor desempenho com
o motor frio.

Já para motores ciclo diesel, segue a classificação abaixo:

12) CA

Óleo com aditivos que promovem uma proteção aos mancais, contra a corrosão,
desgaste, evitando a formação de depósitos de altas temperaturas. Satisfaz a
especificação militar MIL-L-2104-A. Óleo para uso em motores à gasolina e
motores à gasolina e motores a diesel não turbinados (com aspiração normal no
ar), operando em condições suaves ou moderadas, com combustível de baixo teor
de enxofre (0,4%). Este tipo de óleo foi largamente usado nas décadas de 1940 e
1950.

13) CB

Óleo com aditivos, proporcionando a mesma proteção que os óleos de Classe


CA, mas em maior grau, devido à utilização de um combustível de elevado teor
de enxofre. Satisfaz a especificação MIL-L-2104-A, suplemento 1. Óleo para
uso em motores diesel, operando em condições suaves ou moderadas, com
combustível de elevado teor de enxofre (1%).

14) CC

Os óleos da classe CC proporcionam proteção contra depósitos de altas


temperaturas e formação de borra de baixa temperatura. Também possuem
proteção contra ferrugem, desgaste e corrosão. Satisfaz a especificação MIL-L-
2104-B. Óleo para uso em motores à gasolina sob serviço severo e motores a
diesel turbinados com baixa taxa de superalimentação, operando sob condições de
moderadas a severas, com qualquer tipo de combustível.

15) CD

Óleo com aditivos, proporcionando a mesma proteção que os óleos classe CC,
mais em maior grau.
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Indicado para motores a diesel turbinados com alta taxa de superalimentação,


operando em condições severas e com qualquer tipo de combustível. Satisfaz a
especificação MIL-L-2104-C e a especificação da Caterpillar, Série 3.

16) CD-2

Motores diesel 2 tempos, trabalhando em serviço severo. Atende os requisitos dos


motores Detroit, como por exemplo, os da série 149 dos caminhões fora de estrada
Haulpak.

17) CE

Óleo com aditivos, superando a categoria CD em ensaios mais severos de


desempenho. Satisfaz as exigências dos fabricantes americanos quanto ao
consumo de óleo lubrificante, combustível, controle de depósitos, dispersância,
desgaste e corrosão. Homologada em abril de 1987. Indicado para motores a diesel
turbo alimentados em serviço severo.

18) CF

Categoria introduzida a partir de 1994, podendo ser usada em substituição a API


CE. Para serviços em motores a diesel de injeção indireta e outros, incluindo os
que usam diesel com alto teor de enxofre (acima de 0,5%).
Apresenta efetivo controle dos depósitos nos pistões, corrosão em mancais e
desgaste, sendo os motores superalimentados, turbinados ou de aspiração natural.
Atende aos testes de motor: CRCL-38 e Caterpillar IMPC.

19) CF-2

Para serviço em motores diesel de 2 tempos que requerem efetivo controle de


desgaste e depósitos. Esta categoria demonstra superior performance em relação
aos óleos da classificação CD-2, podendo substituí-la.
Atende aos testes de motor: CRL L-38, Caterpillar IM-PC e Detroit Diesel 6
V92TA.

20) CF-4

Esta classificação foi criada em 1990 para uso em motores diesel quatro tempos
operando em altas velocidades. O CF-4 excede os requisitos do API CE no que
tange a um maior controle de consumo de lubrificante e depósitos nos pistões:
atende os requisitos da CRC L-38, MACK-T6, MACK-T7, CUMMINS NTC 400
e Caterpillar 1K.

21) CG-4

Categoria introduzida em 1994, desenvolvida especialmente para uso em motores


projetados para atender aos níveis de emissão do EPA ( Agência de Proteção
Ambiental) podendo ser usada nos motores diesel de alta rotação em uso
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Rodoviário, usando óleo diesel com teor com teor de enxofre inferior a 0,5%. Os
óleos desta categoria destacam-se pela proteção aos motores contra depósitos em
pistões operando em altas temperaturas, espuma, corrosão, desgaste, estabilidade
a oxidação e acúmulo de fuligem. Atende aos testes de motor: CRC L-38,
sequência IIIE, GM 6.2L, MACK T-8 e Caterpillar 1K. Acompanhada da
sigla“CF-4” podem ser utilizadas em todos os veículos com percentual de enxofre
no Diesel não superior a 0,5%.

22) CH-4

Categoria disponível a partir de dezembro de 1998. A classificação API CH-4


foi desenvolvida para entender a rigorosos níveis de emissão de poluentes, em
motores de alta rotação e esforço, que utilizam óleo diesel com até 0,5% de
enxofre. Os óleos desta categoria proporcionam especial proteção contra
desgaste nos cilindros e anéis de vedação, além de possuírem o adequado
controle de volatilidade, oxidação, corrosão, espuma. A classificação CH-4
substitui as classificações anteriores para motores de quatro tempos a diesel.

Com relação aos lubrificantes para transmissão, considerando a capacidade de


carga como a principal característica dos lubrificantes para engrenagens, a API
criou uma especificação GL (Gear Lubricants-Lubrificantes de Engrenagens) de
acordo com os serviços a serem prestados:

23) GL-1

Serviço típico de engrenagens crônicas helicoidais e sem-fim, operando sob


condições de baixa pressão e velocidade, tais que um óleo mineral puro pode ser
usado satisfatoriamente.
Os óleos podem possuir aditivos antiespumante, antioxidante, antiferrugem e
abixadores do ponto de fluidez. Não são satisfatórios para a maioria das caixas
de mudança de 3 ou 4 marchas dos automóveis, podendo satisfazer algumas
transmissões de caminhões e tratores. Atualmente o GL-1 não é mais utilizado.

24) GL-2

Designa o serviço de engrenagens sem-fim, onde, devido às condições de


velocidade, carga temperatura, os lubrificantes da especificação anterior não
satisfazem. Contém, normalmente, aditivos antidesgastante ou um extrema
pressão suave. Atualmente o GL-2 não é mais utilizado.

25) GL-3
Serviço de engrenagens cônicas helicoidais sob condições de moderada
severidade de velocidade e carga. Suportam condições mais severas que o GL-2
e contém aditivos antidesgastante ou um Extrema Pressão suave.
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26) GL-4

Serviço de engrenagens e particularmente das engrenagens hipoidais operando


com alta velocidade e alto torque. Não se aplica, geralmente, aos diferenciais
antiderrapantes. Contém aditivos de Extrema Pressão.

27) GL-5

Idem à GL-4, resistindo ainda a carga de choque.

28) GL-6

Idem à GL-5, sendo especialmente recomendada para engrenagens hipoidais


com grande distância entre os eixos e condições de alta performance.
Atualmente o GL-6 não é mais utilizado.
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CONCLUSÃO

Óleos lubrificantes são substâncias utilizadas para reduzir o atrito, lubrificando e


aumentando a vida útil das máquinas.
Podem ser derivados de petróleo (óleos minerais) ou produzidos em laboratório
(óleos sintéticos), podendo ainda ser constituído pela mistura dos dois tipos ditos
anteriormente (óleos semissintéticos), sendo que as principais características dos óleos
lubrificantes são a viscosidade, o índice de viscosidade e a densidade.
As principais classificações SAE e API visam facilitar a escolha do lubrificante
correto para veículos automotivos.
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FONTES

Site:http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/conteudo/4299-aditivos-em-oleos-
lubrificantes/
Site: http://wwwp.feb.unesp.br/jcandido/manutencao/Grupo_15.pdf

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