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Aula 2. Matrizes PDF
Aula 2. Matrizes PDF
CAPÍTULO 1
1 MATRIZES
HISTÓRICO
O pai das matrizes foi Cayley que, em 1850 divulgou esse nome e iniciou a
demonstrar sua utilidade. Elas surgiram para a resolução de Sistemas Lineares. Mas foi só há
pouco mais de 150 anos que as matrizes tiveram sua importância detectada e saíram da
sombra dos determinantes. No entanto, o primeiro uso implícito da noção de matriz se deve a
Lagrange em 1790.
O primeiro a lhes dar um nome parece ter sido Cauchy que as chamavam de
tabelas. O nome matriz só veio com James Joseph Sylvester, 1850. Sylvester ainda via as
matrizes como mero ingrediente dos determinantes. É só com Cayley que elas passam a ter
vida própria e gradativamente começam a suplantar os determinantes em importância.
Definição: Chamamos de Matriz, a uma tabela organizada em linhas e colunas, denotada por
A = (a ij ) mxn , onde o par de índices "ij" , representam a posição de cada elemento a ij
dentro da matriz, sendo que o índice "i" indica a qual linha pertence o elemento e "j" a
qual coluna. O par de índices "mxn", representam o tamanho da matriz, sendo que o
índice "m" indica a quantidade de linhas da matriz e "n" a quantidade de colunas. Toda
a 11 a 12 ... a 1n
a 21 a 22 ... a 2 n
matriz pode ser representada, genericamente, por: A =
... ... ... ...
a a m2 ... a mn
m1
Indicaremos por M mxn (ℜ) o conjunto de todas as matrizes de ordem mxn e com
elementos reais.
• Se m = n, a matriz será chamada de matriz quadrada de ordem n e representada por M n (ℜ) ou
simplesmente M n . Matriz quadrada é aquela que tem a mesma quantidade de linhas e colunas.
• Se m ≠ n, a matriz será chamada de matriz retangular de ordem mxn e representada por
M mxn (ℜ) ou simplesmente M mxn .
2
i + 2 j , se i > j
Exemplo (1): Escrever a matriz A = (a ij ) 2 x 3 tal que a ij = i j , se i = j
2i − j , se i < j
a 11 a 12 a 13
Solução: A matriz A = (a ij ) 2 x 3 é representada por: A = . Então:
a 21 a 22 a 23
a 11 = i j = 11 = 1 ; a 22 = i j = 2 2 = 4 , pois i = j
a 12 = 2i − j = 2 ⋅1 − 2 = 0 ; a 13 = 2i − j = 2 ⋅1 − 3 = −1 ; a 23 = 2i − j = 2 ⋅ 2 − 3 = 1 , pois i < j
a 21 = i + 2 j = 2 + 1 ⋅1 = 3
1 0 − 1
Portanto: A =
3 4 1
0 0 ... 0
0 0 ... 0
A=
... ... ... ...
0 0 ... 0
• Matriz Linha: é toda matriz de ordem 1xn, ou seja: A = (a 11 a 12 ... a 1n ) .
a 11
a 21
• Matriz Coluna: é toda matriz de ordem mx1, ou seja: A =
...
a
m1
a 11 a 12 ... a 1n
a a 22 ... a 2n
• Matriz Quadrada: é toda matriz de ordem nxn, ou seja: A nxn = 21 . Os
... ... ... ...
a a n2 ... a nn
n1
elementos onde i = j formam o que chamamos de diagonal principal.
a 11 0 ... 0
a a 22 ... 0
a) Triangular Inferior: é tal que a ij = 0 se i < j ⇒ A nxn = 21
... ... ... ...
a a n2 ... a nn
n1
a 11 a 12 ... a 1n
0 a 22 ... a 2 n
b) Triangular Superior: é tal que a ij = 0 se i > j ⇒ A nxn =
... ... ... ...
0 0 ... a nn
∀x ∈ ℜ , se i = j
• Matriz Diagonal: é uma matriz quadrada, na qual cada a ij = ⇒
0 , se i ≠ j
a 11 0 ... 0
0 a 22 ... 0
A nxn =
... ... ... ...
0 0 ... a nn
1, se i = j
• Matriz Identidade: é uma matriz quadrada, denotada por Id n , na qual cada a ij = ⇒
0 , se i ≠ j
1 0 ... 0
0 1 ... 0
A nxn =
... ... ... ...
0 0 ... 1
• Matriz Transposta: Dada uma matriz A = (a ij ) mxn , então sua transposta é uma matriz
A t = (a ji ) nxm . É a matriz tal que a ij = a ji . Assim, dada uma matriz A, para obter sua
A = B ⇔ a ij = b ij , ∀i e j
A + B = (a ij + b ij ) mxn .
4
seguintes propriedades:
a) Comutativa: A + B = B + A
b) Associativa: A + (B + C) = (A + B) + C
c) Elemento Neutro: ∀A∈Mmxn, ∃O∈Mmxn (matriz nula de ordem mxn) tal que A+O=O+A=A.
d) Elemento Oposto: ∀A∈Mmxn, ∃(-A)∈Mmxn (matriz oposta de ordem mxn) tal que
A + (-A) = (-A) + A = O.
• Subtração: Sejam A = (a ij ) mxn e B = (b ij ) mxn , duas matrizes de mesma ordem. Então:
A − B = (a ij − b ij ) mxn .
OBS: A subtração não possui nenhuma propriedade. Vamos interpretar a subtração da seguinte
forma: A − B = A + (−B) , ou seja, a subtração é a adição com a matriz oposta de B,
nestas condições, as propriedades são as mesmas da adição.
• Produto por escalar: Sejam A = (a ij ) mxn e ∀α ∈ ℜ . Então: α ⋅ A = (α ⋅ a ij ) mxn .
OBS: Para haver o produto entre as matrizes A mxn e B pxq , é necessário que o número de
Amxn ⋅ Bpxq
n=p
mxq
Propriedades: Sejam A, B e C, matrizes tais que o produto entre elas sejam possíveis. Então:
5
à esquerda : A ⋅ (B + C) = A ⋅ B + A ⋅ C
c) Distributiva:
à direita : (A + B) ⋅ C = A ⋅ C + B ⋅ C
d) Elemento Neutro: Seja A = (a ij ) mxn . O elemento neutro é a matriz identidade de ordem m
( Id m ) ou ordem n ( Id n ), pois: A ⋅ Id n = A e Id m ⋅ A = A .
2 − 1 5 0 1 4 − 8
Exemplo (2): Sejam A = , B = e C = . Determine se possível:
0 1 2 − 1 − 3 1 0
a) 2A + C d) B ⋅ C
b) A ⋅ B e) (A − 3C) ⋅ B
c) B + C f) A 2
2 − 1 4 − 8 2 + 4 − 1 − 8 6 − 9
Solução: a) 2A + C = 2 + = =
0 1 1 0 0 + 1 1 + 0 1 1
8 1 5
A ⋅ B =
2 −1 − 3
c) Não é possível pois, B e C não têm a mesma ordem.
d) Não é possível pois, o número de colunas da matriz B 2 x 3 não é igual ao número de
linhas da matriz C 2 x 2 .
2 − 1 4 − 8 5 0 1 − 10 23 5 0 1
e) (A − 3C) ⋅ B = − 3 ⋅ = ⋅ ⇒
0 1 1 0 2 − 1 − 3 − 3 1 2 − 1 − 3
− 4 − 23 − 79
(A − 3C) ⋅ B =
− 13 − 1 − 6
2 − 1 2 − 1 4 − 3
f) A 2 = A ⋅ A = ⋅ =
0 1 0 1 0 1
Definição: Uma matriz quadrada de ordem n se diz inversível, se , e somente se, existe uma matriz
quadrada B de ordem n, de modo que A ⋅ B = B ⋅ A = Id n . Essa matriz B, caso exista, é
a + 2d = 1 b + 2e = 0 c + 2f = 0
3a + 2d + g = 0 e 3b + 2e + h = 1 e 3c + 2f + i = 0
2a + d + g = 0 2 b + e + h = 0 2c + f + i = 1
−1 2 − 2
−1
Resolvendo os três sistemas lineares teremos: B = 1 −1 1
1 −3 4
Podemos aplicar operações nas filas (linhas ou colunas) de uma matriz, sem alterar suas
propriedades. Estas operações, chamadas de operações elementares são as seguintes:
a) Permutar duas filas paralelas;
b) Multiplicar uma fila por um escalar α , ∀α ∈ ℜ , com α ≠ 0 ;
c) Somar a uma fila uma outra fila paralela multiplicada por α , ∀α ∈ ℜ , com α ≠ 0 ;
7
que resulta do lado esquerdo é a matriz identidade e do lado direito a matriz inversa A −1 .
1 2 0
1 3
Exemplo (4): Sejam A = e B = 3 2 1 . Determine sua inversa, por operações
2 4 2 1 1
elementares, se houver.
1 3 * 1 0 − 2 L1 + L 2 1 3 * 1 0 32 L 2 + L1 1 3
→
0 * −2 2
Solução: →
2 4 * 0 1 0 − 2 * − 2 1 0 − 2 * − 2 1
1 0 * −2 3 3
− 1 L2 2 −1 −2 2
2 → 1 ⇒ A =
1
0 1 * 1 − 2 1 − 2
1 2 0 * 1 0 0 −3 L + L 1 2 0 * 1 0 0
1 2 − 14 L 2
3 2 1 * 0 1 0 → 0 − 4 1 * − 3 1 0 →
2 1 1 * 0 0 1 −2 L1 + L3 0 − 3 1 * − 2 0 1
1 2 0 * 1 0 0 1 2 0 * 1 0 0 L +L
1 3 1
3L 2 + L 3 3
3 2
0 1 − 4 * 4 − 4 0 → 0 1 − 14 * 4
− 14 0 →
0 − 3 1 * − 2 0
1 0 0
1 *
4
1
4
− 34 1 4L3
1 2 0 * 1 0 0 1 0 0 * −1 2 − 2
− 2L 2 + L1
0 1 0 * 1 − 1 1 → 0 1 0 * 1 − 1 1 ⇒
0 0 1 * 1 − 3 4 0 0 1 * 1 − 3 4
−1 2 − 2
−1
B = 1 −1 1
1 −3 4
OBS: No exemplo acima, por exemplo, − 2L1 + L 2 significa: menos duas vezes a linha 1 somada a
linha 2. Note que, nesta passagem, quem sofreu alteração foi a linha 2, que a ela foi soma a
linha 1 multiplicada por -2. Se ao aplicarmos operações elementares em uma matriz e ela
apresentar uma ou mais filas nulas, então a matriz não admite inversa.
8
2 DETERMINANTES
HISTÓRICO
Definição: Dada uma matriz quadrada A, chamamos de determinante da matriz A, denotado por
det(A), ao número real obtido através de operações realizadas com os elementos da
matriz, conforme os métodos apresentados abaixo.
det(A) = (a 11 ⋅ a 22 ) − (a 12 ⋅ a 21 ) .
a 11 a 12 a 13 a 11 a 12 a 13
• Determinante de 3ª ordem: Seja A = a 21 a 22 a 23 ⇒ det(A) = a 21 a 22 a 23 ⇒
a a 32 a 33 a 31 a 32 a 33
31
det(A ) = (a 11a 22 a 33 + a 12 a 23 a 31 + a 21a 32 a 13 ) − (a 13 a 22 a 31 + a 11a 23 a 32 + a 33 a 21a 12 )
Regra prática:
a 11 a 12 a 13 a 11 a 12
det(A) = a 21 a 22 a 23 a 21 a 22
a 31 a 32 a 33 a 31 a 32
1 2 0
−3 2
a) b) − 1 3 2
4 2
3 −4 2
−3 2
Solução: a) = (−3 ⋅ 2) − (2 ⋅ 4) = −6 − 8 = −14
4 2
1 2 0
b) − 1 3 2 = [1 ⋅ 3 ⋅ 2 + 2 ⋅ 2 ⋅ 3 + 0 ⋅ (−1) ⋅ (−4)] − [0 ⋅ 3 ⋅ 3 + 1 ⋅ 2 ⋅ (−4) + 2 ⋅ 2 ⋅ (−1)] =
3 −4 2
= (6 + 12 + 0) − (0 − 8 − 4) = 18 + 12 = 30
elemento aij, e indicado por Aij, ao seguinte número: A ij = (−1) i + j ⋅ D ij , onde Dij é o
2 −1 2
Exemplo (6): Determine o cofator dos elementos a23 e a31 da matriz A = 1 − 1 0 .
3 3 1
2 −1
Solução: A 23 = (−1) 2 +3 ⋅ D 23 = (−1) 5 ⋅ = −1 ⋅ (6 + 3) = −9
3 3
−1 2
A 31 = (−1) 3+1 ⋅ D 31 = (−1) 4 ⋅ = +1 ⋅ ( 0 + 2 ) = 2
−1 0
Teorema de Laplace: Seja A = (a ij ) nxn , uma matriz quadrada com ordem n ≥ 2 . O determinante
1 2 0
Exemplo (7): Resolver o determinante det(A) = − 1 3 2 usando o Teorema de Laplace.
3 −4 2
−1 3 1 2 1 2
det(A ) = 0 ⋅ (−1)1+3 + 2 ⋅ (−1) 2+3 + 2 ⋅ (−1) 3+3
3 −4 3 −4 −1 3
det(A ) = −2 ⋅ (−10) + 2 ⋅ (5) = 20 + 10 = 30
Restará um determinante de ordem menor, do qual devemos retirar de cada elemento a ij , o produto
dos elementos referentes a linha e a coluna que foram retiradas. Este determinante deverá ser
a 11 a 12 a 13 ... a 1n
a 21 a 22 a 23 ... a 2 n
Por exemplo, suponhamos que a 11 = 1 . Se a matriz A = a 31 a 32 a 33 ... a 3n ,
... ... ... ... ...
a ... a nn
n1 a n 2 a n 3
a 22 − a 12 ⋅ a 21 a 23 − a 13 ⋅ a 21 ... a 2 n − a 1n ⋅ a 21
a 32 − a 12 ⋅ a 31 a 33 − a 13 ⋅ a 31 ... a 3n − a 1n ⋅ a 31
então det(A) = (−1)1+1 ⋅
... ... ... ...
a n 2 − a 12 ⋅ a n1 a n 3 − a 13 ⋅ a n1 ... a nn − a 1n ⋅ a n1
1 2 0
Exemplo (8): Resolver o determinante det(A) = − 1 3 2 usando o a regra de Chió.
3 −4 2
3 − 2 ⋅ (−1) 2 − ⋅0 ⋅ (−1) 5 2
det(A ) = (−1)1+1 ⋅ = = 5 ⋅ 2 − (−10 ⋅ 2) ⇒ det(A ) = 30
− 4 − 2⋅3 2 − 0 ⋅3 − 10 2
• det(A t ) = det(A)
1
• det(A −1 ) =
det(A)
Definição: Seja A = (a ij ) nxn uma matriz quadrada de ordem n ≥ 2 , chamamos de Matriz Cofatora
da matriz A, denotada por Cof(A), a matriz constituída dos cofatores de cada elemento
aij. (veja a definição de cofator no item 2.2)
Definição: Seja A = (a ij ) nxn uma matriz quadrada de ordem n ≥ 2 , chamamos de Matriz Adjunta,
denotada por Adj(A), a transposta da matriz cofatora, ou seja, Adj(A) = (Cof (A)) t .
12
Proposição: Seja A = (a ij ) nxn uma matriz quadrada de ordem n ≥ 2 . Então, a matriz inversa da
1
matriz A é determinada por: A −1 = ⋅ Adj(A) , com det(A) ≠ 0 .
det(A)
1 2 0
Exemplo (9): Seja e B = 3 2 1 . Determine sua inversa, através da matriz adjunta, se houver.
2 1 1
Solução: Como det(B) = −1 ≠ 0 , então a matriz B admite inversa.
2 1 3 1 3 2
(−1)1+1 (−1)1+ 2 (−1)1+3
1 1 2 1 2 1
2 0 1 0 1 − 1 − 1
2+3 1 2
Cof (B) = (−1) 2+1 (−1) 2+ 2 (−1) = − 2 1 3
1 1 2 1 2 1
2 0 2 −1 − 4
3+ 2 1 0 1 2
(−1) 3+1 (−1) (−1) 3+3
2 1 3 1 3 2
1 −2 2 1 −2 2
1 1
Adj(B) = (Cof (B) ) t = −1 1 − 1 ⇒ B −1 = ⋅ Adj(B) = −1 1 − 1
−1 det(B) −1
3 − 4 −1 3 − 4
−1 2 − 2
B −1 = 1 −1 1
1 −3 4
3 SISTEMAS LINEARES
HISTÓRICO
Definição: Chama-se de sistema linear, denotado por Smxn, a um conjunto formado por duas ou
mais equações lineares nas mesmas variáveis reais x 1 , x 2 ,..., x n . O par de índices mxn
é chamado de ordem do sistema indicando m equações e n incógnitas. Genericamente
a 11 x 1 + a 12 x 2 + ... + a 1n x n = b1
a x + a x + ... + a x = b
representado por: S mxn : 21 1 22 2 2n n 2
....................................................
a m1 x 1 + a m 2 x 2 + ... + a mn x n = b m
Definição: Chama-se solução de um sistema linear S, uma n-úpla α1 , α 2 ,..., α n de números reais,
que satisfaz, ao mesmo tempo, todas as equações do sistema S.
• Método da Substituição: consiste em "isolar" uma das variáveis de qualquer equação e substituí-
la nas demais, abaixando a ordem do sistema. Repetir o processo até obtermos uma única
equação dependendo apenas de uma só variável.
14
x + 2 y − z = −3
Exemplo (10): Resolver o sistema linear aplicando o método da substituição S : 2x − y + 3z = 9
− x + y + 5z = 8
Solução: Note que o sistema S tem ordem 3x3. Vamos isolar a variável x da primeira equação e
2(−2 y + z − 3) − y + 3z = 9
substituí-la nas demais: x = −2 y + z − 3 (*). Então: ⇒
− (−2 y + z − 3) + y + 5z = 8
− 5 y + 5z = 15
S′ . Agora temos um sistema S′ equivalente de ordem 2x2. Vamos isolar a
3y + 4z = 5
variável y na primeira equação e substituí-la na segunda: y = z − 3 (**). Então:
3(z − 3) + 4z = 5 ⇒ z = 2 . Fazendo z = 2 em (**) obtemos y = −1 . Fazendo z = 2 e
y = −1 em (*) obtemos x = 1 . Portanto o sistema S é SPD, pois admite uma única
solução {x = 1, y = −1, z = 2} .
3x − y + z = 2
Exemplo (11): Resolver o sistema linear aplicando o método da substituição S : x − y + 2z = 1
x + y − 3z = 0
Solução: Isolando a variável y na primeira equação e substituindo nas demais teremos:
x − (3x + z − 2) + 2z = 1 − 2 x + z = −1
y = 3x + z − 2 (*) ⇒ ⇒ S′ :
x + (3x + z − 2) − 3z = 0 4 x − 2z = 2
Isolando a variável z na primeira equação e substituindo na segunda: z = 2 x − 1 (**) ⇒
4 x − 2(2 x − 1) = 2 ⇒ 0 x = 0 , ou seja, esta equação é combinação linear das outras.
Portanto o sistema está resolvido e ele é SPI e sua solução geral é dada por: substitua (**)
em (*) e teremos y = 5x − 3 .
Solução Geral: {y = 5x − 3; z = 2x − 1, ∀x ∈ ℜ} .
15
a 11 x 1 + a 12 x 2 + ... + a 1n x n = b1
a x + a x + ... + a x = b
• Método do Escalonamento: Dado um sistema linear S mxn : 21 1 22 2 2n n 2
....................................................
a m1 x 1 + a m 2 x 2 + ... + a mn x n = b m
com o objetivo de que a última equação dependa somente da incógnita xn, determinando, assim,
o seu valor e depois o valor das demais incógnitas. Note que, se associarmos ao sistema
escalonado S′ , uma matriz dos coeficientes, teremos uma matriz triangular superior na forma
α11 α12 α13 ... α1n
0 α 22 α 23 ... α 2 n
escalonada, ou seja: 0 0 α 33 ... α 3n
... ... ... ... ...
0 0 0 ... α mn
x + 2 y − z = −3
Exemplo (12): Resolver o sistema aplicando o método do escalonamento S : 2x − y + 3z = 9
− x + y + 5z = 8
Solução: Para facilitar a escrita, podemos trabalhar com a matriz dos coeficientes e dos termos
independentes. Então:
1 2 − 1 − 3 −2L + L 1 2 − 1 − 3 − 1 L2 1 2 − 1 − 3
1 2 5
2 −1 3 9 → 0 − 5 5 15 → 0 1 − 1 − 3
−1 1 5 L1 + L3
8 0 3 4 5 0 3 4
5
1 2 − 1 − 3
−3 L 2 + L 3
→ 0 1 − 1 − 3 . Note que a matriz está escalonada e, portanto, podemos voltar
0 0 7 14
x + 2 y − z = −3
ao sistema escalonado. Assim: S′ : y − z = −3 . Da última equação temos que z = 2 .
7z = 14
Substituindo na segunda equação teremos y = −1 . Com os valores de y e z, substituímos
16
2 x + 3 y − z = 5
Exemplo (13): Resolver o sistema aplicando o método do escalonamento S : − x + y + 2z = −3
x + 4 y + z = 8
Solução: Para facilitar a escrita, podemos trabalhar com a matriz dos coeficientes e do termo
independente trocando a primeira equação com a segunda. Então:
− 1 1 2 − 3 2 L + L − 1 1 2 − 3 −1L + L − 1 1 2 − 3
1 2 2 3
2 3 −1 5 → 0 5 3 − 1 → 0 5 3 − 1 . Note que a matriz
1 4 L1 + L3
1 8 0 5 3 5 0 0 0
6
Uma particularidade dos sistemas homogêneos é que eles são sempre possíveis (SPD ou
SPI). Note que, um sistema homogêneo sempre admite a solução trivial (0,0,...,0). Assim, sua
classificação se reduz a:
• Sistema Possível e Determinado (SPD): só admite a solução trivial
• Sistema Possível e Indeterminado (SPI): além da solução trivial admite outras infinitas.
x + 2y + z = 0
b) H : 2x − y − 2z = 0 , método do escalonamento
4 x + 3y = 0
17
Solução: a) Da primeira equação temos que x = −2 y + 3z (*). Substituindo nas outras duas,
2(−2 y + 3z) + y − 2z = 0 − 3y + 4z = 0
teremos: ⇒ H′ : .
3(−2 y + 3z) + 3y + z = 0 − 3y + 10z = 0
Da primeira equação vem que − 3y = −4z (**). Substituindo na segunda, teremos:
− 4z + 10z = 0 ⇒ 6z = 0 ⇒ z = 0 . Fazendo z = 0 em (**), temos que y = 0 . Fazendo
y = 0 e z = 0 em (*), temos que x = 0 . Portanto, o sistema é SPD e a solução é a
trivial {x = 0, y = 0, z = 0} .
b) Vamos trabalhar com a matriz dos coeficientes, uma vez que não é necessário trabalhar
com a coluna dos termos independentes, pois são todos nulos. Então:
1 2 1 − 2L + L 1 2 1 −1L + L 1 2 1
1 2 2 3
2 −1 − 2 → 0 − 5 − 4 → 0 − 5 − 4 . A matriz já está
4 3 − 4 L1 + L3
0
0 − 5 − 4
0
0 0
( )
equação, teremos: x + 2 − 54 z + z = 0 ⇒ x = 35 z . Portanto, o sistema é SPI e sua
{ }
solução geral é x = 35 z, y = − 54 z, ∀z ∈ ℜ . Note que, para z = 0 , teremos x = y = 0,
ou seja, a solução trivial, mas não é a única, existem outras infinitas soluções.
Exercícios Propostos
1 2 0 − 3 4 1 1 1
1) Sejam A = , B = e C = . Determine a matriz X tal que
0 − 1 1 2 − 1 2 −1 0
− 5 − 8 − 1
X + 2C = A 2 (B − 3C) . Resp: X =
−7 6 − 1
2) Determine a matriz inversa, se houver.
2 − 1 2 − 12
a) A = Resp (a): A −1 =
6 − 4 3 − 1
2 1 3 9 −3 11
−1
b) B = 2 3 − 2 Resp (b): B = −8 3 − 10
− 1 0 − 3 −3 1 − 4
18
3 2 2 3
3) Sejam A = e B = . Determine:
4 1 1 1
1
[
a) det (A ⋅ B) t ]
−1
Resp (a):
5
1
[
b) Mostre que det (A ⋅ B) t ]
−1
=
det(A) ⋅ det(B)
3 7 0 2 1 6
4) Sejam A = , C = e D = . Sabendo que A ⋅ B + C = A ⋅ D ⋅ A −1 ,
−1 − 2 2 − 1 3 2
determine det(B). Resp: det(B) = −172
5) Classificar e resolver os sistemas lineares;
2x − 3y + z = −7
a) x + 2 y + 2z = 4 Resp (a): SPD e {x = 2; y = 3; z = −2}
7 x − y + 5z = 1
2x + 2 y + z = 2
9y − 5 12 y − 4
b) − x + 5y − 2z = 1 Resp (b): SPI e x = e z= , ∀z ∈ ℜ
x + 19 y − 4z = 7 −3 3
x + 6 y + 4 z = −2
c) 3x − 2 y + 4z = 0 Resp (c): SI, não tem solução
− x + 14 y + 4z = 5