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Índice
Introdução……………………………………………………….……………………………2
Resultados da aprendizagem………………………………………………….…………3
Propostas de atividade………………………………………………………………….62
Bibliografia…………………………………………………………………………….……64
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VIVER EM PORTUGUÊS
Introdução
Neste sentido, torna-se relevante que o desenvolvimento temático proposto tome como
horizonte, mais do que um processo histórico próximo, a possibilidade dos formandos
reforçarem o conhecimento das instituições e mecanismos que gerem a sociedade
portuguesa e percepcionarem-se como cidadãos de pleno direito, avaliando princípios e
práticas sociais.
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Resultados da Aprendizagem
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A palavra "indústria" passou a ser utilizada para designar o fabrico, em grande escala,
oriundo do maquinismo e um país industrializado definiu-se pela percentagem de mão-
de-obra e pela riqueza obtidas através do sector secundário de actividades.
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Obviamente, a revolução industrial não constou de uma única operação, tal como os
diferentes países foram afectados em épocas e a ritmos também diferentes.
Assim, de 1780 a 1840-50, distinguimos uma primeira revolução industrial, liderada pela
Inglaterra: foi a revolução do carvão, do ferro, do algodão e da máquina a vapor, que
determinou o desenvolvimento do Capitalismo Industrial.
Por volta de meados do século XIX, a revolução industrial está em expansão. É a segunda
revolução industrial, do aço, do petróleo, do motor de explosão e da electricidade, que
se espalha pela Europa e atinge a América do Norte e o Japão, entre 1850 e 1914. O
Capitalismo Financeiro atinge, então, um ponto alto.
Os caminhos-de-ferro
Os caminhos-de-ferro nasceram do encontro de duas técnicas: o ferro e a máquina a
vapor. Os carris eram já utilizados no século XVIII para a tracção de vagonetas puxadas
por cavalos, nas minas e nas pedreiras.
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Em suma, pôs-se fim ao isolamento de vastas regiões, integradas, desde então, numa
teia de ligações. Com efeito, a dinamização das trocas criou um mercado unificado, o
verdadeiro mercado interno com a dimensão de um mercado nacional. Ora, um mercado
unificado e nacional é uma condição imprescindível à modernidade e ao desenvolvimento
dos Estados.
O século XIX registou, por todo o Mundo, um extraordinário aumento demográfico, pelo
qual a população da Terra, com excepção feita à africana mais do que duplicou no lapso
de tempo que decorreu entre os anos de 1800 e 1913-14.
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Foi para designar este fenómeno, único na História até aí vivida, que demógrafos e
historiadores utilizaram a expressão "explosão demográfica", significando o intenso e
rápido crescimento populacional do nosso planeta no século XIX.
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Migrações internas:
a) Deslocações sazonais: movimentos temporários de populações que percorriam
várias regiões atraídas por trabalhos próprios de cada estação do ano e de cada
região.
b) Êxodo rural: normalmente migrações definitivas do campo para a cidade,
provocadas pela introdução de práticas capitalistas nos campos e pelo desejo
individual de promoção social. Envolveu sobretudo as camadas jovens,
provocando enormes implicações como a diminuição da população rural, o
envelhecimento da população camponesa, o atraso e estagnação do mundo rural
e o rejuvenescimento e carácter mais progressivo das cidades.
Emigrações:
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Condição operária
Proletariado - Classe operária que, sem meios de produção, vende a sua força de
trabalho em troca de um salário.
As primeiras reacções dos operários contra a sua condição miserável foram pouco
organizadas. Com o passar do tempo, o movimento operário organizou-se para se tornar
mais eficaz, revestindo duas formas:
Associativismo (criação de associações que apoiavam os operários mediante o
pagamento duma quota)
Sindicalismo (os sindicatos utilizavam como meios de pressão as manifestações
e greves.
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O século XIX ficou conhecido como o “século da ciência”, devido sobretudo ao grande
desenvolvimento das ciências experimentais. Com efeito, a corrente filosófica dominante
neste século foi o positivismo, defendido por Auguste Comte, segundo o qual os
conhecimentos científicos eram construídos através de factos positivos, isto é, aqueles
que se podiam demonstrar experimentalmente.
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Em contrapartida, a natureza era vista sob uma aura de idealismo que fazia repousar
nela o que de mais genuíno e autêntico havia na alma humana.
Era também no mundo rural que ainda se podia encontrar a verdadeira alma das nações,
cujas raízes medievais se faziam sentir de forma mais autêntica nos hábitos e costumes
da sua gente.
Na arquitectura, a segunda metade do século XIX foi marcada pela Revolução industrial,
que implicou novas necessidades e tendências na construção, ao mesmo tempo que
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A Belle Époque corresponde a um período que vai de 1871 a 1914. Os “Loucos Anos 20”
referem-se à época que abarca a década de 1920.
O liberalismo
Liberalismo - Doutrina política, social, económica e cultural difundida na Europa e na
América que, fundando-se na primazia do individuo sobre a sociedade, defende a
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O surto industrial No final do século XIX, a crise obrigou a uma reorientação da economia
portuguesa que apostou nos seguintes vectores:
Retorno á doutrina proteccionista (abandonando o Livre cambismo);
Concentração industrial (através da criação de grandes companhias);
Valorização do mercado colonial;
Expansão tecnológica.
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O crash da bolsa provocou a ruína de imensos investidores, o que significou a ruína dos
bancos (falência). Muitas empresas acabaram por falir, o que provocou elevados índices
de desemprego. Houve uma diminuição do consumo, os preços dos produtos agrícolas
registaram uma quebra acentuada e destruíram-se produções. A nível social, teve efeitos
desastrosos. A grande depressão não atingiu apenas os EUA.
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O pós-guerra
Ainda decorria a 2ª Guerra Mundial, e já os “Aliados” – EUA, URSS, Inglaterra -,
confiantes na vitória, procuravam estratégias para estabelecer uma nova ordem
internacional, e definir os termos da paz que se avizinhava, através da realização de
conferências, onde se chegaram a alguns pontos:
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No final do conflito, estava definido um novo mapa político europeu, marcada pela
emergência de duas grandes potências, vencedoras da Guerra, perante uma Europa
destruída e desorganizada, emergindo, então, um novo desenho geopolítico que se
sustenta na formação de definição de duas grandes áreas de influência: a área soviética
(URSS) e a área americana (EUA).
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A ONU foi criada em 1945, segundo o projecto de Roosevelt. Na Carta das Nações Unidas
estão contidos os objectivos que presidiram à sua criação:
Manter a paz e a segurança internacionais (para evitar novos conflitos),
desenvolver relações de amizade entre as nações (baseada no principio de
igualdade entre os povos), realizar a cooperação internacional (para promover e
estimular o respeito pelos direitos humanos) e harmonizar os esforços das nações
para concretizar estes objectivos (servir como mediador).
Havia consciência de que estava eminente uma grave crise económica, pois os países
europeus encontravam-se arruinados e desorganizados.
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tomar medidas imediatas. Surge, assim, o Plano Marshall (1947), que consistiu na ajuda
prestada pelos EUA à Europa após a Segunda Guerra Mundial.
Este programa de auxílio foi acolhido com entusiasmo pela generalidade dos países, e
foi verdadeiramente essencial à recuperação europeia, pois os países beneficiários
receberam 14000 milhões de dólares. Para operacionalizar esta ajuda, foi criada a OECE
(Organização Europeia de Cooperação Económica).
Em 1949, dá-se a resposta da URSS ao Plano Marshall, com a criação do Plano Molotov
e COMECON, que estabeleceu as estruturas de cooperação económica da Europa de
Leste. A divisão do mundo em dois blocos antagónicos consolidou-se e os tempos da
Guerra Fria estavam cada vez mais próximos…
No entanto, nunca houve um conflito directo, caracterizando-se apenas pela corrida aos
armamentos, ameaças e movimentos de espionagem, conflitos locais, etc. Era uma
“guerra de nervos”, sustentada pelo antagonismo de duas concepções diferentes de
organização política (EUA – Liberalismo/Capitalismo; URSS – Socialismo/Comunismo).
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Do outro lado, o bloco liderado pela URSS, defensora do regime socialista, cujo modelo
económico assentava nos princípios da colectivização e planificação estatal da economia.
Criou-se a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), liderado pelos EUA (sendo
o objectivo principal a segurança colectiva, isto é, ter a capacidade de resposta perante
a um ataque armado) e, em resposta, foi constituído o Pacto de Varsóvia, liderado pela
URSS, para a defesa militar do seu bloco.
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Esse crescimento das classes médias nos anos 20 – situadas entre a alta burguesia e o
proletariado, deveu-se ao desenvolvimento dos sectores secundário e terciário,
resultado, sobretudo, do crescimento dos serviços a cargo do Estado (escolas, hospitais,
finanças, águas, saneamento básico, etc.).
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A rádio permitiu às populações ter acesso a notícias, debates, concertos, peças de teatro
e, ainda, aos novos ritmos e sucessos musicais. As décadas de 1920 e 1930 ficaram
conhecidas pelos “anos da rádio”. Transformou-se assim, num dos “agentes mais activos
de mudança (…) na vida quotidiana”.
Por outro lado, a massificação urbana, a laicização social que terminara com a influência
da Igreja, e as novas concepções científicas e culturais são igualmente responsáveis pela
ruptura no padrão de valores e comportamentos sociais tradicionais.
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Deu-se uma profunda crise de consciência, que atinge toda a conduta social, falando-se
assim duma anomia social (ausência de regras sociais). Esta crise de valores acentuou
ainda mais as mudanças que já estavam em curso.
A emancipação da mulher
A crescente presença da mulher em todos os sectores de actividade, mais notada a partir
da Primeira Guerra, proporcionava uma relativa independência económica e esteve na
origem de uma consciencialização de que o seu papel no processo económico não tinha
correspondência a um estatuto social e político dignos.
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Todas estas novas teorias põem em causa as “verdades absolutas” que sustentavam o
positivismo, influenciando os comportamentos no quotidiano, pois nada mais é visto
como absoluto mas como questionável e discutível.
No campo artístico, a emigração para os EUA iniciou-se ainda nos anos 30 do séc. XX,
com a partida de muitos artistas e intelectuais de vanguarda que foram convidados para
lá trabalhar. Aí continuaram as suas actividades no ensino e como profissionais de arte,
divulgando os seus ideais estéticos e dinamizando o meio artístico.
Deste modo, os EUA passaram a ser o foco e o centro dos novos movimentos artísticos
e culturais a nível planetário.
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Nos EUA, a sociedade adoptou novas formas de vida e novos comportamentos sociais,
onde o aparecimento do jazz, das primeiras estrelas de cinema e de uma vida social
intensa foram o reflexo de um clima optimista e de prosperidade.
Nascido num tempo de mudanças profundas, quer a nível estético como a nível técnico,
o cinema surgiu como sequência do aparecimento da fotografia. Apesar de tudo, foi e é
mais do que fotografia em movimento.
Na sua essência, e como linguagem específica, o cinema começou por ser mudo. No
entanto, Edison criou o sonoro e o cinema passou a assumir-se na dicotomia
arte/indústria, acompanhando, durante todo o séc. XX, alguns grandes movimentos
estéticos e estando ao serviço de uma ideologia.
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A arte, numa relação íntima com a vida, serviu de catarsis (libertação) e de sublimação
para alguns artistas, que usaram jogos de ideias, automatismos psicológicos,
associações insólitas e desconexas para criar as suas obras.
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Literatura
Todo o período das primeiras décadas do século XX foi marcado por uma inovação
acentuada ao nível da literatura que pôs em causa os valores e as tradições literárias
com uma grande variedade de temas e estilos semelhante à que percorreu as artes
plásticas.
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Desta época são também André Gide que proclama a liberdade do sujeito e a rejeição
de regras e convenções sociais.
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3.Portugal no século XX
Após tentativas frustradas de revolução (a mais importante das quais foi o 31 de Janeiro
de 1891) e de algumas décadas de propaganda contra o regime monárquico, o regime
republicano foi instaurado em Portugal, a 5 de Outubro de 1910, por meio de uma
revolução armada organizada por conspiradores militares e civis, congregados em torno
do Partido Republicano e de duas organizações secretas de cariz social diferente (a
Maçonaria e a Carbonária).
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Outro factor importante, que contribuiu para agravar a situação económica e social de
Portugal, foi a participação na Grande Guerra, encarada como meio de salvaguardar as
colónias, que acarretou um investimento incomportável e uma considerável perda de
vidas.
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por tal facto a avolumar-se as tendências para encontrar homens fortes capazes de pôr
termo à "desordem nas ruas" (cuja responsabilidade era partilhada por todas as forças
políticas em presença), ganha peso o receio do "bolchevismo" (embora o Partido
Comunista, fraquíssimo, apenas se tivesse constituído em 1921).
Tal como aconteceu noutros países, cujos regimes foram influenciados pela ideologia
fascista, também em Portugal se verificou a progressiva adopção do modelo italiano
através da edificação do Estado Novo.
Designa-se, assim, por Estado Novo, o regime totalitário de tipo fascista que vigorou em
Portugal de 1933 a 1974, caracterizado por ter um Estado forte, com supremacia sobre
os interesses individuais, anti-liberal, anti-democrático e anti-parlamentar, autoritário e
nacionalista.
Em 1928, foi nomeado para o governo, a fim de exercer funções de ministro das
Finanças, António de Oliveira Salazar que, devido à sua acção, conseguiu um saldo
positivo para o orçamento de Estado, tendo sido nomeado chefe do governo em 1932
devido a esse “milagre económico”, passando a controlar todos os sectores (daí a que o
regime seja normalmente denominado por Salazarismo).
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CARÁCTER ANTI-DEMOCRÁTICO
Defendia um Estado forte (ditatorial, autoritário, anti-parlamentar e anti-democrático),
que recusava as liberdades individuais e a soberania popular: “Tudo no Estado, nada
Fora do Estado”. Salazar foi um forte opositor da democracia liberal e do
pluripartidarismo.
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CARÁCTER CORPORATIVISTA
O Estado Novo mostrou-se empenhado na unidade da nação e no fortalecimento da
Nação. Defendia, assim, que os indivíduos apenas tinham existência para o Estado se
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CARÁCTER INTERVENCIONISTA
A estabilidade financeira tornou-se numa prioridade. O Estado Novo apostou num
modelo económico fortemente intervencionista e autárquico, que se fez sentir nos vários
sectores da economia:
Agricultura
Portugal era um país maioritariamente rural, assim, pretendia-se tornar Portugal mais
independente da ajuda estrangeira, criando-se incentivos à especialização em produtos
como a batata, vinho, etc.
Indústria
A indústria não constitui uma prioridade ao Estado Novo. O condicionamento industrial
consistia na limitação, pelo Estado, do nº de empresas existentes e do equipamento
utilizado, pois a iniciativa privada dependia, em larga medida, da autorização do Estado.
Obras Públicas
Tinha como principal objectivo o combate ao desemprego e a modernização das infra-
estruturas do país.
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A este projecto cultural chamou-se de “Política de Espírito”. Foi o meio encontrado para
mediatizar o regime, em que era proporcionado uma “atmosfera saudável” à imposição
dos valores nacionalistas e patrióticos. Tudo servia para divulgar as tradições nacionais
e engrandecer a civilização portuguesa (restauro de monumentos, festas populares,
peças de teatro, cinema, etc.)
Salazar defendia que as artes e as letras deveriam inculcar no povo, o amor da pátria, o
culto dos heróis, as virtudes familiares, a confiança no progresso, ou seja, o ideário do
Estado Novo.
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Por outro lado, também ocorreu um considerável surto industrial e urbano, e as colónias
tornaram-se alvo das preocupações. A economia manteve estruturas que
impossibilitaram o crescimento económico.
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A emigração
Enquanto que nas décadas de 30 e 40 a emigração foi bastante reduzida, a década de
60 tornou-se no período de emigração mais intenso da nossa história, pelos seguintes
motivos:
A política industrial provocou o esquecimento do mundo rural, logo, sair da aldeia
era uma forma de fugir à miséria;
Os países europeus que necessitavam de mão-de-obra, pagavam com salários
superiores;
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A partir de 61, a emigração foi, para muitos jovens, a única maneira de não
participar na guerra entre Portugal e as colónias africanas.
Por essa razão, a maior parte da emigração fez-se clandestinamente. O Estado procurou
salvaguardar os interesses dos nossos emigrantes, celebrando acordos com os principais
países de acolhimento. O País passou, por esta via, a receber um montante muito
considerável de divisas: as remessas dos emigrantes.
Tal facto, que muito contribuiu para o equilíbrio da nossa balança de pagamentos e para
o aumento do consumo interno, induziu o Governo a despenalizar a emigração
clandestina e a suprimir alguns entraves.
A urbanização
O surto industrial traduziu-se no crescimento do sector terciário e na progressiva
urbanização do país. Dá-se o crescimento das cidades e a concentração populacional.
Em Lisboa e Porto, as maiores cidades portuguesas, propagam-se subúrbios.
No entanto, esta expansão urbana não foi acompanhada da construção das infra-
estruturas necessárias, aumentando as construções clandestinas, proliferam os bairros
de lata, degradam-se as condições de vida (incremento da criminalidade, da
prostituição…). Mesmo assim, o crescimento urbano teve também efeitos positivos,
contribuindo para a expansão do sector dos serviços e para um maior acesso ao ensino
e aos meios de comunicação.
A questão colonial
Após a guerra mundial, o fomento económico das colónias também passou a constituir
uma preocupação ao governo. Angola e Moçambique receberam uma atenção
privilegiada. Os investimentos do Estado nas colónias, a partir de 1953, foram incluídos
nos Planos de Fomento.
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No entanto, tornou-se difícil para o Governo Português manter a sua política colonial.
Depois da segunda guerra mundial, e com a aprovação da Carta das Nações Unidas, o
Estado Novo viu-se obrigado a rever a sua política colonial e a procurar soluções para o
futuro do nosso império.
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A Primavera Marcelista
Em 1968, Salazar foi substituído Marcello Caetano, no cargo de presidente do Conselho
de Ministros, que fez reformas mais liberais para a democratização do regime. Nos
primeiros meses o novo governo até deu sinais de abertura, período este conhecido por
“Primavera Marcelista” (alargou o sufrágio feminino por ex.).
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Estes acontecimentos deram força àqueles que, dentro do Movimento (agora passava-
se a designar por MFA – Movimento das Forças Armadas), acreditavam na urgência de
um golpe militar que, restaurando as liberdades cívicas, permitisse a tão desejada
solução para o problema colonial.
Operação “Fim-Regime”
A operação militar teve início com a transmissão, pela rádio, das canções-senha, que
permitia às unidades militares saírem dos quartéis para cumprirem as missões que lhes
estavam destinadas. A resistência terminou cerca das 18h, quando Marcello Caetano se
rendeu pacificamente ao general Spínola.
Entretanto, já o golpe militar era aclamado nas ruas pela população portuguesa, cansada
da guerra e da ditadura, transformando os acontecimentos de Lisboa numa explosão
social por todo o país, uma autêntica revolução nacional que, pelo seu carácter pacífico,
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ficou conhecido como a “Revolução dos Cravos”. A PIDE foi a última a render-se na
manhã seguinte.
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Das eleições de 1975, sai vitorioso o Partido Socialista, que passa a reclamar maior
intervenção na actividade governativa. Vivem-se os tempos do Verão Quente de 1975,
em que esteve iminente o confronto entre os partidos conservadores e os partidos de
esquerda.
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O processo descolonizador
A nível interno, a “independência pura e simples” das colónias colhia o apoio da maioria
dos partidos que se legalizaram depois do 25 de Abril e também nesse sentido se
orientavam os apelos das manifestações que enchiam as ruas do país.
Desta forma, não foi possível assegurar, como previsto, os interesses dos Portugueses
residentes no Ultramar. Fruto de uma descolonização tardia e apressada e vítimas dos
interesses de potências estrangeiras, os territórios africanos não tiveram um destino
feliz.
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Após este período o pacto MFA/Partidos é substituído por um acordo entre o PS, PSD e
CDS que acusavam a constituição de ser demasiado socialista, propondo uma revisão
constitucional que termina em Setembro de 1982 com as seguintes alterações.
Presidente da República
Eleito por sufrágio directo
Tem um mandato de 5 anos
Tem poder de veto suspensivo das leis
Elege o Primeiro-Ministro
Pode demitir o governo
Pode dissolver a Assembleia da República
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Assembleia da República
Constituída pelos deputados eleitos
É um órgão legislativo
Representa a constituição e a manutenção dos governos
Aprovam o orçamento do estado
Interpelam o governo
Instaura inquéritos parlamentares
Governo
É um órgão executivo
Conduz a política geral do país
É representado pelo Primeiro-Ministro
Tem competência legislativa através de decretos-lei e propostas de lei
São os protagonistas resultantes do voto eleitoral
Tribunais
São nomeados pelo conselho superior da magistratura
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Poder Local
Foi estruturado em municípios e freguesias
Dispõem de um órgão legislativo (Assembleia Municipal e Assembleia de
Freguesia)
Dispõem de um órgão executivo (Câmara Municipal e Junta de Freguesia)
São eleitos pelas respectivas populações
Desempenham um papel relevante no desenvolvimento local
Com isto espera ver reforçada a sua posição no âmbito das nações unidas, dando por
terminar todo um período marcado por um regime fascista. A democracia em Portugal
baseia-se em devolver ao povo a dignidade perdida e na criação de melhores condições
de vida.
Assim, fruto deste estado de espírito serão iniciados os processos de descolonização dos
territórios sob administração portuguesa.
Propostas de actividade
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O tema, pelo seu âmbito cronológico, está, em larga medida, ainda muito próximo do
universo vivencial dos formandos, dos seus familiares ou dos seus círculos de
sociabilidade.
Torna-se assim possível abordar o tema a partir das representações e das opiniões que
os formandos têm desse período e, a partir daí, confrontá-los a diferentes níveis e em
diferentes situações de aprendizagem, quer com os documentos da época quer com
construções historiográficas.
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Bibliografia
Couto, Célia Pinto et al., O tempo da história, História A 11º ano, Porto: Porto Editora
Couto, Célia Pinto et al., O tempo da história, História A 12º ano, Porto: Porto Editora
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