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DIÁRIO
24/02/2016

FECHAMENTO: 24/02/2016 – EXPEDIÇÃO: 28/02/2016 – ANO 2016 – PÁGINAS: 110/095 – FASCÍCULO SEMANAL Nº 08

Sumário
ATOS DO LEGISLATIVO w Direito de filho menor ao recebimento de pensão
por morte cessa aos 21 anos
w Mandato eletivo – Desfiliação partidária – w Exclusão de ressarcimento de valores não
Alteração da CF...........................................................109 descaracteriza o dano ao erário
w DVD com gravação de acidente ajuda a reverter
ATOS DO JUDICIÁRIO justa causa
w Herdeiros devem quitar dívida de parente falecido
w STJ: Custas judiciais e porte de remessa e retorno –
Pagamento – Normas ..................................................109 w Juíza inova ao decidir ação com base no Estatuto
da Pessoa com Deficiência
w TST: Orientação Jurisprudencial 358 – Alteração ........108
w Testemunho indireto colhido no inquérito não
w CGJ-RO: Audiências de custódia – Implantação –
basta para levar réu a júri popular
Comarcas do interior ...................................................107
w TRT-24ª R.: Súmulas 19 e 20 – Aprovação ..................107 Projetos de lei........................................................097
w TJ-RS: Atos processuais – Comunicação pelo w Exigência de lei complementar para normatizar
correio – Normas ........................................................106 concessões
w Homologação de acordos extrajudiciais pela justiça
DOUTRINAS do trabalho
w Isenção de IPI na compra de aparelhos auditivos e
w A Resolução nº 217 do Conselho Nacional de cadeiras de rodas
Justiça e o vazamento seletivo de informações w Obrigatoriedade de médicos geriatras em casas de
nas investigações criminais – Rômulo de Andrade repouso e asilos
Moreira .......................................................................105 w Obrigatoriedade de pregão eletrônico para compras
w Parâmetros de análise relativos à incidência de governamentais
contribuição previdenciária sobre pagamentos w Permissão para microempreendedor exercer atividade
eventuais – Fábio Zambitte Ibrahim............................104 em casa
Concursos Públicos ...............................................095
NOTICIÁRIO
Destaques ..............................................................099 SÚMULA LEGISLATIVA SEMANAL
w Bafômetro não certificado não anula multa w Pesquisa de 18 a 24-2-2016 ........................................095
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Atos do Legislativo
EMENDA CONSTITUCIONAL 91 MANDATO ELETIVO
(DO-U DE 19-2-2016) Desfiliação partidária – Alteração da CF

Altera a Constituição Federal para estabelecer a possibilidade, excepcional e


em período determinado, de desfiliação partidária, sem prejuízo do mandato
AS MESAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS sem prejuízo do mandato, não sendo essa desfiliação consi-
E DO SENADO FEDERAL, promulgaram a seguinte derada para fins de distribuição dos recursos do Fundo
Emenda ao texto constitucional: Partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e tele-
Art. 1º – É facultado ao detentor de mandato eletivo visão.
desligar-se do partido pelo qual foi eleito nos trinta dias Art. 2º – Esta Emenda Constitucional entra em vigor
seguintes à promulgação desta Emenda Constitucional, na data de sua publicação.

Atos do Judiciário
RESOLUÇÃO 1 STJ
(DJe DE 19-2-2016) CUSTAS JUDICIAIS E PORTE DE REMESSA E RETORNO
Pagamento – Normas

Dispõe sobre o pagamento de custas judiciais e porte de remessa


e retorno dos autos, no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
O PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE § 3º – Quando o tribunal de origem arcar com as
JUSTIÇA, baixou a seguinte Resolução, resolvendo: despesas de porte de remessa e retorno dos autos, o recor-
rente recolherá o valor exigido pela tabela local e na forma
Seção I lá disciplinada.
Das Ações Originárias
Art. 1º – São devidas custas judiciais nos processos de Seção III
competência originária do Superior Tribunal de Justiça, Da não Incidência e da Isenção
conforme os valores constantes da Tabela “A”, do Anexo.
§ 1º – Nas ações originárias, o comprovante do reco- Art. 3º – Haverá isenção do preparo nos seguintes
lhimento e a guia das custas judiciais deverão ser apresenta- casos:
dos ao Superior Tribunal de Justiça no ato do protocolo. I – nos habeas data, habeas corpus e recursos em
§ 2º – As petições desacompanhadas do comprovante habeas corpus;
do recolhimento das custas judiciais ou das respectivas II – nos processos criminais, salvo na ação penal
guias serão autuadas, certificadas e submetidas ao presi- privada e sua revisão criminal;
dente do Tribunal. III – nos agravos de instrumento;
Seção II IV – nas reclamações destinadas a dirimir divergên-
Dos Processos Recursais cia entre acórdão prolatado por turma recursal estadual e a
jurisprudência desta Corte, nos termos da Resolução STJ
Art. 2º – São devidas custas judiciais e porte de
nº 12 de 14 de dezembro de 2009;
remessa e retorno dos autos nos processos de competência
recursal do Superior Tribunal de Justiça, segundo os valo- V – nos pedidos de uniformização previstos na Lei
res constantes das Tabelas “B” e “C”, do Anexo. 12.153, de 22 de dezembro de 2009;
§ 1º – O recolhimento do preparo, composto de custas VI – nos incidentes de uniformização da jurisprudên-
judiciais e porte de remessa e retorno, será feito perante o cia dos Juizados Especiais Federais de que trata a Resolu-
tribunal de origem. ção STJ nº 10 de 21 de novembro de 2007;
§ 2º – Os comprovantes e as guias do recolhimento VII – nos recursos interpostos pelo Ministério Públi-
das custas judiciais e do porte de remessa e retorno dos co, pela União, pelos estados e municípios e respectivas
autos a que se refere o caput deste artigo deverão ser apre- autarquias e por outras entidades que também gozem de
sentados no ato da interposição do recurso. isenção legal.

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Art. 4º – É dispensado o recolhimento do porte de guias de pagamento, disponível no sítio eletrônico do Tri-
remessa e de retorno dos autos em processos eletrônicos. bunal.
Parágrafo único – Na hipótese excepcional de remes- § 3º – As falhas de transmissão de dados entre as esta-
sa de autos físicos, o tribunal de origem deverá exigir do ções de trabalho do público externo e a rede de comunica-
recorrente o recolhimento do porte de remessa e retorno ção pública, assim como a impossibilidade técnica decor-
antes do envio ao STJ, sob pena das sanções previstas na rente de falha nos equipamentos ou programas dos usuá-
legislação processual. rios, não caracterizarão indisponibilidade.
Art. 8º – Ficam prorrogados para o dia útil subse-
Seção IV quente à retomada do funcionamento os prazos para reco-
Do Recolhimento lhimento de custas judiciais e porte de remessa e retorno
Art. 5º – O recolhimento das custas judiciais e do dos autos nas hipóteses de ocorrência de indisponibilidade
porte de remessa e retorno dos autos será realizado exclusi- do sistema de GRU
vamente mediante o sistema de GRU Cobrança, emitida Cobrança quando:
após o preenchimento do formulário eletrônico disponível I – a indisponibilidade for superior a 60 minutos, inin-
no sítio do Tribunal: http://www.stj.jus.br/portal/site/STJ. terrupta ou não, se ocorrida entre as 6 e as 23 horas;
Art. 6º – No momento do preenchimento do formulá- II – houver indisponibilidade das 23 às 24 horas.
rio de emissão da GRU Cobrança, deverão ser indicados Parágrafo único – As indisponibilidades ocorridas
obrigatoriamente: entre 0 hora e as 6 horas dos dias de expediente forense e as
I – nome do autor da ação ou do recorrente, acompa- ocorridas em feriados e finais de semana, a qualquer hora,
nhado do respectivo CPF ou CNPJ; não produzirão o efeito do caput deste artigo.
II – nome do réu ou do recorrido; Art. 9º – Os valores indevidamente recolhidos serão
III – tipo do pagamento, com especificação de objeto de restituição mediante provocação do interessado,
quando se trata de custas ou de porte de remessa e retorno de acordo com regulamentação própria estabelecida pelo
dos autos; Tribunal.
IV – demais informações exigidas no formulário Parágrafo único – Os valores recolhidos a título de
eletrônico, de acordo com o tipo de ação ou recurso esco- porte de remessa e retorno poderão ser restituídos quando
lhido. se verificar, encerrada sua tramitação no STJ, que os autos
Parágrafo único – No caso de recolhimento para ajui- foram encaminhados integralmente por via eletrônica e
zamento de Homologação de Sentença Estrangeira, não devolvidos do mesmo modo aos tribunais de origem.
dispondo o autor de CPF ou CNPJ, poderá ser indicado o
CPF do advogado ou o CNPJ da respectiva sociedade de Seção V
advogados. Das Disposições Finais
Art. 7º – O sistema de GRU Cobrança do Superior Art. 10 – O presidente do Tribunal promoverá a atua-
Tribunal de Justiça estará disponível 24 horas por dia, inin- lização do Anexo desta resolução.
terruptamente, ressalvados os períodos de manutenção. Art. 11 – Os casos omissos serão resolvidos pelo
§ 1º – A indisponibilidade da GRU Cobrança será presidente do Tribunal.
aferida por sistema de auditoria estabelecido pela unidade Art. 12 – Fica revogada a Resolução STJ/GP nº 3 de 5
de tecnologia da informação e será registrada em relatório de fevereiro de 2015.
de interrupções de funcionamento a ser divulgado ao públi- Art. 13 – Esta resolução entra em vigor na data de sua
co no sítio eletrônico do Tribunal, com as informações de publicação.
data, hora e minuto do início e do término.
§ 2º – Considera-se indisponibilidade do sistema de Anexos disponíveis no site
GRU Cobrança a falta de oferta do serviço de emissão de www.advocaciadinamica.com

RESOLUÇÃO 202 TST


(DJe DE 19-2-2016) ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 358
Alteração

Altera redação da Orientação Jurisprudencial TST 358

O EGRÉGIO PLENO DO TRIBUNAL SUPERIOR SALÁRIO MÍNIMO E PISO SALARIAL PROPOR-


DO TRABALHO, baixou a presente Resolução, resol- CIONAL À JORNADA REDUZIDA – EMPREGADO –
vendo: SERVIDOR PÚBLICO. (redação alterada na sessão do
Art. 1º – A Orientação Jurisprudencial nº 358 da Tribunal Pleno realizada em 16.2.2016)
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais passa a I – Havendo contratação para cumprimento de jor-
vigorar com a seguinte redação: nada reduzida, inferior à previsão constitucional de oito

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horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o paga- blico inferior ao salário mínimo, ainda que cumpra jornada
mento do piso salarial ou do salário mínimo proporcional de trabalho reduzida.
ao tempo trabalhado. Art. 2º – Esta Resolução entra em vigor na data de sua
II – Na Administração Pública direta, autárquica e publicação.
fundacional não é válida remuneração de empregado pú-

PROVIMENTO 1 CGJ-RO
(DJe DE 23-2-2016) AUDIÊNCIAS DE CUSTÓDIA
Implantação – Comarcas do interior

Dispõe sobre a implantação das Audiências de Custódia


nas Comarcas do interior do Estado de Rondônia
O CORREGEDOR GERAL DA JUSTIÇA DO ES- Art. 3º – Os magistrados que presidirem as audiências
TADO DE RONDÔNIA, baixou o seguinte Provimento, de custódia deverão observar os protocolos estabelecidos
resolvendo: nos anexos da resolução 213 do CNJ e, ainda, a alimentar o
Art. 1º – Autorizar as unidades judiciárias do interior SISTAC, se disponível.
do Estado com competência criminal, e em caráter experi- Art. 4º – Recomenda-se o estabelecimento de rotina
mental, a realizar as audiências de custódia no âmbito de em agenda para que as audiências sejam realizadas, prefe-
sua unidade jurisdicional, a partir de 24 de fevereiro de rencialmente, em horários previamente estabelecidos,
2016, com obrigatoriedade a partir de 29 de fevereiro de favorecendo os fluxos da unidade e dos demais integrantes
2016. do sistema.
Art. 2º – Cada unidade ficará responsável pela reali- Art. 5º – As dificuldades verificadas no cumprimento
zação do ato solene no âmbito de sua competência e con- das audiências deverão ser comunicadas a Corregedoria-
forme a distribuição dos autos de prisão em flagrante, prefe- Geral da Justiça, através do e-mail custodiacgj@tjro.jus.br
rencialmente em até 72 horas, com mitigação possível à luz até o dia 31/03/2016, objetivando o encaminhamento dos
de exceção devidamente fundamentada e em virtude do dados ao CNJ para o fim disposto no parágrafo 5º do artigo
disposto no parágrafo único do artigo 15 da Resolução 213 1º da Resolução 213.
do CNJ. Art. 6º – Este Provimento entra em vigor no dia 24 de
Parágrafo único – Até regulamentação diversa, fica fevereiro do corrente ano.
adiada a necessidade de realização nos dias não-úteis.

RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA 13 TRT-24ª REGIÃO


(DJe DE 17-2-2016) SÚMULAS 19 e 20
Aprovação

Aprova as Súmulas 19 e 20 do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região


O EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRA- rio, justificando a representatividade da categoria e legiti-
BALHO DA 24ª REGIÃO, na 1ª Sessão Administrativa midade da negociação pelo sindicato dos trabalhadores na
Ordinária, realizada em 4 de fevereiro de 2016, decidiu: indústria.
Por unanimidade, aprovar, nos termos seguintes, o
teor das Súmulas nº 019 a 020: SÚMULA 20
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL – CONSTI-
SÚMULA 19 TUCIONALIDADE. A contribuição sindical rural foi re-
ENQUADRAMENTO SINDICAL. O trabalhador que cepcionada pela ordem constitucional vigente e é exigível
presta serviço a empregador agroindustrial, seja ele atuante independentemente de filiação à entidade sindical.
no campo ou no processo industrial da empresa, é industriá-

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RESOLUÇÃO 1.122 TJ-RS


(DJe DE 18-2-2016) ATOS PROCESSUAIS
Comunicação pelo correio – Normas

Dispõe sobre a comunicação dos atos processuais pelo correio


O CONSELHO DA MAGISTRATURA, baixou a – Dos juizados especiais
presente Resolução, resolvendo: Art. 7º – Nos processos do juizado especial cível, a
Art. 1º – Não dispondo a lei de outro modo, os atos de citação será cumprida por correspondência, com aviso de
comunicação processual serão feitos pelo correio, desde recebimento.
que seu destinatário tenha endereço certo e sua residência Art. 8º – Nos processos do juizado especial criminal,
seja atendida por serviço de entrega domiciliar da empresa a citação será cumprida pessoalmente, por mandado ou
de correios e telégrafos – ECT, observadas as diretrizes carta, ou pelo escrivão, se o acusado comparecer em cartó-
postas na presente resolução. rio.
Parágrafo único – O disposto nesta resolução se apli- Art. 9º – Nos processos dos juizados especiais cíveis e
ca também para as hipóteses de destinatários com endere- criminais, as intimações serão feitas pelo correio ou por
ços em outras comarcas. qualquer meio idôneo de comunicação.
– Dos juizados da infância e juventude
– Dos processos cíveis:
Art. 10 – Nos procedimentos regulados pelo estatuto
Art. 2º – Nos processos cíveis, a citação será feita pelo
da criança e do adolescente, a citação será cumprida pes-
correio para qualquer comarca do país, exceto: soalmente, por mandado, carta precatória ou pelo escrivão,
I – Nas ações de estado, observado o disposto no art. se a parte comparecer em cartório.
695, § 3º do Código de Processo Civil (Lei 13.105/15). Art. 11 – As intimações serão feitas pelo correio,
II – Quando o citando for incapaz; desde que seu destinatário tenha endereço certo e sua
III – Quando o citando for pessoa de direito público; residência seja atendida por serviço de entrega domici-
IV – Quando o citando residir em local não atendido liar da empresa de correios e telégrafos – ECT, ressal-
pela entrega domiciliar de correspondência; vada a hipótese em que houver decisão judicial funda-
V – Quando o autor, justificadamente, a requerer de mentada definindo modo diverso de comunicação no
outra forma. caso concreto.
§ 1º – A carta será registrada para entrega ao citando, Parágrafo único – Nos procedimentos regulados pelo
exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o estatuto da criança e adolescente que contarem com adoles-
“aviso de recebimento” para posterior juntada aos autos. cente internado e/ou com criança ou adolescente inserido
§ 2º – Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a em programa de acolhimento familiar ou institucional, as
entrega da carta a pessoa com poderes de gerência geral ou intimações das partes e testemunhas serão realizadas por
de administração ou, ainda, a funcionário responsável pelo oficial de justiça.
recebimento de correspondências. – Dos juizados da violência doméstica
Art. 3º – As intimações serão feitas às partes ou aos Art. 12 – No cumprimento das medidas protetivas
seus representantes legais e aos demais sujeitos do processo deferidas no âmbito dos juizados da violência domés-
pelo correio. tica, as decisões e as respectivas intimações serão cum-
Art. 4º – A intimação de testemunha em processo pridas por mandado, carta precatória ou, se possível, pelo
cível será realizada pelo correio, observado de todo o modo escrivão se a vítima e ou acusado comparecerem em
o disposto no artigo 455 do Código de Processo Civil (Lei cartório.
13.105/15). Parágrafo único – Os demais atos de comunicação
nos processos do juizado da violência doméstica observa-
– Dos processos criminais:
rão as regras previstas para os processos criminais, nos
Art. 5º – Nos processos criminais, as intimações termos desta resolução.
serão feitas pelo correio, desde que seu destinatário tenha – Disposições gerais
endereço certo e sua residência seja atendida por serviço Art. 13 – Os atos de comunicação serão cumpridos
de entrega domiciliar da empresa de correios e telégra- por oficial de justiça nos processos de qualquer natureza
fos – ECT, ressalvada a hipótese em que houver decisão quando:
judicial fundamentada definindo modo diverso de comuni- I – A correspondência for devolvida por impossibili-
cação para o caso concreto. dade de entrega ao destinatário;
Parágrafo único – Nos processos criminais com réu II – A testemunha não comparecer ao ato para o qual
preso ou quando houver a iminência de prescrição, as inti- foi intimada;
mações dos acusados, testemunhas e jurados serão realiza- III – Tratar-se de notificação, interpelação ou protes-
das por oficial de justiça. to (arts. 726 e 727 do Código de Processo Civil (Lei
Art. 6º – A citação e a notificação do acusado serão 13.105/15).
cumpridas pessoalmente, por mandado, carta precatória ou Art. 14 – Nas hipóteses excepcionais tratadas no
pelo escrivão, se o acusado comparecer em cartório. inciso V do artigo 2º e na parte final dos artigos 5º e 10, o

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mandado conterá a indicação de que sua expedição foi nos cartórios e remessa à empresa de correios e telégra-
determinada em razão de decisão que definiu o mandado fos – ECT.
como modo de comunicação. Art. 17 – O juiz diretor do foro manterá contato com a
§ 1º – É vedada a expedição de portaria ou ordem de gerência local da empresa de correios e telégrafos – ECT
serviço genérica regulando a utilização de mandado ou com o objetivo de melhorar o sistema de comunicação dos
carta precatória como primeira forma de comunicação pro- atos processuais pela via postal, otimizar rotinas e garantir a
cessual. efetividade dos atos de comunicação.
§ 2º – É vedado ao oficial de justiça devolver manda- Parágrafo único – Igual procedimento deverá ser
dos exclusivamente em razão de dúvida acerca da existên- adotado em relação à seção local da Ordem dos Advogados
cia de situação excepcional a justificar a sua utilização do Brasil – OAB, ensejando a colaboração dos advogados,
antes do envio de correspondência, ressalvando-se o desta- quer na utilização do sistema disposto no artigo 455 do
que ao final da certidão lançada após o cumprimento e o Código de Processo Civil (Lei 13.105/15), quer no sentido
requerimento perante a direção do foro. da correta e completa indicação do endereço de partes e
Art. 15 – As despesas postais devem ser recolhidas testemunhas, inclusive indicação do respectivo Código de
juntamente com a taxa única de serviços judiciais pela parte Endereçamento Postal(CEP)).
onerada, nos termos da lei. Art. 18 – O Corregedor-Geral da Justiça resolverá os
Parágrafo único – As despesas postais realizadas no casos omissos e as dúvidas na execução da presente reso-
curso do processo serão pagas com selos do poder judiciá- lução.
rio e incluídas na conta final de custas para pagamento pelo Art. 19 – Ficam revogadas as portarias e ordens de
sucumbente. serviço editadas no 1º grau e as demais disposições em
Art. 16 – A postagem da correspondência será efe- contrário, em especial a Resolução nº 102/1993-COMAG e
tuada através da direção do foro, que regrará por meio de as orientações dela decorrentes, esta resolução entra em
portaria a forma de recolhimento das correspondências vigor em 17 de março de 2016.

Doutrinas
Rômulo de Andrade Moreira A RESOLUÇÃO Nº 217 DO CONSELHO NACIONAL
Procurador de Justiça do Ministério Público do DE JUSTIÇA E O VAZAMENTO SELETIVO DE
Estado da Bahia e Professor de Direito Processual INFORMAÇÕES NAS INVESTIGAÇÕES CRIMINAIS
Penal da Universidade Salvador – Unifacs

O Conselho Nacional de Justiça aprovou no último pelos quais não seria possível obter a prova por outros
dia 16 de fevereiro a Resolução nº 217, adotando várias meios.
medidas no sentido de impedir o vazamento seletivo de Também está obrigado a indicar o nome dos policiais
informações sigilosas constantes nos autos de investiga- e membros do Ministério Público responsáveis pela investi-
ções criminais. gação, bem como dos servidores, peritos, tradutores, escri-
A nova Resolução altera regras do próprio Conselho vães e demais técnicos que tenham acesso a ela.
relativas à quebra de sigilo e interceptação telefônica e de O procedimento em que foi discutida a nova Resolu-
endereços eletrônicos, passando a estabelecer a obrigato- ção foi aberto pelo Presidente do Conselho Nacional de
riedade da requisição por parte do Juiz para instauração de Justiça, Ministro Ricardo Lewandowski, a pedido do Con-
investigação a respeito da quebra do sigilo, sob pena de selho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (Pro-
responsabilização do Magistrado.
cesso 0000467-47.2016.2.00.0000).
De acordo com os novos dispositivos, o Poder Judi-
Lamentavelmente, foi preciso uma Resolução do
ciário é responsável por apurar a divulgação de informa-
ções sigilosas por qualquer um dos envolvidos em quais- Conselho Nacional de Justiça para tentar coibir uma prá-
quer ações que corram em segredo de Justiça, ainda que os tica criminosa que se propaga em nosso País, em que
vazamentos tenham partido do Ministério Público e da atores estatais proativos estão, muitas vezes, a serviço de
Autoridade Policial. O texto, praticamente repetindo os determinada parte da imprensa para atacar a reputação
termos da Lei de Interceptações Telefônicas, estabelece alheia e não para trabalhar e fazer jus ao salário que rece-
obrigações ao Juiz que ordenar a quebra de sigilo ou que bem do Estado.
mandar interceptar o telefone de investigados e acusados, Atores processuais que imaginam, ingenuamente (ou
determinando ao Magistrado que consigne, na decisão, os não), estar em uma cruzada pelo bem contra o mal, sem
indícios de autoria do crime, as diligências feitas antes do perceberem que fazem parte de um sistema (jurídico) inca-
pedido de quebra de sigilo ou da interceptação e os motivos paz de gerir as mazelas próprias de outros sistemas (econô-

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mico e político). Aqui, na verdade, há um misto de arrogân- sões provisórias infindas) acerca da informação dada, pois
cia, oportunismo e infantilismo (no sentido em que Freud não é possível que depois de tantos fatos postos, tantas
escrevia sobre a religião, tratando-a como uma ilusão). fotos postadas, não haja uma sentença dada, um castigo
Esquecem da cláusula da inviolabilidade da intimi- imposto!
dade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, tal Não dá para admitir que trechos de uma delação
como assegurado no art. 5º, X, da Constituição e no art. 13 premiada documentada em autos de uma investigação cri-
da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto minal esteja no dia seguinte estampada em uma folha de
de São José da Costa Rica). um jornal de circulação nacional ou em telejornal de
Como já escrevi em outra oportunidade, tornou-se grande audiência. Diga-se o mesmo em relação às inter-
lugar comum a publicação na imprensa de trechos de dela- ceptações telefônicas ou escutas ambientais. Não é possí-
ções premiadas que deveriam estar, por força de lei, sob vel! É óbvio que isso gera um sentimento negativo que
absoluto sigilo nos autos da investigação criminal, partes de seguramente implicará, também negativamente, no mo-
depoimentos de testemunhas, de interrogatórios de indicia- mento de se fazer o juízo de acusação e, mais tarde, o juízo
dos, fragmentos de interceptações telefônicas e escutas de condenação. Não, não é chegada a hora. Já passou o
ambientais também cobertas pelo sigilo. E sempre material momento de repensarmos este modo de atuar. Nós que
seletivamente fornecido pelos órgãos do Estado que têm a fazemos parte desta engrenagem chamada Justiça crimi-
guarda dos documentos. Isso é fato. Réus (mais) pobres e nal: integrantes da Polícia, do Ministério Público, Magis-
ricos. Brancos e (mais) negros. Incluídos e (mais) excluí- trados e todos os outros.
dos. Nós estamos lidando com gente e não estamos mais
E há algo ainda mais grave. Se tais fatos não fossem no século XVIII, quando “o povo reivindicava seu direito
um agravo absurdo do ponto de vista da vida privada e da de constatar o suplício e quem era supliciado”, pois o
intimidade da pessoa (que na esmagadora maioria das “condenado era oferecido aos insultos, às vezes aos ataques
vezes ainda nem foi julgada), o prejuízo do ponto de vista dos espectadores.” Afinal de contas, “as pessoas não só
processual é imenso, incomensurável, pois esta exposição tinham que saber, mas também ver com seus próprios
midiática põe e expõe o julgador (e também o acusador) olhos. Porque era necessário que tivessem medo; mas tam-
em uma situação de pressão junto à opinião pública da bém porque deviam ser testemunhas e garantias da punição,
qual dificilmente ele se libertará corajosamente. O ato de e porque até certo ponto deviam tomar parte nela. Ser teste-
acusar e o de julgar já estão viciados, contaminados pela munhas era um direito que eles tinham e reivindicavam; um
pressão da mídia, pelo fato noticiado, pela capa da revista, suplício escondido é um suplício de privilegiado, e muitas
pela manchete do jornal, pelos comentários dos amigos, vezes suspeitava-se que não se realizasse em toda a sua
enfim... severidade. Todos protestavam quando no último instante
Ao final e ao cabo, condena-se não em razão das se retirava a vítima aos olhares dos espectadores.” Tudo
provas, mas em virtude das evidências noticiadas. A con- muito parecido com o momento atual, só que este é um
denação impõe-se, não porque o Direito assim o exige, relato de Michel Foucault, da França, do século XVIII
mas porque é preciso que o leitor e o telespectador tenham (Vigiar e Punir – História da Violência nas Prisões, Petró-
uma resposta (de preferência rápida, daí a razão das pri- polis: Vozes, 1998, p. 49).

Fábio Zambitte Ibrahim PARÂMETROS DE ANÁLISE RELATIVOS


Advogado – Sócio do escritório Barroso Fontelles, À INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO
Barcellos, Mendonça & Associados PREVIDENCIÁRIA SOBRE
PAGAMENTOS EVENTUAIS

1. Introdução com a indefinição do real alcance dos preceitos constitucio-


O salário de contribuição, apresentado no art. 28 da nais envolvidos.
Lei 8.212/91 como base imponível da contribuição previ- Mas por qual motivo o tema teria tanto relevo? Ape-
denciária dos segurados do Regime Geral de Previdência sar de, inicialmente, viabilizar a quantificação das contri-
Social – RGPS, reflete um dos temas de maior divergência buições devidas pelos segurados, o salário de contribuição,
doutrinária e jurisprudencial dos últimos anos.1 em uma espécie de operação casada, também identifica a
Apesar de aparentemente singelo, o regramento de base imponível da obrigação previdenciária patronal, tendo
incidência das contribuições previdenciárias, historica- em vista, em especial, o art. 22, § 2º, da Lei 8.212/91. Em
mente, sempre contou com acirradas divergências, muitas suma, é o parâmetro central do financiamento da previdên-
das quais se perpetuam na atualidade e, para piorar, contam cia social.

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Para construirmos uma pré-compreensão adequada Todavia, mais recentemente, outro aspecto contro-
da matéria, um passo importante é a evolução histórica da vertido vem se avolumando nos Tribunais, que é a correta
incidência previdenciária, para, então, identificar os funda- composição desta base de cálculo, não mais quanto aos
mentos constitucionais atuais e, finalmente, alcançar o valores efetivamente pagos ou devidos, mas, desta vez,
sentido e alcance da legislação vigente. quanto às parcelas que não reproduzam, diretamente, uma
2. Breve Composição Histórica da Hipótese de retribuição ao trabalho. A solução demanda análise que vai
Incidência Previdenciária além do aspecto histórico, exigindo alguma análise das
finalidades do próprio sistema previdenciário brasileiro.
A temática proposta no presente item permite, em
tese, perquirir as formas de incidência desde o advento do 3. Aspecto Finalístico da Hipótese de Incidência
Decreto 4.682/1923, ao criar as primeiras caixas de aposen- Previdenciária
tadoria e pensão do Brasil. Todavia, de forma a centrar Compreendida a evolução histórica do tema e a inclu-
esforços nos aspectos efetivamente relevantes que permi- são de parcelas devidas ou creditadas destinadas a retribuir
tam, em alguma medida, melhor compreender a regulamen- o trabalho, outro aspecto carecedor de aprofundamento diz
tação atual, é interessante dar início com a Lei Orgânica da respeito a rubricas não diretamente relacionadas ao traba-
Previdência Social – Lops, Lei 3.807/60, a qual, de forma lho, ou seja, aquelas não dotadas de natureza contrapresta-
inédita, criou tratamento uniforme no custeio previdenciá- cional direta.
rio brasileiro, em todas as localidades e todos os segmentos Este aspecto representa, hoje, ampla zona de penum-
profissionais. bra no tema previdenciário, pois, à parte das parcelas clara-
Ao longo destes 55 anos de contribuição previdenciá- mente salariais e, portanto, integrantes do salário de contri-
ria, nota-se uma preocupação do legislador ordinário quase buição, e das nitidamente indenizatórias e, então, não inte-
que exclusiva quanto à base de cálculo da contribuição, grantes do salário de contribuição, não há critério compatí-
permitindo, sempre, indiretamente, identificar o aspecto vel com os ideais da segurança jurídica que permita uma
material da hipótese de incidência como a prestação de identificação prévia e segura da composição da base impo-
serviços remunerados. nível previdenciária.
Daí um elemento importante de apreciação da impo-
Tendo a previdência social, especialmente quando
sição previdenciária, que é a finalidade desejada pela rela-
fundada nas premissas do seguro social, especial destina-
ção protetiva. Um aspecto fundamental na análise do tema é
ção a atender trabalhadores remunerados nas hipóteses de
perceber a relação previdenciária em seu conjunto. Ou seja,
incapacidade real ou presumida, é natural que a tributação
não se pode interpretar e aplicar a legislação de custeio do
recaia sobre os valores decorrentes da atividade remune-
RGPS sem um mínimo de conhecimento da sua outra face,
rada. Aqui, a incidência sobre o salário decorre não somen-
que é o plano de benefícios. Qualquer modelo previden-
te pela adequada tradução numérica da prestação de servi-
ciário, especialmente aqueles fundados em premissas
ços, mas, também, pela vocação dos modelos previdenciá- bismarckianas, necessariamente produz, como irmãos sia-
rios em substituir os rendimentos do trabalho. meses, um plano de custeio vinculado a um plano de bene-
Para a Lei 3.807/60, a base de incidência seria, por- fício.
tanto, a remuneração efetivamente percebida pelos empre- A vinculação referida existe por diversas razões. Uma
gados (art. 76). Já naquela época não eram incomuns as das mais importantes é a possibilidade de alcançar o equilí-
tentativas de se esquivar das contribuições mediante frau- brio financeiro e atuarial, pois o custeio deverá ser quantifi-
des grosseiras. Uma conduta muito comum – até os dias de cado de acordo com os compromissos futuros assumidos
hoje – era rotular determinada verba salarial como indeni- pelo plano de benefícios. Da mesma forma, o liame é rele-
zação, o que, no imaginário de seus criadores, seria condi- vante por estabelecer a lógica interna do sistema, explici-
ção suficiente para excluir a incidência. tando seus objetivos, como, no caso brasileiro, com a neces-
Naturalmente, a natureza jurídica de uma verba paga sidade de o benefício substituir o rendimento do segurado
a empregados não poderia ser identificada simplesmente na hipótese, por exemplo, de doença ou idade avançada.
pelo nome adotado, até pela elevada criatividade humana Ou seja, a incidência previdenciária não é uma previ-
neste setor. De toda forma, visando impedir, sem sucesso, são tributária desprovida de contraprestação específica,
tais expedientes, a Lei 5.890/73 mudou o dispositivo supra- mas, muito pelo contrário, é validada justamente pela apti-
citado, passando a prever a remuneração percebida a qual- dão de atingir as metas protetivas fixadas no regramento
quer título, ou seja, quaisquer valores destinados a retribuir específico dos benefícios. Neste particular, compreendida a
o trabalho, pouco importando a denominação adotada. Tal natureza substitutiva da maior parte dos benefícios previ-
regra permanece na legislação previdenciária até os dias de denciários, nota-se e compreende-se o real sentido e alcan-
hoje. ce do art. 201, § 11 da Constituição de 1988, ao prever que
Na sequência histórica, já sob a égide da Constituição os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão
de 1988, nas Leis 7.787/89 e 8.212/91, houve a previsão incorporados ao salário para efeito de contribuição previ-
normativa mais abrangente da remuneração paga, devida denciária e consequente repercussão em benefícios, nos
ou creditada. Novamente, tentou a legislação evidenciar, casos e na forma da lei.
ainda que indiretamente, o aspecto central da hipótese de O aspecto finalístico é evidente: não é papel de um
incidência, que é o labor remunerado. Prestado o serviço, há benefício previdenciário substituir ganhos esporádicos ou
o fato gerador in concreto e consequente surgimento da eventuais do trabalhador, pelo singelo motivo de que tais
obrigação tributária, quantificada de acordo com a remune- parcelas não são responsáveis pela manutenção diária do
ração, ainda que meramente escritural ou devida. segurado e seus dependentes. Pagamentos eventuais e

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desprovidos de liame direto com o trabalho, além de carece- parâmetros de incidência da contribuição previdenciária,
rem de atenção previdenciária, não são incorporados ao mas, unicamente, viabilizar que a mesma imposição fiscal
rendimento mensal, não se refletindo no custeio das despe- alcançasse os valores pagos ou creditados a trabalhadores
sas permanentes da família, como aluguel, saúde etc. São não empregados. Um aspecto que corrobora tal conclusão,
irrelevantes para a cobertura previdenciária e, por conse- além da análise puramente histórica, é a inclusão, pela
guinte, não deveriam compor o salário de contribuição. própria EC 20/98, do art. 201, § 11, o qual, como já disse,
Tendo em mente as finalidades do sistema protetivo, prevê, como regra geral, a incidência de contribuição previ-
a solução ainda exige observar o regramento jurídico atual- denciária sobre ganhos habituais, somente, pois estes é que
mente vigente, de forma a permitir identificar os delinea- são os responsáveis pela manutenção do segurado e seus
mentos na hipótese de incidência. dependentes e, portanto, são tais valores que devem consti-
4. Evolução Normativa da Hipótese de Incidência tuir a base de contribuição previdenciária e a respectiva
Previdenciária base de quantificação do benefício previdenciário.
O salário de contribuição, atualmente, é disciplinado, Ademais, é de notar que a Lei 9.876/99, ao disciplinar
em âmbito infraconstitucional, na Lei 8.212/91. A dicção o novo regramento constitucional da matéria, em momento
atual parece retratar, com clareza, a delimitação da incidên- algum produziu alterações nos demais dispositivos da Lei
cia previdenciária a valores unicamente decorrentes do 8.212/91, em especial o art. 28, que apresenta a composição
trabalho, se aproximando do conceito de salário, embora do salário de contribuição, o qual não sofreu qualquer
com particularidades variadas. mudança em sua estrutura, especialmente quanto à compo-
A ausência de sinonímia plena entre o salário de sição da contribuição de empresas.2
contribuição e a remuneração resulta da premissa herme- Sendo assim, podemos concluir, ainda que parcial-
nêutica de que o legislador ordinário teria criado conceito mente, por meio da apresentação de dois standards de inci-
próprio do direito previdenciário, pois, do contrário, po- dência da contribuição previdenciária. Primeiro, sendo o
deria, simplesmente, referir-se ao conceito trabalhista. valor pago ao trabalhador de forma habitual e visando retri-
De toda forma, é inegável a forte semelhança entre os buir seu trabalho, independente da denominação, deverá
conceitos. Na hipótese de dúvida sobre a inclusão ou não de compor o salário de contribuição, com as consequências
determinada parcela, a adesão ou não ao conceito de remu- legais devidas. Segundo, sendo um valor de pagamento
neração é um importante elemento de análise. único, esporádico, eventual, e sem correspectividade com a
O tema ainda passa por algumas dificuldades não atividade remunerada, estará, necessariamente, fora do
somente pelos aspectos históricos e finalísticos já mencio- salário de contribuição.
nados, mas, também, pelas alterações da competência tri- Por certo, tais parâmetros não comportam maiores
butária fixada no art. 195 da Constituição, ao disciplinar a dificuldades, havendo, nas posições intermediárias, as difi-
incidência de contribuições sociais, incluindo as previden- culdades de configuração da incidência. Basicamente, me
ciárias. Neste ponto, merece especial atenção o art. 195, I, refiro aos valores não habituais, mas que, claramente, retri-
da CF/88, o qual, em sua redação original, previa, unica- buem resultados obtidos no trabalho ou, no oposto, valores
mente, a contribuição de empregadores sobre a folha de pagos de forma habitual sem qualquer correlação com o
salários. Em decorrência de tal previsão normativa, o STF, desempenho do empregado.
ao apreciar a constitucionalidade das Leis 7.787/89 e Na última hipótese, entendo que a incidência é
8.212/91, identificou violação parcial ao dispositivo citado, devida; tal valor deve agregar ao salário de contribuição,
tendo em vista a restrição da imposição previdenciária a salvo exclusão expressa da lei, conforme parte final do
somente o salário, ou seja, restrita ao estipêndio vertido aos art. 201, § 11, da Constituição. A lógica do sistema previ-
trabalhadores subordinados (RE 177.296-4). denciário brasileiro, como já dito, é substituir valores pagos
De forma a viabilizar, como se desejava desde 1989, a habitualmente ao trabalhador e que, por isso, presumem-se
tributação de empresas sobre valores pagos a trabalhadores necessários à sua subsistência. Se não possuem correlação
sem vínculo empregatício, como, por exemplo, autônomos, com a atividade, pagos por mera liberalidade, ainda assim
a Emenda Constitucional 20/98 passou a dividir o art. 195, geram a expectativa de seu recebimento, na atividade ou na
I, da CF/88 em três alíneas, tendo a primeira a atual redação, aposentadoria. Independentemente de a visão trabalhista
que prevê a contribuição previdenciária sobre a folha de ser coincidente ou não, a contribuição previdenciária é
salários e demais rendimentos, mesmo que pagos a pessoas devida.
físicas sem vínculo empregatício. Já para pagamentos eventuais, havendo correlação
Após tal mudança, foi editada a Lei 9.876/99, a qual, direta com o trabalho, como comissões de vendas ou prê-
além de revogar a Lei Complementar 84/96, que havia mios por metas atingidas, acredito que a incidência também
criado a contribuição de empresas sobre valores pagos a deva tomar lugar. Apesar de, a priori, ausente a habituali-
pessoas físicas sem vínculo empregatício a título de contri- dade, existe legítima expectativa do trabalhador em receber
buição social residual (art. 195, § 4º, CF/88), majorou a tais valores, tendo em vista as metas e critérios de paga-
alíquota vigente e inseriu a exação no art. 22 da Lei mento previamente estabelecidos, cabendo tais valores, em
8.212/91, em conjunto com as demais cotizações patronais alguma medida, na manutenção da família.
devidas ao RGPS. É importante notar que, em momento algum, ao se
Como se nota, sem maiores dificuldades, em mo- prever a habitualidade como requisito relevante para a
mento algum pretendeu o constituinte derivado alterar os composição do salário de contribuição, adota-se a premissa

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que a mesma seja elemento necessário da incidência. Como b) Relação mediata com o trabalho – Standard pela
já exposto, o aspecto material da hipótese de incidência é o incidência
labor remunerado, o qual conta, na configuração de sua Muito frequentemente, não há critério seguro para
base de cálculo, dos valores que retribuam o trabalho e qualificar ou desqualificar determinado pagamento como
possam ser objeto de substituição do benefício previden- retribuição do trabalho. Os parâmetros criados pelos em-
ciário. pregadores são, muitas vezes, propositadamente comple-
Situação mais delicada é aquela relacionada a valores xos ou arbitrários, e não raramente adotados como forma de
pagos sem habitualidade e, também, sem uma relação direta camuflar uma sonegação fiscal ou mesmo esconder regalias
e evidente com o trabalho. Tal aspecto é melhor detalhado a determinadas categorias ou pessoas.
no item seguinte. Neste ponto, algumas conclusões devem ser afastadas
de imediato. Apesar de empregadores adotarem, com regu-
5. Delimitação do Salário de Contribuição – laridade, pagamentos em clara violação a padrões mínimos
A Questão dos Pagamentos Eventuais de isonomia e mesmo em contrariedade à legislação traba-
a) Valores decorrentes do trabalho versus valores lhista, tal aspecto nunca será fundamento suficiente para a
derivados do contrato de trabalho incidência previdenciária. A contribuição social destinada
Um aspecto elementar na identificação de incidência ao RGPS, assim como qualquer tributo no direito brasileiro,
previdenciária sobre parcelas eventuais sem correlação nunca será sanção de ato ilícito (art. 3º, CTN). Sendo assim,
direta com o trabalho é, necessariamente, a compreensão de eventual desconformidade de pagamento e identificação de
que valores decorrentes do trabalho não se confundem com privilégios odiosos a determinadas pessoas, não deve,
valores derivados do contrato de trabalho. somente por tais parâmetros, trazer como consequência a
É intuitivo que quaisquer pagamentos feitos a um automática agregação ao salário de contribuição. Ou seja, a
empregado, necessariamente, possuem como origem eventual desconformidade com parâmetros trabalhistas não
remota o contrato de emprego. Nenhuma pessoa receberia configura, necessariamente, hipótese de incidência previ-
valor algum de uma empresa sem um liame jurídico prévio. denciária.
Mesmo parcelas claramente indenizatórias somente tomam Por outro lado, a aparente ausência de critério no
pagamento de abonos e vantagens não necessariamente
lugar desde que atendido este requisito básico. Todavia, é
excluiria sua natureza salarial, pois, como mencionado, a
igualmente elementar que nem todos estes pagamentos
teratologia de parâmetros não teria o condão de descaracte-
possuem natureza contraprestacional, ou seja, nem sempre
rizar a retribuição laboral. Enfim, um aspecto central, a
os valores percebidos por empregados têm o propósito de depender do caso concreto, é identificar as razões e funda-
retribuir o trabalho. mentos para tal pagamento.
Ou seja, nem tudo que decorre do contrato de em- Neste aspecto, de forma a reduzir a subjetividade de
prego terá natureza contraprestacional. Em outras palavras, análise, me parece ser possível a criação de um standard
nem todas as obrigações contratuais serão obrigações sala- adicional: pagamentos eventuais, com potencial relação
riais.3 O simples fato de realizar algum pagamento, mesmo com o trabalho, devem, a princípio, submeter-se a incidên-
que em pecúnia, não permite inferir que se trata necessaria- cia previdenciária, salvo se demonstrado pelo sujeito pas-
mente de salário. Nesse ponto, é importante esclarecer sivo a completa ausência de retribuição do labor. Note-se,
também que, no direito do trabalho brasileiro, é usual novamente, a impossibilidade de admitir-se que qualquer
adotar-se o qualificativo indenização em obrigações varia- valor pago ao empregado seja salário (confusão de valores
das que não possuam natureza contraprestacional, sem o decorrentes do contrato de trabalho versus valores decor-
liame clássico do vernáculo com a recomposição de patri- rentes do trabalho), mas, ao mesmo tempo, a presunção de
mônio ou bem jurídico vulnerado por ato ilícito, como que pagamentos aleatórios, em geral, visam retribuir o
usualmente aplicado no direito privado.4 esforço e dedicação do obreiro, o que, em outras palavras,
Tais aspectos são elementares e reconhecidos, desde retrata a remuneração. De um fato conhecido – o paga-
longa data, como válidos.5 Admitir que qualquer paga- mento de salário – presume-se o desconhecido – pagamen-
tos aleatórios – como salário.6
mento feito a empregados seja rotulado como salário, tendo
Com base em tais premissas, podemos buscar o real
em vista admitir, como premissa, que só ocorreu pelo fato
alcance do art. 28, § 9º, “e”, 7 da Lei 8.212/91, ao prever que
do obreiro possuir liame empregatício, é confundir aspec-
não integram o salário de contribuição os ganhos eventuais
tos básicos do direito operário, misturando rendimentos e os abonos expressamente desvinculados do salário.
decorrentes do trabalho com valores derivados do contrato c) Ganhos eventuais e os abonos expressamente
de trabalho. desvinculados do salário
Em suma, admitir, como argumento definitivo, que O dispositivo supracitado, estampado no art. 28, § 9º,
determinada parcela foi paga a empregados pelo singelo “e”, 7 da Lei nº 8.212/91, não deixa dúvidas quanto à possi-
fato de existir uma relação de emprego é reflexo de um bilidade de exclusão, do salário de contribuição, de abonos
equívoco. Tal aspecto não corresponde aos fundamentos e ganhos eventuais em geral. Por tal razão, não explicita-
históricos, finalísticos e normativos da contribuição previ- mos aqui a conhecida controvérsia no Direito do Trabalho
denciária, além de contrariar toda a lógica trabalhista cons- quanto à natureza de tais verbas. Para fins previdenciários,
truída nos últimos cinquenta anos. a exclusão, além de corresponder à menor importância das

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verbas eventuais frente aos habituais, também decorre de o mesmo; sendo o abono eventual e desprovido de correla-
previsão legal expressa. ção com o labor, será expressamente desvinculado do sa-
O problema, aqui, é buscar o real alcance do preceito, lário.
em especial pela necessidade de expressa desvinculação do 6. Conclusão
salário. Uma tentativa de interpretação do preceito é encon- Tendo em vista os elementos apresentados, é possível
trada no Regulamento da Previdência Social – RPS, apro- fixar alguns parâmetros de interpretação quanto à constitui-
vado pelo Decreto 3.048/99, no art. 214, § 9º, V, “j”. A reda- ção do salário de contribuição:
ção original era mera reprodução da Lei 8.212/91. Com o i – Valores pagos ao trabalhador de forma habitual e
advento do Decreto 3.265/99, passou a ser redigida da visando retribuir seu trabalho, independente da denomina-
seguinte forma: ganhos eventuais e abonos expressamente ção, deverão compor o salário de contribuição;
desvinculados do salário por força de lei. ii – Valor de pagamento único, esporádico, eventual,
Ou seja, na interpretação da Administração, a neces- e sem correspectividade com a atividade remunerada, com
sidade legal de expressa desvinculação do salário seria, na natureza claramente indenizatória, estará fora do salário de
verdade, desvinculação expressa em lei do salário. A ques- contribuição;
tão não envolve mero jogo de palavras. No texto do RPS, a iii – Pagamento eventual sem natureza indenizatória
conclusão seria pela incidência sobre toda e qualquer par- deve, a princípio, submeter-se à incidência previdenciária,
cela eventual paga ao empregado, salvo se beneficiada por salvo se demonstrado pelo sujeito passivo a completa
alguma exclusão legal expressa. Entendo que tal interpreta- ausência de retribuição do labor.
ção estatal é equivocada. Adicionalmente, é importante ressaltar que a Emenda
Primeiramente, o entendimento estampado no RPS Constitucional nº 20/98 não produziu alteração em tais
retira qualquer aplicabilidade do preceito legal estampado aspectos, pois, como se viu, foi criada com o intuito único e
na Lei 8.212/91. Ora, se já houver outro dispositivo legal exclusivo de permitir a tributação sobre valores pagos a
excluindo determinada parcela eventual do salário, será profissionais sem liame empregatício. Nada mais. A lógica
consequência lógica a ausência de contribuição previden- protetiva de nosso sistema previdenciário, com suas verten-
ciária, pois não sendo habitual nem salarial, a verba de tes do custeio e benefício, não foi alterada, mas, ao revés,
modo algum agregaria ao salário de contribuição, como fortificada, tendo em vista a preferência pela incidência de
fixado nos primeiros standards. Tal entendimento, em valores habituais, os quais, com maior importância, são
suma, negligenciam um dos elementos fundamentais da substituídos por ocasião da concessão dos benefícios previ-
hermenêutica jurídica, que é a regra da eficácia mínima das denciários de prestação continuada.
palavras constantes do preceito normativo.7 Tais standards, naturalmente, não excluem comple-
Segundo, o vernáculo expressamente não necessaria- tamente a subjetividade e insegurança na avaliação da
mente significa literalmente. Condição expressa é requisito matéria, mas, ao menos, estipulam um norte na avaliação da
de transparência, ausência de dúvidas razoáveis, e não de
matéria, de forma a buscar uma eficácia mínima ao preceito
previsão normativa expressa. O que se deseja na Lei
normativo estampado no art. 28, § 9º, “e”, 7 da Lei
8.212/91 é que a parcela referida seja, de forma clara,
desvinculada da remuneração, cabendo ao empregador o 8.212/91, conjugado com as premissas finalísticas e norma-
ônus da prova. Demonstrada, com todo o rigor, a plena tivas da previdência social brasileira.
independência do pagamento frente ao trabalho, restará NOTAS
expressamente demonstrada sua autonomia frente ao salá-
rio e, por consequência, a exclusão do salário de contri- 1. Sobre o tema, ver Wladimir Novaes Martinez. O salário de
contribuição na lei básica da previdência social. São Paulo:
buição. LTr, 1993 e Ivan Kertzman & Sinésio Cyrino, Salário-de-
Por exemplo, caso um empregador, após a realização Contribuição – A Base de Cálculo Previdenciária das Em-
de um negócio vantajoso para a empresa, como forma de presas e Segurados. Salvador: Jus Podium, 2007
transmitir sua satisfação com a meta alcançada resolva, por 2. A única alteração no tema salário de contribuição produzida
meio de um abono geral, beneficiar seus empregados, há aí pela Lei 9.876/99 diz respeito aos segurados facultativos e
uma desvinculação expressa do salário, tendo em vista o contribuintes individuais em razão da extinção do salá-
pagamento ter sido por mera liberalidade e desprovida rio-base.
de qualquer parâmetro de análise laboral individualizada. 3. Nesse sentido, ver Amauri Mascaro Nascimento. Teoria
É relevante ter em mente que o salário decorre do serviço Jurídica do Salário, 1994, p. 68. Ver, também, Orlando
prestado ou do tempo à disposição do empregador, ou seja, Gomes. O salário no Direito Brasileiro, 1947, p. 10.
de aspectos individualizados de análise aptos a gerar uma 4. Cf. Amauri Mascaro Nascimento, Salário – conceito e pro-
retribuição fixada no contrato de emprego. Pagamentos teção, 2008, p. 304.
aleatórios e genéricos não necessariamente se enquadram 5. Cf. José Martins Catharino. O Tratado Jurídico do Salário,
em tal perfil. 1957.
É certo que a doutrina, de modo geral, tende a apontar 6. Sobre o tema das presunções e ficções em matéria fiscal, ver
os abonos como complementos salariais e, portanto, sofren- José Luiz Pérez de Ayala. Las Ficciones em el Derecho
do todos os reflexos fiscais, previdenciários e trabalhistas. Tributário. Madrid: EDF, 1970.
Todavia, é certo que tal premissa conta com exceções, espe- 7. Cf. Carlos Maximiliano. Hermenêutica e aplicação do
cialmente quando são pagamentos eventuais e desvincula- direito. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1993, p. 250.
dos de qualquer contraprestação paga ao empregado. Tudo 8. Cf. Amauri Mascaro Nascimento. Salário – conceito e pro-
depende do caso concreto.8 O raciocínio aqui apresentado é teção. São Paulo: LTr, 2008, p. 357.

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Noticiário
DESTAQUES

Bafômetro não certificado não anula multa clara ao prever a extinção da pensão devida ao filho menor
A 1ª Turma Criminal do TJDFT confirmou sentença pela sua emancipação ou quando ele completar 21 anos de
da 1ª Vara Criminal de Taguatinga, que condenou réu à idade, salvo se for inválido, o que não é a hipótese. O magis-
pena de 6 meses de detenção, por conduzir veículo automo- trado citou jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça
tor sob influência de álcool. A decisão foi unânime. (STJ) no sentido de que “a hipótese legal não contempla
O Ministério Público do DF ofereceu denúncia contra o prorrogação para o caso de estudante universitário que
acusado, imputando-lhe a prática da conduta descrita no precise da verba previdenciária para custear seus estudos”.
artigo 306, caput, da Lei nº 9.503/97 (Código de Trânsito Nesse sentido, “é descabido o pedido de restabelecimento
Brasileiro), pois, agindo de forma livre e consciente, do benefício de pensão por morte em favor da parte autora,
conduziu veículo em via pública, estando com concentra- uma vez que inexistentes pressupostos legais para a sua
ção de álcool no sangue de 1,15 mg/l. Segundo a juíza origi- implantação”, afirmou o relator. Nesses termos, o Cole-
nária, a materialidade delitiva encontra-se inequivoca- giado negou provimento à apelação.
mente comprovada, bem como a autoria do fato, havendo
provas suficientes para a condenação. Assim, decretada a Exclusão de ressarcimento de valores não desca-
revelia do acusado, que não foi localizado nos endereços racteriza o dano ao erário
informados nos autos, este restou condenado a 6 meses de A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça
detenção em regime aberto, tendo em vista a sua primarie- (STJ) decidiu, por maioria, que uma conduta considerada
dade. Em sede de recurso, o réu requereu nulidade do teste ilegal de acordo com a lei de improbidade administrativa
do etilômetro e absolvição por insuficiência de provas. pode ser caracterizada como lesão ao erário, mesmo que a
A Turma negou provimento ao recurso sob o fundamento decisão judicial exima o réu de restituir valores ao erário.
de que inexiste nulidade no teste de alcoolemia mesmo A discussão surgiu durante a análise de um agravo regimen-
quando falta a certificação de aferição anual do medidor tal interposto ao REsp.1.288.585. No caso, a Companhia de
pelo Inmetro, cabendo à defesa provar o mau funciona- Limpeza Urbana de Niterói contratou um escritório de
mento do aparelho utilizado na constatação da infração. advocacia sem licitação, justificando a contratação pela
Também para os desembargadores, não há que se falar em especialização e conhecimento notório do escritório. Essa,
absolvição do réu, uma vez que a materialidade e a autoria alegou a estatal, seria uma das condições que caracterizam
do crime foram evidenciadas não somente pelo resultado do inexigibilidade de licitação. O Ministério Público do Rio de
teste de alcoolemia, mas também pelos testemunhos dos Janeiro entrou com ação civil pública contra a administra-
policiais condutores da prisão em flagrante, que afirmaram ção municipal e o escritório, alegando que a autarquia
que o réu apresentava os sinais clássicos de embriaguez ao possuía corpo jurídico próprio. Sustentou também que o
ser abordado. Diante disso, o Colegiado manteve a conde- escritório não se enquadrava como de notória especializa-
nação imposta, incluindo a substituição da pena privativa ção, já que o registro do advogado responsável fora obtido
de liberdade por uma restritiva de direitos, consistente na 12 dias antes da assinatura do contrato. O MP pedia a
prestação de serviços à comunidade ou a entidades públi- condenação dos réus com base nos artigos 10 e 12 da Lei
cas, e ainda a suspensão para a permissão ou a habilitação 8.429/92 (lei de improbidade administrativa). Entre outros
para dirigir veículo automotor pelo prazo de 2 meses. itens, a ação pedia a devolução dos valores pagos no
contrato. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou
Direito de filho menor ao recebimento de pensão os réus a restituírem os valores pagos, suspendeu os direitos
por morte cessa aos 21 anos políticos de ambos e proibiu o advogado de contratar com o
O direito à percepção da pensão por morte cessa poder público por cinco anos. Ao recorrer para o STJ, os
quando o filho do beneficiário falecido completa 21 anos de réus obtiveram em 2012 uma decisão favorável no sentido
idade, independentemente de sua condição de estudante de terem afastada a necessidade de ressarcir os valores
universitário. Com esse entendimento, a Primeira Câmara pagos. Segundo o tribunal, havendo a comprovação dos
Previdenciária da Bahia confirmou sentença que negou o serviços prestados, a restituição dos valores mostrava-se
pedido da parte autora, estudante universitária, de manuten- indevida. No agravo interposto pelo diretor do escritório de
ção do pagamento de pensão previdenciária até os 24 anos advocacia, o réu questiona a parte do recurso especial rejei-
de idade. Ao analisar a questão, o relator convocado, juiz tada pela corte. O argumento da defesa é que não seria
federal Pedro Braga Filho, salientou que a Lei nº 8.213/91 é possível manter as demais condenações exclusivamente

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com base no artigo 10 da Lei 8.429, que cita prejuízo ao Herdeiros devem quitar dívida de parente fale-
erário. Para a defesa, se não houve prejuízo ao erário, o cido
acórdão do Tribunal de Justiça deveria ser totalmente refor-
A viúva de um empresário de Aragarças deverá quitar
mado. Ao negar o agravo, o relator do processo, o desem-
a dívida deixada pelo marido, decorrente de um arrenda-
bargador convocado Olindo Menezes, sustentou que, mento comercial. O acordo entre a herdeira e a empresa
apesar do afastamento da necessidade de restituir valores, credora foi homologado pelo juiz Nickerson Pires Ferreira
ainda é possível caracterizar a conduta do réu como um ato durante o programa Justiça Ativa, realizado na comarca.
de improbidade administrativa que causou lesão ao erário. Consta dos autos que os débitos deixados pelo empresário
O desembargador lembrou que, se houvesse um processo chegavam a quase R$ 500 mil, referentes a impostos muni-
licitatório, o poder público poderia ter contratado os cipais e federais em razão do posto de gasolina arrendado.
mesmos serviços por um valor menor. Durante audiência, as partes acordaram com a redução do
valor para R$ 120 mil, parcelado em 24 vezes. Caso haja
DVD com gravação de acidente ajuda a reverter atraso superior a 10 dias, a viúva está sujeita a pagar multa
justa causa de 20% sobre o valor remanescente. Segundo a defesa da
A 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª parte autora apresentou, os encargos da herança represen-
Região (TRT/RJ) reverteu a dispensa por justa causa de um tam um contraposto do lucro advindo do espólio, “porque
motorista de ônibus que se envolveu em um acidente de herança é um todo universal, transmite-se aos herdeiros
trânsito. Com base em imagens de um DVD que mostram o todo o patrimônio, composto de ativo e passivo, assim são
momento da colisão, o colegiado considerou que o obreiro transmitidas todas as obrigações aos sucessores”. Aragar-
não teve culpa no ocorrido, o que torna indevida a aplicação ças recebeu a primeira edição de 2016 do programa Justiça
da penalidade máxima no contrato de emprego. A decisão, Ativa. Segundo o magistrado respondente, que é titular 1ª
que reformou a sentença, de 1º grau, condenou a Empresa Vara de Iporá, a iniciativa antecipou a pauta de julgamento
Viação Ideal S.A. ao pagamento de verbas como aviso em mais de dois anos no local. A comarca tem 8,6 mil
prévio, gratificação natalina e férias proporcionais, multa processos em tramitação, deste montante, 33% são oriun-
de 40% sobre o FGTS, além da entrega das guias do segu- dos da área criminal, totalizado 2,7 mil feitos.
ro-desemprego. A empresa também terá de indenizar o
trabalhador em R$ 10 mil, a título de danos morais, por não Juíza inova ao decidir ação com base no Estatuto
disponibilizar aos empregados banheiros ou fornecê-los em da Pessoa com Deficiência
condições inadequadas de higiene nos pontos finais de A juíza Joana Ribeiro, titular da 1ª Vara Cível da
ônibus. E deverá pagar um acréscimo salarial de 30% sobre comarca de Tijucas, aplicou inovações contidas no
o salário base de cobrador pelo fato de o motorista acumular recém-vigente Estatuto da Pessoa com Deficiência para
as duas funções, entre junho de 2008 e setembro de 2013, prolatar sentença em que nomeou uma mulher para exercer
com reflexos nas demais verbas trabalhistas. O acidente a curatela do marido, acometido de doença que o incapacita
ocorreu em 22 de agosto de 2013, quando um coletivo de para determinados atos da vida civil. A decisão está entre as
outra empresa forçou ultrapassagem em via estreita. Ao ser primeiras do país a ter por base o novo ordenamento, que
fechado, o veículo da Viação Ideal, que fazia o trajeto Ilha entrou em vigor em janeiro deste ano e estabelece novo
do Governador-Castelo, colidiu com um poste. Um DVD norte cultural e jurídico em benefício das pessoas com defi-
apresentado como prova pela empregadora corroborou a ciência. A magistrada, no corpo da sentença, trata das
versão do trabalhador. “O reclamante (condutor) teve uma inovações e destaca algumas delas, como o fim da incapaci-
postura diligente e procurou evitar maiores danos, mas o dade civil absoluta; a definição da curatela para fins especí-
acidente foi inevitável. Quem foi irresponsável foi o moto- ficos e restritos aos direitos patrimoniais e negociais, apli-
rista do outro ônibus, que efetuou uma ultrapassagem em cável em casos de incapacidade civil relativa; prazo fixo de
local inadequado, sem a distância regulamentar. Assim, duração da curatela; e a obrigação do curador cumprir o
não se pode atribuir ao autor a culpa pelo acidente, sendo projeto terapêutico individualizado como forma de avançar
absolutamente indevida a aplicação da justa causa”, assina- desta condição para, em futuro processo, alcançar o estágio
lou, em seu voto, o relator do acórdão, desembargador de TDA – Tomada de Decisão Apoiada. Nele, a pessoa
Enoque Ribeiro dos Santos. Segundo ele, o condutor foi na continua protagonista da própria vida, mas, em situações
realidade muito perspicaz ao desviar o veículo para a direita restritas a questões patrimoniais, contará com o auxílio de
e bater com o ônibus apenas no poste, evitando danos muito apoiadores para definir suas escolhas. A sentença prolatada
maiores para a empresa, para os passageiros e terceiros nesta semana envereda por esse caminho. A magistrada
transeuntes, caso a colisão tivesse ocorrido com o outro decretou a incapacidade relativa do marido, nomeou a
ônibus. Nas decisões proferidas pela Justiça do Trabalho, esposa como curadora, sob a condição de promover o
são admissíveis os recursos enumerados no art. 893 da projeto terapêutico individualizado, e fixou prazo de três
CLT. anos para futura averiguação da condição do curatelado, já

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com vistas na sua adequação ao estágio de TDA. A esposa prévia de instrução, perante o juiz e com as garantias do
terá ainda que prestar contas de sua atuação ao Ministério contraditório e da ampla defesa, de modo que só sejam
Público. A demandante havia solicitado também autoriza- submetidos a julgamento “os casos em que se verifiquem a
ção para venda de um imóvel do casal, pleito rechaçado comprovação da materialidade e a existência de indícios
nesta oportunidade e que deve ser objeto de ação autônoma suficientes de autoria”. Segundo ele, essa fase de instrução
para melhor avaliação da necessidade, indispensabilidade e “funciona como um filtro pelo qual somente passam as
utilidade do negócio. “Sublinhe-se que a nova lei reage aos acusações fundadas, viáveis, plausíveis, idôneas a serem
anseios daqueles que, embora tenham o discernimento objeto de decisão pelo juízo da causa” – que é o conselho de
reduzido, são capazes de amar e ser amados, e necessitam jurados populares. Em seu recurso, o Ministério Público
de certa liberdade e/ou dignidade para provar dos limites de sustentou que o artigo 155 do Código de Processo Penal,
sua própria existência”, concluiu a juíza Joana Ribeiro. que impede o juiz de condenar com base em provas obtidas
exclusivamente no inquérito policial, não se aplicaria ao
Testemunho indireto colhido no inquérito não júri popular, já que este não precisa fundamentar sua deci-
basta para levar réu a júri popular são. No entanto, para Rogerio Schietti, o fato de os jurados
O estado democrático de direito não admite que uma não terem de explicitar os motivos de seu convencimento
pessoa seja levada ao júri popular apenas com base em “incrementa o risco de condenações sem o necessário lastro
informações colhidas no inquérito policial, não confirma- em provas colhidas sob o contraditório judicial”. “Com
das em juízo nem submetidas ao contraditório e ao exercí- maior razão – até porque não são exteriorizadas as razões
cio da ampla defesa. Com esse entendimento, a Sexta que levam os jurados a decidir por eventual condenação –, a
Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou submissão do réu a julgamento pelos seus pares deve estar
recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul e condicionada à produção de prova mínima e, diga-se, judi-
manteve decisão do Tribunal de Justiça daquele estado que cializada, na qual tenha sido garantido o devido processo
havia livrado do júri um cidadão acusado de homicídio legal, com o contraditório e a ampla defesa que lhe são
qualificado. Na decisão de pronúncia (que submete o réu a inerentes”, disse o relator. Schietti destacou ainda a fragili-
julgamento pelo júri), revertida pelo Tribunal de Justiça, o dade do testemunho indireto, quando a pessoa depõe não
único elemento de prova considerado pelo juiz foi extraído sobre o que viu, mas sobre o que ouviu dizer. Embora o
do inquérito: o depoimento de uma testemunha indireta, Brasil não proíba esse tipo de depoimento, o ministro afir-
que ouvira uma vizinha dizer que o crime teria sido come- mou que ele deve ser tratado com extrema cautela, pois,
tido pelo réu. A vizinha não confirmou a informação à polí- além de pouco confiável, dificulta o exercício da defesa
cia e depois não foi localizada para ser interrogada em pelo réu. Ao concluir seu voto – seguido de forma unânime
juízo. O relator do recurso, ministro Rogerio Schietti Cruz, pelos demais integrantes da Sexta Turma –, Schietti
disse que, embora a competência para julgar crimes dolosos lembrou que, enquanto não ocorrer a prescrição, o Ministé-
contra a vida seja do tribunal do júri, a preocupação de rio Público poderá oferecer outra denúncia contra o
evitar o erro judiciário levou o sistema a instituir uma fase acusado, desde que surjam novas provas.

PROJETOS DE LEI

Exigência de lei complementar para normatizar A exigência de lei complementar traz, no seu entendi-
concessões mento, segurança maior aos contratos e à prestação dos
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) serviços públicos. “Embora inexista hierarquia entre lei
aprovou nesta quarta-feira (17) a Proposta de Emenda à complementar e lei ordinária na estrutura jurídico-nor-
Constituição (PEC) 39/2015, do senador Wellington Fa- mativa brasileira, o processo de elaboração da primeira
gundes (PR-MT), que estabelece a normatização das con- espécie demanda maioria absoluta em ambas as Casas do
cessões e permissões de serviços públicos por lei comple- Congresso Nacional, o que efetivamente confere uma
mentar. O relator, senador Walter Pinheiro (PT-BA), maior estabilidade. Como decorrência, em relação ao
apresentou voto favorável à proposição. Wellington regulamento jurídico das concessões e permissões de ser-
entende que, ao se admitir o regramento destes serviços viços públicos, ter-se-á maior segurança jurídica, previsi-
por lei ordinária, se impõe ao regime de concessões e bilidade e permanência da normação”, argumentou Pi-
permissões “uma fragilidade indevida, visto que as nheiro. Depois de passar pela CCJ, a PEC 39/2015 será
normas legais da matéria podem ser objeto de alterações submetida a dois turnos de discussão e votação no Plená-
sem maiores restrições, inclusive por medida provisória”. rio do Senado.

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Homologação de acordos extrajudiciais pela jus- do autor, deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB), é aprimo-
tiça do trabalho rar a redação do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) que
Tramita na Câmara dos Deputados projeto de lei já obriga todas as instituições de atendimento a manter em
(PL 427/2015) que possibilita que os acordos trabalhistas seus quadros funcionários com formação específica, mas
extrajudiciais sejam homologados, conciliados e julgados não aponta a gerontologia. “O idoso tende a ter transtornos
pela justiça do Trabalho. O deputado Jorge Côrte Real de saúde decorrentes tanto de doenças quanto do próprio
(PTB-PE) reapresentou o projeto, de autoria do ex-depu- envelhecimento, que, se não forem identificados, podem
tado Ruy Pauletti, que altera os artigos 643 e 652 da agravar o quadro clínico do paciente”, explica o parlamen-
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT – Decreto-lei tar. “Ainda assim, a lei atual é vaga e deixa margem para
5.452/43), a fim de melhor adequar a CLT aos poderes que as instituições de atendimento contratem profissionais
concedidos pela Constituição Federal. De acordo com sem especialização na área geriátrica”, conclui. Dados do
publicação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em IBGE, citados pelo parlamentar, demonstram que os idosos
2007 a justiça trabalhista brasileira conseguiu julgar (maiores de 60 anos) representam hoje 23,5 milhões de
97,86% dos processos ingressos. Côrte Real acredita que o brasileiros – mais que o dobro do registrado em 1991,
projeto trará vantagens e benefícios para o trabalhador, quando havia 10,7 milhões de pessoas nessa faixa etária.
para a sociedade e para o Estado, justamente por diminuir Entre 2009 (última pesquisa divulgada) e 2011, esse grupo
esse tempo de tramitação dos processos, podendo ter efeti- aumentou 7,6%, representando acréscimo de 1,8 milhão de
vidade de quase 100%. “Acreditamos que as partes inte- pessoas. “Essa população que vem crescendo demanda leis
grantes da relação de trabalho se beneficiarão diretamente e políticas públicas para acompanhar esse ritmo”, afirmou
com a alteração ora proposta. O empregado, que assistido Gouveia.
por advogado terá suas controvérsias resolvidas em menor
tempo, sem prejudicar a manutenção do vínculo existente. Obrigatoriedade de pregão eletrônico para com-
Da mesma forma a sociedade, pela natural diminuição dos pras governamentais
conflitos judiciais. E, por fim, o Estado, que economizará A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei
em muito com os custos do judiciário trabalhista, que cres- 285/2015, da deputada Conceição Sampaio (PP-AM), que
cem dia a dia”, concluiu Côrte Real. O projeto, de caráter obriga o uso de pregão para as compras governamentais de
conclusivo, será analisado pelas comissões de Trabalho, bens e serviços comuns e determina que, a não ser que haja
de Administração e Serviço Público; e de Constituição e impossibilidade técnica, o pregão deverá ser eletrônico.
Justiça e de Cidadania. A intenção é eliminar a interferência pessoal durante o
processo licitatório, na tentativa de evitar fraudes. Atual-
Isenção de IPI na compra de aparelhos auditivos mente, o uso do pregão eletrônico é uma opção para o gestor
e cadeiras de rodas público. Pelo projeto, o pregão eletrônico deverá garantir
Em análise na Câmara, o PL 1.311/2015, do deputado condições de segurança em todas as etapas do certame e ter
Pompeo de Mattos (PDT-RS), isenta do Imposto sobre certificação digital, além de outras regras impostas por
Produtos Industrializados (IPI) aparelhos auditivos e cadei- regulamento. A deputada Conceição Sampaio argumenta
ras de rodas. Hoje, esse benefício já é reconhecido pelo que o uso do pregão eletrônico pode melhorar o nosso
Decreto 7.660/2011. A proposta altera a Lei 10.754/2003 sistema de licitação, com a diminuição de possibilidade de
que fixa a isenção do IPI na compra de automóveis usados fraudes. “Um dos grandes problemas do sistema de licita-
no transporte autônomo de passageiros e de pessoas porta- ção brasileiro são as fraudes, que infelizmente, acontecem
doras de deficiência física e no transporte escolar. O autor por meio da interferência humana”, disse. A proposta tra-
observa que a isenção para cadeiras de rodas e aparelhos mita em caráter conclusivo e será analisada pelas comis-
auditivos estava prevista na medida provisória que deu sões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de
origem a essa lei, no entanto o artigo que tratava do assunto Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de
recebeu veto presidencial. Mattos argumenta que a inserção Cidadania.
em lei seria forma de dar maior estabilidade ao direito das
pessoas portadoras de deficiência. A proposta será anali- Permissão para microempreendedor exercer ati-
sada de forma conclusiva pelas comissões de Finanças e vidade em casa
Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Reunião da CAE, presidida pelo senador Raimundo
Lira, em que foi aprovado o Projeto de Lei da Câma-
Obrigatoriedade de médicos geriatras em casas ra (PLC) 167/2015 Marcos Oliveira/Agência Senado.
de repouso e asilos O microempreendedor individual poderá utilizar a sua resi-
Está em análise na Câmara dos Deputados proposta dência como sede do estabelecimento, quando não for
(PL 227/2015) que obriga asilos e casas de repouso a garan- indispensável a existência de local próprio para o exercício
tir o tratamento de idosos por médicos geriatras. O objetivo da atividade. A medida é prevista no Projeto de Lei da

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Câmara (PLC) 167/2015, aprovado nesta terça-feira (16) pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Mariani observa
pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A matéria que alguns empreendedores individuais que poderiam exer-
seguirá para deliberação do Plenário. De autoria do depu- cer sua atividade em sua própria residência, sem a necessi-
tado Mauro Mariani (PMDB-SC), a proposta altera o Esta- dade de dispor de estabelecimento para essa finalidade,
tuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno estão impedidos de fazê-lo pela legislação de vários esta-
Porte (Lei Complementar 123/2006). O relator, senador dos, que proíbem a coincidência entre o endereço do empre-
Blairo Maggi (PR-MT), apresentou voto favorável, lido endimento e o endereço residencial.

CONCURSOS PÚBLICOS

Veja os concursos públicos em vigor ao longo da semana.


A íntegra dos editais está à disposição dos assinantes no site www.advocaciadinamica.com

TRF-4ª Região
Cargo: Juiz Substituto
Inscrições: de 15-2-2016 a 15-3-2016 pela internet, através do site www.trf4.jus.br
Valor: R$ 200,00

MPE-GO
Cargo: Promotor de Justiça Substituto
Inscrições: de 18-2-2016 a 18-3-2016, pela internet, através do site www.mpgo.mp.br
Valor: R$ 295,62

TRT-1ª Região
Cargo: Juiz do Trabalho Substituto
Inscrições: de 17-2-2016 a 17-3-2016, pela internet, através do site www.concursosfcc.com.br
Valor: R$ 165,00

Súmula Legislativa Semanal


PESQUISA DE 18 A 24-2-2016
Semanalmente, selecionamos e divulgamos neste espaço os atos federais editados sob a forma de Lei, Lei Complementar,
Medida Provisória ou Decreto.
Na semana, foram anotados os seguintes atos:
ORIGEM ATO EMENTA

DO-U de 24-2-2016 Decreto 8.681, de 23-2-2016 – Altera o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Pro-
dutos de Origem Animal, aprovado pelo Decreto 30.691/52.
DO-U de 24-2-2016 Decreto 8.680, de 23-2-2016 – Altera o Decreto nº 6.827, de 22 de abril de 2009, que dispõe
sobre a composição do Conselho Deliberativo do Fundo de
Amparo ao Trabalhador – Codefat e do Conselho Curador do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – CCFGTS.
DO-U de 19-2-2016 – Edição extra Decreto 8.676, de 19-2-2016 – Altera o Decreto 8.670/2016, que dispõe sobre a programação
orçamentária e financeira e estabelece o cronograma mensal de
desembolso do Poder Executivo para o exercício de 2016.

* A íntegra dos atos federais encontra-se disponível no site www.advocaciadinamica.com

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