Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
para pequenas
empresas
INFORMAÇÃO JURÍDICA DESCOMPLICADA
Introdução
O direito do trabalho é a área jurídica mais presente no dia a dia das empresas. Isso porque
Diante deste cenário, é fundamental que as empresas conheçam a legislação trabalhista aplicável
Assim, não é à toa que tantos empresários veem no risco e passivo trabalhista um dos maiores
E foi pensando em auxiliar no dia a dia das empresas e incentivar uma postura preventiva na área
trabalhista que criamos esse livro, que aborda alguns dos temas que mais geram dúvidas nos
Esperamos, assim, contribuir para que cada vez mais as empresas estejam aptas a enfrentar os
Esse contrato pode ser tácito ou expresso, contudo é extremamente recomendável que as
empresas formalizem o contrato, visando garantir maior segurança para ambas as partes.
que, não obstante esteja sendo contratado para determinada função, se obriga a todo e
qualquer serviço compatível com a sua condição pessoal, desde que guarde relação com a função
b) Qual será a jornada de trabalho e quais serão os dias de trabalho – é fundamental que o
contrato preveja o número de horas semanais a serem prestadas pelo empregado e em que dias
haverá trabalho, pois essa previsão gera diversos reflexos no cálculo de verbas devidas e
02
c) Modalidade de remuneração, se salário fixo, comissões, salário fixo + comissões, entre outras
modalidades. Também importante que conste o valor da parte fixa e o critério a ser utilizado para
d) A possibilidade de descontos por qualquer prejuízo ou dano causado ao seu patrimônio, por
Outras previsões também podem fazer parte do contrato de trabalho, conforme o caso e
contratação e o empregador terá o prazo de 48 horas para fazer as anotações, como data de
Para segurança de ambas as partes, é necessário que a empresa colha recibo de entrega da CTPS
pelo empregado e igualmente da devolução, a fim de comprovar que foram observados os prazos
legais. O atraso na devolução da CTPS implica em multa a ser paga pelo empregador.
O empregador deverá requerer e guardar cópia de alguns documentos do empregado, tais como:
título de eleitor;
do sexo masculino);
situações);
carteiras profissionais, expedidas por órgãos de classe, quando exigível para o pleno
requerer que o empregado preencha formulário indicando seu endereço residencial e quais as
linhas de transporte coletivo terá que utilizar para comparecer ao trabalho. No mesmo
Caso o empregado não vá fazer uso de transporte público e, por isso, não vá receber vale
já que é seu o ônus de provar que o empregado efetivamente optou por não ter o benefício.
A empresa deverá ainda garantir a realização de exame médico admissional, visando garantir que
o empregado tem condições de saúde para iniciar na atividade para a qual está sendo
contratado. Assim, tal exame deve ocorrer antes do início das atividades.
Importante ressaltar que os custos com o exame médico admissional - tal como com os demais
exames médicos exigidos pela legislação - é exclusivamente da empresa, não podendo ser
partes terão expectativa de que ele se prorrogue no tempo, sem conhecerem de antemão o
Contudo, o contrato de experiência tem um tempo pré-determinado, justamente por objetivar que
O período máximo do contrato de trabalho será de 90 dias, podendo haver uma prorrogação,
desde que não ultrapassado esse limite. Assim, as partes podem estipular que o contrato de
experiência será de 45 dias, prorrogável por mais 45. Ou se 30 dias, prorrogável por mais 30.
Assim, necessário que se observe os dois parâmetros: máximo de 90 dias e limite de uma
prorrogação.
Vale lembrar que todas as providências abordadas acima são necessárias já para o início do
contrato de experiência. Isso porque, no silêncio das partes após o período de experiência, o
07
Jornada de trabalho
É responsabilidade do empregador que conte com mais de 10 empregados exigir a anotação da
jornada de trabalho da equipe, com anotação do horário de entrada e saída, através de registro
Tendo em vista que, em caso de ação trabalhista, o ônus de demonstrar a jornada será do
empregador, é indicado que, mesmo aquelas empresas que contem com equipe de menos de 10
O intervalo para repouso pode ser pré-assinalado nos cartões ponto, ou seja, pode constar sua
previsão no documento sem exigência e anotação do horário de saída e retorno desse intervalo.
Contudo, é interessante que haja a anotação, visando comprovar, se necessário, a correta fruição.
O empregador deve fazer um controle constante das anotações realizadas pelos empregados,
exigindo que estes anotem a jornada corretamente e de forma diária. Até porque, cartões ponto
com horários de entrada e saída, ou de intervalo, sempre iguais são considerados inválidos – são
08
Em caso de realização de trabalho externo, de modo pontual, o empregado deverá anotar a
jornada em documento avulso a ser assinado por ele, para posterior cômputo na jornada mensal.
Apenas os empregados cujo trabalho efetivamente impeça totalmente o controle por parte da
empresa (trabalho totalmente externo e empregados com cargo efetivamente gerencial) é que
não haverá necessidade de anotação da jornada. Tais casos demandam cuidado e a empresa
como uma “vantagem” para o empregado - pois ela na verdade é uma sistemática que apresenta
isso, ser remuneradas com o adicional legal ou normativo (previsto em convenção coletiva de
trabalho). A prestação de horas extras pode se dar antes do início da jornada, após seu fim ou
O artigo 59 da CLT determina o seguinte: “A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de
horas extras, em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou
Portanto, temos que a empresa não deve permitir que os funcionários prestem mais de duas horas
extras por dia. A não observância desse limite legal deixa a empresa vulnerável a pesadas multas
Trabalho.
A anotação da jornada deve ser feita de forma rigorosa, refletindo sempre a verdade da jornada
prestada pelo empregado. Assim, os empregados devem ser orientados a registrar a entrada
somente no início da atividade e, não realizar qualquer atividade em benefício da empresa após a
anotação do horário de saída. Com essa postura, evita-se que, posteriormente, funcionários
aleguem que registravam sua saída e permaneciam trabalhando, ou que iniciavam a jornada e só
10
Vale ressaltar que não se consideram horas extras as variações de horário que não excedam 5
intervalo para repouso/alimentação. Os funcionários não devem realizar menos de uma hora de
intervalo, sob pena de a empresa ficar sujeita a multas aplicadas pela Superintendência Regional
do Trabalho e Emprego, bem como ser obrigada a pagar os minutos faltantes com adicional de
50%. Portanto, é dever da empresa observar que os funcionários cumpram o horário destinado a
Outra prática bastante comum, a anotação e pagamento de horas extras de forma extra-oficial,
além de ser ilegal, não se mostra vantajosa. Ainda que represente economia num primeiro
momento, pode facilmente gerar a obrigação de pagar novamente todas estas horas não
anotadas e pagas “por fora”, em juízo, com todos os encargos fiscais e previdenciários, além de
juros de correção.
Em caso de empregado que não observa os procedimentos adequados, como a marcação correta
dos cartões ponto ou o tempo determinado para intervalo, deve a empresa utilizar de advertência,
O adicional pago aos funcionários deve observar o mínimo de 50% previsto na CLT (art. 59, §1o),
lembrando que algumas convenções coletivas de trabalho prevêem adicionais superiores a este,
hipóteses nas quais deve ser observado pela empresa o adicional previsto na norma coletiva.
Descanso Semanal Remunerado
Todo empregado tem direito a um repouso semanal remunerado, que deverá ser de 24 horas
consecutiva e deverá ser usufruído preferencialmente aos domingos. Também deverão ser
Para aquelas empresas autorizadas a trabalhar aos domingos – como muitas vezes é o caso do
comércio – ainda haverá a obrigação de conceder descanso no domingo pelo menos uma vez a
Ao intervalo de 24 horas deve se somar ainda o intervalo interjornada de 11 horas (período entre
final de uma jornada e início da próxima), de modo que entre a saída do empregado para o
descanso semanal e o seu retorno após esse dia de descanso, deverão ter transcorrido 35 horas.
tocante ao período entre um descanso semanal remunerado e outro, que não deverá ser superior a
7 dias. Assim, em caso de trabalho em domingos, até mesmo por uma questão matemática, a
empresa estará obrigada a fornecer uma folga extra, visando garantir que o empregado nunca
trabalhe um período maior do que 7 dias corridos. As empresas que não procederem de tal forma
12
Faltas ao trabalho
A legislação prevê casos em que o funcionário poderá faltar ao trabalho sem prejuízo do
pagamento das horas de ausência. Tais faltas são consideradas justificadas ou admissíveis e estão
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da
lei respectiva.
referidas na letra "c" do art. 65 da Lei n º 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço
Militar).
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
13
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta
médica.
Há também outras hipóteses, previstas em leis esparsas, como, por exemplo, no caso de
funcionário nomeado para compor mesas receptoras ou juntas eleitorais nas eleições ou
requisitado para auxiliar em tal trabalho, conforme prevê a Lei n º 9.504/97. Outros casos podem
ser previstos em norma coletiva e devem ser igualmente respeitados pela empresa.
Todos os casos de faltas admissíveis previstos na legislação devem ser observados pela empresa,
sendo, por outro lado, dever do funcionário apresentar a documentação pertinente. Assim, por
exemplo, se o funcionário ficar afastado por cinco dias após o nascimento de filho deverá
apresentar à empresa a certidão de nascimento, sob pena de não ficar comprovado o evento
justificador da falta.
As faltas não justificadas são aquelas cujo motivo não está previsto em lei ou norma coletiva, ou
cujo motivo não foi devidamente comprovado. Tais faltas podem gerar o respectivo desconto no
salário do funcionário. Faltar ao trabalho sem justificativa também deve gerar punição
A prática mostra que o ideal, nesta matéria, é que a empresa adote postura equilibrada quanto às
faltas dos empregado. Sabe-se que, em muitos casos, a empresa não descontará do empregado
algumas faltas, ainda que não previstas na legislação. Contudo, tal prática não deve ser
banalizada. O abono excessivo de faltas sem justificativa dificulta que a empresa, quando
Assim, digamos que determinado empregado falte diversas vezes ao trabalho, sempre
departamento pessoal que abone tais faltas. Após determinado período, a empresa resolve demitir
o empregado, tendo em vista a falta de comprometimento. Justifica que tal empregado falta
demais ao trabalho e realiza suas atividades com desídia. A empresa, então, questiona se há
pela sua ausência, de forma que tal comportamento não poderá motivar a dispensa por justa
causa. Da mesma forma, as repetidas faltas abonadas não poderão ser apontadas em eventual
ação judicial como indicativo de que o empregado não estava comprometido com a equipe ou
qualquer outra alegação deste tipo, pois, repita-se, o abono representa o perdão irrevogável
daquela falta.
Também em relação ao tema é importante que a empresa tenha regras e adote postura coerente,
justificativas para faltas, além das que estão legalmente previstas, tal tolerância deve se estender
Desta forma, a empresa deve analisar os pedidos de abono de faltas e primar para que estes, se
não causados por motivos previstos em lei ou norma coletiva, sejam devidamente fundamentados
pelo responsável.
Intervalo para descanso e
alimentação
O artigo 71 da CLT prevê a necessidade de uma hora de intervalo para trabalho contínuo superior
a seis horas.
Ainda, determina o parágrafo 1 º do mesmo artigo que, se o trabalho ultrapassar quatro horas,
porém tiver duração de no máximo seis horas, deverá ser concedido intervalo de quinze minutos.
Já para trabalho com duração até quatro horas, não é necessário concessão de intervalo.
A legislação não trata de jornada, mas sim de duração do trabalho. Desta forma, ainda que a
jornada contratual de determinado empregado seja de seis horas, deverá este usufruir o mínimo
de uma hora (e máximo de duas horas) de intervalo caso o trabalho exceda seis horas em razão
No caso de não concessão do período total do intervalo intrajornada, deverá a empresa pagar o
período suprimido, com adicional de 50% sobre o valor da hora normal. Este pagamento tem
natureza indenizatória - portanto, não reflete em outras verbas, nem implica em recolhimentos
tributários.
17
Assim, se o empregado fizer intervalo de 40 minutos todos os dias, ajuizando reclamatória
trabalhista após 5 anos, requerendo o pagamento de intervalo não usufruído na sua totalidade,
será a empresa responsável por lhe pagar o correspondente a 20 minutos por dia, acrescidos de
Em caso de não observância do intervalo mínimo por parte dos empregados, a empresa ainda fica
ainda que realize o pagamento dos minutos faltantes com o respectivo adicional.
Portanto, é fundamental que a empresa não só possibilite, mas exija, que seus empregados
usufruam da totalidade do intervalo intrajornada, seja ele de 15 minutos ou 1 hora, sob pena de ter
que lhes pagar o período faltante com adicional de 50%. Para aqueles empregados que
especiais de trinta minutos para a empregada que tiver filho com até seis meses de idade. Tais
Caso a saúde da criança implique em necessidade de período maior do que os seis meses
Os horários dos intervalos destinados à amamentação deverão ser definidos em acordo individual
19
Contrato de Trabalho
O contrato individual de trabalho é aquele pelo qual se estabelece uma relação de emprego entre
Esse contrato pode ser tácito ou expresso, contudo é extremamente recomendável que as
empresas formalizem o contrato, visando garantir maior segurança para ambas as partes.
não obstante esteja sendo contratado para determinada função, se obriga a todo e qualquer
serviço compatível com a sua condição pessoal, desde que guarde relação com a função para a
b) Qual será a jornada de trabalho e quais serão os dias de trabalho – é fundamental que o
contrato preveja o número de horas semanais a serem prestadas pelo empregado e em que dias
haverá trabalho, pois essa previsão gera diversos reflexos no cálculo de verbas devidas e
20
Salário in natura
Para que determinado benefício não seja reconhecido como salário in natura, (e portanto não
gere reflexos nas demais parcelas pagas e não faça parte da base de cálculo dos recolhimentos
fiscais e previdenciários), é necessário que não tenha natureza de contraprestação pelo trabalho,
Assim, por exemplo, se o local de trabalho fica em ponto isolado e remoto, o fornecimento de
moradia não visaria remunerar o empregado pelo seu trabalho, mas sim garantir que tal trabalho
possa ser desempenhado, pois do contrário não teria o empregado onde morar.
A legislação ainda prevê alguns benefícios que podem ser fornecidos pelo empregador sem que
fundamental que a empresa analise com cautela todos os requisitos necessários antes de
Por fim, em relação à alimentação, que é o benefício mais comumente fornecido, é fundamental
que a empresa esteja inscrita no PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador) para que a
21
Salário complessivo
Um cuidado fundamental e que pode evitar diversos problemas é o cuidado na elaboração do
determinado mês.
A legislação trabalhista indica que deve ser especificada cada parcela paga ao empregado.
demonstrativos de pagamento devem conter uma rubrica para cada parcela paga.
Assim, se um empregado em determinado dia deixa de realizar 1 hora de intervalo para almoço e
a empresa, de forma voluntária, realiza o pagamento dos minutos faltantes com o adicional
(conforme já abordado acima), deverá fazê-lo em rubrica própria (Ex.: intervalo parcialmente
suprimido) e não na rubrica “horas extras”, sob pena de não ter a quitação da verba reconhecida
como também em relação aos descontos procedidos – é fundamental para uma boa comunicação
22
Descontos em folha
O art. 462 caput, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), veda qualquer desconto nos
salários dos empregados, salvo quando este resultar de adiantamento, dispositivos de lei ou de
contrato coletivo.
previdenciária (INSS) e retenção de imposto de renda na fonte. Podem ser descontados, ainda, os
remuneração do empregado.
A lei 10.820/03 permite também que a empresa desconte em folha de pagamento os valores
legais.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST), por meio do Enunciado n. 342, passou a permitir que sejam
trabalhadores, em seu benefício e de seus dependentes, desde que haja autorização prévia e por
23
Importante lembrar que a soma dos
considerados ilegais.
Rescisão contratual
Antes de proceder à demissão de determinado empregado, é fundamental que a empresa faça
algumas análises. Deverá ser observado se o empregado não tem nenhum tipo de garantia de
emprego (prevista em lei ou em norma coletiva), igualmente deverá a empresa ter certeza de que
dispõe de recursos financeiros para realizar, no prazo legal, os acertos finais da rescisão.
O empregador deverá providenciar o aviso de demissão, que deverá ser documento formal, já
importante que já conste no documento a data agendada junto ao sindicato para a homologação
A data para comparecimento em exame médico demissional também já deverá ser informada ao
empregado e sugere-se que seja realizado no mesmo dia ou no dia seguinte, evitando qualquer
25
Aviso Prévio
Em todo contrato por prazo indeterminado, a parte que pretender rescindir, sem justa causa, o
contrato deverá comunicar a outra com antecedência. Essa comunicação e o período até a
Assim, será sempre de 30 dias para empregados com menos de 1 ano de serviço na empresa,
devendo ser acrescido de 3 dias a cada ano completo de trabalho na mesma empresa, até o
prévio aplica-se somente ao aviso concedido pelo empregador, ou seja, quando é da empresa a
Caso o empregado peça demissão, estará obrigado a cumprir apenas 30 dias de aviso prévio.
Durante o período do aviso prévio o empregado poderá optar entre ter sua jornada diária
reduzida em 2 horas ou ter 7 dias corridos de ausência do trabalho. Em caso de opção pela
em caso de aviso prévio superior a 30 dias. Caso o empregado tenha pedido demissão, não terá
26
Justa causa do empregado
e do empregador
A justa causa ocorre quando o empregado ou o empregador pratica ato que a legislação reputa
Segundo a legislação trabalhista (art. 482 da CLT), serão causas de justa causa cometida pelo
empregado:
a) ato de improbidade;
i) abandono de emprego;
27
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa,
própria ou de outrem;
ou de outrem;
Para aplicação da justa causa, por qualquer dos motivos acima, é fundamental que a empresa
tenha provas do cometimento da falta pelo empregado. Ainda, em boa parte das situações, é
necessário que o empregado seja reincidente na conduta e que tenha recebido outras
penalidades antes, como advertências e suspensões. Em casos mais graves, será considerado
É muito importante que a empresa esteja bem assessorada quando da aplicação de uma
justa causa. Isso porque, em caso de reversão da justa causa em ação trabalhista, conforme a
situação, pode o empregador ser obrigado a pagar não apenas as verbas rescisórias próprias das
rescisões sem justa causa, como ainda ser responsabilizado por danos morais. E mais, algumas
das previsões legais já não são mais aceitas de forma irrestrita pela Justiça do Trabalho, como é o
caso da embriaguez.
Portanto, a justa causa é um instrumento importante para todo gestor de pessoas, porém sua
aplicação demanda orientação jurídica especializada, a fim de que se reduza o risco para
empresa.
autorizado a não mais comparecer ao trabalho, devendo ajuizar ação trabalhista para ver
Seguro o art. 483 da CLT, O empregado poderá considerar rescindido o contrato de trabalho
quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor
excessivo;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a
algumas análises. Deverá ser observado se o empregado não tem nenhum tipo de garantia de
emprego (prevista em lei ou em norma coletiva), igualmente deverá a empresa ter certeza de que
dispõe de recursos financeiros para realizar, no prazo legal, os acertos finais da rescisão.
O empregador deverá providenciar o aviso de demissão, que deverá ser documento formal, já
importante que já conste no documento a data agendada junto ao sindicato para a homologação
A data para comparecimento em exame médico demissional também já deverá ser informada ao
empregado e sugere-se que seja realizado no mesmo dia ou no dia seguinte, evitando qualquer
30
Igualmente o empregado terá que provar a situação ocorrida, a fim de ver acolhido seu pleito de
Para ambos os casos, é fundamental ainda que a medida seja tomada de forma imediata, ou seja,
que tão logo se tenha ciência da falta cometida, a justa causa seja aplicada. Isso se dá porque a
Verbas rescisórias
Em relação às verbas rescisórias, em caso de justa causa do empregado, serão devidas:
a) saldo de salários;
b) férias vencidas com adicional de 1/3 constitucional, se não tiver havido fruição;
Caso a justa causa tenha sido causada pelo empregador, serão devidas verbas rescisórias como
rescisão (conforme hipóteses previstas em lei para a justa causa), deverão ser pagas as seguintes
parcelas:
a) saldo de salários;
b) aviso prévio;
fruição;
mês da rescisão;
No caso de demissão sem justa causa o empregado poderá sacar o FGTS e terá direito a se
habilitar no seguro desemprego, motivo pelo qual todas as guias deverão ser fornecidas pela
empresa.
32
Pedido de demissão: verbas
Quando parte do empregado o pedido de demissão, serão devidas as seguintes verbas:
a) saldo de salários;
mês da rescisão;
Vale lembrar que se o empregado não cumprir o aviso prévio, o empregador poderá proceder
empregado comprovar que está pedindo demissão pois iniciará em novo emprego, o empregador
33
Pagamento das verbas
rescisórias e homologação
Tanto o pagamento das verbas rescisórias, como também a entrega ao empregado de
deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do término do contrato.
empregado.
A legislação trabalhista não mais exige que a empresa realize a homologação da rescisão
perante o sindicato dos empregados, contudo, há convenções coletivas que preveem essa
obrigação, casos em que deverá ser observada. De todo modo, ainda que prevista a
homologação, a empresa deverá cumprir com todas as suas obrigações - inclusive entrega de
contrato de trabalho.
34
Esse e-book foi escrito pelos advogados da área
trabalhista do
www.trabalhistaparaempresas.com.br