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14/07/2018 Inteiro Teor (1966546)

APELAÇÃO CÍVEL Nº 2002.70.00.069376-4/PR D.E.


RELATOR : Des. Federal LUÍS ALBERTO D AZEVEDO AURVALLE
Publicado em 10/12/2007
APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
ADVOGADO : Milton Drumond Carvalho
APELADO : JALVI JOAO FERREIRA DA COSTA
ADVOGADO : Sidnei Machado e outros
JUÍZO SUBSTITUTO DA VF PREVIDENCIÁRIA DE
REMETENTE :
CURITIBA

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. CONVERSÃO EM


APOSENTADORIA ESPECIAL DE JORNALISTA PROFISSIONAL. LEI 3.529/59. REGISTRO TARDIO
NO MINISTÉRIO DO TRABALHO. POSSIBILIDADE. HONORÁRIOS.
1. Completando o jornalista profissional 30 (trinta) anos de serviço no ramo, devidamente enquadrada a
atividade no art. 2º da Lei nº 3.529/59, o registro posterior no Ministério do Trabalho, a que se reporta o art.
3º, da lei em questão, não pode impedir a concessão do provento integral pela aposentadoria especial.
2. Os honorários advocatícios restam fixados em 10% e devem incidir tão-somente sobre as parcelas
vencidas até a data da prolação da sentença, excluídas as parcelas vincendas, na forma da Súmula nº 111 do
STJ, conforme entendimento pacificado na Seção Previdenciária deste Tribunal (Súmula 76) e no Superior
Tribunal de Justiça.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Turma Suplementar do
Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento ao recurso e à remessa, nos
termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 14 de novembro de 2007.

Desembargador Federal Luís Alberto d' Azevedo Aurvalle


Relator

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APELAÇÃO CÍVEL Nº 2002.70.00.069376-4/PR


RELATOR : Des. Federal LUÍS ALBERTO D AZEVEDO AURVALLE
APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
ADVOGADO : Milton Drumond Carvalho
APELADO : JALVI JOAO FERREIRA DA COSTA
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REMETENTE : JUÍZO SUBSTITUTO DA VF PREVIDENCIÁRIA DE CURITIBA

RELATÓRIO
file:///C:/Users/Tito/Downloads/file__I__Jurisprudencia2_raiz_acervo_TRF4_2012-02-14_2016_1166971870_2_TRF4_r17724d10088785v1.html 1/4
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JALVI JOÃO FERREIRA DA COSTA ajuizou ação ordinária contra o Instituto Nacional do Seguro Social
objetivando a revisão da RMI da aposentadoria que titula desde 07-10-1992 por ter exercido a atividade de
jornalista por mais de trinta anos que, segundo alega, estaria sujeita à Lei 3.529/59 dando-lhe direito à
aposentadoria integral.

Encerrada a instrução, sobreveio sentença (fls.152/154) que julgou parcialmente procedentes os pedidos para
determinar ao INSS a revisão da RMI do benefício do autor com o pagamento das diferenças apuradas desde
29-10-1997 corrigidas monetariamente pelo IGP-DI e com juros de mora de 12% ao ano. Condenou o INSS
ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação excluídas dessa as
parcelas vencidas após a prolação da sentença. Foram os autos remetidos por força de reexame necessário.

O INSS apelou postulando a integral reforma da decisão de primeiro grau.

Nesta corte, foram antecipados os efeitos da tutela (fls.174/175).

É o relatório.

À revisão.

Desembargador Federal Luís Alberto d' Azevedo Aurvalle


Relator

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APELAÇÃO CÍVEL Nº 2002.70.00.069376-4/PR


RELATOR : Des. Federal LUÍS ALBERTO D AZEVEDO AURVALLE
APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
ADVOGADO : Milton Drumond Carvalho
APELADO : JALVI JOAO FERREIRA DA COSTA
ADVOGADO : Sidnei Machado e outros
REMETENTE : JUÍZO SUBSTITUTO DA VF PREVIDENCIÁRIA DE CURITIBA

VOTO

Cinge-se a controvérsia ao direito do autor a aposentadoria integral por ter exercido a profissão de jornalista
de 01-8-1960 a 06-10-1992 com o pagamento das diferenças apuradas com relação ao benefício que percebe
desde 07-10-1992.
Trouxe aos autos documentos que comprovam o exercício da atividade de fotógrafo-jornalista (fl. 102)
iniciada em 01-8-1960, muito embora o registro no órgão competente somente se tenha dado em 17-8-1962
(fls.15/16).

Assim, restou evidente ter o autor realmente trabalhado nas funções de jornalista por todo o período
considerado para fins de aposentadoria, ou seja, de 01-8-1960 a 06-10-1992 (fl. 102).

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Quanto à necessidade do registro, entendo que o autor implementou tal requisito. O fato de o registro ter
ocorrido posteriormente ao início das atividades, não afasta a sua admissibilidade. Assim, mesmo que o
registro não tenha ocorrido desde o início das atividades do autor, a formalidade legal restou cumprida.
Nesse sentido:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA. JORNALISTA PROFISSIONAL. APOSENTADORIA


PROPORCIONAL. TRANSFORMAÇÃO APOSENTADORIA ESPECIAL. REGISTRO TARDIO. ART. 3º, LEI
Nº 3.529/59. IRRELEVÂNCIA.
I- Completando o jornalista profissional 30 (trinta) anos de serviço no ramo, devidamente enquadrada a
atividade no art. 2º da Lei nº 3.529/59, o registro posterior no Ministério do Trabalho, a que se reporta o
art. 3º, da lei em questão, não pode impedir a concessão do provento integral pela aposentadoria especial.
II - Não pode servir de termo inicial do cômputo do prazo previsto no art. 1º da Lei nº 3.529/59, 30 (trinta)
anos, o registro a que alude o seu art. 3º, bastando a sua efetivação a qualquer tempo, nesse período.
III - Incontroversos o tempo de serviço de janeiro de 1966 até julho de 1996, anterior ao advento da Medida
Provisória nº 1.523/96, que data de outubro de 1996, e o enquadramento da atividade no art. 2º da lei nº
3.529/59, assiste direito ao autor ver alterada sua aposentadoria proporcional para aposentadoria especial,
integral, desde o início, RMI em 03-03-1998.
IV - Apelação do autor provida. Ação julgada procedente.
(AC 199933000115358/BA, TRF 1a Região, Segunda Turma, Rel. Desembargador Federal Jirair Aram
Meguerian, DJ 31-03-2004).
Este Tribunal já pacificou entendimento no sentido de que o enquadramento da atividade considerada
especial faz-se de acordo com a legislação contemporânea à prestação de serviço. Assim, quando do
exercício profissional de jornalista encontrava-se em vigor a Lei nº 8.213/91 que, em seu art. 148, determina
que a atividade de jornalista reger-se-ia por legislação específica, no caso, a Lei 3.529/59 que dispunha:

"Art. 1º Serão aposentados pelos Institutos de Previdência a que pertencerem, com remuneração integral, os
jornalistas profissionais que trabalhem em empresas jornalísticas, quando contarem 30 (trinta anos) de
serviço."
Por outro lado, o art. 148 da Lei de Benefícios na redação em vigor quando do requerimento administrativo
do autor (07-10-1992) dava plena aplicabilidade à citada Lei de 1959, verbis:

Art. 148. Reger-se-á pela respectiva legislação específica a aposentadoria do aeronauta, do jornalista
profissional, do ex-combatente e do jogador profissional de futebol, até que sejam revistas pelo Congresso
Nacional. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997)

Como exposto, resta evidente o direito do autor à aposentadoria integral por ter exercido atividade
considerada especial pela legislação em vigor ao tempo da realização do trabalho. Não é outra a posição
desta Corte:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA. JORNALISTA PROFISSIONAL. APOSENTADORIA


PROPORCIONAL. TRANSFORMAÇÃO APOSENTADORIA ESPECIAL. REGISTRO TARDIO. ART. 3º, LEI
Nº 3.529/59. IRRELEVÂNCIA.
I- Completando o jornalista profissional 30 (trinta) anos de serviço no ramo, devidamente enquadrada a
atividade no art. 2º da Lei nº 3.529/59, o registro posterior no Ministério do Trabalho, a que se reporta o
art. 3º, da lei em questão, não pode impedir a concessão do provento integral pela aposentadoria especial.
II - Não pode servir de termo inicial do cômputo do prazo previsto no art. 1º da Lei nº 3.529/59, 30 (trinta)
anos, o registro a que alude o seu art. 3º, bastando a sua efetivação a qualquer tempo, nesse período.
III - Incontroversos o tempo de serviço de janeiro de 1966 até julho de 1996, anterior ao advento da Medida
Provisória nº 1.523/96, que data de outubro de 1996, e o enquadramento da atividade no art. 2º da lei nº
3.529/59, assiste direito ao autor ver alterada sua aposentadoria proporcional para aposentadoria especial,
integral, desde o início, RMI em 03-03-1998.
IV - Apelação do autor provida. Ação julgada procedente.
(AC 199933000115358/BA, TRF 1a Região, Segunda Turma, Rel. Desembargador Federal Jirair Aram
Meguerian, DJ 31-03-2004).
Correção monetária

A atualização monetária das parcelas vencidas deverá ser feita pelo IGP-DI (MP nº 1.415/96 e Lei nº
9.711/98), desde a data dos vencimentos de cada uma, inclusive daquelas anteriores ao ajuizamento da ação,
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em consonância com os Enunciados nº 43 e 148 da Súmula do STJ.

Juros de mora

Os juros moratórios devem ser mantidos à taxa de 1% ao mês, a contar da citação, por se tratar de verba de
caráter alimentar, na forma dos Enunciados das Súmulas nº 204 do STJ e 03 do TRF da 4ª Região e
precedentes do Superior Tribunal de Justiça (ERESP nº 207992/CE, Relator Ministro Jorge Scartezzini, DJU
de 04-02-2002, seção I, p. 287).

Honorários advocatícios

Os honorários advocatícios que deverão ser suportados pela Autarquia restam mantidos em 10% e devem
incidir tão-somente sobre as parcelas vencidas até a data da prolação da sentença, consoante a Súmula nº 76
deste TRF, excluídas as parcelas vincendas, na forma da Súmula nº 111 do STJ, conforme entendimento
pacificado na Seção Previdenciária deste Tribunal (Embargos Infringentes em AC nº 2000.70.08.000414-5,
Relatora Desembargadora Federal Virgínia Scheibe, DJU de 17-05-2002, pp. 478-498) e no Superior
Tribunal de Justiça (ERESP nº 202291/SP, 3ª Seção, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, DJU de 11-09-
2000, Seção I, p. 220).

Dispositivo

Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso do INSS e à remessa oficial.

Desembargador Federal Luís Alberto d' Azevedo Aurvalle


Relator

Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a


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Data e Hora: 20/11/2007 18:03:50

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