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Trabalhista - PRAZOS NO PROCESSO DO

TRABALHO

AUDIÊNCIA

Testemunhas: devem ser levadas, à audiência, independentemente de intimação.


Arts. 825 e 845 – isso ocorre no rito sumaríssimo. Quando o rito é ordinário, as
partes podem apresentar rol de testemunhas até 10 dias antes da audiência (art.
407 do CPC).

Defesa: 20 minutos, na audiência. Art. 847.

Razões finais: 10 minutos. Art. 850.

Assinatura da ata: 48 horas, da audiência. Art. 851, § 2º.

AVALIAÇÃO (de bens penhorados)

10 dias, da nomeação do avaliador. Art. 888.

Leilão: edital, com 20 dias de antecedência do leilão. Art. 888.


Arrematação: para efetuar complemento do pagamento (80%): 24 horas. Art. 888,
§§ 2º e 4º.
CARTEIRA PROFISSIONAL

Prazo permitido para trabalhar sem CTPS, nas localidades onde não for emitida:
até 30 dias. Art. 13, § 3º.

Anotação (registro) na CTPS: 48 horas. Art. 29 c/c 53.

Defesa do empregador que se recusa a anotar a CTPS: 48 horas. Art. 38. (defesa
administrativa perante a DRT)

Exibição de documentos passíveis de centralização: 2 a 8 dias. Art. 3º, § 1º, da


Portaria Ministerial 3.626, de 13/11/91.

CONTA DE LIQUIDAÇÃO

Impugnação: 10 dias. Art. 879, § 2º.

CUSTAS

Pagamento, pelo vencido, depois de transitada em julgado a decisão: Art. 789, §


1º.

No caso de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro


do prazo recursal: Art. 789, § 1º.

DISSÍDIOS COLETIVOS

Audiência: deve ser designada dentro de 10 dias, da distribuição da


representação. Art. 860.

Revisão: depois de 1 ano de vigência. Art. 873.

DISTRIBUIÇÃO

Prazo para reclamação verbal ser reduzida a termo: 5 dias. Art. 786, parágrafo
único.

EXCEÇÃO

De incompetência: vista dos autos, ao exceto: 24 horas. Art. 800.

De suspeição: designação de audiência, para instrução e julgamento: 48 horas.


Art. 802.

EXECUÇÃO

Citação do executado, para pagar ou oferecer bens à penhora: 48 horas. Art. 880.

Edital, se não encontrado o executado: durante 5 dias. Art. 880, § 3º.


Embargos à execução: 5 dias. Art. 884.

Impugnação aos embargos: 5 dias, depois da intimação dos embargos. Art. 884.

Audiência, se requeridas provas testemunhais: 5 dias. Art. 884, § 2º.

Decisão: 5 dias, se não arroladas testemunhas Art. 885; 7 dias (5 dias mais 48
horas), se arroladas testemunhas. Art. 886.

INQUÉRITO (para apuração de falta grave)

Pedido: 30 dias, da data da suspensão do empregado. Art. 853.

INTERDIÇÃO (de estabelecimento comercial ou industrial)

A interdição ou embargo pode ocorrer em caso de risco para o trabalhador. Art.


161.

Recurso da empresa: 10 dias. Art. 161, § 3º. (recurso administrativo)

PENALIDADES (aplicadas a funcionários)

Defesa do acusado: 15 dias. Art. 905.

Julgamento: 10 dias. Art. 905, § 2º.

Recurso, para a instância superior: 10 dias. Art. 906.

Se a imposição da penalidade resultar de dissídio coletivo, o prazo para recurso é


de 20 dias. Art. 906.

PRAZOS

Devolução, pelo correio, de notificação recusada ou porque não encontrado o


destinatário: 48 horas. Art. 774, parágrafo único.

Os prazos contam-se com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do


vencimento. Art. 775.

Os prazos que se vencerem no sábado, domingo ou feriado terminarão no primeiro


dia útil seguinte. Art. 775, parágrafo único.

RECLAMAÇÃO

Remessa de cópia, ao reclamado: 48 horas, da distribuição. Art. 841.

Audiência deve ser designada depois de 5 dias, da distribuição. Art. 841.

RECURSOS
Ordinário: 8 dias. Art. 895, a e b.

Embargos (no TST, para o Pleno): 8 dias, da publicação do Acórdão. Art. 894.

Revista: 8 dias. Art. 896.

Agravo de Instrumento: se denegado seguimento de recurso: 8 dias. Art. 897, b.

Agravo de Petição: 8 dias. Art. 897, a.

Contra-Razões: prazo igual ao do recurso. Art. 900.

RELAÇÃO ANUAL DE EMPREGADOS

Defesa do infrator: 10 dias. Art. 361. (defesa administrativa).

Certidão de quitação fornecida pela fiscalização: 30 dias. Art. 362.

RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

Homologação, pelo sindicato ou Ministério do Trabalho: depois de 1 ano de


trabalho. Art. 477, § 1º.

Manifestação da autoridade que determinar a paralisação do trabalho: 30 dias, da


notificação do tribunal. Art. 486, § 1º.

Resposta à defesa da parte interessada: 3 dias. Art. 486, § 2º.

SINDICATOS

Vedada a dispensa de empregado sindicalizado ou associado, a partir do registro


de sua candidatura: 1 ano, após o final de seu mandato, se eleito. Art. 543, § 3º.

Comunicação do sindicato, à empresa, sobre o registro de candidatura de


empregado: 24 horas. Art. 543, § 5º.
ARTIGO 1
Reforma Trabalhista e prazos
processuais: problemas práticos
A sistemática trazida com a reforma trabalhista para fins de contagem do prazo

dias úteis e o possível choque com a celeridade

O prazo processual é o tempo para a prática do ato processual, isso


por que, o processo deve ter sua marcha sempre para frente. Não
havendo a prática do ato processual no prazo conferido, ocorrerá a
preclusão temporal. A parte inerte assume o ônus do efeito processual
em razão da ausência da prática do ato.

Em regra, o prazo processual das partes é próprio, ou seja, caso


descumprido, gera efeito processual. Já o prazo destinado ao juiz
(proferir sentença) é impróprio e pelo menos em regra, não gera efeito
processual.

O legislador reformista terminou por alterar, juntamente com as


demais previsões trazidas pela famigerada Lei 13.467/2017, a
sistemática de contagem dos prazos processuais passando a
considerar nessa contagem apenas os dias úteis.

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É preciso pontuar, contudo, que o processo do trabalho é instrumento


do crédito trabalhista e que este último possui natureza alimentar, art.
100 CF e art. 186 CTN. Logo, referido processo, por veicular uma
verba cuja natureza é alimentar, não pode conter sistemáticas que
gerem morosidade ainda maior que as já existentes na vida forense.

Assim, por mais que se possa concluir que a contagem do prazo


apenas em dias úteis gerará um certo alívio para o advogado que
trabalha sozinho, por exemplo, para o processo apenas trará mais
demora.

Dizer que o processo já tem demora demais e que uma a mais uma a
menos não fará diferença, não ajuda. Dizer que o tempo de ócio entre
um ato processual e outro é que é o grande drama do processo, ou
que a escassez de magistrados e servidores é que geram a
morosidade processual, também não.

É possível que a contagem de prazos em dias úteis não traga avanços


para o processo, embora possa, realmente, parecer salutar para o
advogado.

O TST sempre teve muita cautela nos momentos em foi chamado a


importar esse ou aquele dispositivo do CPC que de algum modo
pudesse trazer um prejuízo ao caminhar célere que se espera do
processo do trabalho.

Esse fato é constatado quando da leitura da OJ 310 da SDI-1 do TST


que resiste firmemente à adoção, no âmbito trabalhista, do artigo 229
do NCPC, dispositivo este, que confere prazo dobrado para
litisconsortes com advogados distintos de escritórios distintos. Consta
expressamente do verbete o amor e apego ao princípio da celeridade
inerente ao processo do trabalho, de forma acentuada em virtude do
crédito alimentar.

2. Sistemática anterior à reforma trabalhista

O artigo 775 da CLT, estabelecia, em sua redação anterior à reforma


trabalhista, que os prazos processuais deviam ser contados com
inclusão do dia do começo e exclusão do dia final, sendo contínuos e
irreleváveis.

Nessa sistemática, a contagem do prazo deve observar que tanto o


início quanto o término do prazo somente podem cair em dias úteis.
Quanto aos dias do meio do prazo, não havia necessidade de que
fossem considerados apenas dias úteis. Era regra que acelera a
contagem e contribui para o caminhar célere do processo.

Quanto ao dia de início e término do prazo, estes é que não podem


cair em dias que não são considerados úteis, e nesse sentido, as
súmulas 1 e 262 do TST ajudam a estabelecer referida sistemática.

Logo, costumava-se considerar, para o início do prazo, um dia do


“susto” que é justamente o dia do começo do prazo. Há também, o dia
do início da contagem. Assim, se a intimação foi numa segunda feira,
a segunda feria é o dia do “susto” que é sai e é desprezado, já a terça
é o dia de início da contagem.

Estes dois dias não podem cair em dias não úteis. O dia do término do
prazo também não pode cair em dia não útil.
3. Sistemática trazida com a reforma trabalhista para fins de
contagem do prazo

O artigo 775 passa a conter redação no sentido de que os prazos


previstos no título (desde o artigo 763 até o artigo 922 da CLT) serão
contados em dias úteis. Inaugura, pois, sistemática no sentido de que
não só as pontas do prazo (início/término) devem ser contados em
dias úteis, mas também todos os dias do prazo.

Num primeiro momento, imaginou-se que se tratava da mesma ideia


trazida pelo NCPC (Lei. 13.105/2015) mas não se trata.

No NCPC houve estudo, calma e tranquilidade para se estabelecer no


artigo 219 que o prazos seriam contados, doravante em dias úteis,
embora muitos condenem tal inovação mesmo no campo cível, por se
chocar contra o princípio da celeridade, em momentos em que o
grande gargalo do Poder Judiciário brasileiro (independentemente do
ramo) seja justamente a morosidade.

No campo do NCPC, fixou-se no artigo 219 que apenas os prazos


contados “em dias” serão contados em dias úteis.

Deixou-se de fora, pois, os prazos contados “em meses” (dois meses


para o pagamento do RPV, art. 535 § 3º); os prazos contados “em
anos” (1 ano de paralisação do processo para sua extinção por
abandono bilateral, art. 485, II); e por óbvio, também não foram
compreendidos na nova regra de contagem, os prazos estabelecidos
“em minutos” (razões finais, art. 364, caput).

Portanto, houve cautela. Os operadores do direito saberão que não


adiantará levantar tese no sentido de que os prazos, em geral, serão
beneficiados pela nova forma de contagem, que foi direcionada
apenas para os prazos contados “em dias”.

No campo trabalhista, contudo, a reforma falou apenas que os prazos


“deste título” serão contados em dias úteis, esquecendo de apontar se
apenas os prazos fixados em dias, como feito pelo NCPC ou todos os
prazos (fixados em dias, meses e anos, por exemplo).

Haverá, portanto, por culpa do próprio legislador, espaço para


infindáveis discussões no campo processual trabalhista, justamente
para se saber se o novo art. 775 que determina contagem de prazos
“do título” em dias úteis, também alcança, os prazos em meses e
anos.
Um exemplo a ser levantado é justamente o prazo de dois anos para
ingresso com a ação rescisória, art. 836 da CLT, já que é prazo
“constante do título” referido na redação do novo artigo 775 da CLT.

Nesse exemplo específico, é certo, contudo, que há entendimento no


sentido de que por se tratar o prazo da rescisória de prazo com
natureza decadencial e, portanto, de direito material, não se insere na
nova sistemática de contagem. O mesmo se diga quanto ao prazo
decadência de 30 dias para ajuizamento do Inquérito judicial de
apuração de falta grave, art. 853 da CLT.

Note-se que a restrição literal do no artigo 775 da CLT quanto à


envolver apenas os prazos previstos no “título” que refere (art. 763 até
922 da CLT), deixou de fora indagações possíveis quanto ao prazo
previsto no artigo 721 § 2º quanto ao prazo do oficial de justiça para o
cumprimento do mandado (penhora, citação, intimação, etc).

Outro ponto que se extrai da nova redação do artigo 775 da CLT é que
envolve a generalidade dos prazos, não tendo referido, como no
NCPC, apenas aos prazos processuais.

Veja-se que o NCPC deixou claro no parágrafo único do artigo 219


que a nova sistemática de contagem de prazos em dias úteis envolve
tão somente os prazos processuais.

Isso significa que prazos fixados em decisões judiciais, como no caso


da sentença fixar uma obrigação de fazer ou não fazer (no campo do
processo do trabalho cite-se a determinação da reintegração da
gestante em 5 dias, por exemplo) não foram alcançados pela nova
forma de contagem.

Nesse aspecto destaque-se o artigo 841 da CLT que determina seja a


audiência marcada para data posterior a 5 dias da notificação do réu,
ou seja, o réu não pode ser chamada a comparecer em audiência
marcada para menos que 5 dias de sua notificação.

Este tem sido um prazo de elaboração de defesa considerando que a


defesa do réu será entregue em audiência juntamente com eventuais
documentos que pretenda juntar.

A nova sistemática de contagem de prazos não alcança o prazo


previsto no artigo 841 da CLT justamente por não ser ele um típico
prazo processuais mas sim um prazo de elaboração de defesa
conferido pelo legislador ao réu.
A reforma, contudo, não foi clara nesse sentido, ao contrário do
NCPC, que no artigo 219 parágrafo único deixou expressamente
fixado que a contagem em dias úteis apenas se aplica a prazos
processuais.

Cite-se por fim, ainda mais uma última incorreção do artigo 775 em
sua nova redação. Deixou de fora a classificação geral de prazos. É
que a nova redação do artigo 219 do NCPC deixa bem consignado
que a contagem dias úteis aplica-se apenas aos prazos judiciais e/ou
legais, nada falando quanto aos prazos convencionais.

No caso da CLT, nenhum recorte nesse sentido foi feito, pelo que
haverá dúvidas se também os prazos convencionais (aqueles fixados
pelas partes) poderão ser contados em dias úteis, já que não
excluídos expressamente da previsão como ocorreu no NCPC,
embora possa parecer crível, mesmo, que não.

Acredita-se dever o novo artigo 775 da CLT, trazido com a reforma,


ser aplicado em juntamente com o artigo 219 do NCPC que completa
aquele e é compatível com o processo do trabalho, nos termos do
artigo 769 da CLT.

4. O que é dia útil?

A reforma trabalhista traz para o processo do trabalho, como visto,


uma nova contagem de prazos que considera, do começo ao fim,
apenas dias úteis. Logo, o começo, o meio e o fim do prazo somente
poderá considerar dias úteis.

A reforma, contudo, não se preocupou em dizer o que seria o dia útil a


ser considerado na contagem do prazo e nem ao menos disse o que
seria o dia não útil. A CLT não tem regra nesse sentido.

No âmbito do NCPC, temos o artigo 216 que dispõe que serão tidos
como feriados: os declarados em lei, os sábados, os domingos, e o
dias em que não houver expediente forense.

Esse tem sido o parâmetro para se saber o que seria o dia útil, que,
portanto, não entra na contagem do prazo, ou seja, será dia útil, assim
como acontece no CPC, tudo aquilo que não estiver elencado no
artigo 216 como sendo feriado.

Assim, acredita-se que, diante da omissão da CLT pode-se exportar o


artigo 216 para aplicação no âmbito do processo do trabalho para que
se tenha um norte daquilo que exatamente não pode ser considerado
na contagem do prazo.

5. Prorrogação e dilação do prazo

O legislador reformista aproveitou o momento para tratar das


hipóteses de prorrogação do prazo e de dilação do prazo.

É bem verdade que já constava do artigo 775 antigo a possibilidade de


prorrogação em razão de força maior. Outra hipótese contemplada na
nova redação é aquela que confere discricionariedade ao magistrado
para tal prorrogação, quando entender necessário.

Não resolveu o legislador a problemática da extensão da previsão


normativa da dilação e prorrogação (embora pareça mesmo se tratar
da mesma situação) em relação aos prazos peremptórios ou apenas
aos dilatórios.

6. Conclusão

A reforma trabalhista é nítida tentativa de retirada dos direitos


trabalhadores brasileiros mas aproveitou para alterar algumas regras
processuais.

É certo que muitas das novas regras processuais ajudaram a


moralizar algumas passagens do campo do processo evitando que
demandas destituídas de fundamento venham ao Poder Judiciário e
assim, terminem por roubar para si esforços de juízes e servidores
que poderiam ser direcionados às demandas genuínas e sérias.

A modificação da sistemática de contagem do prazo processual que


passa a ser contado em dias úteis não foi de todo salutar. E nem se
está adentrando ao campo da ferrenha discussão quanto à possível
violação da garantia constitucional da razoável duração do processo,
que deflui do artigo 5º LXXVIII da CF.

Fala-se, sim, dos atropelos e incertezas trazidos em três linhas de


redação conferida ao artigo 775 da CLT que restou inegavelmente
lacunoso.

Se era mesmo para regular a contagem de prazos no campo do


processo do trabalho, tivesse o legislador reformista ido mais longe,
com previsões seguras. Isso não ocorreu, contudo. O mundo
trabalhista seguirá cheio de dúvidas quanto à nova contagem, seus
desdobramentos e alcance.
Nem mesmo no apagar das luzes de 2017, quando da edição da Lei
13.545 em 19/12/2017, corrigiu-se as incoerências acima apontadas,
tendo o legislador em referida norma apenas estabelecido a
suspensão dos prazos no período compreendido entre 20/12 a 20/01,
assemelhando-se ao quanto já previsto no âmbito cível, como se colhe
do artigo 220 do NCPC.

ARTIGO 2

A contagem de prazos na Justiça


do Trabalho
A forma de contagem dos prazos do direito costuma gerar
muitas dúvidas tanto em pessoas leigas como em operadores
e profissionais do direito. Com o objetivo de ajudar a
esclarecer essas dúvidas, fiz aqui uma compilação das regras
de contagem de prazos importantes na Justiça do Trabalho.
Para entender a contagem dos prazos, são determinadas
algumas regras:
1ª regra: contam-se os prazos a partir
da ciência/conhecimento pela parte de certa movimentação
processual. Exemplos: recebimento da notificação, publicação
do edital, etc. Tal regra encontra previsão no
artigo 774da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT):
Consolidação das Leis do Trabalho, 1943.

Art. 774 - Salvo disposição em contrário, os prazos previstos


neste Título contam-se, conforme o caso, a partir da data em
que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela
em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que
publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda,
daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou
Tribunal.
2ª regra: contam-se os prazos excluindo o dia do
começo e incluindo o dia do vencimento, ou seja, a
contagem será iniciada no primeiro dia útil subsequente ao dia
da ciência/conhecimento. Entendimento do artigo 775 da CLT:
Consolidação das Leis do Trabalho, 1943.

Art. 775 - Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com


exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e
são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser
prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou
tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente
comprovada.
3ª regra: se o dia do conhecimento/ciência ou o dia do
início da contagem do prazo cair em dia não útil, o início da
contagem se prorrogará para o primeiro dia útil subsequente,
conforme entendimento das Súmulas 1 e 262, I do Tribunal
Superior do Trabalho (TST) e 310 do Supremo Tribunal
Federal (STF):
Súmula nº 1 do TST
PRAZO JUDICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a
publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo
judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive,
salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil
que se seguir.
Súmula nº 262 do TST
PRAZO JUDICIAL. NOTIFICAÇÃO OU INTIMAÇÃO EM
SÁBADO. RECESSO FORENSE. (redação do item II alterada
na sessão do Tribunal Pleno realizada em 19.05.2014) – Res.
194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014
I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo
se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no
subsequente.
Súmula nº 310 do STF
Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a
publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo
judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não
houver expediente, caso em que começará no primeiro dia útil
que se seguir.
4ª regra: se o dia do vencimento (término do prazo) cair
em dia não útil, o encerramento do prazo se prorrogará para
o primeiro dia útil subsequente. Esta regra está disposta
no parágrafo único do artigo 775 da CLT:
Consolidação das Leis do Trabalho, 1943.

Art. 775 - Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em


sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no primeiro dia
útil seguinte.
5ª regra: os prazos processuais são contínuos e
irreleváveis (art. 775, caput, CLT). Prazos irreleváveis, são os
prazos que não se interrompem nos feriados. Com efeito, dia
não útil no meio da contagem será computado normalmente.
6ª regra: os prazos poderão ser prorrogados, pelo tempo
estritamente necessário, mediante determinação do juiz ou do
tribunal, ou em caso de força maior devidamente comprovada
(art. 775, caput, CLT).
Para melhor visualização das regras citadas, apresentamos os
esquemas seguintes, sempre considerando um prazo de 05
(cinco) dias:

Além das regras básicas citadas acima, não podemos estudar os


prazos processuais da Justiça do Trabalho sem falar nas férias
coletivas e no recesso forense. No processo civil, a
superveniência das férias leva à suspensão dos prazos,
segundo preleciona o artigo 179 do Código de Processo Civil:
Código de Processo Civil, 1973.

Art. 179. A superveniência de férias suspenderá o curso do


prazo; o que Ihe sobejar recomeçará a correr do primeiro dia
útil seguinte ao termo das férias.
No mesmo sentido, o Tribunal Superior do Trabalho editou a
parte II, da súmula 262, que estabelece que as férias coletivas
dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho suspendem os
prazos recursais:
Súmula nº 262 do TST
PRAZO JUDICIAL. NOTIFICAÇÃO OU INTIMAÇÃO EM
SÁBADO. RECESSO FORENSE. (redação do item II alterada
na sessão do Tribunal Pleno realizada em 19.05.2014) – Res.
194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014
[...]
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do
Tribunal Superior do Trabalho suspendem os prazos
recursais. (ex-OJ nº 209 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
Noutra esfera, o inciso XII, do artigo 93, da Constituição
Federal, com a redação dada pela Emenda
Constitucional 45/2004, proibiu as férias coletivas nos
juízos (1º grau) e tribunais de 2º grau:
Constituição Federal, 1988.

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal


Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura,
observados os seguintes princípios: [...]; XII a atividade
jurisdicional será ininterrupta, (sic) sendo vedado férias
coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando,
nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes
em plantão permanente; [...].
Porém, o texto constitucional não proibiu expressamente o
recesso forense, o que gerou grande divergência interpretativa
na doutrina e jurisprudência.
Contudo, considerando que a redação da parte II, da Súmula
262, do Tribunal Superior do Trabalho, é posterior à Emenda
Constitucional 45/2004, é possível afirmar que o Tribunal
Superior do Trabalho entende haver compatibilidade entre o
recesso forense e o novo texto constitucional, sendo que aquele
suspenderá os prazos em curso.
No processo do trabalho, há grande divergência relacionada ao
recesso forense anual (20 de dezembro à 06 de janeiro)
previsto no inciso I, do artigo 62, da Lei 5.010/66:
Lei 5.010, 30 de maio de 1966.
Art. 62. Além dos fixados em lei, serão feriados na Justiça
Federal, inclusive nos Tribunais Superiores: I - os dias
compreendidos entre 20 de dezembro e 6 de janeiro, inclusive;
[...].
Apesar do texto legal determinar que o período é
considerado feriado, surgiram duas correntes de
interpretação do texto legal: para a primeiracorrente, o
recesso forense deve ser equiparado às férias (suspendendo
a contagem dos prazos recursais, nos termos do artigo 179
do Código de Processo Civil); para a segunda corrente, o
recesso forense deve ser equiparado aos feriados (não
suspendendo o prazo processual).
Assim, caso considerado o recesso como férias, o prazo iniciado
antes daquele, seria suspenso e continuaria a contar após o
retorno às atividades:

Lado outro, caso o recesso fosse considerado como feriado, o


prazo se contaria em dias corridos, porém havendo término
durante o recesso, a data do vencimento se prorrogaria para o
primeiro dia útil subsequente (art. 775, CLT):

Visando dirimir o conflito, o Tribunal Superior do Trabalho


editou a segunda parte da Súmula 262, já colacionada acima,
equiparando o recesso às férias e levando à suspensão dos
prazos.
Por fim, quanto aos processos eletrônicos, devemos
relembrar dos dizeres da Lei 11.419/2006 (Lei de
Informatização do Processo Judicial):
Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006.
Art. 3º Consideram-se realizados os atos processuais por
meio eletrônico no dia e hora do seu envio ao sistema do
Poder Judiciário, do que deverá ser fornecido protocolo
eletrônico.
Parágrafo único. Quando a petição eletrônica for enviada
para atender prazo processual, serão consideradas
tempestivas as transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas
do seu último dia.
Art. 4º - [...].
§ 3º Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização
da informação no Diário da Justiça eletrônico.

§ 4º Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil


que seguir ao considerado como data da publicação.
Portanto, no caso dos processos eletrônicos, considera-se data
de publicação o primeiro dia útil subsequente ao da
disponibilização da informação no Diário da Justiça. A
contagem inicia no primeiro dia útil subsequente, vejamos:

FONTES:
Constituição Federal, 1988.

Emenda Constitucional 45, 2004.


Consolidação das Leis do Trabalho, 1943.

Código de Processo Civil, 1973.

Lei 5.010, de 30 de maio de 1966.


Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006.
Súmula 01, Tribunal Superior do Trabalho.
Súmula 262, Tribunal Superior do Trabalho.
Súmula 310, Supremo Tribunal Federal.
Este artigo é de autoria própria e está protegido pela
Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Havendo sua
utilização como citação, a fonte deverá ser exibida, da
seguinte maneira:
FARACO, Marcela. A contagem de prazos na Justiça do
Trabalho. MF – Direito e Advocacia, 29 out. 2014. Disponível
em: http://marcelafaraco.jusbrasil.com.br/publicacoes.
ARTIGO 3
Alteração da contagem de prazos processuais na reforma
trabalhista e a instrução normativa n° 39 do TST
Vinicius de Souza Castro
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Esse artigo discorre de forma objetiva sobre as regras aplicáveis aos prazos
processuais na Justiça do Trabalho, abordando as mudanças trazidas pela
Reforma Trabalhista de 2017 (lei 13.467/17) quanto à temática.
1 NOTA INTRODUTÓRIA:
A lei 13.467/17, conhecida como a lei da reforma trabalhista, sob o
argumento de modernizar as relações de trabalho, trouxe impactantes
mudanças no que tange ao direito laboral, alterando diversos dispositivos da
CLT. Uma dessas mudanças, é a alteração da forma de contagem dos prazos,
previsto no seu art. 775.

Diante disso, esse artigo, visa explanar as regras quanto aos prazos
processuais na seara juslaboral, bem como discorrer a respeito da mudança
trazida pela reforma, fazendo comentários de como era a ordem trabalhista
anterior, nesse aspecto, e como passou a ser, com o advento da lei
reformadora.

2 INÍCIO DO PRAZO:
O termo a quo, isto é, o início do prazo processual trabalhista, rege-se
pelas seguintes regras: Se a intimação for por edital, o termo a quo é a data da
publicação no diário oficial (art. 774 da CLT); se a intimação for postal, o prazo
se inicia 48 horas após sua postagem (Súmula 16 TST); caso a intimação ou
notificação seja na sexta-feira ou no sábado, o prazo se inicia no primeiro dia
útil imediato (Súmulas 1 e 262, I TST).

Art. 774 - Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título


contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou
recebida a notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou
no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em
que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal.

Parágrafo único - Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser


encontrado o destinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio ficará
obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo de
48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem.

Súmula nº 16 do TST: Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e


oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após
o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário.

Súmula 1 TST: Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a


publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será
contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente,
caso em que fluirá no dia útil que se seguir.

Súmula 262, I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo


se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subsequente.

3 INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO:


Já quanto ao início da contagem dos prazos processuais, a regra é que
os prazos começam a correr no primeiro dia útil após a intimação; no caso da
intimação ocorrer na sexta-feira ou sábado, como o início será no primeiro dia
útil imediato, a contagem começará a correr no dia seguinte a este, como
determinam as Súmulas 1 e 262, I, TST.

4 PRORROGAÇÃO DO PRAZO:
Os prazos processuais podem ser prorrogados pelo tempo necessário,
seja quando o juiz entender imprescindível, seja em virtude de força maior
devidamente comprovada (art. 775 CLT).

Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias


úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.

§ 1o Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente


necessário, nas seguintes hipóteses:

I - quando o juízo entender necessário;

II - em virtude de força maior, devidamente comprovada.

§ 2o Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de


produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de
modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.
5 FORMA DE CONTAGEM DO PRAZO:
Aqui reside a mudança trazida pela lei reformadora trabalhista relativo
aos prazos processuais:

Manteve-se a contagem excluindo o primeiro dia e incluindo o último


dia, porém, a forma de contar mudou: Antes da reforma trabalhista, o artigo 775
da CLT previa que os prazos eram contados de modo contínuo, isto é, a
contagem era em dias subsequentes, abrangendo os finais de semana e
feriados. Vejamos a antiga redação do art. 775 CLT:

Art. 775 - Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão


do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e
irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente
necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente
comprovada. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946)

Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia


feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte.
Com o advento da lei 13.467/17, que entrou em vigor em novembro de
2017, houve alteração do artigo 775 da CLT, talvez com o propósito de
adequar o processo trabalhista ao processo civil, passando a contagem de
prazos a ser em dias úteis.

O CPC/ 15, já prevê em seu artigo 219 que “na contagem de prazo em
dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis”.

Nesse diapasão, a nova redação do artigo 775 da CLT estabelece que


“os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com
exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento”.

Importante ressaltar, que tal artigo, encontra-se dentro do título X, que


trata “do processo judiciário do trabalho”. Diante disso, já podemos inferir que a
nova contagem se trata de prazos exclusivamente processuais, só se aplicando
aos atos processuais e não aos prazos de direito material previsto na CLT.

Nota-se que o dispositivo reformado pela lei 13.467/17, contraria


diametralmente a Resolução nº 203/16 que editou a Instrução normativa nº 39,
estabelecendo, dentre outros, que o prazo em dias úteis previstos no art. 219
CPC, não se aplica a CLT, prestigiando o princípio da celeridade, ainda mais
necessário aos processos trabalhistas, já que precisa ser ágil para que seja
efetivamente prestada a tutela jurisdicional, uma vez que, na maioria das
vezes, os litígios tratam de verbas alimentares, da qual o reclamante depende
para garantir sua subsistência e de sua família.
Concluindo, a Reforma trabalhista, nesse ponto, ignorou a orientação
do TST, e ignorou até mesmo a natureza mais célere dos processos
trabalhistas, estabelecendo a contagem em dias úteis na seara labora

ARTIGO 4

Lei sancionada altera contagem


de prazos processuais na
Justiça trabalhista
Da Redação | 20/12/2017, 14h36 - ATUALIZADO EM 20/12/2017, 15h52

Foi sancionada e publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (20) a


Lei 13.545/2017, que altera a contagem de prazos processuais na Justiça
trabalhista. A nova lei tem origem no Projeto de Lei da Câmara (PLC) 100/2017,
aprovado no último dia 23, e já entrou em vigor nesta quarta-feira.

O texto determina que, para a Justiça do Trabalho, a contagem de prazo


processual em dias levará em conta apenas os dias úteis, excluindo-se o dia do
começo e incluindo-se o dia de vencimento. A matéria estipula ainda a suspensão
do prazo processual no período de 20 de dezembro a 20 de janeiro, quando
acontece o recesso forense. E estende a interrupção dos trabalhos, nesse intervalo,
em relação a audiências e sessões de julgamento.

No Plenário do Senado, o texto foi aprovado sem discussão. Em parecer da


Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) o relator Antonio Anastasia
(PSDB-MG) alegou que a proposta incorpora as inovações contidas no Código de
Processo Civil, uniformizando a contagem de prazos no processo do trabalho e no
processo civil.

Reservas particulares

Nesta quarta-feira também foi publicada a Lei 13.542/2017 (oriunda do


PLN 26/2017), que abre crédito especial no Orçamento em favor do Poder
Judiciário e do Ministério Público da União no valor de mais de R$ 348 milhões. Os
recursos previstos possibilitarão aos órgãos pagar despesas com aquisição,
construção e ampliação de edifícios.

Outra lei publicada no Diário Oficial da União foi a Lei 13.544/2017 (oriunda
do PLC 64/2015), que institui a data de 31 de janeiro como o Dia Nacional das
Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). Trata-se de uma das
modalidades de unidade de conservação previstas na Lei 9.985/2000, que criou o
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc). Sua principal diferença em
relação às demais unidades de conservação é que a RPPN é criada pelo proprietário
da área a ser preservada (incluindo fauna, flora e formações geológicas), e não
pelo Poder Público.

Ainda na quarta-feira foram publicadas a lei que aumenta penas para crimes
cometidos por motoristas e a que estabelece critérios de clareza na divulgação de
preços no comércio eletrônico.

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