A PERGUNTA SOBRE O QUE SERIA UM FATO EM HISTÓRIA DA MÚSICA, PRESENTE NO TÍTULO

DO TERCEIRO CAPÍTULO, “WHAT IS A FACT OF MUSIC HISTORY?”, REPRESENTA A IDEIA DA

CONTESTAÇÃO DOS FATOS TIDOS COMO CONCRETOS OU COMO CRENÇAS ÚNICAS E UNIVERSAIS,
SENDO QUE, NO ENTANTO, MUITOS DELES PODEM SER APENAS VERDADES RELATIVAS OU, ENTÃO,
MERAS HIPÓTESES ACERCA DA REALIDADE.
MUITO DA HISTORIOGRAFIA MUSICAL MAIS RECENTE ESTEVE VOLTADO AO ESTUDO DE
BIOGRAFIAS E OBRAS ESPECÍFICAS, POR MEIO DE UMA ANÁLISE INDIVIDUAL E RESTRITA A CADA UM
DESSES MICROSSISTEMAS. TAL ENCLAUSURAMENTO IMPEDIU A CONEXÃO E O RELACIONAMENTO
DA HISTÓRIA DA MÚSICA COM AS DEMAIS ESFERAS DO CONHECIMENTO DA VIVÊNCIA HUMANA.
DENTRO DAS DIFERENTES LINHAS DE ESTUDO DA HISTÓRIA, HÁ UMA NECESSIDADE DE SE
DETERMINAR E DE SE DIFERENCIAR CONCEITOS COMO “FATO” E “DADO”, BEM COMO A NOÇÃO DE
“DOCUMENTO HISTÓRICO”, TANTO EM REDOR DA HISTORIOGRAFIA GERAL, QUANTO COM RELAÇÃO
À PRÓPRIA HISTÓRIA DA MÚSICA. PARA A PRIMEIRA, UM FATO É UM ACONTECIMENTO, UM EVENTO
LOCALIZADO EM PONTOS ESPECÍFICOS DO TEMPO E DO ESPAÇO, SOBRE O QUAL SE OBTÉM DADOS E
INFORMAÇÕES CONDIZENTES A ESSAS SITUAÇÕES, PODENDO, TAMBÉM, REPRESENTÁ-LAS. JÁ PARA
A HISTORIOGRAFIA MUSICAL, UM FATO É, JUSTAMENTE, UMA OBRA, UM DOCUMENTO FÍSICO
PERPASSADO AO LONGO DOS ANOS. OS EVENTOS AO REDOR DA EXECUÇÃO, COMO O DIA DA
ESTREIA, A PRÓPRIA PRÁTICA EM SIM, A MANEIRA COMO A PEÇA ERA EXECUTADA, AS PESSOAS
ENVOLVIDAS E AS REAÇÕES INDIVIDUAIS, ACABAM POR NÃO SER OBJETOS DE ESTUDO PARA A
HISTÓRIA DA MÚSICA, PRINCIPALMENTE POR TEREM SIDO EPISÓDIOS ESPECÍFICOS, SITUADOS EM
AMBIENTES E PERÍODOS ÚNICOS, IMPOSSÍVEIS DE SEREM RECRIADOS, SENDO, MUITAS VEZES, ATÉ
MESMO IMPOSSÍVEL DE SE OBTER DADOS CONCRETOS A RESPEITO DESSES ACONTECIMENTOS.