Texto/aula 4
BAZZO, W. A Introdução aos estudos de CTS
FICHAMENTO CAPÍTULO 1
I. O QUE É A CIÊNCIA?
1.1 INTRODUÇÃO
Concepção tradicional
De acordo com a concepção tradicional ou “concepção herdada”
daciência, esta é vista como um empreendimento autônomo, objetivo, neutro e
baseado na aplicação de um código de racionalidade distante de qualquer tipo
de interferência externa
Método científico
Este consistiria de um algoritmo ou procedimento regulamentado para
avaliar a aceitabilidade de enunciados gerais baseados no seu apoio empírico e,
adicionalmente, na sua consistência com a teoria da qual devem formar parte.
Giro lógico
Rechaço ao empirismo clássico Giro lógico” (uma expressão de T.
Nickles) que se produziu durante o século 20. Com tal giro, impulsionado por
autores como J. Herschel e W. S. Jevons, o método científico passa a ser
entendido como um procedimento de justificação post hoc e não de gênese ou
descobrimento. Tal procedimento de justificação consiste em aplicar o método
hipotético-dedutivo (H-D) para o desenvolvimento da ciência, onde o apoio da
experiência às hipóteses gerais continua sendo de caráter indutivo, porém se
trata de uma indução ex post ou indução confirmatória. Em outras palavras, o
método consistiria de um apoio que as hipóteses recebem de maneira indireta a
partir da constatação da experiência baseada nas implicações contrastantes que
derivam dedutivamente dessas hipóteses
Núcleo comum
Todos esses intentos de capturar em um método ou estratégia a
característica da ciência compartilham, apesar de suas diferenças, um certo
núcleo comum: identificar a ciência como uma combinação peculiar de raciocínio
dedutivo e inferência dedutiva (lógica + experiência) auxiliadas quem sabe por
virtudes cognitivas como a simplicidade, o poder explicativo ou o apoio teórico. É
uma versão do casamento entre a matemática e o empirismo, ao que Bertrand
Russell atribuía o nascimento da ciência moderna
Ciência normal
A ciência normal se caracteriza assim porque uma comunidade científica
reconhece um paradigma ou teoria, ou conjunto de teorias, que oferece soluções
aos problemas teóricos e experimentais que se investigam neste momento
Ciência revolucionária
A ciência revolucionária se caracteriza pelo aparecimento de paradigmas
alternativos, pela disputa entre as comunidades rivais e, eventualmente, pelo
possível rechaço de partes significativas da comunidade científica em relação ao
paradigma antes reconhecido. Isto significa que há uma mudança na produção
dos problemas disponíveis, nas metáforas usadas e nos valores da comunidade,
induzindo também uma mudança na imaginação científica. Com a consolidação
de um novo paradigma inicia-se uma mudança na forma de ver os problemas
que antes estavam sem solução
1.4.1. Transciência
Weinberg defende que muitas das questões que surgem no curso das
interações entre a ciência e a sociedade (os efeitos nocivos secundários da
tecnologia, ou as tentativas de abordar os problemas sociais mediante os
procedimentos da ciência) depende de respostas que podem dizer respeito à
ciência, mas que, no entanto, a ciência não pode responder ainda (Weinberg,
1972, p.1-2). Precisamente para poder enfrentar este tipo de questões aparece a
expressão questões transcientíficas.
Exemplo dos reatores nucleares.
Axiologia da ciência
Republica da transciência (p. 27, 28, 29)
Sheila Jasanoff (1995). sustenta que quando tem-se que levar à prática
programas de saúde, de controle ambiental etc., os especialistas devem revisar
e avaliar o estado do conhecimento científico, identificar áreas de consenso
sobre qual é o melhor dos seus conhecimentos e solucionar os problemas de
evidência incerta de acordo com as leis vigentes. Assim, para dar conta dessa
nova situação, Jasanoff (1995), utiliza a expressão “ciência reguladora.
1.5 CONCLUSÃO