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John Byl
DEUS
e
COSMOS
John Byl
Primeira edição:
2001
Editora:
The Banner of Truth Trust
Tradução do inglês:
Adelelmo Fernandes Fialho
Revisor:
Antonio Poccinelli
Cooperador:
Luís Christianini
Capa:
Sérgio Luiz Menga
Impressão:
Imprensa da Fé
À Minha Esposa Margaret
“E alegra-te com a mulher
da tua mocidade”
(Provérbios 5:18)
Indice
Prefácio ................................................................................. 11
Prefacio para a Edição em Português..................................... 13
1. AS QUESTÕES BÁSICAS................................................. 15
Reconciliando a Cosmologia e a Biblia......................... 16
Avaliando Modelos Cosmológicos................................. 17
O Papel do Comprometimento Religioso.....................21
Epistemología e Revelação.............................................23
Interpretando a Biblia.....................................................27
A Abrangência da Autoridade Bíblica..........................29
Perspectiva....................................................................... 33
7
Deus e Cosmos
3. COSMOLOGIA MODERNA............................................ 70
Uma Breve História do Big Bang..................................70
Explicando as Observações.............................................78
1. Deslocamento para o Vermelho..........................78
2. Abundâncias de Elementos.................................85
3. As Microondas Cósmicas de Fundo................. 88
Problemas Subseqüentes com o Big Bang....................93
1. Inflação.................................................................94
2. Formação de Galáxia...........................................97
3. Massa Faltante......................................................98
4. Aceleração........................................................... 100
5. Mais Quebra-Cabeças........................................ 102
Premissas Básicas Cosmológicas.................................. 104
O Problema de Verificação........................................... 110
Sumário.......................................................................... 112
8
Indice
9
Deus e Cosmos
9. CONCLUSÕES...................................................................309
Sumário.......................................................................... 309
Observações Finais........................................................ 317
Bibliografia............................................................................. 324
índice de Nomes e Assuntos..................................................... 340
Figuras
10
Prefácio
Recentemente, muito tem sido escrito sobre a relação
entre ciência e religião. Apenas uma bem pequena porção
disto tem sido para tratar específicamente da interação entre
cosmologia e teologia. A vasta maioria dos livros sobre o
assunto pressupõe a validade da cosmologia moderna, e a
partir daí propõe modificações ao cristianismo ortodoxo. As
poucas obras teologicamente conservadoras e criacionistas
geralmente apresentam um foco muito estreito, enfatizando
principalmente desaprovar a cosmologia do Big Bang
(doravante “Big Bang”) ou promover suas alternativas
cosmológicas particulares.
O propósito deste livro é sondar mais abaixo, além das
habituais questões de origens, cavando mais fundo nas áreas
básicas do debate filosófico, e também examinar um número
de questões intimamente relacionadas. A ênfase por um lado
será nas pressuposições teológicas e implicações da moderna
cosmologia e, por outro lado, a importância da Bíblia para a
cosmologia.
Este livro é destinado àqueles interessados em defender a
fé cristã numa era de ciência naturalista. Para que seja acessível
ao leitor comum, não pressuponho qualquer conhecimento
prévio de cosmologia. Embora os modelos cosmológicos
específicos tendam a ser altamente matemáticos, este livro não
contém equações matemáticas.
Sou grato ao meu colega Rick Sutcliffe que leu e criticou
alguns dos primeiros capítulos. Também agradeço a Douglas
Taylor, da Banner of Truth Trust, por suas úteis sugestões.
Sinto-me também obrigado à Trinity University por conceder-
11
Deus e Cosmos
John Byl
Janeiro 2001
12
Prefácio
para a edição em português
13
Deus e Cosmos
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1
As Questões Básicas
Pode ura cristão, vivendo na era espacial continuar
crendo em céu, anjos e vida após a morte, ou teria o conheci
mento científico moderno refutado como ingênuas tais noções
simplistas? E quanto à teoria do Big Bang, teria ela demons
trado a evidência de um Criador, ou lançado dúvidas sobre o
Génesis?
Os cristãos têm sido cada vez mais confrontados com
questões perturbadoras como essas. A finalidade deste estudo
é examinar algumas dessas questões e os problemas escon
dendo atrás de cada uma delas. Nossa investigação nos
conduzirá através dos campos da cosmologia e da teologia.
Cosmologia é a ciência que estuda o universo físico como um
todo (devemos considerá-la como incluindo a cosmogonia, o
estudo da origem do universo); teologia é o estudo de Deus e
Sua revelação.
Como, entre si, se afetam a teologia e a cosmologia? Em
que extensão é a cosmologia afetada pela tendência teológica?
Quais seriam, se é que existem, as conseqüências teológicas
derivadas da cosmologia? Tais questões constituem o foco deste
estudo. Nós nos limitaremos primariamente à teologia cristã,
tomando a Bíblia como fonte primária da revelação divina.
Para os cristãos, é de principal importância saber o que
a Bíblia tem a dizer sobre cosmologia. A Bíblia certamente
parece considerar de modo bem específico a questão da
origem e destino do universo, bem como da existência do
mundo espiritual. Em tempos medievais uma detalhada
15
Deus e Cosmos
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As Questões Básicas
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Deus e Cosmos
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As Questões Básicas
Cari Hempel:
A transição de dados para teoria requer imaginação criativa.
Hipóteses e teorias cientificas não são derivadas de fatos
observados, mas são inventadas para explicar ou justificar os
dados.3
É como se as teorias ao invés de ser-nos dadas pela nature
za, são impostas por nós sobre a natureza; elas não são resultado
do pensamento racional tanto como criações de nossa intuição
irracional.
Enquanto alguém poderia pensar que pesquisas poste
riores acabariam por provar como falsas a maioria dessas
teorias, isso de fato não ocorre facilmente na prática. Uma
teoria favorita, como é o caso da cosmologia do Big Bang, pode
ser sempre preservada da refutação observacional, através de
adequadas adaptações da mesma. Uma teoria que precise ser
escorada por dispositivos ad hoc artificiais (desenvolvidos
específicamente para esquivar ou evitar pontos fracos particu
lares) geralmente não é muito valorizada em termos de
plausibilidade. Apesar disso, não importando quão difícil
possa ser demonstrar como verdadeira uma particular teoria
ad hoc, é ainda mais difícil refutá-la conclusivamente. De
acordo com Imre Lakatos:
19
Deus e Cosmos
20
As Questões Básicas
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Deus e Cosmos
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As Questões Básicas
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Deus e Cosmos
26
As Questões Básicas
Interpretando a Bíblia
27
Deus e Cosmos
15“Scripture in the hand of geologists” (As Escrituras nas mãos dos geólogos),
Westminster Theological Journal, 1987,49, p.303.
16 The Fourth Day (O Quarto Dia), Grand Rapids: Eerdmans, pp. 193-215
30
As Questões Básicas
17 The Fourth Day (O Quarto Dia), Grand Rapids: Eerdmans, pp. 15-16.
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Deus e Cosmos
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As Questões Básicas
Perspectiva
33
Deus e Cosmos
34
2
Um Breve Esboço Histórico
Primeiramente faremos uma rápida revisão da história
da cosmologia. Nosso foco principal estará na cosmologia
medieval, uma combinação deveras ambiciosa de ciência e
teologia. Para estabelecermos uma base será necessário estu
darmos primeiro a cosmologia antiga, particularmente a dos
gregos. Mais tarde examinaremos o declínio da cosmologia
medieval e os subseqüentes desenvolvimentos cosmológicos
até o começo do século vinte.
Cosmologia Antiga
35
Deus e Cosmos
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Um Breve Esboço Histórico
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Deus e Cosmos
Cosmologia Clássica
38
Um Breve Esboço Histórico
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Deus e Cosmos
Redimindo o Fenômeno
40
Um Breve Esboço Histórico
1 Ver N. Max Wildiers, The Theologian and His Universe (O Teólogo e Seu
Universo), New York: Seabury Press, 1982.
41
Deus e Cosmos
42
Um Breve Esboço Histórico
A Cosmologia Medieval
2 Para uma breve visão, ver John Byl, “Instrumentalism: A Third Option”
(Instrumentalismo: Uma Terceira Opção), Journal of the American Scientific
Affiliation, 1985,37, pp.11-18.
43
Deus e Cosmos
A Perfeita Harmonia
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Um Breve Esboço Histórico
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Deus e Cosmos
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Um Breve Esboço Histórico
47
Deus e cosmos
48
Um Breve Esboço Histórico
49
Deus e Cosmos
50
Um Breve Esboço Histórico
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51
Deus e Cosmos
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Um Breve Esboço Histórico
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Deus e Cosmos
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Um Breve Esboço Histórico
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Deus e Cosmos
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Um Breve Esboço Histórico
Conseqüências Teológicas
57
Deus e Cosmos
nos ensina como obter salvação: “As Escrituras nos dizem como
ir para o céu, não como estão indo os céus”. Galileu também
afirmou:
Eu penso que na discussão dos problemas físicos devemos
começar não a partir da autoridade das passagens das Escrituras,
mas a partir de experiências dos sentidos e suas necessárias
demonstrações... nada físico que a experiência sensorial exponha
ante nossos olhos, ou que a necessária demonstração nos prove,
deve ser questionado (menos ainda condenado) sob o testemu
nho de passagens bíblicas que possam ter algum significado
diferente por trás das palavras. Temos que levar em conta, ao
examinar a doutrina de Moisés, que de todo modo evitemos
afirmar... qualquer coisa que contradiga a manifesta experiência
e o raciocínio filosófico ou as outras ciências. Pois toda verdade
deve estar de acordo com todas as outras verdades, assim, a ver
dade das Sagradas Escrituras não pode ser contrária às razões
sólidas e experiências do conhecimento humano.10
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Um Breve Esboço Histórico
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Deus e Cosmos
Cosmologia Pré-Moderna
60
Um Breve Esboço Histórico
Cosmologia Newtoniana
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Deus e Cosmos
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62
Um Breve Esboço Histórico
12 Alexandre Koyre, From the Closed World to the Infinite Universe (Do Mun-
do Fechado ao Universo Infinito), Baltimore: John Hopkins Press, 1957, pp.
274-276.
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Deus e Cosmos
O Universo Dinâmico
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Um Breve Esboço Histórico
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Deus e Cosmos
A Morte do Calor
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Um Breve Esboço Histórico
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Deus e Cosmos
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Um Breve Esboço Histórico
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3
Cosmologia Moderna
Neste capítulo examinaremos teorias da cosmologia
moderna. Como a cosmologia do Big Bang é, de longe, a mais
popular, concentraremos nela o foco de nossa discussão.
Faremos uma revisão de sua história e apoio observacional,
abordaremos seus pontos fortes e fracos, e uma breve análise
de várias alternativas. Na última parte do capítulo examina
remos várias premissas cosmológicas básicas, bem como a
dificuldade delas serem verificadas.
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Cosmologia Moderna
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Deus e Cosmos
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Cosmologia Moderna
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Deus e Cosmos
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Cosmologia Moderna
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Deus e Cosmos
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Cosmologia Moderna
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Deus e Cosmos
Explicando as Observações
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Cosmologia Moderna
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Deus e Cosmos
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Cosmologia Moderna
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Deus e Cosmos
a. Luz Cansada
A interpretação do deslocamento para o vermelho, tendo
o movimento como causa, foi questionada desde o início. Em
1929, o astrônomo Fritz Zwicky já havia proposto, como
causa do deslocamento para o vermelho, a perda de energia da
luz durante sua viagem através do espaço. Uma das vantagens
das teorias da luz cansada é que elas naturalmente predizem
um deslocamento para o vermelho proporcional à distância
viajada, de acordo com a lei de Hubble. O próprio Hubble,
durante toda a sua vida, enfatizou sua preferência pela teoria
da luz cansada em contraposição ao ponto de vista da expan
são, porém ele nunca conseguiu oferecer um mecanismo
plausível para a geração de um tal efeito. Ter-se-ia que expli
car qual o truque para que as unidades de luz, os fótons,
perdessem energia sem contudo se espalharem significativa
mente, ou as imagens das galáxias seriam menos nítidas do
que realmente são.
Recentemente, a teoria da luz cansada tem sido defen
dida por vários astrônomos. Ghosh8 lista vinte possíveis
8 A. Ghosh, “ Velocity Dependent Inertial Induction: a Possible Tired Light
Mechanism”, Apeiron, 1991,9-10, pp.35- 44. Para outros possíveis mecanis
mos veja os artigos de autoria de Kierein, Marmet e Reber, D.F. Crawford,
Fisher e Van Flandern na Bibliografia deste livro.
82
Cosmologia Moderna
9 E A. La Violette, Beyond the Big Bang: Ancient Myth and the Science of
Continuous Creation, Rochester, Vermont: Park Street Press, 1995.
10 G. F. R. Ellis, “Is The Universe Expanding?”, General Relativity and
Gravitation, 1978,9, pp.87-94.
11 J. Krishna Rao, M. Annapurna, “Spherically Symetric Static
Inhomogeneous Cosmological Models”, Pramana, 1991,36, pp. 95-103.
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Deus e Cosmos
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Cosmologia Moderna
2. Abundâncias de Elementos
Um modo de testar a cosmologia do Big Bang é através
de suas predições da abundância relativa dos vários elementos
do universo. Um Big Bang “quente”, com temperaturas extre
mamente altas no seu estado denso inicial, geraria em torno
de 75% de hidrogênio, 25% de hélio-4, e quantidades muito
menores de deutério, hélio-3, lítio-7, e berilo. Elementos mais
pesados são considerados como produzidos em reações
nucleares estelares subseqüentes, que poderiam alterar as
abundâncias dos elementos mais leves.
Medições observacionais mostram que de fato o hidrogê
nio corresponde aproximadamente a três quartos da massa
total, e o hélio a um quarto, com apenas traços de elementos
mais pesados.
Contudo, as precisas predições de núcleo-síntese do Big
Bang dependem fortemente da relação fóton / bárion (bárions
são prótons e nêutrons que formam o volume da matéria
comum) e da densidade de bárions, nenhum dos quais é co
nhecido com precisão. Na prática, então, estes são parâmetros
ajustáveis os quais são determinados através da combinação
das predições teóricas com as abundâncias observadas para um
ou dois elementos.
A dificuldade está em subtrair das densidades observadas
os efeitos da produção estelar de elementos, de modo a poder
determinar a abundância inicial. O deutério é frágil, facilmente
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Cosmologia Moderna
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Cosmologia Moderna
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Cosmologia Moderna
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Deus e Cosmos
1. Inflação
Para resolver esta e outras questões, o conceito de “infla
ção” foi apresentado por Alan Guth. Este conceito surgiu
da consideração de certas “principais teorias unificadas”,
que sugeriam como princípio que, em temperaturas extre
mamente elevadas, as forças nucleares e eletromagnéticas
convergem para uma única força. Tais temperaturas teriam
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Cosmologia Moderna
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Deus e Cosmos
96
Cosmologia Moderna
2. Formação de Galáxias
As flutuações iniciais de densidade decorrentes da infla
ção, e a partir das quais as futuras galáxias teriam sido
formadas, deveriam ter deixado suas marcas no CMBR
(Cosmic Microwave Background Radiation - A Cósmica
Radiação de Microondas). Em 23 de abril de 1992, um tanto
de excitação foi gerada quando, depois de longas buscas,
astrônomos americanos anunciaram que haviam detectado
pequenas variações na CMBR. Isto foi imediatamente inter
pretado como relíquias de estruturas inchadas ou amontoadas
que teriam existido logo após o nascimento do universo. Tal
descoberta foi saudada como decisiva confirmação da teoria
do Big Bang de origem do universo. Como reportado no dia
seguinte no International Herald Tribune, o famoso cosmologista
de Cambridge, Stephen Hawking, exclamou: “Trata-se da
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Deus e Cosmos
3. Massa Faltante
Havia evidência adicional para falta de massa. A densi
dade atual do universo, dividida pela densidade crítica
necessária para fechar o universo, é denominada “Ômega”. A
massa observável do universo leva a um valor Ômega de apro
ximadamente 0,01, um por cento da massa necessária para
fechar o universo. Por outro lado, movimento orbital de alta
velocidade em torno das galáxias, e dentro dos grupos de
galáxias (clusters) implicam na existência de matéria “negra”
ou invisível, correspondente a um valor Ômega de 0,3.38
Inicialmente pensou-se que a matéria negra faltante
consistia de matéria ordinária na forma de pó, buracos negros,
37 Martin Rees, “Ripples from the Edge of Time”, Guardian Weekly, 3 May
1992, p. 11.
38 Peter Coles, “The End of the Old Model Universe”, Nature, 1998,393 (25
de Junho de 1998), p. 741.
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Cosmologia Moderna
39John Horgan, “Universal Truths”, Scientific American, Oct. 1990, pp. 109-
117.
99
Deus e Cosmos
4. Aceleração
Na medida que o universo se expande, a força gravitacional
deveria agir como um freio, reduzindo a taxa de expansão.
Considerando que a imagem ou luz que ora recebemos das
galáxias distantes corresponde a uma época anterior, a taxa de
expansão de então, teria que ser maior que a atual. No entan
to, pesquisas recentes têm mostrado, que a desaceleração da
expansão do universo é muito menor do que o esperado para
A
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Cosmologia Moderna
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Deus e Cosmos
5. Mais Quebra-Cabeças
Mais recentemente os astrônomos observaram um
segundo tipo de radiação de fundo. Situada na região de
infravermelho do espectro, essa radiação, segundo a cosmo
logia Big Bang, deve datar de um período prévio e não visto
do universo - entre a liberação do CMBR e a formação das
mais primitivas galáxias conhecidas, que teria ocorrido apro
ximadamente um bilhão de anos após. George Musser relata
que essa radiação é 2,3 vezes mais brilhante do que a luz
visível do universo.48 Ela implica que o universo é cheio de
enormes quantidades de poeira. Sua fonte de origem ainda
está por ser identificada, porém é presumida como sendo
galáxias distantes. Segundo Musser, o inesperadamente
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Cosmologia Moderna
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Deus e Cosmos
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Cosmologia Moderna
1. Indução
Consideremos primeiro as várias suposições concernentes
à uniformidade. É geralmente presumido que o princípio de
indução é válido, que as leis da física observáveis aqui e agora
são umversalmente aplicáveis. Mais ainda, é comumente
aceito como verdadeiro que explicações sobre estruturas
devem ser dadas em termos dessas leis da física.
Enquanto tais princípios de uniformidade possam
parecer suficientemente razoáveis, eles não são isentos de
problemas. A justificação da indução, na filosofia da ciência,
é um dos problemas ainda a ser resolvido. Como o filósofo
britânico David Hume indicou em 1739, não há nenhuma forte
razão para acreditar nele (no princípio de indução). A indução
não pode ser justificada por observação, desde que o universo
não observado é, por definição, não observado. A indução não
pode também ser justificada pela lógica, desde que não há
razão lógica porque o universo deveria se comportar unifor
memente. Assim, o universo além de nossa experiência pode
ser bem diferente daquilo que podemos esperar.
A indução pode ser a mais simples e mais conveniente
extrapolação. Isso, porém, não garante sua veracidade. Afinal,
como podemos ter certeza de que teorias simples (ou bonitas,
< < < “Contemporary Cosmology and Implications for the Science-Religion
Dialogue”, em J. R. Russel, (ed.),Physics, Philosophy, and Theology: A Common
Questfor Understanding, Vatican City: Vatican Observatory Press, 1988.
105
Deus e Cosmos
2. O Princípio Cosmológico
Uma segunda suposição comumente feita refere-se a uma
característica observacional. O universo ao nosso redor parece
notavelmente “isotrópico”, isto é, ele parece aproximadamente
o mesmo em todas as direções. Uma explicação óbvia é que
nós nos encontramos próximo ao centro de um universo
esféricamente simétrico. Mas tal explicação não agrada os
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Cosmologia Moderna
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Deus e Cosmos
108
Cosmologia Moderna
54 A. Linde etal., “Do We Live in the Centre of the World?”, Physics Letters
B, 1995,345, pp. 203-210.
109
Deus e Cosmos
O Problema da Verificação
no
Cosmologia Moderna
Ill
Deus e Cosmos
Sumário
112
Cosmologia Moderna
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Deus e Cosmos
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Cosmologia Moderna
3. A Necessidade de Pressuposições
Como então haveremos de escolher entre cosmologias
competitivas? Nossa terceira conclusão é que todo e qualquer
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Deus e Cosmos
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4
Cosmologia e Existência de Deus
Qual seria a implicação da existência do cosmos quanto a
existência de Deus? Se a cosmologia Big Bang fosse verdadei
ra, será que isso constituiria uma prova da existência de Deus?
Várias implicações teológicas têm sido desenvolvidas a partir
da cosmologia moderna. Entre tais implicações há um núme
ro de provas para a existência de Deus.
Provas racionais para a existência de Deus remontam pelo
menos à época de Platão. Essas provas podem ser agrupadas
em quatro tipos básicos: o argumento ontológico (do grego
onthos - ser) é baseado na noção de que o próprio conceito de
um Ser absolutamente perfeito exige que tal Ser exista. O
argumento moral, afirma que a existência de uma lei moral
implica na existência de um doador dessa lei moral. O argumen
to cosmológico (do grego cosmos -mundo) postula que deve haver
uma causa anterior para explicar a existência do universo. O
argumento teleológico (do grego telos - desígnio, concepção,
propósito) defende que o aparente desígnio, ou propósito, na
natureza aponta para um designador inteligente.
Virtualmente todos os principais filósofos discutiram pelo
menos algumas dessas provas. Meu principal objetivo não é
fazer um exame detalhado das sutilezas filosóficas envolvidas,
e sim focalizar o papel desempenhado pelos fatores cosmo
lógicos. Assim sendo, considerarei aspectos pertinentes a
apenas os dois últimos tipos de provas: o argumento cosmo
lógico, baseado na evidência que aponta para um começo do
universo, e o argumento teleológico, baseado na evidência que
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Deus e Cosmos
O Argumento Cosmológico
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Cosmologia e Existência de Deus
Os Argumentos Filosóficos
3 Ver H. A. Davidson, Proofs for Eternity, Creation, and the Existence of God in
Medieval Islamic andJewish Philosophy, Oxford: The University Press, 1987,
p. 117-153.
4 The Kalam Cosmological Argument, London: MacMillan, 1979, and
“Philosophical and Scientific Pointers to Creation ex Nihilo” Journal of
the American Scientifi Affiliation, 1980,32, pp. 5-13.
5 The Creation Hypothesis, Downers Grove: Inter Varsity, 1994, pp. 18-23.
119
Deus e Cosmos
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Cosmologia e Existência de Deus
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Deus e Cosmos
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Cosmologia e Existência de Deus
2. Deus e o Futuro
Suponhamos, para finalidade de argumentação, que a
prova contra o infinito real fosse válida. Tal banimento do
conceito de infinito real teria incómodas conseqüências teo
lógicas. Consideremos, por exemplo, a questão de eventos
futuros. A Bíblia, em sua descrição da vida futura, descreve-a
como uma existência temporária, com o rio puro da água da
vida, os frutos maduros de mês em mês, onde os santos rei
narão para sempre (Apocalipse 22:1-5): aparentemente, um
tempo futuro e eterno. Não seria tal visão do futuro excluída
pelos argumentos contra o infinito real dos eventos passados,
os quais implicam que o futuro também deveria ser, de
igual modo, finito?
Craig argumenta que este não é necessariamente o caso. O
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Deus e Cosmos
3. Deus e o Passado
Existem dificuldades adicionais. Os argumentos de Craig
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Cosmologia e Existência de Deus
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Deus e Cosmos
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Cosmologia e Existência de Deus
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Deus e Cosmos
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Cosmologia e Existência de Deus
a. Provas da Singularidade
Os cosmologistas britânicos Stephen Hawking, George
Ellis e Roger Penrose desenvolveram certo número de teore
mas da singularidade que supostamente provam, aplicando a
relatividade geral sob condições razoavelmente gerais, que o
presente universo teve sua origem numa singularidade do
passado. Embora tais teoremas sejam freqüentemente citados
como provas de uma singularidade do passado, eles são
baseados em vários de suposições que restringem o poder ou
extensão dos mesmos. Por exemplo, uma suposição comu-
mente adotada é a de que o universo é bastante homogêneo,
sendo a matéria uniformemente distribuída. Hawking e Ellis,
discutindo seus teoremas da singularidade observam que,
devido às irregularidades locais, é bem possível que nem todo
o universo tenha se originado de uma única singularidade:
129
Deus e Cosmos
b. Física Desconhecida
Um problema subseqüente é que próximo à singulari
dade a pressão e a temperatura teriam sido tão imensas, que a
física convencional não seria aplicável. As atuais teorias
concernentes à matéria não seriam válidas aqui. Várias novas
teorias de física sobre partículas vêm sendo propostas, porém
essas são altamente conjecturais e inverificáveis. Antes disso,
dentro de IO43 segundos após a singularidade, no assim
130
Cosmologia e Existência de Deus
131
Deus e Cosmos
c. As Escalas do Tempo
A própria definição de tempo e sua medida pode ser tam
bém um problema. John Barrow mostra que o intervalo de
tempo de uma singularidade do passado pode ser finito se
medido em tempo próprio, definido como tempo medido por
meio de um relógio em queda livre gravitacional, mas
poderia ser infinito se medido de acordo com alguma outra
definição de tempo.21 Por exemplo, poderíamos conceber um
relógio cujo padrão de tempo fosse a variação na curvatura do
universo. De acordo com Barrow, no tipo mais geral de uni
verso relativista a singularidade do passado é atingida em um
tempo próprio finito porém com um infinito número de
oscilações da curvatura. Então, como determinado pelo
relógio de curvatura, seria necessário um infinito tempo do
passado para se atingir a singularidade inicial. Mesmo se
adotarmos o tempo próprio, ainda assim ficaríamos com um
infinito número de eventos físicos passados - isto é, as sucessi
vas mudanças de curvatura - para registrar.
21 J. D. Barrow, The World Within the World, Oxford: Clarendon Press, 1988,
p.235.
132
Cosmologia e Existência de Deus
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Deus e cosmos
134
Cosmologia e Existência de Deus
a. Universos Oscilantes
A mais primitiva alternativa eterna foi baseada na noção
de que a expansão Big Bang poderia ter sido precedida por
uma contração, ou Big Crunch (doravante Big Crunch, isto é,
grande esmagamento). O Big Crunch teria destruído toda evi
dência de ciclos prévios, exceção feita, possivelmente, a certos
parâmetros gerais tais como a energia e entropia.
Um tal universo eterno e oscilante tem sido defendido
por vários cosmologistas modernos, começando com o astrô
nomo holandês Willem de Sitter, em 1931. Logo tornou-se
evidente, entretanto, que tais modelos mostravam sérias limi
tações. Foi calculado, por exemplo, que cada ciclo produz um
aumento no tamanho máximo do universo, com o necessário
aumento do tempo para completar cada ciclo seguinte. Por
extrapolação, de volta ao passado o ciclo se torna infinita
mente curto num tempo finito. Também, cada ciclo produz
mais radiação. Se a radiação se acumula, então a radiação
observada no presente permite não mais do que uma centena
de ciclos prévios.24 Um resultado similar é também obtido a
partir da termodinâmica: se um número infinito de ciclos
135
Deus e Cosmos
136
Cosmologia e Existência de Deus
137
Deus e Cosmos
138
Cosmologia e Existência de Deus
311. L. Rosenthal, Big Bang, Big Bounce, Berlin: Springer Verlag, 1988.
32 A. Linde, “The Universe: Inflation out of Chaos” New Scientist, 7 March
1985,pp. 14-18.
33 Markov, “Some Problems of Modern Theory of Gravitation”, em The Past
and Future ofthe Universe, Moskow: Nauka, 1989, pp. 11-23, e Linde, “The
Self Reproducing Inflationary Universe”, Scientific American, Nov. 1994,
pp. 48-55.
139
Deus e Cosmos
34 Herman Zanstra, “Is Religion Refuted by Physics or Astronomy?” > > >
140
Cosmologia e Existência de Deus
141
Deus e Cosmos
36 Willem B. Drees, Beyond the Big Bang: Quantum Cosmology and God,
Th.D. Thesis, Rijksuniversiteit Groningen, The Netherlands, 1989, p.26.
37 Penrose, “Difficulties with Inflationary Cosmology”, 1989.
142
Cosmologia e Existência de Deus
38 E. J. Lerner, The Big Bang Never Happened, New York: Times Books, 1991,
pp. 287-291.
143
Deus e Cosmos
144
Cosmologia e Existência de Deus
145
Deus e Cosmos
146
Cosmologia e Existência de Deus
1. Entropia
Se a entropia, a quantidade de desordem no universo, está
sempre crescendo, então o universo tem que ter sido inicial
mente criado em condição organizada, como discutido na
seção precedente. De acordo com Paul Davies:
147
Deus e Cosmos
2. A Taxa de Expansão
A taxa de expansão do universo parece estar em extremo
equilíbrio crítico. Se tal taxa de expansão fosse um pouco
menor, o universo voltaria a implodir em segundos; se fosse
um pouco maior, a formação de galáxias teria sido impossível.
De acordo com os cálculos de John Leslie, para que tais desas
tres pudessem ser evitados a taxa de expansão durante os
primeiros instantes tiveram que ser finamente ajustadas a
uma precisão da ordem de uma parte em IO55.
A taxa de expansão pode ser explicada ou levada em conta
pela inflação, mas tal coisa em si mesma requer uma sintonia
ou ajuste finíssimo: dois componentes de uma constante
cosmológica impelida por expansão anulam uma à outra a um
grau de precisão de uma parte em 1050.
Leslie40
41 estima que, se forças atuantes no universo, como
por exemplo a gravidade e a força fraca do núcleo atômico, se
desviassem de seus valores atuais por uma quantidade tão
ínfima quanto uma parte em 10100, isso já seria suficiente para
desastrosamente pôr um fim à anulação acima mencionado.
3. Os Elementos
Hidrogênio e carbono são elementos essenciais à vida. Pelo
148
Cosmologia e Existência de Deus
4. A Vida
Ajustes finíssimos são necessários não apenas nas condi
ções iniciais e nas forças físicas, mas também na geração de
complexidade, particularmente na vida. Várias estimativas
têm sido feitas para a eventualidade do surgimento da vida.
Barrow e Tipler43 calculam ser a probabilidade de montagem
de um simples gene da ordem de 10109. A probabilidade de
formação ao acaso de um genoma humano, da ordem de
10“i2.oooooo, isto é, uma chance em 1 seguido de doze milhões de
zeros. A partir de probabilidades tão ínfimas eles concluem
que a vida, particularmente a vida humana, deve ser extrema
mente rara no universo. É preciso observar que tais cálculos
não incluíram outros fatores igualmente improváveis como
encontrar as condições favoráveis, num planeta favorável,
adequadamente localizado nas proximidades de uma estrela
favorável.
Esses são apenas alguns exemplos! Muitos fenômenos
similares são citados por Barrow, Tipler e Leslie. Parece que
o universo está precisamente desenhado para ser receptivo
à vida inteligente.
149
Deus E Cosmos
150
Cosmologia e Existência de Deus
151
Deus e Cosmos
b. Múltiplos Domínios
Se o universo for imensamente grande, talvez até mesmo
infinito, então é possível que enormes regiões, efetivamente
fora de vista umas das outras, apresentem propriedades dife
rentes.
152
Cosmologia e Existência de Deus
153
Deus e Cosmos
154
Cosmologia e Existência de Deus
2. Princípios Antrópicos
Para explicar-se o observável ajuste fino de nosso univer
so - de modo não teísta - é preciso não apenas uma multi
plicidade de universos, mas também um efeito de seleção
observacional. Como é que aconteceu que nós nos achamos
num universo favorável à vida? Uma resposta óbvia é que, se
o universo tivesse sido diferente do que ele é, não estaríamos
aqui para observá-lo. Portanto, as propriedades físicas que
observamos são o resultado de um efeito de seleção de
abrangência total. Citando Barrow e Tipler:
155
Deus e Cosmos
156
Cosmologia e Existência de Deus
157
Deus e Cosmos
3. A Teoria do Tudo
Os comentários de Pageis acima citados levantam uma
terceira possibilidade: a de que os valores aparentemente
arbitrários das constantes físicas são de fato ditados por uma
lei mais básica. Pode ser que uma teoria mais fundamental
mostre que as constantes tenham que ter os valores que têm.
Em tal caso, coincidências como as listadas acima transfor
mam-se em necessidades.
Recentemente, esforços foram dirigidos no sentido de
elaborar uma Teoria Ampla Unificada, que unisse as forças
nucleares e eletromagnéticas numa única teoria. Muito
esforço foi também direcionado no sentido de combinar a
relatividade geral e a mecânica quântica numa teoria unificada
de gravidade quântica. Uma tal teoria é necessária em situa
ções onde a densidade matéria-energia é extremamente alta,
tal como se pensa ter sido a situação ocorrida logo após o Big
Bang. As últimas teorias, envolvendo “super-cadeias” multi-
dimensionais tentam fundir todas essas forças numa única
teoria, A Teoria do Tudo (A Theory of Everything - TOE/
158
Cosmologia e Existência de Deus
Mesmo que haja possível apenas uma teoria unificada, ela não
passa de um conjunto de regras e equações. O que é que põe fogo
nas equações e produz um universo que elas possam descrever?
159
Deus e Cosmos
160
Cosmologia e Existência de Deus
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Deus e Cosmos
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Cosmologia e Existência de Deus
Design e Evolução
163
Deus e Cosmos
Conclusões
164
Cosmologia e Existência de Deus
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Deus e Cosmos
166
Cosmologia e Existência de Deus
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Deus e Cosmos
168
Cosmologia e Existência de Deus
169
5
Cosmologia, Vida e Futuro
Até aqui temos nos concentrado primariamente em
questões envolvendo a estrutura passada e presente do
cosmos. Contudo, a questão do futuro do universo é também
de grande interesse para nós. O que teria a cosmologia
moderna a nos dizer com respeito ao futuro?
Num futuro imediato, uma das esperanças da atual socie
dade é estabelecer contato com civilizações extraterrestres.
Portanto, é mister examinar a possibilidade e as implicações
de um tal evento. Mas, e quanto a um futuro remoto? Poderí
amos esperar que a vida humana, ou mesmo qualquer forma
de vida, continue a existir indefinidamente? A maioria dos
cosmólogos é bem pessimista a respeito disso, porém, como
veremos, existem uns poucos que vislumbram cenários mais
otimistas.
Finalmente, de primária importância para nós como
pessoas individuais, é a questão da nossa própria imortali
dade. Mesmo supondo que a vida seja para sempre, isso
representaria conforto limitado para indivíduos que devem
enfrentar a morte e a extinção. E quanto a ciência, será que
ela nos oferece alguma esperança de vida após a morte?
A Vida no Universo
170
Cosmologia, Vida e Futuro
171
Deus e Cosmos
172
Cosmologia, Vida e Futuro
1. Planetas Habitáveis
Quantas estrelas têm planetas? Ninguém sabe. Planetas
ao redor de outras estrelas seriam pálidos demais para pode
rem ser observados diretamente através de um telescópio
situado na Terra. Portanto, as técnicas para detectarmos a
presença de tais planetas teria que ser por via indireta. O
método principal é pela observação e constatação de oscila
ções no movimento de uma estrela, causadas pela atração
gravitacional de algum planeta. De tempos em tempos a
constatação de oscilações tem sido reportada, e a existência
173
Deus e Cosmos
3 James Glanz, “Worlds Around Other Stars Shake Planet Birth Theory”,
Science, 1997,276,pp. 1336-1339.
174
Cosmologia, Vida e Futuro
4 D. S. MacKay et al., “Search for Past Life in Mars: Possible Relic Biogenic
Activity in Martian Meteorite ALH84001”, Science, 1996,273, pp.924-930.
175
Deus e Cosmos
5 F. Hoyle, The Intelligent Universe, New York: Holt, Rinehart and Winston,
1983.
6M. H. Hart, Extraterrestrials- Where Are They?, New York: Pergamon Press,
1982, p. 23.
7Are We Alone: Philosophical Implications of the Discovery ofExtraterrestrial
Life, New York: Basic Books, 1995, p. 28.
176
Cosmologia, Vida e Futuro
4. Matéria Auto-Organizável
Tais pessimistas estimativas foram questionadas pelos
otimistas, os quais alegam que a presente compreensão do
mecanismo de evolução é incompleta. Eles esperam que
desenvolvimentos posteriores provem sua convicção de que a
evolução é muito mais provável do que atualmente se crê.
Afinal, perguntam eles, se vida surgiu aqui, neste planeta
insignificante, porque não também em outro lugar?
Paul Davies argumenta que a origem da vida não foi um
milagre, nem um acidente estupendamente improvável, mas
o inevitável resultado de propriedades de auto-organização da
177
Deus e Cosmos
178
Cosmologia, Vida e Futuro
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Deus e Cosmos
Considerações Teológicas
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Cosmologia, Vida e Futuro
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Deus e Cosmos
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Cosmologia, Vida e Futuro
183
Deus e Cosmos
Daí segue que, como os ETs, bem como os anjos, não são
descendência de Adão e portanto não compartilham nem de
sua natureza nem de seu pecado, o sacrifício de Cristo é de
nenhum proveito para eles. A singularidade da encarnação de
Cristo implica na singularidade também do homem como
única criatura a ser salva deste modo das consequências de
sua pecaminosidade. E claro, não é daí que podemos deduzir
a inexistência de ETs, mas podemos excluir sua possível
redenção através da encarnação de Cristo.
A noção de espécies não redimidas não é sem preceden
tes. De outra espécie conhecida de seres inteligentes - anjos -
nós sabemos pela Bíblia que não há redenção para aqueles anjos
que caíram. Mesmo para os homens que caíram, a redenção é
184
Cosmologia, Vida e Futuro
3. A Singularidade do Homem
Mesmo se o argumento de Davis fosse válido, isso ainda
implicaria em que o homem está numa relação especial com
Deus, pois entre todas as possíveis criaturas, Cristo escolheu
assumir a natureza humana, específicamente. Isso nos leva a
um argumento adicional contra ETs - a posição especial do
homem no universo. De acordo com Gênesis, capítulo 1, só o
homem foi feito à imagem de Deus, e só o homem foi desig
nado para ter domínio sobre a criação. Mesmo as estrelas,
foram criadas primariamente para servir como luz e sinal para
os homens. Finalmente, ao fim dos tempos, Cristo retorna à
Terra, a habitação do homem, para julgar vivos e mortos. Os
homens julgarão os anjos (I Corintios 6:3). A Nova Jerusalém
desce do céu à terra. Tudo isto reforça o lugar especial do
homem na criação de Deus.
Então, na extremamente improvável eventualidade de
que seres inteligentes existam em outros planetas, podemos
concluir que, com base na narrativa bíblica sobre a salvação,
ou eles não decaíram da graça ou, se decaíram, para eles não
há redenção, assim como não há para os anjos caídos.
185
Deus e Cosmos
Conclusões
186
Cosmologia, Vida e Futuro
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Deus e Cosmos
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Cosmologia, Vida e Futuro
19 The First Three Minutes, New York: Bantam Books, 1979, p. 144.
189
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Cosmologia, Vida e Futuro
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Deus e Cosmos
22 F. Dyson, Infinite inAll Directions, New York: Harper & Row, 1988, pp. 107-
115.
192
Cosmologia, Vida e Futuro
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Deus e Cosmos
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Cosmologia, Vida e Futuro
Conclusões
195
Deus e Cosmos
196
Cosmologia, Vida e Futuro
197
6
Os Estranhos Deuses
da Cosmologia Moderna
Duas áreas de principal interesse da religião são a nature
za de Deus e o que isso significa para a vida após a morte. Nos
capítulos precedentes discutimos as implicações decorrentes
da cosmologia moderna no que concerne à existência de Deus.
Lá notamos que, na melhor das hipóteses, a evidência pode
sugerir um Designer (Autor do design) ou Causador Princi
pal, um ser deísta muito limitado, se comparado ao Deus da
Bíblia. Agora examinaremos uma seleção dos deuses que têm
sido construídos para se encaixar em diversos modelos
cosmológicos. Até que ponto isso pode ser reconciliado com o
cristianismo tradicional? Em particular, ocupar-nos-emos em
comparar os deuses modernos com o Deus da Bíblia e investi
gar que tipo de esperança eles poderiam oferecer no que tange
à imortalidade individual.
198
Os Estranhos Deuses da Cosmologia Moderna
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Deus e Cosmos
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Os Estranhos Deuses da Cosmologia Moderna
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Deus e Cosmos
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Os Estranhos Deuses da Cosmologia Moderna
203
Deus e Cosmos
Dyson escreve:
A mente é paciente. A mente esperou por três bilhões de anos
antes de compor seu primeiro quarteto de cordas. E talvez tenha
que esperar outros três bilhões de anos antes que se espalhe por
toda a galáxia.1
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Os Estranhos Deuses da Cosmologia Moderna
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Deus e Cosmos
Deuses Autocausados
206
Os Estranhos Deuses da Cosmologia Moderna
Já vimos que a vida não pode ter sido originada aqui na terra.
Não parece que a evolução biológica pode ser explicada de den
tro de uma teoria de vida estritamente terrena. Genes vindos de
fora da térra são necessários para dirigir o processo evolutivo...
Um entendimento próprio da evolução requer que o ambiente,
ou as variações nas quais ele opera, ou ambos, sejam inteligen
temente controlados,n
207
Deus e Cosmos
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Os Estranhos Deuses da Cosmologia Moderna
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Os Estranhos Deuses da Cosmologia Moderna
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Os Estranhos Deuses da Cosmologia Moderna
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Os Estranhos Deuses da Cosmologia Moderna
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Os Estranhos Deuses da Cosmologia Moderna
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Os Estranhos Deuses da Cosmologia Moderna
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Os Estranhos Deuses da Cosmologia Moderna
Conclusões
225
7
A Bíblia sobre Cosmologia
O que diz a Bíblia a respeito do assunto de cosmologia?
Neste capítulo examinaremos o ensinamento bíblico sobre
Deus e Sua criação, e como um se relaciona com o outro.
Várias questões específicas relacionadas diretamente à
cosmologia serão de particular interesse. Finalizaremos com
uma abordagem da cosmologia Big Bang vista sob o prisma
das Escrituras.
226
A Biblia sobre Cosmologia
Deus é Espírito
A Bíblia nos diz que “Deus é Espírito” (João 4:24). Isso
significa, primeiro, que Deus não depende da matéria: “um
espírito não tem carne nem ossos” (Lucas 24:39). Deus tem
uma natureza substancial toda própria, e distinta do mundo
físico. Ele é imaterial. Ele é também invisível aos sentidos
corporais: “O Deus invisível” (Colossenses 1:15). A idéia de
espírito inclui também o fato de que Ele é vivo: “O Deus
vivo” (ÀfízfôMS 11:16) e de que Ele é uma pessoa, um Ser
autoconsciente e autodeterminante: “Eu sou o que Sou”
(Êxodo 3:14; ver também Romanos 9:11).
Deus é Infinito
A infinitude de Deus refere-se a ausência de vínculos que
o prendam: Ele é livre de todas as limitações. Ele de nenhum
modo é limitado ou confinado ao universo. Deus é absoluta
mente perfeito, sem defeitos: “sede vós pois perfeitos, como
perfeito é o vosso Pai que está nos céus” (Àfufôus 5:48). Sua
grandeza não conhece limites: “Sua grandeza é inescrutável”
(Salmos 145:3). Deus é também perfeitamente sábio, verda
deiro, bom, santo e justo.
A infinitude de Deus é, além disso, manifesta em Sua
eternidade, a qual não é presa ao tempo: “de eternidade a eter
nidade, tu és Deus” (Salmos 145:3); e Sua imensidão, a qual
não tem limitação espacial.
Deus é Onipresente
A Bíblia retrata Deus como onipresente. Ele transcende
todas as limitações espaciais e ainda assim é presente em cada
ponto do espaço: “Ainda que não está longe de cada um de
nós; porque nEle vivemos e nos movemos, e existimos” (Atos
17:27-28). Ou “Esconder-se-ia alguém em esconderijo, de
modo que eu não o veja?”, diz o Senhor. Porventura não
encho eu os céus e a terra? (Jeremias 23:24).
227
Deus e Cosmos
Deus é Onisciente
O conhecimento de Deus é completo e perfeito. “Deus...
conhece todas as coisas” (ljoão 3:20). Isso inclui todos os even
tos: “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando
os maus e os bons.” (Provérbios 15:3). Isso cobre também o
conteúdo de nossas mentes e corações: “O Senhor conhece os
pensamentos do homem” (Salmos 94:11); “O Senhor olha para
o coração” (1 Samuel 16:7); “Porque esquadrinha o Senhor
todos os corações, e entende todas as imaginações do pensa
mento” (1 Crônicas 28:9).
O conhecimento de Deus inclui todo o futuro: “Eis que
as primeiras coisas passaram, e novas coisas eu vos anuncio, e
antes que venham à luz vo-las faço ouvir” (Isaías 42:9); “Que
228
A Bíblia sobre Cosmologia
Deus é Onipotente
Na Bíblia fica abundantemente declarado que Deus é todo-
-poderoso: “Tudo o que o Senhor quis, Ele o fez, nos céus e na
terra” (Salmos 135:6); “A Deus tudo é possível” (Mateus 19:26);
“O Senhor Deus todo-poderoso reina” (Apocalipse 19:6). Nada
acontece por acaso: “A sorte se lança no regaço, mas do Senhor
procede toda a sua disposição” (Provérbios 16:33).
O Senhor é um Deus de ordem, não de confusão (1
Corintios 14:33). Ele tem estabelecido limites e ordenanças
para Suas criaturas (Jó 38:41; Jeremias 33:25). Deus, em Seu
infinito poder e sabedoria decretou que certas regularidades
sejam mantidas. Ele tem estabelecido uma estrutura de leis
para Sua criação. E esta atividade regular e sustentadora de
Deus em Sua criação que torna possível a ciência. No caos não
pode haver ciência; e somente um universo que obedece a
padrões regulares pode ser observado, discernido e usado como
base para previsões.
Contudo, Deus não limita Suas ações a regularidades:
Ele também realiza milagres. Eles não devem ser vistos
como intervenção divina num mundo que doutra forma
seguiria seu próprio curso, pois Deus continuamente sus
tenta Sua criação. Em vez disso, leis e milagres devem ser
consideradas como manifestações regulares e irregulares da
vontade de Deus. O principal propósito dos milagres é
demonstrar o poder onipotente de Deus: “a ti te foi mostrado,
para que soubesses que o Senhor é Deus; nenhum outro
há senão Ele” (Deuteronômio 24:35). Milagres não são realiza
dos somente por Deus, diretamente, mas também através dos
profetas (por exemplo, Elias e Eliseu) e os discípulos de
Cristo; bem como por anjos (João 5:4; Atos 5:19) e espíritos
229
Deus e Cosmos
A Doutrina da Criação
230
A Bíblia sobre Cosmologia
O Propósito do Universo
Deus fez todas as coisas para serviço do homem, para que
o homem, por sua vez, pudesse usá-las para servir a Deus. O
homem é o centro da criação; a ele foi dado domínio sobre ela
(Gênesis 1:28). Contudo o homem deve exercer tal domínio
como mordomo, servindo e glorificando a Deus. O propósito
231
Deus e Cosmos
232
A Bíblia sobre Cosmologia
Criação contínua
Em tempos mais recentes muitos teólogos têm trocado
creatio ex nihilo por creatio continua (latim para “criação contí
nua”). Assim, por exemplo, Barbour afirma que criatio ex nihilo,
particularmente se associada com um começo absoluto, é
um conceito não bíblico.1 Ele sustenta que a idéia de criação
“no começo” nasceu de idéias como o pacto e a providência.
Além disso, enquanto a criação ex nihilo possa se encaixar no
universo estático da cosmologia medieval, o universo moder
no é dinâmico e evolui. Está ainda incompleto, e em processo
de criação. A vinda à existência da vida a partir da matéria é
vista por Barbour como tão representativa da criação divina
como a produção primária de matéria a partir do nada. Barbour
combina criação contínua com providência e minimiza creatio
ex nihilo. Ted Peters, também, embora defenda criatio ex nihilo,
em oposição a Barbour, concorda com a importância de criatio
continua. De acordo com Peters, a obra criativa de Deus ainda
não está completa: “Nós hoje nos achamos ainda em algum
ponto dentro dos seis primeiros dias”.12
Ora, devemos afirmar, é claro, que Deus sustenta conti
nuamente o universo. Se assim não fosse, o universo deixaria
de existir. Mas a Bíblia fala claramente da criação como sendo
um evento passado. No final do sexto dia, “Viu Deus tudo
quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gênesis 1:31).
Foi após estar completada a criação que a queda do homem
ocorreu, com a resultante maldição sobre a criação. Noutro
lugar, igualmente, os seis dias são também referidos como um
evento passado-. “Em seis dias fez o Senhor o céus e a terra, e
ao sétimo dia descansou, e restaurou-se” (Êxodo 31:17).
Assim, criatio continua, com sua noção de que o universo está
ainda em evolução para cima, carece de apoio bíblico.
1 Ian G. Barbour, Issues in Science and Religión, New York: Harper, 1971,
p.384.
2 Ted Peters (ed.), Cosmos as Creation, Nashville, Abingdon Press, 1989, p. 96.
233
Deus e Cosmos
A História do Universo
Eventos da Criação
A Bíblia ensina que Deus, em seis dias, criou o cosmos a
partir do nada. Vamos fazer um breve resumo da obra realiza
da nos primeiros quatro dias, na medida que se relaciona com
cosmologia.
PRIMEIRO DIA
“No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem
forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito
de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: haja luz.
E houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separa
ção entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e as trevas
chamou Noite. E foi a tarde e a manhã o dia primeiro” (Gênesis
1:1-5).
234
A Bíblia sobre Cosmologia
4 Kelly, Creation and Change, Tain, Ross-shire: Mentor, 1997, p. 204; Morris,
The Remarkáble Birth ofPlanetEarth, Minneapolis: Dimension Books, 1972.
5 Starlight and Time, Colorado Springs: Master Books, 1994, p.76.
235
Deus e Cosmos
236
A Biblia sobre Cosmologia
QUARTO DIA
“E disse Deus: haja luminares na expansão dos céus, para se
paração entre o dia e a noite; e sejam para sinais e para tempos
determinados, e para dias e anos. E sejam para luminares na
expansão dos céus, para alumiar a terra, e assim foi. E fez Deus
os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia
e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E
Deus os pôs na expansão dos céus para alumiar a terra, e para
governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as
trevas. E viu Deus que era bom” (Gênesis 1:14-19).
237
Deus e Cosmos
238
A Bíblia sobre Cosmologia
239
Deus e Cosmos
Escatologia
Através da obra de Cristo - Sua encarnação, morte e
ressurreição - a salvação tornou-se possível ao homem. Deus,
através de Cristo, reconcilia conSigo mesmo todas as coisas,
tanto as que estão na terra como as que estão no céu (Colossenses
1:19-20). Ora, a criação ainda continua gemendo com dores de
parto, porém eventualmente ela será libertada da escravidão à
decadência (Romanos 8:19-20). Ao fim desta era Cristo virá
julgar todos os homens, e determinar o destino eterno de cada
um (Apocalipse 20:11 -15).
Os últimos dias serão marcados por dramáticos sinais
celestiais, envolvendo o sol, a lua e as estrelas, como mencio
nado anteriormente. Depois disso o primeiro céu e a primeira
terra passarão, e haverá um novo céu e uma nova terra
(Apocalipse 21:1). “Porque eis que crio céus novos e terra nova;
e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se re
cordarão” (Isaías 65:17). Então a cidade santa, a nova Jerusa-
240
A Bíblia sobre Cosmologia
lém descerá do céu, e Deus habitará nela com Seu povo para
sempre (Apocalipse 21:2-3).
O apóstolo Pedro tem mais a dizer a respeito da destrui
ção dos céus:
A Data da Criação
O que nos diz a Bíblia com respeito à idade do mundo?
Nos tempos mais recentes, esta tem sido uma questão bastante
contenciosa. Entretanto, não foi sempre assim. Até poucas
centenas de anos atrás a visão cristã praticamente universal era
a de que o mundo teria apenas alguns milênios de idade. Era
amplamente concordado que a Bíblia falava muito claro a esse
respeito: Gênesis, capítulo 1, fala de uma criação de seis dias,
com a luz sendo criada no primeiro dia, e objetos celestes no
quarto dia. As genealogias de Gênesis, capítulos 5 e 11, e outros
dados bíblicos, situam a criação de Adão no sexto dia em
mais ou menos 4.000 anos a.C.
241
Deus e Cosmos
242
A Bíblia sobre Cosmologia
243
Deus e Cosmos
19 Ri hard Niessen, “A biblical approach to dating the earth: a case for use of
Genesis 5 and 11 as an exact chronology”, Creation Research Society Quarterly,
1982,79, pp. 60-66; C. G. Ozane, The First Seven Thousand Years: A Study in
Bible Chronology, New York: Exposition Press, 1970.
20 Creation and Change.
244
A Bíblia sobre Cosmologia
O Mundo Espiritual
Anjos
O mundo celeste é o lugar de habitação não apenas de
Deus, que é Espírito (João 4:24), mas também dos anjos. A
função dos anjos é adorar a Deus (Apocalipse, capítulo 4),
executar a vontade de Deus (Salmos 103:20), e ministrar aos
crentes (Hebreus 1:14).
Os anjos não existiram sempre, porém foram criados:
“Louvai-o, todos os seus anjos... pois mandou e foram cria
dos” (Salmos 148:2,5). Aparentemente sua criação se deu antes
que a terra fosse feita - “Onde estavas tu quando Eu fundava
a terra?... Quando as estrelas da alva juntas alegremente
cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam” (Jó 38:4,7)?
- mas dentro da semana da criação (Gênesis 1:1; 2:1).
Esses seres espirituais são normalmente invisíveis, “Pois
um espírito não tem carne nem ossos” (Lucas 24:39). Anjos
são parte da criação invisível mencionada em Colossenses 1:16.
Contudo, Deus, algumas vezes, abre nossos olhos para que
245
Deus e Cosmos
Céu
Na Bíblia a palavra “céu” tem vários significados. O
primeiro céu é a atmosfera, e não há dúvida quanto a isso
em passagens como Gênesis 7:11 e 7:14. O segundo céu se
refere ao espaço celestial, onde estão os planetas, as estrelas e
as galáxias.
Depois, há o terceiro céu, aonde o apóstolo Paulo foi
arrebatado (2 Coríntios 12:2) e o qual ele também chamou de
“paraíso”. Este é o lugar da habitação de Deus (Salmos 11:4) e
de seus anjos (Marcos 13:32). É também o destino final de
todos os crentes, que esperam ter no futuro “uma herança
incorruptível, incontaminável, e que não pode murchar,
guardada no céu para vós” (1 Pedro 1:4). Os redimidos serão
ressuscitados com corpo espiritual, em vez de corpo físico
(1 Coríntios 15:44). Esse corpo espiritual terá as qualidades de
incorruptibilidade, glória, poder e imortalidade (1 Coríntios
15:42-44). Nossos corpos ressurretos serão como o de Cristo
(Filipenses 3:21). O Cristo ressuscitado tinha um corpo em certo
sentido semelhante ao nosso corpo físico, contudo, bem
246
A Bíblia sobre Cosmologia
Céu e Espaço
Como é o lugar de Deus relacionado com o lugar do
homem? A Bíblia deixa muito claro que os mundos físico e
espiritual não são isolados entre si, mas, em vez disso, são
estreitamente relacionados.
O mundo espiritual não é uma mera abstração, mas
possui um aspecto espacial concreto. A descrição física sugere
que o céu espiritual é um universo paralelo ao universo físico.
Embora o céu seja normalmente invisível ao homem, ele
às vezes é aberto (ver, por exemplo, Ezequiel 1:1, Marcos 1:10,
2 Reis 6:17) de modo que o homem possa ter uma breve idéia
das coisas celestiais. “E vereis o céu aberto, e os anjos de Deus
subirem e descerem sobre o Filho do homem” (João 1:51).
Nós somos informados de que Miguel e seus anjos luta-
247
Deus e Cosmos
vam no céu contra satanás e seus anjos, tendo este sido derro
tado, “nem mais o seu lugar se achou nos céus” {Apocalipse
12:7,8). Anjos, tanto como espíritos, ocupam um lugar no céu
e podem ser deslocados. Cristo subiu de Jerusalém para o céu,
onde foi recebido, e agora assenta-se à mão direita de Deus, e
do mesmo modo que foi Ele voltará. A visão celestial de João
descreve Deus sentado num trono, cercado de anjos, anciãos e
santos. De novo, nos é dado uma visão espacial. Apocalipse,
capítulo 21, nos fala da Nova Jerusalém descendo do céu de
Deus à terra: no futuro céu, o lugar de Deus e o lugar do
homem serão unicamente um. A nova Jerusalém é vista não
como uma cidade terrena transformada, mas como uma que
se origina no céu e é suspensa sobre a terra. Como tal, ela não
parece ser não-espacial, e sim, swper-espacial, transcendendo
nosso espaço físico tridimensional.
A luz destas considerações, muitos autores têm especu
lado que talvez os mundos físico e espiritual devam ser
considerados como sendo, em certo sentido, partes de um mais
elevado espaço multidimensional. Esta idéia será melhor
investigada no próximo capítulo.
Céu e Tempo
O céu não é um lugar onde tempo não existe. Eventos
ali acontecem numa sequência no tempo: há o “antes” e o
“depois”. Anjos são criados, alguns se rebelam e são depois
expulsos; em certo tempo, anjos se apresentam diante de Deus
{Jó 2:1). Cristo em Seu corpo humano, embora ressurreto, e as
almas daqueles que partiram entram no céu; no céu há atos
temporais tais como oração, fala, cântico, dedilhar de harpas
{Apocalipse 5:8-12), e até mesmo meia hora de silêncio
{Apocalipse 8:1). De fato, o tempo terrestre e o tempo celeste
parecem estar em estreita correlação: eles parecem estar
ambos sincronizados pelo mesmo relógio divino. Okke Jager,
num estudo extensivo sobre tempo e eternidade conclui que,
248
A Bíblia sobre Cosmologia
Tempo e Eternidade
Como está a eternidade de Deus relacionada com o
tempo? Deveria esta ser relacionada com o tempo eterno
ou com a intemporalidade?
A questão do relacionamento entre tempo e eternidade
causa perplexidade. Como criaturas finitas e presas ao tempo
22 Het Eeuwige Leven: Met Name in Verband met de Verhouding van Tijd en
Eeuwigheid, Kampen: Kok, 1962, p. 511.
249
Deus e Cosmos
250
A Bíblia sobre Cosmologia
251
Deus e Cosmos
24 Ver J. A. Seiss, The Gospel in the Stars, 1882, rept. Grand Rapids: Kregel,
1972, and K. C. Fleming, God’s Voice in the Stars, Zodiac Signs and Gospel
Truth, Neptune, N. J.: Loizeau Brothers, 1981.
252
A Biblia sobre Cosmologia
253
Deus e Cosmos
254
A Bíblia sobre Cosmologia
A Estrela de Belém
Alguém poderia perguntar: se Paulo refere-se a um tão
claro evangelho nas estrelas, porque outros escritores do tem
po de Paulo não fizeram menção disso? Contudo, pode ser
que haja indicação adicional de que as constelações comuni
cam uma mensagem mais profunda. Considere a história da
estrela de Belém. Quando os magos chegam a Jerusalém eles
perguntam: “Onde está aquele que é nascido rei dos judeus?
Porque vimos a sua estrela no oriente e viemos a adorá-lo”
(Mateus 2:2). Como poderiam eles saher que a estrela signi
ficava o nascimento do rei dos judeus? Não há qualquer
evidência de que eles tivessem recebido revelação direta
sobre isso. Pelo contrário, parece que eles deduziram, pura
mente através de sinais celestes, o nascimento de um novo e
importante rei judeu. Em tal caso, eles devem ter atribuído
significado a eventos celestes que tinham para eles pelo
menos algum grau de verdade.
Há muita especulação sobre a identidade da estrela de
Belém. As três explicações naturalistas mais populares são a
de que teria sido um cometa, uma supernova, ou a conjunção
dos planetas Júpiter e Saturno. Todavia, nenhuma destas
propostas faz justiça ao relatado comportamento da estrela:
255
Deus e Cosmos
256
A Bíblia sobre Cosmologia
257
Deus e cosmos
“E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que
tinham visto no oriente, ia adiante deles, até, chegando, se deteve
sobre o lugar onde estava o menino. E, vendo eles a estrela,
alegraram-se muito com grande alegria” (Mateus 2: 9-10).
258
A Bíblia sobre Cosmologia
O Tamanho do Universo
259
Deus e Cosmos
29 Astronomy and the Bible, Grand Rapids: Baker Book House, 1989, p.57.
260
A Bíblia sobre Cosmologia
Um Universo Expandido?
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A Bíblia sobre Cosmologia
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Deus e Cosmos
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A Bíblia sobre Cosmologia
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Deus e Cosmos
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A Bíblia sobre Cosmologia
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Deus e Cosmos
Implicações
Os cristãos, numa tentativa de reconciliar a cosmologia
Big Bang com a Bíblia geralmente se limitam às questões de
origem. O reconhecimento da escatologia bíblica, bem como
da existência de elementos espirituais e sobrenaturais no
mundo, implica em que o principal da cosmologia Big
Bang seja abandonado.
A Bíblia dá poucas informações específicas sobre a ori
gem de objetos astronômicos. Contudo, no que tange à
astronomia, parece relativamente fácil fazer com que a Bíblia
e a cosmologia Big Bang concordem. Apenas ter-se-ia que
ajustar os dias da criação quanto à sua natureza, duração em
tempo, e seqüência ou ordem de criação.
Embora tais alterações pareçam pequenas e inofensivas,
há mais questões de cerne envolvidas do que se percebe à
primeira vista.
Primeiro, forçar os textos bíblicos para que sejam harmo
nizados com a teorização científica reflete uma epistemología
que dá mais peso e importância à teorização científica do que
à Palavra de Deus. Aqueles que advogam concordância entre
o Gênesis e a cosmologia Big Bang freqüentemente aderem
à uma teoria de dupla revelação. Hugh Ross por exemplo
argumenta que:
268
A Bíblia sobre Cosmologia
269
Deus e Cosmos
Conclusões
Sumariando, já temos discutido um número de ensina
mentos bíblicos sobre a natureza de Deus e a criação. Agora
enumeraremos algumas das conclusões principais.
A Bíblia menciona muito pouco sobre a presente
270
A Bíblia sobre Cosmologia
271
8
Cosmologias Bíblicas
No capítulo anterior vimos que a cosmologia Big Bang
não se concilia facilmente com as Escrituras. Seria possível - e
desejável - construir modelos cosmológicos mais harmônicos
com a Bíblia? Essas questões serão focalizadas no presente
capítulo.
Como observado anteriormente, a Bíblia tem pouco a
dizer sobre a presente estrutura física do universo. Ela não
conflita com nenhuma das observações astronômicas corren
tes. Os problemas surgem quando passamos do campo das
observações para o campo das teorias. Os dados cosmológicos
observacionais disponíveis podem ser interpretados de vários
modos diferentes; a cosmologia moderna oferece uma grande
variedade de modelos visando explicar as observações astro
nômicas. A abordagem, bem como a escolha de modelos
cosmológicos tem mais a ver com prévias tendências filosó
ficas e religiosas do que com a pura observação e a lógica
dedutiva. Uma abordagem cristã deve ter como ponto de
partida que as teorias científicas sejam construídas visando
coerência com dados bíblicos.
A entrada de dados fornecidos pela Bíblia à cosmologia é
primariamente relacionada com o assunto de origens, mundo
espiritual, e o futuro. Com relação ao futuro, como os céus e a
terra serão renovados por meios sobrenaturais, haverá apenas
uma limitada continuidade natural entre esta era e a próxima.
Portanto, é impossível construir um modelo cosmológico ade
quado para o futuro distante. Tudo o que se pode dizer é que
272
Cosmologias Bíblicas
Universos Jovens
273
Deus e Cosmos
1 “The Velocity of Light and the Age of the Universe”, ExNihilo, 1981,4, No.
1, pp.38-48, e No. 3, pp. 56-81.
2 “Physical Constants and the Evolution of the Universe”, mencionado na
pagina 84.
274
Cosmologias Bíblicas
3 Trevor Norman e Barry Setterfield, The Atomic Constants, Light and Time,
Flinders University, Australia, 1987.
275
Deus e Cosmos
276
Cosmologias Bíblicas
2. Retardo do Tempo
Outra possibilidade é a de que o tique-taque do relógio
da terra seja mais lento do que o de qualquer outro lugar no
universo. Este efeito é conhecido como retardo do tempo. De
acordo com a teoria da relatividade geral, a taxa com que um
relógio marca o tempo, depende do movimento do relógio e
do campo gravitacional local. Será que, pelo retardo do
tempo, a luz das galáxias distantes teria viajado distâncias
equivalente a bilhões de anos-luz num tempo, digamos, de
apenas uns poucos anos terrestres?
Um método de indução de retardo do tempo é através da
expansão. Galáxias distantes, afastando-se de nós em altas
velocidades, teriam sua luz deslocadas para o extremo verme
lho do espectro. Isso corresponde a um aparente retardamento
dos relógios de tais galáxias. Na medida em que a velocidade
4Verp. 102
277
Deus e Cosmos
278
Cosmologias Bíblicas
279
Deus e Cosmos
280
Cosmologias Bíblicas
$9
281
Deus e Cosmos
4. Criação Amadurecida
Então, parece difícil a uma cosmologia criacionista evitar
pelo menos algum grau de criação amadurecida. E geralmen
te necessário assumir, por exemplo, que estrelas não foram
formadas através de um longo processo natural, mas foram
criadas virtualmente de um modo instantâneo e miraculoso.
Uma estrela criada como uma unidade teria que ter suas
várias partes em apropriada relação gravitacional, térmica e
radioativa, do contrário tal estrela não podería se manter está
vel. A luz na superfície da estrela não seria originada do inte
rior da estrela, como pressupõe as teorias de evolução estelar.
Ao invés, tal luz teria sido criada na superfície, durante o curso,
e poderia ser interpretada como tendo uma aparente história
antecedente.
Considerações similares se aplicam a uma galáxia inteira,
criada como uma unidade em forma amadurecida. Ela teria
282
Cosmologias Bíblicas
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Cosmologias Bíblicas
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Deus e Cosmos
d. Ilusão Divina
A maior objeção contra uma criação amadurecida é que
ela implica em ilusão (ou fraude) da parte de Deus. Assim,
Van Till, por exemplo, escreve:
288
Cosmologias Bíblicas
289
Deus e Cosmos
290
Cosmologias Bíblicas
Resumo
Concluindo, embora fique claro ser possível construir
várias cosmologias criacionistas, deve-se reconhecer que a
maioria desses modelos são do tipo ad hoc, não foram devida
mente elaborados em detalhe, e freqüentemente têm poucas
implicações observacionais distintas. Assim, é pouco prová
vel que sejam úteis para convencer os céticos.
Quase todos os modelos criacionistas, enfim, se baseiam
no conceito de criação amadurecida. Enquanto tal noção seja
lógica e observacionalmente inatacável, ela apresenta uma
notável deficiência científica. Ela tem muito pouco a ofere
cer quanto a explicações detalhadas para aspectos específicos
de observações astronômicas, a não ser afirmar que esse é o
modo como Deus fez as coisas. Nesse sentido, a cosmologia
Big Bang, com todas as suas deficiências, pelo menos tenta
desenvolver uma explicação coerente para vários aspectos
observacionais.
Afinal, a questão essencial deve ser a de confiabilidade
de um modelo cosmológico, em vez de abrangente, porém
ilusório, poder de explicação. Nosso objetivo final não é a
mera construção de detalhadas teorias explanatórias que se
enquadrem no critério subjetivo que decide o que é ou deixa
de ser “científico”, e sim, uma realista descrição da história
passada. Em resumo, as cosmologias criacionistas, a despeito
de suas deficiências, estão em harmonia com os fatos divina
mente revelados, enquanto que a cosmologia Big Bang
não está.
291
Deus e Cosmos
Modelos Geométricos
Modelos Geocêntricos
Diversos cosmologias localizam a terra no centro ou pró
xima ao centro do universo. Isso, como já vimos, é coerente
com dados bíblicos, mas não necessáriamente exigido por eles.
É também coerente com a isotropia observada do universo, e
como tal, é uma viável alternativa ao princípio cosmológico,
o qual pressupõe que o universo é o mesmo em todas as
direções. Universos fronteirados, esféricamente simétricos,
centrados na terra (ou pelo menos em nossa galáxia) têm sido
apresentados por Ellis, Rao e Annapurna, Humphreys e
Gentry.22
Contudo, deve-se observar que, no sentido restrito, tais
modelos não são geocêntricos. A terra não é posta no centro do
sistema solar, nem no centro da galáxia. O centro do universo
é geralmente considerado como sendo um ponto próximo à
nossa galáxia, mas observacionalmente o centro não pode ser
determinado com precisão. Além disso, todos esses modelos
consideram a terra como em movimento em relação ao centro
do universo.
Uma variedade de modelos mais genuinamente geo
cêntricos consideram o universo em movimento de rotação
em torno de uma terra fixa. Lynden-Bell tem mostrado que,
na relatividade geral, o universo girando em torno da terra
fixa produz não somente as forças centrífugas e de Coriolis e
22 Ver referências citadas em pp. 84 e 235.
292
Cosmologias Bíblicas
293
Deus e Cosmos
O Universo Invertido
Um modelo bem pouco usual de universo tem sido
advogado por Fritz Braun. De suas interpretações dos textos
bíblicos ele conclui que a terra deve estar invertida: a super
fície da terra deve ser o interior de uma esfera oca e que inclui o
sol, a lua e as estrelas. O céu está no centro desse universo
invertido, fazendo esse modelo ser literalmente teocêntrico (ver
Figura 8.2)28.
Uma teoria similar da terra-oca foi defendida em 1870
pelo venerado líder americano Cyrus Teed, e em 1930 na
Alemanha. Seu promotor mais recente sendo Mostafa
Abdelkader, de Alexandria, Egito.29
294
Cosmologias Bíblicas
295
Deus e Cosmos
296
Cosmologias Bíblicas
O Universo Multidimensional
No capítulo anterior observamos o aspecto espacial do
céu. Como é que o espaço no céu se relaciona com o espaço
do nosso mundo físico? Uma interessante posição tem sido
desenvolvida pelo teólogo holandês Luco Van den Brom. Ele
sugere que Deus existe especialmente em Seu próprio univer
so multidimensional. Se Deus existe desde a eternidade, e se
Deus é espírito, então o lugar de Deus, o mundo espiritual,
necessariamente tem existido desde sempre. No Seu ato de
criação Deus fez espaço para o mundo físico tridimensional
dentro de Seu mundo de mais elevada dimensão. Van den
Brom vê a ascenção de Cristo como a retirada do corpo de
Cristo do mundo criado tridimensional para o sistema de
mais elevada dimensão do céu.31
Desse modo, é possível falar do céu de Deus como
um lugar fora de nosso espaço sem ter que considerar o céu
como um lugar em sentido não real. Podemos considerar o
céu como tendo mais que três dimensões, ou como um
mundo tridimensional paralelo ao nosso num espaço quad-
ridimensional, semelhante a dois planos bidimensionais
embutidos num espaço tridimensional. Num trabalho mais
recente, Van den Brom sugere que, baseado na lógica da
297
deus e Cosmos
298
Cosmologias Bíblicas
299
Deus e Cosmos
300
Cosmologias Bíblicas
Sumário
Todos esses modelos geométricos apontam para uma
realidade maior, além do universo fisicamente observável. Sua
principal característica é a afirmação das verdades teológicas,
particularmente a existência de um mundo espiritual. Tais
modelos, porém, pelo fato de serem observacionalmente
indistintos dos outros modos mais usuais de se ver o universo,
301
Deus e Cosmos
Cosmologia e Apologética
Mas, será que poderíamos obter algo mais do que isso?
Muitos cristãos não se contentam em simplesmente construir
cosmologias alternativas. Eles querem provar que a cosmologia
bíblica de algum modo é “melhor”, num sentido científico
amplamente aceito, do que os modelos seculares. Espera-se
que através de demonstrações da superioridade de uma
cosmologia bíblica possa-se atingir o objetivo apologético de
convencer o incrédulo quanto à veracidade da Bíblia.
E claro que modelos que envolvem uma criação ama
durecida ou um céu invisível dificilmente servirão a tais fins
apologéticos. Para isso, seria necessário desenvolver modelos
mais detalhados que façam predições específicas. Talvez
alguma coisa na linha de uma teoria detalhada para uma
velocidade variável de luz ou um novo sistema de mecânica
geocêntrica. No presente tais teorias podem ainda ser inade
quadas, em face das várias limitações teóricas e observacionais.
Mas isso não deve deter-nos. Talento associado a um pesado
investimento de fundos de pesquisa poderão resolver muitas
das dificuldades correntes.
302
Cosmologias Bíblicas
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Cosmologias Bíblicas
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Cosmologias Bíblicas
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9
Conclusões
Chegamos ao final de nosso estudo sobre as interações entre
cosmologia e teologia. Vamos resumir as principais conclu
sões a que chegamos e fazer alguns comentários finais.
Sumário
1. Questões Básicas
Em nossas considerações preliminares discutimos a natu
reza da teorização científica, bem como várias abordagens que
visam reconciliar a ciência e as Escrituras. Foi este o cenário
dos capítulos subseqüentes. Podemos agora formular várias
conclusões principais:
309
Deus e Cosmos
2. Cosmologia Histórica
Após uma rápida revisão da cosmologia antiga, focaliza
mos os modelos medievais do universo. As principais lições
aprendidas foram:
310
Conclusões
3. A Cosmologia Moderna
Nosso levantamento da cosmologia moderna levou às
seguintes conclusões principais.
311
Deus e cosmos
312
Conclusões
5. Vida no Universo
5.7 Evidência contra os extraterrestres
Vimos que não há evidência científica para qualquer
vida extraterrestre natural. Considerações teológicas pendem
contra a existência de inteligência extraterrestre natural. A
singularidade da encarnação de Cristo implica que, se outras
expécies existem, elas não decaíram, ou, se decaíram, não
foram redimidas.
313
Deus e cosmos
7. A Bíblia em Cosmologia
O ensinamento da Bíblia com respeito à cosmologia foi
examinado. Foi visto que a Bíblia diz pouco com relação à
presente constituição física do universo. Em vez disso, ela fala
primariamente sobre a origem e destino do universo, bem como
de seu relacionamento com Deus.
314
Conclusões
8. Cosmologias Bíblicas
Foram examinadas várias cosmologias baseadas na Bíblia,
e avaliados seus valores apologéticos.
315
Deus e Cosmos
316
Conclusões
Considerações Finais
317
Deus e Cosmos
s
Aqueles que desejam expandir o escopo do conhecimento ci
entífico eu deixo o desafio de estabelecerem e justificarem um
critério apropriado para o discernimento de teorias verdadei
ras. Isso ainda está por ser realizado.
318
Conclusões
319
Deus e Cosmos
320
Conclusões
4. Um Apelo à Coerência
Como cristãos devemos estar constantemente alertas, para
que não sejamos conformados com o mundo, mas, em vez
disso, sermos transformados em cada um de nossos pensa
mentos. Devemos desenvolver integralmente as conseqüên-
cias de nossa fé com temor e tremor, resistindo às pressões para
concessões. Também, em questões científicas devemos ser
cautelosos no sentido de sustentar e defender nossos valores
321
Deus e Cosmos
2 “The Uneasy Intellect of Modern Evangelicalism”, Crux, 1990, xxvi, pp. 8-11.
322
Conclusões
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s
Indice de Nomes e Assuntos
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índice de Nomes e Assuntos
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Deus e Cosmos
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índice de Nomes e Assuntos
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Deus e Cosmos
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índice de Nomes e Assuntos
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Deus e Cosmos
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índice de Nomes e Assuntos
347
Deus e Cosmos
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Deus e Cosmos
Em seu livro, A BriefHistory ofTime (Uma Breve História do
Tempo), o famoso cosmólogo de Cambridge, Stephen Hawking,
sustentou a possibilidade de obtermos uma teoria completa do
universo pela qual chegaríamos a saber “porque nós e o universo
existimos... então conheceríamos a mente de Deus”.
Já possuímos nas Escrituras uma fonte de conhecimento
superior a todas as outras fontes e já conhecemos “a mente de
Deus” à medida que Lhe agradou revelá-la a nós. Nessa base,
Byl questiona muito da cosmologia moderna, incluindo a teoria
sobre origens chamada Big Bang. Ele trata das limitações do
conhecimento humano, ensino bíblico relevante à cosmologia, a
busca de inteligência extraterrestre, a existência do domínio
espiritual, céu, anjos, vida após a morte e muito mais. A
abordagem de Byl é uma refrescante contraposição à perspectiva
desaminadora e, em última análise, sem sentido da cosmologia
moderna.
PES
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