Você está na página 1de 7

A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR

(PAT) NOS SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO


1
Natalia Regina Silva de Oliveira
2
Daniela De Stefani Marquez
3
Lauriane de Oliveira Silveira

RESUMO

O programa de alimentação ao trabalhador (PAT), é um programa criado


pelo governo na década de 1976, que visa melhores condições nutricionais aos
trabalhadores do Brasil, tem como objetivo estimular que as empresas a oferecerem
refeições saudáveis e com nutrientes necessários para que os trabalhadores tenham
uma produtividade melhor e menor risco de doenças nutricionais., promovendo
mudança nos hábitos alimentares. E como responsável técnico capacitado e
legalmente habilitado a atender as exigências do PAT, esta o nutricionista que tem
como compromisso a correta execução das atividades do programa.
Palavras chaves: Programa de Alimentação ao trabalhador. Serviço de
alimentação. Nutricionista.

ABSTRACT

The feeding program for workers (PAT) is a program created by the


government in the late 1976 aimed at better nutritional conditions for Brazil's workers,
aims to encourage companies to provide healthy meals and nutrients needed for
workers have better productivity and lower risk of nutritional diseases., promoting
change in eating habits. And as responsible qualified technical and legally qualified to
meet the requirements of PAT, this the nutritionist who is committed to the proper
execution of the program activities.
Keywords: Food Program to the employee. Food service. Nutritionist.

1
Acadêmica do curso do 8° período de Nutrição da Faculdade Atenas.
2
Professora do curso de Nutrição da Faculdade Atenas. Doutora.
3
Professora do curso de Nutrição da Faculdade Atenas. Bacharel em Nutrição pela Faculdade
Atenas. Pós Graduada em Nutrição clinica: metabolismo, terapia e prática nutricional (Estácio de Sá).
Supervisora do estágio em Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN).
INTRODUÇÃO

O programa de alimentação do trabalhador (PAT) é um programa que


visa melhores condições nutricionais aos trabalhadores do Brasil, desse modo os
trabalhadores tem maior produtividade no seu serviço, diminui os acidentes
relacionados ao trabalho, reduz também riscos de doenças nutricionais, além de
promover uma melhor qualidade de vida. O PAT dá prioridade aos trabalhadores de
baixa renda, que recebem até cinco salários-mínimos mensais. (SAVIO et al., 2005).
O Ministério do Trabalho e Emprego que é o responsável pelo PAT, os
seus recursos provêm de 20% dos trabalhadores e 80% das empresas e do
governo, o programa recomenda que as refeições maiores, como: almoço, jantar e
ceia devem ter no mínimo 1 400 kcal, e os menores, como: desjejum e merenda,
300 kcal, todas com mais de 6% de composição protéico-calórica (BRASIL, 1976).
O principal objetivo do PAT é suprir as necessidades alimentares do
organismo dos indivíduos que fazem parte do programa, oferecendo uma refeição
equilibrada e repleta de nutrientes, minimizando possíveis doenças relacionadas a
nutrição (VELOSO et al., 2002).
Este programa é especificamente dirigido a pessoas jurídicas sujeitas ao
pagamento do Imposto de Renda. Porem, empresas sem fins lucrativos, a exemplo
das filantrópicas, das microempresas, dos condomínios e outras isentas do Imposto
de Renda, embora não façam jus ao incentivo fiscal previsto na legislação, podem
participar do PAT (BRASIL, 2006).
Nas Unidades de alimentação e Nutrição um cardápio balanceado é
imprescindível no que diz respeito à saúde e à produtividade do trabalhador.
Visando sempre garantir equilíbrio de nutrientes, ressaltando a quantidade de
alimentos oferecidos e a inclusão de um alimento de cada grupo básico na refeição
planejada (VANIN et al., 2007).
O profissional nutricionista é o único legalmente habilitado em nutrição
que pode ser o responsável técnico do PAT, tem como compromisso a correta
execução das atividades nutricionais do programa, visando à promoção da
alimentação saudável ao trabalhador Brasil (2015).
Diante do citado acima, este trabalho tem como objetivo mostrar a
importância do nutricionista nas UANs que estão cadastradas no programa de
alimentação do trabalhador.

METODOLOGIA

Para melhor embasamento, o tema proposto será uma revisão


bibliográfica e terá suporte em livros do acervo da Biblioteca da Faculdade Atenas,
artigos científicos com bases de dados: bireme, scielo e lilacs entre os anos de 2010
e 2015, revistas na área de saúde e outras publicações, objetivando com isso, o
entendimento e esclarecimento acerca do tema abordado, tendo a metodologia
descritiva e exploratória como base.

DESENVOLVIMENTO

Proporcionar uma alimentação adequada e equilibrada a seus


trabalhadores é obrigação de toda empresa, seja qual for a conexão de trabalho
entre eles (PAULA, 2011).
Ultimamente no Brasil vem sendo observado muitas as evidências
científicas que comprovam a relação entre os hábitos alimentares e as doenças
crônicas não transmissíveis em adultos, entre elas a que se destaca é a obesidade
(MONTEIRO, et al., 2005).
Observaram que a obesidade é a principal doença crônica não
transmissível que acomete os adultos, o governo criou uma politica de alimentação
para o trabalhador que tem como principal ideia de que a força de trabalho é
elemento chave para a produção econômica. Estas políticas apenas se
concretizaram na década de 1940, com a criação do serviço de alimentação da
previdência social (SAPS), que durou até 1960. Em 1970 outros programas foram
criados a fim de tentar reduzir os problemas sociais que haviam se agravado nessa
mesma época, sendo criado o Programa Nacional de Alimentação e Nutrição
(PRONAN) (BRASIL, 1976).
Os principais adultos acometidos com as doenças crônicas não
transmissíveis eram trabalhadores de baixa renda, com isso criou-se o programa de
alimentação do trabalhador (PAT), vem com intuito de melhorar o estado nutricional
do trabalhador, aumentar sua produtividade e reduzir os acidentes de trabalho e a
sua ausência do local de Trabalho (VELOSO, SANTANA, 2002).
Esse programa foi criado na década 1976, como parte do Programa
Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), propondo-se facilitar a alimentação
dos trabalhadores e preocupando-se, essencialmente, em melhorar o aporte
calórico-proteico das suas refeições ( L’ABBATE, 1989).
O PAT tem como principal finalidade estimular os empreendedores a
fornecem alimentações com nutrientes adequados para os trabalhadores é um
programa governamental de adesão voluntária, visando prioridade o atendimento
aos trabalhadores de baixa renda (BRASIL, 1980).

MAZZON (2006, p. 5):

Para que o PAT se tornasse um programa duradoura foi necessária uma


proposta que unificasse os interesses das partes envolvidas em um objetivo
comum, como: o governo, por meio de estímulos fiscais, incentiva a
participação das empresas no programa e aufere os resultados do aumento
das transações na economia e as empresas que têm arcado com a maior
parte dos custos de alimentação dos trabalhadores se beneficiam de
diversos impactos econômicos e de uma melhor relação capital/trabalho; os
empregados, beneficiando-se de melhor alimentação e dos impactos na
saúde, assumem o restante dos custos com um percentual de seus salários
que não ultrapassa, em média, 20% do custo da refeição.

Os empreendedores que se inscrevem no PAT têm como uma das


vantagens à parcela do valor dos benefícios concedidos aos trabalhadores paga é
isenta de encargos sociais (contribuição para o Fundo de Garantia sobre o Tempo
de Serviço – FGTS e contribuição previdenciária). Ao mesmo tempo, o empregador
optante pela tributação com base no lucro real pode deduzir parte das despesas
com o PAT do imposto sobre a renda (BRASIL, 1980).
A importância do PAT é algo indiscutível, sendo que as suas vantagens
vão além dos benefícios puramente econômicos, começando pela alimentação, uma
alimentação equilibrada para os trabalhadores é uma condição para formar capital
humano mais qualificado para que as empresas brasileiras atinjam maior nível de
competitividade, colaborando assim para o Brasil ter um desempenho mais
significativo dentro de um contexto econômico globalizado (MAZZON, 2006).
Segundo Brasil (2006) os parâmetros nutricionais para a alimentação dos
trabalhadores, serão calculado a parti das seguintes distribuições de
macronutrientes, fibra e sódio para refeições principais e menores. Observe a tabela
a seguir:
Refeições Carboidrato Proteína Gordura Gordura Fibra Sódio
(%) (%) total(%) saturada (g) (mg)
(%)
Desjejum/lanche 60 15 25 <10 4-5 360-
480
Almoço/jantar/ ceia 60 15 25 <10 7-10 720-
960
FONTE: BRASIL 2006.
Desse modo, analisando que bons hábitos alimentares provocam
impactos diretos no controle das doenças crônicas não transmissíveis,
principalmente quando se trata de atendimento a coletividades, a ciência da Nutrição
é uma das áreas que esta mais capacitada a atuar sobre a mudança de hábitos
alimentares (FONSECA, SANTANA, 2011).
Segundo Ferreira e Magalhães (2007) o campo da Alimentação Coletiva a
promoção da saúde constitui estreita afinidade com a segurança alimentar e
nutricional, tendo em vista que, com a oferta de uma alimentação apropriada e
incorporação de hábitos alimentares saudáveis, pode ocorrer uma diminuição dos os
riscos para as doenças crônicas não transmissíveis, tendo um impacto positivo nos
dados sobre a saúde pública e na qualidade de vida das pessoas.
Brasil (2005, p. 11):
Nas unidades de alimentação e Nutrição (UAN), compete ao Nutricionista,
no exercício de suas atribuições em Unidades de Alimentação e Nutrição,
planejar, organizar, dirigir, supervisionar e avaliar os serviços de
alimentação e nutrição. Realizar assistência e educação nutricional a
coletividade ou indivíduos sadios ou enfermos em instituições públicas e
privadas.
O nutricionista tem responsabilidade, cooperar para promover, conservar
e recuperar a saúde do homem, tendo ainda, como princípio básico, o bem-estar do
indivíduo e da coletividade, no empenho da promoção da saúde, em especial quanto
à assistência alimentar e nutricional (Brasil, 2004).
O nutricionista nos serviços de alimentação que aderiram o PAT tem
como deve exercer uma papel de educador e cumprir as atribuições a ele destinado,
no seu espaço de trabalho, seja qual for ele, precisa realizar seu papel de
profissional da saúde, e sempre lutar para que as exigências nutricionais impostas
pelo PAT sejam cumpridas (SÁVIO et al., 2005).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do citado acima a hipótese e os objetivos foram alcançados no


desenvolvimento, no qual o programa de alimentação do trabalhador (PAT) promove
melhora na saúde, refeições saudáveis e equilibradas, com isso promove mudanças
nos hábitos alimentares dos trabalhadores e diminuindo o risco de doenças
relacionadas com a alimentação e a nutrição.
A nutricionista é o profissional capacitado a elaborar cardápios saudáveis
e ser o responsável técnico nas unidades de alimentação, tendo como missão de
promover saúde aos indivíduos, esse profissional deve utilizar todas as ferramentas
dentro de um serviço de alimentação ao seu favor, para que consiga realizar todas
etapas dentro de uma UAN e assim produzir refeições com qualidade.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Resolução CFN n°334/2004. Dispõe sobre o Código de Ética do


Nutricionista e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, 2004.

BRASIL, Resolução CFN n°380/2005. Dispõe sobre a definição de atuação do


nutricionista e suas atribuições, estabelece parâmetros numéricos de
referência, por área de atuação e dá outras providencias. Brasília, DF: Diário
Oficial da República Federativa do Brasil, 2005.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria interministerial nº. 66, de 25 de


agosto de 2006. Publicada no D.O.U. de 28 de agosto de 2006. Altera os
parâmetros nutricionais do Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT.
Brasília, 2006. Disponível em: <http://www.mte.gov.br>. Acesso em: 19 out. 2015.

BRASIL.. Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT): Responde. Ministério


do Trabalho e Emprego. 1980. Disponível em: <http://www.mte.gov.br>. Acesso em:
19 out. 2015.

Brasil. Portaria N° 652. Diário Oficial da União 1976 dezembro 22.

BRASIL. Politica nacional de segurança e saúde do trabalhador. Brasília, 2006.


FERREIRA, Vanessa A.; MAGALHÃES, Rosana. Nutrição e promoção da saúde:
perspectivas atuais. Rev.Caderno Saúde Publica, v.23, n. 7, pp. 1674 -1681. 2007.

FONSECA, Karina Zanoti; SANTANA, Gizane Ribeiro de. A nutricionista como


promotora da saúde em Unidades de Alimentação e Nutrição: dificuldade e
desafio de fazer. Rev. Centro Científico Conhecer, v.7, n.13, pp. 1466-1472, 2011.

L’ABBATE, Solange. As políticas de alimentação e nutrição no Brasil: a partir


dos anos setenta. Rev. Nutrição, v.2, n.1, pp.7-54, 1989.

MAZZON, José Alfonso. Programa de alimentação do trabalhador. Fundação


instituto de Administração, 2006. Disponível em: <http://assertbrasil.com.br/ >. Acesso
em: 19 out. 2015.

MONTEIRO, Carlos Augusto; MOURA, Erly Catarina; JAIME, Patrícia Constante et


al. Monitoramento de fatores de risco para doenças crônicas por entrevistas
telefônicas. Rev Saúde Publica v. 39, n. 1 pp. 47-57, 2005.

PAULA, Adriana Gomes de. Como implantar o PAT – Programa de Alimentação


ao Trabalhador – em Empresas da cidade de Poços de Caldas. Poços de
Caldas- MG, 2011.

SAVIO, Karin Eleonora Oliveira; COSTA, Teresa Helena Macedo da; MIAZABIK et
al. Avaliação do almoço servido a participantes do programa de alimentação
do trabalhador. Rev. Saúde Pública, vol.39, n. 2, pp.148-155, 2005.

VANIN, Michele et al. Adequação nutricional do almoço de uma Unidade de


Alimentação e Nutrição de Guarapuava – PR. Rev. Salus, v.1, n. 1, pp. 31- 38,
2007.

VELOSO, Iracema S.; SANTANA, Vilma S.. Impacto nutricional do programa de


alimentação do trabalhador no Brasil. Rev. Panamericana de Salud Pública, v.11,
n.1, 2002.

Você também pode gostar