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2. Alvará
Muitos que se posicionam a favor da legalização do aborto alegam que é necessário
prover melhores recursos para que o aborto seja realizado de modo “seguro”, sem risco
de vida para a mulher – condição que as clínicas clandestinas, que operam
completamente à margem da fiscalização do Estado, não garantem. O deputado federal
Flavinho(PSB-SP) apontou, porém, a seguinte contradição no julgamento, que dizia
respeito a pessoas que operavam uma clínica de aborto clandestina: “O que o STF fez
foi dar um alvará para que essas clínicas clandestinas funcionem”.
O jurista Ives Gandra da Silva Martins apontou em artigo na Folha de S. Paulo que a
decisão do STF vai na contramão de uma enxurrada de leis do país. O artigo 5º da
Constituição protege o “próprio direito à vida”. O artigo 2º do Código Civil diz que
“todos os direitos do nascituro são assegurados desde a concepção”. O Pacto de San
José, de que o Brasil é signatário, também declara, em seu artigo 4º, que a vida é
assegurada desde a concepção. Silva Martins é claro sobre o parecer dos ministros:
“Entendo que macularam a lei suprema, ao declararem que uma das grandes conquistas
do século XXI é a da mulher assassinar seus filhos –enquanto ainda dela inteiramente
dependentes, pois nos seus ventres.”
Segundo o ministro Barroso, o aborto do embrião de três meses justifica-se porque ele
não tem condições de sobreviver de forma independente – fora do útero, é inviável. O
filósofo Carlos Ramalhete, que sofreu um acidente em 2014 e leva consigo algumas
sequelas, lembrou que ele mesmo já não é “muito mais independente que um bebê
dormindo na barriga da mãe”. O fato é que, em alguma medida, todos somos
dependentes, todos “pesamos” na vida dos outros. Recorrer à dependência do feto em
relação à mãe como algo que justificaria a livre escolha da mulher em assumir ou não o
seu cuidado é uma armadilha perigosa para qualquer pessoa, sobretudo os mais fracos,
os que têm alguma doença ou deficiência grave, os idosos, os refugiados, etc.
5. Servilismo nacional
O debate sobre o aborto não é uma questão religiosa. Que o Estado seja laico, que a
doutrina da Igreja não deva moldar o ordenamento jurídico brasileiro, tudo isso é
verdade e a própria Igreja o reafirma. Mas, como lembrou o bispo de Palmares (PE),
dom Henrique Soares da Costa, “um embrião não é crença, não é artigo de fé; um
embrião é um ser humano em processo de personalização, como cada um de nós, até o
momento da morte!” A Igreja também é contra a escravidão, contra o tráfico humano e
a favor dos direitos trabalhistas – e ninguém a acusa de ingerência no debate público
quando ela levanta a voz sobre esses temas. A fé em Cristo, que revela a dignidade da
pessoa humana de maneira eminente, a inspira ainda mais a defender a todos, sobretudo
os mais fracos, mas tratam-se de valores que não exigem a profissão de fé cristã para
serem defendidos.
O deputado federal Diego Garcia (PHS-PR) fez soar ontem (01/12) no plenário da
Câmara dos Deputados os batimentos do coração de seu filho Pedro, que está em
gestação. O som foi registrado em um exame realizado quando a esposa de Garcia
estava com três meses de gestação. Na ocasião, a médica contabilizou uma frequência
cardíaca de 156 batimentos por minuto. Uma vida, porém, que não é digna de ser
amparada pela lei, segundo o entendimento da primeira turma do STF.
Câmara reage à decisão do STF e instala comissão para enfatizar que aborto é
crime
Reação foi anunciada durante a madrugada, poucas horas depois dos deputados saberem
sobre a controversa decisão dos juízes
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Depois de uma das turmas do Supremo Tribunal Federal ter declarado que aborto
até o 3º mês de gestação não é crime, numa evidente contradição com o que diz o
Código Penal, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
anunciou em plenário, durante a madrugada desta quarta-feira (30), que vai instalar uma
comissão especial com o objetivo de rever a decisão tomada pelo STF.
Maia disse que pretende adotar essa medida toda vez que o STF resolver legislar no
lugar do Congresso, “ratificando ou retificando a decisão” do tribunal.
Veja o que alguns deputados pró-vida disseram que vão fazer diante da decisão do
STF
“Informo ao plenário que eu já tinha conversado desse assunto com alguns líderes que,
do meu ponto de vista e vou exercer o poder da presidência, toda vez que nós
entendermos que o Supremo legisla no lugar da Câmara dos Deputados ou do
Congresso Nacional, nós deveríamos responder ou ratificando ou retificando a decisão
do Supremo, como a de hoje”, declarou Maia.
A medida do Supremo foi bastante criticada por parlamentares logo após ser anunciada
no plenário da casa. A comissão especial irá analisar uma proposta de emenda à
Constituição (PEC) que trata sobre licença-maternidade no caso de bebês prematuros,
mas a intenção dos deputados é deixar claro no texto que o aborto deve ser considerado
crime a qualquer tempo da gestação.
Segundo Maia, o objetivo é que a comissão aprove um parecer em até 11 sessões (prazo
mínimo) para que o texto seja, em seguida, apreciado pelo plenário.
“Temos de ser gratos por termos um bom número representantes que compartilham
de nossas visões, mas convicção não gera competência”
Um evidente sinal desse despertar foi a impressionante rapidez com que o presidente da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou a criação de uma comissão
especial que vai enfatizar que aborto continua sendo crime. Foi impressionante por
que Rodrigo Maia nunca se destacou por ser um grande defensor dos direitos do
nascituro, e, embora seu partido seja visto como conservador por muitos, o próprio
Maia sempre preferiu manter-se discreto nos debates morais mais polêmicos.
A intenção de se reeleger como presidente da Câmara pesou e isso também revela a
força que a bancada pró-vida têm na Casa. Só que também gera outra pergunta. Com
essa força toda, por que é que não aprovaram até agora os projetos aos quais muitos
deles devem a própria eleição?
E não me venham com a desculpa protocolar de que é preciso passar por várias
comissões, fazer audiências públicas, consultar instituições, etc. Qualquer um
interessado em política sabe que é assim mesmo que as coisas funcionam, mas podem
funcionar assim e mais rápido. Para isso é preciso forte vontade política, articuladores
hábeis e líderes influentes. Qual desses três elementos está faltando aos parlamentares
que “lutam” contra o aborto?
Aborto em caso de zika: Senado e Temer são contra, mas Janot é a favor
Temos de ser gratos por termos um bom número representantes que compartilham de
nossas visões, mas convicção não gera competência. Temos a legislatura mais pró-vida
das últimas décadas e não tivemos nenhuma conquista realmente transformadora desde
que eles assumiram seus cargos.
Nós, eleitores que vemos a defesa da vida como prioridade, temos de parar de elogiar
àqueles em quem votamos, só por causa do que dizem TV ou nas redes sociais, e focar
mais na cobrança de resultados. Isso eles ainda não mostraram.
O que deputados pró-vida vão fazer diante da decisão do STF sobre o aborto
Parlamentares falam sobre quais esforços serão feitos para blindar a legislação brasileira
contra novos abusos do tribunal
OPINIÃO: Parlamentares pró-vida foram lentos e têm culpa pelo que houve no STF
Julgamento que pode legalizar aborto em caso de zika tem data definida pelo STF
O que você pode fazer para que o STF não legalize o aborto em caso de zika vírus
Para Diego Garcia (PHS-PR), a decisão causou grande estranhamento, dada a pauta do
STF, da próxima semana, que pretende julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADI) 5581, que pede, entre outras coisas, a legalização do aborto de bebês cujas mães
tenham tido Zika, independentemente de qualquer diagnóstico de microcefalia ou outras
doenças neurológicas. “Essa ação, a ser julgada no próximo dia 7, é muito perigosa para
o país, pois poderá abrir brechas para o aborto de bebês com algum tipo de deficiência
física, como a Síndrome de Down e outras. Com isso, o Brasil estaria propondo uma
eugenia, ou seja, uma seleção dos melhores indivíduos para nascerem”. Na decisão
desta quarta-feira, para ele, ficou claro que o Supremo Tribunal Federal passou por cima
da vontade do povo e legislaram ouvindo suas próprias convicções.
Segundo dados oficial, anualmente ocorrem na Rússia cerca de 700 mil abortos, mas as
entidades pró-vida que lideram a campanha – como a Voluntários Ortodoxos e a
Mulheres pela Vida – acreditam que o número real é muito maior já nem todos os casos
seguem os procedimentos oficiais para que a ocorrência seja registrada.
“Estamos cometendo crimes sangrentos comparáveis ao que ocorreu na II Guerra
Mundial”, diziam os promotores da campanha numa alusão às batalhas contra os
nazistas, que resultaram em 27 milhões de mortos.
Kremlin
Nos últimos anos, o movimento pró-vida russo tem conquistado avanços importantes,
como a proibição de propagandas de clínicas de aborto no país e a criação de um
programa oficial, por parte do governo, para a promoção da natalidade.
Apesar disso e da estreita relação existente entre o presidente Putin e a Igreja Ortodoxa,
o Kremlin ainda resiste em retirar o procedimento da lista de serviços médicos
obrigatórios (fornecidos pelo governo).
Parlamentares pró-vida foram lentos e têm culpa pelo que houve no STF
A blindagem contra abusos que levariam à legalização do aborto já devia ter acontecido
“Temos de ser gratos por termos um bom número representantes que compartilham
de nossas visões, mas convicção não gera competência”
Um evidente sinal desse despertar foi a impressionante rapidez com que o presidente da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou a criação de uma comissão
especial que vai enfatizar que aborto continua sendo crime. Foi impressionante por
que Rodrigo Maia nunca se destacou por ser um grande defensor dos direitos do
nascituro, e, embora seu partido seja visto como conservador por muitos, o próprio
Maia sempre preferiu manter-se discreto nos debates morais mais polêmicos.
E não me venham com a desculpa protocolar de que é preciso passar por várias
comissões, fazer audiências públicas, consultar instituições, etc. Qualquer um
interessado em política sabe que é assim mesmo que as coisas funcionam, mas podem
funcionar assim e mais rápido. Para isso é preciso forte vontade política, articuladores
hábeis e líderes influentes. Qual desses três elementos está faltando aos parlamentares
que “lutam” contra o aborto?
Aborto em caso de zika: Senado e Temer são contra, mas Janot é a favor
Nós, eleitores que vemos a defesa da vida como prioridade, temos de parar de elogiar
àqueles em quem votamos, só por causa do que dizem TV ou nas redes sociais, e focar
mais na cobrança de resultados. Isso eles ainda não mostraram.
Nós, eleitores que vemos a defesa da vida como prioridade, temos de parar
de elogiar àqueles em quem votamos, só por causa do que dizem TV ou nas
redes sociais, e focar mais na cobrança de resultados. Isso eles ainda não
mostraram.