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Proteção de Sistemas Elétricos
Elé tric o s
1 – Relés de Distância
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Proteção de Sistemas Elétricos
Elé tric o s
1 – INTRODUÇÃO
O valor da corrente de curto-circuito, como se sabe, varia de acordo com a impedância medida
desde a fonte até o ponto de defeito.
Sabe-se, também, que numa linha de transmissão a impedância Z é diretamente proporcional
à distância entre o ponto de instalação do relé e o ponto de defeito. Por isso, esses relés são
denominados relés de distância, que é um nome genérico dado aos aparelhos que de um mo-
do ou de outro utilizam este princípio para proteger uma linha de transmissão. Existem, na rea-
lidade, vários relés baseados neste princípio, a saber:
relé de impedância (OHM);
relé de reatância;
relé de admitância (MHO).
A aplicação de um ou outro relé de distância está condicionada à característica do sistema no
qual irá operar, ou seja:
o relé de impedância é indicado para a proteção de linhas de transmissão consideradas de
comprimento médio para o seu nível de tensão. No caso de uma linha de transmissão de
230 kV, pode-se considerar como média aquela de comprimento igual a 200 km;
o relé de reatância é indicado para a proteção de linhas de transmissão consideradas de
comprimento curto para o seu nível de tensão. Foi desenvolvido para reduzir o efeito do arco
no ponto de balanço do relé, durante a ocorrência de um defeito;
o relé de admitância é indicado para a proteção de linhas de transmissão consideradas de
comprimento longo para o seu nível de tensão;
2 – Relés de Distância
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o ajuste do relé de distância deverá ser realizado de forma a se obter torque positivo para
valores de impedância abaixo do valor ajustado, normalmente tomado como percentagem
do comprimento da linha de transmissão.
O entendimento do funcionamento do relé de distância será melhor entendido a partir do exa-
me da Fig. 10.98.
I1 B I2 C
A
R1 R2 R3 R4 G2
G1
s
L1 L3 P
s
L2 L4 L5 L6
I1 I2
V1 V2
Z1 Z2
TC TP
Terminais de entrada
Transdutores Transdutores
de corrente de tensão
Unidade de
partida de
corrente ou
impedância
Unidade de Unidade de
sinalização atuação
Terminais de saída
A partir dessas considerações a atuação dos relés ocorrerá de acordo com a seguinte lógica,
previamente definida no projeto de proteção.
o relé R 3 deverá operar primeiramente, pois a impedância vista por ele é menor do que a
impedância vista pelos demais;
em seguida irá operar o relé R 4 , obedecendo o valor da impedância;
o relé R 1 é considerado relé de segunda contingência, isto é, na falha de operação do con-
junto disjuntor da barra B + relé R 3 o relé R 1 operaria;
os relés R 2 e R 3 “vêem” a impedância de defeito com praticamente o mesmo valor; devem
ser ajustados de forma a atuar somente o relé R 3 , já que a atuação do relé R2 implicará na
desernegização das linhas L4 e L5.
para que os relés R 2 e R 3 sejam coordenados nesse tipo de evento é necessário que sejam
equipados com unidades direcionais.
T K1 I 2 K 2 V I cos K 3
I - corrente do circuito;
- ângulo de defasagem entre V e I;
- ângulo de projeto do relé;
K 3 - constante da mola de restrição.
Observa-se que a parcela K 1 I é diretamente proporcional ao quadrado da corrente circulan-
2
x X
A R
k1 / k2
2
/K
B
K1
T<0
-R
R
T>0 T=0
-x
8 – Relés de Distância
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X
-R R
(K1/K2)a (K1/K2)b (K1/K2)c
T>0
T3
T2
T<0 T1
R
Z1 Z2 Z3
T=0
F
+
67
DIR
CBS M1 M2
M3
CT2
BS BS
BS CT3
52a
RT
52
TC
11 – Relés de Distância
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0
O ângulo de torque máximo é ajustado na fábrica, sendo, em geral, de 75 , com corrente em
atraso da tensão. Quando se trata de linha de transmissão, esses ajuste permanece, já que
0
nesses casos o ângulo é geralmente superior a 65 (condição de curto-circuito). Para situa-
ções diferentes é necessário se proceder aos ajustes de acordo com o caso.
Tempo
Z3
T3
Z2
T2
Z1
T1
Distância
0,80 0,20 0,50 0,50
L1 L2 L3
13 – Relés de Distância
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T<O
T>O
T=O
Unidade
direcional
De acordo com a literatura corrente, a resistência do arco pode ser dada pela Equação (10.34).
La
R a 287 1,4
I cc
La - comprimento do arco, em cm;
I cc - corrente de curto-circuito, em A.
O comprimento de arco La corresponde à distância entre os dois pontos de fases diferentes
onde ocorre o defeito. No caso de uma falta entre duas fases de uma linha de transmissão de
69 kV, onde os condutores se aproximaram de uma distância de 240 cm e a corrente de curto-
circuito foi de 500 A, a resistência de arco vale:
24
Ra 287 1,14
5001,4
O relé de reatância está baseado na relação entre o componente indutivo da queda de tensão
na linha de transmissão devido à ocorrência do curto-circuito e a corrente de defeito corres-
pondente, ou seja:
V sen
X
Icc
A Fig. 10.107 mostra as partes funcionais típicas de um relé de reatância. Destacam-se a uni-
dade direcional de sobrecorrente, caracterizada por uma bobina de tensão, e a unidade de so-
brecorrente.
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Pólos
Corrente
Disco de
indução
Copo de
indução
Tensão
ço, isto é, T = 0.
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K1
Z cos 90
K2
Como cos 90 sen , logo tem-se:
K1
Z sen
K2
Finalmente, tem-se:
K1
X
K2
Esta equação representa uma reta paralela ao eixo da resistência num plano R - X, como visto
na Fig. 10.108. Esta reta representa a condição para T = 0. No semiplano acima da reta, tem-
se a condição de torque negativo e no semiplano abaixo, a condição de torque positivo. O tor-
que máximo do relé, como se pode notar pela Equação (10.36), é obtido para 90 , enquan-
0
to se verifica também que o torque de operação é tanto maior quanto menor for a tensão pre-
sente, conforme Equação (10.27). O ajuste do relé de reatância pode ser feito a partir da
Equação (10.39).
RTC
Xs X p K
RTP
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T<0 T=0
T>0
K1 \ K2
Z
R
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X
X
A
B
T=0
/ K1
1
/K
K2
K2
0
T>0
R
/ K1
T<0 K2
K2
/K
1
0 R
Fig. 10.109 – Relé de distância: expressão de Z Fig. 10.110 – Relé de distância: variável
20 – Relés de Distância
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X
(K2/K1) c
(K2/K1) b
(K2/K1) a
C
B
A
R
0
21 – Relés de Distância
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F
+
67
DIR
CBS M1 M2
M3
CT2
BS BS
BS CT3
52a
BT
52
TC
22 – Relés de Distância
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EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Considerar o sistema mostrado na Fig. 10.113. Calcular os ajustes dos relés de distância a im-
pedância instalados na subestação A. A carga máxima das linhas L1 e L2 está limitada a 75%
da capacidade de condução de corrente dos condutores.
T3
Z1= 0,80 x Z l1
Z1= Z2+ 0,5 x Zl2
T1
L1 L2 L (m)
25 – Relés de Distância
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Ip 500
RTC1 100
Is 5
Logo, a RTC1 = 500 - 5: 100
d) Relação RTP/RTC
RTP1 600
R1 6
RTC1 100
e) Determinação das distâncias de proteção
Primeira zona: Z1
Z1p 0,80 45,5 36,4
A distância protegida vale:
Z1p 36,4
L1p 119,7 120 km
Z477 0,304 /km
Ou ainda, neste caso simples:
L1p 0,80 150 120 km
Segunda zona: Z 2
Deve cobrir 50% do comprimento da linha L2 .
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Nota: Se fosse escolhido um relé de reatância, deveriam ser computados somente os valores
de reatância dos cabos e transformadores.
29 – Relés de Distância
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carga em repouso: 8 W;
carga máxima: 20 W;
capacidade térmica permanente: 4 I n ;
capacidade térmica durante 3 segundos: 50 I n ;
limite dinâmico: 240 I n ;
módulo de seqüência positiva: 0,01 a 50 ;
ângulo de seqüência positiva: 25 a 900 (em passos de 10);
ângulo de seqüência zero: 25 a 900 (em passos de 10);
fator de compensação de seqüência zero: 1 a 8 (em passos de 0,01);
comprimento da linha 0,0 a 400 (em passos de 0,01);
unidade de comprimento da linha: km/milhas;
unidade do localizador: comprimento / % comprimento da linha.
As curvas tempo e corrente do relé em apreço podem ser encontradas nas Fig. 10.115 e
10.116.
34 – Relés de Distância
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100 100
10 10
Índices
1
0,9
0,8
0,7
Índices
1 0,6
0,5
1
0,4
0,3 1
0,9
0,8
0,2 0,7
0,6
0,5
0,4
0,1 0,3
0,2
0,05
0,01 0,01
0,1 2 3 4 5 6 7 8 910 20
0,1 2 3 4 5 6 7 8910 20
Vezes a corrente ajustada
Vezes a corrente ajustada
35 – Relés de Distância