comportamentais
dos profissionais
de sucesso
PA U L O D E V I L H E N A
5 Introdução
110 Conclusão
Oakmark - Business Excelerators INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
N
a abertura deste livro invoco Jim Rohn, um homem que
considero uma das referências da minha vida. Na sua
metáfora das estações do ano, este pensador afirma que a
vida, como as estações do ano, funciona em ciclos. Isto é, após o inverno
podemos sempre contar com a primavera e a esta sucede o verão, a que
se segue o outono. E de novo virá o inverno, necessariamente e de uma
forma definida que somos incapazes de alterar.
Ainda que as ideias deste livro sejam princípios milenares e por isso
actuais independentemente da altura em que for lido, no momento em
que escrevo, do ponto de vista económico e, por consequência, também
de uma perspetiva financeira, estamos a viver um inverno imenso. Inver-
no financeiro este que se está a refletir na qualidade de vida das famílias.
Esta é uma experiência que seguramente se traduz numa enorme angús-
tia para muitos de nós, que ficamos sem saber o que fazer. Porém a an-
siedade, o medo, a preocupação e outras emoções desta índole em nada
nos ajudam. Pelo contrário, impedem-nos de executar adequadamente a
nossa tarefa de inverno. Se atendermos aos ensinamentos milenares da
natureza, o trabalho do inverno é um momento em que o rigor do estado
do tempo e as noites longas e escuras exigem o recolhimento. Na vida
5
INTRODUÇÃO As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
6
Oakmark - Business Excelerators INTRODUÇÃO
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INTRODUÇÃO As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators INTRODUÇÃO
9
AS SEIS CHAVES DO SUCEESSO As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
AS SEIS CHAVES
DO SUCESSO
A
s seis chaves do sucesso são, antes de mais, o resultado de
uma reflexão pessoal sobre a vida. Inicío assim com a nar-
rativa de como cheguei a este ponto na minha vida pessoal.
Por volta dos 30 anos, eu podia considerar-me uma pessoa muito
bem sucedida para a minha idade, segundo os padrões sociais dominan-
tes. Trabalhava em gestão de fortunas, no Luxemburgo, uma reputadís-
sima praça financeira e privava com indivíduos de excelência – clientes
multimilionários. Neste contexto usufruía, evidentemente, de um ótimo
salário e tinha um carro fantástico. Contudo, apesar desta realidade in-
vejável para os que me rodeavam, eu não me sentia absolutamente feliz
com a minha vida. Sentia que não estava a viver plenamente a minha
existência. E, intuitivamente, sentia que estava a passar ao lado dos meus
sonhos. Neste contexto de alguma incomodidade interior, fruto já de
alguma maturidade de vida, que não teria aos 20 e poucos anos quando
iniciei a minha vida profissional, comecei a questionar-me porque é que
existiam pessoas bem sucedidas e outras que, por mais que sonhem, não
conseguem alcançar os mesmos objetivos. Todos nós temos a noção de
que enquanto há pessoas que parecem alcançar tudo aquilo a que se
propõem na vida, outros parece que nunca conseguem ter sucesso ou,
10
Oakmark - Business Excelerators AS SEIS CHAVES DO SUCEESSO
11
AS SEIS CHAVES DO SUCEESSO As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
12
1UMA VIDA
ACIMA DA LINHA
1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
A
primeira chave do sucesso traduz-se em assumirmos a respon-
sabilidade de viver uma vida acima da linha.
Há, em minha opinião uma linha da vida. Aquilo que po-
demos ter para nós próprios como a nossa linha da vida.
desculpas
14
Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
O FOCO NA
SOLUÇÃO / DESCULPAS
OU JUSTIFICAÇÕES
A
nteriormente foi afirmado que, quando colocamos uma ques-
tão essencial ao nosso cérebro este não pára enquanto não
encontra uma resposta. Trata-se de um sistema fabuloso, que
se foca naquilo que constitui para nós a verdade. Assim sendo, o mesmo
fenómeno, agora negativo, ocorre quando se trata de se concentrar numa
desculpa. De cada vez que o nosso cérebro é capaz de encontrar uma ex-
plicação para qualquer resultado que não apareceu na nossa vida, embora
o quiséssemos (tratando-se de um sonho ou um desejo), estamos a viver
a vida abaixo da linha. A partir do momento em que encontramos e
acolhemos uma explicação para o que não alcançámos, escolhemos viver
muito abaixo das nossas possibilidades. Ora, isto acontece mesmo para
aquilo que nós nem sequer nos propomos a atingir.
Para visualizarmos como este tipo de argumento é comum nos
nossos quotidianos, em nós ou nos que connosco privam, pensemos no
exemplo do dinheiro. E isto, sobretudo, por ser um objetivo fácil de con-
tabilizar. Muitos de nós afirmam que não precisam de ter um milhão
na conta (“ Para quê?”; “Isso não é importante!”), enquanto outros con-
sideram que essa é uma realidade que não lhe está reservada. Nestas
situações o nosso cérebro já encontrou desculpas para que este não seja
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
acreditava que tudo ficaria bem e era melhor fazer o plano. E assim foi.
Fizemos o plano, apesar da minha preocupação com a situação que ele
estava a viver.
Como ser humano a situação do Pedro e as suas razões eram um
tipo de justificação a que eu não poderia ficar indiferente. Ora, passou a
segunda semana e eu voltei a receber a folha do Pedro a zero. Imaginei
logo que as coisas deveriam estar muito complicadas. No dia seguinte,
o Pedro apresentou as suas justificações. Absolutamente incontornáveis!
A mãe e a filha tinham tido alta e a bebé continuava a ter grandes desa-
fios de saúde. Além disso o Pedro tinha outro bebé pequenino que pre-
cisava cuidar. A acrescentar a toda a situação já difícil, a mulher entrou
em depressão pós-parto. É óbvio que acolhi as justificações com toda a
solidariedade e percebi que o Pedro estava mal. Todavia, não me perden-
do aqui em detalhes mais demorados, quero contar-vos que passaram
seis meses e, apesar dos resultados do Pedro não terem correspondido
sempre a zero, a verdade é que ficaram sempre abaixo das expetativas.
Por seu lado, as justificações do Pedro, não sendo tão poderosas como as
duas que apresentei aqui, eram todas bastante fortes. As explicações para
o que não acontecia eram quase incontornáveis. Eram factos, como ficou
acima referido. Contudo, passados seis meses tive de ter uma conversa
difícil com o Pedro e explicar-lhe que a realidade, na nossa vida, como
o universo está organizado, não se compagina com a ausência de resul-
tados. Muitas pessoas podem julgar que não é justo, mas é a realidade
na sua dureza. No sentido de o trazer à consciência da responsabilidade
de uma vida acima da linha, perguntei ao Pedro o que ele achava que
aconteceria no seguinte cenário:
– o Pedro iria fazer uma lista escrita com todas as justificações que
havia apresentado ao longo dos seis meses anteriores, para os resultados
que estavam a zero e, quando fosse ao supermercado e chegasse à caixa
com o carrinho cheio, deveria mostrar à menina da caixa a sua lista de
explicações. Elas eram tão fortes, tão sólidas que quem sabe ela o deixa-
ria sair sem pagar...
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
difícil viver só com terra, sol, chuva e estações do ano. Eles usaram o que
tinham disponível e trabalharam nas causas para poderem ter os efeitos.
Há algo de comum a todas as pessoas que fracassam no alcance dos
seus objetivos. A primeira característica detetável, logo numa primeira
conversa é a capacidade que estas pessoas têm em argumentar em defesa
de um possível fracasso futuro. São homens e mulheres que se munem, a
priori, de um conjunto de desculpas ou álibis que lhes permitem não ter
êxito sem perder a face. Alguns dos álibis mais comuns são “se tivesse tido
oportunidade”, “se tivesse mais tempo”, “se fosse mais novo”, “se tivesse
estudado”, “Se neste país houvesse mais oportunidades”.... Ao criar os seus
álibis as pessoas encontram justificação para não lutarem por uma vida
diferente. Esta atitude é tão negativa para o próprio como para a sociedade
em geral, uma vez que todos nós possuímos talentos únicos que podiam
contribuir para a riqueza social e cultural do país. Encontrar desculpas para
cruzar os braços é o mesmo que recusar-se a dar o seu melhor à sociedade.
Em suma, como vimos acima, uma das primeiras leis universais que
devemos ter em conta é que não podemos ter sucesso a troco de nada.
No nosso universo não há possibilidade de vivermos muito tempo a
receber sem oferecermos nada em troca. E isto no domínio da econo-
mia, como da saúde ou da vida afetiva. Assim sendo é importante, no
nosso trabalho de inverno, que tenhamos claro o que nos propomos dar
à sociedade em troca do sucesso que desejamos alcançar, sem álibis para
falhar esta missão.
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
O DESAFIO DE MATURIDADE
FILOSÓFICA / UM CULPADO
T
odavia, as desculpas não são os únicos responsáveis por viver-
mos uma vida abaixo da linha. Nós vivemos abaixo da linha
também de cada vez que encontramos um culpado. De cada
vez que somos capazes de apontar alguém ou alguma coisa como culpa-
do, acabaremos, no limite, por vir a culpar tudo aquilo que possuímos.
O desafio consiste antes em avaliar o que temos e processar ideias
que nos permitam ver o que fazer com o que está ao nosso dispor para,
apenas com isso, sermos bem sucedidos.
desculpas
culpa
Pensar em fazer o que se pode com aquilo que se tem, onde quer
que se esteja é o derradeiro desafio de maturidade filosófica. Ou seja,
compete-nos processar ideias, de acordo com os recursos que temos e a
partir daí criar valor, objetivamente visível. Esta é a atitude oposta à de
culpabilizar o sol, a chuva, as estações do ano, em geral, a semente e a
terra que é, no fundo, culpar tudo aquilo que possuímos. A maior parte
das pessoas tem tendência a culpar o médico, o professor, a escola, os tri-
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
ENCARAR A
REALIDADE / ENTRAR
EM NEGAÇÃO
A
lém das justificações e de apontar um culpado, a negação é outro
elemento que nos empurra para uma vida abaixo da linha. E
a negação, apesar de não o querermos assumir, é comum nas
nossas vidas. Entramos em negação de cada vez que assumimos uma
perspetiva na qual a realidade se torna para nós um bocadinho mais agra-
dável, ou até suportável. Isto é o que acontece em alguns momentos, nas
nossas vidas, quando nos pesamos de manhã e não gostamos do número
que está lá em baixo e a primeira coisa que nos passa pela cabeça nesses
momentos é afirmar: “tenho os ossos pesados!” Contudo, até nós dizer-
mos a verdade sobre o que está a acontecer, não temos o poder de agir.
Não dizer a verdade sobre o que está a acontecer rouba-nos o poder
de agir!
desculpas
culpa
negação
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
cansados, com excesso de peso e sem forças. Ora, em vez de lhe darmos
vegetais ou qualquer outro alimento saudável, damos-lhe chocolates e
coca-cola. Nestas situações o nosso corpo se pudesse falar, gritaria a pedir
uma ajuda. Ele precisa de energia para atingirmos os nossos objetivos e
nós não ajudamos nada com o tipo de alimentação que lhe fornecemos.
Esta situação só é ultrapassada se alterarmos a nossa maneira de pensar
para darmos ao corpo aquilo que ele precisa, em lugar de continuarmos
a agir em função da gratificação imediata.
É certo que muitas vezes estes nossos modos de agir são o resultado
de uma forma de percecionar o mundo que aprendemos desde a infân-
cia. São condicionamentos de uma vida, dos quais nem sempre temos
consciência, mas com um impacto determinante nas nossas vidas.
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
ASSUMIR A
RESPONSABILIDADE
E MUDAR
H
á algo essencial a retirar de tudo o que foi dito anteriormente e
que é extraordinariamente positivo. É que, por muito antigos
que sejam estes mapas mentais (a forma de reagir com des-
culpas, buscando um culpado ou entrando em negação) estas são atitudes
que nós aprendemos. Não nascemos a agir assim. Habituámo-nos a fazê-
-lo. Ora, se aprendemos também podemos alterar estas aprendizagens,
substituindo-as por outras bem mais produtivas para as nossas vidas.
O aspeto positivo é que se aprendemos a viver abaixo da linha
também podemos aprender a passar para cima da linha. Viver acima da
linha consiste, antes de mais, em aprender a assumir a responsabilidade.
responsabilidade
desculpas
culpa
negação
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
O que faz a diferença na nossa vida não é aquilo que acontece, mas
a forma como decidimos responder a isso. Podia escrever um livro só
com histórias de pessoas a quem aconteceram inúmeras desgraças e ainda
assim encontraram forma de atingir aquilo a que se propopunham.
Assumir a responsabilidade pelas nossas vidas exige, em primeiro
lugar, saber para onde nos dirigimos e dar um sentido às nossas ações, em
vez de andar sem rumo.
A história de Portugal fornece-nos alguns ensinamentos exemplares
para a nossa própria vida. Senão vejamos: antes das expedições de Vasco
da Gama era habitual serem usadas velas quadradas nas caravelas. Este
tipo de velas exigia que o vento soprasse de feição e não se podia navegar
a mais de 60⁰. O dramático neste tipo de vela é que quando o vento não
sopra de feição é preciso baixar as velas e ficar à espera que o vento mude.
Com este tipo de vela corria-se ainda o risco de o vento não soprar e
acabar por morrer no meio do Atlântico aguardando ventos favoráveis,
ou então, navegar ao sabor das correntes marítimas que poderiam levar-
-nos sabe-se lá onde. Podemos imaginar o que será uma vida na qual se
ande ao sabor do vento ou das correntes. Seguramente nenhum de nós,
na nossa vida, quer ir dar onde as correntes o levem, mas sim atingir o seu
objetivo, alcançar os seus sonhos.
O nosso problema, em alguns momentos das nossas vidas é deixar-
mo-nos ir para onde nos leva a corrente. Em vez de começar por de-
finirmos o lugar que queremos alcançar para depois movermos tudo o
que for necessário para lá chegar, deixamo-nos ir. Todavia, houve alguém
que se deu ao trabalho de parar para pensar e fez-se a experiência de
navegar com velas triangulares, ou velas latinas, como também ficaram
conhecidas. E assim, com as velas triangulares tornou-se possível navegar
contra o vento. Esta é uma descoberta maravilhosa que nas nossas vidas
se traduz no seguinte: deixou de ser o soprar do vento que influencia o
nosso destino e passou a ser o armar da vela. Não é o que acontece no
exterior e ao qual estamos sujeitos, irremediavelmente — os ventos da
economia ou da política — que determinam o nosso destino, mas sim o
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
seu foco natural é tão forte que ninguém a consegue travar. Desloca-se
com a rapidez de quem vai numa missão inadiável e se lhe colocamos
uma mão diante, a formiga sobe-a ou contorna-a. Ninguém a consegue
parar sem a destruir. Por seu lado, a cigarra canta em lugar de se preparar
para os tempos difíceis. Daí que, quando o inverno chega, por muito
duro que seja,a formiga consegue sobreviver enquanto a cigarra sofre as
consequências da sua falta de visão. Ora, as histórias, como a vida, estão
repletas de sinais ou avisos que nos mostram que aquele não é o caminho,
se desejarmos ser bem sucedidos. Assim como nestas estórias também
encontramos modelos de vida que podem ser seguidos se desejarmos os
mesmos efeitos que reconhecemos em alguma figura exemplar. Se es-
tivermos atentos à lei da causa-efeito e a estes ensinamentos que estão
ao nosso dispor, atingiremos os resultados de forma muito mais rápida
e eficaz do que através da tentativa e do erro. Neste caso estaremos a
aproveitar as experiências de tentativa e de erro de muitos outros que
viveram antes de nós, através da imitação dos seus comportamentos. Em
psicologia denomina-se este tipo de aprendizagem por modelação. Ela
foi objeto de estudo atento de psicólogos como Albert Bandura pois,
no fundo, todas as nossas aprendizagens têm início com a imitação do
comporatmento daqueles que nos rodeiam. O que acontece é que nas
nossas vidas vivemos esta realidade inconscientemente e acabamos por
fazer o que todos fazem, sem preocupações de sair da mediania e alcançar
a excelência.
Estarmos atentos aos exemplos que seguimos e às recompensas que a
vida fornece a estes homens e mulheres que temos como modelos, con-
siste em usar o princípio da modelação e a lei da causa-efeito a nosso
favor, de um modo consciente. Usar o princípio da modelação não con-
siste apenas em imitar superficialmente a pessoa que admiramos e ficar à
espera que os resultados aconteçam. É determinantes estudar a atitude, a
perceção do mundo e as estratégias do nosso modelo. Seguir um modelo
permite-nos poupar anos de vida, mas exige esforço e empenho pessoais.
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
V
iver acima da linha é também viver em propriedade. Viver em
propriedade consiste em compreender que a vida é de cada um
de nós e só o próprio a pode mudar. No entanto, muitos de nós
passam a vida à espera que as coisas no exterior se alterem para que a
sua vida mude. Alguns querem que a primavera chegue para que a sua
vida mude, ou que o governo mude, ou que as relações internacionais se
alterem... E, no entanto, a nossa vida só mudará quando nós próprios
mudarmos. Até lá nada irá acontecer. Os efeitos só mudam quando nós
trabalhamos nas causas. Não podemos estar à espera que a maré suba
para nós subirmos com ela. E, se ela sobe, a seguir vai descer. E depois
sentimo-nos apanhados despidos e atribuímos a culpa à maré... Mas isto
é o que acontece quando nos dispomos a viver a vida ao sabor das marés.
A responsabilidade é nossa. Não podemos estar à espera que a circuns-
tância altere aquilo que, com propriedade, é intransmissível: a nossa vida.
responsabilidade
propriedade
desculpas
culpa
negação
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
PRESTAR CONTAS
V
iver acima da linha implica, ainda, prestar contas. Esta também
é uma falha muito comum entre os seres humanos. Diariamente
me cruzo com pessoas que afirmam não dever nada a ninguém.
Pessoas que consideram que não têm de prestar contas a ninguém, que se
julgam autónomos porque ganham o seu dinheiro e defendem que não
precisam dos outros para nada. Esta é uma opinião que respeito, mas na
qual não me revejo. E não me revejo porque vivo numa sociedade na qual
de cada vez que eu, ou qualquer familiar meu está doente, sei que tenho
um hospital ao qual recorrer e não fui eu que construí esse hospital. O
mesmo se passa com as escolas, as autoestradas, e muitas outras vantagens
de que posso usufruir única e simplesmente porque vivo em sociedade.
Podemos sempre argumentar que os hospitais, as escolas e as estradas po-
deriam ser melhores. Mas o facto de existirem e deles podermos usufruir
é um bem inestimável, que muitos se esquecem de respeitar. Nesta altura
da história e no local do globo em que tivemos o privilégio de nascer, nós
vivemos em luxo abundante. Nós damo-nos à desfaçatez de deitar água
fora ou comida e há a cada segundo crianças a morrer à sede e com fome.
Não necessitamos recuar até 6000 anos atrás para termos consciência da
abundância na qual vivemos. Por exemplo se pensarmos nas condições
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
responsabilidade
propriedade
prestar contas
desculpas
culpa
negação
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
Stephen Covey afirma que eles não constituem uma opção a mais nas
nossas vidas se o que pretendemos é uma vida bem sucedida e gratifi-
cante entre outros seres humanos: “Eles são fundamentais. Eles são in-
discutíveis, pois em sua essência são claros. Uma forma de compreender
rapidamente a natureza evidente dos princípios é simplesmente refletir
sobre a tentativa absurda de se tentar viver uma vida eficaz baseada em
seus opostos. Duvido que alguém considere seriamente a parcialidade,
o ardil, a vileza, a inutilidade, a mediocridade e a degeneração como
fundamentos sólidos para a felicidade e o sucesso duradouros. Apesar
de as pessoas poderem discutir sobre a maneira como estes princípios
devam ser definidos, divulgados ou atingidos, parece haver uma consci-
ência inata de que eles existem”.
Qual é então o nosso papel? É dar o nosso contributo. Este é o
aspeto essencial. Prestar contas consiste em, cada um de nós, não aceitar
recusar-se a dar o seu contributo ao grupo. E reconhecer que, se cada um
de nós beneficia de tudo o que os outros fazem, muitos deles dando o
seu máximo, nós não podemos deixar de fazer o melhor que pudermos
e assim contribuir para uma sociedade mais abundante para um número
cada vez maior de pessoas. O papel de cada um de nós é dar o máximo
contributo que pudermos, seja lá de que tipo for. Se não soubermos mais
do que servir às mesas, ainda assim, podemos ser o melhor empregado
de mesa do mundo.
Conheci, em 2009, na Austrália, um senhor chamado John Mcgrath.
O John Macgrath era, na infância, o melhor amigo de Russel Crowe,
um dos melhores atores do mundo. Eram jovens rebeldes, desafiado-
res, crianças problemáticas que não cumpriam regras e, evidentemente,
alunos com notas negativas, devido a estes comportamentos disruptivos.
Aos 17 anos Russel Crowe decidiu emigrar para os Estados Unidos,
tendo vindo a tornar-se o grande ator reconhecido internacionalmen-
te. Por seu lado, John Macgrath fica na Austrália e decide tornar-se o
melhor do mundo no que quer que fosse fazer. Perdida a oportunidade
de seguir o seu grande sonho, ser o melhor jogador do mundo de futebol
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
responsabilidade
propriedade vencedor
prestar contas controlo
desculpas vítima
culpa medo
negação
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
os seus sonhos mais profundos. Não estou com estas afirmações a fazer
qualquer juízo de valor sobre estas opções de vida. Ser administrador
de um banco e viver luxuosamente disso é legítimo. É uma opção de
vida que deve mesmo ser perseguidas, se for este o sonho da pessoa em
questão. Esta só era uma má decisão para mim por não ser isso o que eu
desejava para a minha vida. Aquela era a minha zona de conforto e eu
não queria dar aos meus filhos o exemplo de que se deve viver na zona
de conforto, ou seja, sem dar o nosso máximo e tentarmos ser a melhor
pessoa que conseguirmos.
O grande desafio na vida, que tenho como parte da minha filosofia
pessoal é “Devo procurar ser o melhor EU que seja possível.” Isto seja
em que área for.
Ser a melhor pessoa que conseguirmos não significa limitarmo-nos
a não fazer mal a ninguém. Ser boa pessoa é mais do que isto, é servir os
outros, é acrescentar valor, ter convicções fortes, valores refinados e, em
última análise, surgir como um exemplo para a sociedade.
Viver acima da linha prestando contas é exigir o nosso melhor a nós
mesmos. Não falo em exigir excelência dos outros, em primeiro lugar,
mas sim de nós próprios. Os outros surgem em segundo lugar nesta
equação, em diferentes níveis. Se formos capazes de dar conta do nosso
trabalho a nós próprios, seguramente sentiremos orgulho de dar conta
do nosso trabalho aos demais. Saber dar contas é importante, assim
como é importante saber pedir contas. Mas isso não passa de uma con-
sequência de antes termos pedido contas a nós mesmos. Estar acima da
linha é ser capaz de pedir contas a si próprio, não ser menos do que as
nossas capacidades nos permitem ser. Não devemos contentar-nos com
menos. Até podemos nem chegar perto, mas precisamos ter a certeza
interior de que demos o nosso melhor absoluto. Em suma, integridade
não-situacional é não darmos menos do que aquilo de que somos capa-
zes. Devemos colocar a nossa fasquia tão alta que nos tornemos uma
referência para nós próprios.
Vivermos acima da linha consiste também em tornarmo-nos pes-
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
rem uma determinação feroz nunca teriam feito descobertas que cons-
tituíram um acréscimo de valor no mundo. Estes homens que fazem
a mais valia do mundo controlam a sua mente, focam-se em objetivos
precisos e traçam um plano exequível para atingir esses objetivos.
A nossa mente é o nosso maior património, por isso deveremos ter
o cuidado de não deixarmos destruir este património de ideias pelas
críticas negativas de terceiros.
Viver como uma vítima, dependente dos juízos alheios ou submerso
pelo medo implica fazer a escolha de viver abaixo da linha.
Todavia, podemos escolher estar acima da linha. É uma opção nossa.
Ora, estar acima da linha é aquilo que faz de nós vencedores. Viver
acima da linha é o resultado de uma mudança de filosofia. Esta filosofia
implica reconhecer o controlo sobre os fatores essenciais que nos permi-
tem atingir os nossos objetivos ou os resultados que pretendemos. Esta
forma de encarar a vida é aquilo que os psicólogos designam por locus
de controlo interno. Daí a importância de possuir um scorecard interno,
como afirma Buffet, ou ser desenvolver a integridade não-situacional que
refere John Mcgrath. Segundo as investigações da psicologia contempo-
rânea, a felicidade do ser humano é maior quanto maior for a sensação
de controlo que temos sobre a nossa vida. Em suma, viver acima da linha
conduz-nos a uma vida mais feliz.
Uma vida na qual se foge do medo e se assume o controlo. E isto é
tão simples como tomar uma decisão.
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
O PRINCÍPIO DA
RESPONSABILIDADE
O
princípio da responsabilidade está intimamente ligado com o
autocontrolo de que acabamos de falar. Responsabilidade sig-
nifica, como vimos, segundo a etimologia da palavra “respon-
der por” ou seja termos a capacidade de responder. Uma resposta na qual
assumimos o controlo. Uma pessoa que assume o controlo da sua própria
vida não está dependente das decisões dos políticos. Em lugar de viver
com medo é alguém que tem consciência que aconteça o que acontecer
tem a capacidade de lidar com isso.
De todas as pessoas que estão a ler este livro não consigo imaginar
uma que nunca tivesse tido um problema grave. Seguramente, todos nós
já passamos alguma dificuldade que se nos afigurava insuperável. Não há
ninguém que não passe, na vida, por desafios. A grande diferença entre
nós, seres humanos, não são as dificuldades que temos de enfrentar. É
sim a forma como nos posicionamos face a essas dificuldades. A grande
diferença está, então, na responsabilidade, ou seja na forma como res-
pondemos.
Quanto melhor sucedidos somos, na vida, mais dificuldades enfren-
tamos porque nos propomos a mais desafios. Todavia, simultaneamente,
criamos a resistência e a habilidade de responder. A responsabilidade é
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
essencial a quem quer ser bem sucedido na vida. Assumir isto não sig-
nifica afirmar que somos insensíveis ao que nos acontece ou ao mundo
que nos rodeia. Não se trata disso, mas sim de ter a força de reconhecer
que se chegámos onde chegámos tendo conseguido enfrentar o que nos
foi acontecendo até ao momento atual, isso é um bom indício para as-
sumirmos que poderemos lidar com tudo o que nos apareça por diante.
As pessoas de sucesso estão conscientes de que cada adversidade é
um degrau necessário ao seu desenvolvimento. Normalmente saem for-
talecidas dos fracassos que têm de enfrentar. É esta atitude que faz delas
pessoas resilientes. Não é por acaso que a resiliência é um dos fatores
mais requeridos hoje em dia pelos recrutadores de profissionais de exce-
lência para empresas ou projetos de investigação.
Quando um plano concreto falha, uma pessoa resiliente analisa os
erros que conduziram ao inêxito, reconhece os pontos em que este pro-
jeto era frágil ou inconsistente e substitui-o por um novo plano. E faz
isso até conseguir que resulte. Napoleon Hill afirma que a medida do
nosso sucesso depende dos planos que fizermos, pois nunca estaremos
derrotados até desistirmos na nossa mente.
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
O PAPEL CRUCIAL
DA APRENDIZAGEM
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
porque o meu amigo não tem capacidade de aprender com os erros que
comete. Como as ideias são boas e a sua capacidade de empreender
também, nos 2 primeiros anos costuma ter muito sucesso, mas todas as
empresas dele entram em falência pela mesma razão, porque é incapaz
de aprender com os seus erros que, já agora, têm sido sempre os mesmos
Isto só é possível porque, vivendo abaixo da linha ele encontra sempre
uma justificação para o que aconteceu, sem assumir o seu papel no su-
cedido. Em suma, sem assumir a responsabilidade. O problema é que
esta pessoa não faz mal apenas a si próprio. Na verdade, quando uma
empresa entra em falência cria problemas a inúmeras pessoas e outras
empresas que com esta interagem.
Além da incapacidade de aprender com os erros anteriores, a falta de
persistência é outro dos fatores que conduz muitas pessoas ao fracasso.
Muitos de nós iniciam projetos com grande paixão e entusiasmo, mas
não persistem quando é preciso criar hábitos ou rotinas de trabalho. De-
sejam ver resultados imediatos ou passar da linha do que é para a linha
do que tem de ser de um momento para o outro, sem um esforço con-
sistente. A falta de persistência também é comum em pessoas que não
são capazes de concentrar os seus esforços num único objetivo de cada
vez, mas saltam constantemente de projeto em projeto, de emprego em
emprego ou, como veremos mais adiante, de fila em fila. Todavia, a força
de vontade que conduz ao êxito mede-se pelo hábito de concentrarmos
e pensamento em planos concretos para alcançar os nossos objetivos.
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
No entanto, apesar de estar nas nossas mão tomar essa decisão, ela
nem sempre é tomada. Napoleon Hill concluiu após a análise de 25
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
mil pessoas que não obtiveram o êxito que desejavam, que uma das
principais causas do fracasso reside na falta de decisão. As pessoas bem
sucedidas, concluiu ele após as suas investigações, são pessoas que têm o
hábito de tomar decisões de forma rápida e precisa. Tomar uma decisão
é um ato que contraria o medo e implica a segurança de assumir a res-
ponsabilidade por tudo o que possa daí advir.
A tomada de decisão implica uma atitude auto-confiança. Ter uma
atitude auto-confiança é já de si o resultado de um esforço pessoal. Isto
porque seguramente todos nós (embora uns mais do que outros) fomos
objeto de ataques à nossa autoestima, mesmo por parte e pessoas muito
bem intencionadas a nossa respeito, como os nossos familiares mais pró-
ximos. Todavia, há um momento na vida em que temos de reconhecer
que somos responsáveis pela construção da nossa própria vida, digam
os outros o que disserem. E se, eventualmente, nos sentimos frágeis em
algumas das áreas da nossa vida, em lugar de usarmos esse fato como
desculpa, deveremos investir a nossa energia em ultrapassar essa fragili-
dade. Todos temos fragilidades como vimos anteriormente a propósito
do medo, por isso todas as decisões que estiveram na base das grandes
mudanças na nossa civilização foram tomadas por seres humanos tão
ou mais frágeis do que nós, alguns com risco da própria vida para nos
legarem um mundo melhor. Basta pensar e homens como Luther King
ou Mahatma Gandhi.
A indecisão, muitas vezes fruto da insegurança e falta de confiança
no seu próprio poder e falta de confiança na capacidade de conviver com
os resultados das suas resoluções é um hábito que se vai instalando na
vida das pessoas. O hábito da indecisão não nasce connosco. As pessoas
habituam-se a não definir objetivos para a sua vida e andar ao sabor
da corrente. Habituam-se a viver sem decidir em que tipo de emprego
querem trabalhar, o tipo de vida que desejam e, também, em que tipo de
mundo gostariam de viver.
A responsabilidade é correlativa de pessoas que assumem o controlo
das suas próprias vidas, tomando a iniciativa. Estas pessoas não fazem
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 1ª CHAVE
A
ntes de terminar esta secção, gostaria de deixar uma reflexão,
iniciando com a história de uma laranja.
Imagine que corta uma laranja ao meio e decide
espremê-la. Primeiro espreme com a mão direita e sai sumo. Depois
experimenta com a esquerda e sai sumo. Seguidamente resolve fazer a
experiência e tempos diferentes: espreme de manhã e sai sumo, depois
experimenta à tarde e sai sumo, resolve em seguida espremer a laranja
durante a noite e também sai sumo. É óbvio que da laranja só sai sumo
porque é isso que faz parte dela, do seu interior. A questão que devemos
formular a nós mesmos é: “E do nosso interior?” “O que é que faz parte
do nosso interior e sai quando vivemos a pressão que é exercida sobre
uma laranja e que muitas vezes a vida exerce sobre nós?”
Não sairá, por vezes, raiva ou mágoa, ou quaisquer outras emoções e
sentimentos que não gostaríamos que saíssem? Será que não podemos
descobrir ao fazer esta experiência, que sob pressão somos menos do que
leais? Ninguém é perfeito e a única forma de nos aperfeiçoarmos é falar-
mos verdade sobre o que reconhecemos no nosso interior em momentos
menos favoráveis. Quem é que não tem no seu passado alguma situação
na qual gostaria de não ter agido do modo como agiu?
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1ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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2
O PODER ILIMITADO
DOS OBJETIVOS
2ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
A ORIENTAÇÃO DO
NOSSO PODER MENTAL
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Oakmark - Business Excelerators 2ª CHAVE
e bibliotecas tendo afirmado que “O homem que morre rico, morre sem
honra”. Isto porque o seu projeto de vida consistia em acumular até aos
50 anos o máximo de dinheiro que pudesse e na segunda metade da sua
vida dedicar-se a doar esse capital acumulado, investindo-o em projetos
nos quais acreditava. Nomeadamente, na investigação científica. Pois foi
este homem, provavelmente o segundo homem mais rico da história (e
não apenas do seu tempo), logo a seguir a Rockfeller que Napoleon Hill
teve o privilégio de entrevistar. Esta entrevista, que era suposto demorar
três horas, acabou por demorar três dias, porque Carnegie simpatizou
imenso com Napoleon Hill e foi adiando a sua partida através de suces-
sivos convites. No final dos três dias, Carnegie decidiu fazer um desafio
a Napoleon Hill. E o desafio foi que este deveria dedicar os seguintes
vinte anos da sua vida a estudar os padrões comportamentais das pes-
soas de sucesso e a publicar obra sobre isso. Isto evidentemente porque,
com toda a experiência por si vivenciada, Andrew Carnegie acreditava
profundamente que aquilo que distinguia as pessoas de sucesso daque-
las que não atingiam os seus objetivos, eram meia dúzia de princípios
comportamentais. Ou seja, eram apenas meia dúzia de hábitos de pen-
samento que se concretizavam depois em ações. Carnegie tinha esta
intuição, como tinha ainda a convição de que esta informação não podia
estar guardada só para algumas pessoas. O filantropo defendia que esta
era uma informação que devia ser acessível ao maior número possível de
pessoas. Andrew Carnegie acreditava que se qualquer ser humano tives-
se aos seu dispor o conhecimento destes princípios poderia aplicá-los
na sua vida e ser extraordinariamente bem sucedido. E Napoleon Hill
dedicou a sua vida em busca do segredo das pessoas de sucesso, como
nos narra: “ Foi Andrew Carnegie quem me chamou a atenção para o
segredo há mais de meio século. O astuto e encantador velhote escocês
lançou a ideia na minha mente sem pensar duas vezes, quando eu era
apenas um rapaz. Depois, sentou-se de novo na sua cadeira, com um
brilho divertido nos olhos e ficou a ver atentamente se eu tinha cabeça
para perceber o significado completo daquilo que ele me tinha contado.”
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2ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 2ª CHAVE
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2ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
QUANTIFICAÇÃO
A
segunda chave do sucesso é o poder ilimitado dos objetivos. As
pessoas de sucesso vivem em função de objetivos. Acrescenta-
mos mesmo que vivem obcecadas por um ou mais objetivos.
As pessoas de sucesso começam por definir onde querem chegar para
saber qual o caminho a seguir.
No entanto, distintamente, o que se passa com a vida da maioria das
pessoas é que estas não definem objetivos na sua vida.
Quando afirmo que a maior parte de nós não define objetivos na sua
vida, este é o resultado de alguma reflexão e experiência como gestor e
coach, mas também o resultado de alguns acontecimentos concretos. A
título de exemplo, recordo aqui que há uns anos atrás, quando estava
a construir uma empresa, precisei, nos primeiros seis meses, entrevistar
cerca de 600 pessoas, por telefone. Posteriormente estas pessoas seriam
entrevistadas presencialmente. Eram pessoas entre os 35 e os 55 anos,
com habilitações académicas mínimas de licenciatura. A todas estas pes-
soas eu colocava a questão: “- Como é que imagina a sua vida daqui a 10
anos?” Em 600 pessoas nenhuma foi capaz de me dar uma resposta satis-
fatória, com a qual se pudesse fazer uma lista dos objetivos dessa pessoa,
ou visualizar um enquadramento mais ou menos nítido. Nem uma!...
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Oakmark - Business Excelerators 2ª CHAVE
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2ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
ENQUADRAMENTO
NO TEMPO
S
éneca, um grande sábio e filósofo do império romano, já dizia
no século IV a. C.: “Se não sabes para onde vais todos os
ventos te vão ser desfavoráveis” e mesmo num dos contos mais
criativos da humanidade, Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll,
a ideia é retomada:
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Oakmark - Business Excelerators 2ª CHAVE
que traz angústia e lhes retira poder, deixando-as sem recursos para lutar
por uma vida acima da linha.
Em contraposição, as pessoas de sucesso começam por definir cla-
ramente o que querem da vida. Anthony Robbins, após uma vida de-
dicada a acompanhar pessoas bem sucedidas, afirma que uma pessoa
de sucesso começa sempre “com um alvo, porque não pode atingir um
se não o tiver”. Este autor recorda-nos, entre outros o bem sucedido
Steven Spielberg, um dos mais conhecidos realizadores de cinema do
mundo. O seu alvo era ser realizador de cinema e afirmava-o desde
criança. Ora, aos 17 anos numa visita aos estúdios da Universal, o genial
realizador que hoje conhecemos, entrou sorrateiramente para o proibido
local das filmagens para não mais sair. Ia todos os dias para o mesmo
local, entrava apressadamente e com ar determinado para não levantar
suspeitas e aí contactou com o universo do cinema, instalou-se numa
roulote abandonada e acabou por ser tido como fazendo parte do local.
Aos 20 anos apresentou o seu primeiro trabalho com a aprendizagem
que aí conseguiu.
Provavelmente a ansiedade e a angústia das pessoas que não definem
os seus objetivos resulte de verem o tempo a escoar-se sem que nada lhe
dê significado.
Daqui temos de concluir que para atingirmos o que quer que seja na
vida, necessitamos começar por definir objetivos. Ter um objetivo impli-
ca ter uma meta e, consequentemente poder definir um percurso. Todas
as nossas decisões no presente, são condicionadas por onde desejamos
estar no futuro. Quando estamos de viagem, normalmente temos um
destino e uma hora para lá chegar. Por conseguinte, ter esse destino claro
condicionará todos os passos que iremos dar. Se paramos para almoçar,
se fazemos desvios, se vamos de carro ou de avião. Enfim, todas as nossas
decisões são condicionadas pelo nosso objetivo que é estar num deter-
minado sítio a uma determinada hora, num dia concreto. Quando não
definimos objetivos, tanto nos faz ir para a esquerda como para a direita.
Todos os caminhos são indiferentes e a vida também não terá um senti-
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2ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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2ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
A FORÇA DO QUE
É INEGOCIÁVEL
D
ecisão, segundo a etimologia do termo implica uma cisão,
um corte. Tem de ser algo que corte com todas as outras
alternativas. É o mesmo que dizer que aquilo que é fruto
de uma decisão é algo que se tornou inegociável para nós. Quando se
trata de um objetivo é algo que para nós vai acontecer, pois aquilo que
conseguimos atingir na vida é aquilo que para nós é inegociável. Nunca
teremos mais do que aquilo que é para nós inegociável.
Com Keith Cunningham, um mentor na área dos negócios, com
mais de 30 anos de experiência na área do investimento (outra das pes-
soas que tenho como referência na minha vida) aprendi as bases da filo-
sofia da linha da vida, que desenvolvo a cada novo livro.
Segundo Keith Cunningham nós na vida temos duas linhas:
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Oakmark - Business Excelerators 2ª CHAVE
O que “tem de ser”não é aquilo que eu quero que seja ou que desejo
que fosse: é unicamente “o que tem de ser”. A única coisa que nós atin-
gimos na vida é este nível. Para além dele sentimos que não é para nós e
não nos propomos a isso. Daí que, por vezes, quando a vida caprichosa-
mente nos dá um bocadinho mais, nós acabamos por perder esse valor e
situamo-nos, de novo, naquilo que é inegociável para nós.
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dá-nos um pouco mais
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Linha do que é
É este um dos fatores decisivos que leva a que a maior parte das pes-
soas que ganha dinheiro com o jogo ou recebe heranças acabe por perder
tudo. Por vezes vezes chegam mesmo a fica em situação mais crítica do
que antes de receber o dinheiro. Isto acontece porque, na sua mente,
estes valores não eram negociáveis para elas. É que se estes valores
fossem negociáveis as pessoas não tinham precisado de euro-milhões ou
outra solução desse tipo para lá chegar. Além disso, clarifico que ganhar
no euro-milhões não é um objetivo. Pode ser um sonho, uma fantasia,
mas não é sequer uma boa estratégia, se atendermos aos conhecimentos
estatísticos, porque é um número que tende para zero. Por isso viver à
espera de ganhar o euro-milhões é um mau plano. Se investíssemos esse
dinheiro que regularmente jogamos, poderíamos provavelmente poupar
meio milhão de euros para a nossa reforma.
Devemos ter em mente que tomar uma decisão é essencial. E, ainda,
que toda a decisão que tomamos deve ser reconhecida de um modo
consciente. A verdade é que as nossas crenças, mesmo aquelas que são
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2ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 2ª CHAVE
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2ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 2ª CHAVE
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3A FORÇA
DO OTIMISMO
Oakmark - Business Excelerators 3ª CHAVE
OPTIMISMO
E REALISMO
A
terceira chave do sucesso é a força do otimismo. As pesso-
as bem sucedidas têm a expectativa de que as coisas lhes
corram bem. E elas normalmente correm. São diversas as
razões que levam a que as coisas aconteçam deste modo. Em primeiro
lugar porque os únicos jardins que regamos são aqueles que nós acre-
ditamos que vão florescer. É óbvio que não cuidaremos de um jardim
se não esperarmos um resultado. É impossível obter sucesso sem ter a
expectativa clara de que aquilo que estamos a fazer irá resultar.
Por outro lado, se recorrermos ao domínio da física quântica,
também podemos aprender que o foco da atenção é essencial para que
o fenómeno tenha lugar. Não há como materializar um fenómeno sem
colocar nele a nossa atenção. Assim podemos entender porque é que as
pessoas otimistas, que focam a atenção positivamente nos resultados que
pretendem atingir, são naturalmente bem sucedidas.
Clarifiquemos, então o conceito de otimismo. Otimismo não é um
tipo de ingenuidade ou crença de que podemos fazer o que nos apetecer
a cada instante porque as coisas sempre irão correr bem. Isto não se
trata de otimismo, mas sim de inconsciência. Tudo correrá bem só se
responsavelmente estivermos a cuidar das causas. Precisamos assegurar
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3ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
Linha do que é
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Oakmark - Business Excelerators 3ª CHAVE
OPTIMISMO
E INGENUIDADE
S
er milionário, como fazer dieta, ou construir um património,
exige persistência, resiliência e determinação. A nossa condi-
ção ou o nosso destino não se altera do dia para a noite.
Porém, há algo que podemos mudar instantaneamente: a nossa dire-
ção. No instante que demora um piscar de olhos podemos ver que íamos
no caminho errado e infletir o nosso rumo. Por muito lento que seja o
nosso passo na direção certa é isso que conta: que o rumo seja na dire-
ção do nosso grande objetivo. A nossa preocupação básica é definir os
objetivos para saber para onde nos dirigirmos e, depois, fazer o caminho
consistentemente. O grande foco na nossa vida dever ser o que podemos
fazer no presente (hoje) para melhorar a nossa situação. Não precisamos
mais do que isto a cada dia. A nossa questão deveria ser: o que é que
podemos fazer fazer hoje para melhorar a nossa situação?”. E uma passo
de cada vez leva-nos onde desejarmos.
Na Grécia Antiga existia um ditado que dizia “Se queres chegar
ao Monte Olimpo, certifica-te que cada passo que dás é nessa direção”
Esta máxima de sabedoria milenar não diz para acelerarmos o passo ou
darmos passos gigantescos. A única coisa que nos adverte é para nos
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3ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 3ª CHAVE
ESPERAR
COISAS BOAS
V
oltando a Keith Cunningham, este senhor afirmava que se
queremos assegurar que a linha do que tem de ser se vai
materializar nas nossas vidas, devemos assegurar-nos que o
que tem de ser tem a forma de um coração.
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coisa que nos apaixona. Quando a nossa emoção está envolvida então,
seguramente, iremos lá chegar. E todos os que nos rodeiam comunga-
rão dessa certeza e estarão mais disponíveis para nos apoiar. Quem não
gosta de se colocar ao lados dos vencedores?
Voltando a referir-nos à segunda chave do sucesso, o poder ilimita-
do dos objetivos. Anthony Robbins diz que não há pessoas limitadas,
há objetivos limitados. Nós crescemos até onde os nossos objetivos nos
levam. O nosso crescimento como pessoas depende dos objetivos que
definimos.
Se a maior parte das pessoas não é bem sucedida não é por serem
limitados, mas porque o comum das pessoas define objetivos muito
baixos. Segundo as últimas investigações da neurobiologia e da psicolo-
gia atuais, nós temos capacidade para fazermos qualquer coisa na vida.
Não estão estabelecidos a priori limites para a capacidade intelectual do
ser humano. Os últimos estudos da Universidade de Stanford dizem que
nós usamos cerca de 2% da nossa capacidade intelectual. Estima-se que
Albert Einstein tenha usado 4%. Hoje em dia as investigações na área
da neuro-fisiologia revelam-nos que temos capacidade para alcançarmos
muito mais do que julgamos possível. Não estamos é a definir objetivos
para tal.
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3ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
OS JARDINS QUE
NÓS REGAMOS
A
3ª chave, como vimos anteriormente é a força do otimismo.
Não podemos deixar de lembrar-nos de distinguir o oti-
mismo de realismo e de pessimismo.
Realismo é dizer a verdade sobre o que é, enquanto que pessimismo
é acreditar que amanhã não vai ser melhor. Não porque as coisas se vão
organizar nesses sentido, não porque temos esperança, não por ingenui-
dade, mas porque estamos a fazer tudo o que deve ser feito para atingir
esse resultado.
Por exemplo, quando perguntamos a alguém sobre se a situação eco-
nómica e política atual do país vai melhorar, a maior parte das pessoas
vai responder: “Isto nunca mais vai ser como era antes!” Ou, no melhor
dos casos, afirmará que talvez melhores, mas: “Ainda vamos ter crise
para muitos anos!” Uma afirmação deste tipo consiste em ser pessimista.
Todavia também podemos encontrar os ingénuos que defendem que
evidentemente tudo irá melhorar sem nos apresentarem qualquer argu-
mento confiável. Um otimista é aquele que, mesmo não sabendo se vai
ou não melhorar a economia exterior, tem a convicção que irá melhorar
na sua vida porque conhece a realidade desta, tem na sua mão o poder de
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Oakmark - Business Excelerators 3ª CHAVE
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4
O PRINCÍPIO
DA ECOLOGIA
Oakmark - Business Excelerators 4ª CHAVE
A
4ª chave do sucesso é o princípio da ecologia. Chamo-lhe o
princípio menos compreendido do sucesso. Este princípio
implica que tenhamos consciência que há mais na vida do
que o circulo da nossa individualidade. Neste princípio remetemo-nos a
realidades que ultrapassam grandemente o nosso ego. O maior desafio
que o ser humano tem é confrontar-se com o seu próprio ego, ou seja
a sua noção estreita de individualidade. Normalmente o que nos corre
menos bem na vida está relacionado com o nosso ego, a visão individu-
alista do que nos cerca.
O princípio da ecologia é a compreensão de que nada se esgota na
nossa individualidade. Aliás, a nossa individualidade é muito pouco im-
portante. Há realidades muito mais importantes que nós mesmos. Este
princípio transporta-nos para o interior de um universo governado por
leis. E devemos ter consciência de que nunca poderemos ser bem suce-
didos em confronto com essas leis. Só em alinhamento com essas leis
poderemos cumprir os objetivos que nos são mais queridos.
As leis a que me refiro são as leis universais, aquelas que já estavam
no universo quando nós cá chegámos. É evidente que nunca seremos
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4ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 4ª CHAVE
A LEI DA
ABUNDÂNCIA
O
princípio da compreensão das leis universais é fundamen-
tal. Uma das leis que me é muito querida é a lei da abun-
dância. A lei da abundância revela que nós temos muito
mais do que aquilo que precisamos para viver. Temos muito mais de
tudo o que é importante no mundo para que todos os seres humanos
pudessem viver em abundância.
O grande desafio é que nós apesar de vivermos num universo abun-
dante, olhamos para ele e nele vivemos a partir do ponto de vista da
escassez. É esta ansiedade e medo da escassez que se traduz na acumu-
lação fazendo com que muitos de nós tenham muito mais do que aquilo
de que algum dia poderão usufruir e que a maioria de nós viva abaixo
daquilo que seria humanamente aceitável.
Se fosse possível agarrar em todos os recursos que existem no mundo
e dividir pela população mundial, ainda assim apesar de sermos muitos,
seríamos todos ricos. Não estou aqui a argumentar que isto fosse justo.
Apenas quero deixar uma chamada de atenção para a abundância em
que vivemos e para a consciência que habitamos este universo abundan-
te do ponto de vista da escassez.
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4ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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4ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 4ª CHAVE
AS EQUAÇÕES
DO SUCESSO - COMO
POSSO SERVIR MAIS?
T
al como aprendi com Jim Rohn, a primeira equação do su-
cesso tem uma raiz bíblica. Consta que alguém questionou
o profeta sobre qual seria a chave da grandeza (riqueza,
reconhecimento, sucesso) e que este terá sido respondido: “Encontra
uma forma de servir a muitos!” Apesar de ser próxima da afirmação que
diz que podemos “servir-nos” de muitos, esta asserção é completamente
distinta. Segundo o profeta é na medida em que pudermos servir a mais
pessoas, que vamos atingir o resultado desse esforço.
Um dos princípios básicos do universo é o princípio do equilíbrio.
Todos nós sabemos que, em qualquer ecossistema, se há um desequilí-
brio numa espécie, seja à custa de outras espécies ou de qualquer modo
possível, a natureza encontrará uma forma de repor o equilíbrio. O
universo autoequilibra-se. Assim sendo quando fazemos levantamentos
sem parar, a nossa conta bancária fica desequilibrada. No entanto, pode-
mos também desequilibrar o universo em sentido positivo. Se fizermos
inúmeros depósitos, o universo vai ter de nos facultar levantamentos.
Seguindo as palavras do profeta: se nós arranjarmos uma forma de servir
a muitos, serão muitos o que nos prestarão serviços. Quanto mais pes-
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4ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
soas eu servir, maior será o número dos que me servirão a mim. Este
fenómeno de retribuição nem sempre é direto. Por vezes a retribuição é
indireta. O universo joga com a lei do esforço indireto. Muitas vezes co-
locamos o nosso esforço num ponto e, de um outro lugar, vem o retorno
na proporção exata dos serviços que tínhamos prestado.
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Oakmark - Business Excelerators 4ª CHAVE
A
segunda equação do sucesso, podemos encontrá-la em John
Kennedy, no discurso inaugural como presidente dos Esta-
dos Unidos. E foi apresentada com a seguinte formulação:
“Não perguntes o que pode o teu país fazer por ti, mas o que podes tu
fazer pelo teu país”. Uma questão desta natureza – “o que é que eu posso
fazer para ajudar?” – provavelmente tirar-nos-ia rapidamente da crise
em que nos encontramos. E a pergunta desdobra-se:
– “Não perguntes o que podem as pessoas por ti, mas sim o que
podes fazer por elas”...
– “Não perguntes o que pode o mercado fazer por ti, mas sim o
que podes fazer por ele”...
– “Não perguntes o que pode a tua empresa fazer por ti, mas sim
o que podes fazer tu pela tua empresa”;
– “Não perguntes como é que podes fazer levantamentos, mas
sim como podes fazer depósitos”;
– “Não perguntes como podes ser servido, pergunta como podes
servir...”
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4ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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5
A AUTO-DISCIPLINA
É O CATALIZADOR
5ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
A
autodisciplina pode considerar-se uma catalisador. É ela que
coloca todas as outras chaves em ação. Falar de autodiscipli-
na é o mesmo que afirmar que temos de pagar adiantado o
preço do sucesso. Primeiro temos de colocar sempre o esforço.
A autodisciplina consiste em fazermos aquilo que tem de ser feito
mesmo quando não nos apetece. Fazer o que tem de ser feito consiste
em definir um objetivo, traçar um plano e executar o plano diariamente,
mesmo quando não sentimos qualquer vontade. Há sempre um álibi
possível para não se ser disciplinado como, por exemplo, achar que está
demasiado calor para ir ao ginásio ou ser um dia especial para não ter de
cumprir a dieta. É claro que se se seguir esta tipo de ação nunca iremos
atingir os resultados.
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Oakmark - Business Excelerators 5ª CHAVE
A FÓRMULA
DO SUCESSO
A
vida, já afirmavam os filósofos gregos, é constituída por
opostos em conflito. Daí que para compreendermos a fór-
mula do sucesso temos, em primeiro lugar, de conhecer a
fórmula do fracasso.
Os opostos conferem sentido à realidade. A luz só faz sentido porque
existe escuridão, o bem só existe por oposição ao mal e a liberdade por con-
traposição à clausura, assim como o sucesso só tem sentido porque existe o
fracasso. No fundo não seria possível ganhar se fosse possível perder.
A fórmula do fracasso é simples: consiste em realizarmos alguns
maus juízos repetidos ao longo do tempo. No entanto, o universo está
de tal modo organizado que só sofremos as consequências dos nossos
erros após tê-los repetido inúmeras vezes. Além deste fator de prote-
ção o universo vai-nos dando sinais que nos permitem perceber quando
vamos no caminho errado. Os sinais são recorrentes e, por isso mesmo,
não poderemos deixar de os ter em conta, se a isso estivermos atentos.
Assim sendo, imaginemos o exemplo de uma pessoa que vai a uma
loja de hamburgers e come tudo o que consegue naquele dia. Depois
ainda decide tomar um digestivo e fumar um cigarro. Essa pessoa não
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5ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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Oakmark - Business Excelerators 5ª CHAVE
A FILOSOFIA DO
PRONTO-A-COMER
U
ma das imagens que me ajuda a ilustrar a vida de uma forma
eficaz é o contexto de um pronto-a-comer. Há quatro lições
que podemos retirar de um pronto-a-comer.
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5ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
Por outro lado, a maior parte do que entra na fila, espera durante um
tempo e depois farta-se de estar á espera e sai da fila. Ora, com frequên-
cia, esta pessoa que sai da fila vai entrar noutra fila. E depois em outra
e em outra... passando a vida a entrar e a sair de filas sem nunca comer.
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Oakmark - Business Excelerators 5ª CHAVE
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6
A ALAVANCADO
CONHECIMENTO
Oakmark - Business Excelerators 6ª CHAVE
FAZER
BOAS ESCOLHAS
A
última chave do sucesso pode ser vista como uma alavanca.
Esta chave funciona como a força multiplicadora ou, mais
precisamente, o poder de desmultiplicar a nossa força.
Arquimedes, um dos principais cientistas da antiguidade clássica foi
quem descobriu a lei da alavanca e afirmava que não precisava mais do
que uma alavanca e um ponto de apoio adequado para, só com um braço,
mover o mundo. A dimensão da alavanca e o ponto de apoio são o fator
que desmultiplica a força que nós empregamos.
O fator desmultiplicador das chaves que analisámos até agora são
as ideias e o conhecimento. Só o nosso conhecimento, a excelência das
nossas ideias é que nos permite errar menos vezes. Nunca iremos deixar
de errar por completo, no entanto, seguramente, os nossos erros serão
mais inteligentes. E, além disso, iremos evitar uma série de erros. A qua-
lidade das nossas escolhas melhora com a qualidade do nosso conhe-
cimento. Daí ser tão importante ler, frequentar seminários, workshops,
fazer cursos e passar tempo com pessoas que nos podem ensinar alguma
coisa. Estas práticas melhoram a qualidade do nosso conhecimento e
a capacidade de tomarmos melhores decisões. Ora, quanto melhores
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6ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
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6ª CHAVE As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
CAPACIDADE DE
TOMAR DECISÕES
É
essencial aumentar a cada momento o nosso conhecimento.
Por isso é que Denis Waitley afirma que a qualidade dos
nossos resultados depende daquilo que nós fazemos em
prime time. Provavelmente porque é nesta altura que as pessoas de su-
cesso têm tempo para adquirir conhecimentos e o aproveitam para tal.
Vejo as empresas a pedir motivação... Vejo as pessoas a pensar em
trabalhar mais horas e mais duro... E tudo isto como se a única forma de
melhorar os nossos resultados fosse fazendo mais.
Só trabalho duro vai deixar-nos cansados, mas trabalho inteligente
pode-nos deixar ricos! E a maior parte das pessoas que eu conheço estão
cansadas em vez de ricas... E é por isso que, por vezes, me parece que
subavaliamos o conhecimento, tanto pelo menos como sobreavaliamos
a motivação.
Imagine que tenho um idiota e resolvo motivá-lo... É verdade, fico
com um idiota motivado: parece perigoso não? Acredito que temos
primeiro encontrar o caminho certo e só depois podemos pensar em
motivação. E encontrar o caminho certo é, na minha opinião, procurer o
conhecimento, para que elas encontrem esse caminho.
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CONCLUSÃO As 6 Chaves Comportamentais dos Profissionais de Sucesso
CONCLUSÃO
E
stes hábitos comportamentais, apesar de não serem ensina-
dos nas universidades são aqueles que são imprescindíveis
a uma vida de de excelência que passa pelo sucesso. Hoje
em dia as competências técnicas estão ao alcance da mão de qualquer
empresário, são fáceis de conseguir. Assim sendo, aquilo que verdadei-
ramente faz a diferença para alcançar o sucesso é a nossa atitude. É a
atitude que distingue o profissional de excelência dos demais. A parte
técnica não deixa de ser importante, assim como a parte financeira, mas
transformar os princípios de sucesso aqui apresentados em hábitos de
atuação é decisivo. E, se isso não acontecer, dificilmente o resultado será
significativo. Daí ser muito importante cuidar da cultura de cada um de
nós assim como, se somos empresários, cuidar da cultura das empresas.
Desejo que este livro funcione como uma semente que venha a ger-
minar e conduza a um aumento gradual de conhecimento.
Para terminar gostaria de recordar aqui o ensinamento de uma nar-
rativa muito antiga.
Uma antiga lenda hindu conta que houve um tempo em que todos
os homens eram deuses. Mas diz-se que abusaram tanto da sua divinda-
de que Brahama, o Deus Supremo, decidiu retirar-lhes o poder divino
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