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Em alguns subtítulos, encontramos os seguintes dizeres: “Corta para Doravante pelo mundo,

mais na frente” (p.139) ou “Volta para Leuconíquio e Pilhério, atrás um pouco” (p. 145), os quais
nos fazem lembrar o movimento das câmeras em um set de filmagem, com um discurso
dinâmico, envolvente e com ilustrações que exigem do leitor uma leitura mais atenta. É um
romance que está categorizado no universo juvenil, mas que conquista os adultos por sua
linguagem bem trabalhada e pelas imagens que são fundamentais para a construção da
narrativa.
Por se tratar de um romance híbrido, a linguagem visual se integra ao verbal, dando-nos
diretrizes da personagem Pilhério e da aventura que ele enfrentaria com essa saída de casa. A
sequência de imagens aguça o imaginário do leitor e contribuem para dar à linguagem verbal
maior credibilidade.
O pai de Aventura também colabora para a intertextualidade presente na narrativa, pois todas as
leituras que formam a sua biblioteca mental constroem “um mosaico de citações”, como afirma
Julia Kristeva (2015, p.68). No entanto, esse mosaico se forma por meio das ilustrações das
personagens que saem do seu imaginário para compor a narrativa. Por meio das ilustrações,
deparamo-nos com leituras e seus personagens canônicos.

Adriana Falcão nasceu no Rio de Janeiro em 1960. Aos


onze anos, mudou-se para Recife, cidade em que passou a maior
parte de sua vida e local em que trabalhou como redatora
publicitária. É arquiteta de formação, mas nunca exerceu a
profissão. É conhecida por ser uma excelente escritora e roteirista
de cinema e televisão. Na televisão, Adriana Falcão colaborou com
os seguintes programas: A Grande Família; A Comédia da Vida
Privada; As Brasileiras; Louco por elas e Brasil Legal. No cinema,
Falcão adaptou, com Guel Arraes, O Auto da Compadecida (2000),
de Ariano Suassuna e produziu também A Máquina (2006), O ano
em que meus pais saíram de férias (2006), dentre outros.
Seu primeiro romance adulto foi A Máquina (1999), de
grande repercussão. Em 2001, Adriana estreou na literatura
infanto-juvenil com Mania de explicação (2001), obra indicada ao
Prêmio Jabuti do referido ano.
Para o público jovem e infantil, além de Luna Clara &
Apolo Onze (2002), Falcão também publicou: O doido da garrafa
(2003); O pequeno dicionário de palavras ao vento (2003); A
comédia dos anjos (2004); P.S. Beijei (2004); O homem que só
tinha certezas (2006), dentre outros.

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