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Resumo:
02 – Os direitos do homem
Todos os homens têm por natureza, independentemente de sua vontade própria, certos
direitos fundamentais, como o direito à vida, à liberdade, à segurança, à felicidade,
direitos esses que o Estado deve respeitar. O jusnaturalismo é a doutrina segundo a qual
existem leis não postas pela vontade humana, das quais derivam direitos e deveres que
são naturais.
Nasce aí o Estado liberal, que aos poucos vai diluindo os poderes monárquicos até uma
ruptura total, através de revoluções, quando esse Estado é justificado por um acordo
entre indivíduos livres que convencionaram estabelecer os vínculos estritamente
necessários a uma convivência pacífica e duradoura.
O Estado limitado é compreendido sobre dois aspectos distintos que são os limites das
funções do Estado e os limites dos poderes do Estado, em que o liberalismo é uma
doutrina desse tipo de Estado. A noção corrente que representa o primeiro é o Estado de
direito, que se contrapõe ao Estado absoluto, e o segundo é o Estado mínimo,
contrapondo-se ao Estado máximo, embora possa ocorrer no liberalismo tanto um
Estado de direito não mínimo e também um Estado mínimo que não seja de direito.
O Estado liberal surge, então, a partir da progressiva extensão dos direitos de liberdade
dos indivíduos, emancipados do Estado, nas esferas religiosa e econômica. Ao mesmo
tempo, esse Estado liberal contrapõe-se aos tipos de governo paterno e patronal.
5 – O antagonismo é fecundo
A doutrina liberal receber importância também pelo fato de suscitar o antagonismo, pois
enquanto o Estado paternalista, que intervém além de suas ideais funções, provoca nos
indivíduos um comportamento uniforme que prejudica a natural variedade dos caráteres
e das disposições, o Estado liberal estimula os homens a perseguir algo que os façam
completamente diverso, provocando atividade e variedade. É o antagonismo que é
fecundo, contrapondo ao organicismo, pois o contraste entre os indivíduos e grupos
concorrentes entre si traz benefício ao progresso da humanidade em vários
aspectos.Entende-se por antagonismo a concorrência entre os indivíduos na busca da
satisfação de seus interesses, não apenas econômicos, mas também moral.
A liberdade na democracia representativa acaba por ser praticada pela maioria dos
indivíduos somente nas eleições, após elas, tornam a ser subaltenos. Na verdade uma
democracia verdadeira não é possível com um Estado grande, e não existe Estado
suficientemente pequeno capaz de implantar uma democracia direta.
É feito todo um esforço para pregar que a democracia representativa não enfraquece o
princípio do governo popular, tal é a preocupação que se faz estabelecer nos textos
constitucionais as afirmações de que todo o poder do Estado é emanado do povo e que
os magistrados tem suas responsabilidades perante ele.
7 – Democracia e igualdade
A democracia dos antigos não conhecia a doutrina dos direitos naturais nem o dever do
Estado de limitar sua própria atividade ao mínimo necessário para a sobrevivência da
sociedade. Também o liberalismo dos modernos não reconhecia o governo popular, e
fazia restrições ao sufrágio. Porém a democracia dos modernos é bem compatível com o
liberalismo.
Até aqui, percebemos que liberalismo e democracia estão fadados a não se encontrar.
Mas se considerarmos o uso desses termos na construção política de uma sociedade, na
maneira de conceber a soberania popular, onde temos a maior extensão dos direitos
políticos ao extremo, com pequenas e racionais exceções, veremos que no sufrágio
universal o liberalismo se encontra com a democracia, pois nos direitos políticos está o
complemento dos direitos de liberdade.
9 – Individualismo e organicismo
Podemos ter liberalismo e democracia compatíveis num Estado; assim como podemos
ter liberalismo e democracia antitéticos, se a democracia for levada ao extremo; ou
termos o liberalismo e a democracia ligados por um laço de necessidade, considerado
que tão somente a democracia pode realizar plenamente os ideais liberais e apenas o
Estado liberal pode ser a condição da realização da democracia.
Aponta uma incoerência no quadro em que temos um governo liberal saído do sufrágio
de um povo de servos. Concorda que podemos ter democracia liberal e democracia
socialista, mas não socialismo liberal.