Fichamento do Capítulo I - Direito Tributário (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário - Paulo de Barros Carvalho - 26 Ed.. São Paulo: Saraiva, 2014. Fls. 33 a 47)
Fichamento do Capítulo I - Direito Tributário (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário - Paulo de Barros Carvalho - 26 Ed.. São Paulo: Saraiva, 2014. Fls. 33 a 47)
Fichamento do Capítulo I - Direito Tributário (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário - Paulo de Barros Carvalho - 26 Ed.. São Paulo: Saraiva, 2014. Fls. 33 a 47)
Fichamento do Seminário I - Direito Tributário - 14/08/2017 Professor Paulo de Barros Carvalho e Professor Charles Mcnaughton. Aluno: Cristiano Lemes Garcia
CAPÍTULO I – DIREITO TRIBUTÁRIO
1. Direito positivo e ciência do direito
Direito positivo é o complexo de normas jurídicas válidas num dado país, que visa disciplinar o comportamento humano, sua conduta, nas suas relações de intersubjetividade. À Ciência do direito tem por finalidade descrever esse enredo normativo (feixe de proposições), ordenando, declarando sua hierarquia, mostrando as formas lógicas que governam as várias unidades do sistema, dando seus conteúdos de significação. Direito positivo ou direito posto tem linguagem prescritiva. Ciência do direito é um discurso descritivo, que fala de seu objeto – o direito positivo. Ciência do direito é uma sobrelinguagem ou linguagem de sobrenível, está acima da linguagem do direito positivo, pois discorre sobre ela. Direito positivo tem lógica deôntica, do dever-ser, das normas. As normas são válidas ou inválidas. Ciência do direito tem lógica apofântica (lógica das ciências, alética, clássica). Os enunciados são verdadeiros ou falsos. Proposições normativas se dirigem a região material da conduta, já as científicas, apenas descrevem o objeto, sem nele interferir.
2. A linguagem do legislador e a linguagem do jurista
O Poder Legislativo nas democracias é composto por membros cujas áreas de atuação tem ampla diversidade. Isso é bom para a representatividade social, mas acaba por gerar linguagem atécnica, ambiguidades e impropriedades linguísticas. No Poder Judiciário são produzidas normas individuais e concretas, bem como na Administração Pública (Poder Executivo). Até mesmo os particulares também o fazem. Mesmo quando a linguagem produzida pelos magistrados, e forma técnica e precisa, a norma buscará seu fundamento de validade nas normas criadas pelos parlamentares, que possuem, por sua via, os defeitos acima expostos. Neste contexto surge o cientista do direito para construir o conteúdo, dar sentido e alcance da matéria legislada. O pensamento científico com base na lógica apofântica, utiliza dos princípios (i) da identidade; (ii) da não contradição; e (iii) do meio excluído, que são as imposições formais do pensamento científico, buscando ser técnico e harmônico, com vistas a organizar os conjuntos segundo critérios da lógica. Mesmo se valendo da técnica, persistem as ambiguidades e vagueza de sentido, que devem ser elucidadas. O caminho da formalização, segue a esta sequência: a) Linguagem do Direito Positivo; b) à Linguagem da Ciência do Direito; c) à Linguagem da Teoria Geral do Direito; e d) à Linguagem da Lógica Jurídica. Assim, o cientista do texto (stricto sensu) parte do direito positivo. Em seguida, verte a linguagem em termos científicos. Adiante, a TGD (que remete a sucessivas generalizações, fazendo remanescer ambiguidades e vagueza de sentido) busca descrever intersecções dos seguimentos da Ciência do direito. Por fim, se atinge à Lógica Jurídica, que busca uma linguagem absolutamente unívoca.
3. Texto de direito positivo e norma jurídica
A Norma jurídica é o significado obtido de um texto do direito positivo. É o juízo interpretativo que se extrai da leitura. Desta feita, possibilita alcançar várias significações. Normalmente um só texto não contém a completude da integridade existencial, há necessidade de preencher as incompletudes de significação em outros textos. Assim, o jurista busca sentido ao examinar os princípios que emergem da totalidade do sistema. Portanto, conclui-se que o texto do direito positivo é diferente da norma jurídica, haja vista que para chegar nesta é necessário um exercício intelectual sobre o direito positivo. Existem enunciados explícitos e implícitos. Todavia a norma jurídica será sempre implícita, eis que sempre há que se abstrair do texto de direito positivo para alcançá-la, já que as normas pertencem ao conjunto das significações.
4. Sistema jurídico – Sistema do direito posto e sistema da ciência do direito
O conjunto de normas de direito positivo de um país compõe um sistema, em que as unidades são normas jurídicas, as quais se ligam a outras por vínculos horizontais e verticais, em relações de coordenação e subordinação respectivamente. Existe o sistema do direito positivo, bem como o conjunto de enunciados descritivos da Ciência do Direito, que buscam dar-lhe significação. O sistema de direito positivo é lacunoso. Quando há contradição entre duas normas, esta só se encerra quando há revogação expressa de uma delas, ou seja, perde seu requisito de validade. Na lógica da Ciência do Direito, não é possível admitir a ocorrência de contradição dos enunciados. No direito positivo, as antinomias só são superadas com a elaboração de outras normas.
5. O conjunto das normas válidas como objeto da ciência do direito
Ciência do Direito investiga a natureza do ser jurídico. É um exercício intelectual que postula descrever de que forma se articulam e de que modo operam as prescrições normativas. Cada Ciência Jurídica (sociologia jurídica, ética jurídica, história do direito, ciência do direito ou dogmática jurídica) possui um método de investigação próprio. A dogmática (ciência do direito stricto sensu) busca descrever o direito positivo tal como este se apresenta, por meio da observação do objeto estático e dinâmico. Não há interesse no direito passado, nem nas ilações do direito futuro.
6. Conceito e definição de direito tributário positivo e de ciência do direito
tributário – o falso problema da autonomia O ordenamento jurídico é uno e não admite a decomposição em partes. Por exemplo, quando estudamos a regra-matriz de incidência do IPTU, devemos trabalhar com conceitos do direito civil, administrativo e constitucional, afinal o direito é uno. Princípio da unidade sistemática. O campo do direito tributário versa, direta ou indiretamente, sobre instituição de proposições jurídicas, de arrecadação e de fiscalização de tributos. As estipulações utilizadas para demarcar o conceito de Direito Tributário Positivo e Ciência do Direito são: a) É o ramo didaticamente autônomo do direito - está ligado a todo o conjunto de normas, mas, em especial, às de direito constitucional e de direito administrativo. b) Integrado pelo conjunto das proposições jurídico-normativas. CF, Leis complementares, Leis delegadas (...), as Resoluções, bem como os Atos do Judiciário e por Atos do Executivo. c) Que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos. É absurda e descabida a pretensa autonomia do Direito Tributário, bem como a discussão de institutos privativos de determinado Ramo do Direito. d) Tributo como elemento nuclear para e noção centralizadora para ideia de Direito Tributário.
7. Outras denominações da disciplina
Há quem prefira “Direito Fiscal” ou “Direito Financeiro”. Fiscal, coloca em destaque a atuação do Fisco, da Fazenda Pública. Já o Financeiro, vai além do necessário, pois engloba também a regulamentação de toda atividade financeira do estado, em que a atividade tributária passa a ser somente um tópico.
Bibliografia:
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário / Paulo de Barros Carvalho -