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ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

PMT3205 – 1° Semestre de 2018

CURVA G – Hidratação de Gesso

Alunos:
Karina Bonami Vicente N°USP: 9832317
Isabela Simões Dornelas N°USP: 9839096
Leonardo Leone N°USP: 10334933
Marco Antônio Costa Putinato N°USP: 9390920
Millena Miyuki Mori N°USP: 10404187

São Paulo, junho de 2018


ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

1. PROPOSTA

Estimar a entalpia a temperatura adiabática de reação para a hidratação e


CaSO4·0,5H2O a CaSO4·2H2O a partir de curvas T versus t.

1.1. UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA PROPOSTA:


A análise a ser apresentada refere-se ao experimento G, que se trata da mistura de
50 gramas de água com 50 gramas de gesso.

O gráfico a seguir apresenta a curva de temperatura do gesso por tempo e a curva da


temperatura ambiente por tempo.

Temperatura x Tempo
38
36
34
Temperatura (°C)

32
30
28
26
24
22
20
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Tempo (min)

T ambiente (°C) T gesso (°C)

Observa-se que a temperatura ambiente não é constante, o que pode levar a erros
nos cálculos.
O gráfico abaixo mostra a curva da diferença (ΔT) entre a temperatura do gesso e a
temperatura ambiente.
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ΔT x Tempo
14

12

10
ΔT (°C)

0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Tempo (min)

Por volta do minuto 35, a curva ΔT x Tempo chega ao seu ponto de máximo, que
indica o momento em que o ganho e a perda de calor são iguais.
Quando a reação acaba, é possível observar um comportamento exponencial
decrescente, o que era esperado, já que se trata de um processo de resfriamento. No
trecho entre 70 e 200 minutos, foi possível obter um bom ajuste exponencial, com R²
= 0,9991. Esse ajuste foi obtido após o incremento de uma constante de correção de
valor -0,7 no valor de ΔT. Essa constante é necessária devido às pequenas diferenças
de calibração dos sensores utilizados.

ΔT x Tempo (ZOOM)
10
9
8 y = 18,1990e-0,0110x
R² = 0,9991
7
ΔT (°C)

6
5
4
3
2
1
0
0 50 100 150 200 250

Tempo (min)
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Temos então: ΔT = 18,199 𝑒 −0,011𝑡 .


Assim, comparando com a expressão generalizada, ΔT = α 𝑒 𝛽𝑡 , o valor de α é 18,199
e o de 𝛽 é -0,011.
Calculando a taxa de perda de calor para cada por ΔT:
taxa = 𝛽 m Cp ΔT
Obtém-se o gráfico de taxa por tempo:

Taxa de perda de calor x Tempo


0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
-5

-10
Taxa (J/min)

-15

-20

-25

-30

-35

-40
Tempo (min)

Para o valor de m · Cp, adotou-se:

𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑔𝑒𝑠𝑠𝑜 × 𝐶𝑝 𝑑𝑜 𝑔𝑒𝑠𝑠𝑜 + 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑎 á𝑔𝑢𝑎 × 𝐶𝑝 𝑑𝑎 á𝑔𝑢𝑎

Sendo o Cp do gesso igual a 1,09J/g.K e o Cp da água igual a 4,187J/g.K, o valor do


Cp da mistura é 263,85 J/K.
Calculando o calor total cedido:
Q𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = β · m · Cp · Δt · Σ ΔT𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜
Obtém-se Q𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = - 4174,4 J = ΔH 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒓𝒆𝒂çã𝒐
A entalpia específica de reação:

ΔH𝑟𝑒𝑎çã𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 = ΔH𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑟𝑒𝑎çã𝑜/m𝑔𝑒𝑠𝑠𝑜 = - 4174/50 = - 83,5 J/g


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Podemos estimar o ΔT que seria atingido caso a reação ocorresse de forma


adiabática.
ΔT𝑎𝑑𝑖𝑎𝑏á𝑡𝑖𝑐𝑜 = - ΔH / m Cp = 3752,5 / 263,85 = 15,8 °C
Ou seja, cerca de 3,5°C acima do obtido no experimento não adiabático.

1.2. CRITÍCA à METODOLOGIA:


A princípio, a realização do experimento em um ambiente não controlado resulta em
erros de cálculos. Durante toda a análise, adotou-se que a temperatura ambiente era
constante, o que não é verdade. Esta apresentou oscilação aproximada de ± 1,0°C.
Caso o experimento fosse realizado de forma controlada, seria possível saber como
a temperatura do gesso se altera apenas devido à reação exotérmica.

O método proposto pelo docente depende totalmente da equação correspondente à


linha de tendência encontrada pela excel, que é dependente do intervalo de valores
escolhido para a curva. Assim, as equações podem ser muito diferentes, afetando os
resultados.

1.3. DISCUSSÃO DA ETAPA DE RESFRIAMENTO:


O problema proposto segue a lei de resfriamento de Newton, sendo que esta
expressa que a taxa de perda de calor de um corpo é proporcional à diferença de
temperatura entre o corpo e a vizinhança enquanto estiver sob efeito de uma brisa.
No caso da hidratação do gesso, temos que a fase final segue bem próxima de uma
curva exponencial, evidenciando a lei citada.

1.4. PROPOSTA DE OUTRO EXPERIMENTO:


Uma solução barata para o experimento proposto, seria utilizar um recipiente de
poliestireno expandido (isopor para garrafa de 600 ml) com um corte retangular. Neste
corte colar um termômetro na parte interna, e um pedaço de vidro na parte externa,
formando um visor para a temperatura. No interior do recipiente de isopor, colocar um
copo plástico no qual será fixado o termômetro com fita adesiva.
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Com este sistema, é possível identificar o delta de temperatura da reação, sendo que
sabemos a condição inicial de temperatura (temperatura ambiente) e a condição final.
E como o calorímetro ficara isolado do ambiente externo, haverá pouca oscilação na
precisão dos resultados.

1.5. REFERÊNCIAS:
[1] W.J. MOORE, Físico-Química. Vol. 2, Trad. Tibor Rabockai, São Paulo, Edgard
Blucher, 1976, p. 391-392.
[2] Texto disponibilizado pelo docente;” DETERMINAÇÃO APROXIMADA DA
ENTALPIA DE REAÇÃO POR MEIO DA ÁREA E DO AJUSTE DA CURVA DE
RESFRIAMENTO – versão 4 – 2018, Augusto Neiva

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