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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA

DE FAMÍLIA DA COMARCA DE XXX

XXX, menor impúbere, nascido no dia 08/11/2002, XXX, menor


impúbere, nascido no dia 09/12/1999, XXX, menor , nascido no dia
04/01/1995 e XXX, menor impúbere, nascido no dia 25/01/1998, neste ato,
representados por sua genitora, XXX, casada, portadora da Carteira de
Identidade/RG nº XXX SSP/XX, CPF nº XXX residente e domiciliada na
XXX , Bairro, CEP, por intermédio de seus procuradorores, com instrumento
de mandato em anexo (doc. 1), valendo-se dos benefícios da assistência
judiciária gratuita, vem com o devido respeito e acatamento perante V. Exa.,
propor:

AÇÃO DE ALIMENTOS
com pedido liminar

em face de XXX, brasileiro, solteiro, marcineiro, portador da cédula de


identidade RG nº XXX SSP/XX, residente e domiciliado na rua XXX, Bairro,
nesta cidade, pelos fatos e motivos que passa a expor:

A GRATUIDADE DE JUSTIÇA:
Inicialmente, requerem a V. Exª. sejam deferidos os benefícios da
Gratuidade de Justiça, com fulcro na lei 1060/50, com as alterações
introduzidas pela Lei 7.510/86, por não terem condições de arcar com as
despesas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio
sustento e de suas famílias, conforme atestado de pobreza que instrui a
exordial.

DOS FATOS

1. Os Requerentes são todos filhos do Requerido, conforme fazem prova as


certidões de nascimento em anexo.(doc. 2)

2. A mãe dos Requerentes ainda é casada com o Requerido (doc. 3), tendo
vivido maritalmente com o mesmo até o final do ano de 2008, período em
que houveram diversos desentendimentos, que culminaram em uma
agressão mútua, na qual houve ,inclusive, a intervenção da força policial,
conforme boletim de ocorrência anexo (doc. 4), diante da impossibilidade
de convivência mútua, a pedido da mãe dos Requerentes, o Requerido saiu
de casa.

3. Enquanto convivia com a mãe dos Requerentes, o Sr. XXX sustentava os


filhos e proibia a mulher de trabalhar fora.

4. Após romper a convivência com a mãe dos autores, o Requerido fez um


acordo verbal no qual se comprometeu a pagar uma quantia mensal de R$
500,00(quinhentos reais) por mês, acontece que até o mês de Abril do
presente ano ele não tem sido fiel no cumprimento da obrigação
estabelecida, apresentando-se irritado com as cobranças da genitora de
seus filhos, tendo inclusive ameaçado a mesma de diversas formas,
(inclusive dizendo que teria comprado uma arma para matá-la), deixando a
mãe dos Requerentes com dificuldades para prover o sustento dos 4 filhos.

5- A casa onde se encontram os Requerentes, está sob ameaça de


desligamento da luz elétrica como comprovam as contas atrasadas
juntadas em anexo em anexo (doc. 5)

6. Tornou-se difícil o sustento da própria mãe dos Requerentes, que se


encontra com carência de mantimentos básicos em sua casa, estando
também prejudicado o sustento de seus filhos, sendo que atualmente
encontra-se desempregada e com todas as suas contas atrasadas.

7. O Requerido é carpinteiro, encontra-se atualmente trabalhando com


carteira assinada em uma empresa não informada, auferindo uma renda
aproximada de R$ 1.000,00 (mil reais) mensais.

DO DIREITO

Conforme ensina Maria Helena Diniz: “A obrigação de prestar alimentos


fundamenta-se no princípio da solidariedade familiar, é dever
personalíssimo do alimentante, em razão de parentesco que o liga ao
alimentando”1.

Segundo definição de Orlando Gomes, os alimentos são prestações para


satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las por si.
Compreende o que é imprescindível à vida da pessoa, como a alimentação,
o vestuário, a habitação, o tratamento médico, as diversões, se a pessoa
alimentada for menor de idade, ainda verbas para sua instrução e
educação.2

Também segundo o artigo 229 da Constituição Federal: “Os pais têm o


dever de assistir, criar e educar os filhos menores [...]”.

A seu turno, o Código Civil, em seu artigo 1694 prescreve que: “Podem os
parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição
social, inclusive para atender às necessidades de sua educação”.

E pela definição do artigo 1694, §1º do Código Civil, os alimentos devem


ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos
da pessoa obrigada.

Da mesma forma, no mesmo diploma, consta: “Art. 1.695. São devidos os


alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode
prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se

1
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, 5º Vol., São Paulo : Saraiva,
2002, p. 391.
2
reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu
sustento.”

Por fim, pela Lei nº 5478/68, em seu artigo 2º: "O credor, pessoalmente, ou
por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente, qualificando-
se, e exporá suas necessidades, provando, apenas o parentesco ou a
obrigação de alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome,
residência ou local de trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha
aproximadamente ou os recursos de que dispõe."

ISTO POSTO, REQUER

a) Que liminarmente sejam fixados alimentos provisórios no valor


correspondente a 1 (um) salário mínimo vigente, descontados em folha de
pagamento, e entregues à representante dos autores até que seja aberta
conta poupança no nome da mesma;

b) A intimação do ilustre representante do Ministério Público para atuar


no processo;

c) A concessão do benefício da Assistência Judiciária, com base na Lei


1.060/50, para ficarem isentos de despesas processuais e honorários
advocatícios;

d) A citação do Requerido no endereço supra mencionado, para


responder aos fatos e pedidos apresentados nesta ação, sob pena de
revelia (Lei de Alimentos, art. 7º), segundo procedimento da Lei nº
5.478/78;

e) Que seja expedido um ofício à empresa empregadora do


demandado para que o valor da pensão seja descontado em folha de
pagamento e expedida guia para abertura de conta em nome da
representante dos menores;

f) Julgamento procedente da ação, condenando o réu à prestação de


alimentos definitivos no valor correspondente a 1 (um) salário mínimo
vigente, descontados em folha de pagamento e depositados em conta
bancária especialmente aberta para essa finalidade

g) A condenação do requerido nas despesas processuais e honorários


advocatícios, na base de 20% do valor da condenação;
Protestando pela produção de todas as provas em direito admitidas,
especialmente provas documental, testemunhal e depoimento pessoal do
requerido, sob pena de confissão.

Atribui-se a causa o valor de R$ 5.580,00 (cinco mil quinhentos e oitenta


reais) de acordo com o art. 259 incido VI do CPC, para efeitos fiscais.

Nestes Termos.
Pede Deferimento.

Cidade, data.

Advogado
OAB

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