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REPÚBLICA DE ANGOLA

UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE ECONOMIA

DERTEMINAÇÃO DE PREÇO DE VENDA NO SECTOR FARMACÊUTICO –


ESTUDO DE CASO FARMÁCIA VIOLETAS

Elaborado por:
Dadilson Remige Ribeiro

Laura Nakanda Chingala Lumbongo Chitumba

Zélia Dally Marques Pocongo

Orientado por: Prof. António Daniel Pereira dos Santos

1
INTRODUÇÃO

A globalização tem sido definida não meramente como extensão geográfica das
actividades económicas através das fronteiras nacionais, mas também é relevante a
integração funcional das actividades económicas, desenvolvidas internacionalmente.
Logo com o renascer do desenvolvimento económico do pais e com a crescente
internacionalização dos mercados de bens e serviços, o país não pode deixar de
acompanhar a evolução contabilística registada a nível internacional sob pena de perda
de oportunidade e competitividade.

Este trabalho apresenta o controlo dos custos e a sua utilização como ferramenta
para a determinação de preços. Aborda conceitos e apresenta aspectos que mostram que
as empresas que fixam seus preços, levando como base apenas os custos de produção,
podem ter problemas.

As empresas precisam estar sintonizadas com o que está acontecendo com o


mercado no que diz respeito à concorrência, consumidores e fornecedores, para que seus
produtos tenham um menor custo e que não só ganhem como também mantenham o
mercado já conquistado. Para isso, têm como grande aliado o controle de custos.

Conforme consta no dicionário Aurélio, determinar é "fixar" "estabelecer", e o


preço é "quantidade de dinheiro necessária para comprar uma unidade de mercadoria ou
serviço", por tanto, neste trabalho será demonstrado o que realmente determina o preço
de venda de um produto ou serviço, qual a importância do controle dos custos nesse
processo e algumas das metodologias que podem ser utilizadas para se chegar ao valor
de venda ideal.

JUSTIFICAÇÃO DO TEMA

A escolha do tema em analise justifica-se pelo facto de existirem dificuldades


por parte de algumas empresas na determinação do preço de venda, onde muitas delas

2
não conseguem representar o sucesso, a rentabilidade, a competitividade ou não da
empresa, e, consequentemente, sua existência ou não.

PROBLEMATICA DA INVESTIGAÇÃO

Determinar o preço de venda é um dos mais importantes momentos nas decisões


a serem implantadas na empresa.

Pode-se afirmar que, a determinação de preços de venda dos produtos e serviços


é uma questão que afecta diariamente a vida de uma empresa, independentemente de
seu tamanho, da natureza de seus produtos ou do setor econômico de sua actuação.

A dificuldade de determinar preço de venda pode atingir toda uma cadeia


produtiva, desde o fornecedor da matéria-prima, passando pelo fabricante,
distribuidores, retalhistas até o consumidor final.

Neste estudo pretendemos responder a uma preocupação:

Se há um modelo regulador da forma de determinação de preço exarado


pela estrutura do Governo responsável pela manutenção da sua estabilidade,
IPREC (Instituto de Preços e Concorrências), qual a motivação da pratica de
preços de venda diferenciados de um mesmo bem ou serviço no mercado
farmacêutico, especificamente na farmácia Violetas?

HIPÓTESE DE INVESTIGAÇÃO

Se a organização identificar atempadamente os factores que influenciam a


determinação dos preços das vendas e utilizar os métodos adequados, consegue atingir o
sucesso, a rentabilidade, a competitividade da empresa, e, consequentemente garantir a
sua existência e permanência no mercado.

O trabalho que se propõe a realizar poderá levar às seguintes hipóteses:

H1 – A Farmácia cumpre o sistema de prática de cálculo de preço do IPREC


3
H2 – A Farmácia não cumpre o sistema de prática de cálculo de preço do IPREC

H3 – A Farmácia combina o sistema de prática de cálculo de IPREC com outros


sistemas utilizados universalmente.

Com base nas hipóteses apresentadas definimos as seguintes variáveis:

- Variáveis independentes (X): A envolvente contextual;

- Variáveis dependentes (Y): A envolvente transacional.

OBJECTIVO DA INVESTIGAÇÃO

Objectivo Geral
Evidenciar os principais métodos e factores que influenciam na determinação do
preço de venda no sistema farmacêutico, dada a grande dispersão dos valores em torno
de preço medio.

Objectivos Específicos
Para se poder atingir o objectivo geral tem-se como objectivos específicos os
seguintes:

- Identificar os principais factores que influenciam na determinação do preço de venda


nas farmácias

- Aperfeiçoar o conhecimento sobre os principais métodos utilizados pelos agentes


farmacêuticos na determinação do preço de venda.

- Descrever os principais métodos utilizados na determinação do preço de venda.

4
- Apreciar a materialização e o rigor no cumprimento das normas estabelecidas pelo
IPREC.

- Determinação do preço de venda da Farmácia VIOLETA, Lda.

METODOLOGIA E TECNICA DE INVESTIGAÇÃO

Para realização deste trabalho de investigação, prevê-se inicialmente basear-se


em uma fundamentação teórica, cruzando essas informações com o estudo de caso
prático.

Os dados recolhidos serão tratados, analisados e interpretados para se chegar as


conclusões do tema em estudo, no qual nos apoiaremos na representação do método
teórico: utilizando o método histórico-lógico, analise e síntese da informação, indução e
dedução, assim como o método empírico: na aplicação das técnicas de observação
directa, investigação.

Para elaboração deste tema fez recurso a pesquisa descritiva auxiliada pela
recolha de dados. O método de pesquisa que vamos utilizar no nosso trabalho é o
quantitativo atendendo o estudo de caso da Farmácia Violeta

DELIMITAÇÃO DO TEMA

Dada importância do tema e as limitações que o país atravessa, decidimos


delinear o nosso trabalho em aspectos relacionados com empresa FARMACIA
VIOLETA

ESTRUTURA DO TRABALHO

Dadas as caraterísticas do tema que nos propusemos a analisar, o trabalho será


constituído por 3 (três) Capítulos:

No Capítulo I – Fundamentação Teórica.

5
No Capitulo II – O IPREC e a Regulamentação na Determinação do Preço no Mercado
Nacional.

No Capitulo III – Determinação de Preço na Farmácia Violetas “Caso Prático”

6
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Os Custos na Formação do Preço

A contabilidade é um instrumento da função administrativa que tem por


finalidade contar o património, apurar o resultado e prestar informações sobre o
património das empresas.

A contabilidade de custo é o ramo da função financeira que acumula, organiza,


analisa e interpreta os custos dos produtos dos inventários, dos serviços dos
componentes da organização dos planos operacionais e das actividades da distribuição
para determinar o lucro, para controlar as operações e para auxiliar no processo de
tomada de decisão.

A técnica de departamentalizar a entidade em centros acumuladores de custo é


denominada de custeamento ou custos por responsabilidade, que serve para melhor
identificar, as responsabilidades, autoridade, custos, objectivos e metas dos centros
específicos, possibilitando o controlo dos gastos e realização pelos próprios
responsáveis.

Historicamente, o custo sempre foi um elemento fundamental no processo de


formação de preço de venda de produtos. Mas, com o decorrer do tempo a realidade dos
processos de formação de preços de venda de produtos sofreu uma série de alterações.
Mais recentemente, ganhou força a corrente que afirma ser o preço mais uma função do
valor percebido pelo consumidor do que de seu custo. Mesmo admitindo-se essa nova
realidade, isto em nada reduz o valor do custo, pois ele representa o gasto relativo a
bens e serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços.

Os principais elementos que influenciam no resultado de qualquer empresa são


representados por meio das receitas auferidas, dos custos, directos ou indirectos, e das
despesas incorridas. “Os custos Directos podem ser facilmente associados aos produtos
fabricados. Os custos inDirectos precisam passar por etapa intermediária, denominada

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rateio, para, a partir daí, serem incorporados aos produtos”. O custo de produção
“representa o custo total de fabricação de produtos completados durante o período atual.
Os custos atribuídos para produtos acabados são os custos de manufatura de materiais
directos, mão-de-obra direta e custos indirectos de fabricação”.

Os custos associados à fabricação e produção são descritos como:


Materiais Directos (MD): os materiais que podem ser identificados diretamente com o
produto fabricado. Os materiais directos também são denominados matérias-primas;

Mão-de-obra directa (MOD): trabalho que realmente transforma materiais em produtos


acabados, durante o processo de produção;

Custos indirectos de fabricação (CIF): todos os custos de produção não


caracterizados como mão-de-obra directa e material directo.

1.1.1 Conceitos Gerais

1.1.1.1 Definição de Preço

O Preço é quantidade monetária que se atribui a troca por bem u serviço, valor,
custo. Ou seja, a relação de troca de bem por outro.

Armstrong (2007)1 Afirma que o preço é quantidade em dinheiro que se cobra


por um produto ou serviço. Em outras definições o autor acredita que o preço é a soma
de todos os valores que os consumidores pagam por seus produtos ou serviços.

Para Peter (2000)2 O preço é a quantidade de dinheiro de bem ou serviço que


deve ser dada pelo cliente/consumidor para adquirir o produto ou serviço.

1
Philip Kotler Gary Armstrong: Principios de Marketing, 12ª edição 2007
2
Peter Drucker: Marketing Criando valor para os Clientes, 2ª edição 2000

8
Para os clássicos em geral, existe um preço natural, que é a apresentação do seu
conceito de valor dos bens, e um preço do mercado que é resultado da oferta e procura
do bem. Este último preço segundo eles, é circunstancial por que com tempo eles
tendem a se aproximar do seu preço natural.

1.1.1.2 Definição de Custos

Custo “é o valor em dinheiro, ou o equivalente em dinheiro, sacrificado para


produto e serviço que se espera que traga um benefício atual ou futuro para a
organização” (HANSEN e MOWEN, 2003, p.61)3.

Segundo Hendriksen e Van Breda (1999, p.235)4, “o custo é medido pelo valor
corrente dos recursos econômicos consumidos ou a serem consumidos na obtenção dos
bens ou serviços a serem utilizados nas operações - ou seja, trata-se do valor de troca”.

1.1.1.3 Terminologias Contabilísticas em Custo:

Martins (1995)5 demostra algumas confusões na utilização dos conceitos


aplicados em custos:
“Despesas com matéria-prima” ou “custo de matéria-prima”?
“Gastos” ou “custos de materiais Directos”
“Despesas” ou “gastos com imobilizado”
“Custos” ou “despesas de depreciação”
Todos estes conceitos dizem a mesma coisa?

Existem várias formas de definir o custo:

3
Don R. Hansen e Maryane Mowen – Gestão de Custos: Contabilidade e Controlo 2003 Editora Pioneira
4
Edson S. Hendriksen e Michael E. Van Breda – Teoria da Contabilidade, tradução de António Zaratte
Sanvicente, S. Paulo Atlas 1999
5
Eliseu Martins – Contabilidade de Custos, 4ª Edição. Atlas 1995

9
Custo é o valor, expresso em moeda corrente, de atividades e materiais
efetivamente consumidos e aplicados na fabricação dos produtos.
Custo é o valor a ser recuperado pela venda dos produtos e serviços, dos
recursos financeiros, humanos e materiais consumidos na sua fabricação
Custo é o preço pelo qual se obtém um produto ou serviço.
Custo – gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e
serviços.
Despesa- gastos com bens e serviços não utilizados nas actividades produtivas e
consumidas com a finalidade de obtenção de receitas, ou bens-serviços consumidos
direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Exemplo: salários, comissão de
vendedores, energia elétrica consumida pela administração, conta telefônica do
escritório, alugueis e seguros do prédio do escritório, etc.
Perda- bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária. Exemplo:
gastos com mão-de-obra durante o período de greve ou material deteriorado pior um
defeito anormal no equipamento.
Distinção entre custos e despesas
Os gastos feitos por uma entidade relacionados com o processo de produção de
um bem são custos. Os relacionados com à administração, às vendas e aos
financiamentos são despesas.
Onde terminam os custos de produção e começam as despesas com vendas? A
regra é simples. Deves definir o momento em que o produto está pronto para a vender.
Até ai todos os outros gastos são custos. A partir deste momento são despesas.
Preço- segundo Uomani terá como preço de seus serviços valores comparáveis
com a concorrência e com a qualidade oferecida, percebida no ambiente e na execução
do serviço.

Há autores que definem que preço com base na taxa de retorno exigida sobre o
capital investido pode ser outro método usado para estimar preço, baseado em taxas
predeterminadas de lucro sobre o capital investido.
Capital- em termo económico, corresponde à concretização dos meios de
produção aplicados no processo produtivo. Habitualmente o capital é classificado em:

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 Capital financeiro que representa a totalidade dos meios financeiros da
empresa, inclui o capital próprio (todos os recursos financeiros pertencentes à empresa)
e o capital alheio (todos os recursos financeiros à disposição da empresa, mas que
pertencem a terceiros ou credores)
 Capital técnico que é o conjunto de todos os bens utilizados no processo
produtivo. Inclui o capital fixo (todos os bens susceptíveis de várias utilizações no
processo produtivo, sem que a sua estrutura sofra alterações, para além do natural
desgaste resultante da sua utilização) e o capital circulante (todos os bens incorporados
nos novos bens-produtos resultantes do processo produtivo).
Depreciação - custo de uso do equipamento, sendo calculado de forma
simplificada como a divisão do valor do investimento pela sua vida útil.
Gasto - sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um
produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de
entrega de activos (normalmente dinheiro).
Investimento - gasto activado em função de sua via útil ou de benefícios
atribuíveis a futuro(s) período(s). Exemplo: compra de um microcomputador.
Desembolso - pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Exemplo:
pagamento do equipamento comprado da comissão de vendedores.
Rateio - é a distribuição de um determinado valor, proporcionalmente a um valor
pré- estabelecido. O rateio parte do princípio que a organização somente poderá
produzir bens e prestar serviços se tiver uma estrutura fixa que lhe dê apoio, assim os
recursos obtidos com os bens ou serviços prestados precisam manter esta estrutura.

1.1.2 Classificações de Custos

Uma classificação apropriada de custos é essencial para que a administração


possa coletar e utilizar esta informação do modo mais eficiente possível. Segundo
Leone6, os custos podem ser divididos em três grandes grupos: custos para

6
Jorge Leone – Curso de Contabilidade de Custos, 2ª Edição. S. Paulo Atlas 2000

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determinação da rentabilidade e avaliação do patrimônio; custos para controle de
operações e custos para tomada de decisões e planeamento.
Em relação a apropriação aos produtos fabricados/ quanto a facilidade de
alocação:
Custos directos – são aqueles que podem se apropriados directamente aos
produtos fabricados, porque há uma medida objectiva do seu consumo na fabricação.
Exemplo: matéria-prima, material de embalagem, mão-de-obra direta,
depreciação de equipamento, energia elétrica consumida pelas máquinas.
Custos indirectos – são os custos que dependem de cálculos, rateios ou
estimativas para serem apropriados aos diferentes produtos. O parâmetro utilizado para
as estimativas é chamado da base ou critério de rateio.
Exemplo: depreciação de equipamento que são utilizadas na fabricação de mais
de um produto. Salário dos chefes de supervisão de equipas de produção, aluguel da
fábrica, material de limpeza, energia elétrica iluminada a fábrica.
Obs: se a empresa produz apenas um produto, todos os seus custos são directos.
Em relação aos níveis de produção/quanto a variabilidade:
Custos fixos- são aqueles cujos valores são os mesmos, qualquer que seja o
volume de produção da empresa.
Exemplo: o aluguel da fábrica, este será cobrado pelo menos valor qualquer que
seja o nível de produção, inclusive se a fábrica não produz nada.
Observe que os custos fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas
podem variar de valor no decorrer do tempo, o aluguer da fábrica, mesmo quando sofre
reajuste em determinado mês, não deixa de ser considerado um custo fixo, uma vez que
terá o mesmo valor qualquer que seja a produção do mês.
Custos variáveis- são queles cujos valores se alteram em função do volume de
produção da empresa.
Exemplo: matérias-primas consumidas.
Se não houver quantidade produzida o custo variável será nulo. Os custos
variáveis aumentam a medida que aumenta a produção.
Entretanto, têm uma parcela fixa mesmo nada seja produzido. São os casos, Por
exemplo das facturas de energia elétrica e da água da fábrica, nas quais são cobradas

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uma taxa mínima de consumo, mesmo quando não há consumo. Ou o combustível
utilizado para manter uma caldeira funcionando já que ela não pode esfriar, mesmo que
que nada seja produzida.
Custos semi-fixos ou custos por de gaus- são custos que são fixos numa
determinada faixa de produção mas que variam se houver mudança desta faixa
considera-se por exemplo a necessidade de supervisores de produção da empresa “ x”
demostrada na tabela.

Volume de produção Quantidade de Custo


(em toneladas) supervisores (salário + encargos)
Necessários
0 à 10 1 2.000,00
10 à 20 2 4.000,00
20 à 30 3 6.000,00
30 à 40 4 8.000,00

O custo de supervisão de produção será fixo para uma produção de até 10


toneladas, acima de 10 toneladas até o limite de 20, o custo aumenta de 2.000,00 para
4.000,00. Mostrando assim, que um custo deve ser fixo dentro de uma faixa de
produção.

Componentes dos custos


Fixo e Variáveis

Em relação a produção total Em relação as unidades

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Observe que os custos fixos, são fixos com em relação a produção mais quanto
mais se produz menor será sua influência no custo das unidades produzidas. Já os custos
variáveis são variáveis com relação as quantidades produzidas, mas nas unidades eles
são fixos.

o Despesas fixas e variáveis


As despesas também podem ser classificadas como: despesas fixas e despesas
variáveis, porém não definidas como tal e relação ao volume de vendas.
Exemplo: as comissões de vendas são despesas variáveis, pois o seu valor varia
com o volume das vendas. Já o aluguel do escritório da administração é uma despesa
fixa porque não depende do volume de produção.

 Quanto ao montante despendido


Custos totais: são os custos despendidos no período necessário para que sejam
fabricados todos os produtos.
Exemplo: o custo total com o ensino no curso de administração é “ x”.

Custos unitários: são os observados para se fabricar uma unidade do produto.


Exemplo: o custo do aluno de curso de Administração é “ x”.

O ponto de equilíbrio: é o momento em que as receitas cobrem os custos totais e


o resultado começa a ser positivo para a organização.

Controlo de custos: apuração e controlo dos gastos incorridos pela organização


na geração, produção e comercialização de produtos e serviços e nas actividades ligadas
a essas produções/prestação. Inclui a apuração dos gastos dispêndios nos serviços
decorrentes dessas operações e ainda a geração dos relatórios gerenciais, que permitem
a avaliação do desempenho de cada centro de custo, resultado ou de responsabilidades.

A finalidade do controlo de custos é alocar os custos da organização e sua


operação relacionando-os aos produtos, serviços e demais actividades realizadas no

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âmbito da instituição, de forma a obter informações capazes de avaliar a relação custo x
benefício e controlar com uma importante ferramenta de decisão da gerência.

1.1.3 Sistema de Acumulação de Custos

Qualquer organização, com ou sem fins lucrativos, precisa buscar formas de


cobrir as despesas decorrentes de suas actidades e projectos e continuar suas acções no
futuro, assim, controlar os custos é uma forma de identificar seu ponto de equilíbrio, de
forma de não ter que assumir despesas que deveriam ser pagas no âmbito das
actividades e projectos.
Para melhor compreensão dos custos, desenvolver-se-á aspectos relacionados
com os sistemas de custeamento por processo, por ordem de produção, misto ou
hibrido, pré determinado e de padrão.

1.1.3.1 Sistema de Custeamento por Processo

É usado invariavelmente na contabilidade dos custos de uma produção em


massa. Usualmente em tais operações todos produtos são fabricados para stock, uma
unidade de produção é idêntica à outra; os produtos são movimentados no processo de
produção continuamente todos os procedimentos da fábrica são padronizados. Nessas
condições a identificação de qualquer custo não é relevante.
O custo por processo é caracterizado pela acumulação dos custos de produção,
em cada uma das etapas do processo contínuo de fabricação de produtos homogéneos.
Os custos médios, acumulados durante uma etapa, são necessários somente quando um
material ou produto é dividido em dois ou mais subprodutos.

1.1.3.2 Sistema de Custeamento por Ordem de Produção

É o sistema de custeamento no qual cada elemento do custo é acumulado


separadamente, segundo ordens específicas de produção, emitidas pela secção de

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fabricação. As ordens de produção são emitidas para início da execução do serviço e
nenhum trabalho poderá ser iniciado sem que ele seja devidamente autorizado pela
correspondente emissão de uma ordem de produção.

1.1.3.3 Sistema de Custeamento Misto ou híbrido

O sistema de custo híbrido não representa um sistema separado, mais representa


modificações ou extensões dos sistemas de custos desertitos anteriormente.
É baseado em custos históricos ou actuais podem ser definido como um sistema
no qual os custos são registrados e sumariados tais como ocorrem em consequência
nesse sistema os custos somente são determinados após o término das operações de
manufactura ou da execução dos serviços prestados pela empresa.

1.1.3.4 Sistema de Custeamento Pré-determinado

Como o próprio nome sugere, os custos pré-determinados são os custos


estabelecidos com antecedência sobre as operações de produção. Em um sistema
baseado em custos pré-determinados, material, mão-de-obra e gastos gerais de
fabricação são bases de preço, usados quando a gerência está interessada, primeiramente
em conhecer quais deveriam ser os custos, para depois compara-los com os custos reais.

1.1.3.5 Sistema de custeamento Padrão

O termo custo padrão possui diversos significados e implicações. Algumas


peculiaridades desse termo são expostas a seguir:
Todos os custos- padrão são custos pré-determinados. Todavia em todos os
custos preparados antes das operações são incluídas na categoria de custo padrão.

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Os custos padrão são estabelecidos por um processo científico, utilizando-se a
experiência passada e presente. Dai o processo de determinação dos custos - padrão
geralmente, incluem:
- Uma selecção cuidadosa do material
- Estudos de tempo e motivação das operações
- Um estudo de engenharia do equipamento e das operações de manufactura.

1.1.4 Métodos de Custeo

Entre os métodos de custeo se apreciarão o de custeo por absorção, directo ou


variável bem como o subsistema ou custo ABC.

1.1.4.1 Método de custeio por absorção

Caracteriza-se pela apropriação de todos os custos aos produtos. “Nesse sistema


se obtém um custo total do produto, que acrescido de um resultado desejado, aponta um
certo preço de venda”7

Para Martins8 “esse método de calcular preços com base em custos é muito
utilizado pelas empresas, Porem apresenta algumas deficiências, como: não considera,
pelo menos inicialmente, as condições de mercado, fixar o percentual de cobertura das
despesas fixas de forma arbitrária, etc”.

É a técnica de custo que procura calcular o custo dos produtos vendidos


(contabilístico), esta técnica apropria aos produtos custos: directos e indirectos

7
Rolando Beulke e Dalvio José Bertó – Estrutura e Análise de Custo. Saraiva 2001. P. 49
8
Eliseu Martins – Contabilidade de Custos. 9ª Edição. Atlas 2008. P.219

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Os custos directos são calculados directamente aos produtos com base em
planilhas com registo do consumo de cada produto. Custos directos são aqueles
directamente relacionados com a execução de serviço ou elaboração da produção.

Os CIF (principal e auxiliar) são apropriados aos produtos com base em critérios
de rateio. Para alocar os custos indirectos inicia-se com a alocação dos centros de custos
auxiliares e depois com os principais.

Nesta modalidade é feito o rateio de todos os custos fixos aos produtos, de


acordo com os critérios previamente estabelecidos, por exemplo: se uma organização
executar quatro projectos simultaneamente, pode definir que cada um dos projectos
devera cobrir 25% dos custos fixos.

1.1.4.2 Método de custeio directo ou variável:

Neste caso, os custos são incorporados no percentual em que cada produto ou


serviço contribui para os resultados da organização.

1.1.4.3 Sistema ou custo ABC

O custo ABC (Activity Based Costs) incorpora os custos indirectos a toda a


actividade produtivo (áreas e produtos), de acordo com os recursos utilizados. Assim no
exemplo: terrenos

Grande parte das empresas mantêm muitos itens em stock, isso faz com que haja
a necessidade de implantar um sistema de controlo e análise dinâmico e parametrizável,
O sistema ABC também conhecido como curva ABC, lei de Pareto ou ainda regra 80/20
é útil para classificar itens por categoria de modo a identificar quais produtos são de
maior valor em detrimento a outros. O Quadro 5 mostra como é a classificação.

18
Quadro 1 - Sistema ABC
Itens Nível de importância (prioridade)
Nº Classe Descrição
1 A São os 20% de itens de alto valor que representam cerca de
80% do valor total do estoque.
2 B São aqueles de valor médio, usualmente os seguintes 30%
dos itens que representam cerca de 10% do valor total.
São os itens de baixo valor que, apesar de compreender
3 C cerca de 50% do total de tipos de itens estocados, representam
cerca de 10% do valor total.
Fonte: Adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002, p.402)

Slack, Chambers e Johnston9 ainda coloque que, apesar de o uso anual e do valor
serem os dois critérios mais usados para classificação estoques, outro critério também
contribui, como é o caso da consequência da falta de estoque, da incerteza de
fornecimento e a alta obsolescência ou risco de 37 deterioração. De acordo com Ching10
o sistema ABC é um método antigo, mas ainda aplicado em muitas indústrias. Alguns
produtos são mais valorizados e mais concorridos do que outros, ou seja, são mais
rentáveis, aliás podem ter clientes que exigem melhor nível de serviço, por esse motivo
há a necessidade de classificá-los, e, portanto o sistema ABC ainda é um dos métodos
mais adequado para isso.

Para Bruni e Famá11 diferentes são as classificações empregadas na


contabilidade de custos, em função da forma de associação dos custos com os produtos
elaborados (unidade do produto), de acordo com a variação dos custos, em relação ao
volume de produtos fabricados (comportamento em relação ao volume); em relação aos
controles exercidos sobre os custos, em relação a alguma atuação específica (decisões

9
Nigel Slack, Stuart Chambers e Robert Johnston – Administração da Produção. Atlas 2002. P.P401-404.
10
Hong Huh Ching – Gestão de Stock na cadeira de logística integrada. Supply Chain. S. Paulo. Atlas 1999
pp.46-48
11
Adriano Leal Bruni e Rubens Famá – Gestão de Custos e Formação de Preços com aplicações na
calculadora HP12C e Excel. 3ª Ed. Atlas 2004 p.31

19
especiais), e em função da análise do comportamento passado (base monetária). Em
relação à forma de associação dos custos com os produtos fabricados, os custos podem
ser classificados de diferentes formas quanto à aplicabilidade.

1.2 – Determinação do Preço de Venda

Estabelecer o preço de venda é um dos mais importantes momentos nas


decisões a serem implementadas na empresa. A resposta a simples questão “Por quanto
devem ser vendida as mercadorias/produtos/serviços?” pode representar o sucesso, a
rentabilidade, a competitividade ou não da empresa, e, consequentemente, sua
existência ou não.

A determinação de preços de venda dos produtos e serviços é uma questão que


afecta diariamente a vida de uma empresa, independentemente de seu tamanho, da
natureza de seus produtos ou do seu sector económico de sua actuação. Esta dificuldade
de determinar o preço o preço de venda pode atingir toda uma cadeia produtiva, desde o
fornecedor da matéria-prima, passando pelo fabricante, distribuidores, retalhistas até o
consumidor final.

1.2.1 Objectivos ao Determinar Preços de Venda

Os objectivos da determinação de preço demonstram o que a empresa espera em


relação ao seu produto ou serviço, que podem ser representados pela sobrevivência da
empresa, pela maximização dos lucros actuais, pela maximização da participação de
mercado e pela liderança na qualidade do produto.

Para melhor entendimento, os objectivos da determinação de preços e as funções


possíveis a ser realizados são apresentados no quadro seguinte:

Quadro nº2 Objectivo e Acções Possíveis

20
OBJECTIVO ACÇÃO POSSIVEL
S
Sendo uma variável flexível, o preço será usado para
Sobrevivência manterá empresa em funcionamento, mesmo que sacrifique
os resultados.
São determinados de maneira a satisfazer os donos ou os
tomadores de decisões, estes podem ser definidos em termos
Lucros
de volumes reais de dinheiro ou em percentagens relativos a
períodos de levantamentos anterior de lucro.
Há dificuldade para determinação do ROI uma vez que nem
Retorno sobre o
todos os dados sobre custos e receitas estão disponíveis na
Investimento
determinação de preços.
A manutenção ou aumento da participação do mercado,
Participação do
assim com a qualidade o produto ou serviço, influenciam a
mercado
lucratividade das empresas.
Influenciam a recuperação do volume de recursos
Fluxo do caixa
financeiros disponíveis para empresa.
Podem ser dimensões como: manutenção de certa
participação no mercado, equiparação aos preços dos
Status Quo
concorrentes, no entanto os derrotando, alcançar estabilidade
de preços e manter uma imagem pública favorável.
Os produtos e as marcas que clientes percebem que são de
Qualidade do produto alta qualidade têm mais probabilidades de sobreviver em um
mercado competitivo.
Fonte: Adaptado de Gitman (1997, p393)

A função básico dos preços é orientar as empresas no sentido de utilizarem


racionalmente os recursos disponíveis, injetando no mercado quantidades de produtos
compatíveis com as reias tendências e capacidades de absorção de produção realizada.

21
1.2.2 Políticas de Preços

As políticas de preços devem mostrar a relação entre o ambiente de formação de


preço e os objectivos gerais e de mercado da empresa.

A política de preço tem três caminhos possíveis de serem seguidos.

1.2.2.1 Política de preços em função dos objectivos: a empresa precisa antes


determinar os seus objectivos para depois determinar seus preços. Esses objectivos
podem ser:
- Penetração no mercado: estabelecimento de preços baixos para estimular o
crescimento e aumentar a participação no mercado.

- Aumento da participação: estabelecimento de preços baixos para conquistar parte do


mercado.

- Recuperação do caixa: estabelecimento de preços para rapidamente recuperar o


investimento eventualmente a custo do mercado futuro.

- Maximização dos resultados: estabelecimento de preços para maximizar os lucros e o


retorno.

- Preço/Qualidade: estabelecimento de preços em função de qualidade superior.

- Preço/Oportunidade: estabelecimento de preços em função da oportunidade da venda,


estação, etc…

1.2.2.2 Política de preços em função da demanda: neste processo há “discriminação


de preço”, onde o produto, a mercadoria e serviço específicos são vendidos por preços
diferenciados tendo como base: cliente, época, local e momento.

22
1.2.2.3 Política de preços em função da concorrência: neste, a empresa determina os
seus preços em função do mercado no qual ela actua. Os seguintes preços podem ser
praticados: preço medio praticado, preços mais altos ou mais baixo em determinados
patamares; preços competitivos elaborados de fora para dentro da organização.

Em condições de forte concorrência ao estabelecer níveis de preço mais altos ou


mais baixos em determinados patamares, o conhecimento e o controlo dos custos são
fundamentais, uma vez que vez que o preço já é praticamente determinado, devendo a
empresa conhecer suas possibilidades de trabalhar em tais níveis.

1.2.3 Factores que Influenciam o Preço

Existem vários factores que influenciam directamnte no processo de


determinação de preço de venda de um produto, quais devem ser considerados e
incorporados aos preços dos produtos ao serem disponibilizados no mercado.

A determinação de preço de venda de levar em consideração inúmeros factores


internos e externos dentre os quais, destacam-se:

1.2.3.1 Factores Externos

a) Mercados: Dentre os factores externos, o mais representativo e pede mais


observação é o mercado em que a empresa se insere, os produtos concorrentes e
suas praticas comerciais. Os mercados podem ser divididos em 4 (quatro) tipos
bastante distintos: concorrência perfeita, concorrência monopolista, concorrência
oligopolista e monopólio.

23
b) Elasticidade Preço-Demanda:As alterações nos preços de mercadorias
invariavelmente acarretam modificações nos volumes de vendas. Este movimento
recebe a denominação de elasticidade preço-demanda.

c) Outros Factores Macroeconómicos: Tais como taxas de juros actuais e


suas previsões, taxas de câmbio, custo de oportunidade de aplicação do dinheiro,
além de aspectos políticos e normativos, fazem parte da correta estratégia de preço
de uma organização.

1.2.3.2 Factores Internos


a) Sobrevivência e Maximação de Lucros

- Sobrevivência: os preços devem ser estar voltados para manutenção das


operações da empresa, assim, o que mais interessa é fazer caixa, sem grandes
avaliações das margens auferidas.

- Maximização dos lucros: quando as empresas buscam maximizar suas


margens de curto prazo.

b) Liderança

- Liderança de participação de mercado: Os preços são definidos com intuito


de ganhar o mercado, via penetração mais rápida.

- Liderança na qualidade: o preço deixa ser o requisito fundamental na


escolha do consumidor e a qualidade passa ser o principal critério na decisão de
compra.

1.2.4 Métodos de Determinação de Preço

As metodologias existentes que as empresas frequentemente utilizam na hora de


determinar os seus preços são:

- Método baseado no custo da mercadoria


24
- Método baseado nas decisões das empresas concorrentes

- Método baseado nas características do mercado, e

- Método misto

1.2.4.1 Método baseado no Custo da Mercadoria

Este é o método mais comum na prática dos negócios, pois consiste em


adicionar uma margem fixa a custo base, conhecida como mark-up, suficiente para
cobrir os lucros desejados pela empresa. Se a base for formada por custos variáveis,
a margem adicionada deve ser suficiente para cobrir os custos fixos, além do lucro
almejado.

a) Formação do Mark-up

De modo geral a obtenção de Mark-up pode ser vista no quadro a seguir:

Quadro nº3 - Obtenção Mark-Up

Gastos (Custos e Despesas) G


Impostos em % sobre o preço de venda IxP
Lucro em % do preço de venda LxP
Preço de venda P
Fonte Bruni e Fama (2004, p.340)

Supondo que gastos iguais a G, preço de venda igual a P, o lucro em


percentagem sobre o preço de venda igual LxP e o imposto em percentagem sobre o
preço de venda igual a IxP, o valor algébrico do Mark-up pode ser deduzido da
seguinte equação:

G+I*P+L*P=P

25
Colocando preço em evidência temos:

P * [1(I+L)]=G

Ou, encontrando-se o valor do preço (P), é possível estabelecer o Mark-up:


índice que multiplica os gastos para se obter o preço de venda, como mostra a
seguinte figura:

Fórmula de Mark-Up

1
Preço 𝑃 = [1−(𝐼+𝐿)] ∗ 𝐺 Gastos

Mark-Up

Fonte: Bruni e Famá (2004 p.340)

Existem 2 formas de calcular o Mark-up: Mark-up divisor e Mark-up


multiplicador. Independentemente de qual tipo seja utilizado, o valor de preço de
venda será igual nas duas modalidades de Mark-up.

Para obtenção de Mark-up divisor é necessário que sejam observadas as


fases a seguir:

a) Listar as percentagens incidentes sobre o preço de venda (%Pv)


b) Somar as percentagens incidentes sobre o preço de venda (%Pv)
c) Dividir a soma das percentagens sobre o preço de venda (%Pv)
por “100” (para achar a forma unitária)
d) Subtrair de “1” o coeficiente da fase anterior (c)
e) Dividir o custo de compra de mercadorias (no caso de comercio)
ou custo de produção unitária total (no âmbito industrial) pelo Mark-Up divisor,
apurando o preço de venda orientativo.

As fases de Mark-Up divisor podem ser resumidas na seguinte equação:

26
Mark-Up divisor = 1 – Soma das percentagens

Onde:

Soma das percentagens igual a soma de valores expressos em percentagens que


influenciam no processo de formação de preços, como percentagem de lucro desejado e
percentagem de despesas diversas.

Para calcular o Mark-Up multiplicador, adotam-se os seguintes procedimentos:

f) Listar todas percentagens incidentes sobre o preço de vendas


(%Pv)
g) Somar todas as percentagens incidentes sobre o preço de venda
(%Pv)
h) Partindo de “100%” subtrair as somas das percentagens incidentes
sobre o preço de vendas (%Pv)
i) O Mark-up multiplicador é obtido dividindo “100”pelo resultado
da fase anterior
j) O preço de vendas orientativo é calculado multiplicando custo
unitário pelo mark-up multiplicador.
As fases de Mark-up multiplicador podem ser resumidas na seguinte equação:

1
𝑀𝑎𝑟𝑘 − 𝑈𝑝 𝑀𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟 =
[1 − 𝑆𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠]

b) Método Baseado nas Decisões das Empresas Concorrentes

Segundo Santos 12 este método pode ser desdobrado em outros quatro, sendo que
qualquer que seja o método utilizado para determinar o preço, deve existir uma
comparação com os preços dos concorrentes. Os métodos que derivam do baseado na
concorrência são:

12
José Joel dos Santos – Fundamentos de custos: 1985

27
 Método do preço concorrente;
 Método de imitação de preço;
 Método de preços agressivos;
 Método de preços promocionais.

b1) Método do Preço Concorrente

São adotados nos casos em que os produtos são vendidos a um mesmo preço por
todos os concorrentes. Os factores que podem influenciar essa homogeneidade nos
preços podem advir de questões de costume preço tradicional) ou das características
económicas do ramo em que a empresa actua (oligopólio, convénio de preços etc.).

Normalmente a utilização deste método é decorrente de uma situação onde a


empresa é forçada a aceitar um preço existente ou que de forma isolada ela não tenha
poder para alterar ou combater.

b2) Método de Imitação de Preços

Este método refere-se a prática de utilizar os mesmos preços adoptados por uma
empresa concorrente selecionada no mercado, também utilizado em razão da falta de
conhecimento técnico para a determinação do valor do preço ou em decorrência do
custo da informação.

b3) Método do Preço Agressivo

É um método utilizado quando as empresas concorrentes estabelecem uma


tendência de redução drástica de preços, atingindo muitas vezes, níveis economicamente
abaixo do custo das mercadorias.

Este método chegou a ser conhecido pela expressão “concorrência suicida”,


tendo sido utilizado com frequência por estradas de ferro americanas, atingindo níveis
de preços economicamente irracionais. A guerra dos preços atingiu de tal forma as
estradas de ferro que o governo americano criou uma lei a proibir práticas predatórias.

28
Esta política de redução drástica de preços, com objectivos de levar seus
concorrentes a ruina, configura a situação conhecida como dumping.

b4) Método de Preços Proporcionais

Método que tem como característica a situação em que as empresas oferecem


certas mercadorias a preços tentadores com o intuito de atrair o público para o local de
venda (caso típico de supermercados), intensificando o tráfico de clientes potenciais e
estimulando as vendas de outros produtos com preços normais.

c) Método Baseado nas Características do Mercado

Baseia-se no profundo conhecimento que a empresa possui do mercado. Permite


ao administrador decidir se vendera o seu produto a um preço mais elevado, atraindo
classes sociais com a renda per capita alta, ou a um preço popular atraindo a atenção de
camadas mais pobres da população.

A empresa que decidir colocar o preço no produto baseando-se na percepção do


consumidor, deve buscar perceber também a relação existente entre os produtos,
procurar saber quais valores os consumidores atribuem a diferentes ofertas
competitiveis, mas isso não é fácil mensurar.

Uma relação de comunicação entre a empresa os consumidores deve existir


constantemente, pois o comportamento das pessoas muda periodicamente, deve-se
perguntar directamente ao consumidor quanto ele estaria disposto a pagar por um
produto básico, e depois por cada beneficio acrescentado, ou pode-se fazer experiencias
para testar o valor percebido de diferente ofertas de produtos. Se o vendedor cobrar
mais que o valor percebido pelo consumidor as vendas ficarão comprometidas.

Muitas empresas cobram preços altos demais e seus produtos vendem, outras
estabelecem preços baixos demais e conseguem boas vendas, mas receitas são menores
que se o preço subisse ao nível do valor percebido.

d) Método Misto

29
Este método consiste na combinação dos custos envolvidos, dos preços dos
concorrentes e na característica do mercado. A formação do preço de venda sem levar
em consideração, esses três factores, pode ser perigosa, pois os métodos anteriormente
adoptam somente um ou outro desses factores.

Basicamente a formação do preço de venda pode ser simplificada pela equação:

CUSTO +LUCRO +DESPESAS VARIAVEIS = PREÇO DE VENDA

As despesas administrativas, apesar de não de não serem registadas


habitualmente como custo contabilístico, precisam ser mensuradas e acrescentadas a
planilha de custos para correta formação de preços, pois se trata de encargos necessários
e que devem ser mensurados pelas vendas.

Quanto ao lucro convém ressaltar que este pode ser fixado por produto, por hora
de serviço ou actividade, ou ainda em termo de percentagens sobre as vendas.

As despesas variáveis compreendem, entre outras: fretes sobre vendas,


comissões, encargos financeiros param suporte de recebimento das facturas e tributos
sobre vendas.

Somados todos estes itens será determinado o preço. Este precisa ser avaliado,
comparado, analisado, equalizado como os preços da concorrência. Se está mais alto
que esta, uma avaliação precisa ser feita, questionando-se:

- Há excesso de custo industrial, mercadológicos, ou de outras ordens, que estão


sobrecarregando o preço?

- A formação de preço de venda está correcta em todas etapas?

- A margem de lucro é compatível com linha de produtos e o risco empresarial?

Em outras situações, a apuração de preços muito abaixo da concorrência leva a


necessidade do administrador a indagar:

30
- Os custos aplicados são de reposição?

- A margem de lucro remunera adequadamente o capital empregado?

- Foram incluídos os custos financeiros para financiamento ao cliente na venda a prazo?

- Todos os tributos, comissões e outras despesas variáveis foram incluídos na planilha.

1.3 O Uso dos Custos da Determinação de Preço de Venda

Embora nem sempre o mercado absorva os preços de venda determinados pela


empresa, que por sua vez são calculados em cima de seus custos reais ou orçados, a
empresa não pode prescindir dessa importante ferramenta para, pelo menos, ter um
parâmetro inicial ou padrão de referência para análises comparativas.

Diversas situações podem exigir a utilização dos procedimentos de formação de


preços de venda a partir do custo, como:

- Estudos de engenharia e mercadologia para introdução de novos produtos;

- Acompanhamento dos preços e custos dos produtos atuais;

- Novas oportunidades de negócios;

- Negócios ou pedidos especiais;

- Facturamento de produtos por encomenda;

- Análise de preços de produtos concorrentes.

Os custos dos produtos ou mercadorias podem ser utilizados na determinação de


preços decorrentes dos seguintes métodos:

 Método do preço com base no custo pleno;


 Método do preço com base no custo de transformação;
 Método do preço com base no custo marginal;
 Método do preço com base no retorno sobre o capital investido; e

31
 Método do preço com base no custo-padrão.

1.3.1 Método do Preço com Base no Custo Pleno

Os preços estabelecidos com base nos custos plenos são aqueles que equivalem
ao custo total da produção, que são acrescidos de despesas de vendas, de administração
e de uma margem de lucro desejada. Podem ser usados tanto os custos reais como os
custos-padrão, desde que sejam ajustados as tendências esperadas dos custos.

Os custos devem ser sempre prospectivos e não retrospectivos.

A tabela abaixo mostra os custos de produção elaborados com base no custo


pleno, para uma empresa que fabrica dois produtos e deseja um lucro de 30% sobre os
custos.

Tabela nº 1- Método de Preço com Base no Custo Pleno

COMPONENTES DO CUSTO Produto A Produto


B
Matérias-primas (quantidades necessárias X custos 16,00 6,00
unitários)
Mão-de-obra direta (horas necessárias X taxa hora) 6,00 12,00
Custos indirectos de produção (200% da mão-de- 12,00 24,00
obra directa)
CUSTOS DE PRODUÇÃO 34,00 42,00
Despesas de venda e de administração (20% do 6.80 8,40
custo total de produção)
CUSTO DE PRODUÇÃO E DE VENDA 40,80 50,40

32
Margem de lucro antes do IR (30% do custo de 12,24 15,12
produção e venda
PREÇO DE VENDA PROPOSTO 53,04 65,52
Fonte: Assef, 2004

Custos plenos são aqueles apurados segundo o método de custeamento por


absorção.

As taxas de custos indirectos de produção e as taxas de despesas de venda e da


administração foram determinadas à base das expectativas de vendas e não da
capacidade normal da fábrica.

A principal vantagem do custo pleno é que ele assegura a recuperação total dos
custos e a obtenção de uma margem planeada de lucros, o que é muito importante na
determinação de preços a longo prazo. Esse método pode introduzir no mercado certo
grau de estabilidade nos preços.

O método com base no custo pleno possui limitações como:

- Não considera a elasticidade da procura;

- O sistema que depende prontamente dos custos dificilmente pode ser realista para a
maioria dos negócios. Deveria ajustar-se às condições de mercado.

- Não levam em conta os preços dos concorrentes. A empresa não deve presumir que
suas funções estejam necessariamente sendo desempenhadas com a máxima eficiência.
Isso resultaria na perpetuação das ineficiências existentes e na incorporação delas à
estrutura dos preços da empresa.

- O método de custo pleno não faz distinção entre os custos fixos e os marginais. Uma
empresa que adopta este método tenderia a rejeitar as encomendas que não cubram, pelo
menos, os custos totais do produto.

- O método do custo pleno aplica aos custos dos produtos uma percentagem uniforme,
como previsão de lucros. Isso deixa de reconhecer que nem sempre os produtos podem
auferir lucros a uma mesma taxa.

33
1.3.2 Método do Preço com Base no Custo de Transformação

Esse método propõe-se a formar preços com base, nos custos de transformação,
não considerando nos cálculos os custos com materiais directos.

No método do custo pleno, o lucro de cada produto é calculado com uma


percentagem sobre o custo total do produto. O lucro de dois produtos diferentes seria
igual se os seus custos totais fossem iguais, o que ocorre mesmo que exista grande
disparidade na relação entre os custos de transformação (mão-de-obra mais aos custos
indirectos de produção) e a matéria-prima aplicada, conforme exemplos na tabela a
seguir.

Observa-se que os dois produtos mostram o mesmo rendimento em relação às


vendas (23,1%). O produto “A” consiste em matérias-primas consumidas (30,2% em
comparação a 9,2%) do produto “B”; em uma proporção menor, os custos de
transformação de 33,9% para o produto “A” é de 54,9% para o produto “B”. Isto quer
dizer que será mais dispendioso e levará mais tempo para elaborar uma unidade de “B”
do que uma unidade de “A”.

Tabela nº 2 – Método de Preço com Base no Custo de Transformação

Produto A Produto B
Componentes Valor usd por % Do preço de Valor R$ por % Do preço de
unidade vendas unidade vendas
Matérias-primas 16,00 30,2% 6,00 9,2%
Custos de transformação 18,00 33,9% 36,00 54,9%
(mão-de-obra mais
custos indirectos de
produção)
CUSTO DE 34,00 64,1% 42,00 64,1%

34
PRODUÇÃO
Despesas de venda e de 6,80 12,8% 8,40 12,8%
administração
CUSTO DE 40,80 76,9% 50,40 76,9%
PRODUÇAO E
VENDA
Margem de lucro antes 12,24 23,1% 15,12 23,1%
do IR (30%)
PREÇO DE VENDA 53,04 100,0% 65,52 100,0%
PROPOSTO
Fonte: Assef, 2004

Como a percentagem de composição do custo de transformação do produto “A”


é menor que o do produto “B”, seria mais vantajoso para a empresa concentrar os seus
esforços sobre o produto “A”, em vez de concentrar-se no produto “B”.

Os defensores do método do custo de transformação sustentam que os lucros


devem basear-se somente no valor acrescentado pelo custo de elaboração, isto é, pelos
custos de transformação, e que as matérias compradas não deveriam dar lucros.

1.3.3 Método do Preço com Base no Custo Marginal

Os custos marginais são custos acrescidos que podem ser diretamente


relacionados com o que é produzido e vendido. São custos que não seriam ocorridos se
um produto fosse eliminado. A tabela a baixo mostra o custo marginal do produto “A”.

Tabela nº 3 Método do Preço com Base no Custo Marginal

Componentes PRODUTO A
Matérias-primas 16,00
Custos inDirectos de produção variáveis 10,50

35
Despesas variáveis de vendas e de administração 1,50
TOTAL DOS CUSTOS MARGINAIS (preço de recuperação 28,00
dos desembolsos)
Custos fixos diretamente atribuíveis ao produto 5,60
TOATL DOS CUSTOS MARGINAIS E CUSTOS FIXOS 33,60
DIRECTOS (preço de sustentação do produto)
Custos fixos aplicados 7,20
CUSTOS TOTAIS DO PRODUTO (preço mínimo de 40,80
recuperação do custo pleno)
Fonte: Assef, 2004

A diferença entre o custo marginal o custo pleno está no conceito de recuperação


dos custos. Com base no custeio pleno, espera-se que os preços cubram o total dos
custos, inclusive os encargos fixos. Na óptica do custeio marginal qualquer contribuição
aos custos é melhor do que nenhuma.

A determinação de preços é mais flexível com o custeio marginal do que com o


custeio pleno. Pelo custeio marginal, um dirigente responsável pela determinação de
preços tem maior liberdade de acção. O seu objetivo consiste em descobrir as
combinações de preços e de volume que máximizarão os lucros, desde que o preço seja,
pelo menos, maior do que os custos marginais ou desembolsados.

1.3.4 Método do Preço com Base no Retorno sobre o Capital Investido

Este método propicia meios de determinar preços levando em consideração uma


taxa pré- determinada de lucro sobre o capital investido. A premissa é desenvolvida a
partir da aplicação da seguinte fórmula:

Percentagem da margem de lucro sobre o custo

= [capital investido/ custos totais] * [taxa de lucro sobre o capital investido]

36
Outra fórmula que dá efeito específico para as variações na quantia de capital
exigido para suportar diferentes volumes de vendas é:

𝒄𝒖𝒔𝒕𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍+% 𝒍𝒖𝒄𝒓𝒐 𝒅𝒆𝒔𝒆𝒋𝒂𝒅𝒐∗𝒄𝒂𝒑𝒊𝒕𝒂𝒍 𝒊𝒏𝒗𝒆𝒔𝒕𝒊𝒅𝒐


Preço de venda = 𝒗𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆

Essa fórmula supõe que o capital investido, particularmente caixa, contas a


receber e inventários, varia na proporção direta das vendas.

Uma das obrigações ao método é que uma mudança no preço de venda, por si
mesma, não teria efeito Directo sobre o investimento no inventário, que é declarado
pelo seu custo. Pode se evitar essa objecção apresentando se o inventário como á
proporção do custo da fábrica, em vez de uma proporção do preço de venda.

A taxa de retorno geralmente é expressa através de um percentual ao ano, onde


da sua escolha podem ser considerados diversos critérios, tais como

- Os objetivos da empresa, dentre os quais sobrevivência, manutenção, crescimento.

Mais bem habilitado, se considerar sua produtividade oscilante durante o dia,


mas aquela medida num intervalo de tempo observado no teste. No final, custo-padrão
ideal será um objectivo da empresa em longo prazo, e não a meta fixada para o próximo
ano ou para um determinado mês.

1. Custo padrão estimado. É o custo onde se trabalha com programas projectados


para o futuro, geralmente observados os dados do passado, sem se levar muito
em consideração as ineficiências como desperdício dos materiais, produtividade,
preços e insumos.

2. Custo-padrão corrente. É o custo que se situa entre os dois últimos- é uma


aplicação intermediária, na busca de um custeio que mais se aproxime da
realidade, levando em consideração a deficiência existente na produção no que
se refere principalmente aos desperdícios em função da qualidade dos materiais,
mão-de-obra, equipamentos, fornecimento de energia, etc. Ao contrário do
primeiro, leva em consideração o desempenho de cada trabalhador naquela
determinada linha de produção e a capacidade dos seus fornecedores, tendo

37
como facto as deficiências insanáveis em cada sector. É um valor que a empresa
considera difícil de ser alcançado, mas não impossível.

Quadro nº4 - Diferença entre Custo Padrão Corrente e Custo Ideal

CUSTO-PADRÃO CUSTO-PADRÃO IDEAL


CORRENTE
Considera as ineficiências da Somente exclui as ineficiências da
empresa. empresa que cientificamente não possam
ser senadas.
Baseia-se em estudos teóricos e Basea-se somente em estudos teóricos,
em pesquisas e testes práticos. muitas vezes distanciados da realidade.
Leva em conta os factores de Considera sempre os melhores factores de
produção (máquinas,mão-de-obra, produção mesmo que não sejam viáveis de
matéria prima, etc.) que a imediato.
empresa tem a sua disposição.
É uma meta de custo e médio É uma meta de longo prazo (para anos
prazo (para, exercícios seguintes). futuros).
Fonte: Martins (2008)

Quadro nº 5 - Diferença entre Custo Padrão Corrente e Custo


Padrão Estimado
CUSTO-PADRÃO CORRENTE CUSTO-PADRÃO ESTIMADO
É o custo que deveria ser alcançado, É o custo que normalmente deverá se obter,
se conseguisse determinados pontos face aos factores de produção disponíveis ou
de desempenho. possíveis.
É um custo mais elaborado. Exige Parte do pressuposto que a média do passado
mais estudos para a sua determinação é um número válido, com algumas
modificações esperadas como volume de

38
actividade, mudança de equipamentos, etc.
É mais científico, levando em conta Somente leva em consideração os aspectos da
que faria a ligação entre os aspectos produção, podendo não apontar defeitos ou
teóricos e práticos da produção. ineficiệncias.
Fonte: Martins (2008)

1.3.5 Método do Preço com Base no Custo-Padrão

Se os preços de vendas são formados com base no custo-padrão para os custos


de produção e para as despesas do período, as tarefas do contador de custos, que prepara
a informação, e a do executivo que usa os dados para a formação do preço, tornar-se-ão
mais flexíveis em termo de tomada de decisão, principalmente no que concerne à
manutenção das margens de lucro desejados. É essencial, uma vez formado o preço, que
o departamento de vendas forneça informações actualizadas a todos os interessados,
para certificar-se de que o resultado permanece nos limites fixados pelo padrão.
Qualquer desvio, no sentido de custo ou de produto, entre o custo real e o custo-padrão
virá à luz para acção imediata com do cálculo das variações de custo-padrão resultante
dos relatórios de pré e pós-cálculos.

1.4 Influências dos Custos e Alguns Erros mais Comuns na Determinação de Preço
de Venda

São inúmeros os factores que influenciam a determinação de preço de venda dos


produtos ou serviços, tais como o mercado, a concorrências, os custos entre outros.
Sendo os custos importantes no que diz respeito a competitividade e a rentabilidade da
empresa.

39
O desconhecimento de algumas entidades na especificação do método a utilizar
na determinação do preço de venda dos bens ou serviços levando-as a cometer erros e
conduzindo-as para desnorte.

1.4.1 Influencias dos Custos na Decisão do Preço de Venda

Existem algumas possibilidades nas quais os custos podem influenciar as


decisões de preços a saber:

- O preço pode ser determinado pela adição de uma margem de lucro ou custo, quando
não houver preço de mercado estabelecido (produto novo sem concorrente);

- Enquanto o possui um papel decisivo nesse tipo de preço, não tem necessariamente
uma relação rígida com o preço de venda, pós preços de venda e margens de lucro
preciso ser ajustadas ao volume mais lucrativo;

- O custo pode estabelecer um limite mínimo ao preço, segundo o qual a oferta do


cliente poderá ser recusada ou o produto descontinuado;

- Onde existe um preço de mercado já estabelecido pela concorrência ou clientela, o


custo serve principalmente para determinar qual tipo de produto e serviço pode ser
oferecido a este preço;

- Quando o preço for estabelecido pelo mercado ou pela clientela, o custo será
necessário para medir a lucratividade de produtos guiando os gestores em dirigir as
vendas aos canais mais lucrativos e enfatizando a necessidade de controlar custos para
que as margens de lucro disponíveis não venham a sofrer erosão por custos excessivos.

1.4.2 - Os Erros mais Comuns na Determinação de Preços

Uma estrutura de preços saudável ajuda as empresas a gerar vendas e construir a


lealdade do cliente. Uma estrutura de preços incorreta pode causar dificuldades no

40
atendimento aos clientes e na obtenção de rentabilidade. Ao determinar preços de
produtos e serviços, evite os erros mais comuns.

1.4.2.1 Preços de Venda Inferior

Para definir preços realistas, é necessário estar ciente de todos os custos


envolvidos na produção do produto ou serviço. Isso inclui custos de fácil
monitoramento, como o preço de peças e materiais, bem como custos menos tangíveis,
associados às habilidades e conhecimentos que você utiliza. Alguns empresários
definem preços não considerados em todas essas despesas. Eles podem esquecer de
adicionar despesas como as de tarifas públicas ou aluguéis, ou têm dificuldade em
colocar uma etiqueta de preço com o valor do momento. Uma abordagem de negócios
baseada em serviços para determinar o preço justo da oferta é estabelecer remunerações
por hora de serviço. Depois, multiplique esse valor pelo número total de horas
necessárias para concluir um trabalho, a fim de determinar o preço total de um projeto.

1.4.2.2 Acompanhar a Concorrência

Basear sua estrutura de preços nos preços do concorrente pode ser perigoso,
porque os custos que os concorrentes utilizam para calcular preços podem ter pouca
relação com seus preços. Eles podem pagar aos fornecedores mais ou menos do que
você, adquirir tecnologias diferentes ou ter orçamentos de marketing mais altos ou mais
baixos. Mesmo assim, vale a pena saber os preços do concorrente para que você possa
confirmar se seus preços são realistas para o mercado. Se você perceber que seus
valores são muito mais baixos do que os dos concorrentes, verifique se não deixou algo
fora, na equação dos preços.

1.4.2.3 Competição de Preços

41
Definir preços somente para superar o concorrente é uma proposta questionável.
É possível atrair compradores desse modo, mas é improvável que eles venham a ser
clientes leais. Se o custo baixo os atraiu para seus negócios, eles podem abandonar sua
empresa quando surgir uma opção mais em conta. Uma abordagem melhor é diferenciar
sua empresa de outras formas como, por exemplo, um atendimento superior ao cliente,
características de produto aprimoradas ou produtos de melhor qualidade.

1.4.2.4 Demora em Subir os Preços

Com o aumento da demanda ou do custo de fornecimento pode ser necessário


decidir sobre o aumento ou não dos preços. Alguns empresários evitam aumentos por
temer que os clientes reajam negativamente. Em muitos casos, a melhor estratégia é
fazer pequenos aumentos regularmente e não surpreender os clientes com um grande
aumento. Em outras palavras, um aumento de 10% atrairá uma atenção mais negativa
do que dois aumentos de 5%.

1.4.2.5 Diminuir Preços sem Alterar o Fornecimento

Alguns clientes tentarão se beneficiar ao negociar com sua empresa. Isso pode
colocá-lo em uma posição difícil, especialmente se você administrar uma empresa
baseada em serviços. A entrega de um pedido já negociado por um preço mais baixo,
pode inadvertidamente, enviar a mensagem de que seus preços iniciais eram muito altos
e que todos os futuros negócios estarão abertos à negociação. Uma abordagem melhor é
concordar com um preço mais baixo, mas mudar ligeiramente as condições de entrega.
Por exemplo, se você estiver negociando o preço para uma instalação técnica com
duração de três meses, poderá concordar com um custo de projeto mais baixo, se o
número de reuniões semanais for reduzido ou se os relatórios mensais forem
simplificados. Outra opção que faz sentido em grandes pedidos é determinar taxas mais
baixas como desconto por volume.

42
1.4.2.6 Determinação Aleatória de Preços

Alguns clientes podem insistir em entender como sua estrutura de preços é


projetada, portanto, é importante poder justificar os preços cobrados. Além disso, a
menos que você tenha uma noção clara de como os custos se relacionam com seus
preços, será difícil identificar o momento certo para ajustar o valor cobrado.

43
CAPÍTULO II – O IPREC E A REGULAMENTAÇÃO NA DETERMINAÇÃO
DO PREÇO NO MERCADO NACIONAL

2.1 – Estruturas Responsáveis pela Determinação de Preços em Angola

O órgão da administração do Estado a qual compete acompanhar e aplicar a


gestão das políticas e regulação do mercado e de defesa da concorrência é o Instituto de
Preços e Concorrência (IPREC), o mesmo apoia o Executivo na função de coordenação
e consistência da política de rendimentos e preços.

O IPREC esta localizado em Luanda na avenida HO CHI MINH, largo da


independência torres dipanda (B) 6º Andar.

2.1.1 História do IPREC

O Instituto de Preços e Concorrência (IPREC) surge da necessidade de


adequar o Gabinete de Preços e Concorrência à nova realidade do mercado, trata-se
de um órgão do Ministério das Finanças que acompanha, aplica e fiscaliza a gestão
das políticas de regulação do mercado e de defesa da concorrência, bem como apoia o
Executivo na função de coordenação e consistência das políticas de rendimentos de
preços.

Ao longo da sua evolução o IPREC adoptou diversas denominações tais como:

Comissão Permanente de Fixação e Controlo de Preços criada pelo Decreto n.º 3/79,
de 10 de Janeiro, constituída pelos Ministros do Plano, das Finanças e pelo Secretário
de Estado da Ordem Interna.

1. Direcção Nacional de Preços criada pelo Decreto nº 17/84, de 25 de


Agosto, adstrita ao Ministério do Plano, tendo sido extinta por Decreto n.º 14/89, de 6
de Maio;

44
2. Órgão Central de Preços concebido pelo Decreto nº 20/90 de 28 de
Setembro, que cria as Bases Gerais para a Organização do Sistema Nacional. Ao
referido Órgão competia acompanhar a aplicação da Política de Preços ao nível
nacional, bem como estudar e apresentar as propostas de medidas que garantissem a
correcta aplicação dessa política. O Órgão Central de Preços era equiparado a actual
Direcção Nacional e tutelado pelo Ministério das Finanças.

3. Gabinete de Preços e Concorrência nova denominação que trouxe


novidades, abarcando não apenas regulação de preços, como anteriormente mais
também a regulação da concorrência. O referido Gabinete foi criado ao abrigo do
Decreto Presidência n.º 235/12, de 04 de Dezembro, superintendido pelo Ministério das
Finanças. O primeiro Director do GAPREC foi Sebastião Constantino
Luquinda (1984-1989), seguindo-se sucessivamente Joaquim Guerreiro Dias (1989-
1990), Antónia Caiate (1990-1998), Francisca Fortes (1998-2007), Kinavuidi
Kiako (2007-2016).

4. A partir do dia 26 de Outubro de 2015 o referido Gabinete passou a


adoptar a designação de Instituto de Preços e Concorrência, abreviadamente IPREC,
através da aprovação do seu Estatuto Orgânico pelo Decreto Presidencial n.º 199/15, 26
de Outubro. Cujo actual Director Geral é o Dr. António Joaquim da Cruz Lima.

2.1.2 Missão, Visão e Valores

Missão
Acompanhar e aplicar a gestão das políticas de regulação do mercado e da
defesa da concorrência.

Visão

Regular, coordenar e fiscalizar com eficiência e coerência o mercado de preços.

Valores

1. Rigor;
2. Responsabilidade e Disciplina;

45
3. Transparência;
4. Competência;
5. Busca contínua da excelência.

2.1.3 Estrutura Orgânica

A organização interna do IPREC é estruturada em Conselho Directivo, Director


Geral, Conselho Fiscal e as outras unidades orgânicas que correspondem
departamentos.

Os departamentos e as suas competências estão previstos nos artigos 25.º e


seguintes do Estatuto Orgânico do IPREC.

Figura nº1 – Organigrama do IPREC

Fonte: portal do IPREC

46
 Departamento de Controlo de Estrutura de Mercado e
Concorrência (Artigo 25.º do Estatuto Orgânico do IPREC)

o Tem como competências essenciais: Analisar os actos de


concentração, examinando as operações societárias de fusão, aquisição,
incorporação, joint ventures e acordos cooperativos empresariais visando
promover a protecção da sã concorrência.

 Departamento de Defesa Comercial (Artigo 26.º do Estatuto Orgânico


do IPREC)

o Tem como competências essenciais: Analisar e emitir pareceres


sobre o mérito da abertura de investigações de dumping e aplicar medidas de
salvaguarda à produção nacional, sempre que determinadas importações
mostrarem-se prejudiciais ou representarem ameaça a sustentabilidade dos
produtos nacionais, bem como definir metodologias para a adopção de
medidas de defesa comercial.

 Departamento de Competitividade e Análise de Mercado (Artigo 27.º


do Estatuto Orgânico do IPREC)

o Tem como competências essenciais: Definir metodologias e


modelos de formação e fixação de preços, acompanhar as políticas de fixação
e enquadramento de preços de bens e serviços por parte dos outros órgãos do
Estado. Acompanhar o impacto da política de preços vigente no
desenvolvimento económico do País, emitir parecer sobre eventuais
alterações aos regimes de preços e elaborar propostas de estabelecimento e
alteração de preços.

 Departamento de Apoio ao Director Geral (Artigo 28.º do Estatuto


Orgânico do IPREC)

47
o Tem como competências essenciais: Prover suporte
administrativo e técnico-jurídico ao Director Geral, bem como às actividades
desenvolvidas pelo IPREC no âmbito das matérias de preços e concorrência e
no âmbito da actividade de regulamentação das leis que regem a actuação do
IPREC.

 Departamento de Recursos Humanos e das Tecnologias de


Informação (Artigo 30.º do Estatuto Orgânico do IPREC)

o Tem como competências essenciais: Planear e gerir os recursos


humanos e a utilização, modernização e actualização dos serviços
tecnológicos.

 Departamento de Administração e Serviços Gerais (Artigo 29.º do


Estatuto Orgânico do IPREC)

o Reúne as seguintes competências essenciais: Gestão dos


procedimentos de carácter administrativo e de logística com vista ao bom
funcionamento do IPREC, designadamente os processos de aquisição de bens
e serviços. Gestão e planeamento financeiro, controlo orçamental e
procedimentos contabilísticos do IPREC e dos fundos que lhe estão
confiados.

 Departamento Provincial (Artigo 31.º do Estatuto Orgânico do IPREC)

o Reúne as seguintes competências essenciais: O Departamento


Provincial de Preços e Concorrência é o serviço local responsável pela
coordenação e execução dos princípios e orientações superiormente
estabelecidos para o desenvolvimento das tarefas atribuídas ao IPREC a nível
provincial, sendo a sua estrutura composta por duas secções.

48
2.1.4 Atribuições e Limites do IPREC

Na prossecução das suas atribuições, cabe ao IPREC acompanhar e aplicar a


gestão das políticas de regulação do mercado e de defesa da concorrência, bem como
apoiar o Executivo na função de coordenação e consistência da política de preços,
visando acompanhar a actividade e a rentabilidade das entidades subvencionadas
incluindo a vigilância do cumprimento das normas vigentes e a sua capacidade para
cumprir com os compromissos assumidos.

2.1.4.1 Atribuições
Cabe também ao IPREC prosseguir com as seguintes atribuições:

 No exercício dos poderes de supervisão e regulação (Artigo 7.º do


Estatuto Orgânico do IPREC):

o Supervisionar o funcionamento do mercado de preços;

o Propor medidas necessários no âmbito da legislação de


concorrência, bem como emitir normativos para a implantação das políticas
de preço e de concorrência.

 No exercício dos poderes de promoção (Artigo 8.º do Estatuto


Orgânico do IPREC):

o Promover a adopção de códigos de conduta e manuais de boas


práticas de empresariais ou para suas associações de empresas;

o Proceder à realização de estudos e inquéritos que, em matéria de


concorrência, se revelem necessários;

o Difundir e fomentar o conhecimento das normas regulamentares


aplicáveis na área da defesa da concorrência e defesa comercial.

49
 No exercício dos poderes de recomendação (Artigo 9.º do Estatuto
Orgânico do IPREC):

o Estudar e apoiar as medidas necessárias para aperfeiçoar a


legislação da concorrência.

 No exercício dos poderes sancionatórios (Artigo 10.º do Estatuto


Orgânico do IPREC):

o Identificar e investigar as práticas susceptíveis de infringir a


legislação sobre a concorrência nacional, proceder à instrução e decidir sobre
os respectivos processos, aplicando, se for caso disso, as sanções previstas na
lei e adoptar medidas cautelares, quando necessário.

 No exercício de representação do Estado Angolano:

o Acompanhar a actividade das autoridades congéneres de outros


países e estabelecer relações de cooperação com elas e com organismos
internacionais competentes em matéria de política de concorrência.

2.1.4.2 Limites de Acção

Instituto de Preços e Concorrência acompanha de perto os diversos sectores de


actividade económica, com o propósito de garantir a existência de uma concorrência
não falseada entre os vários agentes e prevenindo a especulação de preços, em benefício
do consumidor, admitindo a possibilidade de intervenção sempre e na medida em que
verifique a existência de circunstâncias que ponham em causa estes objectivos.

Não integra, no entanto, as competências deste Instituto a resolução directa de


conflitos de consumo, sejam os mesmos resultantes de decisões comercias das empresas
ou das condições de venda acordadas entre estas e os consumidores, sejam de questões
relacionadas com os serviços pós venda ou com a facturação e pagamento.

50
2.2 Regime de Preços no mercado nacional

Tendo em conta o processo de diversificação da economia e a dinâmica da


conjuntura económica regional, nacional e internacional impôs-se incontornavelmente a
modernização e a eficiência do regime legal de preços.

O fomento da competitividade entre os agentes económicos concorre para uma


maior e melhor oferta de bens e serviços aos consumidores e contribui para uma melhor
inserção do País no contexto da economia internacional.

Desta forma os preços e a concorrência são elementos de regulação de que o


Executivo Angolano se serve para intervir no mercado e regular as suas variações.

2.2.1 Preços

Considerando que o mercado ainda não se consegue auto regular, na medida em


que são visíveis as distorções a nível de preços, afectando a produção, a concorrência
entre os agentes económicos e a oferta de produtos e serviços á preços mais baixos.

Em consequência disso, o Decreto Presidencial n.º 206/11, de 29 de Julho,


aprovou as Bases Gerais para a Organização do Sistema Nacional de Preços. Esse
diploma estabelece as normas que visam organizar a formação dos preços e tarifas de
todos os produtos e serviços no mercado nacional, apresentando-se como verdadeiro
instrumento de regulação do mercado para eliminação das diversas distorções.

O sistema de preços propõe como objectivos fundamentais, (i) contribuir para


aumento da eficiência da actividade económica; (ii) melhorar a organização do sector
empresarial, (iii) bem como a sua rentabilidade; (iv) a adequação da oferta à procura e a
defesa dos consumidores.
51
No entanto, na elaboração das estratégias e políticas de desenvolvimento do
País, tem-se sempre em conta a política de preços, pois a mesma funciona como
instrumento de eliminação das falhas do mercado, com o fito de alcançar os objectivos
constantes do sistema nacional de preços.

A inclusão dos preços nas estratégias e políticas económicas do


desenvolvimento nacional prende-se: (i) com o facto de permitir a realização da política
social do Executivo, tendo em vista o impacto dos preços dos bens ou serviços no nível
de vida da população; (ii) a intensificação das trocas de bens e serviços entre as diversas
regiões e zonas do território nacional (iii) e a promoção das exportações.

Estruturalmente, o preço deve reunir os seguintes elementos: Custo de produção,


Custo de distribuição ou de circulação e a Margem de lucro.

O supra referido Decreto Presidencial apresenta dois tipos de preços: preço de


produção ou ao produtor – constituído pelo custo e pelo lucro e preço de
comercialização – constituído pelo preço de aquisição e pelo lucro.

2.2.2 Regime de Preços em Vigor

Em Angola existem 3 regimes legais de preços:

1. O Regime de Preços Fixados regula os preços conexos aos bens e


serviços considerados como sendo de grande impacto social ou com carácter
estratégico para o desenvolvimento económico e social do país. Caracteriza-se
pelo facto de garantir o acesso aos produtos e serviços básicos mediante a
fixação pelo Ministro das Finanças, enquanto Autoridade de Preço, do montante
da comercialização de bens ou serviços, sendo proibida a sua alteração pelos
operadores económicos.

52
2. O Regime de Preços Vigiados “destinam-se a regular os preços
conexos aos bens e serviços, com especial incidência na vida da população e
cujas produção e distribuição ocorrem em mercados não perfeitamente
concorrenciais”. Caracteriza-se pelo facto de corrigir as distorções na formação
de preços de certos bens ou serviços, em consequência de alterações de preços
não justificados pelas condições normais de mercado.

O Preços Vigiados assume a forma de preços de referência, que são


determinados com base na estrutura de custo dos respectivos bens ou serviços, e que
devem ser tidos como preços máximos junto do consumidor final. Os preços de
referência são estabelecidos pela autoridade competente de preços em coordenação com
os relevantes órgãos de tutela sectorial e são periodicamente actualizados e publicados
no presente portal e no Jornal de Angola.

3. No Regime de Preços Livres incluem-se todos os bens ou serviços


que não estiverem integrados em nenhum dos outros regimes descritos. O
objectivo é o estabelecimento livre dos preços dos produtos ou serviços pelas
entidades que os produzam ou prestem. Neste contexto, os bens e serviços de
arte plástica, criação artística, invenções e qualquer produção intelectual,
científica e técnica são obrigatoriamente incluídos neste regime.

Compete ao Ministro das Finanças aprovar as propostas dos operadores


comerciais para definição das estruturas de custos de cada categoria de bens ou serviços
contidos no regime de preços fixados e vigiados.

2.2.3 Regulamentação do Decreto 206/11, de 29 de Julho - Lista dos Produtos e


Serviços por Regime de Preços:
Consideração a necessidade de regulamentar-se as Bases Gerais para a
Organização do Sistema Nacional de Preços, Sua Ex.ª Sr. Ministro das Finanças

53
publicou através do Decreto Executivo n.º 62/16, de 15 de Fevereiro, a lista dos
produtos e serviços pertencentes aos diferentes regimes de preços.

Os produtos constantes da lista, sujeitos ao regime de preços fixados são,


designadamente, os seguintes: LPG (gás de cozinha), petróleo iluminante, água
canalizada, energia eléctrica e tarifas de transporte público colectivo urbano de
passageiro.

Os (28) produtos constantes da lista, sujeitos ao regime de preços vigiados são,


designadamente os seguintes: Açúcar, arroz, carne, peixe, farinha de trigo, feijão, fuba
de milho, fuba de mandioca, leite, massa alimentar, óleo alimentar, óleo de palma,
sabão em barra, sal, batata, batata-doce, tomate, cebola, cenoura, pimento, repolho,
alho, alface, mandioca, pão, banana, banana pão, laranja.

Adicionalmente, os (4) serviços constantes da lista, sujeitos ao regime de preços


vigiados são os seguintes: tarifas de passagem aéreas de passageiros e carga, tarifas de
serviços de táxi e transporte colectivo urbano de passageiros, tarifas portuárias,
aeroportuárias, transportem, permilagem e armazenamento de produtos inseridos nesta
lista.

Os bens e serviços não previstos no número anterior ficam sujeitos ao regime de


preços livres.

2.3 Determinação de Preço no Mercado Nacional

2.3.1 Formação de Preços Fixados

Os preços dos bens e serviços em regime de preços fixados são determinados por
Decreto Executivo do Ministro das Finanças, sob proposta dos órgãos de tutela sectorial
com o apoio do IPREC, ouvido o Conselho Nacional de Preços. O preço fixado, será o

54
preço máximo, podendo, os agentes económicos praticar preços inferiores para
promover a concorrência entre eles.

No caso de o preço fixado for inferior ao custo real do bem ou serviço prestado,
o Executivo, através de estruturas competentes, garante a devida subvenção mediante a
apresentação da informação sobre as quantidades vendidas, confrontadas com o imposto
de consumo liquidado.

2.3.2 Formação de Preços Vigiados

I. Preço do Produtor
i. (+) Preço de Produção
ii. (+) Despesas de Transporte e Seguro
iii. (+) Despesas Portuárias com as Mercadorias Produzidas
iv. (+) Encargos Gerais

II. Preço do Grossista


i. Mercadoria Adquirida ao Produtor
1. (+) Preço do Produtor
2. (+) Despesa com Transporte e Seguro
3. (+) Despesa de Armazenagem
4. (+) Encargos Gerais

ii. Mercadoria Adquirida ao Produtor


1. (+) CIF/Preço de Aquisição
2. (+) Despesas Bancárias
3. (+) Encargos Aduaneiros e Despesas Portuárias
4. (+) Transporte e Permilagem
5. (+) Despesas de Armazenagem
6. (+) Encargos Gerais

III. Preço do Retalhista


i. (+) Preço da Mercadoria Adquirida ao Grossista
ii. (+) Despesas de Armazenagem

55
iii. (+) Encargos Gerais

Para cada categoria é definida um tecto máximo de 20% como margem de


comercialização das mercadorias, que incidirá sobre os custos expressos em cada uma
delas.

Exemplo:

Preço do produtor = 1000+50+80+30

= 1.160+232 de margem

= 1.392

Preço do grossista (I) = 1.392+20+50+30

= 1.492+ 298,4 de margem

= 1.790,4

Preço do grossista (II) = 1.392+60+20+30+10+50

= 1.562+312,4 de margem

= 1.874,4

Preço do Retalhista = 1.874,4+200+50

= 2.124,4 +424,88 de margem

= 2.549,28

2.3.3 Formação de Preços Livres

56
A formação dos preços dos bens e serviços no regime de preços livres deve ser
demonstrada com a identificação dos seguintes custos:

I. Custos de produção

II. Custos do despacho aduaneiro

III. Custos portuários

IV. Custos de transporte

V. Custos dos impostos

VI. Custos de armazém

VII. Despesas administrativas incorridas na produção e distribuição do bem


ou serviço.

A margem de comercialização dos preços dos bens e serviços no regime de


preços livres varia em função das condições de oferta e procura de mercado.

57
CAPITULO III – DETERMINAÇÃO DE PREÇO NA FARMÁCIA VIOLETAS
“CASO PRÁTICO”

Este capítulo dedica-se ao estudo de caso da Farmácia Violetas, onde far-se-á


uma breve apresentação desta entidade, seu organigrama, e demonstrar o método
utilizado para determinação de preço dos produtos que comercializam (medicamentos).

3.1 Caracterização da Empresa e Organigrama da Empresa

A Farmácia Violetas, com sede em Luanda bairro Neves Bendinha rua das
violetas casa nº 23-10, no Distrito Urbano de Kilamba-Kiaxi Município de Luanda.

Foi constituída no ano 2013 em nome individual, ao abrigo do artigo 16º da Lei
01/07, de 14 Maio – Lei das actividades comerciais, conjugado com o Decreto
Executivo nº 273/13 de 26 de Agosto, que aprova o Regulamento sobre a Emissão,
atribuição e uso do Alvará comercial. Encontra-se registada no 2º Bairro Fiscal.

3.1.1 Caracterização da Farmácia

Tal como toda a empresa, a Farmácia Violetas não foge a regra, ela é dotada de
cultura e valores que definem o seu estatuto no mercado angolano.

3.1.1.1 Objecto Social


O seu objecto social é o comércio a retalho de produtos farmacêuticos e
cosméticos; o alvo da sua actividade é em primeira instancia atender a população do
bairro popular e a posterior qualquer cidadão da cidade de Luanda que esteja na sua
imediação.

58
3.1.1.2 Missão
O seu principal objectivo é promover a saúde e o bem-estar por meio da
informação e fornecimentos de medicamentos e cosméticos com qualidade. Para a
empresa, é essencial defender em primeiro lugar os interesses dos clientes, não obstante
o respeito pelas considerações legais e fiscais que lhes dá activamente a conhecer, o que
lhe tem conferido uma imagem forte, baseada na credibilidade. Não interessa tanto a
“farmácia Violetas” ter muitos clientes, como faz questão de esclarecer aos seus
funcionários, mas sim assistir a “bons clientes”.

3.1.1.3 Valores
A concorrência nesta área de negócio é bastante e muito competitiva; por tal
motivo a gerência presa por valores de distinção como a honestidade, o rigor, a
seriedade, a eficiência e acima de tudo a qualidade nos serviços e nas relações
interpessoais.

Os diversos fornecedores e clientes mantêm um bom e equilibrado


relacionamento com os funcionários da empresa, o que de certa forma ajuda ao bom
desempenho das actividades.

3.1.1.4 Organigrama da Farmácia


A Farmácia Violetas, possui, uma organização ampla, onde nela encontram-se
alguns departamentos distintos, mas associados, com maior realce para departamento de
administração e finanças no apoio investigativo deste trabalho de pesquisa, sendo a área
responsável por todos os procedimentos contabilísticos da empresa

Figura nº 2 – Organigrama da Farmácia Violetas

59
Director Geral

Director Técnico

Área Administrativa Área Comercial

Compras e Vendas e
Contabilidade Tesouraria Recursos Humanos
Aprovisionamento Distribuição

Fonte: Farmácia Violetas

3.1.2 Actividade da Farmácia

A Farmácia Violetas, em função desde 2013 exerce a sua actividade de


comércio a retalho de medicamentos e cosméticos. Desde então a sua actividade tem
decorrido ininterruptamente. O seu negócio tem prosperado apesar das dificuldades
conjunturais que as empresas do ramo e em geral têm vivido. Uma das causas do seu
sucesso está na prática de levar aos seus clientes informações e propostas de mudança
de atitude, com a finalidade de os motivar e mobilizar a conquistar um estilo de vida
saudável e feliz.

3.2 A Determinação de Preços na Farmácia Violetas Alvo de Estudo de Caso

Estudo de caso baseia-se na verificação do método utilizado na formação do


preço na farmácia Violetas, tendo em conta os métodos de determinação de preço
universalmente utilizados conforme consta na abordagem teórica e os regimes legais de
preço em vigor de acordo com IPREC; foram recolhidos e tabelados dados de 10
medicamentos devidamente selecionados dada a sua importância no uso de tratamento
de doenças mais frequentes em Luanda, formando uma cesta básica uniforme para o

60
trabalho de pesquisa.

Para melhor perceber e enquadrar teórica e regularmente a forma de cálculo de


preços da Farmácia em estudo procedeu-se a recolha de dados semelhantes em outras 17
farmácias perfazendo um total 18; durante a pesquisa procurou-se conhecer a tabela de
preços praticada nas farmácias já referidas cuja a distribuição geográfica (localização)
em grupos de três farmácias foi devidamente seleccionada buscando a comparação de
pontos distintos e distantes da cidade e periferia urbana; também se teve presente a
situação especial de política de preços praticada nos grandes centros comercias, onde
também forma pesquisadas 3 farmácias.

Após os cálculos, serão comparados os resultados obtidos, demonstradas


eventuais divergências e por fim identificar que métodos utiliza a Farmácia Violetas e
opinar qual melhor método a utilizar na indústria farmacêutica angolana que mitigue a
estabilidade e grande dispersão de preços.

3.2.1 Método de Formação de Preço Escolhido pela Farmácia Violetas

Tabela nº 4 – Preços de Compra e de Venda da Farmácia Violetas

Nº Designação Unidade Preço de Preço de Venda


Compra
1 Alcool sanitário Velvet 70% Frasco 266,29 800,00
250ml
2 Bactrim forte (800mg+160mg) 1Cx 1.195,20 2.400,00
15C
3 Cegripe (500mg+1mg) 20Cp 1Cx 2.280,00 3.200,00
4 Coartem (20mg + 120mg) 1Cx 768,00 2.000,00
12Cp
5 Complexo B Basi (100ml) Frasco 510,70 1.000,00
Xarope

61
6 Folifer (1mg + 90mg) 60Cp 1Cx 4.104,00 6.000,00
7 Fosfoglutina B6 60Cp 1 Cx 2.664,00 4.200,00
8 Lauroderme pasta cutânea 1bisnaga 1.252,80 2.000,00
50gr
9 Mebocaina forte 24 pastilhas 1 Cx 2.217,60 3.000,00
10 Oleo de amêndoas doces Frasco 276,48 700,00
Velvet 60ml
TOTAL 15.535,07 25.300,00
Fonte: Próprios

Na determinação de preços venda de seus produtos, a farmácia Violeta utiliza o


método baseado nas decisões das empresas concorrentes segundo o enquadramento nas
teorias sobre determinação de preços, especificamente o método de preços
proporcionais que é caracterizado pela oferta de certas mercadorias a preços tentadores
a fim de intensificar o fluxo de clientes. No que tange ao regimes de IPREC este estilo
de formação de preços aproxima-se ao método de regime de preços livres dada a
liberdade da farmácia em estudo determinar seus preços olhando para os preços
praticados na sua vizinhança e no mercado farmacêutico.

É importante lembrar que a desvalorização do Kwanza tem levado a variação e


agravamento dos preços no mercado farmacêutico.

3.2.2 Determinação de Preço de Venda Baseado no Mercado Nacional

Segundo IPREC, a fórmula para calcular o preço de venda do retalhista é a


seguinte:

PV = PVG + EG + CT + MR

Onde:

PV = preço de venda ao público

PVG = preço de venda do grossista

EG = encargos gerais até 14% do preço de venda do grossista

62
CT = custo de transportação do grossista ao retalhista

MR = Margem do Retalhista até 20% (PVG+EG+CT)

Tendo em conta os dados destas quatro variáveis foram postos a disposição do


grupo de trabalho pela diecção da Farmacia, far-se-á de toda a cesta de medicamento
para determino a que preços deveriam ser vendidos.

DESIGNAÇÃO PVG EG CT MR PV
Álcool sanitário Velvet 70% 250ml 266,29 37,28 51,42 71,00 425,99

Bactrim forte (800mg+160mg) 15C 1.195,20 167,33 230,81 318,67 1.912,01


Cegripe (500mg+1mg) 20Cp 2.280,00 391,20 440,29 622,30 3.733,79
Coartem (20mg + 120mg) 12Cp 768,00 107,52 148,31 204,77 1.228,60
Complexo B Basi (100ml) Xarope 510,70 71,50 98,62 136,16 816,96
Folifer (1mg + 90mg) 60Cp 4.104,00 574,56 792,53 1094,22 6.565,31
Fosfoglutina B6 60Cp 2.664,00 372,96 514,45 710,28 4.261,69
Lauroderme pasta cutânea 50gr 1.252,80 175,39 241,93 334,02 2.004,14
Mebocaina forte 24 pastilhas 2.217,60 310,46 428,24 591,26 3.547,56
Óleo de amêndoas doces Velvet 60ml 276,48 38,71 53,40 73,72 442,31

TOTAL 15.535,07 2.246,91 3.000,00 4.156,40 24.938,38


Tabela nº 5 Determinação de Preço de Venda da Farmácia Violetas

Fonte: Próprios

3.2.3 Comparação entre o Preço de Venda Apurado e o Preço de Venda Praticado


na Farmácia Violetas

Tabela nº 6 – Comparação entre Preço de Venda Apurado e o Preço de


Venda Praticado na Farmácia Violetas

Designação Preço de Venda Preço de Diferença

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Apurado Venda
Farmácia
Violetas
Álcool sanitário Velvet 70% 425,99 800,00 -374,01
250ml
Bactrim forte (800mg+160mg) 1.912,01 2.400,00 -487,99
15C
Cegripe (500mg+1mg) 20Cp 3.733,79 3.200,00 533,79
Coartem (20mg + 120mg) 12Cp 1.228,60 2.000,00 -771,40
Complexo B Basi (100ml) 816,98 1.000,00 -183,02
Xarope
Folifer (1mg + 90mg) 60Cp 6.565,31 6.000,00 565,31
Fosfoglutina B6 60Cp 4.261,69 4.200,00 61,69
Lauroderme pasta cutânea 50gr 2.004,14 2.000,00 4,14
Mebocaina forte 24 pastilhas 3.547,56 3.000,00 547,56
Óleo de amêndoas doces Velvet 442,31 700,00 -257,69
60ml
TOTAL 24.938,38 25.300,00 -361.62
Fonte: Próprios

Usando a metodologia regulamentar legal do IPREC nos dados gentilmente


cedido pela Farmácia Violetas (vide tabela nº 5) pode-se apreciar que uma certa
aproximação de resultados nos preços venda apurados e praticados com 5
medicamentos com valores superiores que são ponderados pelos outros 5 com valores
inferiores (vide tabela nº 6).

Segundo os cálculos apurados na tabela, verifica-se que não existe muita


diferença entre o preço de venda apurado e o preço de venda da Farmácia Violetas.

3.2.4 Pesquisa dos Preços Utilizados nas Farmácias por Distribuição Geográficas

64
a) Tabela nº 7 – Farmácias Localizadas no Bairro Popular
Farmácia
Designação Unidade Farmácia Estrela da Farmácia Ba Preço
Violetas Paz Estela Médio
Alcool sanitário Velvet Frasco 800,00 800,00 1.000,00 866,67
70% 250ml
Bactrim forte 1Cx 2.400,00 1.200,00 1.500,00 1.700,00
(800mg+160mg) 15C
Cegripe (500mg+1mg) 1Cx 3.200,00 2.000,00 4.000,00 3.066,67
20Cp
Coartem (20mg + 120mg) 1Cx 2.000,00 1.000,00 2.400,00 1.800,00
12Cp
Complexo B Basi (100ml) Frasco 1.000,00 800,00 1.500,00 1.100,00
Xarope
Folifer (1mg + 90mg) 1Cx 6.000,00 7.200,00 6.000,00 6.900,00
60Cp
Fosfoglutina B6 60Cp 1 Cx 4.200,00 ------------- ------------ 4.200,00
Lauroderme pasta cutânea 1bisnaga 2.000,00 2.500,00 2.500,00 2.333,33
50gr
Mebocaina forte 24 1 Cx 3.000,00 4.500,00 3.900,00 3.800,00
pastilhas
Oleo de amêndoas doces Frasco 700,00 1.000,00 1.000,00 900,00
Velvet 60ml
TOTAL 25.300,00 21.000,00 23.900,00 22.466,67
Fonte: Próprios

As farmácias Violetas, Estrela da Paz e Ba Estela estão situadas no distrito do


Kilamba Kiaxi bairro Popular.

Constata-se que a farmácia Violetas tem um somatório dos preços da cesta


básica no valor de AKz 25.300,00 e um excedente de AKz 4.300,00 em relação a

65
farmácia Estrela da Paz, de AKz 1.400,00 em relação a Ba Estela e excede AKz
2.833,33 ao preço medio.

Gráfico nº 1 - Preços da Cesta Básica Praticados num único Bairro

Farmácias do
Bairro Popular
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0

Farmacia Violetas Farmácia Estrela da Paz Farmácia Ba Estela

Fonte: Próprios

b) Tabela nº 8 – Farmácias Localizadas na Cidade (Alvalade)

Designação Unidade Farmácia Farmácia Farmácia Preço


Gika Alvalade Martalfarma Médio
Alcool sanitário Velvet Frasco 600,00 570,00 700,00 623,33
70% 250ml
Bactrim forte 1Cx 4.900,00 4.950,00 4.850,00 4.900,00
(800mg+160mg) 15C
Cegripe (500mg+1mg) 1Cx 4.980,00 5.824,00 5.300,00 5.368,00
20Cp
Coartem (20mg + 1Cx 1.600,00 1.480,00 1.520,00 1.533,33
120mg) 12Cp

66
Complexo B Basi Frasco 1.050,00 3.315,00 1.500,00 1.955,00
(100ml) Xarope
Folifer (1mg + 90mg) 1Cx 9.120,00 8.370,00 8.930,00 8.773,33
60Cp
Fosfoglutina B6 60Cp 1 Cx ----------- 5.424,00 ------------ 5.424,00
Lauroderme pasta 1bisnaga 3.005,00 2.510,00 3.000,00 2.838,33
cutânea 50gr
Mebocaina forte 24 1 Cx 5.340,00 5.260,00 5.470,00 5.356,67
pastilhas
Oleo de amêndoas doces Frasco 680,00 460,00 1.000,00 713,33
Velvet 60ml
TOTAL 31.275,00 38.163,00 32.270,00 37.484,99
Fonte: Próprios

As farmácias Gika, Alvalade e Martalfarma estão situadas no distrito urbano da


Maianga no bairro do alvalade.

Constata-se que a farmácia Alvalade tem um somatório dos preços da cesta


básica no valor de AKz 38.163,00 e um excedente de AKz 6.888,00 em relação a
farmácia Gika, de AKz 5.893,00 em relação a Martalfarma e excede AKz 678,01 ao
preço medio.

Gráfico nº 2 - Preços da Cesta Básica Praticados no Centro Urbano

67
Farmácias na Cidade (Alvalade)
10000
9000
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0

Farmácia Gika Farmácia Alvalade Farmácia Martalfarma

Fonte: Próprios

c) Tabela nº 9 – Farmácias Localizadas em Viana (Estalagem)

Designação Unidade Farmácia Farmácia Tandu Preço


Sengue Unidos Far II Medio
Alcool sanitário Velvet Frasco 500,00 1.000,00 450,00 650,00
70% 250ml
Bactrim forte 1Cx 1.500,00 900,00 1.460,00 1.286,67
(800mg+160mg) 15C
Cegripe (500mg+1mg) 1Cx 2.000,00 3.000,00 4.400,00 3.133,33
20Cp
Coartem (20mg + 1Cx 1.000,00 1.000,00 1.000,00 1.000,00
120mg) 12Cp
Complexo B Basi Frasco 1.000,00 500,00 1.300,00 933,33
(100ml) Xarope

68
Folifer (1mg + 90mg) 1Cx 9.000,00 6.000,00 6.600,00 7.200,00
60Cp
Fosfoglutina B6 60Cp 1 Cx 9.000,00 ------------ 5.100,00 4.700,00
Lauroderme pasta 1bisnaga 2.500,00 1.500,00 2.200,00 2.066,67
cutânea 50gr
Mebocaina forte 24 1 Cx 3.000,00 3.000,00 3.900,00 3.300,00
pastilhas
Oleo de amêndoas doces Frasco 1.000,00 1.000,00 600,00 866,67
Velvet 60ml
TOTAL 30.500,00 17.900,00 27.010,00 25.136,67
Fonte: Próprios

As farmácias Sengue, Unidos e Tandu-Far II estão situadas no município de


Viana bairro Estalagem Moagem.

Constata-se que a farmácia tem um somatório dos preços da cesta básica no


valor de AKz30.500,00, e um excedente de AKz3.490,00 em relação a farmácia Tandu-
Far II, de Akz12.600,00 em relação a Farmácia Unidos e excede AKz5.363,33 ao preço
medio.

Gráfico nº 3 - Preços da Cesta Básica Praticados num Centro Populoso

69
Farmácias em Viana ( Estalagem)
10000
9000
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0

Farmácia sengue Farmácia Unidos farmácia Tandu-Far II

Fonte: Próprios

d) Tabela nº 10 – Farmácias Localizadas no Panguila

Designação Unida Farmácia Farmácia Farmácia Preço


de Cami-2 Kiamuangana Panguila Médio
Alcool sanitário Velvet 70% 250ml Frasco 500,00 800,00 750,00 683.33
Bactrim forte (800mg+160mg) 15C 1Cx 900,00 3.000,00 3.000,00 2.300,00

Cegripe (500mg+1mg) 20Cp 1Cx 4.000,00 2.600,00 ------------ 2.200,00


Coartem (20mg + 120mg) 12Cp 1Cx 1.400,00 1.500,00 1.000,00 1.300,00
Complexo B Basi (100ml) Xarope Frasco 2.000,00 1.500,00 ----------- 1.166,67
Folifer (1mg + 90mg) 60Cp 1Cx 6.000,00 6.000,00 ----------- 4.000,00
Fosfoglutina B6 60Cp 1 Cx 6.000,00 ------------ ----------- 2.000,00
Lauroderme pasta cutânea 50gr 1bisna 2.000,00 2.300,00 ----------- 1.433,33

70
ga
Mebocaina forte 24 pastilhas 1 Cx 4.000,00 2.400,00 3.000,00 3.300,00
Oleo de amêndoas doces Velvet Frasco 750,00 1.500,00 ----------- 750,00
60ml
TOTAL 28.050,00 21.600,00 7.750,00 19.033,32
Fonte: Próprios

As farmácias Cami-2, Kiamuangana e Panguila estão situadas no município de


Dande bairro do Panguila.

Constata-se que a farmácia Cami-2 tem um somatório dos preços da cesta básica
no valor de AKz 28.050,00, e um excedente de AKz 6.450,00 em relação a farmácia
Kiamuangana, de AKz 20.300,00 em relação a Panguila e excede AKz 9.016,68 ao
preço médio.

Gráfico nº 4 - Preços da Cesta Básica Praticados num Bairro Periférico

Farmácia no Panguila
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0

Farmácia Cami-2 Farmácia Kiamuangana Farmácia Panguila

Fonte: Próprios

e) Tabela nº 11 – Farmácias Localizadas no Kilamba

71
Designação Unidade Grupo Nsamba Uzema Preço
Orquídeas Isabel Medio
Alcool sanitário Velvet Frasco 1.500,00 800,00 950,00 1.083,33
70% 250ml
Bactrim forte 1Cx 3.600,00 3.000,00 3.000,00 3.200,00
(800mg+160mg) 15C
Cegripe (500mg+1mg) 1Cx 2.200,00 2.000,00 2.100,00 2.100,00
20Cp
Coartem (20mg + 1Cx 3.000,00 2.000,00 2.500,00 2.500,00
120mg) 12Cp
Complexo B Basi Frasco 1.000,00 1.500,00 1.800,00 1.433,33
(100ml) Xarope
Folifer (1mg + 90mg) 1Cx 5.400,00 6.000,00 6.000,00 5.800,00
60Cp
Fosfoglutina B6 60Cp 1 Cx ------------- ------------ ----------- ----------
Lauroderme pasta 1bisnaga 2.500,00 2.000,00 2.300,00 2.266,67
cutânea 50gr
Mebocaina forte 24 1 Cx 4.200,00 4.500,00 4.000,00 4.233,33
pastilhas
Oleo de amêndoas doces Frasco 500,00 2.000,00 1.000,00 1.166,67
Velvet 60ml
TOTAL 23.900,00 23.800,00 23.650,00 23.783,33
Fonte: Próprios

Gráfico nº 5 - Preços da Cesta Básica Praticados numa Centralidade

72
Farmácias no Kilamba
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0

Farmácia Grupo Orquideas Framácia Nsamba Isabel Farmácia Uzema

Fonte: Próprios

As farmácias Grupo Orquídeas, Nsamba Isabel e Uzema estão situadas na


Centralidade do Kilamba.

Constata-se que a farmácia Grupo Orquídeas tem um somatório dos preços da


cesta básica no valor de AKz 23.900,00, e um excedente de AKz 100,00 em relação a
farmácia Nsamba Isabel, de AKz 250,00 em relação a Uzema e excede AKz 116,67 ao
preço médio.

f) Tabela nº 12 – Farmácias Localizadas nos Centros comerciais

Designação Unidade Farmácia Farmácia Farmácia Preço


de Angola Cuida+ Medirite Medio
Alcool sanitário Velvet 70% 250ml Frasco 480,00 ------------- 520,00 500,00
Bactrim forte (800mg+160mg) 15C 1Cx 2.025,00 2.320,00 2.241,95 2.195,65
Cegripe (500mg+1mg) 20Cp 1Cx 4.788,00 ------------- 4.673,90 4.730,95
Coartem (20mg + 120mg) 12Cp 1Cx 1.720,00 ------------- 1.668,00 1.694,00
Complexo B Basi (100ml) Xarope Frasco 2.815,00 ------------- 1.789,95 2.302,48
Folifer (1mg + 90mg) 60Cp 1Cx 8.665,00 5.700,00 10.001,70 8.122,23
Fosfoglutina B6 60Cp 1 Cx 6.270,00 5.984,00 ------------ 6.127,00

73
Lauroderme pasta cutânea 50gr 1bisnaga 3.570,00 2.484,00 3.300,00 3.118,00
Mebocaina forte 24 pastilhas 1 Cx 4.215,00 2.964,00 ------------- 3.589,50
Oleo de amêndoas doces Velvet Frasco 1.160,00 ------------ ------------- 1.160,00
60ml
TOTAL 35.708,00 19.452,00 24.195,50 32.539,81
Fonte: Próprios

As farmácias Farmacia de Angola, Farmacia Cuida + e Medirite estão situadas


em vários centros comerciais de Luanda tais Xiami do Kilamba, Candando de Viana e
Shoprite do Palanca.

Constata-se que as farmácias de Angola têm um somatório dos preços da cesta


básica no valor de AKz 35.708,00, e um excedente de AKz 16.256,00 em relação a
farmácia Cuida +, de AKz 11.512.50 em relação a Medirite e excede AKz 3.168,19 ao
preço médio.

Gráfico nº 6 - Preços da Cesta Básica Praticados em Centros Comercias

Farmácias nos Centros Comercias


12000

10000

8000

6000

4000

2000

Farmácia de Angola Farmácia Cuida+ Farmácia Medirite

Fonte: próprios

74
Escassez da Fosfoglutina B6

Durante a pesquisa deparou-se com a escassez do fármaco acima referido nas


farmácias, o que ajuda compreender a grande oscilação do seu preço entre 4.200,00 á
9.000,00 Kwanzas. A débil oferta deste medicamento dificultou o cálculo do seu valor
médio e o seu preenchimento na tabela, de onde não se retirou devido a sua importância
para saúde do cidadão angolano de todos os extratos da sociedade porque permite tratar:

 Para os tuberculosos evita as neuropatias, entra na composição do


tratamento da doença;
 Para os móvitos é importante no tratamento dos efeitos
especialmente nas mulheres gravidas;
 Também é usado no tratamento de anemias e avitaminose devido
ao défice de vitaminas.
Por tudo acima exposto e porque o resultado dos contactos na pesquisa entre
as causas da carência da Fosfoglutina B6 e dificuldade de fornecimento pelos
grossistas.

É de chamar atenção ao IPREC na necessidade de estabilizar este preço


dada a sua grande variedade, podendo mesmo este medicamento ser do
comparticipado do Estado.

3.4.5 Comparação dos Preços Médios nas Diferentes Zonas Geográficas


Pesquisadas

Tabela nº13 – Preços Médios nas Diferentes Zonas Geográficas Pesquisadas


Ordem Bairro Alvalade Viana Panguila Kilamba Centros
Popular Comerciais
1 886,67 623,33 650,00 683,33 1.083,33 500,00
2 1.700,00 4.900,00 1.286,67 2.300,00 3.200,00 2.195,65

75
3 3.066,67 5.368,00 3.133,33 2.200,00 2.100,00 4.730,95
4 1.800,00 1.533,33 1.000,00 1.300,00 2.500,00 1.694,00
5 1.100,00 1.955,00 933,33 1.166,67 1.433,33 2.302,48
6 6.900,00 8.773,33 7.200,00 4.000,00 5.800,00 8.122,23
7 4.200,00 5.424,00 4.700,00 2.000,00 6.127,00
8 2.300,00 2.838,33 2.066,67 1.433,33 2.266,67 3.118,00
9 3.800,00 5.356,67 3.300,00 3.300,00 4.223,33 3.589,50
10 900,00 713,33 866,67 750,00 1.166,67 1.160,00
Fonte: Próprios

Gráfico nº 7 – Comparação dos Preços Médios da Cesta Básica Praticados em Luanda

Comparação dos Preços Médios


Bairro Popular Alvalade Viana Panguila Kilamba Centros Comrciais

10000
9000
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0

Fonte: Próprios

A leitura que se faz neste gráfico de comparação dos preços médios da cesta
básica nas diferentes zonas geográficas pesquisadas é que o álcool e o óleo de amêndoas
são os produtos com mais estabilidade, o folifer e a fosfogluntina são os que apresentam
mais variação em termo dos preços.

3.4.6 Comparação dos Preços Totais das Diferentes Zonas Geográficas Pesquisadas

76
Gráfico nº8 - Valor Total da Cesta Básica das 3 Farmácias em cada Zona
Geográfica

Valor do Cabaz por Farmácias nas Zonas Geográficas


50000
40000
30000
20000
10000
0
Bairro popular Alvalade Viana Panguila Kilamba Centro
Comerciais

Farmácia Violetas Farmácia Estrela da Paz Farmácia Ba Estela


Farmácia Gika Farmácia Alvalade Farmácia Martalfarma
Farmácia Sengue Farmácia Unidos Farmácia Tandu Far II
Farmácia Cami-2 Farmácia Kiamuangana armácia Panguila
Farmácia Grupo Orquideas Farmácia Nsamba Isabel Farmácia Uzema
Farmácia de Angola Farmácia Cuida+ Farmácia Meridite

Fonte: Próprios

Observa-se que há uma certa disparidade nas várias zonas pesquizadas, mas os
preços mais altos estão nas farmácias do alvalade e os preços mais baixos estão na zona
do panguila e viana. No entanto, também podemos apreciar que no quilamba há
uniformização dos preços o que não acontece com os centros comerciais.

77
CONCLUSÕES

Após uma análise exaustiva dos assuntos abordados neste tema, tendo em conta os
objectivos definidos chegou-se as seguintes conclusões:

1. São vários factores que influenciam a determinação do preço de venda dos


produtos/serviços no sector farmacêutico como: a localização, o custo de vida ao
redor, o mercado, a concorrência, a elasticidade do preço/demanda, a
sobrevivência, a maximização dos lucros, a liderança na participação do
mercado e na qualidade.

2. São vários os métodos que podem ser utilizados pelos agentes farmacêuticos,
dando opção à direcção da farmácia analisar e seleccionar qual método combina
com o meio envolvente em que se encontra tendo em conta os objectivos pré-
estabelecidos.

3. Observou-se a não uniformização dos preços de um produto no mesmo espaço


geográfico assim como as restantes zonas. Isto é um indicador de que os agentes
farmacêuticos não cumprem com rigor as normas estabelecidas pelo IPREC.

4. A farmácia Violetas usa uma combinação do método de concorrência com um


dos regimes estabelecidos pelo IPREC, especificamente o regime dos preços
livres, porque a diferença dos preços de venda da Farmácia Violetas e os preços
apurados durante o processo investigativo é pouco significativa.

78
BIBLIOGRAFIA

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ALLEN, Clark Lee; MORGNER, Aurelius e STROTZ, Robert H. Problemas
Sôbre Téoria dos Preços. Primeira ed. Enio Matheus Guazzelli. 1966.

ARMSTRONG, Philip Kotler Gary. Princípio de Marketing.12ª ed. 2007

ASSEF, Roberto. Guia Prático de Formação de Preços: aspectos mercadológicos,


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1997.

BEULKE, Rolando e BERTÓ, Dalvio José. Estrutura e Análise de Custo. Sairava


2001.

BRUNI, Adriano Leal e FAMÁ, Rubens. Gestão de Custo e Formação de Preços


com Aplicações na Calculadora HP12C e Excel.3ª ed. Atlas. 2004.

CAIADO, António C. Pires. Contabilidade Analítica e de Gestão. 6ª ed. Áreas


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CHING, Hong Huh. Gestão de Stock na Cadeira de Logística Integrada.


Suppychan. S. Paulo. Atlas. 1999.

DRUCKER, Peter. Marketing Criando Valor para os Clientes, 2ª ed. 2000.

HANSER, Don R. e MOWEN, Maryane. Gestão de Custo: contabilidade e


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Metodologia Cientifica. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1990

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MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.

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Produção. Altas, 2002.

 Estudos
- Abordagem Teórica da Formação do Preço de Venda. Faculdade de Ciências
Económicas de São Paulo – FACESP, elaborado pelos estudantes.

- A Montagem da Equação para Determinação de Preço de Venda, elaborado por


Francisco Cavalcante e Paulo Pragaud Zeppelini.

 Legislação
Diário da República, Iª Serie nº 23 de segunda-feira, 15 de Fevereiro de 2016.

 Sites
www.administradores.com.br

www.iprec.minfin.gov.ao

www.profissionaldeecommerce.com.br

80
ANEXOS

81

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