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RAFAEL CARLOS

ECONOMIA COMPARTILHAR BUSCAR

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Saiba quais profissionais a Alemanha
está buscando no exterior
País enfrenta falta de mão de obra qualificada, e empresas contratam ‘headhunters’ para
preencher vagas

POR GRAÇA MAGALHÃES-RUETHER    


15/07/2018 4:30 / atualizado 15/07/2018 10:32

Projeto de lei. O deputado Karamba Diaby faz parte da comissão que apresentou a proposta de “imigração controlada”
- Jens Schlueter/Getty Images

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BERLIM - Enquanto os países da União Europeia (UE) lacram suas fronteiras para evitar a
entrada de refugiados, as empresas alemãs pagam headhunters para trazer talentos de
outros países e conseguir preencher suas vagas. Com a economia em expansão e a redução
do número de pessoas em idade ativa, a Alemanha faz uma “caçada” à mão de obra
qualificada. Estudo do Instituto de Pesquisa de Mercado de Trabalho alemão revela que há
atualmente no país 1,1 milhão de empregos que não foram ocupados por falta de
profissionais. E essa escassez de quadros já gera perdas de € 7,6 bilhões por ano, segundo a
Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK, na sigla em alemão).

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mais requisitados
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Para tentar amenizar esse cenário, está em estudo uma nova lei que vai permitir uma
“imigração controlada” de profissionais. Até agora havia na Alemanha e em outros países da
UE um sistema de “cartão azul”, que permitia às empresas o contrato de profissionais
altamente qualificados de fora do bloco, mas com um salário de, no mínimo, € 50 mil por
ano. O projeto de lei, que já está no parlamento, vai abrir o mercado de trabalho para todos
os níveis. Entre os profissionais mais requisitados estão engenheiros, técnicos em
informática, médicos, enfermeiras e cuidadores de idosos.

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cai

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Enquanto a contratação dos “altamente qualificados” continuará ocorrendo diretamente via


empregador, com a entrada em vigor da nova lei, a admissão de profissionais de nível médio
(sem curso superior) — de cozinheiros a mecânicos de automóvel — será controlada pela
agência federal de trabalho, que quer evitar que a vinda de trabalhadores de fora da UE
resulte em redução dos salários para todos, alemães e imigrantes. Também os sindicatos
observam com desconfiança a nova lei, porque receiam dumping salarial.

ANÁLISE: O que os números do desemprego americano escondem

Segundo o projeto, quem perder o emprego terá um ano para encontrar outro no país.
Depois de cinco anos empregado, o imigrante terá direito a um visto de permanência
definitivo na Alemanha.

— Sem os imigrantes, a população da Alemanha já estaria encolhendo — comentou Enzo


Weber, do Instituto de Pesquisa de Mercado de Trabalho.

Atualmente com 82 milhões de habitantes, a Alemanha terá, segundo previsões, apenas 60


milhões em 2050. Só com uma forte imigração, a queda será menor e o total da população
ficaria em 73 milhões.

— Até o ano de 2030, faltarão três milhões de especialistas — diz Weber.

LEIA MAIS: Escritório durante o dia e bar ou café quando a noite chega

Karamba Diaby, deputado do Partido Social Democrata (SPD), que faz parte da coalizão de
governo da chanceler Angela Merkel, conta que em toda conversa que tem com empresários
do seu estado, Saxônia-Anhalt, o principal problema apontado é a falta de profissionais
qualificados:

— Em certas profissões, faltam 49 mil especialistas, como no caso de ajudantes de


enfermagem e cuidadores de idosos.

Diaby, que nasceu no Senegal há 56 anos, faz parte da comissão que apresentou o projeto de
lei no parlamento em novembro do ano passado. Como a proposta tem o apoio de todos os
partidos, com exceção do ultradireitista AfD, é dada como certa sua aprovação após a
tramitação formal. A lei deve entrar em vigor até o fim do ano, acredita um porta-voz da
DIHK.

ALTA DEMANDA NO SETOR DE SAÚDE

A Baviera e Baden-Württemberg, no sul da Alemanha, onde a economia mais cresce, são


também as regiões que mais sofrem com a falta de profissionais. Um levantamento feito
pela Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio revela que, só no estado da
Baviera, a falta de profissionais em todos os níveis — atualmente são 260 mil vagas abertas
e, até 2030, serão 542 mil — resultará em uma perda de € 325 bilhões entre 2018 e 2025
devido ao potencial de produção não efetivado por falta de pessoal.

A falta de pessoal é ainda mais crítica no setor de saúde. Segundo Jörg Leifeld, diretor da
clínica de urologia do Hospital Borromäus de Leer, no norte da Alemanha, o sistema de
saúde entraria em colapso sem a contratação de médicos estrangeiros.

— O número de médicos precisa aumentar em 40% para garantir um atendimento normal,


sem muito tempo de espera — diz Leifeld.

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Nos últimos anos, se interessaram pela oferta de emprego que Leifeld publicou
na internet 30 médicos de Colômbia, Peru, Paraguai, República Dominicana,
Argentina, Bolívia, Cuba, Equador e México. Ao contrário das profissões
técnicas, que dispensam o alemão fluente — para os profissionais de informática,
por exemplo, basta o domínio do inglês — , o aprendizado do idioma é o primeiro
desafio para o imigrante do setor de saúde.

— No início, o idioma é o maior obstáculo — diz a boliviana Valeria Campos


Villafani, de 31 anos.

Nascida em Sucre, na Região Central da Bolívia, ela se dedica integralmente à


carreira de cirurgiã especializada em abdômen. Valeria, que não é casada nem
tem filhos, acaba de cumprir dois anos de prática no hospital de Leer.

— Na Alemanha, a sala de cirurgia é mais espaçosa e o equipamento, melhor do


que na Bolívia — afirma.

Fluência em alemão. A boliviana Valeria Villafani


SALÁRIO DE € 68 MIL POR ANO
trabalha no Hospital Borromäus de Leer: “Idioma é
maior obstáculo” - Graça Ruether-Magalhães /
Arquivo pessoal Médicos que vêm de países de fora da UE precisam passar dois anos trabalhando
sob a supervisão de um colega alemão para receber a licença para exercer a
profissão. A perspectiva salarial é boa, mas os alemães lutam para conseguir candidatos,
sobretudo em cidades pequenas como Leer.

Jörg Leifeld diz que médicos do Brasil também seriam bem-vindos, mas, até agora, não
houve nenhum interessado em seu anúncio na internet.

A dominicana Valery Rivas Rosado, de 35 anos, também médica, diz que viver na
Alemanha “é bom para quem gosta de trabalhar”. De segunda a sexta-feira, ela
trabalha no hospital de Leer das 6h30m às 18h. Além disso, tem os plantões. Mas
ela está satisfeita com o salário de € 68 mil por ano.

— No início, os pacientes alemães olhavam desconfiados e com medo de serem


examinados por mim, mas, depois, viram que tenho uma aparência diferente (ela
se define como “afrodominicana”) porém sou igualmente competente.

Em Leer, cidade de 30 mil habitantes, Valery sente falta apenas de um


cabeleireiro especializado em cabelos crespos e enrolados, pois acha que os
salões alemães não sabem tratar bem do seu “afrolook”. A vida em Leer é pacata,
bem diferente da fervilhante Santo Domingo, capital da República Dominicana,
mas ela está satisfeita e não se arrependeu em nenhum momento da sua
coragem.

O peruano Luis Navarro, de 29 anos, foi contratado com a ajuda de um


A dominicana Valery. “País para quem gosta de
trabalhar” - Arquivo pessoal headhunter. O cirurgião também concluiu a fase inicial de dois anos e já pode
trabalhar sem supervisão:

— A especialização em cirurgia na Alemanha é sensacional.

A Academia Dekra é um dos muitos institutos que se especializaram em cursos intensivos


de alemão para profissionais estrangeiros. Só em Stuttgart, cerca de mil jovens de
profissões técnicas e enfermeiros aprendem o idioma e “como é a vida na Alemanha”.
Segundo a vice-diretora do instituto, Esther Wursler, os headhunters costumam buscar
talentos em Sérvia, Bósnia, Kosovo e Albania.

— Esses países têm uma população média muito jovem, um bom nível de educação e, por
isso, são ideais para a busca de novos profissionais — diz ela.

Também na capital Berlim há grande demanda por profissionais estrangeiros. A empresa


Visual Meta, de internet, recentemente comprada pela cadeia Axel Springer, procura
atualmente engenheiros java e de software e designers UX/UI. Para essas vagas, é exigido
diploma em Ciências da Computação, dois anos de experiência em tecnologia web e falar
inglês. O anúncio foi divulgado até em português na internet. Procurada, a empresa não
quis comentar sobre a oferta de vagas.

O CAMINHO DAS PEDRAS PARA TRABALHAR NA ALEMANHA

Contratações. Na Alemanha e em outros países da União Europeia, há um sistema de


“cartão azul” que permite às empresas contratar profissionais “altamente qualificados” de
fora do bloco com salário de, no mínimo, 50 mil euros por ano. Projeto de lei, que ainda
depende de aprovação do parlamento alemão, prevê abrir o mercado de trabalho para todos
os níveis de formação.

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Profissões: Entre os profissionais mais cobiçados estão os formados em Informática e
Engenharias Mecânica, Automotiva e Elétrica, bem como em Medicina e Enfermagem.
Depois da entrada em vigor da nova lei, haverá chance para profissionais técnicos, como
mecânicos, metalúrgicos e outros trabalhadores de fábricas que tenham curso
profissionalizante.

Idioma: Para médicos e enfermeiras, o idioma alemão é indispensável. Já profissionais de


informática e engenheiros podem começar a trabalhar só com o inglês (fluente) e aprender
alemão depois de chegar.

Oferta de vaga. Muitas empresas alemãs publicam anúncios de emprego na internet.


Fazendo a busca com a palavra fachkraefte, que significa mão de obra especializada em
alemão, o candidato encontra mais resultados.

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