Os experimentos acerca do magnetismo culminaram na
descoberta de que a luz consiste em campos elétricos e magnéticos que se alternam rapidamente e viajam pelo espaço na forma dual de ondas e partículas. Isso ultrapassou em muito a física newtoniana, elevando-a para a era da física quântica.
Foi necessário que Einstein afirmasse que não havia um
"éter", e que a luz não precisava deste meio para propagar- se, pois ela pode se manifestar sob a forma de partículas que viajam no espaço vazio. Ele denominou os "pacotes de energia" de quanta de luz, o que originou a denominação física quântica e a descoberta dos fenômenos atômicos.
Os físicos compreenderam que as ondas de luz são ondas de
probabilidades, pois carregam a incerteza de conhecermos ou não sua localização ao observá-la. Dois dos maiores físicos do século XX, Albert Einstein e Niels Bohr, matinham aquecidas discussões filosóficas sobre a mecânica quântica. Por exemplo, onde se situa o elétron em um átomo? Mas não há uma resposta definitiva, apenas uma probabilidade da sur local.
Einstein não podia tolerar essa incerteza e disse a Bohr:
"Deus não joga dados", e assim Bohr respondeu:"Einstein, não diga a Deus o que fazer com os seus dados". A proposição de Einstein gerou debates acalorados entre os físicos quânticos da época. Max Planck era Cristão e considerava a religião e ciência compatíveis, pois, para ele, eram somente diferentes domínios de realidade. Niels Bohr tinha reservas quanto a idéia de um Deus pessoal, e achava o discurso religioso próximo da poesia.
Werner Heisenberg acreditava em uma "ordem central", uma
alma. Ele se relacionava bem com a experiência religiosa e criticava o preconceito em relação à mesma. Segundo Bohr, Paul Dirac era o homem mais estranho a visitar seu instituto, completamente contra o fato de que a ciência e a religião dialogassem.
As concepções de Wolfgang Pauli merecem destaque, pois
acreditava que não havia separação entre ciência e religião. Ele fazia terapia com o psicólogo Karl Jung. Este sentiu-se tão atraído pelos sonhos de Pauli que escreveu a primeira obra alquímica junguiana, "Psicologia e Alquimia", a partir dos relatos oníricos de Wolfgang Pauli. Ficaram amigos, e nas cartas entre Pauli e Jung era claro o seu entusiasmo por uma psicologia quântica.
Eles desenvolveram o conceito junguiano de sincronicidade
apesar de não abordarem o princípio do emaranhamento quântico, pelo fato de Pauli ter falecido em 1958. As propostas de Bell e Aspect, que popularizaram e deram consistência científica ao emaranhamento quântico, só viriam anos mais tarde. Quem criou a matemática: Deus ou o homem? Existem partidários de ambos os lados. Um eminente matemático escreveu: "O homem criou a matemática para idealizar e abstrair elementos do mundo físico". Outros imaginam que a matemática existiria mesmo se nós, humanos, não existíssemos: "Deus criou os números naturais", afirmam.
Embora os matemáticos discutam sobre o papel de Deus e a
fonte da matemática, os cientistas estão mais interessados no porque a matemática é imprescindível para as ciências físicas. Nesta relação íntima entre a ciência e a matemática, os conceitos matemáticos transformam-se obrigatoriamente em inesperadas conexões.
Um dos ramos mais abstratos da matemática é a teoria dos
números. A pesquisa baseada na teoria dos números levou ao avanço na criptografia e nas suas infinitas aplicações. Por exemplo: esse conhecimento é usado para criptografar os números do cartão de crédito quando usamos a internet. Outro caso célebre da conexão entre a ciência e a matemática surgiu quando Albert Einstein estava procurando uma forma matemática para descrever a curvatura do espaço-tempo pela matéria. Ele precisava desenvolver um novo tipo de matemática para completar a sua teoria da relatividade. Depois de muitas tentativas frustrantes, Einstein ficou surpreso ao descobrir que a matemática já existia, na forma curiosa de uma geometria desenvolvida há 50 anos. Quanto mais aprendemos sobre o funcionamento do Universo mais apreciamos a maravilha da Criação e o poder e majestade do Criador. Qualquer verdade que a física ou a ciência descubram nunca poderá contradizer a Verdade de Deus. Nossas tentativas de entender Suas Leis representam a física que pesquisamos. Das forças que mantêm as estrelas até o comportamento das menores partículas subatômicas, a física sempre procura descrever a estrutura oculta do Universo.
Isaac Newton descreveu muito bem as forças da gravidade e
inércia no mundo visível. Em seguida, nas teorias de Albert Einstein, o Universo newtoniano não tinha mais respostas. Einstein redefiniu a matéria, energia e o tempo, que mostraram-se muito mais flexíveis e interrelacionados desde a proposição primordial de Isaac Newton.
Depois, com Max Planck e Niels Bohr, a teoria
quântica vislumbrou as particularidades assombrosas das partículas subatômicas. Este é o lugar onde a presença de Deus é mais surpreendentemente revelada! Quanto mais aprendermos sobre os menores pedaços da Criação, mais conheceremos a grandeza de Deus. Nestas dimensões diminutas a matéria parece ser extremamente edificada.
Há uma realidade complexa subjacente à matéria de
aparência comum. É como se Deus tivesse criado um lindo e intrincado objeto, com estampas de ouro, mas depois cobriu- o com material comum. O lado de fora parece normal e funcional, mas dentro está um tesouro extraordinário. Este tipo de intuição faz-nos refletir sobre a Santa Eucaristia. Sob a aparência do pão comum reside um grande presente para nós: o Corpo de Cristo. Podemos até dizer que Deus se regozija quando "guarda" Seus mistérios no habitual do nosso cotidiano. Afinal, o Verbo se fez carne!
Quem criou o Universo e tornou-se humano para viver
na própria Criação? Jesus foi humilhado e rejeitado pela "camada" superior da sociedade da Sua época. No entanto, através Dele e do Seu Ministério, a maior força universal foi revelada, o amor infinito.
Ironicamente, os físicos modernos ainda estão procurando
uma teoria unificadora que explique tanto a física newtoniana clássica quanto a teoria quântica. O físico e ateu Stephen Hawking dedicou grande parte da sua vida neste esforço en vão. Ele acredita que Deus é uma "ilusão" ao invés de encarar o Universo como um ato criativo de Deus. Hawking acredita que o Universo é o resultado do acaso! Sem Fé e amor, esta é a forma como se interpreta a Criação Divina.
Mas não é possível olhar para uma flor ou ler sobre a
mecânica quântica sem ver a mão de Deus. As menores partes da Criação revelam o quanto Deus nos ama. Ele fez por nós uma obra extremamente complexa e muito bem projetada, na qual Ele é o maior "tesouro" oculto esperando ser descoberto.
Mas Deus não está interessado em "ser descoberto" como
resultado dos nossos experimentos científicos. Ele quer um relacionamento conosco que deve amadurecer e florescer ao longo da nossa vida, para sempre. A ciência e a Fé caminham lado a lado, sem antagonismos. A resposta mais adequada para Einstein seria que Deus joga dados, mas joga dados viciados! Como podemos observar, existe um movimento ininterrupto e atuante, uma lei geral no Universo que dissolve, cria e transforma todas as realidades existentes. Ela cria novidades, imprevisibilidades e diferenças nos nossos átomos com atividade espiritual, os componentes básicos de toda e qualquer realidade física ou anímica que apresenta as características da imaterialidade, indivisibilidade e eternidade.
Na física quântica o mundo físico não existe
objetivamente, pois é criado e gerado no processo do conhecimento. Há uma realidade visível mas não há materialidade. Esses padrões são criados por nós no processo do conhecimento. À medida que observamos "criamos" um padrão e o destacamos do restante e, assim, ele se torna um objeto real. Nesta ótica, estamos continuamente criando nosso mundo e completando o processo criativo de Deus.
Todo o conhecimento vem do observador, como uma espécie
de participação no diálogo com a realidade. Desta forma, aquilo que realmente conhecemos a respeito de Deus é somente a nossa experiência com Deus. O que não fizer parte desta experiência será apenas uma projeção recebida de outrem. Só através das nossas experiências pessoais com Deus é que podemos falar com convicção sobre Ele.
Desta forma, assim como Deus nos criou à Sua imagem e
semelhança, também será como O entendemos: "O olho com que vejo Deus é o mesmo olho com que Deus me vê, pois somos um só".