MATRIZES e DETERMINANTES
Definição: Matriz m x n é uma tabela de m, n números reais dispostos em m linhas (filas horizontais) e n
colunas (filas verticais).
1 2 3 4 0
Exemplos: 1. A é uma matriz 2 x 3; 2. B é uma matriz 2 x2;
0 4 2 1 1
Como podemos notar nos exemplos 1 e 2 respectivamente, uma matriz pode ser representada por colchetes,
parênteses ou duas barras verticais.
2. Representação de uma matriz: As matrizes costumam ser representadas por letras maiúsculas e seus
elementos por letras minúsculas, acompanhadas de dois índices que indicam, respectivamente, a linha e a
coluna ocupadas pelo elemento.
a 11 a 12 a 13 a 1n
a a 22 a 23 a 2n
21 1 i m
Uma matriz A do tipo m x n é representada por: A a 31 a 32 a 33 a 3n , .
1 j n
a m1 a m3 a mn
a m2
3. Matrizes especiais:
3.1 Matriz linha: É toda matriz do tipo 1 x n, isto é, com uma única linha.
Exemplo: A 4 7 3 11x 4 .
4
3.2 Matriz coluna: É toda matriz do tipo n x 1, isto é, com uma única coluna. Exemplo: B 1 .
0 3x1
3.3 Matriz quadrada: É toda matriz do tipo n x n, isto é, com o mesmo número de linhas e colunas. Neste
caso, dizemos que a matriz é de ordem n.
4 1 0
4 7
Exemplo: C ordem 2 D 0 3 ordem 3
2 1 2x 2
2 7 3
3 x3
3.4 Matriz nula: É toda matriz em que todos os elementos são nulos.
0 0 0
Notação: Om x n . Exemplo: O2 x 3
0 0 0
1
3.5 Matriz diagonal: É toda matriz quadrada onde só os elementos da diagonal principal são diferentes de
zero.
4 0 0
2 0
Exemplo: A2 B3 0 3 0 .
0 1 0 0 7
3.6 Matriz identidade: É toda matriz quadrada onde todos os elementos que não estão na diagonal principal
são nulos e os da diagonal principal são iguais a 1.
Notação: I n onde n indica a ordem da matriz identidade.
1 0 0
1, se i j
Exemplo:
1 0
I2 ; I3 0 1 0 ou :
I n a ij , a ij
0 1 0 0 1 0, se i j
3.7 Matriz transposta: Chamamos de matriz transposta de uma matriz A a matriz que é obtida a partir de A,
trocando-se ordenadamente suas linhas por colunas ou suas colunas por linhas.
2 1
2 3 0
Notação: A t
. Exemplo: Se A então A = 3 2
t
1 2 1 0 1
t
3.8 Matriz simétrica: Uma matriz quadrada de ordem n é simétrica quando A= A .
t
OBS: Se A = - A , dizemos que a matriz A é antissimétrica.
2 3 1 2 3 1
Exemplo: Se A 3 2 4 A 3 2 4
t
1 4 5 1 4 5
3x 3 3x 3
3.9 Matriz oposta: Chamamos de matriz oposta de uma matriz A a matriz que é obtida a partir de A,
trocando-se o sinal de todas os seus elementos.
Notação: - A
3 0 3 0
Exemplo: Se A então A=
4 - 1 4 1
3.10 Igualdade de matrizes: Duas matrizes, A e B, do mesmo tipo m x n, são iguais se, todos os elementos
que ocupam a mesma posição são idênticos.
Notação: A = B.
2 0 2 c
Exemplo: Se A B e A = B, então c = 0 e b = 3
1 b 1 3
OPERAÇÕES COM MATRIZES
Notação: A + B = C
Subtração de Matrizes: Dadas as matrizes A= a
ij m x n e B= b ij m x n , chamamos de diferença entre as
matrizes A e B a soma de A com a matriz oposta de B
Notação: A - B = A + (-B)
2 3
0 1 2 3
1 e B
2 0 4 2 x 3
Exemplo 2. Seja A= , determine A.B. (
1 4 3 x 2
Matriz Inversa: Dada uma matriz A, quadrada, de ordem n, se existir uma matriz, de mesma ordem, tal que
'
A. A = A' .A = I n , então A' é matriz inversa de A. (Em outras palavras: A.A' A' .A I n . Isto implica que
A' é a matriz inversa de A, e é indicada por A 1 ). Notação: A 1 .
1 2
Exemplo. Sendo A = 2 1 , vamos determinar a matriz inversa de A, se existir.
2 x2
Existindo, a matriz inversa é de mesma ordem de A.
3
DETERMINANTES
Definição: Determinante é um número associado a uma matriz quadrada.
a11,
a
Determinante de primeira ordem: Dada uma matriz quadrada de 1 ordem M= chamamos de
determinante associado à matriz M o número real a 11 . Notação: det M ou a 11 = a 11
a 11 a 12
Determinante de segunda ordem: Dada a matriz M= , de ordem 2, por definição, temos que o
a 21 a 22
a a
determinante associado a essa matriz é dado por: det M 11 12 a 11a 22 a 12a 21
a 21 a 22
Menor Complementar: Chamamos de menor complementar relativo ao elemento a ij de uma matriz M,
quadrada e de ordem n > 1, o determinante MCij , de ordem n – 1, associado à matriz obtida de M quando
suprimos a linha e a coluna que passam por a ij .
Cofator: Chamamos de cofator (ou complemento algébrico) relativo ao elemento a ij de uma matriz quadrada
4
PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES
P1 - Quando todos os elementos de uma fila (linha ou coluna) são nulos, o determinante dessa matriz é nulo.
P2 - Se duas filas paralelas de uma matriz são iguais, então seu determinante é nulo.
P3 - Se duas filas paralelas de uma matriz são proporcionais, então o seu determinante é nulo.
P4 - Se os elementos de uma fila de uma matriz são combinações lineares dos elementos correspondentes de
filas paralelas, então o seu determinante é nulo.
OBS.: Definição de combinação linear: Um vetor v é uma combinação linear dos vetores v1, v2, ... ,vk, se
existem escalares a1, a2, ... ,ak tal que: v= a1. v1+...+ ak. vk
P5 - Teorema de Jacobi: O determinante de uma matriz não se altera quando somamos aos elementos de
uma fila uma combinação linear dos elementos correspondentes de filas paralelas.
P6 - O determinante de uma matriz e o de sua transposta são iguais.
P7 - Multiplicando por um número real todos os elementos de uma fila em uma matriz, o determinante dessa
matriz fica multiplicado por esse número.
P8 - Quando trocamos as posições de duas filas paralelas, o determinante de uma matriz muda de sinal.
P9 - Quando, em uma matriz, os elementos acima ou abaixo da diagonal principal são todos nulos, o
determinante é igual ao produto dos elementos dessa diagonal.
P10 - Quando, em uma matriz, os elementos acima ou abaixo da diagonal secundária são todos nulos, o
nn1
determinante é igual ao produto dos elementos dessa diagonal, multiplicado por 1 2 .
P11- Para A e B matrizes quadradas de mesma ordem n, temos: detA.B det A.detB .
Observação: Como A A-1 = I, na propriedade acima, temos:
det A.1
1
det A
.
P12- Se k , então det (k.A) = kn.detA.
P13-) det (A+B) detA + detB.
a b b c c a
Exemplo. Se abc ≠ 0, então o determinante b c c a a b é zero. Utilizando (P5) e (P1), temos:
c a a b b c
a b b c c a b c c a 0a b c c a
b c c a a b c a a b 0 c a a b 0 .
c a a b b c a b b c 0 a b b c
Regra de Chió: A regra de Chió é mais uma técnica que facilita muito o cálculo do determinante de uma
matriz quadrada de ordem n ( n 2 ). Essa regra nos permite passar de uma matriz de ordem n para outra de
ordem n – 1, de igual determinante.
2 3 4
Exemplo: Calcular o determinante associado à matriz A 5 1 3 com o auxílio da regra de Chió:
2 4 6
Passo 1: Para podermos aplicar essa regra, a matriz deve ter pelo menos um de seus elementos igual a 1.
2 3 4
Assim fixando um desses elementos, retiramos a linha e a coluna onde ele se encontra. 5 1 3
2 4 6
Passo 2: Em seguida subtraímos do elemento restante o produto dos dois correspondentes que foram
2 (5 3) 4 (3 3) 2 (15) 4 (9) 13 5
eliminados (um da linha e outro da coluna): .
2 (5 4) 6 (4 3) 2 (20) 6 (12) 18 6
5
Passo 3: Multiplicamos o determinante assim obtido por 1i j , onde i representa a linha e j a coluna
13 5
(1)4 78 90 12 .
a a
retiradas (neste caso, 2 linha e 2 coluna). det A (1)22
18 6
A inversa de uma matriz quadrada de ordem n pode ser calculada pela aplicação do seguinte teorema:
A matriz inversa A 1 de uma matriz A (quadrada de ordem n) existe se, e somente se, det A 0 e é dada
adjA , onde adj A é a matriz transposta da matriz dos cofatores: adj A = A .
1
A 1
t
por:
det A
2 3
Exemplo: Calcular, se existir, a inversa da matriz A .
1 4
Solução: Determinante da matriz A: det A 24 3(1) 8 3 5 0 . Existe a inversa.
4 3
ii) Matriz dos cofatores é dada por: A
4 1
T
. Logo, adjA A adjA .
3- 2 1 - 2
1 1 4 3 4 5 3 5
A 1 adjA A 1
5 1 - 2 15 2 5
iii) Cálculo da matriz inversa: .
det A
A ji
OBS: Para encontrar um elemento da inversa, não é necessário calcular toda a matriz inversa: aij1 .
det A
1 2 3
Exemplo: Calcular o elemento a 23 da matriz inversa de A 4 1 1 .
2 0 3
(Adaptado do material elaborado pela Profª. Viviane Carla Fortulan - Faculdade de Tecnologia de Jaboticabal)