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TESE DE DOUTORADO
Sidiclei Formagini
Banca Examinadora:
Prof. Eduardo M. R. Fairbairn, Dr. Ing. (Orientador)
Prof. Romildo Dias Toledo Filho, D.Sc. (Orientador)
Prof. Holmer Savastano Júnior, D.Sc
Prof. Guillermo Juan Creus, D.Sc.
Prof. Ronaldo Carvalho Battista, Ph.D
Prof. Dylmar Penteado Dias, D.Sc
Eng. Marcos Martinez Silvoso, D.Sc.
Sidiclei Formagini
Aprovada por:
________________________________________________
Prof. Eduardo de Moraes Rego Fairbairn, Dr.Ing.
________________________________________________
Prof. Romildo Dias Tolêdo Filho, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Holmer Savastano Júnior, D.Sc
________________________________________________
Prof. Guillermo Juan Creus, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Ronaldo Carvalho Battista, Ph.D
________________________________________________
Prof. Dylmar Penteado Dias, D.Sc
________________________________________________
Eng. Marcos Martinez Silvoso, D.Sc.
Agradecimentos
Aos meus pais Abílio e Carmen, pelo incentivo, orientação e apoio demonstrado no
decorrer desta tese.
À minha irmã Roselaine, que não mediu esforços para me auxiliar no decorrer deste
trabalho.
Aos meus orientadores Eduardo (Dudu) e Romildo. Diferentes personalidades que
possuem em comum o entusiasmo e a crença na inovação. Vocês acreditaram que eu
fosse capaz de realizar esta tese. Aqui está a prova de minha competência.
Aos amigos pessoais Edinéia, Andréa, Janieli, Mauro, que mesmo distantes, sempre me
deram incentivo nas horas de maiores dificuldades.
Aos amigos Anderson e Janaina pela atenção e colaboração.
Aos amigos de apartamento Gilmar, Walter, Eduardo, André, Alexandre e Guilherme
pelo convívio e apoio nas horas de maiores dificuldades.
Aos amigos que aqui fiz, que serão lembrados sempre com muito carinho em especial
Alex Sandro, Joatan e Ederli, pela convivência, ajuda, atenção e troca de experiências
durante todo o trabalho; de modo também singular a Roberta, Eugênia, Reila, Luciana,
Vivian, Tatiana, Jardel, Miguel, Wendel, Vinícius, Hisashi, Marcos, Marcos Silvoso,
Jeferson, Danilo, Jeanine, Aline, Glauco, Santiago e Manuel por toda atenção e
colaboração.
Aos técnicos do laboratório de estruturas da COPPE/UFRJ, em especial, Santiago,
Flávio, Ailton, Júlio e José Maria, pelo auxílio na produção dos concretos.
Ào Cenpes/Petrobras, em especial a Eng. Cristiane, Eng. Cristina, aos técnicos Kleber,
Aline e José Roberto, pelo fornecimento de alguns materiais, pelo apoio técnico, pela
utilização dos equipamentos, preparação das amostras e realização dos ensaios
necessários ao andamento da pesquisa;
Aos professores da FEJ-UDESC, em especial à Sandra Denise Kruguer Alves, Edgar
Odebrecht e Edson Fajardo Nunes da Silva pelo incentivo dado durante o curso.
À François de Larrard, pelo apoio técnico e valorosas sugestões fornecidas durante a
breve passagem pela COPPE/UFRJ.
Ao CNPq, pelo apoio financeiro.
iv
Sidiclei Formagini
Fevereiro/2005
Sidiclei Formagini
February/2005
This thesis presents the mix design of an Ultra High Performance Fiber
Reinforced Cementitious Composites (UHPFRCC) using the Compressive Packing
Model (MEC) developed in France at the Laboratoire Central des Ponts et Chaussées
(LCPC). Based on the MEC theory it was developed a computational program
(MECFOR) for optimization of the dry granular mixtures. The theoretical fundaments
of the method are presented and its precision is verified through the dosage of an ultra
compact concrete designed to reach a compressive strength of 160 MPa at 28 days of
curing in water. The materials used in the production of the UHPFRCC were Portland
cement, silica fume, natural sand (maximum size of 600μm), grounded quartz (average
size of 18μm), steel fiber (l/d=65), wollastonite micro-fiber, polycarboxylate
superplasticizer, and water (water/binder ratio of 0.18). Properties of the powder
materials, such as grain sized distribution, specific gravity and residual packing density
were determined and used as entrance parameters in the MECFOR. The rheological
behavior of the UHPFRCC was determined through the V funnel test, inverted flow
cone test and L box. The physic-chemical characterization of the concrete was carried
out through the autogenous and drying shrinkage test, specific gravity (dried, saturated
and real) test, total water absorption, sorptivity and gas permeability test, and the
accelerated chloride ion penetration test. The stress-strain behavior of the UHPFRCC
under compression and tensile loads and the size effect of the material under four point
bending test were also determined.
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ÍNDICE
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho - Tese D.Sc. - COPPE/UFRJ
vii
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho - Tese D.Sc. - COPPE/UFRJ
viii
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho - Tese D.Sc. - COPPE/UFRJ
ix
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho - Tese D.Sc. - COPPE/UFRJ
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Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho - Tese D.Sc. - COPPE/UFRJ
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1: Exemplos de aplicação de concretos de altíssimo desempenho: (a) estética
do concreto em superfícies irregulares; (b) estrutura de uma passarela (Passarela de
Sherbrooke, Canadá) [16]......................................................................................... 7
Figura 1.2: Solução de dosagem visando o mais alto desempenho do concreto .............. 8
Figura 2.1: Fator de empacotamento atômico (cubos e esferas). ................................... 15
Figura 2.2: Continuidade sólida do corpo granular. ....................................................... 16
Figura 2.3: Mistura binária sem interação: (a) classe 1 dominante; (b) classe 2
dominante. .............................................................................................................. 17
Figura 2.4: Evolução da compacidade virtual de uma mistura binária de esferas sem
interação. ................................................................................................................ 19
Figura 2.5: Mistura binária com interação parcial: (a) mistura sem perturbação; (b)
efeito de afastamento exercido pelo grão de diâmetro menor sobre o grão de
diâmetro maior........................................................................................................ 20
Figura 2.6: Mistura binária com interação parcial: efeito de parede exercido pelo grão de
diâmetro maior sobre o grão de menor diâmetro.................................................... 21
Figura 2.7: Evolução da compacidade virtual de uma mistura binária de esferas com
interação parcial...................................................................................................... 22
Figura 2.8: Evolução da função f(I) da expressão (22).................................................. 27
Figura 2.9: Evolução da função f(I) para uma mistura quaternária. .............................. 28
Figura 2.10: Evolução da compacidade para uma mistura binária, com K variando entre
4,1 e f..................................................................................................................... 29
Figura 2.11: Compacidade experimental I de classes monodispersas versus diâmetro
das partículas [6]..................................................................................................... 31
Figura 2.12: Ajuste dos coeficientes a e b versus a relação do diâmetro das classes
com resultados experimentais das misturas binárias (de Larrard, 1998) [18]. ....... 32
Figura 2.13: Misturas binárias de agregados arredondados [6]...................................... 34
Figura 2.14: Misturas binárias de agregados britados [6] .............................................. 35
Figura 2.15: Evolução de f(E) para uma mistura binária................................................ 38
Figura 2.16: Modelo de Bem-Aïm para o cálculo da densidade média de
empacotamento em um volume submetido ao efeito de parede promovido pela
fôrma [25]. .............................................................................................................. 40
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho - Tese D.Sc. - COPPE/UFRJ
xii
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho - Tese D.Sc. - COPPE/UFRJ
xiii
Figura 4.12: Misturas ternárias: efeito da variação do índice K (na direção do eixo da
compacidade existe também o eixo y1 implícito variando de 0 a 1) na compacidade
(I). .......................................................................................................................... 77
Figura 4.13: Misturas ternárias: efeito da variação da relação d1/d2 e d2/d3 (na direção do
eixo da compacidade existe também o eixo y1 implícito variando de 0 a 1) na
compacidade (I). .................................................................................................... 78
Figura 4.14: Diâmetro de classes das esferas dadas em progressão logarítmica............ 79
Figura 4.15: (a) Evolução da curva granulométrica ideal, variando o número de classes
de 2 até 10; (b) Evolução da compacidade real, variando o número de classes
esféricas de 1 até 10. (valores obtidos com E=0,74, K 9 ). .................................. 80
Figura 4.16: Influência do índice K na obtenção da curva ideal da fração volumétrica
de esferas, com n 10 , e E=0,74 constante para todas as classes: (a) fração
volumétrica acumulada; (b) fração volumétrica retida........................................... 81
Figura 4.17: Influência da densidade residual E i na obtenção da curva ideal da fração
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho - Tese D.Sc. - COPPE/UFRJ
xiv
Figura 5.11: Adsorção das moléculas de dispersante sobre a superfície do cimento ([49]
e [72]). .................................................................................................................. 100
Figura 5.12: Esquema de formação da dupla camada elétrica envolvendo a partícula de
cimento na presença de moléculas de dispersantes [47]....................................... 101
Figura 5.13: Potencial zeta de pastas em função do tipo de dispersante [56]. ............. 102
Figura 5.14: Aglomeração e repulsão da sílica ativa na presença de Ca++ [57]. .......... 103
Figura 6.1: Equipamento utilizado para o ensaio de granulometria a laser.................. 111
Figura 6.2: Distribuição granulométrica dos cimentos CPIII 40, CPIIE 32 e CPV ARI
PLUS. ................................................................................................................... 111
Figura 6.3: Microscopia eletrônica de varredura por elétrons retro espalhados do
cimento CP III 40 (1200X)................................................................................... 112
Figura 6.4: Distribuição granulométrica acumulada da Sílica Ativa............................ 113
Figura 6.5: Distribuição granulométrica acumulada da sílica 325. .............................. 115
Figura 6.6: Separação da Areia em classes através do ensaio de peneiramento. ........ 115
Figura 6.7: Aspecto da areia de rio lavada e separada em classes (microscopia ótica) 116
Figura 6.8: Fibras utilizadas: (a) metálicas; (b) wollastonita (Energiarc). ................... 117
Figura 6.9: Ensaio de eficiência e ponto de saturação entre cimento e dispersante. (a)
misturador industrial; (b) funil de Marsh; (c) proveta a ser preenchida com 1 litro
da pasta. 120
Figura 6.10: Hipóteses do tempo de fluxo de pastas de cimento utilizando o funil de
Marsh para dois tipos de dispersantes (um compatível com o cimento e o outro não
compatível). .......................................................................................................... 122
Figura 6.11: Ponto de saturação de diferentes tipos de dispersantes para o cimento CPII
E 32: (a) SNF1; (b) SNF2; (c) SNF3; (d) PA. ...................................................... 123
Figura 6.12: Ponto de saturação do dispersante PA para os cimentos: (a) CPIII 40; (b)
CPV ARI PLUS.................................................................................................... 124
Figura 6.13: Tempo de fluxo e ponto de saturação do dispersante PA para: (a) sílica
ativa; (b) sílica 325. .............................................................................................. 125
Figura 6.14: Ponto de saturação da mistura binária de cimento CPII E 32 e sílica ativa
com dispersante SNF2: (a) 80% Cimento + 20% Sílica Ativa; (b) 60% Cimento +
40% Sílica Ativa................................................................................................... 126
Figura 6.15: Ponto de saturação para diferentes frações de mistura entre o cimento CP
III 40 e a sílica ativa utilizando o dispersante PA. ............................................... 127
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho - Tese D.Sc. - COPPE/UFRJ
xv
Figura 6.16: Fases do empacotamento: (a) estado de empacotamento seco; (b) estado de
empacotamento pendular; (c) estado de empacotamento funicular; (d) estado de
empacotamento capilar [91]. ................................................................................ 129
Figura 6.17: Curva da compacidade versus teor de água da mistura. .......................... 130
Figura 6.18: Fases do empacotamento do cimento (fotografias).................................. 131
Figura 6.19: Misturador de bancada utilizado no ensaio de demanda de água. ........... 132
Figura 6.20: Estado de demanda de água. .................................................................... 134
Figura 6.21: Falso estado de demanda de água. ........................................................... 134
Figura 6.22: Compacidade de misturas binárias com cimento CPIII 40 ...................... 136
Figura 6.23: Influência do pH na compacidade da sílica ativa..................................... 138
Figura 6.24: Cilindro para compactação de agregados (dimensões em mm)............... 139
Figura 6.25: Procedimento do ensaio de compacidade para agregados com dimensões
maiores que 100Pm. ............................................................................................. 141
Figura 6.26: Efeito de parede do cilindro sobre os agregados. .................................... 143
Figura 7.1: Cura mais apropriada durante a reação de hidratação do cimento em CAD
[94]. ...................................................................................................................... 151
Figura 7.2: Composição de um volume unitário de concreto....................................... 157
Figura 7.3: Banco de dados com os materiais componentes do CONAD.................... 159
Figura 7.4: Fração volumétrica otimizada sem restrições. ........................................... 159
Figura 7.5: Fração volumétrica otimizada com restrições............................................ 160
Figura 7.6: Configuração do controle de energia do misturador durante a etapa de
mistura. ................................................................................................................. 164
Figura 7.7: Consumo de energia do misturador em função da adição dos componentes
da mistura. ............................................................................................................ 165
Figura 7.8: Etapas de produção do CONAD. ............................................................... 167
Figura 7.9: Caixa de acrílico em forma de “L” (dimensões em mm)........................... 168
Figura 7.10: Execução do ensaio de espalhamento do concreto em uma caixa de acrílico
em L...................................................................................................................... 169
Figura 7.11: Funil em forma de “V” (dimensões em mm)........................................... 170
Figura 7.12: Execução do ensaio de fluxo através de um funil em forma de “V”. ...... 171
Figura 7.13: Ensaio de espalhamento através do tronco de cone invertido.................. 172
Figura 7.14: moldagem dos corpos de prova................................................................ 173
Figura 7.15: Cura do concreto em ambiente saturado. ................................................. 174
Figura 8.1: Formas e termopares utilizados no ensaio de retração autógena. .............. 176
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xvi
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho - Tese D.Sc. - COPPE/UFRJ
xvii
Figura 8.22: Ensaio à flexão dos elementos de placas com a respectiva forma de ruptura.
.............................................................................................................................. 202
Figura 8.23: Distribuição típica das fissuras em elementos de placa após sua ruptura.203
Figura 8.24: Curvas carga versus deflexão na seção média dos elementos prismáticos.
.............................................................................................................................. 204
Figura 8.25: Definição das cargas de primeira fissura (Pcr) e máxima (Pu). ................ 205
Figura 8.26: Curvas tensão de tração na flexão versus deflexão em prismas na seção
média. ................................................................................................................... 206
Figura 8.27: Diagrama carga versus deflexão na seção média das placas. .................. 207
Figura 8.28: Diagrama tensão de tração na flexão versus deflexão na seção média das
placas. ................................................................................................................... 208
Figura 8.29: Índices de tenacidade de acordo com a ASTM C 1018 [117]. ................ 211
Figura 8.30:Configuração da amostra para ensaio de tração direta.............................. 213
Figura 8.31: Forma de ruptura das placas (ensaio de tração direta). ............................ 215
Figura 8.32:Distribuição das fibras na matriz na região de ruptura. ............................ 216
Figura 8.33: Diagrama tensão de tração versus alongamento em placas (ensaio de tração
direta).................................................................................................................... 218
Figura 8.34: Efeito escala em três elementos geometricamente similares submetidos a
flexão. ................................................................................................................... 221
Figura 8.35: Comparação teórica e experimental do efeito escala. .............................. 222
Figura 8.36: Comparação entre as tensões de pós-pico e de limite elástico................. 223
Figura 8.37: Comparativo de curvas de tensão de tração na flexão entre placas e
prismas.................................................................................................................. 224
Figura 8.38: Comparação dos Índices de tenacidade entre diferentes seções .............. 225
Figura 8.39: Corpos de prova imersos em água – ensaio de absorção por imersão. .... 228
Figura 8.40: Esquema do ensaio de absorção capilar................................................... 229
Figura 8.41: Evolução da absorção capilar do CONAD com o tempo......................... 229
Figura 8.42: Evolução da absorção capilar para diferentes classes de concreto. ......... 230
Figura 8.43: Configuração do ensaio de permeabilidade à gás. ................................... 231
Figura 8.44: Configuração do ensaio de penetração acelerada de íons cloretos. ......... 233
Figura 8.45: Efeito da relação água/cimento sobre a carga total passante [128].......... 234
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xviii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1: Valores de K para os diferentes protocolos de empacotamento.................. 25
Tabela 2.2: Propriedade dos agregados arredondados usados no ensaio de
empacotamento realizado por de Larrard [18], utilizando-se um índice K=9....... 30
Tabela 2.3: Propriedade dos agregados artificiais (britados) usados no ensaio de
empacotamento realizado por de Larrard [18], utilizando-se um índice K=9....... 30
Tabela 2.4: Valores dos coeficientes de interação a e b obtidos experimentalmente com
misturas binárias por de Larrard [18]. ................................................................... 31
Tabela 3.1: Valores sugeridos das constantes c1 e c2 por diversos autores para diferentes
tipos de concretos. .................................................................................................. 50
Tabela 5.1: Efeito do tempo da adição de diferentes tipos de dispersantes sob o
abatimento do concreto......................................................................................... 100
Tabela 6.1: Análise química dos materiais cimentícios. .............................................. 109
Tabela 6.2: Valores de massa específica e pH dos materiais cimentícios.................... 110
Tabela 6.3: Evolução da resistência à compressão dos cimentos em função da idade. 113
Tabela 6.4: Massa específica dos agregados. ............................................................... 117
Tabela 6.5: Composição química típica das microfibras de wollastonita. ................... 118
Tabela 6.6: Propriedades físicas e mecânicas típicas da wollastonita.......................... 118
Tabela 6.7: Características dos dispersantes à base de SNF e PA................................ 119
Tabela 6.8: Compacidade dos materiais com dimensões inferiores a 100Pm.............. 135
Tabela 6.9: Compacidade dos agregados com dimensões superiores a 100 Pm. ......... 144
Tabela 7.1: Intervalo de abatimento e tensão de cisalhamento requeridos para cada tipo
de concreto [6]. ..................................................................................................... 147
Tabela 7.2: Ordens de grandeza de K** para diferentes concretos de acordo com o tipo
de lançamento [6]. ................................................................................................ 149
Tabela 7.3: Valores estimados do fator a/mc e resistência à compressão de diferentes
classes de concreto de acordo com [7], [11] e em algumas estruturas produzidas
com CPR............................................................................................................... 152
Tabela 7.4: Traço otimizado para a produção do CONAD. ......................................... 162
Tabela 7.5: Propriedades avaliadas para o CONAD no estado fresco. ........................ 172
Tabela 8.1: Resultados experimentais de resistência à compressão e módulo de
elasticidade. .......................................................................................................... 192
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xix
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho - Tese D.Sc. - COPPE/UFRJ
xx
LISTA DE SÍMBOLOS
Símbolos latinos
a c Fator água/cimento
bF Valor do maior lado da seção transversal de uma fibra com seção prismática
bij B
Coeficiente do efeito de parede que os grãos de classe j exercem sobre os grãos de
classe i
CA quantidade de agregados graúdos (kg/m3).
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xxi
F Força
Iv Índice de vazio
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xxii
Kg Constante de ajuste
M, m Número de materiais
M1 Massa do material 1
M2 Massa do material 2
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xxiii
P*5, P*10,
Carga correspondente aos índices de tenacidade I5, I10, I20 e I30
P*20, P*30
pH Potencial de hidrogenio
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xxiv
t Tempo
Símbolos gregos
I* Máxima concentração real de sólido que a mistura poderia alcançar, isto é, a compacidade
obtida com o protocolo de empacotamento correspondente ao índice K=9
Ii Volume de sólidos ocupado pelas partículas da classe i
Ii* Volume máximo que as partículas i podem ocupar, dada a presença de outras classes
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xxv
\S potencial de Stern
x
J Gradiente (taxa) de deformação
K Viscosidade do fluido
P Viscosidade plástica
S Porosidade
Us Densidade do material
V Tensão
VN tensão nominal
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Capítulo 1
Introdução
1.1 Introdução
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho - D.Sc. Tese - COPPE/UFRJ
Introdução. 2
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Introdução. 3
concretos mais resistentes. Concretos com resistência à compressão de até 400 MPa
foram produzidos usando agregados apropriados e aplicando cura com tratamento
térmico [4]. Atualmente, o recorde de resistência à compressão é de 800 MPa, concreto
produzido com agregados metálicos aplicando cura sob pressão com tratamento térmico
[4]. Para alguns pesquisadores, produzir concretos com resistência à compressão de
1 GPa não é mais considerado utopia, apenas uma questão de tempo [2].
A crescente exigência de concretos com propriedades mecânicas cada vez mais
elevadas na construção civil, fez com que pesquisadores de diversas universidades e
empresas particulares partissem para a elaboração de novas metodologias de dosagem,
fugindo dos procedimentos convencionais que são limitados a poucos materiais.
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Introdução. 4
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Introdução. 5
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Introdução. 6
De acordo com Orange et al. [3], esta nova geração de concreto apresenta
propriedades mecânicas e durabilidade elevada em relação aos concretos de resistência
normal e aos CAD. O traço é otimizado para aumentar a resistência do concreto à
formação das primeiras fissuras e a propagação das fissuras na matriz é controlada pelo
volume de fibras, pela aderência fibra-matriz e por características das fibras, como razão
de aspecto l/d, resistência à tração e módulo de elasticidade. A presença de fibras bem
aderidas a uma matriz de alta rigidez, fornece ao compósito, propriedades mecânicas
elevadas com comportamento elasto-plástico com endurecimento (“strain hardening”).
Concretos produzidos com essa tecnologia podem ser empregados na confecção
de elementos estruturais sem armadura passiva, combinando inovação, leveza e
durabilidade. Entretanto, a chave para o desenvolvimento e o uso de concreto de
altíssimo desempenho, tanto na construção civil, como na produção de objetos caseiros
é ter disponíveis métodos de dosagem, normas para projeto e métodos de caracterização
para tais concretos.
Estes concretos devem ser otimizados para satisfazer critérios reológicos no
estado fresco como excelente trabalhabilidade visando bombeamento ou mesmo para
serem auto-adensáveis, devem apresentar comportamento mecânico com altíssima
resistência à compressão e comportamento dúctil à tração. Além disso, devem ser
duráveis, isto é, resistentes aos meios mais agressivos. Para que estes critérios sejam
alcançados, a relação água/cimento deverá ser a menor possível, da ordem de 0,20,
sendo que, o consumo de água encontra-se próximo ao necessário para preencher os
vazios produzidos pelos grãos empacotados. Normalmente o agregado utilizado é a
areia com diâmetro máximo de 600 Pm. A adição de sílica ativa e o uso otimizado de
outros aditivos minerais também são absolutamente essenciais. Por último, são
adicionadas fibras metálicas ou orgânicas, que também são otimizadas em função do
grau de ductilidade desejado ao concreto. Isto envolve a otimização do comportamento
individual das fibras e sua interação com a matriz.
Estudos apresentados por Chanvillard e Rigaud [15], mostraram que a melhor
relação custo benefício, para fibras com comprimento entre 13 e 15 mm e diâmetro
próximo de 0,2 mm, é dada para um volume de 2%. Utilizando este volume, foi
observado um espaçamento médio entre as fibras imersas na matriz da ordem de 1,6
mm, possibilitando a movimentação e acomodação dos agregados entre as fibras. Além
disso, as fibras terão mobilidade suficiente para satisfazer os critérios de reologia no
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Introdução. 7
estado fresco, sem formar novelos, uma vez que existe espaço disponível para a sua
distribuição espacial na matriz.
A Figura 1.1 mostra exemplos de aplicação do Ductal produzidos com
agregados cuja dimensão máxima é de 600 Pm. O primeiro caso (Figura 1.1a) mostra a
estética do concreto moldado sob superfícies irregulares, provando que o material se
adapta muito bem aos contornos do molde, apresentando a superfície brilhosa. O
segundo caso (Figura 1.1b) mostra um exemplo de aplicação deste tipo de concreto na
construção da estrutura de uma passarela sob um riacho na Cidade de Sherbrooke,
Canadá [16].
(a) (b)
Figura 1.1: Exemplos de aplicação de concretos de altíssimo desempenho: (a) estética do concreto em
superfícies irregulares; (b) estrutura de uma passarela (Passarela de Sherbrooke, Canadá)
[16].
1.2 Motivação
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Introdução. 8
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Introdução. 9
1.2.2 Aplicação
1.2.3 Viabilidade
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Introdução. 10
1.3 Objetivo
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Introdução. 11
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Introdução. 12
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Introdução. 13
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Capítulo 2
MEC - Modelo de Empacotamento
Compressível de Partículas Granulares
2.1 Introdução
Com base em mais de uma década de estudo, de Larrard [6] e sua equipe ([14],
[18], [19] e [20]) construíram uma teoria que soluciona a questão de empacotamento de
misturas secas para todos componentes utilizados na dosagem de concretos. Estes
estudos levaram ao desenvolvimento do MEC, que é uma versão aprimorada dos
diversos modelos de empacotamento desenvolvidos pelo Laboratoire Central des Ponts
et Chaussées (LCPC, Paris).
Nos itens a seguir apresenta-se uma revisão do MEC. Inicialmente, é introduzida
a teoria que fundamenta o cálculo da compacidade de uma mistura granular em dois
módulos: no primeiro, é estabelecida uma álgebra que deduz as relações para o
empacotamento virtual; no segundo, são estabelecidas as relações (principalmente
físicas e experimentais) que ligam as propriedades virtuais (geométricas) às
propriedades reais da mistura granular submetida a um procedimento de
empacotamento. Em seguida, aplica-se a teoria descrita nos dois módulos para o caso de
misturas polidispersas contendo m materiais distribuídos em n classes. Por último, são
abordados os parâmetros de efeito de parede e efeito da inclusão de fibras como fator de
perturbação no empacotamento de misturas granulares.
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classe
dominante
A Figura 2.3 mostra que pelo menos uma classe i se apresenta dominante no
processo de empacotamento da mistura [6]. Intuitivamente, considerando os grãos
imersos num meio líquido, verifica-se este fato considerando que, se não existir uma
classe dominante, tem-se uma suspensão, onde a continuidade do material é assegurada
pelo fluido e não pelas partículas sólidas empacotadas.
O empacotamento máximo de uma mistura polidispersa (constituída por grãos
de diversos tamanhos) é obtido quando os grãos de diâmetros menores preenchem por
completo os espaços vazios entre os grãos de diâmetros maiores.
Dois efeitos causados pela interação entre os grãos, que tendem a diminuir a
compacidade da mistura, devem ser levados em consideração na formulação do
empacotamento virtual. Tais efeitos que ocorrem para classes granulares com diâmetros
relativamente próximos são o efeito de parede, exercido pelos grãos maiores sobre os
grãos menores e pelas fôrmas da estrutura sobre os grãos, e o efeito de afastamento,
exercido pelas partículas mais finas sobre as mais grossas (subitem 2.2.2.2).
Nos próximos subitens serão apresentados os desenvolvimentos que permitem a
formulação das expressões correspondentes ao empacotamento virtual em diversas
situações. Inicialmente, são apresentados os desenvolvimentos para misturas binárias
que serão em seguida generalizados para misturas polidispersas.
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MEC – Modelo de Empacotamento Compressível de Partículas Granulares. 17
y1 y 2 1 (2)
A compacidade virtual de uma mistura binária pode então ser escrita como:
J I1 I 2 (3)
d2
d1 d1
d2
classe dominante
(a) (b)
Figura 2.3: Mistura binária sem interação: (a) classe 1 dominante; (b) classe 2 dominante.
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MEC – Modelo de Empacotamento Compressível de Partículas Granulares. 18
A Figura 2.3a representa uma mistura binária sem interação, em que a classe
graúda é dominante. Neste caso, seus grãos preenchem o volume disponível como se
nenhum grão fino estivesse presente. A contribuição da classe 1 é então constante e
igual a E 1 e a contribuição da classe 2 é igual a I 2 , que varia entre zero e um valor a
partir do qual a classe 1 deixa de ser dominante. Pode-se então escrever a expressão
para a compacidade virtual da mistura como J J (1) E 1 I 2 , onde o sobrescrito (1)
indica que a classe 1 é dominante. Sabendo-se que y 2 I 2 (I1 I 2 ) e que
I1 I 2 J (1) quando a classe 1 é dominante, deduz-se que:
E1
J J (1) (4)
1 y2
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1 1
J( 1) J
J 0,1 JJ
Compacidade virtual (J)
0.9 0.9
0.8 0.8
0.6 0.6
Figura 2.4: Evolução da compacidade virtual de uma mistura binária de esferas sem interação.
A Figura 2.4 também indica que a mistura binária apresenta uma compacidade
virtual máxima para a fração volumétrica y2 0,205 , que é o ponto onde existe a
mudança de dominância entre as classes 1 e 2. Assim sendo, a expressão (4) será válida
apenas para 0 d y2 d 0,205 e a expressão (5) será válida apenas para 0,205 d y2 d 1 .
Considerando-se todo o domínio de 0 d y2 d 1 , pode-se, intuitivamente, por meio dos
resultados mostrados na Figura 2.4, escrever que:
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MEC – Modelo de Empacotamento Compressível de Partículas Granulares. 20
dimensão dos vazios deixados pelos grãos empacotados da classe 1. O efeito da adição
dos grãos da classe 2 numa mistura em que os grãos da classe 1 são dominantes é
esquematizado na Figura 2.5. Quando um grão da classe de menor diâmetro é
adicionado à esta mistura, ele desloca os grãos maiores para ser acomodado, causando
um afrouxamento da vizinhança (Figura 2.5b). Tal fenômeno é chamado de efeito de
afastamento dos grãos da classe 1 dada a presença dos grãos da classe 2.
O cálculo da compacidade virtual quando a classe 1 é dominante levando em
conta o efeito de afastamento é feito através da expressão:
E1
J (1)
1 (1 a12 E 1 E 2 ) y 2 (7)
EFEITO DE
AFASTAMENTO
d2
+ =
d1 d1
d2
efeito de
afastamento
(a) (b)
Figura 2.5: Mistura binária com interação parcial: (a) mistura sem perturbação; (b) efeito de
afastamento exercido pelo grão de diâmetro menor sobre o grão de diâmetro maior.
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efeito de parede
d2
{ efeito de parede
grão menor
grão maior
d1
{ {
Figura 2.6: Mistura binária com interação parcial: efeito de parede exercido pelo grão de diâmetro
maior sobre o grão de menor diâmetro.
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1 1
sem interação
d 1>>d2 oa12=b21=0
Compacidade virtual (J) 0.9 0.9
interação parcial
J(1)
d1 >d2 oa12=b21=0.5
0.8 0.8
J(2)
0.7 0.7
interação total
J(1) =J(2)
d1 =d2 oa12=b21=1
0.6 0.6
Figura 2.7: Evolução da compacidade virtual de uma mistura binária de esferas com interação parcial.
ª we 1º
a12 E2 « »
«¬ wy 2 E1 »
y2 0 ¼
1 we (10)
1
E2 wy 2 y2 1
b21
1
1
E1
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Uma mistura é dita polidispersa quando ela é composta por duas ou mais classes
de grãos. Considerando uma mistura polidispersa sem interação com
d 1 !! d 2 !! ... !! d n , há pelo menos a presença de uma classe i dominante conforme já
E
J J (i ) i 1
i
n
(11)
1 (1 E i )¦ y j ¦y j
j 1 j i 1
J MIN J (i )
1d i d n
(12)
Ei
J (i ) i 1
>
1 ¦ 1 E i bij E i 1 1 E j y j @ ¦ >1 a Ei E j @y j
n
(13)
ij
j 1 j 1 i
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n ª I i I i* º
n
K ¦K
i 1
i ¦ « *»
i 1 ¬1 I i I i ¼
(16)
volume que a classe i pode ocupar com a presença de outras classes, dado pela
expressão:
ª i 1 º
E i «1 ¦ >1 bij 1 1 E j @I j ¦ a E j I j »
n
I i* ij (17)
¬ j 1 j i 1 ¼
interação onde a ij bij 0 . Então, a expressão (17) pode ser escrita como:
ª i 1 º
I i* E i «1 ¦ I j » (18)
¬ j 1 ¼
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n
yi E i
K ¦1 I 1 J
i 1
(i ) (19)
1
K (20)
E I 1
(1) (2) – A implementação destes dois protocolos estão mostrados em detalhe no Capítulo 6.
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1 K
E I (21)
K
y1 E 1 y2 E 2
f (I ) K 0 (22)
1 I 1 J (1)
1 I 1 J ( 2)
Sendo assim, o gráfico de função f (I ) , para uma mistura binária de esferas com
y1 0,8 , y 2 0,2 , d 1 10 , d 2 1 , E1 E2 0,74 e K 9 é mostrado na Figura 2.8.
O que está sendo procurado é o valor de I que torna a função igual a zero. Pode
ser verificado que existem dois valores ( I1 e I 2 ) que são raízes de f (I ) . Além disso,
outros dois valores ( I a e I b ) correspondem à descontinuidades de f (I ) , o que era
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MEC – Modelo de Empacotamento Compressível de Partículas Granulares. 27
esperado, já que, como pode ser observado na expressão (22), f (I ) é indefinida para a
condição:
1 1 1 1
e
I J (1)
I J ( 2)
Ia J (1)
Ib J ( 2)
40 40
Função f(I)
30 30
20 20
10
I I 10
Função f(I)
0 0
Ib
-10 Ia -10
-20 -20
-30 -30
-40 -40
I J (sempre)
J MIN J (1) , J ( 2)
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MEC – Modelo de Empacotamento Compressível de Partículas Granulares. 28
Como a expressão (22) deverá ser resolvida por algum procedimento iterativo,
pode-se então limitar o seu domínio de busca a:
0 I J
o que ocasionará como solução apenas uma raiz igual a I1 (Figura 2.8).
O mesmo raciocínio poderá ser generalizado para uma mistura polidispersa. Um
exemplo de resolução da função ( I ) para uma mistura quaternária com K 9,
y1 0,4 , y2 0,3 , y3 0,2 , y4 0,1 , d 1 100 , d 2 50 , d 3 10 , d 4 1 e
40 40
30 Função f(I) 30
20 20
10 10
Função f(I)
0 0
-10 -10
I
-20 -20
-30 -30
-40 -40
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0.9 0.9
K=f
0.8 0.8
K=50
Compacidade (I
K=9
0.7 0.7
K=4.1
0.5 0.5
Figura 2.10: Evolução da compacidade para uma mistura binária, com K variando entre 4,1 e f.
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MEC – Modelo de Empacotamento Compressível de Partículas Granulares. 30
Tabela 2.2: Propriedade dos agregados arredondados usados no ensaio de empacotamento realizado por
de Larrard [18], utilizando-se um índice K=9.
Tabela 2.3: Propriedade dos agregados artificiais (britados) usados no ensaio de empacotamento realizado
por de Larrard [18], utilizando-se um índice K=9.
as forças oriundas da tensão superficial gerada pela umidade em materiais finos (d<100
Pm). Manteve-se constante o protocolo de empacotamento de vibração e compactação
para todos os ensaios, com índice K 9.
Com os resultados obtidos experimentalmente para os dois tipos de agregados,
de Larrard [6] observou que a compacidade aumenta de acordo com o aumento do
diâmetro das classes (Figura 2.11). Também foi observado que o protocolo de
empacotamento usado é mais eficiente para grãos maiores devido a um menor número
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MEC – Modelo de Empacotamento Compressível de Partículas Granulares. 31
de contato entre os grãos por unidade de volume. Para agregados de mesmo diâmetro,
grãos arredondados são mais compactos que os grãos britados. Este fato foi atribuído à
rugosidade da superfície das partículas que, em muitos casos, exercia um efeito de
travamento entre partículas, impedindo uma melhor acomodação. Entretanto, verificou-
se não haver uma lei geral que fornecesse uma relação entre dimensão e compacidade
virtual dos agregados.
0.01 0.1 1 10
0.64 0.64
0.6 0.60
arredondado
Compacidade (I
0.56 0.56
0.52 0.52
britado
0.48 0.48
0.01 0.1 1 10
log d (mm)
Figura 2.11: Compacidade experimental I de classes monodispersas versus diâmetro das partículas [6].
Tabela 2.4: Valores dos coeficientes de interação a e b obtidos experimentalmente com misturas
binárias por de Larrard [18].
d1/d2
Coeficientes
16 8 8 4 4 2 2
Arredondado R8R05 R8R1 R4R05 R8R2 R2R05 R8R4 R1R05
a 0,26 0,31 0,50 0,63 0,46 0,71 0,66
b -0,05 0,30 0,08 0,33 0,33 0,65 0,56
Britado C8C05 C8C1 C4C05 C8C2 C2C05 C8C4 C1C05
a 0,21 0,14 0,31 0,50 0,67 0,77 0,72
b -0,03 0,28 0,05 0,11 0,47 0,68 0,70
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1, 02 3
§ dj · § d ·
aij 1 ¨¨1 ¸¸ bij 1 ¨1 i ¸ (24)
¨ d ¸
© di ¹ © j ¹
1 1 1 1
0.8 0.8
0.8 0.8
0.6 0.6
Coeficiente aij
Coeficiente bij
0.6 0.6
0.4 0.4
0.4 0.4
0.2 0.2
Função bi j
0.2 Função aij 0.2 Britados
Britados 0 0
Arredondados
Arredondados
0 0 -0.2 -0.2
Figura 2.12: Ajuste dos coeficientes a e b versus a relação do diâmetro das classes com resultados
experimentais das misturas binárias (de Larrard, 1998) [18].
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Compacidade (I)
0.7 0.7 0.7 0.7
Experimental Experimental
Modelo Modelo
0.5 0.5 0.5 0.5
Compacidade (I)
Experimental Experimental
Modelo Modelo
0.5 0.5 0.5 0.5
Compacidade (I)
Experimental Experimental
Modelo Modelo
0.5 0.5 0.5 0.5
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Compacidade (I)
0.7 0.7 0.7 0.7
Compacidade (I)
Compacidade (I)
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E mi
J ( m ,i )
M ª i ª º
§ 1 ·¸º N ª E mi º (25)
1 ¦ «¦ «1 E mi bij E mi ¨1 » p k y kj ¦ «1 a ij » p k y kj »
k 1«j 1«
¨ E kj ¸¹¼» E kj »¼ »¼
¬ ¬ © j i 1 ¬«
material m .
Na forma simplificada e obedecendo a condição:
M ª i n º
¦ «¦ p k y kj ¦p k y kj » 1 (26)
k 1 ¬j 1 j i 1 ¼
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onde
i ª § 1 ·¸º n a ij y kj
G ki ¦ «1 bij ¨¨1
j 1« E
y
¸»» kj ¦ E kj
(28)
¬ © kj ¹¼ j i 1
M
p m y mi
M ¦ E mi
K ¦ m 1
1 1
(30)
i 1
I J (i )
M
p m y mi
M ¦ E mi
f (I ) ¦ m 1
1 1
K 0 (31)
i 1
I J (i )
A expressão (30) pode ter uma solução direta para uma mistura binária, mas para
mais de duas classes granulares a solução deverá ser obtida por um processo iterativo.
Além disso, a expressão possuirá tantas raízes quantas forem as classes que compõem a
mistura granular. Sendo assim, para que a solução seja estável e o algoritmo robusto, é
importante que o espaço de busca seja delimitado a um intervalo conhecido, conforme
demonstrado em 2.3.2.
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y1 y2
E E
f (E ) K 0 (32)
1 1 1 1
I J (1)
I J ( 2)
f f
E
Função f(E)
E
0
Ea Eb
f f
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Compacidade Virtual (E
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O que está sendo procurado é o valor de E que torna a função igual a zero, mas
pode ser verificado que existem dois valores ( E 1 e E 2 ) que são raízes de f ( E ) . Além
disso, outros dois valores ( E a e E b ) correspondem a descontinuidades da função, como
esperado, já que, como pode ser observado na expressão (30), f ( E ) é indefinida para a
condição:
1 1 1 1
e
I J (E
(1)
a)
I J ( 2)
(Eb )
Por outro lado tem-se por definição que J MIN (J (1) , J ( 2 ) ) ! I , o que implica
2.5.1 Introdução
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I [1 (1 k w )V p ]I (33)
d
parede da fôrma
d
d/2
volume perturbado
d/2
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pelos valores de E i .
A Figura 2.17 mostra a comparação feita entre o modelo de Ben-Aïm [25],
expresso pela expressão (33), e valores experimentais obtidos com agregados de forma
arredondada e britados.
0.65 0.65
0.6 0.6
Teórico
0.55 0.55
Agregados
Arredondados
Britados
0.5 0.5
Figura 2.17: Comparação entre os resultados experimentais versus resultados teóricos fornecidos pelo
modelo de Bem-Aïm para o cálculo da compacidade virtual média em um volume
submetido ao efeito de parede promovido pela fôrma [6].
O efeito da inclusão das fibras é abordado por de Larrard [6] de modo similar ao
efeito de parede produzido pela fôrma sobre os agregados. A diferença entre os dois
casos encontra-se na curvatura da superfície e na dimensão da fibra, que é muito inferior
a DMA (dimensão máxima do agregado). Assume-se então um coeficiente global
denominado k F , que é a relação entre a região perturbada pela fibra e a DMA.
Entretanto, se as fibras forem curtas o suficiente, poderão se ajustar nos vazios dos
grãos maiores sem perturbar significativamente o empacotamento. Nas fibras longas,
apenas uma parte do seu comprimento é capaz de perturbar o empacotamento dos grãos.
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I 1 ) F N F V p I (34)
d1 d1
(a)
Figura 2.18: Efeito de perturbação exercido pelas fibras: (a) rígidas e (b) flexíveis.
O parâmetro k F foi estudado por Bartos e Hoy [26] com dois tipos de fibras,
cilíndrica e prismática, com duas classes de agregados, areia e agregado graúdo.
Assumindo que não haja agregados na região do volume perturbado pela fibra ( V P ) e
que o único parâmetro a ser ajustado no modelo é o coeficiente k F , os autores
sugeriram um valor de k F 0,065 , com desvio médio de 1,1%.
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MEC – Modelo de Empacotamento Compressível de Partículas Granulares. 43
O modelo apresentado não tem validade para fibras flexíveis, pelo fato de que
estas se ajustam de acordo com o formato dos grãos (Figura 2.18b).
Vp
b F +k F d
bF
dF +kF d
a F +k F d
dF
aF
l F - d/2 Vp l F - d/2
lF lF
(a) (b)
Figura 2.19: Volume perturbado da fibra com forma: (a) cilíndrica; (b) prismática.
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Capítulo 3
Correlações entre o MEC e Propriedades
do Concreto nos Estados Fresco e
Endurecido
3.1 Introdução
3.2.1 Reologia
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Correlações Entre o MEC e Propriedades do Concreto nos Estados Fresco e Endurecido. 45
O termo “reologia” tem origem grega, da palavra rhein que significa escorrer.
Este termo foi introduzido por Bingham em 1929, ao iniciar estudos sobre deformação e
escoamento da matéria (Tanner, citado em [29]).
O concreto no estado fresco é considerado um fluido homogêneo e
incompressível, que pode ser estudado pela ciência da reologia, desde que obedeça aos
seguintes critérios:
Não segregue durante o escoamento;
Que seu volume permaneça constante durante o processo de cisalhamento, isto
é, seja incompressível;
Tenha abatimento maior que 100 mm.
W 0 K §¨ J ·¸
x
W (35)
© ¹
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Correlações Entre o MEC e Propriedades do Concreto nos Estados Fresco e Endurecido. 46
2
6
Tensão de Cisalhamento (W)
3
1
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Correlações Entre o MEC e Propriedades do Concreto nos Estados Fresco e Endurecido. 47
Tatersall [31] mostrou que o concreto no estado fresco está longe de ser um
material que possa ser representado por modelos que dependam apenas de parâmetros
como consistência e trabalhabilidade. Estudos mais recentes realizados por Sedran e de
Larrard [14] e Ferraris e de Larrard [33], demonstraram que o concreto no estado
fresco se adapta muito bem ao modelo de Herschel-Bulkley (Curva 6 da Figura 3.1). O
modelo assume a relação entre a tensão de cisalhamento e o gradiente de deformação
segundo a expressão:
x z
W W 0 mz J (36)
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Correlações Entre o MEC e Propriedades do Concreto nos Estados Fresco e Endurecido. 48
x
x dJ
onde; W é a tensão de cisalhamento aplicada; J é o gradiente de deformação; W 0
dt
é a tensão necessária para o fluido iniciar o escoamento, m z e z são parâmetros que
caracterizam o comportamento do material.
x
W W0 PJ (37)
Dissipação
viscosa no líquido } PJ°
P
W0
Dissipação por fricção
entre as partículas } W0
J
Figura 3.2: Contribuição da fase sólida e da fase líquida para a resistência ao cisalhamento.
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Correlações Entre o MEC e Propriedades do Concreto nos Estados Fresco e Endurecido. 49
(a) (b)
Figura 3.3: Suspensão de grãos: (a) sem trabalhabilidade; (b) com trabalhabilidade.
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Correlações Entre o MEC e Propriedades do Concreto nos Estados Fresco e Endurecido. 50
Este modelo foi estudado por vários autores ([6], [19] e [32]) e os valores sugeridos para
as constantes c1 e c 2 são apresentadas na Tabela 3.1, que fornecem a viscosidade
plástica na unidade Pa.s.
Tabela 3.1: Valores sugeridos das constantes c1 e c2 por diversos autores para diferentes tipos de
concretos.
500
Ferraris e de Larrard
de Larrard
400 Sedran
Viscosidade plástica (P)
300
200
100
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500
PASTAS/CONCRETOS
100
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Correlações Entre o MEC e Propriedades do Concreto nos Estados Fresco e Endurecido. 52
§ N
·
W0 exp ¨ c0 ¦ ai K i' ¸ (39)
© i 1 ¹
onde; c0 é uma constante empírica (adotada como c0 2,537 [6]) e K i' é a contribuição
da fração i no índice de compactação da mistura, que pode ser obtido de duas maneiras,
pela expressão sugerida por de Larrard [6]:
Ii Ii*
K i' (40)
1 Ii Ii*
yi E i
K i' (41)
1 C 1 J i
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Correlações Entre o MEC e Propriedades do Concreto nos Estados Fresco e Endurecido. 53
§
·
Materiais Cimento
¨ N ¸
W0 exp ¨ c0 bi K c' ¦ ai K i' ¸ (43)
¨¨ , i 2 ¸¸
Cimento
© ¹
§ Sp ·
bi c1 c 2 ¨1 * ¸ (44)
¨ S ¸
© p ¹
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Correlações Entre o MEC e Propriedades do Concreto nos Estados Fresco e Endurecido. 54
3.3.4 Ar Aprisionado
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c1
ª Xc º
f cp D Rc28 « » (47)
¬X c X w X ar ¼
ª g* º
MEP D «3 1» (48)
¬« g »¼
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Correlações Entre o MEC e Propriedades do Concreto nos Estados Fresco e Endurecido. 56
agregados
materiais
cimentícios
MEP
para o concreto:
p f cm
fc (50)
q f cm 1
acordo com a NBR 7215 [38]; os parâmetros p e q são constantes obtidas de acordo
com o tipo do agregado graúdo, fornecidos pelas expressões:
1
p
§ 1 1 · (51)
f cm ¨ ¸
¨f ¸
© c 2,14 fc g ¹
e
p
q (52)
2,14 fc g
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Correlações Entre o MEC e Propriedades do Concreto nos Estados Fresco e Endurecido. 57
§ Rc ·
d(t) 0,0522 ¨¨ t 1¸¸ (53)
© Rc 28 ¹
ª § Xc ·
c1
º
f cm (t ) D Rc28 «d (t ) ¨¨ ¸¸ » MEP 0,13 (54)
«¬ © X c X w X ar ¹ »¼
e
p fc m (t )
f c (t ) (55)
q fc m (t ) 1
° § ¦ K p , i (t ). pz i
¸» 0.017t C A «1 exp¨ 79 ¦ j
ª ·º ª § fi ·º ½°
ceq (t ) c ®1 1.1«1 exp¨¨ ¸» ¾ (56)
c ¸ «¬ ¨ t C3 A .c ¸»
«¬ ¹»¼
3
°̄ © © ¹¼ °¿
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Correlações Entre o MEC e Propriedades do Concreto nos Estados Fresco e Endurecido. 58
unitário do concreto.
Em seguida, a resistência da matriz é calculada levando em consideração o efeito
acelerativo que a superfície acumulada de filer calcário ( S FI , j ) exerce através da
expressão:
ª º
¦S
c1
d (7) fi j § w a ·¸
f cm (t ) D Rc28 «d (t ) 0,0023 ¨1 U c » MEP 0,13
FI , j
¨ (57)
« t c © ceq ¸¹ »
¬ ¼
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ft k t fc 0,57 (58)
com k t 0,468 (com desvio médio de 0,30 MPa). O valor de k t pode ser determinado
experimentalmente para cada tipo de agregado [6].
ª E g2 Em2 º
E « 1 2 g 2 » m
E (59)
«¬ ( g g ) E g 2(2 g ) E g Em ( g g ) Em »¼
* 2 * *
Em 226 fc (60)
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Capítulo 4
Simulador Computacional MECFOR
Parâmetros de entrada
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Simulador Computacional MECFOR 61
volumétrica de cada uma das classes ( y mn ). Uma vez conhecidos estes dados, o
simulador organiza os materiais e as classes de acordo com o seu diâmetro médio
( d med (d max u d min ) ) dispostos na ordem decrescente d Mat 1 ! d Mat 2 ! ... ! d Mat M e
material), calculam-se os E ( m,i ) admitindo-se a hipótese de que estes E ( m,i ) sejam iguais
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MECFOR
GERE_IO
CONTROLE
PRINCIPAL
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ENTRADA
COEFITER
BETA
DELTA
SE otmflag é VERDADEIRO
OTIMIZA
x SE pflag1 é VERDADEIRO
DNCONF
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COMPACIDADE
x SE pflag1 é VERDADEIRO
REO_RES
SAIDAS
SE mistflag é VERDADEIRO
MISTURA
x Leitura do número de misturas que serão analisadas
x Para cada mistura
o Leitura das Proporções em massa
o Leitura do índice de compactação da mistura
(K)
o SE pflag2 é VERDADEIRO
x Leitura das características da mistura
necessárias para o cálculo das
propriedades do material
o Teor de superplastificante da
mistura
o Resistência à compressão do
cimento
o Massa de água na mistura
o Percentual de ar na mistura
COMPACIDADE
x Cálculo da compacidade para o índice
de compactação da mistura e para o
índice de compactação máximo (K=9)
x SE pflag2 é VERDADEIRO
REO_RES
x Cálculo das propriedades da mistura :
P , W 0 e fc
SAIDAS
x Imprime resultados no arquivo com
extensão “.mis”
SE binflag é VERDADEIRO
BINARIAS
x Gera os diversos porcentuais (com variação de 5%) de
todas as misturas binárias possíveis de serem
formadas com os materiais dados.
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SAIDAS
x Imprime resultados no arquivo com
extensão “.bin”
CORRELAÇÕES
GERE_IO
FIM
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Simulador Computacional MECFOR 66
Variáveis Principais
5 5 0 0
Número de classes
Número de materiais
Variáveis lógicas
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t f t f t
Binflag Se verdadeiro realiza chama subrotina BINARIAS
Diâmetro médio
Empacotamento:
(0) – demanda de água
(1) – cilindro
Classificação do material:
(0) – material fino com sp=0
(1) – material fino com 0<sp<sp*
(2) – material graúdo (d>100Pm)
Compacidades experimentais
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Simulador Computacional MECFOR 68
x Leitura das restrições laterais de cada variável, isto é, dos limites máximo e
mínimo que devem ser atendidos na proporção de cada material
x Leitura de valores iniciais para cada proporção de cada material, que servirão
como primeira tentativa de solução adotada pelo algoritmo de solução do
problema de otimização
Solução tentativa
Limites máximos
Limites mínimos
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Simulador Computacional MECFOR 69
x Leitura das quantidades em massa dos materiais para cada mistura e índices de
empacotamento das misturas
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Simulador Computacional MECFOR 71
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Simulador Computacional MECFOR 72
0.8 0.8
0.7 0.7
Compacidade (I)
0.6 0.6
Figura 4.7: Comparação dos resultados experimentais fornecidos por Sedran [19] para misturas
binárias de materiais finos com valores obtidos pelo MECFOR.
Compacidade (I)
0.5 0.5
Sílica Ativa
0.3 0.3
Sílica 325
Wollastonita
0.4 0.4 0.2 0.2
(a) (b)
Figura 4.8: Misturas binárias de materiais finos: comparação entre os resultados experimentais e
valores teóricos obtidos pelo MEC: (a) cimento CPIII 40; (b) Cimento CPII E 32.
Na Figura 4.8a, são mostradas misturas binárias produzidas com cimento CPIII
40 e sílica ativa, com sílica 325 e microfibras de wollastonita, utilizando um teor de
dispersante correspondente ao ponto de saturação da mistura. A Figura 4.8b, mostra
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Simulador Computacional MECFOR 73
misturas binárias produzidas com cimento CPII E 32 e sílica ativa com e sem a presença
de dispersantes e com cimento CPII E 32 e sílica 325 com doses intermediárias de
dispersante ( 0 Sp Sp * ).
A Figura 4.9 mostra a comparação entre os resultados teóricos e experimentais
da compacidade ( I ) cujos dados foram apresentados por de Larrard [12] para dois
tipos de agregados graúdo: arredondado e britado.
Compacidade (I)
0.7 0.7 0.65 0.65
(a) (b)
Figura 4.9: Comparação dos resultados do simulador com os experimentais fornecidos por de Larrard [6]
para agregados: (a) arredondados; (b) britados.
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Simulador Computacional MECFOR 74
decréscimo da relação d 2 d 1 . Quanto menor for essa relação, menores serão os valores
dos coeficientes de interação ( a e b ), determinados usando a expressão (24). Por outro
lado, quando o valor de d 2 se aproxima de d 1 a curva passa a assumir a forma de uma
linha reta, que corresponde à interação total entre as partículas. Neste caso, não há
ganhos de compacidade na mistura e seu valor máximo é igual à máxima compacidade
virtual das classes i . Nesta figura, a fração do primeiro material é implícita valendo
y1 1 y 2 .
0.85 0.8
d2/d1 = 1
d2/d1 = 0.625
d2/d1 = 0.5
d2/d1 = 0.25
0.75
d2/d1 = 0.10
0.8 d2/d1 = 0.04
Compacidade (I
Compacidade (I
d2/d1 = 0.001
0.7
0.75
0.65
0.7 E1
0.6 0.74
0.69
0.64
0.65 0.55
(a) (b)
Figura 4.10:(a) Efeito da relação d2/d1 para misturas binárias de esferas com K=9 e E1=E2=0,74;
(b) Efeito da variação de E1 nas misturas binárias com K=9, E2=0,74 (esfera) e d2/d1=0,25.
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Simulador Computacional MECFOR 75
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Simulador Computacional MECFOR 76
plano implícito
(y1+y2+y3=1)
1
0.8
y1(implícito)=1-(y2+y3)
0.8
0.6
0.6
0.4
0.4
0.2
0.2
0
1
0
B1
0.
8
0.8
0.
6
0.6
0.
y3
0.4
y2
0.
0.2
2
O 0
0
Figura 4.11: Distribuição geométrica das frações volumétricas possíveis: plano implícito y1=1-(y2-y3).
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Simulador Computacional MECFOR 77
d1=25
d2=5
d3=1
K=4.1
Cmáx=0.7421
y1=0.5115
y2=0.2316
y3=0.2569
(a)
d1=25
d2=5
d3=1
K=9
Cmáx=0.8405
y1=0.5715
y2=0.2200
y3=0.2085
(b)
d1=25
d2=5
d3=1
. f
Cmáx=0.9254
y1=0.6885
y2=0.1765
y3=0.1351
(c)
Figura 4.12: Misturas ternárias: efeito da variação do índice K (na direção do eixo da compacidade
existe também o eixo y1 implícito variando de 0 a 1) na compacidade (I).
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Simulador Computacional MECFOR 78
d1=1
d2=1
d3=1
K=9
Cmáx=0.6660
y1=0..1
y2=0..1
y3=0..1
(a)
d1=3
d2=2
d3=1
K=9
Cmáx=0.7482
y1=0.5738
y2=0.0950
y3=0.3312
(b)
d1=1000
d2=100
d3=1
K=9
Cmáx=0.8876
y1=0.5476
y2=0.2867
y3=0.1657
(c)
Figura 4.13: Misturas ternárias: efeito da variação da relação d1/d2 e d2/d3 (na direção do eixo da
compacidade existe também o eixo y1 implícito variando de 0 a 1) na compacidade (I).
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Simulador Computacional MECFOR 79
Considerando o caso de uma mistura binária formada por esferas, com duas
classes extremas d 1 10000 Pm e d 2 1Pm , a questão é saber quantas classes
intermediárias (com d i em progressão logarítmica, Figura 4.14) são necessárias para
produzir uma mistura com um alto índice de empacotamento. Este estudo é mostrado na
Figura 4.15, onde o número de classes variou no intervalo de 2 a 10, mantendo-se
constante os valores de E i 0,74 e índice K 9.
10000 m
di
1Pm
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Simulador Computacional MECFOR 80
1 1
N =2 classes
N =3 classes
N =4 classes
Fração Volumétrica Acumulada
0.8 N =5 classes
N =6 classes 0.9
Compacidade (I)
0.6
0.8
0.4
0.7
0.2 N = 7 classes
N = 8 classes
Com pacidade
N = 9 classes
N = 10 classes
0 0.6
(a) (b)
Figura 4.15: (a) Evolução da curva granulométrica ideal, variando o número de classes de 2 até 10;
(b) Evolução da compacidade real, variando o número de classes esféricas de 1 até 10.
(valores obtidos com E=0,74, K 9 ).
de E i a fração volumétrica da classe composta por grãos de maior diâmetro tende a ser
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Simulador Computacional MECFOR 81
1 0.6
K = 4.1
K = 4.1
K=9
K=9
Fração volumétrica acumulada
0.8 K = 100
K = 100
0.4
0.2
0.2
0 0
(a) (b)
Figura 4.16: Influência do índice K na obtenção da curva ideal da fração volumétrica de esferas, com
n 10 , e E=0,74 constante para todas as classes: (a) fração volumétrica acumulada; (b)
fração volumétrica retida.
1 0.4
Beta = 0.50 Beta = 0.50
Beta = 0.60
Beta = 0.60
Beta = 0.667
Fração volumétrica acumulada
0.6
0.2
0.4
0.1
0.2
0 0
(a) (b)
Figura 4.17: Influência da densidade residual Ei na obtenção da curva ideal da fração volumétrica de
grãos de diferentes formas, com n 10 e K 9 : (a) fração volumétrica acumulada; (b)
fração volumétrica retida.
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Simulador Computacional MECFOR 82
4.5 Sumário
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Capítulo 5
Fatores que Influenciam o
Empacotamento de Partículas Granulares
Finas
5.1 Introdução
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 84
partículas e o meio líquido [30]. As forças que originam estes aglomerados de partículas
(Figura 5.1) são:
Forças devido à presença de pontes líquidas (Figura 5.1b): pontes líquidas são
volumes líquidos seguros por tensão superficial entre dois ou mais suportes
rígidos ou partículas sólidas. As forças de coesão exercidas pelas pontes líquidas
podem ser importantes quando o material é exposto a meios úmidos;
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 85
Forças eletrostáticas (Figura 5.1d): são forças que agem entre partículas devido à
presença de cargas elétricas na superfície das partículas;
Forças de pontes sólidas (Figura 5.1e): estão presentes quando partículas unem-
se nos pontos de contato por sinterização ou por precipitação de impurezas,
geralmente associadas com agregação das partículas;
(a) força de Van der Waals (b) pontes líquidas (c) força mecânica
+
+ +
-
-
- + +
- - -
+ +
+ +
(d) força eletrostática (e) pontes sólidas (f) ação da gravidade
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 86
+
+ + + + + + +
+ +
+ + +
+ + + +
+ + + + +
+ + + + + +
+ +
Estabilização Eletrostática Estabilização Estérica Estabilização Eletroestérica
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 87
\0
Camada de Stern
Camada difusa
\s
+ Potencial
+ Elétrico
+
Partícula (-)
Partícula + - -
+ + d
+
Camada de Stern -
+ +
+ +
Camada difusa
+
+
Íons em equilíbrio
d na solução
(a) (b)
Figura 5.3: (a) - Arranjo espacial dos íons constituintes da dupla camada elétrica de partículas; (b) –
Queda do potencial elétrico de superfície em função da distância no interior das camadas de
Stern e difusa que circundam a partícula [30].
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 88
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 89
+
+
-
-
+
-
-
+
-
+
-
+
-
-
-
+
-
-
-
-
Partícula de
+
-
+
Cimento
+
Partícula de
-
+
Cimento +
+
-
-
-
-
-
-
+
+
+
-
(a)
Figura 5.4: (a) modo de adsorção das moléculas poliméricas nas partículas de cimento pelo mecanismo
estérico; (b) Representação de uma molécula polimérica.
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 90
meio líquido
meio líquido
meio líquido
- - - -
-
- -
- - - - -
Partícula (+)
Partícula (+)
-
Partícula (-)
-
- - -
Partícula
- -
- -
- - - -
- - - -
- - -
- -
-
- - --
- - -
- \
- - - \
\pc \ \ \pc
\s \s
\pc
\s
\0
\0 d \s d d d
0 0
\0
\0
1 2 3 1 2 1 2 3 1 2 3
+ + + +
(a) (b) (c) (d)
Figura 5.5: Efeito da adsorção de moléculas ionizadas: estabilização eletroestérica: (1) plano de
superfície; (2) plano de carga; (3) plano de Stern (<0 – potencial de superfície; <pc –
potencial do plano de carga; <s – potencial de Stern [30]).
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 91
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 92
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 93
- aniônico
iônicos + catiônico
grupo r anfótero
hidrofílico grupo hidrofóbico
Figura 5.6: Natureza química e representação esquemática de uma molécula de surfactante [55].
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 94
HO C
H
CH 2 C C C CH 2 OH
OH SO 3H O
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 95
N N Formaldeído N N
C C
NH 2 NHCH 2OH
(Melanina) (Trimetil Melanina)
NaHSO 3
Bisulfato de Sódio
N N
o C
açã
im eriz
Po l NH
HO CH 2 NH N NH CH 2 O H CH 2
C C
SO 3
N N
C Na
n
NH
CH 2 SO 3 Na
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 96
sulfonado, varia de acordo com o processo usado e pode ser reduzido por um processo
de precipitação subseqüente usando cal. O número de condensação varia entre 5 e 10
fornecendo, um peso molecular entre 1000 e 2000 monômeros. Este produto é
disponível comercialmente com teor de sólidos variando entre 30% e 45%.
SO 3H SO 3H
+ H 2 SO4 + CH 2 O
CH 2
n
H
R Na O
SO 3Na
CH 2 O R = H, CH 3 ou C2 H5
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 97
apresentar forma irregular, pode se alongar de acordo com a distribuição dos ânions
presos a ela. Deste modo, os grupos carboxílicos dos ânions são presos à partícula do
cimento pelo Ca++ e os átomos de oxigênio dos éteres das cadeias laterais e as moléculas
de água da fase líquida formam pontes de hidrogênio que distribuem as cadeias laterais
na água. A força do efeito estérico presume que a eficiência da dispersão aumenta com
o aumento do comprimento das cadeias laterais.
CH 2 CH CH 2 CH
PC
C O (éster policarboxilato)
OCH 3 OCH 2CH 2(OE)12 CH 2 CH 2OH
(OE: óxido etilênico)
n
CH 3 CH 3
H CH 2 C CH 2 C H
CAE
C O C O (copolímeros ácido-éster
acrílicos)
O O
Na n CH 2 m
CH 2
1
O
CH 3
OCH 3
(OE)
CH 3 C O
H CH 2 C CH 2 C H
C O CH 3
O
n m
(X) CLAP
(polímero acrílicos com cadeia
transversal)
O
C O CH 3
H CH 2 C CH 2 C H
CH 3 C O
(OE)
n OCH 3 m
Figura 5.10: Estrutura química das moléculas dos dispersantes do tipo PA [51].
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 98
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 99
observado por Jiang et al. [65] que a máxima fluidez de pastas produzidas com esse
dispersante ocorreu para um teor de Na2O entre 0,4% e 0,5%. Em pastas onde a
quantidade de álcalis solúveis encontra-se abaixo destes valores, ocorreu um aumento
significativo na fluidez após a adição de Na2SO4. Em pastas de cimento com a
quantidade de álcalis solúveis acima destes valores, ocorreu uma leve diminuição na
fluidez após a adição de Na2SO4.
Estudos apresentados por Yamada et al. [63] demonstram que os sulfatos
alcalinos presentes no cimento exercem um efeito significativo na força de dispersão de
pastas contendo dispersantes à base de PA, pois a adsorção do PA é baixa quando a
solução apresenta alta concentração de íons sulfatos, já que estes íons competem com o
PA para serem adsorvidos às partículas do cimento. A fluidez de pastas de cimento
contendo PA diminui quando são adicionadas à mistura concentrações de NaCl ou
Na2SO4. É afirmado também que o teor ótimo de cátions na fase líquida, que fornece a
máxima fluidez das pastas, depende do tipo de sal usado e da composição química do
cimento.
A quantidade de dispersante adsorvida sobre a partícula de cimento também é
influenciada pelo instante na qual ela é adicionada à mistura. Vários autores ([56], [64]
e [67]) demonstraram que a quantidade de moléculas adsorvidas de SNF ou SMF às
superfícies do cimento é baixa quando o dispersante é adicionado à mistura junto com a
água, e que esta adsorção aumenta se o dispersante for adicionado instantes após o
início da mistura. A adição retardada do dispersante à base de PA não apresenta
aumento significativo no abatimento da mistura, conforme é apresentado na Tabela 5.1
[56]. O estudo apresentado por Chiocchio et al. [68] mostrou que o máximo abatimento
é obtido quando o dispersante é adicionado 2 minutos após o início da mistura, instante
no qual corresponderia ao início do período de dormência do processo de hidratação do
cimento sem a presença do dispersante. Este estado ocorre porque a hidrólise inicial do
Ca++ altera a superfície da partícula de cimento reduzindo a adsorção do dispersante e
fazendo com que permaneça no meio aquoso para ser adsorvido futuramente [67].
O peso molecular dos polímeros também exerce influência no processo de
adsorção de moléculas dos dispersantes às superfícies das partículas [69]. Este efeito foi
demonstrado por Uchikawa et al. [70] através de uma correlação linear entre o peso
molecular médio e a quantidade de moléculas adsorvidas de três tipos de dispersantes
contendo grupos funcionais do tipo sulfonado. Já o estudo apresentado por Andersen et
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 100
al. [71] expôs que a diferença no peso molecular médio, assim como a sua distribuição,
implica em uma diferença no número de cargas negativas da camada adsorvida.
Tabela 5.1: Efeito do tempo da adição de diferentes tipos de dispersantes sob o abatimento do concreto.
Dispersante Concreto
Dosagem Abatimento
Tipo Tempo da Adição Fator a/c
(% sólidos) (mm)
PA (CAE) 0,30 Imediata 0,39 230
PA (CAE) 0,30 Após 1 minuto 0,39 235
SMF 0,30 Imediata 0,41 100
SMF 0,30 Após 1 minuto 0,41 215
SNF 0,30 Imediata 0,40 100
SNF 0,30 Após 1 minuto 0,40 230
Molécula do tipo PA
- + -
+ -
- +
+ -
- Partícula de Cimento
- -
+
+
-
-
-
+ + - - -
+
+ - - - -
+
+
Figura 5.11: Adsorção das moléculas de dispersante sobre a superfície do cimento ([49] e [72]).
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 101
a) Repulsão Eletrostática
(+)
Potencial elétrico
\0
d
]
\s Camada difusa
Camada
de Stern (-)
- Plano de cisalhamento
+ + -
+ + +
- +
+ + + -
+ +
Partícula (+)
-
- + + + -
Solução
+ + + - + +
- + ++ -
- + + + +
+ + +
\
-
0 Potencial de superfície
+ +
- -
+ + +
- + +
+
-
-
+
] Potencial zeta
+ +
\
-
+ + -
s Potencial de Stern
+
+
- + + -
Figura 5.12: Esquema de formação da dupla camada elétrica envolvendo a partícula de cimento na
presença de moléculas de dispersantes [47].
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 102
tipos SMF, SNF e PA, variando a dosagem na mistura. O pz das pastas contendo
moléculas de dispersante do tipo SNF apresentou valores entre -3 e -35mV, quando o
teor de sólidos variou de 0,2% a 0,8%. As pastas contendo moléculas de dispersante do
tipo SMF apresentaram valores de pz de no máximo -16mV para teores de sólidos entre
0,4% e 0,8%. Na presença de moléculas de dispersante do tipo PA, os valores variaram
entre -2mV e -5mV. Observa-se que os maiores valores do pz ocorreram nas pastas
contendo os dispersantes do tipo SNF seguido do SMF. O dispersante do tipo PA
apresenta pz significativamente menor que os dispersantes SNF e SMF [56].
0 0
PA (CAE)
-10 -10
Potencial Zeta (mV)
SMF
-20 -20
-30 -30
SNF
-40 -40
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 103
Sílica Sílica
Ativa SiO + + OSi Ativa
Ca
dispersante
Sílica Sílica
-
Ativa SiO OSi
+ + + +
Ca Ca Ativa
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 104
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 105
de cálcio é dissolvido na fase líquida liberando íons Ca++ e íons adicionais SO 24 até que
a saturação seja alcançada. Ao mesmo tempo, o C3A reage com os íons Ca++ e SO 24
presentes na fase líquida produzindo uma camada de cristais de etringita primária, que
aumentam de tamanho envolvendo totalmente o C3A [49]. A adição de dispersante dos
tipos SNF, SMF ou PA nos instantes iniciais faz com que suas moléculas se adsorvam
às superfícies das partículas de cimento, preferencialmente com o C3A, formando uma
camada difusa constituída de moléculas e íons da solução que recobre a partícula. Com
isso, ocorre o retardamento da dissolução dos íons K+, Na+, Ca++ e SO 24 na fase líquida
e, conseqüentemente, da reação com o C3A [64]. Deste modo, a concentração de Ca++
presente na fase líquida permanece baixa, diminuindo a velocidade de formação de
cristais de etringita primária [52].
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 106
5.5 Sumário
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Fatores que Influenciam o Empacotamento de Partículas Granulares Finas. 107
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Capítulo 6
Seleção e Caracterização dos Materiais
6.1 Introdução
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 109
grãos superiores a 100 Pm. A caracterização dos materiais é apresentada nos próximos
itens.
Fonte: Cimentos CPII E 32 e CPV ARI PLUS – Cimento Ciminas S.A.; Cimento CPIII 40 – Cimento
Votoram S.A.; Sílica Ativa – Silmix/Camargo Corrêa S.A.
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 110
6.2.3 pH
6.2.4.1 Cimentos
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 111
100 100
90 Cimento CPIII 40 90
Cimento CPV ARI PLUS
80 Cimento CPII E 32 80
Fração Acumulada (%)
70 70
60 60
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0.2 0.5 2 5 20 50
0.1 1 10 100
Diametro (Pm)
Figura 6.2: Distribuição granulométrica dos cimentos CPIII 40, CPIIE 32 e CPV ARI PLUS.
A Figura 6.3 mostra a forma das partículas do cimento CPIII 40. Esta figura foi
obtida do ensaio de microscopia eletrônica de varredura por elétrons retro espalhados,
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 112
Figura 6.3: Microscopia eletrônica de varredura por elétrons retro espalhados do cimento CP III 40
(1200X).
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 113
0.1 1 10 100
0.2 0.5 2 5 20 50
100 100
90 90
80 80
Fração Acumulada (%)
70 70
60 60
50 50
40 40
30 30
20 Sílica Ativa 20
10 10
0 0
0.2 0.5 2 5 20 50
0.1 1 10 100
Diametro (Pm)
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 114
6.2.6 Compacidade
6.3 Agregados
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 115
0.1 1 10 100
0.2 0.5 2 5 20 50
100 100
90 Sílica 325 90
80 80
Fração Acumulada (%)
70 70
60 60
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0.2 0.5 2 5 20 50
0.1 1 10 100
Diâmetro (Pm)
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 116
(a) Areia classe C1 (150 – 300 Pm) (b) Areia classe C2 (300 – 425 Pm)
200 Pm
Escala
Figura 6.7: Aspecto da areia de rio lavada e separada em classes (microscopia ótica)
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 117
A massa específica de cada classe de areia foi determinada por meio do frasco de
Chapman de acordo com os procedimentos estabelecidos pela NBR 9776 [84]. A massa
específica da sílica 325 foi determinada por meio do frasco de Le Chatelier de acordo
com os procedimentos estabelecidos pela NM23 [80]. A Tabela 6.4 apresenta os valores
da massa específica dos agregados.
6.4 Fibras
|-----------12 mm --------------|
(a) fibras metálicas (ótico) (b) microfibras de wollastonita (MEV)
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 118
6.5 Dispersantes
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 119
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 120
Uma proveta graduada tendo volume mínimo de 1 litro para receber a pasta de
cimento escoada;
Figura 6.9: Ensaio de eficiência e ponto de saturação entre cimento e dispersante. (a) misturador
industrial; (b) funil de Marsh; (c) proveta a ser preenchida com 1 litro da pasta.
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 121
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 122
220
TEMPO DA LEITURA
200
5 minutos
60 minutos
180
ponto de
Tempo de Fluxo (s) saturação
160 dispersante tipo B
(incompatível)
140
120
100
80
dispersante tipo A
(compatível)
60
Figura 6.10: Hipóteses do tempo de fluxo de pastas de cimento utilizando o funil de Marsh para dois
tipos de dispersantes (um compatível com o cimento e o outro não compatível).
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 123
inferior aqueles obtidos nas outras pastas. Verifica-se que o tempo de fluxo aos 5
minutos é maior que o tempo de fluxo observado após 30 e 60 minutos. Este
comportamento indica que as moléculas do dispersante PA necessitam de um tempo
superior a 5 minutos para serem adsorvidas por completo à superfície das partículas de
cimento. Observa-se também que para dosagens de PA entre 0,30% (ponto de
saturação) e 0,80% a fluidez da pasta é praticamente a mesma, ocorrendo um
decréscimo após esse valor. Este aumento no tempo de fluxo da pasta produzida com
dispersante PA, após a dosagem correspondendo ao ponto de saturação, também foi
observado no estudo apresentado por Roncero [52].
saturação = 0.8%
saturação= 0.8%
140 140 140 140
60 60 60 60
5 minutos 5 minutos
30 minutos 30 minutos
180 60 minutos 180 180 60 minutos 180
Tempo de Fluxo (s)
Tempo de Fluxo (s)
60 60 60 60
Figura 6.11: Ponto de saturação de diferentes tipos de dispersantes para o cimento CPII E 32: (a) SNF1;
(b) SNF2; (c) SNF3; (d) PA.
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 124
5 minutos 5 minutos
30 minutos 30 minutos
60 minutos 60 minutos
180 180 180 180
Tempo de Fluxo (s)
saturação = 0.3%
60 60 60 60
Figura 6.12: Ponto de saturação do dispersante PA para os cimentos: (a) CPIII 40; (b) CPV ARI PLUS.
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 125
2% 3% 4% 5% 0% 0.5% 1% 1.5% 2%
saturação = 4.0%
saturação = 0.8%
80 80 80 80
5 minutos
30 minutos
60 minutos
0 0 0 0
2% 3% 4% 5% 0% 0.5% 1% 1.5% 2%
Dispersante PA (%sol./massa sílica ativa) Dispersante PA (%sol./massa silica 325)
(a) (b)
Figura 6.13: Tempo de fluxo e ponto de saturação do dispersante PA para: (a) sílica ativa; (b) sílica
325.
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 126
0.4% 0.8% 1.2% 1.6% 2% 2.4% 0.4% 0.8% 1.2% 1.6% 2% 2.4%
40 40 40 40
0.4% 0.8% 1.2% 1.6% 2% 2.4% 0.4% 0.8% 1.2% 1.6% 2% 2.4%
Dispersante SNF2 (%sol./massa total) Dispersante SNF2 (%sol./massa total)
(a) (b)
Figura 6.14: Ponto de saturação da mistura binária de cimento CPII E 32 e sílica ativa com dispersante
SNF2: (a) 80% Cimento + 20% Sílica Ativa; (b) 60% Cimento + 40% Sílica Ativa.
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 127
0% 1% 2% 3% 0% 1% 2% 3%
saturação = 1.0%
50 50 50 50
0% 1% 2% 3% 0% 1% 2% 3%
Dispersante PA (%sol./massa total) Dispersante PA (%sol./massa total)
(a) (b)
Figura 6.15: Ponto de saturação para diferentes frações de mistura entre o cimento CP III 40 e a sílica
ativa utilizando o dispersante PA.
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 128
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 129
(a) estado seco (b) estado pendular (c) estado funicular (d) estado capilar
Figura 6.16: Fases do empacotamento: (a) estado de empacotamento seco; (b) estado de
empacotamento pendular; (c) estado de empacotamento funicular; (d) estado de
empacotamento capilar [91].
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 130
M H 2O
am (61)
Ms
C
Compacidade
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 131
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 133
onde:
me1 - massa específica do material 1 (g/cm³).
me2 - massa específica do material 2 (g/cm³).
M1 - massa do material 1 (g).
M2 - massa do material 2 (g).
M H 2o - massa de água ao atingir o ponto de saturação (g).
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 134
para
(a) estado pendular – estado úmido (b) estado capilar – demanda de água
para
(a) estado pendular – estado úmido (b) estado capilar – falsa demanda de água
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 135
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 136
resultados são mostrados na Figura 6.22. No total, 11 ensaios foram realizados para
cada mistura binária, variando-se a porcentagem em massa de cimento a cada 10%,).
Em cada ensaio de compacidade foi utilizado um teor de dispersante correspondendo à
saturação da mistura. Os valores experimentais são apresentados na Figura 6.22
juntamente com os valores teóricos obtidos utilizando-se o MECFOR.
0.7 0.7
C- Experimental
I- Teórico
0.6 0.6
Compacidade
C - Experimental
I - Teórico
0.4 0.4
(a) Cimento CPIII 40 – Sílica Ativa (b) Cimento CPIII 40 – Sílica 325
0.7
0.6
Compacidade
0.5
C - Experimental
I - Teórico
0.4
Os resultados obtidos para a mistura binária com cimento CPIII 40 e sílica ativa
(Figura 6.22a) mostram que a região de máxima compacidade ocorre para uma
porcentagem de cimento entre 85% e 92% da massa da mistura. O ponto de máxima
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 137
compacidade foi C 0,639 para o teor de 90% de cimento. Observa-se também a boa
concordância entre os resultados obtidos pelo MECFOR e os experimentais.
Para a mistura binária com cimento CPIII 40 e sílica 325 (Figura 6.22b) observa-
se que os valores da compacidade experimental ( C ) encontram-se no intervalo
compreendido entre 0,636 e 0,68. É importante salientar que os diâmetros médios
desses materiais são d cim 11,76Pm e d silica 325 18,22Pm , com relação
d silica 325 d cim 1,55 , o que caracteriza uma mistura com forte interação entre os grãos.
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 138
0 2 4 6 8 10 12 14
0.6 0.6
0.5 0.5
Compacidade
0.4 0.4
0.3 0.3
0.2 0.2
0 2 4 6 8 10 12 14
pH da pasta
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 139
mesa
vibratória
material material
compactado
4M s
C (64)
S Dc2 h U s
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 140
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 141
Figura 6.25: Procedimento do ensaio de compacidade para agregados com dimensões maiores que
100Pm.
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 142
parede e uma distância d 2 (Figura 6.26). O volume perturbado nesta região pode ser
determinado pela expressão:
ª§ d · § d · º
2
E 1 V E V
p p kwE [1 (1 k w )V p ]E (66)
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 143
volume perturbado
volume perturbado d/2
parede do cilindro
parede do cilindro
{
parede do cilindro
d
d/2
d/2
d/2
1 K
E C (67)
K
E
E
>
1 1 k w 1 V p @ (68)
CONAD está limitada a 600 Pm, esse efeito será muito pequeno no valor da
compacidade virtual ( E ).
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 144
Tabela 6.9: Compacidade dos agregados com dimensões superiores a 100 Pm.
Parâmetros Classe C1 Classe C2 Classe C3
Camada compactada – h (mm) 94,60 93,95 94,5
Compacidade real - C 0,590 0,597 0,588
Compacidade virtual - E 0,659 0,664 0,661
6.7 Sumário
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Seleção e Caracterização dos Materiais. 145
dispersante pode variar de acordo com a interação química e a área superficial das
partículas.
No estudo de compatibilidade entre os diferentes tipos de dispersantes e
cimentos, o melhor desempenho foi obtido pelo dispersante PA com o cimento CPIII
40. O uso combinado destes dois materiais apresentou maior eficiência na compacidade,
atingindo o valor de 0,636. Portanto, estes dois materiais serão usados na dosagem do
CONAD.
Os cimentos CPII E 32 e CPV ARI PLUS e os dispersantes do tipo SNF não
serão utilizados na produção do CONAD porque a eficiência destes materiais não é
satisfatória para o desempenho requerido.
Os valores de compacidade da sílica ativa variando o pH da fase líquida (Figura
6.23) foram apresentados apenas para mostrar que, além do uso de dispersantes, a
variação do pH também exerce influência no epacotamento dos grãos.
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Capítulo 7
Dosagem, Produção e Cura do CONAD
7.1 Introdução
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Dosagem, Produção e Cura do CONAD. 147
Exceto para misturas especiais que não são lançadas por gravidade, como é o
caso de concreto compactado a rolo, onde é necessário estipular um valor mínimo de
abatimento para que o concreto possa ser lançado com condições ideais sem
comprometer as propriedades requeridas no estado endurecido, o ensaio de abatimento
(slump test) é o mais comumente usado para avaliar as propriedades do concreto no
estado fresco. A Tabela 7.1 apresenta valores típicos de abatimento para diversas
famílias de concreto [6]. Cabe salientar que valores altos de abatimento implicam num
lançamento fácil, porém, o custo do concreto pode se tornar mais caro para determinada
resistência especificada com esta propriedade.
Tabela 7.1: Intervalo de abatimento e tensão de cisalhamento requeridos para cada tipo de concreto [6].
Famílias de concreto Abatimento (mm) Tensão de cisalhamento (Pa)
Concreto de resistência normal 80 - 150 800 – 1500
Concreto de alto desempenho 180 - 250 300 – 1200
Concreto auto adensável > 250 (espalhamento > 600 mm) 200 - 500
Concreto de altíssimo desempenho > 200 <200
Embora o ensaio de tensão de cisalhamento seja muito pouco usado para avaliar
as condições de lançamento e adensamento do concreto no estado fresco, ele é uma
ferramenta fundamental para ampliar o conhecimento desta propriedade [6]. Valores
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Dosagem, Produção e Cura do CONAD. 148
típicos de tensão de cisalhamento são apresentados na Tabela 7.1. Valores muito altos
de tensão de cisalhamento indicam falta de trabalhabilidade do concreto e valores muito
baixos podem induzir a probabilidade de segregação da mistura (principalmente se ela
for composta por agregados graúdos).
K x d K ** (69)
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Dosagem, Produção e Cura do CONAD. 149
Tabela 7.2: Ordens de grandeza de K** para diferentes concretos de acordo com o tipo de lançamento [6].
7.2.1.4 Ar aprisionado
7.2.1.5 Cura
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Dosagem, Produção e Cura do CONAD. 151
desde o seu lançamento até idade mais avançadas, sendo o período mais crítico de todos
o que ocorre normalmente entre 12 e 36 horas.
RETRAÇÃO
dessecação
plástica secagem
IDADE
Figura 7.1: Cura mais apropriada durante a reação de hidratação do cimento em CAD [94].
Projetistas que trabalham com CAD estão cientes das conseqüências provocadas
pela falta de uma cura prévia em água. Iniciar a cura em água após 24 horas é tarde
demais, porque nessa hora, já ocorreu boa parte das retrações plástica e autógena e,
conseqüentemente, os poros e a rede de tubos capilares encontram-se desconectados em
muitos pontos, com a microestrutura compacta. Neste caso, há uma possibilidade muito
pequena da água externa penetrar com eficiência no concreto.
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Tabela 7.3: Valores estimados do fator a/mc e resistência à compressão de diferentes classes de concreto
de acordo com [7], [11] e em algumas estruturas produzidas com CPR.
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Dosagem, Produção e Cura do CONAD. 153
vãos) onde a deformação do elemento estrutural torna-se mais significantes do que a sua
própria resistência à compressão. Para aumentar o valor do módulo de elasticidade, a
estratégia comumente usada é aumentar a resistência à compressão do concreto,
otimizando a mistura granular dos agregados ou até mesmo substituir os agregados
originais por agregados mais rígidos (metálicos) [4]. Outra estratégia, porém não muito
freqüente, é o uso de tratamento térmico durante a cura nas primeiras idades,
aumentando a resistência à compressão e à tração e o módulo de elasticidade [4].
7.2.2.4 Durabilidade
Uma estimativa da vida útil da estrutura poderá ser feita através de modelos
matemáticos, uma vez conhecido os resultados de ensaios como os citados
anteriormente, se forem analisados em conjunto com condições ambientais e
solicitações as quais o concreto será submetido [6]. A especificação da vida útil irá
corresponder, no entanto, a um conjunto de valores mínimos para que o desempenho e a
durabilidade do concreto não sejam comprometidos.
A durabilidade do concreto pode ser estimada de acordo com critérios de
dosagem e otimização da mistura granular. Para isso, devem ser estabelecidos um
consumo mínimo de cimento e adição de materiais suplementares (sílica ativa, sílica
agregado, metacaulinita) e ser especificado um limite máximo para a relação a / c .
Estes limites devem ser estabelecidos de acordo com as condições ambientais onde a
estrutura será exposta e ou em função da vida útil estimada para a estrutura.
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fw fa aad
água + ar+ dispersante
fibra de aço
microfibra de wollastonita
silica ativa
cimento
mf
1
Øs
Ø
silica 325
agregados (d>80Pm)
g
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Dosagem, Produção e Cura do CONAD. 164
Preparação do local onde será realizada a cura do concreto nas primeiras horas;
O tempo de adição dos líquidos e das fibras de aço durante a etapa de mistura do
CONAD foi monitorado e controlado através da potência requerida pelo misturador
planetário (Figura 7.6a) para processar a mistura. Este procedimento foi implementado
por Brandão [97] para produção do Ductal com o objetivo de padronizar o tempo
exato de adição dos líquidos e das fibras, garantindo assim que as propriedades no
estado fresco e endurecido sejam semelhantes para concretos produzidos com o mesmo
traço. A potência requerida pelo misturador é medida por um voltímetro digital
conectado a um computador (Figura 7.6b), cujos sinais foram processados por um
sistema de aquisição de dados e apresentados na forma gráfica. Este controle é
importante, pois é através dele que são monitorados os tempos das adições dos líquidos
e das fibras de aço à mistura, assim como o instante exato do seu término.
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As adições dos líquidos e das fibras de aço foram realizadas de acordo com o
gráfico apresentado na Figura 7.7, conforme a demanda de energia requerida pelo
misturador para processar a mistura.
adição da outra
metade da água
Adição do
material seco
término da mistura
Figura 7.7: Consumo de energia do misturador em função da adição dos componentes da mistura.
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nos líquidos. Nesta etapa, a água adicionada é suficiente para umedecer a superfície dos
grãos e as primeiras reações químicas com o cimento são iniciadas, conforme descrito
no subitem 5.4.4. Esta etapa é marcada pela formação dos primeiros aglomerados
(Figura 7.8b) e ao passar por este estágio, apresentará aspecto de “terra úmida". O pico
de umedecimento caracterizado pelo aumento no consumo de energia requerida pelo
misturador não foi observado na curva da Figura 7.7 (conforme o observado por
Brandão [97]). Porém, procurou-se associá-lo em função do aspecto da mistura, dado na
forma de “terra úmida” ( Figura 7.8c). A segunda parte da água foi então introduzida
(Figura 7.8d). Neste instante, observa-se o surgimento de aglomerados maiores.
Conforme estes aglomerados de partículas são quebrados, a água antes aprisionada
pelos aglomerados é liberada para a mistura, correspondendo ao aumento na demanda
de energia do misturador. A segunda parte do dispersante foi então introduzida (Figura
7.8e). Neste estágio de mistura, o concreto é visivelmente mais líquido e é importante
observar se o misturador não está jogando a mistura contra a parede ou fora do
contêiner, nem incorporando uma quantidade excessiva de ar na mistura. Neste estágio
da mistura o período de inatividade química (período de dormência (subitem 5.4.4)) já
foi alcançado, caracterizando o ponto de reversão da mistura. Logo após o ponto de
reversão ser atingido (Figura 7.8f), as fibras foram adicionadas continuamente à mistura
em movimento (Figura 7.8g). O misturador foi desligado logo após a curva atingir o
platô horizontal (Figura 7.7). Deve-se evitar prolongar a mistura além deste ponto para
não ocorrer aumento de temperatura da pasta (ou evaporação local) e não correr o risco
de acelerar a secagem da superfície ou a dessecação do concreto. Depois de desligado o
misturador, o concreto foi colocado em recipientes (Figura 7.8h) para ser transportado
até os diferentes equipamentos para sua caracterização no estado fresco e para ser
lançado nos moldes.
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Dosagem, Produção e Cura do CONAD. 167
(a) adição dos materiais secos (b) após adição: água mais metade do dispersante
(g) adição das fibras de aço (h) concreto sendo retirado do misturador
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Dosagem, Produção e Cura do CONAD. 168
Aparato de Ensaio
grade metálica
vista em planta
concreto
tampa
remóvivel
grade
seção
horizontal
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Dosagem, Produção e Cura do CONAD. 169
Posicionar o aparato sob uma base firme. Assegurar que a tampa lateral poderá
ser aberta e fechada com facilidade;
Umedecer a superfície interna do aparato e remover o excedente de água;
Preencher a seção vertical do aparato com concreto; deixar o concreto descansar
por 1 minuto;
Abrir a tampa lateral e deixar o concreto fluir livremente para a seção horizontal;
Medir o tempo que o concreto leva para fluir de uma seção a outra;
Medir as alturas H1 e H2 após o término do fluxo do concreto de uma seção a
outra;
Calcular a relação H2/H1 (que deverá ser superior a 0,8)
Executar o ensaio num período máximo de 5 minutos.
Execução do Ensaio
(a) concreto depositado no reservatório vertical (b) concreto logo após a abertura inferior
(c) concreto fluindo através da abertura inferior (d) nivelamento do concreto ao final do ensaio
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Dosagem, Produção e Cura do CONAD. 170
Interpretação do Resultado
Quando o concreto flui livremente sem dificuldades pela abertura inferior e sua
massa se autonivela na seção horizontal, tem-se que H2/H1=1. Quando o concreto não
apresenta mobilidade própria e não consegue escoar através da abertura inferior,
H2/H1=0. Dentro deste intervalo, o concreto para ser considerado auto adensável deverá
apresentar o valor H2/H1>0,8. Este parâmetro indica o grau de dificuldade que o
concreto tem de escoar quando lhe é imposto um obstáculo, que neste caso, são as
barras de aço.
O tempo médio de escoamento do concreto através da abertura inferior foi de 30
segundos e as alturas H1 e H2 foram iguais a 9 cm. Logo, H2/H1=1 satisfazendo a
condição de concreto auto-adensável.
Aparato de Ensaio
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Dosagem, Produção e Cura do CONAD. 171
Execução do Ensaio
Interpretação do Resultado
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Dosagem, Produção e Cura do CONAD. 172
Apenas, pode-se afirmar que o concreto apresentou ótima facilidade de ser lançado e
adensado como mostrado em outros ensaios realizados no estado fresco.
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Dosagem, Produção e Cura do CONAD. 173
7.8 Cura
A cura foi iniciada logo após todo o concreto ser lançado nos moldes. No
período entre o início e o fim da pega, os moldes permaneceram envolvidos por uma
manta que permaneceu constantemente molhada a fim de evitar a perda de umidade do
concreto para o ambiente. Após o desmolde dos corpos de prova, eles foram colocados
numa câmera úmida para serem curados em ambiente saturado conforme mostra a
Figura 7.15. Os corpos de prova foram mantidos na câmera úmida até a data de
realização dos ensaios mecânicos.
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Dosagem, Produção e Cura do CONAD. 174
7.9 Sumário
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Capítulo 8
Caracterização Fisico-Química do CONAD
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 176
película de teflon 8 8
10 10
37.5
35.5
38 38
10
115mm
115
71
75
20
10
35.5
2
37.5
20
0
45mm
37.5
38
porca
73
85mm
parafuso com
rosca
47.5
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 177
(b) monitoramento da retração através de relógios acoplados (c) monitoramento da retração após
nas extremidades dos corpos de prova. a amostra ser retirada da forma.
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 178
H medida
Lxi Li
(70)
G
Onde:
medida – deformação medida;
Li – leitura inicial do comprimento do corpo de prova de referência (mm);
Onde:
– deformação por retração autógena (μm/m);
0 – deformação por variação térmica (μm/m).
A perda relativa de massa referente à secagem da água livre foi determinada pela
seguinte expressão:
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 179
Wto Wti
Zi (73)
Wto
Onde:
Zi - é a perda de massa do elemento prismático no instante i ;
Wto - é a massa do concreto no instante t0 (instante em que os elementos prismáticos
foram retirados da forma e selados com fita alumínio);
Wti - é a massa do concreto no instante i .
10 30 50 70 90 110 130
15 20 25 35 40 45 55 60 65 75 80 85 95 100 105 115 120 125
30
29 29
28
27 27
Temperatura (°C)
26
25 25
24
23 23
22
21 21
20
19 19
18
5 10 15 25 30 35 45 50 55 65 70 75 85 90 95 105 110 115 125 130
0 20 40 60 80 100 120
Tempo (horas)
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 180
0 20 40 60 80 100
5 10 15 25 30 35 45 50 55 65 70 75 85 90 95
1000 1000
900 900
800 800
Retração autógena (Pm/m
700 700
600 600
500 500
400 400
300 300
Experimental
200 Média 200
100 100
0 0
5 10 15 25 30 35 45 50 55 65 70 75 85 90 95
0 20 40 60 80 100
Tempo (dias)
(a) Retração autógena do CONAD em escala real de tempo
1 10 100
0.8 2 4 6 8 20 40 60 80
1000 1000
900 900
800 800
Retração autógena (Pm/m
700 700
600 600
500 500
400 400
300 300
Experimental
200 Média 200
100 100
0 0
0.8 2 4 6 8 20 40 60 80
1 10 100
Tempo (dias)
(b) Retração autógena do CONAD em escala logarítmica de tempo.
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Caracterização Físico-Química do CONAD. 181
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Caracterização Físico-Química do CONAD. 182
0 40 80 120 160
10 20 30 50 60 70 90 100 110 130 140 150
300 300
Experimental
Média
250 250
Retração por secagem (Pm /m
200 200
150 150
100 100
50 50
0 0
10 20 30 50 60 70 90 100 110 130 140 150
0 40 80 120 160
Tempo (dias)
(b) retração por secagem do CONAD em escala real de tempo
1 10 100
0.6 0.8 2 4 6 8 20 40 60 80 200
300 300
Experimental
Média
250 250
Retração por secagem (Pm /m
200 200
150 150
100 100
50 50
0 0
0.6 0.8 2 4 6 8 20 40 60 80 200
1 10 100
Tempo (dias)
(b) Retração por secagem do CONAD em escala logarítmica de tempo
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Caracterização Físico-Química do CONAD. 183
0 40 80 120 160
10 20 30 50 60 70 90 100 110 130 140 150
Perda de massa durante retração por secagem (%
0.3% 0.3%
Experimental
0.25% Média 0.25%
0.2% 0.2%
0.15% 0.15%
0.1% 0.1%
0.05% 0.05%
0% 0%
10 20 30 50 60 70 90 100 110 130 140 150
0 40 80 120 160
Tempo (dias)
(a) perda de massa durante a retração por secagem em escala real de tempo.
1 10 100
0.6 0.8 2 4 6 8 20 40 60 80 200
Perda de massa durante retração por secagem (%
0.3% 0.3%
Experimental
0.25% Média 0.25%
0.2% 0.2%
0.15% 0.15%
0.1% 0.1%
0.05% 0.05%
0% 0%
0.6 0.8 2 4 6 8 20 40 60 80 200
1 10 100
Tempo (dias)
(b) perda de massa em escala logarítmica de tempo durante a retração por secagem
Figura 8.6: Evolução e perda de massa do CONAD com a idade durante retrações por secagem.
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Caracterização Físico-Química do CONAD. 184
0.3 0.3
experimental
0.25 0.25
0.2 0.2
0.15 0.15
0.1 0.1
0.05 0.05
0 0
Figura 8.7: Relação entre retração por secagem versus perda de massa.
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 185
1400 1400
1300 1300
1200 1200
1100 1100
1000 1000
Retração (Pm/m
900 900
800 800
700 700
600 600
500 500
400 400
300 retração autógena 300
retração por secagem
200 200
Média
100 100
0 0
1 10 100
0.6 0.8 2 4 6 8 20 40 60 80 200
1400 1400
1300 1300
1200 1200
1100 1100
1000 1000
Retração (Pm/m
900 900
800 800
700 700
600 600
500 500
400 400
300 retração autógena 300
retração por secagem
200 200
Média
100 100
0 0
0.6 0.8 2 4 6 8 20 40 60 80 200
1 10 100
T empo (dias)
(b) Retração total do CONAD em escala logarítmica de tempo.
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92,4% da retração ocorrida no concreto aos 90 dias de idade. Já para o CONAD, nas
idades de 3 dias, 10 dias, 28 dias e 60 dias, as respectivas retrações autógenas ocorridas
foram de 41%, 82%, 90% e 98% da retração final do concreto sofrida aos 90 dias de
idade. Nota-se que a evolução na retração autógena, tanto da pasta de cimento como a
do CONAD, apresenta evolução similar, com valores de retração maiores para a pasta
de cimento, com exceção da idade de 10 dias onde a evolução da retração autógena
ocorrida no CONAD foi superior a ocorrida na pasta de cimento.
0 40 80 120 160
10 20 30 50 60 70 90 100 110 130 140 150
Retração autógena da pasta de cimento (Pm/m
2000 2000
1800 1800
1600 1600
1400 1400
1200 1200
1000 1000
800 800
600 600
Experimental
400 Média 400
200 200
0 0
10 20 30 50 60 70 90 100 110 130 140 150
0 40 80 120 160
Tempo (dias)
(a) retração autógena da pasta composta apenas por cimento CPIII 40 [101]
2000 2000
1800 1800
1600 1600
Retração autógena (Pm/m
1400 1400
1200 1200
1000 1000
800 800
600 600
RA ConAD
400 RA ConAD (log) 400
RA PC
200 RA PC (log) 200
0 0
10 20 30 50 60 70 90 100 110 130 140 150
0 40 80 120 160
Tempo (dias)
Figura 8.9: Retração autógena do CONAD e da pasta composta apenas por cimento CPIII 40.
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 187
Figura 8.10: Máquina de ensaio servo-controlada Shimadzu com capacidade de 1000 kN.
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Figura 8.11: Preparação dos corpos de prova para o ensaio de resistência à compressão.
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 189
eixo alinhado com o centro de aplicação de carga. Por último, foi aplicado carregamento
sobre o corpo de prova até que sua ruptura fosse atingida.
A forma da ruptura dos corpos de prova aos 180 dias é mostrada na Figura 8.13.
Figura 8.13: Forma de ruptura dos corpos de prova aos 180 dias.
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 190
Resistência à Compressão
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 191
curvas tiveram comportamento similar aos 28 dias, com deformação de pico da ordem
de 4‰, porém o comportamento pós-pico foi medido e deformações da ordem de 6‰
foram observadas no ramo descendente do diagrama tensão-deformação. Além disso,
foi observado que para a deformação da ordem de 6‰, os corpos de prova ainda
suportaram carregamento da ordem de 80% do valor da carga máxima.
200 200
160 160
Tensão (MPa)
Tensão (MPa)
120 120
80 80
40 40
0 0
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
Deformação (°/oo) Deformação (°/oo)
200 200
160 160
Tensão (MPa)
Tensão (MPa)
120 120
80 80
40 40
0 0
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
Deformação (°/oo) Deformação (°/oo)
(c) 28 dias (d) 180 dias
Figura 8.14: Diagrama tensão de compressão versus deformação em corpos de prova cilíndricos com
dimensão 50 x 100 mm.
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 192
Módulo de Elasticidade
Em
V c 2 V c1
(74)
H a 2 H a1
Vc2 .
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200 200
R 2=0,989 R 2=0,953
180 180
160 160
fc teórico (MPa)
fc teórico (MPa)
140 140
120 120
60 80 100 120 140 160 180 200 60 80 100 120 140 160 180 200
f c experimental (MPa) f c experimental (MPa)
mostrando que a expressão utilizada para estimar Em não se adapta bem ao concreto
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60 60
55 180 dias 58 R 2=0,966
28 dias 56
50
54 180 dias
Em experimental (GPa)
45
Em experimental (GPa)
52
40 7 dias 50
48
35
46 28 dias
30 3 dias
44 7 dias
25
42
20 40
38
15
36
10 experimental
34
3 dias
5 experimental 32 Em=0.139fcm+26.216
0 30
5 15 25 35 45 55
0 10 20 30 40 50 60 60 80 100 120 140 160 180 200
Em teórico (GPa) fcm experimental (MPa)
(a) Correlação teórico experimental para Em (b) Comparação teórico experimental Em x fcm
60 60
58 58
56 56
54 54
E m experimental (GPa)
E m experimental (GPa)
52 52
50 50
48 48
46 46
44 44
42 42
40 40
38 38
36 36
34 34
32 experimental 32 experimental
30 30
20 60 100 140 180 2 5 20 50 200 500
0 40 80 120 160 200 1 10 100 1000
Idade (dias) Idade (dias)
Figura 8.16: Módulo de elasticidade: (a) comparativo teórico experimental; (a) comparativo com a
resistência à compressão; (c) evolução em função da idade; (c) evolução em função da
idade em escala logarítica.
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 195
Tabela 8.2: Evolução do módulo de elasticidade para diferentes resistências de concreto [17].
Família de concreto fc (MPa) E (GPa)
CAR – 30 29 21,1
CAD – 50 53 31,0
CAD – 65 62 32,0
CAD – 75 69 33,7
CAD – 85 88 33,1
fcm (MPa) Em (GPa)
CONAD 162 47,7
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a a a
10cm 10cm 10cm
aplicação da
carga
aplicação da
prisma carga
placa
a
d=3a d=30cm
Figura 8.17: Esquema de aplicação da carga nos ensaio de resistência à tração na flexão em elementos:
(a) prismáticos; (b) em forma de placas.
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 198
Figura 8.18: Seção transversal dos elementos prismáticos (efeito escala): (a) seção 100mm x 100mm;
(b) seção 75mm x 75mm; (c) seção 40mm x 40mm; (d) seção 25mm x 25mm; (e) seção
12mm x 12mm.
Nos prismas com dimensão 100 x 100 x 400 mm a deflexão no meio do vão foi
medida com auxílio de um transdutor de deslocamento tipo LVDT, acoplado a um
dispositivo tipo Yoke, posicionado a meia altura de uma das laterais (Figura 8.19a). Nos
prismas com dimensão 75 x 75 x 280 mm, 40 x 40 x 260 mm e
25 x 25 x 140 mm, a deflexão no meio do vão foi medida com o LVDT acoplado ao
dispositivo posicionado no bordo superior (Figura 8.19b-c e Figura 8.20a). Nos prismas
com dimensão 12 x 12 x 100 mm, a deflexão no meio do vão foi medida com o LVDT
acoplado ao dispositivo posicionado no bordo inferior (Figura 8.20b).
A Figura 8.19 e a Figura 8.20 mostram elementos prismáticos submetidos à
flexão e a respectiva forma de ruptura após o término dos ensaios. A ruptura à flexão
dos elementos prismáticos ocorreu com abertura de múltiplas microfissuras na região da
face tracionada (na face inferior entre os pontos de aplicação da carga), seguida pela
abertura de uma fissura principal cuja intensidade depende da deflexão ao qual o
elemento está submetido (mais detalhes da microfissuração são mostrados na
Figura 8.21).
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 199
Figura 8.19: Ruptura típica dos elementos prismáticos de seção 100x100 mm, 75x75 mm e 40x40mm
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Figura 8.20: Ruptura típica dos elementos prismáticos de seção 25 mm x 25 mm e 12 mm x12 mm.
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(a) distribuição das fissuras na face inferior de prismas com seção 100 mm x100 mm
Figura 8.21: Distribuição típica das fissuras após a ruptura dos prismas.
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 202
A Figura 8.22 mostra a deflexão típica das duas séries de placas durante o ensaio
à flexão e a forma de ruptura dos elementos rompidos. A ruptura das placas ocorreu
com múltipla fissuração na face tracionada entre os pontos de carga aplicada. A ruptura
ocorreu com abertura de uma fissura principal nas placas com 20 mm de espessura e em
apenas uma das placas de espessura 12 mm. Nas outras duas placas com espessura de
12 mm houve a formação de duas fissuras principais localizadas nas proximidades da
seção onde o carregamento foi aplicado. O mecanismo de ruptura dos elementos
caracterizou um comportamento com grande curvatura e grande deformação.
(c) forma de ruptura das placas com 20 mm (d) forma de ruptura das placas com 12 mm
Figura 8.22: Ensaio à flexão dos elementos de placas com a respectiva forma de ruptura.
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 203
(a) distribuição típica das fissuras na face inferior das placas com seção 100 mm x 20 mm
(b) distribuição típica das fissuras na face inferior das placas com seção 100 mm x 12 mm
Figura 8.23: Distribuição típica das fissuras em elementos de placa após sua ruptura.
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 204
Elementos Prismáticos
As curvas médias carga aplicada versus deflexão na seção média das cinco séries
de elementos prismáticos são mostrada na Figura 8.24. Em seu cálculo adotou-se o
seguinte procedimento: foram definidos os intervalos de deflexão; para cada valor
definido de deflexão, foram obtidos os respectivos valores de carga, por meio de uma
interpolação (média móvel) das curvas experimentais de cada série (as curvas
experimentais são mostradas no Anexo A); com os valores de carga, calculou-se a
média da série.
80
Elementos prismáticos
Seção 12x12mm
Seção 25x25mm
60 Seção 40x40mm
Seção 75x75mm
Seção 100x100mm
Carga (kN)
40
20
0 1 2 3 4
Deflexão no meio do vão (mm)
Figura 8.24: Curvas carga versus deflexão na seção média dos elementos prismáticos.
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 205
Carga
Elástico Fissurado
C
Pu
A- aplicação da carga
B B- carga crítica de 1° fissura
Pcr C- máxima carga aplicada
abertura de uma ou
múltiplas fissuras
D- carga no final do ensaio
mais fissuras
formação de
principais
D
elástico
A
Gcr Gu
Deflexão
Figura 8.25: Definição das cargas de primeira fissura (Pcr) e máxima (Pu).
6M
V (75)
bh 2
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50
40
Tensão (MPa)
30
20
Elementos Prismáticos
Seção 12x12mm
10 Seção 25x25mm
Seção 40x40mm
Seção 75x75mm
Seção 100x100mm
0
50
Elementos Prismáticos
Seção 12x12mm
Seção 25x25mm
40
Seção 40x40mm
Seção 75x75mm
Seção 100x100mm
Tensão (MPa)
30
20
10
0 1 2 3 4
Deflexão no meio do vão (mm)
(b) Curvas tensão de tração versus deflexão nos elementos prismáticos até a deflexão de 4 mm
Figura 8.26: Curvas tensão de tração na flexão versus deflexão em prismas na seção média.
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 207
Elementos de Placa
As curvas médias de carga aplicada versus deflexão na seção média das duas
séries de elementos de placa, aos 28 dias de idade, são mostradas na Figura 8.27. As
curvas experimentais que serviram de base para o cálculo da curva media de cada série
são apresentadas no Anexo A. As tensões de tração equivalentes a primeira fissura e a
nominal foram determinadas de modo similar à dos prismas através da expressão (75) e
são apresentadas na Figura 8.28.
0 2 4 6 8 10 12 14
5 5
Elementos de Placa
Seção 100x12mm
Seção 100x20mm
4 4
Carga (kN)
3 3
2 2
1 1
0 0
0 2 4 6 8 10 12 14
Deflexão no meio do vão (mm)
Figura 8.27: Diagrama carga versus deflexão na seção média das placas.
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0 2 4 6 8 10 12 14
40 40
30 30
Tensão (MPa)
20 20
10 10
Seção 100x12mm
Seção 100x20mm
0 0
0 2 4 6 8 10 12 14
Deflexão no meio do vão (mm)
Figura 8.28: Diagrama tensão de tração na flexão versus deflexão na seção média das placas.
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 209
Elementos Prismáticos
Cabe lembrar que a curva carga versus deflexão obtida a partir do ensaio de
flexão depende de vários fatores como: tamanho do elemento; configuração da carga
(ensaio de três pontos ou de quatro pontos); tipo de controle (carga; deflexão no ponto
de carga; deslocamento do travessão etc.); taxa de carregamento; e instrumentação para
medida das deflexões [116]. Mesmo a direção no qual o elemento é fletido durante o
ensaio, em relação à distribuição e alinhamento das fibras, afeta significativamente os
resultados do comportamento carga-deflexão. Se a direção no qual o elemento é fletido
for perpendicular à direção no qual as fibras estão alinhadas, os elementos podem exibir
redução na resistência à flexão e na tenacidade, quando comparados aos elementos cuja
alinhamento das fibras é paralelo a direção no qual o elemento é fletido.
As curvas carga versus deflexão mostraram claramente a ductilidade do
CONAD sob flexão, indicando também que as primeiras fissuras são formadas a uma
deflexão entre 0,022 mm e 0,077 mm ao passo que a deflexão correspondendo à
máxima tensão pós-fissuração ficou entre 0,21 mm e 0,52 mm, representando um
acréscimo de cerca de 10 vezes. Estes valores de deflexão (pós-fissuração) foram
obtidos devido à múltipla fissuração da face tracionada dos elementos, contendo aço
como reforço fibroso, na região de máximo momento fletor. Observa-se que para
deflexões de até 1 mm, as tensões de pós-fissuração são superiores que as tensões de
primeira fissura.
Analisando os resultados experimentais obtidos para os elementos prismáticos,
observa-se que, as curvas carga-deflexão apresentaram comportamento linear até o
surgimento da primeira fissura na matriz (intervalo AB na Figura 8.25). A partir deste
ponto, iniciou-se uma não linearidade que está associada ao surgimento e a propagação
de múltiplas fissuras e também ao início do processo de deslizamento entre as fibras e a
matriz. O deslizamento interfacial propagou-se estavelmente até que a carga aplicada
atingisse seu valor máximo (intervalo BC na Figura 8.25). Em seguida, ocorreu o
desenvolvimento de fissuras principais cujo mecanismo de abertura é afetado
diretamente pela sua tortuosidade, localização e pelo modo como as fibras estão
dispostas e ancoradas na matriz (intervalo CD na Figura 8.25). Neste estágio, ocorreu
um amolecimento (“strain-softening”) da curva carga-deflexão, significando que, o
deslizamento se desenvolveu mesmo com o decréscimo da carga.
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Elementos de Placa
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 211
P cr primeira fissura
P,I5 P,I10
P,I20
P,I30
Carga
Os índices de tenacidade (I5, I10, I20, I30) e os respectivos desvios padrões são
apresentados na Tabela 8.6. Na Tabela 8.7 são apresentadas relações entre as
respectivas cargas dos índices divididas pela carga de primeira fissura.
Tabela 8.6: Índices de definição de tenacidade de acordo com a ASTM C 1018 [117].
Elementos Pcr Gcr I5 I10 I20 I30
prismáticos (kN) (mm) Med. DP Med. DP Med. DP Med. DP
100 x 100 x 400 mm 60,7 0,077 4,25 0,19 10,2 0,5 22,5 0,8 33,8 1,6
75 x 75 x 280 mm 39,4 0,064 4,34 0,37 10,6 1,1 24,3 3,6 37,3 7,4
40 x 40 x 260 mm 14,0 0,044 4,87 0,69 11,6 1,2 25,0 2,7 37,0 4,1
25 x 25 x 140 mm 4,9 0,023 4,71 0,41 11,3 0,9 25,0 1,1 38,7 3,0
12 x 12 x 100 mm 1,9 0,022 4,25 0,24 10,1 0,5 22,6 1,6 35,1 2,9
Média 4,48 0,29 10,8 0,7 23,9 1,2 36,4 1,9
Elementos de placa
100 x 20 x 400 mm 2,5 0,47 4,73 0,79 13,5 3,1 29,5 6,5 45,5 10,9
100 x 12 x 400 mm 0,8 0,58 4,83 0,37 12,6 0,6 30,2 0,7 48,2 2,0
Média 4,78 0,08 13,0 0,8 29,9 0,5 46,8 1,9
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Tabela 8.7: Relação entre carga do índice de tenacidade (P*I) e de primeira fissura (Pcr).
Pcr P*5=PI5/Pcr P*10=PI10/Pcr P*20=PI20/Pcr P*30=PI30/Pcr
Elemento prismático
(kN) Med. DP Med. DP Med. DP Med. DP
100 x 100 x 400 mm 60,7 1,15 0,06 1,25 0,02 1,18 0,05 1,07 0,07
75 x 75 x 280 mm 39,4 1,16 0,04 1,32 0,08 1,32 0,25 1,20 0,33
40 x 40 x 260 mm 14,0 1,26 0,06 1,30 0,10 1,21 0,19 1,10 0,22
25 x 25 x 140 mm 4,9 1,25 0,15 1,33 0,11 1,35 0,18 1,33 0,26
12 x 12 x 100 mm 1,9 1,10 0,01 1,20 0,03 1,24 0,12 1,22 0,13
Média prismas 1,19 0,07 1,28 0,06 1,26 0,07 1,17 0,09
Elementos de placa
100 x 20 x 400 mm 2,5 1,42 0,15 1,70 0,18 1,84 0,35 1,45 0,28
100 x 12 x 400 mm 0,8 1,43 0,04 1,70 0,09 1,95 0,22 1,77 0,51
Média placas 1 1,42 0,00 1,70 0,01 1,90 0,05 1,60 0,18
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V F /be (76)
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pós-pico ( V u ) de 9,89 MPa. Nas placas sem entalhes, esta tensão correspondeu
respectivamente a 10,21 MPa e 11,10 MPa (valor apenas das placas que tiveram
aumento da tensão no pós-pico). O valor teórico estimado pelo modelo é de 8,25 MPa.
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14
12
10
B
Tensão (MPa)
8
C
D
6
4
Curva típica
2
A
0
14
12 B
10
C
Tensão (MPa)
D
8
2 Curva típica
A
0
Figura 8.33: Diagrama tensão de tração versus alongamento em placas (ensaio de tração direta).
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 220
linear das tensões, como no regime elástico, dado por V N 6M bh 2 . Pode-se ainda,
lembrar que o que está se buscando é o valor da tensão nominal V N , apenas para efeito
de comparação. Curvas típicas de tensão nominal versus deflexão no meio do vão dos
três elementos prismáticos são mostradas na Figura 8.34. Analisando a Figura 8.34 pode
ser observado: que a tensão nominal última ( V N )u aumenta com o decréscimo da altura
da viga; e que as curvas são diferentes, partindo de uma ruptura com comportamento
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mais dúctil (caso de uma viga de pequena altura) para uma ruptura com comportamento
menos dúctil (caso de uma viga alta).
O efeito escala ou fator de correção em elementos prismáticos foi determinado a
partir do ensaio de cinco séries de elementos (Tabela 8.3), todas elas com a relação
vão/altura igual a 3 e mesma taxa de carregamento, aplicados em quatro pontos de
carga.
h 1 pequeno
h2
médio
b2 pequeno
l2
médio
grande
h3
grande
Deflexão
b3
l3
Figura 8.34: Efeito escala em três elementos geometricamente similares submetidos a flexão.
D ¨¨ ¸¸
© h0 ¹
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Equação CEB-FIP
Experimental
4 Média
Efeito Escala ( V(cr)/V (t))
0 2 4 6 8 10 12
altura dos elementos prismáticos (cm)
Analisando a Figura 8.35, observa-se que o fator de correção do efeito escala dos
elementos na flexão varia de 1,78 (prismas 100 x 100 x 400 mm) a 3,86 vezes (prismas
12 x 12 x 100 mm) o valor da tensão de primeira fissura ( V cr ) correspondente ao ensaio
à tração direta.
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1.6
Efeito escala (V (u)/ V(cr))
1.2
0.8
Experimental
0.4
Média
V(u)/V(cr) = -0,0106h + 1,434
0 2 4 6 8 10 12
Altura (h) dos elementos prismáticos (cm)
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A Figura 8.37 apresenta curvas médias de resistência à tração na flexão das duas
séries de placas e dos prismas com dimensão 100 x 100 x 400 mm. Observa-se que o
prisma, por ter maior altura ( h ), apresenta menor valor da máxima tensão nominal ( V u )
do que as placas. As deflexões correspondentes à carga de pico foram 0,43 mm
(prisma), 4,5 mm (placa de 20 mm) e 7,87 mm (placa de 12 mm). Analisando as curvas
experimentais, observa-se que, as placas, apresentaram comportamento com grande
ductilidade na ruptura e que, o prisma, apresentou comportamento com baixa
ductilidade (não muito distante do comportamento com ruptura frágil). Nas placas, à
medida que a espessura do elemento diminui, ocorre um direcionamento das fibras no
plano de moldagem muito maior (alinhamento das fibras em duas direções – 2D).
Assim, o volume de fibras na direção no qual o elemento será fletido aumenta,
melhorando o comportamento pós-fissuração do material. Este efeito está de acordo
com o comportamento mostrado pela Figura 8.34.
0 2 4 6 8 10 12 14
40 40
30 30
Tensão (MPa)
20 20
10 10
Seção 100 x 12 mm
Seção 100 x 20 mm
Seção 100 x 100 mm
0 0
0 2 4 6 8 10 12 14
Deflexão no meio do vão (mm)
Figura 8.37: Comparativo de curvas de tensão de tração na flexão entre placas e prismas.
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45 45
38.7
Seção 100x100mm
37.3
40 Seção 75x75mm 40
37
35.1
33.8
Seção 40x40mm
35 35
Seção 25x25mm
Índice de Tenacidade
Seção 12x12mm
30 30
24.3
25
25
22.6
22.5
25 25
20 20
15 15
11.6
11.3
10.6
10.2
10.1
10 10
4.87
4.71
4.25
4.34
4.25
5 5
0 0
I5 I10 I20 I30
50 48.2 50
Placa 100x20x400mm 45.5
45 45
Placa 100x12x400mm
40 40
Índice de Tenacidade
35 35
30 29.5 30.2 30
25 25
20 20
15 13.5 15
12.4
10 10
5 4.73 4.83 5
0 0
I5 I10 I20 I30
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absorção por imersão ( Abs (imersão) ), a massa específica da amostra seca ( m sec a ), a
massa específica da amostra saturada ( msaturada ) e a massa específica real ( mreal ), de
acordo com as expressões:
§ Mc Ma ·
Iv ¨¨ ¸¸ u 100 (78)
M
© c M b ¹
Mc Ma
Abs (imersão) (79)
Ma
Ma
m sec a (80)
Mc Mb
Mc
msaturada (81)
Mc Mb
Ma
mreal (82)
Ma Mb
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 228
Figura 8.39: Corpos de prova imersos em água – ensaio de absorção por imersão.
Este ensaio foi realizado de acordo com a metodologia apresentada por Khan et
al ([123] e [124]), seguindo a configuração mostrada na Figura 8.40. Antes do ensaio,
os corpos de prova foram secos em estufa por um período de 36 horas, em seguida
resfriados a temperatura ambiente e imersos 5 mm em uma lamina de água. Para
garantir a ascensão capilar uniaxial, todos os corpos de prova foram selados
lateralmente no bordo inferior até sua metade com fita adesiva impermeável. A outra
metade do corpo de prova foi coberta com um filme plástico para que não houvesse
ganho de massa por umidade ambiente. A quantidade de água absorvida foi medida em
intervalos de tempo pré-determinados e encerrada após 36 dias de leitura. A expressão
utilizada para o cálculo da absorção capilar é dada por:
i
S (83)
t
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0 10 20 30
2 4 6 8 12 14 16 18 22 24 26 28
0.08 0.08
valor médio
0.07 experimental 0.07
0.06 0.06
Absorção (g/cm²)
0.05 0.05
0.04 0.04
0.03 0.03
0.02 0.02
0.01 0.01
0 0
2 4 6 8 12 14 16 18 22 24 26 28
0 10 20 30
Tempo (h 0,5)
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0 5 10 15 20 25
1 2 3 4 6 7 8 9 11 12 13 14 16 17 18 19 21 22 23 24
1.2 1.2
1.1 Concreto C30
Concreto C50
1
Concreto C75
0.9 Concreto C85
ConAD
Absorção (g/cm²)
0.8 0.8
0.7
0.6
0.5
0.4 0.4
0.3
0.2
0.1
0 0
2 4 6 8 12 14 16 18 22 24 26 28
0 10 20 30
Tempo (h0,5)
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4.04 P2 RL u 1016
k
A P12 P22 (84)
(a) (b)
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Antes de cada ensaio, os corpos de prova foram secos em estufa por um período
mínimo de 36 horas à temperatura de 102 ± 5°C para que toda a água em seu interior
fosse eliminada, não obstruindo assim a passagem do gás. Depois de retirados da estufa,
foram colocados num desumidificador até que sua temperatura entrasse em equilíbrio
com a ambiente (21°C). A cada ensaio, o corpo de prova foi envolvido lateralmente pela
borracha de silicone e posicionado dentro do cilindro, que foi devidamente fechado.
Aplicaram-se então diferentes valores de pressão e, para cada valor aplicado, foi medido
o tempo que um volume padrão de gás demorou a fluir através do corpo de prova.
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 233
Onde:
Q carga total passante, em Coulomb;
I0 corrente imediatamente após a aplicação da diferença de potencial, em Ampères;
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 234
Tabela 8.11: Ingresso de íons cloreto baseado na carga passante (ASTM C 1202 [127]).
Carga Passante (Coulomb) Penetração de Íons Cloretos
> 4000 Alta
2000 a 4000 Moderada
1000 a 2000 Baixa
100 a 1000 Muito baixa
< 100 desprezível
10000 10000
valor médio
9000 9000
Q = 15540 a/c - 2960
Carga passante Q (Coulomb)
8000 8000
R 2=0.999
7000 7000
6000 6000
5000 5000
4000 4000
3000 3000
2000 2000
1000 1000
0 0
0.05 0.1 0.15 0.25 0.3 0.35 0.45 0.5 0.55 0.65 0.7 0.75
0 0.2 0.4 0.6 0.8
Relação água/cimento
Figura 8.45: Efeito da relação água/cimento sobre a carga total passante [128].
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Caracterização Físico-Química do CONAD. 235
8.4 Sumário
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Capítulo 9
Conclusões, Sumário dos Resultados e
Propostas para Trabalhos Futuros
9.1 Conclusões
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Conclusões, Sumário dos Resultados e Propostas Para Trabalhos Futuros. 238
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Conclusões, Sumário dos Resultados e Propostas Para Trabalhos Futuros. 239
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Conclusões, Sumário dos Resultados e Propostas Para Trabalhos Futuros. 240
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Conclusões, Sumário dos Resultados e Propostas Para Trabalhos Futuros. 241
9.2.2.7 Durabilidade
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Conclusões, Sumário dos Resultados e Propostas Para Trabalhos Futuros. 242
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Referências Bibliográficas
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho - D.Sc. Tese - COPPE/UFRJ
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[111] AMERICAN SOCIENTY FOR TESTING AND MATERIALS, ASTM C 947.
Standard Test Method for Flexural Properties of Thin-Section Glass-Fiber-
Reinforced Concrete (Using Simple Beam With Third-Point Loading). 2001.
Dosagem Científica e Caracterização Mecânica de Concretos de Altíssimo Desempenho -. Tese D.Sc - COPPE/UFRJ
Referências Bibliográficas. 253
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Referências Bibliográficas. 254
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Anexo A
Curvas Experimentais de Carga Versus Deflexão em Elementos Prismáticos
Submetidos ao Ensaio de Flexão com Quatro Pontos de Carga
80
Prism as 100x100x400mm
Curva Media
60
Elemento 1
Carga na flexão (kN)
Elemento 2
Elemento 3
40
20
0 1 2 3 4 5 6
Deflexão no meio do vão (mm)
Figura A.1: Curvas Carga versus deflexão na seção média dos prismas de seção 100 x 100 mm
80
Prismas 75 x 75 x 280 mm
Curva Media
60
Elemento 1
Carga na flexão (kN)
Elemento 2
Elemento 3
Elemento 4
40 Elemento 5
Elemento 6
20
0 1 2 3 4 5
Deflexão no meio do vão (mm)
Figura A.2: Curvas Carga versus deflexão na seção média dos prismas de seção 75 x 75 mm
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Anexo A. 256
25
Prismas 40 x 40 x 200 mm
20 Curva Media
Elemento 1
Carga na flexão (kN)
Elemento 2
15 Elemento 3
Elemento 4
10
0 1 2 3 4 5
Deflexão no meio do vão (mm)
Figura A.3: Curvas Carga versus deflexão na seção média dos prismas de seção 40 x 40 mm
10
Prismas 25 x 25 x 140 mm
8 Curva Media
Elemento 1
Carga na flexão (kN)
Elemento 2
6 Elemento 3
Elemento 4
Elemento 5
Elemento 6
4
0 1 2 3 4 5
Deflexão no meio do vão (mm)
Figura A.4: Curvas Carga versus deflexão na seção média dos prismas de seção 25 x 25 mm
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Anexo A. 257
Prismas 12 x 12 x 100 mm
Curva M edia
Elemento 1
Carga na flexão (kN)
2 Elemento 2
Elemento 3
Elemento 4
Elemento 5
0 1 2 3 4 5
Deflexão no meio do vão (mm)
Figura A.5: Curvas Carga versus deflexão na seção média dos prismas de seção 12 x 12 mm
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Anexo A. 258
8
Placas 100x20x400
média
placa 1
6 placa 2
placa 3
Carga (kN)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deflexão no meio do vão (mm)
Figura A.6: Curvas Carga versus deflexão no meio do vão das placas com espessura de 20 mm
1.6
Carga (kN)
1.2
0.8
Placas 100x12x400
média
0.4 placa 1
placa 2
placa 3
0
0 4 8 12 16 20
Deflexão no meio do vão (mm)
Figura A.7: Curvas Carga versus deflexão no meio do vão das placas com espessura de 12 mm
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Anexo A. 259
14
12
Tensão na tração direta (MPa)
placa 2
10
8 placa 3
placa 4
4
Placa 2
Placa 3
2
Placa 4
Figura A.8: Curvas Carga versus deformação na tração direta das placas com entalhes (espessura 20 mm)
14
placa 7 placa 3
12
Tensão na tração direta (MPa)
10
6 placa 2 placa 4
placa 6 Placa 2
4 Placa 3
Placa 4
Placa 6
2 Placa 7
Figura A.9: Curvas Carga versus deformação na tração direta das placas sem entalhes (espessura 12 mm)
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