Linguagem Audiovisual
Disciplina na modalidade a distância
3ª edição revista
Palhoça
UnisulVirtual
2010
Reitor Unisul Phelipe Luiz Winter da Silva Secretaria de Ensino a Distância Maria Lina Moratelli Prado Gerência de Produção
Ailton Nazareno Soares Priscila da Silva Karine Augusta Zanoni Mayara de Oliveira Bastos Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)
Rodrigo Battistotti Pimpão (Secretária de Ensino) Patrícia de Souza Amorim Francini Ferreira Dias
Giane dos Passos Poliana Morgana Simão
Vice-Reitor Coordenação dos Cursos (Secretária Acadêmica) Priscila Machado Design Visual
Sebastião Salésio Heerdt Alessandro Alves da Silva Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.)
Auxiliares das coordenações Andréa Luci Mandira Adriana Ferreira dos Santos
Fabiana Lange Patricio Cristina Mara Shauffert Gerência de Desenho Alex Sandro Xavier
Chefe de Gabinete da Maria de Fátima Martins Djeime Sammer Bortolotti e Desenvolvimento de Alice Demaria Silva
Tânia Regina Goularte Waltemann Douglas Silveira Materiais Didáticos Anne Cristyne Pereira
Reitoria
Fabiano Silva Michels Márcia Loch (Gerente) Diogo Rafael da Silva
Willian Máximo Coordenadores Graduação Felipe Wronski Henrique Edison Rodrigo Valim
Adriana Santos Rammê Janaina Conceição Acessibilidade Frederico Trilha
Adriano Sérgio da Cunha Jean Martins Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Higor Ghisi Luciano
Pró-Reitora Acadêmica Aloísio José Rodrigues Luana Borges da Silva Bruna de Souza Rachadel Jordana Paula Schulka
Miriam de Fátima Bora Rosa Ana Luisa Mülbert Luana Tarsila Hellmann Letícia Regiane Da Silva Tobal Nelson Rosa
Ana Paula R. Pacheco Maria José Rossetti Patrícia Fragnani de Morais
Bernardino José da Silva Miguel Rodrigues da Silveira Junior Avaliação da aprendizagem
Pró-Reitor de Administração Carmen Maria C. Pandini Monique Tayse da Silva Lis Airê Fogolari (coord.) Multimídia
Fabian Martins de Castro Catia Melissa S. Rodrigues Patricia A. Pereira de Carvalho Gabriella Araújo Souza Esteves Sérgio Giron (Coord.)
Charles Cesconetto Patricia Nunes Martins Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro
Diva Marília Flemming Paulo Lisboa Cordeiro Desenho Educacional Dandara Lemos Reynaldo
Pró-Reitor de Ensino Eduardo Aquino Hübler Rafaela Fusieger Carmen Maria Cipriani Pandini Fernando Gustav Soares Lima
Mauri Luiz Heerdt Eliza B. D. Locks Rosângela Mara Siegel (Coord. Pós) Sérgio Freitas Flores
Fabiano Ceretta Silvana Henrique Silva Carolina Hoeller da S. Boeing
Horácio Dutra Mello Vanilda Liordina Heerdt (Coord. Ext/DAD) Portal
Campus Universitário de Itamar Pedro Bevilaqua Silvana Souza da Cruz (Coord. Grad.) Rafael Pessi (Coord.)
Tubarão Jairo Afonso Henkes Ana Cláudia Taú Luiz Felipe Buchmann Figueiredo
Diretora Janaína Baeta Neves Gerência Administrativa e Carmelita Schulze
Milene Pacheco Kindermann Jardel Mendes Vieira Financeira Cristina Klipp de Oliveira Comunicação
Joel Irineu Lohn Renato André Luz (Gerente) Eloisa Machado Seemann Marcelo Barcelos
Jorge Alexandre N. Cardoso Naiara Jeremias da Rocha Flávia Lumi Matuzawa Andreia Drewes
Campus Universitário da José Carlos N. Oliveira Valmir Venício Inácio Geovania Japiassu Martins Carla Fabiana Feltrin Raimundo
Grande Florianópolis José Gabriel da Silva Jaqueline Cardozo Polla
José Humberto D. Toledo Lygia Pereira Produção Industrial
Diretor Joseane Borges de Miranda Gerência de Ensino, Pesquisa Francisco Asp (Coord.)
Luiz Henrique Milani Queriquelli
Hércules Nunes de Araújo Luciana Manfroi e Extensão Marina Cabeda Egger Moellwald Ana Paula Pereira
Marciel Evangelista Catâneo Moacir Heerdt (Gerente) Marina Melhado Gomes da Silva Marcelo Bittencourt
Maria Cristina Veit Aracelli Araldi Melina de la Barrera Ayres
Campus Universitário Maria da Graça Poyer Michele Antunes Correa
UnisulVirtual Mauro Faccioni Filho Elaboração de Projeto e Nágila Cristina Hinckel Gerência Serviço de Atenção
Diretora Moacir Fogaça Reconhecimento de Curso Pâmella Rocha Flores da Silva Integral ao Acadêmico
Jucimara Roesler Myriam Riguetto Diane Dal Mago Rafael Araújo Saldanha James Marcel Silva Ribeiro (Gerente)
Nélio Herzmann Vanderlei Brasil Roberta de Fátima Martins
Onei Tadeu Dutra Sabrina Paula Soares Scaranto Atendimento
Equipe UnisulVirtual Raulino Jacó Brüning Extensão Viviane Bastos Maria Isabel Aragon (Coord.)
Rogério Santos da Costa Maria Cristina Veit (Coord.) Andiara Clara Ferreira
Rosa Beatriz M. Pinheiro André Luiz Portes
Diretora Adjunta Tatiana Lee Marques Pesquisa Gerência de Logística Bruno Ataide Martins
Patrícia Alberton Thiago Coelho Soares Daniela E. M. Will Jeferson Cassiano A. da Costa Holdrin Milet Brandao
Valnei Campos Denardin (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) (Gerente) Jenniffer Camargo
Roberto Iunskovski Mauro Faccioni Filho Andrei Rodrigues Maurício dos Santos Augusto
Secretaria Executiva e Cerimonial Rose Clér Beche (Coord. Nuvem) Maycon de Sousa Candido
Jackson Schuelter Wiggers (Coord.) Rodrigo Nunes Lunardelli Logística de Encontros Presenciais Sabrina Mari Kawano Gonçalves
Bruno Lucion Roso Pós-Graduação Graciele Marinês Lindenmayr (Coord.) Vanessa Trindade
Marcelo Fraiberg Machado Coordenadores Pós-Graduação Clarissa Carneiro Mussi (Coord.) Ana Paula de Andrade Orivaldo Carli da Silva Junior
Tenille Catarina Aloisio Rodrigues Cristilaine Santana Medeiros
Anelise Leal Vieira Cubas Biblioteca Daiana Cristina Bortolotti Estágio
Assessoria de Assuntos Bernardino José da Silva Soraya Arruda Waltrick (Coord.) Edesio Medeiros Martins Filho Jonatas Collaço de Souza (Coord.)
Internacionais Carmen Maria Cipriani Pandini Paula Sanhudo da Silva Fabiana Pereira Juliana Cardoso da Silva
Murilo Matos Mendonça Daniela Ernani Monteiro Will Renan Felipe Cascaes Fernando Oliveira Santos Micheli Maria Lino de Medeiros
Giovani de Paula Rodrigo Martins da Silva Fernando Steimbach Priscilla Geovana Pagani
Assessoria DAD - Disciplinas a Karla Leonora Nunes Marcelo Jair Ramos
Distância Luiz Otávio Botelho Lento Capacitação e Assessoria ao Prouni
Patrícia da Silva Meneghel (Coord.) Thiago Coelho Soares Docente Logística de Materiais Tatiane Crestani Trentin (Coord.)
Carlos Alberto Areias Vera Regina N. Schuhmacher Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Gisele Terezinha Cardoso Ferreira
Franciele Arruda Rampelotti Adriana Silveira Abraão do Nascimento Germano Scheila Cristina Martins
Luiz Fernando Meneghel Gerência Administração Alexandre Wagner da Rocha Fylippy Margino dos Santos Taize Muller
Acadêmica Cláudia Behr Valente Guilherme Lentz
Assessoria de Inovação e Angelita Marçal Flores (Gerente) Elaine Cristiane Surian Pablo Farela da Silveira
Qualidade da EaD Fernanda Farias Juliana Cardoso Esmeraldino Rubens Amorim
Dênia Falcão de Bittencourt (Coord.) Simone Perroni da Silva Zigunovas
Rafael Bavaresco Bongiolo Financeiro Acadêmico
Marlene Schauffer Monitoria e Suporte Gerência de Marketing
Assessoria de Relação com Poder Rafael Back Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Fabiano Ceretta (Gerente)
Público e Forças Armadas Vilmar Isaurino Vidal Anderson da Silveira Alex Fabiano Wehrle
Adenir Siqueira Viana Angélica Cristina Gollo Márcia Luz de Oliveira
Gestão Documental Bruno Augusto Zunino Sheyla Fabiana Batista Guerrer
Assessoria de Tecnologia Lamuniê Souza (Coord.) Claudia Noemi Nascimento Victor Henrique M. Ferreira (África)
Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) Clair Maria Cardoso Débora Cristina Silveira
Felipe Jacson de Freitas Janaina Stuart da Costa Ednéia Araujo Alberto Relacionamento com o Mercado
Jefferson Amorin Oliveira Josiane Leal Francine Cardoso da Silva Eliza Bianchini Dallanhol Locks
José Olímpio Schmidt Marília Locks Fernandes Karla F. Wisniewski Desengrini Walter Félix Cardoso Júnior
Marcelo Neri da Silva Ricardo Mello Platt Maria Eugênia Ferreira Celeghin
Linguagem Audiovisual
Livro didático
Design instrucional
Carolina Hoeller da Silva Boeing
Daniela Erani Monteiro Will
Flavia Lumi Matuzawa
3ª edição revista
Palhoça
UnisulVirtual
2010
Design Instrucional
Carolina Hoeller da Silva Boeing
Daniela Erani Monteiro Will
Flavia Lumi Matuzawa
Diagramação
Evandro Guedes Machado
Revisão Ortográfica
Carmen Maria Cipriani Pandini
791.43029
C96 Cruz, Dulce Márcia
Linguagem audiovisual : livro didático / Dulce Márcia Cruz ; design
Instrucional Carolina Hoeller da Silva Boeing, Daniela Erani Monteiro Will,
Flavia Lumi Matuzawa. – 3. ed. rev. – Palhoça : UnisulVirtual, 2010.
182 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia
Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Palavras da professora. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175
Sobre a professora conteudista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177
Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação. . . . . . . . . . . . . 179
Por falar em distância, isso não significa que você estará sozinho.
Não esqueça que sua caminhada nesta disciplina também
será acompanhada constantemente pelo Sistema Tutorial da
UnisulVirtual. Entre em contato sempre que sentir necessidade,
nossa equipe terá o maior prazer em atendê-lo, pois sua
aprendizagem é nosso principal objetivo.
Equipe UnisulVirtual.
Caro aluno,
o livro didático;
o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem
– EVA;
as atividades de avaliação (auto-avaliação, a
distância e presenciais).
Carga horária
60 horas – 4 créditos
Ementa
Conceitos de plano, tomada, cena, seqüência. Campo
e fora de campo. Composição. Continuidade. Tempo e
movimento. Som e imagem.
Unidades de estudo: 6
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Atividades de avaliação
14
Introdução à linguagem
audiovisual
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta unidade você terá subsídios para:
n Entender como se formou a linguagem do cinema.
Seções de estudo
Acompanhe as seções que você estudará nessa unidade:
Mas dessa vez, a coisa era mesmo pra valer. O grande trem se
aproximava e crescia projetado na parede, soltando fumaça. Até
dava para ver um pouco da estação ferroviária pela curva que os
vagões faziam ao fundo. De repente, pessoas comuns começaram
a descer e cruzar por todo lado, na estação, rapidamente,
envolvendo os espectadores do bar. Tudo parecia tão real e ao
mesmo tempo apenas parecia real...
Pois bem, nesta unidade, você vai parar um pouco para pensar no
que constitui essa linguagem audiovisual, como ela nasceu, como
se formou, quais são seus principais aspectos, porque parece real,
mas é, na verdade, uma maneira de narrar o mundo através de
artefatos técnicos.
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Assim, pelo menos nos anos 20, dizem Aumont et. al. (1995,
p. 46) existiram dois cinemas sem palavras: um “autenticamente
mudo (isto é, literalmente privado da palavra), ao qual, portanto,
faltava a palavra, e que exigia a invenção de uma técnica
de reprodução sonora que fosse fiel, veraz, adequada a uma
reprodução visual, ela mesma supostamente bastante análoga ao
real”. O outro, “ao contrário, assumiu e buscou sua especificidade
na ‘linguagem das imagens’ e na expressividade máxima dos
meios visuais; foi o caso, quase que sem exceção, de todas as
grandes ‘escolas’dos anos 20 (a “primeira vanguarda” francesa,
os cinemas soviéticos, a escola “expressionista” alemã...), para as
quais o cinema devia buscar se desenvolver o máximo possível no
sentido dessa “linguagem universa” das imagens”. (1995, p. 47).
Unidade 1 29
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Unidade 1 31
Síntese
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Atividades de autoavaliação
Unidade 1 33
Saiba mais
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Características fundamentais
da linguagem audiovisual
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta unidade você terá subsídios para:
n Entender quais são os elementos não específicos da
linguagem cinematográfica.
n Enumerar algumas das características básicas da
iluminação.
n Perceber o que é o vestuário ou guarda-roupa numa
produção audiovisual.
n Compreender quais são as concepções mais correntes
sobre o cenário.
n Analisar a atuação dos atores na linguagem do cinema.
Seções de estudo
Acompanhe as seções que você estudará nessa unidade:
Seção 1 Iluminação.
Seção 2 Vestuário.
Seção 3 Cenário.
Seção 4 Cor.
Seção 5 Desempenho dos atores.
Seção 6 Tela larga.
Seção 7 Profundidade de campo.
36
SEÇÃO 1 – A iluminação
A luz é a matéria prima da fotografia e, por extensão, do cinema
e da televisão. Por isso, iluminar é o trabalho de moldar imagens
através do contraste entre a luz e a sombra existentes na natureza.
Mas reproduzir o sol (ou a falta dele) não é uma tarefa simples,
pelo contrário,cabe ao diretor de fotografia, responsável por esse
trabalho, “acender a luz”. Muito mais que isso, diz Betton. Para
ele (1987, p. 55), a iluminação é um “cenário vivo e quase um
ator”, criando lugares, climas temporais e psicológicos. Através
do jogo e da arte dos valores – ou seja, das diferentes gradações
de sombra e luz – o cineasta pode obter a sensação de realce,
dando ao seu assunto a atmosfera e o valor expressivo que deseja.
A iluminação no entender de Martin, se constitui num fator
decisivo para a criação da expressividade da imagem, “para
definir e modelar os contornos e planos dos objetos, para criar a
impressão de profundidade espacial, para produzir uma atmosfera
emocional e mesmo certos efeitos dramáticos” (LINDGREN,
apud MARTIN, 2003, p. 57).
Unidade 2 37
Você sabia?
Em Noite Americana (1973), François Truffaut mostra
os bastidores de um set de filmagens. Dentre os
truques vemos como é produzido o efeito de “noite
americana”, a filmagem de cenas realizadas com muita
luz diurna que um filtro azulado transforma em noite.
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SEÇÃO 2 – O vestuário
Também chamado de guarda-roupa por Betton (1987), a
utilização do vestuário no cinema (e na televisão) não difere
muito da que é feita no teatro, embora seja mais realista e
menos simbólica na tela e na telinha do que no palco.
Num filme, o vestuário nunca é um elemento artístico
isolado, já que ele está relacionado a um certo estilo de
direção, cujo efeito pode aumentar ou diminuir, pondo em
evidência gestos e atitudes dos personagens, conforme sua
postura e expressão. Por essa razão, ele se vai se destacar dos
diferentes cenários, podendo, por harmonia ou contraste, deixar
sua marca no grupamento de atores e no conjunto de um plano
ou mesmo, ser modelado pela iluminação, realçado pela luz ou
apagado pelas sombras.
Unidade 2 43
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SEÇÃO 3 – O cenário
O cenário tem mais importância no cinema que no teatro,
já que uma peça teatral pode ser representada com um
cenário extremamente esquemático enquanto que o realismo
da cena cinematográfica parece exigir obrigatoriamente o
realismo do quadro e da ambientação. No cinema, o conceito
de cenário compreende tanto as paisagens naturais quanto as
construções humanas, quer sejam interiores ou exteriores, reais
(ou seja, preexistir à rodagem do filme, paisagens ou construções
humanas) ou construídos em estúdio (no interior de um estúdio
ou em suas dependências ao ar livre), com o objetivo de servir de
ambiência para uma ação.
Unidade 2 45
46
SEÇÃO 4 – A cor
Apesar de ser uma qualidade natural dos seres e das coisas que
aparecem na tela, Martin (2003) afirma que é legítimo analisá-la
a parte, pois o cinema esteve praticamente reduzido ao preto-
branco durante 40 anos e a melhor utilização da cor não parece
consistir em considerá-la apenas como um elemento capaz de
aumentar o realismo da imagem.
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Unidade 2 49
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Unidade 2 51
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Você sabia?
Um exemplo de tela larga que faz muito sucesso
ainda hoje, é o sistema IMAX (sigla que vem de
Image Maximum), um formato de filme que tem a
capacidade de mostrar imagens e uma resolução
muito maiores que os filmes convencionais. Uma tela
padrão IMAX geralmente tem 22 m de largura por 16
de altura, mas pode ser maior. O objetivo é criar uma
experiência audiovisual imersiva, com um altíssimo
nível sensação de realidade, por causa da qualidade
do som e da imagem. O problema é que justamente
por estar tão “dentro do filme”, durante muitas cenas
de ação entremeadas com imagens paradas, a platéia
pode enjoar e passar mal. Da mesma maneira, quando
a câmera se move rapidamente para baixo como
num sobrevôo de um helicóptero, por exemplo,
os espectadores têm a sensação física de estar
despencando numa montanha russa.
Unidade 2 53
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Síntese
Unidade 2 55
Atividades de autoavaliação
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Unidade 2 57
58
Saiba mais
Leia também:
Unidade 2 59
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta unidade você terá subsídios para:
n Entender quais são os elementos da composição da
imagem cinematográfica.
n Diferenciar o que é cena, plano, seqüência e tomadas.
funções.
n Saber um pouco mais sobre as características estéticas
Seções de estudo
Acompanhe as seções que você estudará nessa unidade:
Seção 1 Composição.
Seção 2 Enquadramento.
Seção 3 Cena, plano, seqüência e tomada.
Seção 4 Tipos de enquadramentos.
Seção 5 Ângulos de filmagem.
Seção 6 Movimentos de câmera.
Seção 7 Profundidade de campo.
62
SEÇÃO 1 – Composição
A composição da imagem segue algumas convenções herdadas
da pintura clássica e modificadas a partir do desenvolvimento
das artes gráficas e digitais e são de modo geral comuns à cultura
imagética ocidental.
Se, por um lado, a composição das imagens não pode ser feita de
modo arbitrário, sem personalidade, significado ou movimento,
Unidade 3 63
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Unidade 3 65
SEÇÃO 2 – Enquadramento
Martin (2003) diz que o enquadramento constitui o primeiro
aspecto da participação criadora da câmera no registro que faz
da realidade exterior para transformá-la em matéria artística. É
a composição do conteúdo da imagem, ou seja, a maneira como
o diretor organiza o fragmento de realidade que irá aparecer na
tela.
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Unidade 3 71
SEÇÃO 5 – Angulação
O ângulo em que colocamos a câmera com relação ao objeto ou
à pessoa filmada também pode ser definido de várias maneiras.
Para Betton (1987, p. 34):
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Unidade 3 77
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Unidade 3 79
Síntese
Para sintetizar o que você viu nesta unidade, vale citar Martin
(2003). Para ele, o nascimento da linguagem fílmica ocorre
de fato e somente quando a câmera oferece um ponto de vista
diferente daquele que temos ordinariamente em relação ao
mundo. Mas, se a câmera mostra o real, Bernardet (1980) coloca
algumas questões: como contar estórias sem ferir a percepção da
realidade se a cada instante a imagem que está na tela muda, se
a câmara se desloca, vai para cima e para baixo? Como fazer que
o espectador se lembre mais do enredo e dos personagens que da
movimentação da câmera, depois de tamanha agitação?
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Atividades de autoavaliação
Unidade 3 81
Saiba mais
82
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Terminologia_de_cinema>
Unidade 3 83
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta unidade você terá subsídios para:
n Perceber o que é a continuidade narrativa audiovisual.
Seções de estudo
Acompanhe as seções que você estudará nessa unidade:
Seção 1 Continuidade.
Seção 2 Tempo e movimento.
Seção 3 Qual a relação entre planos?
Seção 4 Flexibilidade de tempo.
Seção 5 Transições.
Seção 6 Cenas de reação, seqüências de ação e de luta.
86
Você terá oportunidade de ver aqui como se faz para manter essa
identidade e continuidade de tempo e espaço na narrativa.Verá,
também, quais são as regras que, se bem usadas, vão manipular o
interesse do espectador e, ao mesmo tempo, manter a integridade
do fato representado. Como nas palavras de Xavier: “as famosas
regras de continuidade funcionam justamente para estabelecer
uma combinação de planos de modo que resulte uma seqüência
fluente de imagens, tendente a dissolver a ‘descontinuidade visual
elementar’ numa continuidade espaço-temporal reconstruída” (2006,
p. 32, grifos do autor).
Unidade 4 87
SEÇÃO 1 – Continuidade
Pois, bem. Como você já viu nas unidades anteriores, o cinema
conta uma estória, geralmente com começo, meio e fim. Para que
essa estória seja compreendida, Marner (2004) diz que a essência
do argumento de um filme será comunicada ao espectador por
intermédio de um fluxo de imagens visuais que possuirão um
significado, tanto individualmente, como no seu conjunto.
88
Parece até estranho hoje em dia, mas tente imaginar como era
o chamado cinema primitivo a partir do que dizem Vanoye e
Goliot-Lété (2005) sobre os três elementos de não-continuidade
que eram característicos daquela época:
Unidade 4 89
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Unidade 4 91
92
(Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Fic%C3%A7%C3%A3o>)
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Unidade 4 97
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Unidade 4 99
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Unidade 4 103
SEÇÃO 5 – Transições
Um filme é feito de centenas de fragmentos cuja continuidade
lógica e cronológica nem sempre é suficiente para tornar o
encadeamento compreensível para o espectador. Para constituir
as articulações do enredo, o cinema é obrigado a recorrer a
ligações ou transições, tanto visuais como sonoras e que pode ser
comparada à pontuação na linguagem escrita.
104
Alguns tipos de fusão não são muito usados, porque são muito
artificiais, mas valem ser mencionados. A cortina passa de
uma imagem para outra de forma bem evidente, geralmente
através de um efeito técnico e o desfoque é muito comum como
transição para mostrar quando um personagem começa a sonhar.
O chicote é um efeito realizado com câmera descrevendo
uma panorâmica muito rápida. Outro recurso conhecido é o
tradicional detalhe de um relógio, cujo ponteiro se funde em
outro, horas mais tarde, no mesmo relógio ou em outro, para
significar uma passagem de tempo.
Unidade 4 105
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Unidade 4 107
Síntese
Atividades de autoavaliação
108
b) Quais são as duas transições mais comuns e para que servem?
Defina-as e dê um exemplo de cada uma a partir do filme escolhido
por você.
Unidade 4 109
Saiba mais
110
Os fenômenos sonoros
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta unidade você terá subsídios para:
n Perceber quais são os fundamentos do som e da imagem
na linguagem audiovisual.
n Entender quais são as dimensões do filme sonoro.
n Compreender como é feita a junção de imagem e som
no cinema.
n Enumerar algumas diferenças entre sonoplastia,
sonorização e dublagem.
Seções de estudo
Acompanhe as seções que você estudará nessa unidade:
112
Pelo que você acabou de ler, se pode dizer que o cinema falado
participou como personagem principal no crescimento da
hegemonia americana no mundo. E o interessante é que o cinema
se tornou falado um pouco por acaso, em 1926, na visão de
Martin (2003). Martin diz que a produtora americana Warner,
que estava falindo, tentou como solução desesperada esta saída,
diante da qual as outras empresas recuavam por temerem um
fracasso comercial. Mas ao contrário do que esperavam, o público
recebeu com entusiasmo a novidade, apesar do ceticismo ou
hostilidade de críticos e diretores. No ano seguinte ao lançamento
do primeiro filme sonoro (O Cantor de Jazz, 1927), 1300 dos
mais de 20 mil cinemas americanos já tinham alto-falantes. Em
1929, este número subiu para nove mil. O sucesso foi imenso,
Unidade 5 113
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118
Saiba mais
Leitmotiv (do alemão “motivo condutor”): é uma
técnica de composição introduzida por Richard
Wagner em suas óperas e que depois foi utilizada
também por outros compositores como Giuseppe
Verdi e Georges Bizet. O leitmotiv consiste no uso de
um ou mais temas sonoros que se repetem sempre
que se encena uma passagem da ópera relacionada
a uma personagem ou a um assunto. O leitmotiv
é, em resumo, a repetição de um tema musical ou
de algum elemento melódico que é associado a
alguma personagem, situação ou idéia. As novelas
brasileiras usam muito leitmotiv para compor a trilha
e associar músicas a personagens o que vai ajudar
as gravadoras a vender seus discos. Silva (2005) diz
que esta vinculação faz com que o espectador tenha
instrumentos de acompanhamento da trama além
daqueles que o texto explícito fornece. Um exemplo
disso é o leitmotiv musical criado para Tubarão (1975),
de Steven Spielberg, em que a música funciona no
filme de tal forma que a presença física do animal-
personagem na cena é dispensável, ou seja, quando
entra o tema melódico já sabemos que o animal vai
atacar mais uma vez.
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120
Unidade 5 121
O som possui uma dimensão espacial porque ele tem uma origem
que pode ser caracterizada pelo espaço que ocupa na narrativa. Se
a origem do som é uma personagem ou objeto que faz parte da
narrativa do filme, nós podemos chamá-lo de diegético. A voz
dos personagens, os sons feitos pelos objetos da história, ou as
músicas vindas de instrumentos que têm uma função dentro da
história são todos sons diegéticos.
Por outro lado, o som não diegético não vem de uma fonte
sonora no espaço da narrativa. Muitos são os exemplos: toda
música adicionada para incrementar a ação do filme é não-
diegética; quando uma personagem está subindo um penhasco,
e uma música tensa começa, não esperamos ver uma orquestra
pendurada na montanha. Os espectadores entendem que a música
do filme é uma convenção e não faz parte do espaço da história.
O mesmo acontece com o narrador onipresente e onisciente, uma
voz sem corpo que nos dá informação, mas que não pertence a
nenhum dos personagens do filme.
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Saiba Mais
No site MSFX – A Mágica dos Efeitos Especiais, você
fica sabendo alguns detalhes da produção de efeitos
sonoros de filmes como Parque dos Dinossauros,
Jumanji, Twister, e desenhos animados como Os
Simpsons. Disponível em: <http://www.geocities.com/
themsfx/efesonoros.htm>
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130
Você sabia?
Curiosidade sobre a combinação de som e imagem
“Psicose” (Psycho, 1960), o
famoso filme dirigido por
Alfred Hitchcock, se tornou
um marco do gênero suspense
e a música do filme é um dos
pontos mais expressivos deste
trabalho. O compositor do filme,
Bernard Hermman, fez, antes
de “Psicose”, as trilhas de filmes
como “Cidadão Kane” e
“Soberba”, do cineasta Orson Welles. A construção
da obra como um todo é complexa, mas não
os elementos internos da escrita musical. O som,
em “Psicose”, é construído a partir da densidade
psicológica da obra. Torna-se praticamente
impossível esquecermos alguns trechos de sua
música penetrante. Basta citar o trecho dos violinos
na reverenciada “cena do banheiro”. O fragmento
musicalmente é simples: os violinos são friccionados
fortemente na mesma nota com a célula rítmica
repetitiva, enquanto os outros instrumentos (cellos
e baixos) fazem o contraponto com notas mais
graves, que vão ralentando. Mesmo o fragmento
musical sendo simples, ele fica reverberando em
nossa consciência. A intenção do diretor era nítida:
ele queria que este assassinato ficasse marcado por
todas as outras seqüências do filme. Esta seqüência
do banho é suficientemente violenta para não a
esquecermos e, na medida em que o filme vai sendo
projetado, as seqüências se tornam menos agressivas.
Este foi um dos motivos que levaram Hitchcock a
filmar em preto e branco, pois ele acreditava que havia
muito sangue na tela para ser filmado em cores. Veja
este texto completo, escrito por Alfredo Werney, que
analisa detalhadamente o uso da música e dos efeitos
sonoros num dos maiores clássicos do cinema, neste
site: <http://www.scoretrack.net/psychomusic.html>
Unidade 5 131
132
Você sabia?
Curiosidades sobre voz off e voz over
No Brasil, como na França, usa-se em geral a expressão
“voz off” para toda e qualquer situação em que a fonte
emissora da fala não é visível no momento em que
a ouvimos. Já nos EUA, há uma distinção entre “voz
off”, usada para a voz de uma personagem de ficção
que fala sem ser vista, mas está presente no espaço
da cena; e “voz over”, usada para aquela situação
onde existe uma descontinuidade entre o espaço da
imagem e o espaço de onde se emana a voz, como
acontece, por exemplo, na narração de muitos filmes
documentários (voz autoral que fala do estúdio) ou
mesmo em filmes em que a imagem corresponde a
um flashback, ou que apresenta tempos diferentes
(SILVA, 2005).
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Foley é uma técnica que sejam usados dramaticamente, para criar clima, para reforçar
consiste em criar em estúdio emoções e significações”, diz Bernardet (1996, p. 46-47).
sons de passos, portas se
abrindo etc. com o objetivo
de substituir ou inserir os
sons de uma cena já gravada, O trabalho de inserir nas cenas o som do ambiente
seja porque os sons não e ruídos extras como o som de um trovão, de um
ficaram bons, ou seja para telefone tocando, de uma porta batendo, de pessoas
realçá-los. Normalmente, conversando, etc. é chamado de sonoplastia.
quando se filma uma cena
dá-se maior atenção aos
diálogos dos atores e menos
aos ruídos, que como vimos A sonoplastia pode ser captada pelo som direto ou ser adicionada
não são facilmente captados em estúdio. Na maioria dos filmes, é comum observarmos trilhas
na realidade, como o “pisar” sonoras orquestradas, pois uma orquestra oferece uma grande
na grama, por exemplo, variedade de instrumentos que vão desde sons muito graves
que não são captados bem,
até muito agudos, ou seja, um grande leque de opções para a
mesmo se o microfone
estiver perto. A técnica de composição (TURETA, 2007).
Foley é usada para introduzir
artificialmente estes sons de A sonoplastia é a técnica e o processo de criação de efeitos
melhor qualidade. O termo é sonoros. A união da música e efeitos sonoros que introduzidos ao
uma referência a Jack Donovan vivo ou artificialmente em uma trilha, servem para acompanhar
Foley que teria sido o inventor alguma encenação, seja teatro, cinema, televisão, exposição
dessa arte que é, antes de
mais nada, a de representar
de arte e também a apresentação de um artista. A sonoplastia
o som. O artista de Foley vê a também tem a função de dar conforto sonoro a um ou vários
cena já gravada em uma tela e ambientes reproduzindo sons naturais, criando foleys (efeitos
tenta reproduzir, por exemplo, criados em estúdio para dar vida a sons de espadas, piscar de
os passos dos personagens, olhos, asa de morcego, etc.) e simulando assim, ambientes. A
os movimentos de roupas, de
sonorização é o momento da finalização de um vídeo onde
cadeiras, separadamente e em
sincronia com a cena, para nos são inseridos os ruídos e as músicas que foram especialmente
dar a impressão de que foram pesquisados ou produzidos e é feita pelo sonoplasta, no caso da
captadas no local em que televisão. (Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Sonoplastia>)
foram filmadas. (Fonte: http://
www.geocities.com/themsfx/ O som direto é captado diretamente no set de filmagem. Na
efesonoros.htm) televisão, ele é captado por um microfone especial, que fica
suspenso por uma vara chamada “boom”, que é manuseada
por um assistente de modo que o microfone fique próximo das
pessoas falando, porém fora da área de visibilidade do monitor da
câmera. Esse equipamento pode ser visto em ação nos programas
de auditório (Jô Soares, Faustão, Silvio Santos, por exemplo),
nas novelas e em algumas entrevistas. O “boom” geralmente não
aparece na cena, ficando acima do enquadramento da câmera.
É com esse microfone que são captados os sons do ambiente da
cena, incluindo os diálogos dos personagens e sons/ruídos do
local, o que é geralmente feito nos documentários. Os diálogos
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SEÇÃO 6 – Dublagem
A dublagem é o processo que traduz as falas dos personagens
ou locuções para criar a versão original e também para exibição
na língua do país em que o filme será reproduzido. A dublagem
é feita por empresas ou estúdios de dublagem com profissionais
diversos, dentre os quais, aqueles que com sua voz, traduzem
verbalmente as obras estrangeiras. Os primeiros filmes sonoros
apareceram em 1925, mas o cinema começou a “dublar” somente
em 1927 com o filme “O Cantor de Jazz” que incluía algumas
falas. O primeiro filme totalmente falado foi “Luzes de Nova
York” lançado em 1929.
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Você sabia?
Curiosidades sobre a dublagem no Brasil
No Brasil, os desenhos animados foram os primeiros
a serem dublados para o cinema, o que permitiu ao
público infantil entender e se deliciar com as grandes
obras do cinema de animação. Em 1938, nos estúdios
da CineLab, em São Cristóvão, Rio de Janeiro, o filme
Branca de Neve e os Sete Anões marcou o início das
atividades da dublagem brasileira. Com o sucesso
da televisão, a necessidade de dublagem para a
tela pequena se tornou imperativa e aos poucos os
brasileiros se acostumaram à idéia, quase inconcebível
na época, de grandes astros de Hollywood falando
português.
Os primeiros elencos de dublagem foram integrados
por rádio-atores, que eram vozes consagradas,
na época, pelo sucesso das radionovelas e que
se tornaram os primeiros dubladores. O papel do
dublador é o de ceder sua voz à interpretação, em
idioma local, de certo personagem, a fim substituir
a voz dos atores ou dubladores originais de filmes,
animações, seriados etc. As falas de um dublador
normalmente não são escritas por ele próprio, mas
sim por um tradutor, que faz a adaptação da obra
original ao idioma local. O dublador tem o papel
apenas de interpretar.
Como bem resume Barbosa (2000, p. 1), em obras
de ficção, cerca de 80% do som final é criado em
pós-produção. Isso quer dizer “que quase toda a
componente sonora de uma obra de ficção não passa
de uma representação virtual de fenômenos psico-
acústicos que têm o objetivo de criar na audiência a
ilusão de um ambiente real e credível”. Os objetivos
por trás da sonorização passam normalmente
por procurar criar predisposição para as cenas
e ajudar a influenciar na interpretação da ação,
preferencialmente sem que a audiência perceba que
está sendo manipulada para isso. Ou seja, por mais
paradoxal que seja, a melhor trilha ou os melhores
efeitos sonoros são justamente aqueles que passam
desapercebidos.
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Saiba Mais
Um site excelente, que traz uma grande variedade de
informações sobre o som no cinema, é o Scoretrack.
net. Vale à pena dar uma passeada por ele: <http://
www.scoretrack.net/portuguese.html>
Síntese
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Atividades de autoavaliação
1) Para realizar esta atividade, escolha um filme que você considere que
seja um bom exemplo de uso do som ou que tenha uma boa seqüência
ou cena.
a) Essa é básica, só para não esquecer mais: quais são os três elementos
que compõem o som na linguagem audiovisual?
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Saiba mais
Unidade 5 143
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta unidade você terá subsídios para:
n Entender os fundamentos da decupagem.
Seções de estudo
Acompanhe as seções que você estudará nessa unidade:
146
Você sabia?
Curiosidade sobre decupagem
Em televisão ou numa produção de vídeo, o ato de
assistir o material bruto já gravado para localizar
os segmentos produzidos, fazer anotações e/ou
comentários para editar um programa ou uma matéria
jornalística, é também chamado de decupagem. Seja
qual for o método de edição (linear ou não-linear),
pode-se economizar muito tempo e dinheiro com a
decupagem da fita original. O editor deve assisti-la
com atenção e anotar o time code (tempo na fita ou
local no arquivo) dos pontos de entrada e saída dos
planos e cenas que poderá utilizar na versão final.
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150
a) a montagem rítmica,
c) a montagem narrativa,
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Dancyger (2003) diz que cada gênero tem seu próprio modo
ou convenção particular de montagem. Assim, “o gênero terror
conta com um alto grau de estilização, usando câmera subjetiva
e movimento. Por causa da natureza e do assunto, o ritmo é
importante. Embora o filme noir também sublinhe o mundo do
pesadelo, ele tende a contar menos com o movimento e o ritmo.
Na verdade, o filme noir tende a ser mais estilizado e mais
abstrato que o gênero terror.
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Para dar uma idéia do trabalho braçal que essa decisão de “cortar”
no ponto certo implica, é muito ilustrativo citar Walter Murch
(2004), que recebeu o Oscar de edição por “Apocalipse Now”
(de Francis Ford Coppola, 1979) e por “O Paciente Inglês” (de
Anthony Minghella, 1996). Murch diz que “Apocalipse Now”
demorou dois anos para ser montado (um ano para montar a
imagem e mais um ano preparando e mixando o som), e que a
razão para essa demora foi que só de material filmado eram 230
horas!
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Unidade 6 159
Saiba mais
Moviola (também chamada de “Kem” ou “Steenbeck”,
suas marcas mais famosas) é uma máquina na qual são
organizadas, selecionadas, emendadas e avaliadas as
cenas e seqüências dos filmes, formando inicialmente
o copião e, depois, a montagem final. Antes dos
equipamentos digitais, a montagem de cinema era
feita na moviola, que permitia visualizar as cenas em
uma pequena tela e definir os pontos de corte, feitos
manualmente e as cenas eram coladas com durex. O
copião era uma cópia positiva do negativo e servia
como referência para a colagem final do negativo, que
só era cortado no final, depois que todos os cortes
estavam definidos, para compor o filme pronto.
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Edição de vídeo
Para conhecer melhor como fazer edição em vídeo
está disponível na internet um curso gratuito
chamado Produção de Televisão: Um Tutorial sobre
Produção em Estúdio e em Campo, de Ron Whittaker.
O curso é dividido em módulos e está em parte
traduzido para o português, com muitos exemplos de
procedimentos e dicas práticas. Os módulos de edição
são os que vão de 50 a 59 e detalha bem como fazer
tanto a edição linear como a não-linear. Apesar de
um pouco defasado em termos técnicos, já que neste
campo as mudanças são rápidas, traz o essencial. Para
ter acesso às aulas entre no site do curso: <http://
www.cybercollege.com/port/tvp050.htm>
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Unidade 6 169
Síntese
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Talvez você faça parte desse grupo. Por isso, com o fechamento
desta unidade você já tem mais elementos para participar
ativamente da história da linguagem audiovisual que apesar de já
ter mais de cem anos, está apenas começando...
Atividades de autoavaliação
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2) Agora vamos ver como está sua criatividade. Se você pudesse montar
de novo essa cena ou seqüência que tipo de montagem você faria? O
que mudaria na montagem?
Saiba mais
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UNIDADE 2
UNIDADE 3
UNIDADE 4
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passagem mais lenta do tempo. Como elas são muito comuns não vai
ser difícil você encontrá-las no seu filme.
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