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DA COMARCA DE MANAUS/AM
Processo n. XXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX
ESTADO DO AMAZONAS, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no CNPJ sob nº
04.312.369/0001-90, judicialmente presentado pelo Procurador do Estado in fine assinado, na forma prevista
no art. 132 da Constituição Federal, no art. 23, inc. I, da Lei Estadual nº 1.639/83, Lei Orgânica da PGE-AM, e
no art. 75, inc. II, do Código de Processo Civil, com exercício funcional na sede da Procuradoria Geral do Estado,
vem à Presença de Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 335 e 336 do CPC/2015, oferecer defesa, na forma
de
CONTESTAÇÃO
À AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS promovida por AMÉLIA DOS SANTOS, já qualificada, e o faz pelas
razões de fato e de direito a seguir aduzidas:
DA TEMPESTIVIDADE DA CONTESTAÇÃO
Cumpre demonstrar, de início, que a presente contestação encontra-se tempestiva nos termos dos
arts. 219 e 224, do Código de Processo Civil. Assim, está-se completamente demonstrada a tempestividade da
presente contestação.
P R E L I M I N A R M E N T E,
O contestante argui pelo indeferimento da petição inicial por ser esta inepta, pois não apresentou, o
autor, a causa de pedir em relação aos pedidos apresentados de danos materiais e morais com fundamento no
art. 330, I, §1º, I c/c art. 337, IV, todos do CPC/2015. Portanto, requer de vossa excelência a extinção do
processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, I, do CPC/2015, condenando o autor ao pagamento
das custas processuais e honorários advocatícios.
É um dos requisitos da petição inicial, as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos
fatos alegados, nos termos do art. 319, VI, do CPC/2015. Ocorre que não se vê menção na exordial, tampouco
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nos autos, de documentos que comprovem o alegado, inclusive, não há comprovação de que o acidente afetou
o cotidiano da autora, e ainda, documentos ou testemunhas que comprovem o real constrangimento da autora
para fins de comprovação de danos morais. A autora requereu ainda indenização por danos materiais por
perda total do veículo, no entanto, não há fotos que comprovem tal fato, e, não apresentou a avaliação do
automóvel a fim de comprovar o valor pretendido por danos materiais.
O art. 320, do CPC/2015 informa que a petição inicial deverá ser instruída com os documentos
indispensáveis a propositura da ação, e, o art. 434, do CPC/2015, no mesmo sentido, ressalta que a parte deve
instruir a inicial com os documentos destinados a provas suas alegações. Assim, pelo o que diz o art. 321 e
seu parágrafo único, do CPC/2015, por não cumprir os requisitos da petição inicial requer o indeferimento da
petição inicial com a extinção do processo sem resolução do mérito na forma do art. 485, I, do CPC/2015 e
pelos fundamentos expostos acima.
N O M É R I T O,
É sabido que no Brasil a regra do sistema de responsabilidade civil é subjetiva, ou seja, faz-se
necessária a comprovação de culpa, além de outros requisitos, é o disposto no art. 186, do CC/02. Entretanto,
é entendimento majoritário, inclusive da Suprema Corte, que a responsabilidade civil estatal ao que indica o art.
37, § 6º, da CRFB/88, é objetiva, o que significa dizer a não necessidade de comprovação de culpa, mas faz-
se necessário a comprovação do Dano e Nexo de Causal.
Acontece que a autora, como já impugnado no tópico desta contestação: “Do indeferimento da Petição
Inicial por falta de Provas”, não demonstrou provas que comprovassem os seus pedidos e, essas mesmas
provas, são necessárias para a comprovação do Dano e do Nexo de Causalidade, visto que, a autora apenas
argumentou que uma viatura da PM teria, sem sirene ligada, em alta velocidade, abalroado o seu veículo,
atirando-o contra um poste,
É totalmente improcedente, permissa venia, o temerário e inconsequente pedido da Autora, vez que os
argumentos nele expendidos não condizem com a verdade, além de contrários à Lei e ao bom senso, conforme
se demonstrará a seguir.
Com efeito, e consoante Vossa Excelência poderá observar, a Contestante é senhora e legítima possuidora do
imóvel em litígio, localizado na Rua Governador Vitório, Casa n° 306, Bairro Centro, CEP 69005-350, sobre o
qual exerce todos os poderes inerentes à posse e à propriedade, sem contestação nem oposição de quem quer
que seja desde o ano de 2000, quando o adquiriu por compra de boa-fé do Espólio do antigo possuidor, Sr.
José Augusto de Melo Filho, devidamente representado por seus herdeiros, conforme Vossa Excelência pode
verificar das cópias dos seguintes documentos:
1. Da Escritura Pública de Compra e Venda do imóvel, datada de 26 de janeiro de 2000, e da Certidão de
Registro do Imóvel em nome da Contestante;
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2. Do Histórico de Pagamentos efetuados junto à Manaus Ambiental pelo serviço de abastecimento de água
em nome da Contestante, desde o mês de janeiro de 2006 até o mês de agosto de 2017, e Declaração de
Quitação;
3. Das Certidões de Isenção de IPTU em nome da Ré, desde o ano 2007 até o ano de 2014, do Boletim de
Cadastro Imobiliário, datado de 19 de janeiro de 2012, e da Solicitação de Isenção para o Exercício de 2017,
datada de 1º de setembro de 2017;
4. Do Histórico de Pagamentos efetuados junto à Amazonas Energia pelo fornecimento de energia elétrica em
nome da Contestante, desde o mês de janeiro de 2014 até o mês de julho de 2017; e, por fim,
5. Da foto atual do imóvel da Contestante, todos comprobatórios da posse velha exercida pela mesma – cópias
estas que ora se acostam como DOC. Nº I, sendo que todos esses fatos serão devidamente corroborados em
Juízo pela oitiva das testemunhas adiante arroladas;
Por outro lado, afirma a Autora, na exordial que “comprou uma casa na Governador Vitório, N.306, bairro centro,
onde a requerida mora”, o qual “tem escritura de compra e venda registrada no 4º oficio de Notas, 1º Translado,
Livro 361, fls.071/072”.
Alega a Autora, ainda, que “a requerida recusa-se que a autora venha a morar na casa, bem como expulsou
também a filha da casa”, e que “é injusto tal situação. Já que foi a requerente que pagou pelo imóvel à época e
o mobiliou, mas foi registrado em nome da irmã ora requerida”, tudo conforme Vossa Excelência pode verificar
às fls. 01, da Petição Inicial.
Com efeito, cumpre esclarecer, neste ponto, que a Contestante detém a posse do imóvel em litígio desde o ano
de 2000, no qual já existia uma casa construída em alvenaria, coberta com telhas do tipo brasilit, tendo adquirido
a propriedade do aludido imóvel na data de 18 de setembro de 2012, conforme Certidão de Registro perante o
Cartório do 2º Ofício de Registro de Imóveis, devidamente matriculado sob o nº 1744, livro 2, conforme se vê
dos documentos já acostados como DOC. Nº I.
Ora, conforme Vossa excelência pode dessumir, legítima possuidora e proprietária do imóvel é a Ré, que exerce
domínio e posse mansa e pacífica sobre o imóvel há mais de 17 (dezessete) anos, possuindo vasta
documentação comprobatória de sua posse e propriedade, e não a Autora, que apenas apresentou “escritura
pública de compra e venda” do imóvel em nome de sua irmã, ora Contestante, a qual não é documento hábil
para o ajuizamento em seu próprio nome de ação reivindicatória de imóvel que não lhe pertence.
Assim, consoante se infere, senhora e possuidora do imóvel ora em disputa é a Ré, que detém a propriedade
e a posse do mesmo há mais de 17 (dezessete) anos, tendo-o adquirido de boa-fé, o qual é a sua única moradia,
conforme Vossa Excelência pode verificar da documentação já acostada como DOC. Nº I, o que também será
devidamente confirmado em Juízo pela oitiva das testemunhas arroladas.
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Improcedente, portanto, a pretensão da Autora, devendo Vossa Excelência assim julgá-la, na forma da Lei e do
direito.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, e protestando por todos os meios de prova em direito permitidos, tais como, pericial, documental
e oitiva das testemunhas adiante arroladas, que comparecerão para depor em juízo independentemente de
intimação, a Contestante REQUER a Vossa Excelência a extinção do processo sem resolução de mérito, na
forma fundamentada em preliminar, ou, caso entenda de forma diversa, a total improcedência da ação, porque
ofensiva ao direito, à prova dos autos e ao bom senso.
Requer seja a Autora condenada ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.
Manaus, Data
(assinado digitalmente)
Advogado
OAB-AM nº
TESTEMUNHAS:
1) IVONE FARIAS SILVA, residente e domiciliada nesta cidade, na Rua Frei José dos Inocentes, nº 281,
Bairro Centro, CEP 69005-330;
2) MARY CARMEL DE SOUZA, residente e domiciliada nesta cidade, na Rua Frei José dos Inocentes,
nº 285, Bairro Centro, CEP 69005-330.