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VESTIBULAR: RESUMOS

PROFESSOR: WALTER TADEU


MATEMÁTICA I

Progressão Geométrica
ba
A taxa de variação i de uma grandeza, que passa do valor a para o valor b, é definida por i . Isto
a
significa a razão entre o aumento da grandeza e se valor inicial. A expressão pode ser escrita como:
b  a  a.i  b  a  a.i  b  a.(1 i) .
Exemplo. Um determinado produto que custava R$150,00 sofreu um aumento de 20%. Qual o novo preço?
a (preço antigo)  R$150,00
Solução. 
i (taxa de aumento)  20%  0,2  b  150.(1 0,2)  150(1,2)  R$180,00
b (preço novo)

Uma Progressão Geométrica é a sequência numérica na qual é constante o quociente da divisão de cada
termo, a partir do segundo, pelo antecedente. Esse quociente é constante e representado por q e chamado
de razão.
2 4
Exemplos. 1) PG:(1, 2, 4, 8, 16, ...) -> cada termo vale o dobro do anterior. A razão é q   ...  2 .
1 2
2 1 4  2 8  4
Repare que a taxa de variação é constante: i     ...  1 e que q = 1 + 1.
1 2 4

2) PG : 18, 6, 2,
2  -> cada termo vale a terça parte do anterior. Logo a razão é q  6  2  ...  1 .
,
 3  18 6 3
2 2  2
Repare que a taxa de variação é constante: i  6  18  2  6  3 2
 ...   e que q  1    .
18 6 2 3  3
OBS: Quando a razão é menor que 1, a progressão geométrica é decrescente.
4
3) PG : 4, 4, 4, 4, -> todos os termos são iguais. Logo a razão é q  ...  1. Repare que a taxa de
4
44
variação é constante e nula: i   0 e que q  1 0 .
4
OBS: Quando a razão é igual 1, a progressão geométrica é constante.
Em vista dos exemplos anteriores, podemos definir também uma progressão geométrica de razão q = (1 + i)
como sendo uma sequência numérica cuja taxa de variação é constante e igual a i.
Exemplos. 1) “Um produto teve seu aumento triplicado. Qual foi a taxa de aumento?”
Resposta: Preço novo = 3.Preço antigo = (1 + 2).Preço antigo. Logo a taxa é i = 2 -> 200%.
2) Progressão Geométrica de razão q = 1,1 é a sequência com taxa de variação de i = 0,1 = 10%.
3) Progressão Geométrica de razão q = 0,8 é a sequência com taxas de variação de i = – 0,2 = – 20%.
No caso não houve aumento e sim decréscimo.

Termo Geral de uma Progressão Geométrica: Considere a PG genérica da forma (a1, a2, a3, ... , an, ...) cuja
a razão é q.

a1
a  a .q
 2 1

Temos que: a 3  a 2 .q  a1.q.q  a1.q2  a n  a1.qn1

 4 3 1  
a  a .q  a .q2 .q  a .q3
1


1
Relação entre a Progressão Geométrica e a Função Exponencial
Uma função f:ℝ→ℝ*+ chama-se função Uma progressão geométrica (PG) é uma sequência
exponencial quando existe um número real numérica em que cada termo, a partir do segundo, é obtido
a, com a > 0 e a ≠ 1, tal que: multiplicando-se o anterior por uma constante q chamada
f(x) = ax, para todo x ∈ ℝ. razão da PG.
Conforme termo geral: an = a1∙qn-1, com n ∈ ℕ. (com o
primeiro termo sendo a1)
OBS: Quando o problema apresentado envolver o domínio ℕ, pode-se utilizar qualquer uma das
relações. Quando a situação envolver o domínio ℝ, não se pode utilizar a progressão geométrica.
• Na função exponencial, o termo geral vale para todo x ∈ ℝ.
• Na progressão geométrica, o termo geral vale para todo n ∈ ℕ, uma vez que estamos considerando uma
PG cujo primeiro termo é a1.
Exemplo (Exponencial): O valor de um automóvel daqui a t anos é dado pela lei V = 20000.(0,9)t (em
dólares). Calcule o valor desse automóvel daqui a 4 anos.
Solução: Utilizando t = 4 na fórmula, vem: V = 20000.(0,9)4 => V = 20000.(0,6561) => V = 13.122

Exemplo (Progressão Geométrica): O valor inicial do automóvel é de V = 30000 dólares.

O valor do automóvel, em função do tempo em anos após sua compra, forma uma PG decrescente:
(27000, 24300, 21870,...), em que a1 = 27.000 e q = 0,9.
Solução. Como o termo geral é an = a1 ∙ qn-1, com n ∈ ℕ, na PG temos: a4 = 27.000 ∙ (0,9)3 => a4 = 19683.

Propriedade de uma PG: Em toda Progressão Geométrica, não nula, (PG), cada termo, excluindo-se os
extremos, é média geométrica entre o seu antecedente e o seu consequente: ak  ak1 . ak1  .
Exemplo: PG : 2, 6, 18, 54,  6  (18).(2)  36; 18  (6).54  324; etc .

Interpolação de uma Progressão Geométrica (P.A.): Interpolar ou inserir “k” meios geométricos entre dois
extremos a1 e an, significa formar uma P.G de n = k + 2 termos onde a1 e an são os extremos.
Exemplo: Inserir entre 1/4 e 8, nove meios geométricos positivos. Haverá 11 termos (9 + 2). Temos:

1 1 1 2 1 2 
8  .q111  8  .q10  q10  32  q  10 25  2  PG :  , , , , 1, 2, 2, 2 2, 4, 4 2, 8  .
4 4 4 4 2 2 
2
Soma dos termos uma Progressão Geométrica finita: Considerando os termos da PG finita com n
elementos, temos: Sn  a1  a2  a3  ...  an2  an1  an . Escrevendo em função de a1 e q, vem:

Sn  a1  a1.q  a1.q2  a1.q3  ...  a1.qn2  a1.qn1



qSn  a1.q  a1.q2  a1.q3  ...  a1.qn1  a1.qn .
Sn  q.Sn  a1  a1.q  a1.q  a1.q2  a1.q2  a1.q3  a1.q3  ...  a1.qn1  a1.qn1  a1.qn

Simplificando e colocando em evidência, temos: Sn 1 q  a1  a1.q  Sn 


a1 1 qn
n
.
 
1 q
Exemplo: Numa PG a soma do 2º termo com o 5º termo é 84 e a soma do 3º termo com o 6º termo é 252.
Calcule a soma dos cinco primeiros termos.

a 2  a1.q
  a1.q  a1.q4  84
a5  a1.q
4



a1. q  q4  84

a1.q q  q4

252
q3
 
i) 
a3  a1.q
2 

a .q q  q 4
 
252 a 
. q  q 4
84  
a  a .q5  a1.q  a1.q  252
2 5 1 1

 6 1

Solução: ii) a .(3)  a .(3) 4  84  3a  81a  84  84a  84  a  1 .


1 1 1 1 1 1

Logo, S5 
 

1. 1 35 1.1 243  242
  121
1 3 2 2
Soma dos termos uma Progressão Geométrica infinita: Considere a PG infinita com q  1.
n1 n1
1  q  q  q  q...  q q an  a1 . q
2 3 n
Temos: . Como , os valores de an vão diminuindo e
se tornando cada vez menores. Então quando o número de termos aumenta infinitamente, lim an = 0.

Temos: S 
 
 
 

a1 1 qn a1  a1.qn a1  a1.qn1 .q a1  an .q a1  (0).q a1
  .
1 q 1 q 1 q 1 q 1 q 1 q
Produto dos primeiros termos uma Progressão Geométrica: Escrevendo o produto dos n termos numa
ordem e depois invertendo a ordem, temos:

P  a1.a 2 .a3 .....an2 .an1.an


 n  Pn   a1.an 
. a1.an 
. a1.an ....a1.an   Pn  a1.an n .
2

Pn  an .an1.an2 .....a3 .a 2 .a1

  a 
n(n1)

n n
Pn  a1.an   a1.a1.q
n
n1 2 n1 2
 a .q
2 n 2
Outra expressão para o produto é: 2
1 .q 1 .

Relação entre PA. PG e Matemática Financeira: Fundamentalmente, Matemática Financeira estuda os


procedimentos utilizados em pagamentos de empréstimos, bem como os métodos de análise de
investimentos em geral.
Capital (C): qualquer valor monetário que uma pessoa empresta ou investe durante certo tempo. Também
chamado Capital Inicial, Principal, Valor Presente ou Atual.
Juro (J): Remuneração oriunda do empréstimo de capital, uma vez que o emprestador deixa de usar o valor
emprestado (Capital) durante certo tempo e, também em função da perda do poder aquisitivo do dinheiro pela
inflação.
Montante (M): Representa a soma do capital (C) com os juros(J) capitalizados durante um certo período de
tempo. Também denominado Valor Futuro ou Valor de Resgate.
Taxa de Juros (i): Os juros são fixados por meio de uma taxa percentual sobre o capital.

3
Regime de Capitalização Simples: Quando os rendimentos são devidos única e exclusivamente sobre o
principal, ao longo dos períodos de tempo a que se referir uma determinada taxa i de juros. O juro gerado em
cada período é constante e igual ao capital vezes a taxa. O montante a juros simples evolui segundo uma
progressão aritmética cujo primeiro termo é C e a razão é C.i, isto é, evolui linearmente.
Portanto, o montante (M) e o juro (J), ao fim de n períodos, serão: M = C.(1 + n.i) e J= C.i.n.
Exemplo. Um capital inicial de R$100,00 é aplicado numa instituição financeira à taxa de juros simples de
20% ao mês, ou seja, o valor do capital é alterado a cada mês com um aumento de 20% em relação ao
capital inicial. A sequência de valores do capital, a cada mês, forma uma:
a) PA de razão 0,2 b) PG de razão 20 c) PA de razão 20 d) PG de razão 1,2
Solução: Temos que R$100,00 é o valor do capital inicial. Como, 20% de 100 é 0,2×100 = 20, a sequência
de valores (veja a tabela) é uma progressão aritmética (sequência linear), pois, cada termo, a partir do
segundo, é igual ao termo anterior somado de um número fixo (que no caso é 20).
Fim do 1º mês Fim do 2º mês Fim do 3º mês Fim do 4º mês E assim por diante
R$120,00 R$140,00 R$160,00 R$180.00 ...
Portanto, temos uma Progressão Aritmética de razão (ou diferença) r = 20. Logo, (C) é a alternativa correta.
Regime de Capitalização Composto: O capital investido ou emprestado será acrescido do rendimento de
juros, compondo um novo principal, o qual no período seguinte será acrescido de rendimento de juros, e
assim sucessivamente. O Montante a juros compostos evolui segundo uma progressão geométrica cujo
primeiro termo é C e a razão é 1+i, isto é, evolui exponencialmente.
O termo (1+i)n é denominado fator de acumulação de capital. Observe que os juros não são constantes,
eles variam conforme o período. Logo, o juro acumulado em n períodos, pode ser obtido da seguinte forma:
Como M = C + J e M = C(1 + i)n, então J = C.(1 + i)n − C = C.[(1 + i)n −1]
Ocorrendo a hipótese das taxas serem variáveis, a expressão do montante a juros compostos será:
M = C (1 + i1) (1 + i2) . ... . (1 + in)
Exemplo. Um capital inicial é aplicado numa instituição financeira à taxa de juros compostos de 20% ao mês.
ou seja, o valor do capital aplicado é alterado a cada mês com um aumento de 20% em relação ao mês
anterior. A sequência de valores do capital, a cada mês, forma uma:
a) PA de razão 0,2 b) PG de razão 20 c) PA de razão 20 d) PG de razão 1,2

Solução: Pela Matemática Financeira, aumentar um valor em 20% é o mesmo que multiplicar este valor por
1,2. Seja R$100,00 o capital inicial. A sequência de valores (veja a tabela) é uma progressão geométrica
(sequência exponencial), pois, cada termo, a partir segundo, é igual ao termo anterior multiplicado por um
número fixo (que no caso é 1,2).

Pagamentos em parcelas iguais: Um valor a vista V deve ser pago em n parcelas iguais a sendo a taxa de
juros igual a i. Considere V1, V2,..., Vn os valores atualizados em cada período. Sendo P o valor da parcela,
temos:
P P P P
V  V1  V2  V3  ...  Vn     ...   Soma(PG)
1 i 1 i 1 i
2 3
1 in
P  1   P  1  P 1 1 i 
n n
   1   1  
1 i  1 i  1 i  1 in  1 i  1 in  P 1 1 i  1 i .
n
V V V V  . 
1 1 1 i i 1 i  1 in   i
1
1 i 1 i 1 i
 1 i  1 1
n
V.i.1 i
n
V.i. V.i.
 V  P . P  ou P  
n 
 1 i  i 1 i  1
n
 
1 i  1.1 i 1 .1 in
n n

Referências: - Matemática para o Ensino Médio, VII – Miguel Jorge, Ralph Teixeira, Thales do Couto e Felipe Silva.
- Progressões e Matemática Financeira – Morgado, Wagner, Zani

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