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Resumo
O presente artigo discute a proposta dos círculos de cultura desenvolvidos por Paulo Freire e
apresenta os resultados da aplicação de uma oficina pedagógica com educandos do 6º ano do
Colégio Estadual Dr. Willie Davids, em Londrina (PR). Para isso, foi necessária a leitura e
fichamento de obras relacionados ao tema, planejamento da oficina pedagógica, aplicação desta
e sistematização dos resultados. Aborda-se a biografia de Paulo Freire, a história e
características dos círculos de cultura e contribuições deste método para o ensino de Geografia.
Questiona-se se é possível aplicar os círculos de cultura nos dias atuais com turmas de ensino
médio e fundamental, visto que o primeiro círculo foi realizado na década de 1960, com o
objetivo de alfabetizar e politizar adultos. Por meio desta pesquisa espera-se contribuir para os
debates dessa temática, além de evidenciar a importância dos trabalhos de Paulo Freire para a
Educação.
Palavras-chave: círculos de cultura; Paulo Freire; ensino de Geografia.
Abstract
This article discusses the proposal of crop circles developed by Paulo Freire and presents the
results of applying an educational workshop with students of the 6th year of the State College
Dr. Willie Davids in Londrina (PR). For this, it was necessary to read and book report works
related to the theme of the educational workshop planning, implementation thereof and
systematization of the results. Approaches to Paulo Freire biography, history and characteristics
of crop circles and contributions of this method for teaching geography.Wonders whether it is
possible to apply the crop circles these days with middle and elementary school classes, as the
first round was held in the 1960s, with the goal of literacy and politicize adults. Through this
research is expected to contribute to the discussions of this subject, and highlight the importance
of Paulo Freire's work for Education.
Keywords: crop circles; Paulo Freire; teaching geography.
12
Graduanda em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina. E-mail: anaaa0@hotmail.com.
13
Graduando em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina. E-mail: guilhermevinicius.souza@outlook.com.
14
Graduanda em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina. E-mail: okaroline22@gmail.com.
15
Doutor em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina. E-mail: marcellusaugustus@gmail.com
16
Graduanda em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina. E-mail: patriciahonorio14@gmail.com.
17
Graduanda em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina. E-mail: tati.cintra26@gmail.com.
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INTRODUÇÃO
Este artigo discute a proposta dos círculos de cultura desenvolvidos por Paulo
Freire e apresenta os resultados da aplicação de uma oficina com os educandos do 6º
ano do Colégio Estadual Dr. Willie Davids - Londrina-PR.
Ao longo do texto apresenta-se alguns aspectos da vida de Paulo Freire, o que
são os círculos de cultura, bem como um pouco da história deste método. Os resultados
obtidos por meio da oficina serão apresentados, relatando os desafios e benefícios da
atividade. Por fim, serão discutidas as contribuições do círculo de cultura no ensino de
Geografia.
Para elaboração desta pesquisa, foi necessária a leitura e fichamento de obras de
autores que contribuíram com a temática, organização e planejamento de uma oficina
pedagógica a partir das ideias do círculo de cultura, aplicação da oficina no Colégio
Willie Davis, com turmas de 6º ano e sistematização dos resultados obtidos.
A problemática norteadora da pesquisa caracteriza-se como: ―É possível a
aplicação dos círculos de cultura nos dias atuais?‖, tendo em vista que o primeiro
círculo de cultura aplicado foi na década de 1960 com o objetivo de alfabetizar e
politizar adultos. A resposta para esse questionamento é ―Sim‖, apesar de todas as
dificuldades apresentadas durante a realização da atividade, como o fato dos educandos
atualmente serem muito diferentes dos educandos do passado, como por exemplo, em
relação às tecnologias. Porém, o resultado da atividade foi satisfatório, possibilitando a
compreensão dos benefícios dos círculos de cultura para o ensino de Geografia.
Desta forma, por meio deste artigo espera-se contribuir para os debates
relacionados à temática, fomentando discussões e explicitando o quão importante é o
papel de Paulo Freire na educação.
reflexão crítica do mundo, como intuito de criar possibilidades para mudar a realidade
social. É a partir dessa realidade concreta que Paulo Freire sugere uma educação
problematizadora como prática da liberdade, pois é por meio desta que o homem se
constrói, por adquirir saberes novos, cultura, história e acima de tudo, tornam-se
cidadão críticos capazes de transformar o mundo. Sob essa ótica, Paulo Freire deu
origem aos círculos de cultura, na década de 1960 no Brasil e na década de 1970 na
África- Guiné Bissau (MARINHO, 2009).
Além disso, tal método idealizado por Freire, como o próprio nome já sugere,
deveria ser realizado em círculos, substituindo também a ideia de sala de aula e de
educandos, pois todos os participantes constroem os conhecimentos juntos, com base na
relação eu-tu, que representa a relação do ser inacabado que esta sempre em busca de
algo para construir a consciência. Deste modo, deve existir um tema problematizador,
um animador de debates alfabetizado, mas que aprende e ensina junto com os outros
componentes do círculo, pois a participação ativa é imprescindível para a construção do
conhecimento, exigindo assim o diálogo que constitui-se como o único método de
estudo no círculo. (BRANDÃO, 1981, p.23)
A cultura nesse viés representa muito mais do que o aprendizado individual, é
um pensar coletivo, onde todos integrantes constroem e trocam conhecimentos,
referentes a tema problemas associados à realidade. Em síntese:
Além disso, eles deveriam passar confiança e simpatia aos envolvidos, incentivar a fala
de todos, possuir um planejamento das aulas, manter uma relação de humildade com
todos, lembrando sempre que o coordenador também aprende com os participantes
(MARINHO, 2009).
Apesar da tentativa de rompimento com as metodologias tradicionais de
ensino, o mesmo autor afirma que em alguns casos ainda ocorriam alfabetizações
baseadas na repetição exaustiva de conteúdos. Afim de evitar tais equívocos, alguns
supervisores eram encarregados de acompanhar e auxiliar no decorrer das atividades.
Além disso, na Universidade Federal do Pernambuco foi aberto um curso, ministrado
por Paulo Freire, que visava a formação dos coordenadores e o treinamento da prática
do diálogo. Os encontros simulavam um círculo de cultura para que se estimulasse a
participação dos futuros coordenadores, inicialmente a turma contou com 40 educandos,
sendo que apenas 21 concluíram. A duração do mesmo era de 10 horas distribuídas em
uma semana e durante o curso eram testadas técnicas que favorecessem o diálogo.
A postura esperada dos participantes do curso era a de preocupação com os
alfabetizandos, problematizando opiniões e fomentando discussões, sempre valorizando
o cotidiano e o saber prévio dos envolvidos. Nas palavras de Freire (1999, p.4) ―um
coordenador, quase sempre um jovem, sabe que não exerce as funções de educador e
que o diálogo é condição essencial de sua tarefa‖. Além disso, de acordo Marinho
(2009) existem alguns elementos estruturantes que deveriam fazer parte dos círculos de
cultura: codificação e descodificação; tema gerador; e conteúdo programático;
O primeiro elemento consistia na codificação e descodificação de letras em
palavras, de modo que houvesse uma alfabetização política ao mesmo tempo, sendo este
um elemento essencial para os círculos de cultura. A codificação se dava muitas vezes
por meio de elementos artísticos como quadros que contemplavam a realidade dos
educandos e os fazia refletir de forma crítica sobre a representação. Logo a
descodificação ocorria no processo da passagem do abstrato ao concreto, onde o
participante se reconhece na situação apresentada e entende que não está sozinho na
mesma. Desta forma, o indivíduo entende o contexto real da representação.
O tema gerador consiste na situação real que se apresenta codificada e que deve
ser descodificada no decorrer do círculo. O Coordenador deve criar condições
suficientes para que os participantes descubram essa realidade ―escondida‖ e pensem de
forma crítica a mesma, construindo assim o conhecimento a partir de sua leitura de
mundo. Existem grupos que não encontram estes temas que passam a ser chamados de
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temas do silêncio, onde a realidade não consegue ser explicitada. Nestes casos o
objetivo principal não é atingido, tendo em vista que o tema gerador prevê revelar as
concepções dos participantes sobre sua realidade e sua ação na mesma.
Quanto ao conteúdo programático vale ressaltar que este não se encontra
engessado, é criado em conjunto e como consequência do andamento dos círculos de
cultura. Além disso, parte de situações concretas e presentes na realidade, sendo uma
construção que surge da reflexão crítica que os participantes fazem da sociedade. Neste
sentido, não há a divisão entre prática e teoria e entre aprendizagem e ensino.
adolescente. Assim, foi levantada a questão a respeito do que entendiam por cultura e
qual palavra eles associavam e pensavam quando ouviam essa expressão. As respostas
obtidas foram danças regionais, música, futebol, teatro e comidas típicas e a partir
destas foi formulada uma ideia geral a respeito da expressão identidade utilizando de
todas as respostas. A próxima questão foi o que os educandos entendiam por identidade,
a principal resposta obtida foi que identidade era o documento que nos identifica, porém
também responderam que identidade são as características que constituem a pessoa,
assim como a sua personalidade entre outras respostas. Os bolsistas, então, construíram
uma ideia geral de identidade a partir das respostas coletadas e junto aos educandos
definiram o termo identidade. Para a finalização do círculo no colégio, utilizou-se como
exemplo para a constituição de uma identidade cultural, o local onde esta localizada a
instituição, visto que está presente na comunidade local desde a década de 1940. Deste
modo, foi informado aos mesmos sobre a história bairro e como o a escola influenciou
seu crescimento tornando-o um dos mais antigos bairros da cidade de Londrina. O
círculo de cultura foi finalizado com uma questão diagnóstica, perguntando aos
educandos o que os mesmos aprenderam sobre o tema trabalhado.
Ao final da atividade os bolsistas notaram a heterogenia presente nas classes
trabalhadas, onde os educandos da mesma sala, quando separados em grupos distintos
apresentaram características singulares, por exemplo, na classe 6° ano B a aplicação do
círculo de cultura com o primeiro grupo aconteceu de forma tranquila, pois os
educandos contribuíram de forma grandiosa para o desenvolvimento da atividade dando
sugestões a respeito do tema tratado, constituindo ideias próprias e levantando outras
questões a respeito de cidadania, respeito escolar e as melhorias que seriam necessárias
para um melhor aprendizado no colégio, além de sugerirem temas para serem
trabalhado no próximo círculo, aos quais destacaram-se o preconceito, racismo, respeito
ao educador, bullying, internet e o bullying virtual.
No entanto, com a outra parte da sala do 6° ano B, a atividade ocorreu de
forma mais tumultuada, alguns educandos não demonstraram interesse para com a
atividade, conversando entre si e atrapalhando aqueles que gostariam de participar
sendo necessária a chamada de atenção dos mesmos para um bom andamento da
atividade. Embora a atividade não tenha decorrido da forma esperada a mesma foi
finalizada de modo satisfatório com as respostas obtidas a respeito do entendimento dos
discentes a respeito dos temas trabalhados. Neste grupo, os temas sugeridos para o
próximo círculo foram internet dança, esporte e puberdade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 38º Ed. Rio de Janeiro. Paz & Terra, 2004.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da Liberdade. 23 ed. Rio de Janeiro: Paz e
terra, 1999.
FRIORI, Ernani Maria. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2014.
Resumo
Algumas metodologias pedagógicas possuem a função de estreitar a relação educando e
educador com o intuito de aliar conteúdos discutidos em sala de aula com o cotidiano do
educando, e de despertar nos estudantes o poder e a capacidade de criticidade em relação a
realidade. O objetivo do presente texto é discutir sobre os resultados obtidos na organização de
um ―Círculo de Cultura‖ baseado nas ideias de Paulo Freire. Para a construção do artigo, fez- se
necessário a leitura de alguns textos que abordam o círculo de cultura, a fim de adquirir
embasamento teórico para discorrer sobre a atividade. Ainda foram realizadas reuniões em
grupo com todos os integrantes do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a
Docência) com o intuito de proporcionar um debate das diferentes interpretações de cada
membro a respeito do tema. O presente artigo ainda utilizou das experiências práticas que os
pibidianos obtiveram durante a aplicação do círculo no ensino médio e fundamental do Colégio
Estadual Tsuru Oguido e se o mesmo ainda possui a capacidade de despertar nos educandos um
pensamento crítico e reflexivo da realidade que os cercam.
Palavras-chave:
Abstract
Some teaching methods have a role to strengthen the relationship student and educator in order
to combine contents discussed in the classroom to everyday
educating, and to awaken in students the power and critical capacity in relation to reality. The
objective of this paper is to discuss the results obtained in the organization of a 'Culture Circle
"based on Paulo Freire's ideas. For the construction of the article did- if necessary to read some
texts that address the crop circle in order to acquire theoretical basis to discuss the activity.
group meetings also were held with all members of the PIBID (Institutional Program Initiation
Grant to member on the subject. This article also used the practical experience that pibidianos
obtained during the application of the circle in the middle and primary school of the College
State TsuruOguido and if it still has the capacity to awaken in students a critical and reflective
thinking of the reality surrounding them.
Keywords: CultureCircle; Educational Tool; Paulo Freire.
18
Graduanda de Geografia do primeiro ano do curso de Geografia UEL e bolsista PIBID,
giovana.s.rocha@hotmail.com
19
Graduando do terceiro ano do curso de Geografia UEL e bolsista PIBID; strazzigabriel@hotmail.com
20
Graduando do terceiro ano do curso de Geografia UEL e bolsista PIBID; hiago_fachini@hotmail.com
21
Graduando do primeiro ano do curso de Geografia UEL e bolsista PIBID; maycon.moraes@live.com
22
Graduando do segundo ano do curso de Geografia UEL e bolsista PIBID; ra.fa452@hotmail.com
23
Docente Departamento Geociências UEL e orientadora do presente trabalho;
mcassiacampos@hotmail.com.
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INTRODUÇÃO
Este ensaio provém de algumas discussões e reflexões referente a uma prática
pedagógica do Projeto PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência)
de Geografia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), utilizamos como
metodologia pedagógica o Círculo de Cultura, baseado nos ensinamentos de Paulo
Freire, no qual procurou-se discutir questões sociais próximas ao cotidiano dos
estudantes, como a violência nos seus mais distintos tipos e escalas e a identidade
cultural. A atividade foi realizada com os educandos do ensino fundamental II (7º) e
uma turma do ensino médio (2º ano) do Colégio Estadual Tsuru Oguido, localizado na
zona oeste da cidade de Londrina PR no Conjunto Santa Rita II.
A atividade proposta denominada Círculo de Cultura demonstrou ser uma
metodologia interessante na busca por uma discussão analítica e construtiva com os
estudantes, pois o educador passa a ter função de um mediador, colocando- se na mesma
posição que os educandos, contudo com o objetivo de instigar os mesmos ao senso
crítico e extrair suas ideias e concepções dos temas pré-estabelecidos para a reflexão.
Neste sentido, o presente artigo apresenta como objetivo discutir os resultados da
organização de um Círculo de Cultura com educandos do Colégio Estadual Tsuru
Oguido e também refletir sobre a eficácia desta metodologia.
Para a construção do presente artigo, utilizamos como procedimentos
metodológicos inicialmente uma seleção de referenciais teóricos, leituras e fichamentos
das obras acerca da temática Círculo de Cultura, afim de adquirir o embasamento
teórico necessário para a aplicabilidade da oficina. Sequencialmente foi realizado a
sistematização dos conceitos e ideias pinçados nas obras lidas, para facilitar a
compreensão dos principais tópicos a serem abordados, por fim, por meio de discussões
e debates foi feito uma análise dos resultados obtidos durante as oficinas.
Sendo assim o referido artigo está dividido em quatro partes: na primeira
discute-se o idealizador do Círculo de Cultura Paulo Freire e sua Pedagogia Libertadora,
na segunda parte expõe- se os conceitos do Círculo suas ideologias e funcionamento, a
terceira apresenta- se os resultados obtidos durante á aplicação da atividade no Colégio
Estadual Tsuru Oguido e por fim as considerações finais.
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Para que a educação fosse neutra era preciso que não houvesse
discordância nenhuma entre as pessoas com relação aos modos de
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Dado início a atividade notamos que no círculo de cultura com a temática sobre
identidade cultural, muitos educandos não queriam participar por vergonha ou medo de
falar algo errado. Mas explicamos que aquele era o momento deles exporem sua
opinião.
Já no segundo círculo percebemos uma liberdade maior dos educandos com os
mediadores e com o tema, pois muitos deles relacionaram a Violência como algo
presente no seu dia-a-dia, sendo na escola, em casa, ou no bairro em geral. Como
mediadores buscamos dar exemplos em diversas escalas, desde a sua cidade, região,
chegando até as escalas globais, mas buscando sempre trazer exemplos próximos do seu
cotidiano. Outro ponto discutido foi os agentes transformadores do espaço geográfico
que interferem de forma direta na cultura e em sua dinâmica resultando muitas vezes na
violência.
A conscientização foi um ponto marcante nos dois círculos, pois foi preciso
apontar que todos tem sua cultura e precisamos respeita-las, e que a violência não é uma
meio necessário, por que violência só gera mais violência.
Em tais exposições também foi possível notar educandos com realidades sociais
distintas, alguns tendo uma família desinteressada para com os problemas de seus
filhos, e que por conta disso, há muitas divergências de pensamentos, fazendo com que
tais contradições transcendam o campo familiar, chegando no campo escolar. Nota-se
ainda a necessidade de trabalhar outras culturas na educação básica, pois só assim os
estereótipos preconceituosos que ainda existem podem ser contextualizados.
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Com relação ao resultado dos círculos, o saldo foi positivo, pois além de trazer
uma dinâmica diferente das aulas expositivas rotineiras para os educandos, o interesse
se comparado ao ambiente de sala de aula foi maior, tendo em vista que o Círculo de
Cultura foi realizado em um ambiente extraclasse. Os educandos ampliaram seus
conhecimentos além de propor muitas ideias que os bolsistas não tínhamos
entendimento, em especial a partir dos relatos de vida e fatos da zona oeste da cidade
que só os moradores conseguem visualizar.
Porém, percebe-se que alguns educandos do período vespertino (fundamental)
não estavam preparados para participar de um Círculo de Cultura. Não estamos
afirmando que eles não têm opinião crítica, mas que comparando os jovens do noturno
que apresentam uma idade mais avançada e mais experiências de vida, percebeu-se que
a atividade trás mais resultados com os educandos do Ensino Médio.
De recursos didáticos utilizamos de colchonetes para que houvesse um maior
conforto dos participantes do Círculo de Cultura, pois o mesmo foi realizado em um
gramado e alguns adolescentes ou jovens poderiam se negar a sentar.
Também utilizamos perguntas norteadoras para encaminhar o Círculo de
Cultura, principalmente no primeiro em que não tínhamos experiência com a atividade,
e como seria o papel de um mediador sem apresentar explicações, mas sim em construir
o conhecimento no decorrer da discussão.
Ainda houve a utilização de uma bola com o intuito de não centralizar a
discussão em um só educando ou deixar os educandos quietos e intimidados. Notamos
que a bola em alguns Círculos foi utilizada corretamente, mas que em outro só serviu
como distração e em certo momento teve que ser retirada da atividade. Entretanto ela só
foi utilizada durante a primeira oficina, contudo, na segunda oficina a mesma não se fez
necessária por conta de um maior interesse com o tema gerador e a participação dos
educandos.
Ao final das duas atividades foi realizada uma confraternização com os
educandos no período vespertino, onde os adolescentes e bolsistas do PIBID levaram
um lanche para partilha e jogaram futebol no gramado onde foram realizadas as
atividades.
Quando foi proposto em reunião aplicar uma atividade desconhecida das que
éramos acostumados, nossa primeira reação foi de insegurança por que Paulo Freire não
trabalhou com adolescentes e jovens e sim com adultos. Mas no decorrer das atividades
foi possível perceber que a dinâmica proposta pode ser agregada como forma de ensinar
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e aprender, saindo da zona de conforto de muitos educadores que não buscam novas
metodologias.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MARINHO, Andrea Rodrigues Barbosa. Círculo de cultura: origem histórica e
perspectivas epistemológicas. 2009. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade
de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. Acesso em: 2016-10-08.
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