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Plataforma Ambiental de oposição à Fusão Valorsul – Resioeste

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DO CADAVAL DISCUTE AMANHÃ A FUSÃO

A Plataforma estará presente

A Plataforma estará presente na Assembleia Municipal do Cadaval que se realizará


amanhã, dia 18 de Setembro, pelas 21:00h no edifício dos Paços do Concelho, para
alertar mais uma vez sobre o que está em causa na proposta da fusão.

Principais razões de contestação à proposta de fusão

Várias têm sido as razões para a contestação à proposta de fusão entre as empresas
gestores de resíduos Resioeste e Valorsul e podemos indicar de forma sucinta as
seguintes:

1- Ambientais
Na semana passada foi emitida Declaração de Impacto Ambiental favorável em
relação ao estudo de impacte ambiental do aterro do Cadaval. Deixam assim de existir
limitações nos quantitativos de resíduos a colocar em aterro. A curto prazo o aterro
do Cadaval vai passar a receber a totalidade das cerca de 200000 toneladas produzidas
anualmente pelos 14 municípios pertencentes à Resioeste, correndo o risco de a
médio/logo prazo, com a Fusão, passar a receber resíduos dos municípios da Valorsul.
A proposta de fusão implica uma grande aposta, em soluções de fim de linha
(incineração e aterro, cerca de 80% dos resíduos) e uma fraca aposta na reciclagem
(20% dos resíduos aproximadamente), o que é um péssimo sinal para aquele que será
o maior sistema de gestão de resíduos do país, servindo cerca de 1/5 da população
nacional. Não contempla, por isso, o investimento em novas soluções de Tratamento
Mecânico e Biológico (TMB) que permitem taxas de reciclagem entre 60% e 80% com
custos de tratamento por tonelada inferiores a 30 euros.
Este facto conduzirá ao incumprimento das metas comunitárias de reciclagem por
parte de Portugal, que procura ser contornada com a manipulação de dados como a que
se evidencia no Despacho n.º 10287/2009 de 20 de Abril, que faz alterações à licença
concedida à Sociedade Ponto Verde, em que são considerados no total dos RSU –
Resíduos Sólidos Urbanos somente cerca de 3% de resíduos de embalagem do material
plástico e um total de resíduos de embalagem de cerca de 17%, em vez de 10% e 30%,
respectivamente! (de acordo com dados objectivos obtidos em campanhas de
caracterização de resíduos)
Soluções de TMB chegaram a ser efectivamente equacionadas pela então
Associação de Municípios do Oeste, tanto que pagou, com dinheiro dos nossos impostos,
dois estudos, mas que acabaram por ficar “na gaveta” com o desenrolar do processo
negocial da fusão.
1
2- Económicas
A proposta não justifica de forma clara a substancial redução dos custos que
supostamente a fusão dos sistemas originaria. Por outro lado, está pejado de erros de
cálculo e omite diversas situações, como é o caso das taxas de gestão de resíduos, dos
custos para o tratamento adequado das cinzas volantes (resíduo perigoso) ou ainda das
receitas indevidas com a venda de metais provenientes da incineração, que a serem
corrigidas, poderá onerar a tarifa real em termos de poder esta variar entre os 29,22 e os
31,22 euros!
A redução das tarifas da Resioeste seria possível com um modelo que
privilegiasse a reciclagem, de facto a solução baseada na vermicompostagem estudada
para a área da Resioeste concluiu que a tarifa média seria de 21,43 € por tonelada. Tarifa
bastante razoável e baseada num modelo sem os custos ambientais da solução proposta
na fusão.

3- Sociais
De acordo com a Estratégia Temática para a Prevenção e Reciclagem
apresentada pela Comissão Europeia, a reciclagem permite a criação de 25 vezes
mais empregos do que o aterro e 8 vezes mais empregos do que a incineração.
Por outro lado, o tratamento prévio dos resíduos e a redução da deposição de
resíduos em aterro, em especial da matéria orgânica, permitirá uma redução dos
impactos sobre as populações e consequente melhoria da qualidade de vida.

4- Condução do processo
A informação que é dirigida aos municípios da Valorsul difere da que é
dirigida aos municípios da Resioeste, nomeadamente a questão da construção de uma
4ª linha de incineração e o alargamento da concessão até 2039, e consequente
ampliação das infra-estruturas existentes, nomeadamente do Aterro Sanitário do Oeste,
isto é, a construção da 2ª-fase.

O futuro constrói-se com decisões coerentes

O Município do Cadaval deve manifestar a coragem de não pactuar com a proposta


de fusão, a manipulação de dados e falta de transparência do processo, e defender
o interesse comum, ou seja, a redução de tarifas e simultaneamente melhorar
significativamente o desempenho ambiental da gestão dos resíduos da região.

Lisboa, 17 de Setembro de 2009

Contactos: Pedro Carteiro (Quercus); 934285343; Rui Berkemeier (Quercus) 934256581;


Alexandra Azevedo (MPI): 936 464 658; António Almeida (ADAL): 918 835 005

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