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‘angemthaw aula 3 Carino 1 UMA TEORIA REALISTA DA a, POLITICA INTERNACIONAL Im principio absstrato precon- ido conceito desligado da realidade, mas trazer ordem e sentido para uma massa 10S que, sem ela, permaneceriam desconexos ¢ in- s, Ela cleve ser submetida a dois testes, um empirico te6rico, se apre- essit teo- ila por essa teoria \quer politica. A historia do pensamento politico moder. no nao & mais do que a crénica da contenda entre duas escolas doutrindrias que diferem fundan des da natureza do homem, da bail ts ody SRI cere eu cee 4 "HL, Monaenmav nto ¢ de compreensio, & obsolescéncia das insti: depravagio de certos individuos ou grupos 10, na reforma e no uso esporadi jemediar esses clefeitos, imperfeito como é I, resulta do enconiro de fo confi Tendo em vista resses nao ha possi que os princ m algum dia realizados plenamen- te, 1aZ0 por que, na melhor das hipoteses, devem ser buscados mediante © recurso, sempre temporitio, a0 equilibrio de inte- mente precéria solugao de conflitos. Assim um principio universal valido para todas as sociedades pluralistas, recorre mais a precedentes historicos do que humana tal como sos historicos, a medida que Pe * a tico, mas nos ba a que tém sido fre n ientemente que deitam, ndicoes de | | @ opera © dessas leis independe, absolutamente, de nossas preferén- poranto, na possibilidade de distinguir, no campo da pol entre a verdade ¢ a opinido; entre o que € verdadei € racionalmente, apoiado em provas e iluminado pela razao, e aquilo que nao passa de um julgamento subjetivo, divorciado da realidade dos fatos e orientado pelo preconceito e pela cren- ga de que a verdade consiste nos proprios desejos. A natureza humana, em que as leis da politica tém as suas raizes, € a mesma desde as classieas da China e da India. A Grécia buscou descobrir essas leis. Donde se conclui n defeito. O fato jo mencionar uma certa t = tende a criar uma presuncao mais a solidez da mesma, Do mesm de que uma teoria politica tenha sido desenvol centenas ou mesmo milhares de anos — como foi 0 caso do equilibrio do poder ~ nao deve criar a presungio de que tenha de ser ultrapassada e vista como obsoleta. Uma teoria po Itica deve ser submetida ao teste duplo da razo e da experién- cia, Relegar uma determina los atris significa apresentar lum preconceito modemista que considera natural de do presente sobre 0 passado. floresceu sécu- i que, em maté- 1 ter opinides, mas nio verdades, 6 H, Moncewmiav Para o realismo, a teoria consiste em verificar os fatos e dar a eles um sentido, mediante o uso da razio. O realismo parte do principio de que # natureza de uma determinada politica externa s6 pode ser averiguada por meio do exame dos atos politicos realizadlos e das conseqiiéncias previsiveis desses atos. Desse modo, toma-se possivel descobrir 0 que os politicos realmente fizeram. Do exame das conseqtiéncias previsiveis de seus atos, podemos presumir quais teriam sido 0s seus objetivos. Contudo, nao basta o exame dos fatos. lar algum sen- ‘com uma espécie de esbogo racio- possiveis sentidos de politica lavras, colocamo-nos na posicao de um de enfrentar certo problema de politica ex- tera, sob determinadas circunstancias, ¢ nos perguntamos quais jam as alternativas racionais dentre as quais teria de escolher vesse de lidar com esse problema sob as refe~ icunstincias (sempre na presungio de que ele age de nal), e quis dessas alternativas seriam provavelmente \s por esse politico em particular, atuando sob tais, icias. © confronto dessa hipotese racional contra os, 5 5 € © que proporciona um senti- internacional. 1e ajuda o realismo politico a ca internacional é 9 con- ceito de interesse definido em termos de poder. Esse conceito 10s um elo entre a razio que busca compreender a politica internacional ¢ os fatos a serem compreendidos. Ele sittia a politica como uma esfera aut6noma de acao e de enten- dimento, separada das demais esferas, tais como economia (en- tendida em termos de interesse definido como riqueza), é a, de Ambito internaciona | | | i | I realista da politica intemacional 7 possivel, uma vez que, sem o mesmo, ndo poderfamos distin- _guir entre fatos politicos € nao-politicos, nem poderiamos trazer sequer um minimo de ordem sistémica para a esfera politica, Normalmente, achamos que politicos pensam e agem em termos de interesse definido como poder, e a experiencia da historia comprova tal presuncao, Ela nos permite como que re- montar ou antecipar os passos que um politico - pasado, pre- sente ou futuro ~ deu ou dari no cenario politico. Othamos sobre seus ombros quando ele redige seus despachos; ouvimos stias conversas com outros politicos; lemos ¢ até mesmo antec paimos 0s seus pensamentos. Raciocinando em termos de inte- resse definido como poder, passamos a pensar como ele. Na lade de observadores desinteressados, compreendemos seus pensamentos € suas agdes talvez melhor até mesmo do que ele proprio, que € o ator na cena politica. © conceito de interesse definido como poder impde ao ob- servador uma disciplina intelectual e introduz uma orem racio- nal no campo da politica, tomnando possivel, desse modo, 0 en- tendimento tedrico da politica. No que diz respeito ao ator, contribui com a disciplina racional em acao ¢ cria essa assombro- sa continuidade em matéria de politica externa, que faz com que 4 politica exterior americana, britinica ou russ se nos apresente como algo sujeito a uma evolucao continua, inteligivel ¢ racional, em geral coerente consigo propria, a despeito das distintas moti- vagdes € preferéncias das qualidades morais dos politicos que se sucederam. Uma teoria real 14, portanto, duas fakicias populares: a preocupacao com moti- vos € a preocupag:io com preferéncias ideol6gicas. Buscar a chave da politica externa com base exclusivamen- te nos motivos que orientam os politicos constitui intento futil e enganador. Fatil, porque os motivos representam os mais ilus6- rios dados psicolégicos, uma vez que podem ser distorcidos, freqtientemente a ponto de néo mais serem reconhecidos pelos interesses ¢ emogdes tanto do ator como do observador. Sera 8 H, Morcenraau os realmente quais sio os nossos proprios motivos? E de outros? Ssemos Acesso aos motivos re into pouco nos ajudaria a com- que © que podemos saber dos mot is externas serio moralmente amente bem-sucedidas. Julgando por seus er que ele nao seguira de modo conscien- erradas, mas nada consegui veres estadistas, los pelo desejo de methorar 0 mundo, acabaram por torné-lo ainda tém eles buscaco um objetiv que nao era 5 \s, eram inspiradas em bons -, Menos motivado por consi- € para acarretar sofrimentos incomensurdveis para milhoes de pessoas. Por ou- ro lado, a motivacao de Winston Churchill tinha um escopo ‘menos universal ¢ muito mais estreitamente voltado para Uma teoria realista da politica internacional 9 © poder pessoal ¢ nacional, © que nao impediu que as px externas derivadas desses motivos de hierarquia inferior tives sem se revelado certamente superiores em qu: as adotadas por seu antecessor. Avaliado por seus moti- vos, Robespierre foi um dos mais virtuosos homens que ja ex fam €, no entanto, foi exatamente o radicalismo ut6pico dessa mesma virtude que 0 levou a matar 08 menos virtuosos que ele € que 0 arrastou ao cadafalso e acabou destruindo a revolugio de que ele era um dos lideres. Os bons motivos propiciam seguranca contra pol deliberadamente perversas, mas nao garantem a corregao € 0 sucesso politico das politicas neles inspiradas, O que é im- Portante saber, para alguém desejoso de entender politica exter- , NO so os motives primordiais de um politico, mas sua ap- l4o intelectual para captar os elementos essenciais da politica~ exterior e sua capacidade politica para concretizar tudo o que cle absorveu em agao politica bem sucedida. Como conseqtién- cia, pode-se dizer que, enquanto a ética julga em abstrato as qualidades morais dos motivos, a teoria politica tem de julgar as da vontade e da ago, Uma teoria realista da politica internacional deverd’igual- mente evitar uma outra falécia muito comum, que consiste em ‘ores dle um politico as suas simpatias filosoficas ou politicas, ou em deduzir as iras tomando por base as de modo particular nas condigé 10 € conquistar apoio popular para as mesmas. Apesar disso, eles terdo de distinguit, como o fazia Lincoln, entre o seu “dever oficial”, que implica pensar ¢ agit em fungao do interesse nacio- nal, € 0 seu “desejo pessoal’, que é 0 de ver seus préprios valores ‘morais € seus principios politicos realizados em todo 0 mundo. O realismo politico nao requer e nem desculpa, a indiferenca a ideais politicos e a principios morais, mas exige de fato uma 10 1H, Morcentiau muito nitida entre o desejavel e o possivel - entre 0 que quer lugar e a qualquer tempo, € 0 que € ticas externas seguiram sem- hjetivo e frio. Os elementos even- ide, preconceitos e preferéncias subjetivas, fraquezas do intelecto € da vontade a que a came esta sujeita, tendem a desviar a execucio das politicas externas de seu curso racional. Particularmente nos casos em que a politica externa é conduzida sob as condigdes de controle democritico, a necessidade de conquistar emogdes populares em apoio a essa politica no pode deixar de toldar a racionali- ile da propria politica exterior. Nao obstante, uma teoria de politica externa que aspire 4 racionalidade tera, nesse interim, como que abstrair esses elementos irracionais € buscar pintar um quadro de politica externa mediante 0 qual se comprove que a esséncia racional se baseou na experiéncia, sem os ine- racionalidade, que igualmente sio encontra- Os des do policy maker ~ podem se apresentar como fatores contin- gentes apenas do ponto de vista privilegiado da racionalidade, embora possam constituir, eles proprios, elementos integrados em um sistema coerente de irracionalidade. Por isso, merece set explorada a possibilidade de construir-se, por assim dizer, uma contrateoria irracional da politica Qualquer pessoa que reflita sobre a evolugaio do pensa- mento americano em matéria de politica internacional ficari impressionada pela persisténcia de atitudes equivocadas que, sob formas variadas, sobrepuseram-se 4 argumentacao intelec- tual © a experiéncia politica, Desde que, seguindo 2 verdadeira tradicao essa surpresa se transforme na busca de compreensao racional, tal procura nos levara a uma conclustio { ' ( i I ; Uma teoria realista da politica internacional a Te aca internacional ue é, a0 mesmo tempo, confortante e perturbadora: encontramo- nos aqui na presenca de defeitos intelectuais que so comparti- Ihados por todos nés, em diferentes modos e graus. Em seu conjunto, eles nos fornecem um sumério de uma espécie de Patologia da politica internacional. Quando a mente humana defronta a realidade com o propésito de tomar medidas concre- {&s, entre as quais 0 embate politico é um dos principais exem- plos, ela costuma ser desencaminhada por um destes quatro corriqueiros fendmenos mentais: a obsolescéncia, em face de uma nova realidade social, de modos de pensar € de agir que alé entdo se mostravam adequados, as interpretagdes demono- logicas, que substituem a tealidade dos fatos por uma outra, ficticia, povoada por pessoas malvadas, mais do que por ques. es aparentemente intrataveis; a recusa de enfrentar um estado de coisas ameacador, que € negado mediante © recurso a uma verbalizacio ilusoria; e a crenga na infinita maleabilidade de uma realidade notayelmente turbulenta. A humanidade reage a situacdes sociais por meio de pa- droes repetitivos. A mesma situacdo, uma vez reconhecida em sua identidade com situagdes anteriores, suscita a mesma res-~ posta. A mente como que mantém em estado de prontidao uma quantidade de padres de procedimentos apropriados para di- ferentes situagdes; basta-Ihe somente idemiificar um caso deter- minado, para aplicar a0 mesmo um modelo preexistente que Pareca indicado, Desse modo, a mente humana obedece a0 Principio da economia de trabalho, ou lei do menor esforco, tornando dispensivel um novo exame para cada situagio indi- vidual que susja e para 0 padrao de pensamento e acio a ela apropriados. Contudo, quando a matéria esta sujeita 2 mudan- ss dindmicas, os padroes tradicionais deixam de ser adequa- dos ¢ devem ser substituidos por outros novos que reflitam a referida alteracao, Doutro modo, abrir-se- um hiato entre os Padroes tradicionais e as novas realidades e o pensamento e a ago tomario rumos errados. 2 H, Morcentuau No plano, internacional, ndo seria exagero dizer que a pr6- pria estrutura das relagoes internacionais ~ tal como refletida em 108 € ajustes legais — vem tendendo a distanciar-se da realidade da politica interna- € a tomar-se irrelevante para a mesma, Enquanto a pri- presume a *igualdade soberana" de todas as nagdes, a se extrema desigualdade dessas mesmas nagdes, duas das chamadas de superpoténcias porque dispdem de um poder sem precedentes de destruigio total, e o intituladas de “miniestados”, devido a0 ilo aurado a dosatral sone © ese neompadblicade ene a readade ds poles mei ocedimentos destinados a tornar inte rear, de outro foram as eausts, pelo menos no nivel inferior 30 das grandes poténcias, da presente ingovernal ‘goes internacionais, que chega as raias da anarquia. O terrorismo etnacional e as diferentes reacdes governamentais que ele susci- ve {os na guerra ci 0 envolvimento de governos estrangeiros 3 res dos Estados Unidos no Sudeste sao operacbes que mio poclem ser expicads ou justifindastoman- do-se por referencia apenas os conceitos, instituigdes © procedi- mentos tradicionais. Todas essas situagdes revelam uma caracter mum, A moderna circunstincia da interdependéncia exige uma orem politica que tome tal fato em consideragto, enquanto que, na realidade, a superestrutura legal e institucional, ce olhos postos no século XIX, ainda presume a existéncia de uma mutiplicidade de estados-nagoes auto-suficientes, estanques € soberanos. Esses resquicios de uma obsolescente ordem legal & icional nao s6 constituem um obstaculo para uma transfor- racional das relagdes internacionais, em vista da d i ‘Uma teoria realista da politica internacional B a ED também toram precirias, se ndo impossiveis, quaisquer politi- cas mais racionais dentro do contexto vicioso de tal sistema, Personificar problemas sociais constitui uma das caracte- ristica do modo de pensar primitive. Essa tendéncia se mostra Particularmente forte quando © problema parece nio ser sus- cetivel de compreensio racional ¢ manipulacio com éxito. Quando um determinado individuo ou grupo de individuos € identificado com uma dificuldade renitente, fica-se com a im- pressdo de que tal problema se torna nao 6 acessivel intelec~ tualmente, como suscetivel de solucio. Desse modo, a crenca €m Sata como a fonte do mal faz-nos “compreender’ a nature- za da dificuldade, mediante a focalizagao da busca de sua ori- 'm ¢ controle sobre um individuo em particular, cuja existén- cia fisica € por nds admitida. A complexidade do confito politico exclu solugdes tao simples. As catistrofes naturais nao pode- Ho ser evitadas pela queima de bruxas. Do mesmo modo, a ameaca de que uma poderosa Alemanha estabeleca sua hegemonia sobre a Europa nao sera atalhada mediante o sim- ples afastamento de uma série de lideres germénicos. Contu- do, a0 associar determinada questao a certas pessoas sobre as quais temos controle, ou esperamos ter, conseguimos reduzir as dimensdes do problema a proporcdes mais controlaveis, tanto do ponto de vista intelectual como do pragmatico. Uma vez que tenhamos identificado determinadas pessoas, ou gru- Pos de pessoas, como a fonte do mal, parece-nos ter entendi- do 0 nexo causal que nos conduz desses individuos ao proble- ma social € essa Compreensio ilus6ria nos sugere 2 solugao aparente: eliminemos os individuos “responsaveis” e 0 proble- ma estard resolvido, A supersti¢ao ainda domina as nossas relagdes dentro da sociedadle. O modo demonol6gico de pensar e de agir foi trans- ferido para outros campos da atividade humana ainda feckiados 40 tipo de exame ¢ de acdo racionais que afugentaram a supers- Higio das nossas relacdes com a natureza, Como disse William 4 H. Morcexmiav a0 comunismo vé-se no apoio indiscriminado a governos © movimentos que professam e praticam o rnticomunismo. As poltticas norte-americanas na Asia e na Amé- sio conseqiiénci nos localizar o elemento de racionalidade da Guerra vind € de nossa incapacidade de nos entendermos com a China continental, O mesmo se pode dizer da teoria e da pritica movimentos rebeldes, inclusive 0 recurso a assa , sob a égide do Programa Fénix, no Vietna, bem como a eliminacao, efetivado ou tentado, de deter- minados estadistas. Mais tecentemente, foi possivel observar indicios de um enfoque semelhante na América Central. 'sse enfoque demonologico aplicado a politica internaci nal reforca uma outra tendéncia patolégica: a de recusarse a tomar conhecimento de uma realidade ameagadora e a reagir de modo efetivo a ela, Foi essa mesma atitude demonol6gica que transferiu: nossa atencio © nossas preocupagdes para ele- mentos acess6rios do comunismo — pessoas no pais ou no exte- rior, movimentos politicos, governos estrangeiros ~ desviando-a imeaga real, isto &, o poder dos Estados, sejam eles comunis- 10, O macarthismo constituiu ndo somente o mais pene- a ameaga real do po- tipo de erro de s6rio, da subversio » pelo perigo, em grande parte War and Other Essays. New Haven, Yale Uma teoria realista da politica internacional 15 —__mi roma realista da politica internacional 15 Finalmente, faz parte ainda dlesse enfoque da politica a eren- ga de que nao existem problemas insoliiveis, por mais desesperadores que possam parecer, desde que estejamos dis- Postos a envidar esforcos bem-intencionados, bem-financiados © competentes. Em outra obra, procurei revelar as raizes intelec- tuais € histOricas dessa crenca;? aqui, limitar-me-ei a assinalar a sua forga persistente, a despeito de muita experiéncia em senti- do contrario, como a Guerra do Vietn’ e 0 declinio generaliza- do do poder americano. Essa preferéncia por solugdes econd- micas para problemas politicos e militares é reforcada de modo muito poderoso pelos interesses de potenciais recipiendatios de apoio econdmico, os quais preferem a tansferéncia de van- tagens econOmicas, claramente proveitosa, as dolorosas e arris- cadas negociacoes diplomaticas. A diferenca entre a politica intemacional, tal como ela real- mente €, € uma teoria racional dela derivada assemelha-se 4 disting2o que existe entre uma fotografia e um retrato pintado, A foto revela tudo 0 que pode ser percebido pelo olho mu. Ja 0 retrato pintado pode nao mostrar tudo que for visivel pelo olho, ‘mas indica, ou pelo menos procura indicar, algo que nao pode ser observado pelo olho, a saber, a esséncia humana da pessoa retratada. O realismo politico contém tanto um el uum normative, Ele nao s6 sabe que a realidade cheia de contingéncias ¢ itracionalidades sistémicas, como nos chama a atengio para as influéncias tipicas que elas exercem sobre a politica externa. Nao obstante, ele compartilha com qualquer teoria social a necessidade, para fins de compreensao teérica, de enfal la realidade politi- ca, Jo esses mesmos elementos racionais que tornam a pois sto idacle inteligivel para a teoria. O realismo politico apresenta | { 16 H, Moxcenraau 4 construgio mental te6rica de uma politica extema racional que @ experiéncia jamais poderia alcangar completamente, Ao mesmo tempo, 6 realismo politico considera que uma externa racional é uma boa politica externa, visto que somente uma politica externa racional minimiza riscos ¢ maximiza intagens; desse modo, satisfaz tanto © preceito moral da pru: déncia como a exigéncia politica de sucesso. O realismo politi co deseja que o retrato fotografico do mundo politico se asse- melhe tanto quanto possivel ao seu retrato pintado. Consciente da separacdo inevitvel que existe entre a politica externa boa — isto é, racional - € a politica externa como ela € realmente, 0 realismo politico sustenta nao somente que a teoria tem de ser focalizada sobre os elementos racionais da realidade politica, mas também que @ politica externa tem de ser racional em vista de seus propésitos morais e praticos, Nao se deve, portanto, considerar como um argumento apresentada a circunstancia de que a pol ca externa efetiva ndo consegue ou nao pode manter-se em sintonia com tal teoria. Esse raciocinio nao interpreta correta- mente a intencio deste livro, que € a de apresentar no uma descricaio genérica e indiscriminada da realidade politica, mas teoria racional da politica internacional, Longe de ser desabonada pelo fato de que, por exemplo, dificilmente se en- contrari no mundo real um equilibrio perfeito de poder, ela reconhece que a realidade, por ser deficiente nesse aspecto, deve ser entendida e avaliada como uma tentativa de aproxima- cio de um sistema ideal de equilibrio de poder. 3) © realismo parte do principio de que seu conceito- chave de interesse definide como poder constitui uma catego- ria objetiva que € universalmente vilida, mas nao outorga a esse conceito um significado fixo © permanente. A nogao de interesse faz parte realmente da esséncia da por que nio se vé afetada pelas circunstincias Uma teoria realista da politica internacional ” lugar. A afirmacao de Tucidides, fortalecida pelas experiéncias da Grécia antiga, de que “a identidade de interesses é 0 mai seguro dos vinculos, seja entre Estados, seja entre individuos*, foi retomada no século XIX pela observagao de lorde Salisbury, segundo a qual “o Gnico vinculo de nia que permanece" entre as nagoes € “a auséncia de quaisquer interesses em con- ito”, Ela foi transformada em um principio geral de governo por George Washington: “Um escasso conhecimento da natureza humana bastard para fnos convencer de que, com respeito a grande maioria da hu- ‘manidade, 0 interesse consttui o principio que tudo governa; © que quase todo homem, em maior ou menor escala, esti submetido i sua influéncia. Razdes de virude plies, durante algum tempo ou em casos partculares, podem levar os ho- mens a observancia de uma conduta puramente desinteressa- dda; mas ndo serio por si mesmas suficientes para gerar uma universal abstr das circunstincias concretas de os por meio tuo pode mpo e lugar. O indi smo, em nome daqueles que 18 cuidados, Tanto 0 individuo como o Estado tem, ica segundo principios morais, tais como 0 da liberdade, Embora o individuo conte com o direito moral sacrificar-se em defesa de tal principio moral, o Estado nao tem © direito de permitir que sua desaprovacio moral da infringéncia da liberdade constitua um obstaculo 4 ago politica vitorios ela propria inspirada pelo principio moral de sobrevivéncia na pode haver moralidade politica sem prudéncia, isto sem a devida consideragao que a prudéncia - a avaliacdo das conseqiiéncias decorrentes icas alternativas ~ representa a virtude suprema em abstrato, julga uma agdo segundo a con- ‘Que se fagajustica ones steenenmmmtnon cannon formidade da mesma com a lei moral; a é ‘do tendo em vista as suas conseqiléncias politicas. A filoso! ea mediev: inuar a proceder deste modo até sas derem cento, o que ora no faré a me- estava certo’ 5) O realismo politico recusa-se a identificar as aspitagoes norais de uma determi ;90es particulares com a roupagem dos fins morais do universo — € poucas foram capazes de resist a tentacdo por muito tem- © as nagdes esto sujeitas 4 lei moral pretender saber, com certeza, o que o das telagdes entre nagoes. Ha crenga de que todas as nagdes se gamento de Deus, entidade inescrutavel 4 mundo de diferenga entre encontram, A equiparacdo leviana de um determinado ps dlesignios da Providéncia € moralmente indefensavel. Trata- se do mesmo pecado de orgulho a propésito do qual os trigicos greKos € os profetas biblicos tanto alertaram governantes € go- vernados, Essa equiparacio também € politicamente perniciosa, ois dé margem a que se engendrem distorcoes de julgamento, as quais, na cegueira do delitio de cruzados, destroem nagdes ¢ 2 H. Moxcentaau Uma teoria realista da politi internacional B civilizagdes — tudo isso em nome de um principio moral, de natureza ideal, ou do proprio Deus. é ene o conceito de interesse det va, tanto daquele excesso tica, porque, se considerarmos to- Jusive a nossa, como entidades politicas em a de seus respectivos interesses definidos em termos de poder, teremos cond stica a todas elas. E estare- duplo sentido: podemos anossa e, tendo julgado cas que respei- 1s interesses ds clemais nagdes, 20 mesmo tempo que protegemos € promovemos os nossos préprios interesses. Em 6) Portanto, é real e profuncta a diferenca existente entre 0 ‘0 ¢ outras escolas de pensamento. Por mais que sido mal compreendida e do mesmo modo como © economista, 0 advo- ta sustentam as deles. Ele raciocina em termos teresse definido como poder; enquanto o economista pen- sa em fungao do interesse definide como riqueza; 0 advogado, por hase a conformidade da ago com as norm: conformidade da © économista indaga: “de que modo esta 1 pode afetar a riqueza da sociedade, ou de um segmento ler saber: “estari esta politica de acordo Jd 0 moralista pergunta: “esti esta polit incipios morais?” E o realista ps na: “de que modo pode esta politica afetar o poder da i i t nagio?” (Ou, conforme o caso em tela: do governo federal, do Coniiresso, do panido, da agricultura, etc.). 7 0 nao ignora a existéncia nem a relevancia de padroes dle pensamento que nao sejam os ditados pela poli- Na qualidade de realista politico, contudo, ele tem de su- bordinar esses padres aos de cariter politico e ele se afasta das ‘outras escolas de pensamento quando estas impoem a esfera isquer padroes de pensamento apropriados a outras ‘esferas. F com relagdo a esse ponto que o realismo politico discorda do “enfoque moralista-legal” quando aplicado a politi- ca internacional. Tal questio nao constitui, como se tem preten- dido, um mero invento da imaginacio; ao contritio, vai ao ver- ito Amago da controvérsia, como nos recordam muitos exemplos historicos. Bastar-nos-lo trés para comprové-lo.* Em 1939, a Unido Soviética atacou a Finkindia. Essa agio fez com que a Franga € a Gra-Bretanha se confrontassem com duas questoes, uma de natureza legal e outra, politica. Teria aquela acto violado 0 Pacto da Liga das Nacdes? Em caso afir- mativo, que contramedidas deveriam ser tomadas pela Franga € pela Gri-Bretanha? A questao legal pode facilmente ser respon- dida de modo afirmativo, uma vez que a Uniio Soviética tinha ‘obviamente feito algo proibido pelo Pacto. Jé a resposta 4 ques- to politica dependia, primeiro, da maneira como a ago russa teria afetado os interesses da Franga e da Gri-Bretanha. Em segundo lugar, depende da distribuicio de poder entao preva lecente entre a Franga € a Gra-Bretanha, por um lado, e entre a iio Soviética © outras nacdes potencialmente hostis, espe- cialmente a Alemanha, do outro. Em terceiro lugar, da influén- © 0s outros exemplos sto discutios em: Hans J. Movgenthau, “Another “Great " ‘United State,” The American Police 1982), p. 979-e seguintes. Ver tunbem Hans J |The Decline of Democratic Pos Sseguintes. €a edge abreviada |p: aie sequins i, Polis tn the 20 (Chicago: University of (Chicago: University of protagonistas Soviet Bretanha consti- 1 um exemplo cl ismo, pelo fato de que essas acdes perm Ie a resposta 4 questio legal sua esfera, dete conformidade com os prineipios morais > mundo ocidental? Deveria o mundo ocidenta I governo? A resposta Contudo, ela Por outro lado, a segun- tica ~ teve de ser submetida internaci cada prova dos interesses envolvidos e do poder dis- ivel para cada um dos lados, bem como do impacto de um do outro curso de acao sobre esses interesses e sobre esse icaglo dessa prova poderia perfeitamente ter leva do a conclusio de que seria mais prudente abster-se de quais- {os com 0 governo comunista chinés. O fato de ter che- sa conclusio por nao ter aplicado esse teste e por ter respondido & questio politica em termos da questio moral re- presentou na tealidade um exemplo clissico do “enfoque mora- realismo € 0 en dos paises garantes m guerra com a Alemanha evitar 0 controle dos se dizer que a mo jolagao ‘per se, do que nas inten- Ges hostis do pais violador. Se o invasor tivesse si vez tivesse deixado de intervir. Esta € posigAo adotada por sir Edward Grey, entdo secret para Assuntos Estrangeiros. O subsecretdrio para Assuntos Es- angeiros Hardinge observou-the em 1908: “se a Franca violns- se ane} guerra contra a Alema- tha, € duvidoso se sequer para manter a neut 0.” Ao que respondeu sir Edward Grey: “€ Nao obstante, poder-se-ia adotat a lista € legalista segundo a qual a violacao da neutralidade 7 legais e moi (é mesmo a pois significaria ser alguém to em que ndo passasse de u santo, pois desconheceria totalmente vez que admite a existéncia dessas em seus proprios termos, I preender o *homem religioso momento, de abst concentra-me no aspecto r Alem do ma quer dizer que, se dese , & imperioso que éu tenl igioso, de aplicar a esfera religiosa os moldes de apropriados, embora sempre consciente d existénc padrdes € sua influéncia real sobre as qualidades religiosas do homem, O que é verdade para essa umana deve ser igualmente aplicado a t moderno, por exemplo, po- deria conceber de outro modo a sua ciéncia € suas relagdes com incias do homem. Foi exatamente por meio de um_ > de outros moldes de pensa- € pelo desenvolvimento de um campo 4o, que a economia engendro noma das atividades econémicas do homem. O propésit jutonomia de ago no mia por seg n desenvolvimel politico” s mente desprovi nilasse a ser um “homem moral” nao e objetiva d 0 poder na sociedade, por se originam na experiéncia e na filoso- motivacdes que B 1H. Moncewriau fia do século XIX, Trataremos desta tendéncia com detalhes mais adiante.” A segunda tendéncia, oposta a teoria e 3 pritica re: da politica, fundamenta-se no proprio relacionamento que tir ~ entre a mente humana ¢ © campo ica. Devido a raz6es que iremos discutir mais nana, em suas operacdes de cada dia, no de frente a verdade da politica. Ela tem de mas- de acao da tarde,* a mente hi mais ativamente envolvido no processo poli- ‘ico, particularmente no campo da p Somen- politica e sobre o papel que ele desempenha no cenario politico € que o homem se toma capaz de convive consigo mesmo e com os demais seres humanos, sentindo-se realizado como um animal politico. Assim, tendo em vista uma teoria que busca entender a intemacional como ela é € como deve set, face 3 sua natureza intrinseca, e ndo como as pessoas gostariam que ela fosse, € inevitével que a referida teoria tenha de vencer uma resistencia psicologica que a maioria dos outros ramos do co- nhecimento nao precisa enfrentar. Um livro dedicado a compre- ensio teérica da politica internacional necesita, portanto, de mengenthas aula 3 PODER POLITICO O our £ Pover Portrico?! Poder Politico como Meio de Alcangar 0s Objetivos da Nagao Poder politico 3 ativos participantes na luta pelo poder no cendirio inter O mes- 4s nagdes como os Estados Unidos, a Unio Sovi cae China encontram-se nais profunda- acio a capacidade de participar ativa- la pode modificar-se culturais, que podem levar uma ni tras dreas preferenciais, como 0 coméi detrimento do poder. A tendéncia dos p: por exemplo, em 's a se envolverem, ia pelo poder levou o autor Amold Wolfers a observar que las ocupavam posigSes nos ex- tremos opostos de um espectto que se estendia do que ele cha- mava de © pélo do poder até o polo da indiferenca ‘Sua natureza: quatro distingdes indo falamos de poder temos em ni no contexto deste livro, nao te © poder do homem sobre a natureza, ou sobre tistico (tal como a linguagem, a fala, o som, a cor) ou sequer sobre 0s meios de producio ou de consumo; ou sobre si mesmo, no sentido de autocontrole. Ao falarmos de poder, qu remos significar o controle do homem sobre as mentes ¢ acbes poder politico consiste em u Ico entre os que © is ele € exercido. Ble fac pode ser exer ide ou ca combin: entre poder e amor, izivel, entre poder le ier dos meios com os do presidente. Ele pode per- lo, o presidente tem poder pode impor sua vontade sobre o ide de seu cargo, sade 1, @ forca armada como ameaga ou potencial nagio. Quando isica entre dois corpos, um dos dominar 0s movimentos do ssa € a razdo pela qual perde-se 0 elemento psicologico da relacio po iguir entre o poder 1 lade de armas nucleares impde, por outro lado, ° de differenciar entre poder utilizivel e poder nic nstitui um dos paradoxos da era nuclear o fato de que, em contraste com a experiéncia de toda a histo dl fente 4 ampliagao do poder politico. A ameaca do uso de vio. Jencia nuclear com todo vigor implica a ameaga de destruigio ‘otal, Como tal, ainda pode constituir um instrumento adequado de politica exterior, se dirigido a uma nagto incapaz de respon. der na mesma moeda. A nagao dotada de armas nucleares pode 1 poder sobre a outra nacao, dizendo: "Ou voce faz a destruirei com armas nucleares.” Sera situagdo, caso a nacdo ameacada possa respon- der: “Se voce me destruir com armas nucleares, voc Sera aniquilada.” E, nesse ponto, as ameacas mutuas se cancela. ra. Uma vez que a destruicao nuclear de uma 10 da out condigdes de poder desprezar aquela ameaca, na nedo de que as duas saberaio agir de modo racional Somente quando se supde que as nagdes interessadas po- dem agir de modo irracional, destruindo-se mutuamer Suerra de escala total, é que a ameaca de guerra nuclear passa ser plausivel. Nessa condigao, jd foi efetivamente usada pelos Estados Unidos e pela Unio Soviética, com os dois acando-se reciprocamente, por exemplo: pela Unido Soviética, durante a Crise de Suez, em 1956; pelos Estados Unidos, duran. a Crise de Berlim, de 1961; ¢ por ambos os Guerra de Israel, de 1973. Contudo, embora neste caso a neaga da forca possa ser utilizada como um instrumento ra- sentem, pres A H. Moreen ional de politica externa, 0 seu uso efetivo s6 pode ser tido Como irrational, uma vez que a forca da ameaga seria usada ndo somente pafa o objetivo politico de influenciar a vontade dio outro lado, como também para 0 propésito irracional de Uestruir o campo oposto, do que decorreria a certeza de sua propria destruicio. pee esse modo, a magnitude de seu poder de destruigao, se comparada com 0 cariter limitado dos objetivos politicos que constituem 2 area aproprisda da politica externa, torna a Forca uclear nao utiizivel como instrumento de politica externa Em Geterminadas circunstincias, pode-se mesmo considerar como tima atitude racional ameagar 0 adversério de desiruicto me- dliante o recurso a forca nuclear, com a finalidade de modificar qvontade do lado oposto, Contudo, seria de todo iracional dlestruir efetivamente © contendor, ato que acarretaria a propria dlestruigao do agressor. Em contraste, a forca convencional pode ser empregada como ferramenta de politica externa, uma vez Gjue, a0 infligit danos limitados e assumir riscos comensuriveis com tal ato, 0 pais pode usé-la efetivamente como um instru- mento apropriado para modificar a vontade do antagonista Finalmente, & necessirio distinguir © poder legitimo, isto € aquele cujo exercicio €justfieado tanto moral como legalmen- te, do poder ilegitimo. O poder exercido com autoridade moral oo legal tem de ser diferenciado do poder eru, © poder de que Gispoe um agente policial para me revistar, por forea de um mando judicial, ¢ diferente qualtatvamente do pote de um dhaultante que efelua o mesmo ato gragas 3-arma que ele empu- hha, Essa distingAo ndo somente é valida filosoficamente, mas também se mostra relevante para a condugo da politica exte- for © poder leytimo, que pode sempre invocar uma justfea- {Gio moral Ou legal para o seu exercici, tende normalmente a sor mais efetivo do que 6 equivalente poder ilegitimo, que nao fem como justificarse. Em outras pakiwras: 0 poder legitimo sipresenta mais prohabilidade de influir na vontade de seus Poder politico vos do que 0 poder ilegitimo a ele equiparivel. O poder que € exercitado em autodefesa, ou em nome das Nacdes Unidas, tem melhores possibilidades de conseguir éxito do que 0 poder se- melhante exercido por uma nacido “agressora”, ou em violagdo do direito internacional. As ideologias politicas, como ji vere- mos, apresentam a utilidade de conferir as politicas externas a aparéncia de legitimidade. Embora se teconhega geralmente que a base de toda po- litica nacional ¢ formada pela interagio da expectativa de be- neficios, do medo de desvantagens e do respeito ou amor por homens ¢ institui¢des, em combinacoes sempre cambiantes, 0 fato € que a importincia desses fatores para a politica interna- cional resulta menos Sbvia, embora nao menos real. Sempre houve uma tendéncia a reduzir © poder politico a aplicagio efetiva de poder, ou pelo menos a identificé-lo com ameacas bem-sucedidas de forca e persuasio, com 0 menosprezo do carisma. Esse abandono, como se veri,? explica em boa parte © relegamento do prestigio como elemento independente no Jogo da politica internacional. Contudo, se nao tomarmos em conta 0 carisma de um homem, como Napoledo ou Hitler, ou de uma instituiclo, tal como 0 governo ou a Constituigto dos Estados Unidos, evocando a confianca e o amor com base nos quais as vontades dos homens se submetem a vontade de tal homem ou instituigdo, sera impossivel compreender certos fe~ nomenos de politica internacional que tiveram particular im- portincia em tempos recentes, A importincia que a lideranga carismatica e a resposta a mesma (sob a forma de amor de um stidito pelo chefe) tém para a politica internacional é reveladia de modo muito claro em uma carta escrita em 1632 por John Durie, cidadiio escocés de con- fissao presbiteriana e obreiro da unidade protestante, ao embai- xador Britinico, Thomas Roe, explicando o deélinio do poder de Gustavo Adolfo, rei da Suécia, que entio combatia em prol nte na Alemanh pode rest repousa en esti em seu dinheiro, mas no de- les, mas na mera nevessidade, dada jews colsas entre ele & el ‘urgente como @, ou se or Deus (que € a- ‘outro homem tan- essa necessidade, pelos memiros do referido poe de poder politico desde influenci- icos. Os Estados Unidos exercem 1e as leis norte-ameri- ha. Quando fala- mos do poder politico dos Estados Unidos na América Central, lemos em mente a coriformidade das agdes de governos centro. 1638-1684 (psa Poder px 7 americanos com os desejos do governo dos Estados Unidos. Desse modo, a decliragio de que um sujeito A tem ou quer ter poder ico sobre o empre que A € capaz, ou quer ser capaz, de controlar determinadas agdes de B, mediante uma influéncia sobre a mente de B. Sejam quais forem os objetivos materiais de uma politica externa, tais como a aquisi¢ao de fontes de matérias-primas, 0 controle das rotas maritimas ou mud eles sem- Pre acarretam o controle das agdes de outros mediante a influén Cia sobre suas mentes. A aspiracio francesa de ter sua fronteira sobre 0 rio Reno, como meta secular de sua politica externa indica o objetivo politico de frustrar o desejo alemao de atacar 4 Franca, tommando fisicamente dificil ou impossivel para a Alema~ nha concretizar tal avanco. A Gra-Bretanha deveu sua posicao predominante na politica mundial, a0 longo de todo 0 século como demasiadamente perigosa ou des- lidade de oporse a ela, visto que a Gri- Bretanha, no primeiro caso, era forte demais ¢, no segundo, usava de seu poderio com moderacio. Os preparativos militares, seja qual for a sua modalidade, ‘em por objetivo politico fazer parecer clemasiado.arriscado para outras nagdes o emprego de forga militar, dissuaclindo-as, desse politico tornar desnecesstria a ap! cacio efetiva de Forga militar, ao levar potenciais inimigos a desistir do recurso a forca militar. O propésito politico da guerra Propriamente nao se resume em conquistar o territotio inimigo © aniquilar os seus ex€rcitos, mas em conseguif a mudanca de » 0s exemplos no texto também, 0 fato socal, que de let, iso &. odo presi 55 H. Moraext igo, de modo a side do vencedor. Portanto, sempre que em mutéria de questées intemacionais rem em discussao politicas econdmicas, financeiras,territoriais fer com que este se curve exportagdes com respeito aos Estudos Unidos. As pol micas da Unio Soviéticas relacionadas com as nagoes da Europa on econémicas dos Estados Unidos voltadas para a América € Europa. Essa cisting2o apresenta uma grande impor- ssquecimento da mesm: € sujeita a ava- proprios termos. Ser ou financel- 2? Que efeitos te bre a populacdo © a economia do pais que serlo as conseqii@ncias de uma mudanga na p 410, 1 populagao e © sistema pol respeito a essis politicas ic em termos de consideragoes Ges, essas pollticas e seus objetivos tem de ser ariamente do ponto dle vista de sua contribuigao para 0 nte, hd casos em que se pode adotar ica econdmica, mesmo que nao totalmente cos, desde que preva- © carter inseguro Poder politico 59 € pouco lucrativo de um empréstimo a uma nagao estrangeira pode constituir tum argumento valido contra a sua concessio, por razdes exclusivamente financeiras. Mas esse argumento pode we do ponto de vista de um banqueiro, Pode acontecer, naturalmente, que as perdas econdmicas ou financeiras envolvi- das em tais politics venham a enfraquecer a nacao em sua posicio internacional, a ponto de sobrepujar as vantagens pol Em vista desse raciocinio, politicas des- sa natureza podem vir a ser rejeitadas. Em casos tais, 0 fator decisivo da questio nao depende de consideragdes puramente ‘econémicas ou financeiras, mas da comparacdo entre as opor- tunidades © 05 riscos politicos envolvidos, isto é do provavel efeito que essas politicas terio sobre o poder da nagio. Quando os Estados Unidos concedem empréstimos ou as- sisténcia a paises como a Polénia, que se encontra sob a sombra do Exército Vermelho, o seu propésito primsitio nao € econdmi- co ou financeiro, mas sim o de capacitar tais paises a conquistar um grau de menor submissdo a influéncia € ao poder da Uniao Soviética. Quando algum resgate de empréstimo feito a agén- cias ou instituigdes financeitas americanas é adiado com a apro- do governo dos Estados Unidos, tal no se di somente por motivos humanitrios ou de caridade. Na verdade, faz. parte da pol cana manter abertas certas opcodes para 0 governo da Poldnia, opgdes estas que evitam a total dependén- cia daquele pais em relagtio a Unido Soviética, Tais aces no ‘campo econdmico sito baseadas em objetivos politicos, que a longo prazo podem assegurar a sobrevivéncia da Polénia pais soberano ~ por mais que sua situacio geogritica e pol possa forci-la a aceitar a posigao de satélite dentro da esfera da Soviética, pelo menos curto prazp, Em suma, o alvo da politica econémica americana com relagio a Poldnia consiste em circunscrever a influéncia € 0 poder soviético na Europa Central e Oriental, 20 mesmo tempo em que busca aumentar a influéncia dos Estados Unidos naqueta area, A Depreciagio po Poper Pottrico vez que a aspiragao pelo poder & o elemento distint de qualquer atividade ica, «1 pol siste necessariamente em do poder. Embora esse fato seja reconhecido de modo eral na pritica dos negécios externos, ele € freqiientemente negado em pronunciamentos de académicos, publicistas € até de politicos. Desde o final das guerras de Napoledo, até mesmo intes no mundo ocidental se convenceram de 1e a luta pelo poder no cen: nomeno temporirio, isto &, de um acidente hist sm sido elimi col6nis "1 conse= 10 aos governos er 19s conflitos € guerfas interna mente.® Varios autores, Robert Heward, 1830), 2 Porque ques bares gue Poder politico on cidos de que a retirada das barreiras alfandegarias representava a Ginica condicio capaz de levar ao estabelecimento de uma harmonia permanente entre as nagdes, podendo até mesmo conduzir ao-desaparecimento completo da politica internacio- nal. “Numa futura eleicdo,” dizia Cobden, “provavelmente vere- ‘mos 0 requisito ‘nada de politica externa’ aplicado aos que se apresentem candidatos a representantes de distritos eleitorais livres.”® Para Marx e seus partidarios, o capitalismo esti na raiz cla discordia ¢ da guerra internacional, Afirmam eles que 0 socia- ismo internacional acabaré com a luta pelo poder no cendrio internacional e trard a paz permanente. Durante todo o século XIX, 05 liberais de todo o mundo compantilhavam a conviccio de que a politica do poder e a guerra no passavam de resqui- Gios de um sistema de governo obsoleto, ¢ que a vitoria da democracia e do governo constitucional sobre o absolutismo e 4 autocracia assegurariam a vitoria da harmonia internacional e dla paz permanente sobre a politica do poder e a guerra. Woodrow Wilson era o mais clogiiente € 0 mais atuante porta-voz dessa escola de pensamento liber Em tempos mais recentes, essa convicgio de que a luta pelo poder pode ser eliminada do cenirio internacional esteve associada as importantes tentativas de organizar 0 mundo, tais, como Liga das Nacdes ¢ as Nacoes Unidas. Desse modo, Corde! entao secretirio de Estado dos Estados Unidos, ao regres- sar da Conferéncia de Moscou de 1943, que estabelecera os fundamentos da Organizagao das Nagdes Unidas, deckarou que fess nova onganizagio internacional significaria o fim da pol ca de poder ¢ iniciaria uma nova era de colaboracio interna- ional. O senhor Philip Noel-Baker, entao gninistro do Exterior britanico, declarou na Casa dos Gomuns, em 1946, que 0 gover- nA Sbor History of English Liberalism, p York: Times, 19 de aovembra ce 1925, p. | a H. Monorntaat a prevalecer a izer sobre essas (e0- No momento, contu- , € independentemente de condi- is, econémicas ¢ politicas, muitos estados se con- im uns com os outros em disputas pelo poder. Embora guns antropdlogos nos tenham mostrado que certos poves primitivos parecem estar isentos do de: a lestrutivo, tentar m ou outro povo do desejo de poder, enquanto ele per- vo em outros, Se 0 desejo de poder nao puder ser ido em todos os cantos do mundo, aqueles que dele pu- dessem ficar curados seriam simp] imas do poder dos demais. A pe la poderia ser criticada sob 0 argue » muito convincentes as co 's deriva- tais conclusdes constitui 0 recurso tual le que se inimigos do progresso € das refor- mas. Mesmo sendo verdace que sempre existiram no passado cemtos arranjos ¢ instituigdes socials, no se pode assegurar que nento de que n: Poder politico 63 Se ee homem, mas com aqueles estimulos biopsicdlégicos elementa- res sobre os quais, por sta vez, a sociedade é criada. Os im S08 para viver, propagar dominar slo comuns a todos os ho- mens." A forca relativa de um de tais impulsos depende das condigdes sociais, que podem favorecer um e tender a repri- mir um outro, ou negar aprovacio social a certs manilestacoes cesses impulsos, enquanto incentivam outras, Assim, para ficar- mos com exemplos colhidos exclusivamente na esfera do poder, vemos que a maioria das sociedades condenam o ato de maar como meio de alcangar o dominio na comunidade, mas todas as sociedades incentivam a matanca de inimigos nessa luta pelo poder que é chamada de guetta. Os ditadores véem com suspei- f@ as aspiragdes de poder politico manifestadas por seus concidadaos, mas as democracias consideram como um dever ivico a participagio ativa na competicao pelo poder politico. Sempre que ha uma organizagao monopolista de atividades eco- ndmicas, torna-se ausente a concorréncia pelo poder econdmi- co. Em sistemas econdmicos competitivos, certas manifestagdes da luta pelo poder econdmico sio proseritas por lei, a0 paso que outras sao estimuladas. Ostrogorsky, invocando 4 autorida- de de Tocqueville, declara que “as paixdes do povo americana no sio de natureza politica, mas comercial. Naquele mundo que ainda espera pelo desenvolvimento, 0 amor pelo poder & voltado menos para os homens do que para as coisas," “Independentemente de quaisquer condigdes sociais parti- culares, © argumento decisive contra a opiniao de que a luta pelo poder no cendrio internacional é um mero acidente hist6- sky, Democracy and the Org in Company, 1902), Vol Op aes a H. Monce: politica interna. A 3 sua contrapart nto no Ambit nacional como no m componente ssando pel todas as associagdes humanas, desde a fa- associagdes estudantis € profissionais € as locais, até o Estado. No nivel fami- sa de uma posigaio de poder ja estabelecida contra a tentativa nova. Como tal, ele prenuncia 0 conflito no do status quo € a do im- sociagdes estudantis orga do e outros tentam consegu jos de concorrénci entre comerciais, do mesmo modo como as questoes trabalhistas entre empregadores e em- pregacios, sio freqilentemente disputados ndo $6 ~ e, por v zes, nem mesmo primordiilmente ~ por vantagens econdmi sobre todos os cemais, mente, toda a vida politica de uma especialmente de uma nagio democratica, desde 0 ni- nal, representa uma luta continua pelo poder. periddicas, na votagio para as assembléias estes de direito junto aos tribunals, n: ninistrativas & medidas executivas — em todas essas homens procuram manter, ou estabelecer, 0 seu poder sobre outros homens. Os processos mediante os quais ‘ela de poder. Os Poder politico 6 dos chamados “grupos de pressio", ao tentarem defender ou expandir suas posicdes de poder. Como esti dito em um dos petgaminhos do mar Morto: Que nagio g (Ou quem des Apesar disso, sua vizinha? Em que parte do mundo se encontrar um Gaico ovo que nao tena pilliado a proprielale cle um outeo? Onde?" de ser oprimida por um poder mais forte? a propriedade saqueada injustamente? rt usar a expresso de Tucidides: “Dos deuses nds supo- mos ¢ dos homens sabemos que, por uma imposicao de sua propria natureza, sempre que podem, eles mandam.” Ou ain- da, segundo Tolstoi: “ ...0 proprio mecanismo de dominar a vontacle de outra pessoa era em s um habit © uma necessidade para Délokov. D inguagem corrente que @ tirano é aquele que ‘oprinie todo umn povo gragas a um dominio baseado na forga: © no entanto no & somente sobre um povo inteito que um hhomem pode fazerse tirano, visto que ele, se assim 0 quiser, podent sé-lo até mesmo na mais baixa condiga0. Porque, caso Dickinson (New Yor: Alle of, 1927), ol Vil, p.I7 i i 1 inact lc Poder politico o uma vez qi nente € necessirio de Dvas Ratzes pa Derrectacdo bo Poper Pottrico izes. A pri jue dominou a maior par- nosso modo Aoutra de perceber a natureza izadas, que pareciam ser essencial- is, pareceu ser apenas um acidente hist6s ncidente com 0 govemo autocritico e destinado a desapa- recer junto com 0 eclipse do governo autocritico, A experiéncia americana Essa identifica da politica de poder com 0 govern 20 encontrou apoio na experiéncia ameri ‘A Europa tem Moker id internacio} pel de especta aos americanos com: escolha propria © pre roximava-se © momento em que, com te, a cortina final seria b: da poli judar na r 20 geog’ de modo it © seu isolamento, de Was! conjungio de condigdes promocio no sentido de am- » sobre este continen. ” Quando, m Graham Su ismo const € © imperi {uem um enorme ata chocan icano.”" Apos ropéia de poder com os com George querelas de outras nagdes, : la paz parte do pressuposto de que o totalmente acessivel 4 ciéncia € 4 razdo e que ele no mesmo processo q mengu 1 Europa na revoh Assim, a concepeao geral que o século XIX formara da natu- dos negi ‘om elementos espect experiénci jentar a crenga de ao era algo inevit \coes tém liberda- sa de toda a humanidade. lentos, que sio definidos, de interesses, ora como 40 © comunicacdes modernas. ys em que eles no se arte da oder A CIENCIA DA Paz que tal Uroria Conresporines ianifestagoes super petitivos ¢ interesseiros. omportamentos € ides sérias e dl de pensa- cine ss operagbes de nado por uma légica int spore wo relagdes harmoniosay entre Estados. Somente seam sep 0, no que se refere 4 pers interpretacio > XIX, tanto na Euro- s relagies de ica deram ori- da paz.” Em vez por meio de conciliagio, quer me F que todos os homens sdo dotados de razio, ¢ inevitivel que, mais cedo ou mais tarde, eles 5 sobre esse mesmo ie descobririo que os seus confi todos podem ser ¢ encontre! is de ums “ciénci ico das ciéncias nan gem disso, 0 progres e coletivo, pod use € Outros esses reais a todo momento, elas poderiam compreender de sua propria razdo, a0 apresentar seu ‘outros homens 180, € presumir que jam fevados a usar a deles. .. A verdade, no acabara prevalecendlo, descle que se dé as pes- ide adequa escudado rence Streit mente grandes homens no Senado mento Britinico tomarao a defesa € da influéncia de em possivel, por paixonada. Mesmo para um ob- r da ignorane pelo conhecimento dos tos pertinentes, 0 homem ser capaz de agir com éxito no io internacional, “Chegaré o tempo”, escrevia a famosa pacifista Bertha von Suttner, “ em que a ciéncia da politica tera ido a atual arte de governar, em que disporio de poder gislativo € politico ... somente aqu mente apenas a verdade e, por as nace No que d mpo de que fi possessio de cor wegado, no dizer de Robert of Peace Mas a declare steras conclusdes magoes ord > em geral ~ esses temas nao serem resolvidos tempora- Poder po Foi dese modo que o século XIX desenvolveu uma “cién- cia da paz”, como um ramo distinto do conhecimento cientifico. Foram numerosos os livros que se publicaram com esse titulo. Um deles chegou mesmo a receber o primeiro prémio em uma competicao académica.* A idéia de uma “fronteira natural” — que tivera u io estratégica e politica, mas nao cienti- nos séculos XVI e XVII — foi concebida pelos revoluciona- rios franceses e Napoleao no sentido de fronteira “correta nente. Nos anos 70 e 80 do século XIX, a opi regio geogrifica, Em se sion House, em 9 de novembro de 1878, 0 inistro Disraeli justi Segunda Guerra Afe 1e 05 limites da India eram “um produto < oma fronteira A buse: frontei comegou na se- XVIII, numa época em que, quando 15 de tertit6rios, o valor relativo dos pe- jos era deter base em certos padres “ob tidade e qualidade de seus habitantes, ¢ cdo essa tendéncia, o Congreso de Viena, por sug encarregou de avaliar os territérios em discussio, segundo pa- antidade, qualidade e tipo de popula- im territ6rio transformou-se entao em ‘matematico, Teve uma conotacao algo uma espécie de exerci similar a idéia de u “30 Is, le Principed tou D. pp. 38. segulntes, 60 e semi os governos iniciaram um progra- idade febril sem precedentes nos registros da hi *olucionar todos os problemas internacio- nais por meio de métodos cientificos. Os governos, a Liga das ipetiam entre si na tarefa de orga- nals, incentivar © ensino e a pes- do enfoq d © qual deve ser determ dos 30, 0 major inhar generalizados para encontrar uma solugdo cienti rl 05 problemas do mundo de pés-guerra, Essas foram a Fecente, mas provavelmente moderna tendéncia intelectual. * Nossa era prossegue na busca pen isto €,a formula iio resultado almejado e, des 8 tiscos da acéo px nens, Isso se deve ao adven- como o dono da natureza, ¢ incalculivel. Como conseqiiéncia, pelo menos um arremedo de solucdes ido aos assuntos a vista. Precedidos pela nferéncias de paz de is da economia: 0 “impos- 10 essas leis e resolveri todos fema econdmico se encor is do que arrec imento € nossos problemas econdmicos e: aus, OU causas. O que faz ¢ cl para a mente nao racion: em jogo ~ cau lo do coragac ir todos esses Fi solucionados, m: tm suas raizes Se pelo menos es, miltiplos e con ico racional =, ria de parecer impossivel io remediados. Emerson, e1 s reformadores da Nova Inglaterra modo de pensa o para at" os de feudalismo a guerra neste mundo? Ac a guerra, Para de todos os males na esfera interna- Im OS tratadlos secretos e a o de, mediante © cont se a pertue eas férteis % H, Moroentaat 0 “metodo da causa Gnica’ riéncia pesse o dos interesses afe pod no tu enal do pensamento internacional mod indo. Ble ndo tem por que se Poder politico a \cional, enquanto que sua grande s décadas entre as guerras mun- sociedade internacion: a expressio “organizacio interna idade abstrata, uma espécie de co stemas ut6picos sea formula cient egal aos losofia dos séculos XVIII e XIX - tomou- a que se converteu no credo de toda uma acifista a ga- do Prémio Nobel, A. H1. Fied, a propés no comego do lores se concentravam em remé escola de pensamento, desde que o importante had © @ guerra deixard de ser pra provaivel. Outros ainda com le; enquanto que as so declarai as franceses inver- n sua fidelidade ao valor cienti- ragem e de- A recente politica externa francesa te especialmente produtiva em projetos abstratos que, do “plano Briand”, do “plano Laval", do “plano 1 “plano Herriot” e do “plano Paul-Boncour" nea européi Em outros quadrantes, esp ede foi no campo econémico que se encontrou 1929, da Poder politico 8 1e se encontre ume frm procos de comércio, ncorretamente por autoridades © valor supremo nao sera o poder, mas a verdade. Desse modo, tanto « busca do poder como a sta defesa tornam-se aberragdes da atitude cientifica, que busca endo gostamos das coisas do modo como. aro fazé-lo por ica, desde que cient guerra desnecessitria lanto aos seus investimentos for guerra. Desse modo, @ iediante a mudanga da causa. Essencialmen- oisa alguma pela qual se deva combater; que sejam proscritos ss, € com isso escaparemos ‘desco sma gerar a crenga como forga controladora de sua politica externa? Ac encontrada nas pre mente ver im exame racional ¢ desinteress tinham sido vistos até entao cc hegou ao nte, a caps entes. O o valor supremo. que is devem estar essas decisoes faz da esfera do Estado ¢ fazer da © comércio € a indGstria rimeiros a gan ente. O que para os fisiocratat igerido sem éxito aos poder Adam Smi expel » razoaiy los por cortes independentes cor seguros Imente, deixa de existir q MOU particul nte. Pois € nesse por ‘ontecimentos, Os eventos, p essem sido inven- Poder politico 85 0u entio esses mecanismos serio aplicados em uma instin cexcepcional ¢ produzirio efeitos imprevistos por seus proprios es, alm de freqilentemente de: trosos para eles ~ tais a, impostas durante a guerra deste de tudo, como em ma suprema nude de ser “pritica’; ela trata com desd ear a agdo inter: ‘orcas que det s que a culpa deva ser ts do mundo"

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