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PARTICIPAÇÃO NA UNASUL
Apresentação
1
RATTON SANCHEZ et. al., 2006. pp. 125 - 126
2
Referente a um assunto de escopo tanto internacional, quanto doméstico
3
FIGUEIRA, 2009. pp. 36
meio internacional. Assim, o uso da metodologia de análise de políticas
públicas torna-se um instrumento pertinente para a avaliação dos processos
políticos, como a construção da agenda, formação da política, processo
decisório, execução e avaliação, além dos tipos das políticas e seus efeitos
como distributivas, redistributivas ou constitutivas.4
Também para a compressão do ciclo do processo político, é essencial
conhecer as dimensões que definem a análise política. Há a dimensão
institucional (polity) que tem por objetivo entender a organização política, o
panorama normativo e institucional que rodeiam as políticas; a dimensão
processual (politics) que define os meios pelos quais se aplicam as políticas e
os impactos que sofrem durante o processo; e a dimensão material (policy) que
aborda de fato o conteúdo das políticas e as orientações para decisão e ação.
Políticas públicas tratam do conteúdo concreto e do conteúdo simbólico de
decisões políticas, e do processo de construção e atuação dessas decisões.5
A política pública pode ser entendida no geral como um caminho pelo
qual o Estado intervém na realidade a fim de mantê-la ou transformá-la. Para
isso, é identificado um problema público para ser enfrentado e a política pública
tem por objetivo combater, reduzir ou até solucionar o problema público, que
“conceito intersubjetivo, ou seja, ele só existe se incomoda uma quantidade ou
qualidade considerável de atores”6 Desta forma, temos que o processo de
formação da política pública passa pelas seguintes etapas: O problem stream,
em que é definido o problema principal a ser tratado. Com a questão definida,
começa o political stream, ou o processo político per se, em que serão
delimitadas as resoluções para a política (policy stream).
Entretanto, não é uma tarefa simples atrair atenção proeminente para
um tema específico, uma vez que há diversas demandas sociais em um
governo. Para analisar as diversas questões a serem resolvidas, os
governantes formam uma agenda política (agenda setting), conforme suas
prioridades ou limitadores. Nesta agenda o poder público e seus atores
destinam a sua atenção por um determinado período.
4
FIGUEIRA, 2009. pp. 37
5
Ibid., 2009. pp. 38
6
SECCHI, 2016, p. 5
A agenda política forma um complexo de problemas públicos ou
questões encaradas como relevantes. Para tornar-se uma agenda
governamental, os agentes envolvidos e afetados por um problema público
devem articular-se politicamente para fazer pressão nas autoridades públicas a
fim de que estas constituam uma política pública, na forma de projeto,
programa, ou qualquer interferência do poder público para suavizar, diminuir,
ou acabar com a questão. Neste processo, identificamos a intencionalidade
pública e resposta ao problema público, ou seja, para se estabelecer uma
política pública deve existir um problema entendido como coletivamente
relevante.7
Quando o problema torna-se uma agenda, é preciso elaborar planos,
estudos e estratégias para a efetivação da política pública conforme os seus
fins e campos federativos, seja municipal, estadual, ou federal, que serão os
responsáveis pela realização e avaliação. Definir os objetivos é uma etapa
essencial para alcançar os efeitos esperados da política pública, pois a
avaliação da efetividade desta será mais segura e garantida se os fins
estiverem bem precisos.
Percebe-se que neste processo, focado na implementação, o contexto e
o conteúdo são fundamentais, já que a execução está vinculada às ações
singulares do governo, como respostas para as demandas específicas da
sociedade, o que reforça mesmo que subjetivamente, o caráter doméstico da
questão e sua solução. Porém, os autores que tratam o tema das políticas
públicas, discutem os assuntos de âmbito internacional, nem que seja somente
por sua capacidade de influência no âmbito interno.8
Já os autores de análise de política externa em relações internacionais
renovaram suas ideias a partir dos acontecimentos das duas últimas décadas
do século XX. Com a liberalização econômica, os processos de globalização,
as crises financeiras, o desenvolvimento tecnológico e de informação, a
mobilização transnacional de movimentos sociais e de ativismo, entre outros
acontecimentos, ficou claro a necessidade de novas reflexões sobre o papel do
Estado e sua prática na política externa, devido à capacidade de ação
internacional dos Estados e suas limitações.
7
SECCHI, 2015. p. 46
8
SOUSA, 2014. pp. 117
Hoje as relações internacionais tratam não somente de um campo maior
de temáticas (direitos humanos, migrações, meio ambiente, internacionalização
do trabalho, educação e cultura, etc.) que necessitam conhecimentos
específicos, mas também trata de uma multiplicidade de novos atores
envolvidos em questões de âmbito internacional. Destacam-se organizações
não governamentais, movimentos sociais, igrejas, mídia, empresas,
organismos públicos municipais ou estaduais como exemplos de atores que
atuam internacionalmente de maneira mais organizada, em nome de seus
próprios interesses ou na defesa de causas políticas, atuando muitas vezes
sem a participação de seus Estados.
Assim, é perceptível o vínculo entre as temáticas internacionais e as
questões domésticas. A difusão da cultura entre nações, as crises financeiras
globais que atingem o cotidiano dos cidadãos, o ativismo de organizações
transnacionais sobre o aquecimento planetário que influencia atividades locais,
os movimentos a favor dos direitos humanos em diversos países, acabam por
ameaçar a separação entre o que é interno e externo, que é um dos pilares de
sustentação da teoria realista.9
Ao separar o externo do interno, os realistas foram capazes de defender
a construção de uma concepção de Estado como “uma casa de portas e
janelas sempre fechadas”10, cuja conjuntura econômica, política e social no
plano doméstico não seria relevante na análise da política externa. Desta
maneira, coisificavam a noção de interesse nacional propondo uma teoria
restrita do Estado, sendo de pouca utilidade para analisar as transformações
contemporâneas no campo da política externa.
Afastar-nos desta concepção do realismo mais “clássico” embora nos
traga vantagens analíticas, carrega consigo desafios. Ao diluir o plano
doméstico e externo das relações de poder, como se integram as políticas e
mecanismos? Como pensar a política externa como um continuum entre o
nacional e o internacional? Tudo aquilo que se projeta política e
estrategicamente para além das fronteiras do Estado seria determinado como
política externa?11
9
MILANI; PINHEIRO, 2013. pp. 14-15
10
Ibid., 2013. p.15
11
Ibid., 2013. p.16
Todas estas questões já são bastante visíveis nos países centrais do
Ocidente, mas assumem aspectos especiais quando aplicadas a países em
desenvolvimento e periféricos, e, no caso do Brasil, de jovem democracia. Um
movimento importante ocorrido na década de 90 ajudaria a quebrar a
separação rígida entre a análise da política externa e as políticas públicas
domésticas. Após um êxodo de diplomatas do Itamaraty para outras agências
governamentais na década de 80, nos anos 90 um fenômeno distinto, mas não
antagônico: a incorporação crescente de temas de política externa por estas
agências. “Como resultado, passou-se a questionar o que antes parecia ser
senso comum, ou seja, a relativa autonomia e o insulamento burocrático do
Itamaraty no processo de formulação e condução da política externa.”12
Rompendo com a associação da política externa com a visão das
vertentes mais cruas do realismo, rompemos com a ideia de que o
comportamento do ator estatal somente pode ser entendido ou orientado em
referência ao interesse nacional (HILL, 2003, apud MILANI; PINHEIRO, 2013).
A imprecisão do interesse nacional refere-se a definir objetivos e imputar a toda
noção, pensando como se não existissem divergências, entre diferentes
cidadãos que também são sujeitos de classe, raça, gênero, crença ou etnia. 13
Ao reconhecer a política externa como política pública, a levamos para o
campo da politics e, portanto, considerando que a elaboração e implantação se
incorporam na dinâmica das decisões de governo que, por sua vez “resultam
de coalizões, barganhas, disputas, acordos entre representantes de interesses
diversos, que expressam, enfim, a própria dinâmica da política.”
Consequentemente, deixamos de admitir a política externa de um estado
inercial vinculado aos supostos interesses nacionais, ou seja, abandonamos a
percepção usual da política externa como aquilo que chamamos de política de
Estado, que lhe atribuía caráter distinto em comparação com outras políticas
públicas do governo.
12
MILANI; PINHEIRO, 2013. pp.17-18
13
Ibid., 2013. pp. 23
Até a metade do século XX a diplomacia brasileira encarava a América
Latina e a América do Sul de uma maneira limitada. A América Latina era vista
de uma forma muito ampla e vaga, considerada como área de pouco interesse
brasileiro, por ser de domínio estadunidense (América Central e México).
Enquanto a América Central teria preponderância dos Estados Unidos, a
América do Sul seria área de influência do Brasil. Logo, para a concepção
brasileira, a região sul-americana era sua referência de inserção regional e por
isso, o Brasil preservaria como região de sua ascendência e evitaria
envolvimento com o resto da América.14
Ainda assim, a política externa do país manifestava maior interesse nos
países da Bacia do Prata, enquanto dava pouca prioridade aos países da Bacia
Amazônica, depois da negociação de fronteiras. Porém ao impulsionar o seu
desenvolvimento industrial, o Brasil voltou-se a esta região, pensando em
atingir um potencial mercado para escoar suas manufaturas. O
desenvolvimento da Amazônia tornou-se elemento central para a integração
sul-americana, para ligar a economia industrial do Brasil aos mercados das
margens do Caribe e do Pacífico. Por sua vez, o desenvolvimento da Amazônia
estava sujeito às relações de cooperação com os países vizinhos.15
O enfoque regional recebeu ainda mais relevância com as
transformações da década de 1980, como a redemocratização brasileira e o fim
da Guerra Fria. Assim, o Brasil passou a diversificar suas atenções e a questão
regional tornou-se fundamental para a inserção internacional do país. A partir
desta conjuntura, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, idealizou-
se uma união entre os países sul-americanos, visando modificar o foco das
relações diplomáticas através de um projeto de integração regional que foi, por
fim, empreendido no governo sucessor.
No fim do mandato de Cardoso, foi anunciado um acordo de livre
comércio entre o Mercosul e a Comunidade Andina de Nações (CAN), mas não
foi firmado na sua administração. Lula prosseguiu com as negociações e o
acordo entre o Mercosul e a Comunidade Andina (Colômbia, Equador e
Venezuela) foi assinado em dezembro de 2003. Outro antecedente importante
foi a reunião de Estados da América do Sul, em 2000, que deu origem a
14
SILVA, André Luiz Reis, 2009, p. 1.
15
SILVA, André Luiz Reis, 2009, pp. 1 – 2.
Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), com a
participação do BID. Com esta reunião e mais um encontro em 2002, ainda no
governo FHC, idealizou-se uma estratégia política que viria a ser materializada
no governo Lula, a Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa), com a
participação do BNDES.16
Acompanhada de outras pautas, a integração regional constava como
uma diretriz estratégica nos discursos do ex-presidente Lula. Apoiando-se no
multilateralismo, a política externa pretendia consolidar a Cooperação Sul-Sul
com integração política, econômica e cultural com os países do Sul e
integração energética e de infraestrutura com países sul-americanos. Este
direcionamento diplomático vai de acordo com a chamada autonomia pela
diversificação, que buscava impulsionar a capacidade de negociação do Brasil
e conquistar maior equilíbrio nas relações com países do Norte desenvolvido. 17
A diplomacia de Lula buscava na integração a consolidação de seu
posicionamento regional e tinha objetivos de médio a longo prazo. Acerca das
questões de infraestrutura, priorizaram-se instituições como a IIRSA e a OTCA
(Organização do Tratado de Cooperação Amazônica). As questões de cunho
econômico-comercial foram centralizadas no Mercosul e em seus arranjos com
a CAN. Já nas questões políticas, o foco estava na Casa e em seu
desenvolvimento em Unasul.18
Anterior à administração de Lula, a IIRSA surgiu como uma vertente
neoliberal no governo FHC, sob influência de agências de financiamento
multilaterais como o BID e a CAF (Comunidade Andina de Financiamento). O
governo de Lula buscou reassumir a capacidade de implementação da
integração física e o controle das negociações de energia, reduzindo a
interferência das agências de financiamento e do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão. Além disso, em 2007, iniciou-se a incorporação da IIRSA
à Unasul, que foi concluída em 2009.19 Assim, o BNDES passou a financiar
alguns projetos e também foi criado o Banco do Sul, que possibilitou
investimentos com maior controle regional.
16
CEPALUNI; VIGEVANI, 2007, pp. 310 – 311.
17
CEPALUNI; VIGEVANI, 2007, p. 283.
18
COSTA, 2010, p. 22.
19
Ibid., 2010, p. 190.
A OTCA é uma organização internacional intergovernamental formada
por oito Estados que partilham o território da Amazônia: Brasil, Bolívia,
Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Sua origem está no
Tratado de Cooperação Amazônica, de iniciativa brasileira, firmado em julho de
1978, que objetivava a preservação e o desenvolvimento sustentável da
Amazônia através da cooperação regional. Durante o governo Lula, o Itamaraty
forneceu amplo suporte operacional às atividades da organização, implantou
sua Secretaria Geral em Brasília e buscou exercer um domínio rígido sobre ela.
A OCTA é relevante no âmbito da integração devido à conexão norte da
América do Sul.20
Bem destacada pelo governo Lula, a parceria estratégica entre Brasil e
Argentina é o eixo central do Mercosul. A partir desta aliança, surgiu o projeto
de ampliação da integração econômico-comercial com outros países sul-
americanos. Nos anos em que Lula esteve no comando do Brasil, houve um
esforço no sentido do fortalecimento do Mercosul como União Aduaneira e na
formação do FOCEM para garantir investimentos em projetos de infraestrutura
e como instrumento de manejo dos desequilíbrios regionais. Outra iniciativa de
aprofundamento da integração foram os acordos do bloco com os países da
CAN, o Chile, a Guiana e o Suriname, destacando-se o processo de adesão da
Venezuela no bloco, que teve início em 2006.21
Completando o conjunto de organizações que marcaram a integração
regional no governo Lula, temos a Unasul, que sucedeu a Casa. Esta
instituição tornou-se a base do processo de integração por receber as cúpulas
da América do Sul, incorporar a IIRSA, institucionalizar a OTCA e a
convergência entre o Mercosul e a CAN, Chile, Guiana e Suriname. A Unasul
aborda os mais variados temas como posições políticas, segurança e defesa,
saúde, cultura e tecnologia, e destina-se a tratar das questões da América do
Sul a partir da negociação e do consenso, sem a interferência externa,
principalmente dos EUA.22
A relevância dada a tais organismos de integração demonstram o
caráter proativo e afirmativo da política internacional de Lula da Silva. Em 2002,
20
COSTA, 2012, p. 9.
21
COSTA, 2010, pp. 197 – 200.
22
COSTA, 2012, p. 10.
ao ser eleito, Lula enfatizou o interesse estratégico de seu governo no
Mercosul:
23
LULA DA SILVA, Luis Inácio. Discurso do Senhor Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na
Sessão de Posse, no Congresso Nacional. Presidência da República, 1/1/2007. Brasília: MRE, 2007.
24
COUTO, 2010, p. 32.
2007, o presidente Lula abordou a questão em um discurso no Instituto Rio
Branco:
Porém, foi apenas depois da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva que a
política externa brasileira saiu do plano retórico e manifestou um esforço para a
integração regional. Em 2004, na terceira reunião entre os chefes de estados e
governos sul-americanos, em Cuzco, no Peru, foi apresentada a iniciativa
brasileira de constituição da Comunidade Sul-Americana de Nações.
25
PRADO, 2012, p. 71.
26
COUTO, 2010, p. 34.
necessário empreender um novo modelo de integração que fosse além do
plano comercial e que visasse um desenvolvimento mais igualitário a partir de
um entendimento produtivo e econômico entre os seus sócios. Conforme Couto
(2010) os princípios que orientavam esta integração sul-americana eram:
27
COUTO, 2010, p. 35.
28
PRADO, 2012, p. 71.
o debate na diplomacia que prioriza a América do Sul no programa da nova
política externa reanimam as discussões sobre a liderança brasileira no espaço
sul-americano. De acordo com Menezes (2010), Lula via a integração regional
como uma responsabilidade brasileira que não deveria consistir em
fundamentos hegemônicos, mas na generosidade com as nações vizinhas. Na
visão de Lula, o Brasil tinha o papel de
29
LULA DA SILVA, Programa de rádio “Café com o Presidente”. Rádio Nacional, 21.07.2008.
30
RIBEIRO; CASTELAN; LEMGRUBER, 2009, p. 23.
vontade deste país de promover a institucionalização de um espaço
geográfico com nações que em sua maioria fazem fronteira com ele. 31
Considerações Finais
31
Peña, Félix. A integração no espaço sul-americano: A Unasul e o Mercosul podem se complementar?
Revista Nueva Sociedad, 2009, p. 52.
32
DESIDERÁ NETO, 2014, pp. 73 – 74.
externa conectada apenas aos pressupostos interesses nacionais e passamos
a percebê-la como outras políticas públicas.
Considerando os aspectos relacionados acima e pensando a política
externa como uma política, analisamos o período do governo Lula e seu
esforço para a integração regional.
A diplomacia de Lula foi bem marcada pelo multilateralismo, mas com
uma clara preferência pelas relações Sul-Sul. O Brasil tomou frente em
iniciativas para a integração regional, como na proposta da Comunidade das
Nações Sul-Americanas (Casa), que mais tarde foi chamada de União Sul-
Americana (Unasul). Embora já se tenha pensado em um projeto de integração
na região em governos anteriores, nesta administração houve uma disposição
em institucionalizar o projeto, dando forma e se atentando às questões das
assimetrias entre os países da América do Sul.
Para a integração regional, a parceria estratégica entre o Brasil e a
Argentina foi fundamental. Mesmo com algumas divergências, a aliança entre
os dois países fortaleceu o Mercosul e ampliou o esforço integracionista. Em
2003, foi assinado o acordo entre os países da Comunidade Andina com os
países do Mercosul. Destaca-se também o processo de adesão da Venezuela
ao Mercosul em 2006 e a solicitação de ingresso da Bolívia. Em âmbito
regional, algumas instituições foram priorizadas como a IIRSA, a OTCA, para
os assuntos de infraestrutura; o Mercosul e seus arranjos com a CAN, para
assuntos comerciais e econômicos; além da Casa, que tornou-se Unasul, para
assuntos políticos e sociais. A importância dada a tais organismos revelam a
posição afirmativa e proativa da política internacional de Lula.
A Casa surgiu como ponto de convergência entre os processos de
integração que havia na região sul-americana, buscando desenvolver o
comércio e impulsionar alianças econômicas entre os países membros. Porém,
percebeu-se a necessidade de articular uma união política para seguir com a
integração. Assim, formou-se a Unasul, cujo tratado originário foi assinado em
23 de maio de 2008. Neste organismo, o Brasil esteve em posição de liderança
por ser a maior economia e por ter criado o projeto que originou a Unasul.
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