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EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Turma Suplementar do
Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento ao recurso e à remessa, nos
termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 14 de novembro de 2007.
RELATÓRIO
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JALVI JOÃO FERREIRA DA COSTA ajuizou ação ordinária contra o Instituto Nacional do Seguro Social
objetivando a revisão da RMI da aposentadoria que titula desde 07-10-1992 por ter exercido a atividade de
jornalista por mais de trinta anos que, segundo alega, estaria sujeita à Lei 3.529/59 dando-lhe direito à
aposentadoria integral.
Encerrada a instrução, sobreveio sentença (fls.152/154) que julgou parcialmente procedentes os pedidos para
determinar ao INSS a revisão da RMI do benefício do autor com o pagamento das diferenças apuradas desde
29-10-1997 corrigidas monetariamente pelo IGP-DI e com juros de mora de 12% ao ano. Condenou o INSS
ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação excluídas dessa as
parcelas vencidas após a prolação da sentença. Foram os autos remetidos por força de reexame necessário.
É o relatório.
À revisão.
VOTO
Cinge-se a controvérsia ao direito do autor a aposentadoria integral por ter exercido a profissão de jornalista
de 01-8-1960 a 06-10-1992 com o pagamento das diferenças apuradas com relação ao benefício que percebe
desde 07-10-1992.
Trouxe aos autos documentos que comprovam o exercício da atividade de fotógrafo-jornalista (fl. 102)
iniciada em 01-8-1960, muito embora o registro no órgão competente somente se tenha dado em 17-8-1962
(fls.15/16).
Assim, restou evidente ter o autor realmente trabalhado nas funções de jornalista por todo o período
considerado para fins de aposentadoria, ou seja, de 01-8-1960 a 06-10-1992 (fl. 102).
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Quanto à necessidade do registro, entendo que o autor implementou tal requisito. O fato de o registro ter
ocorrido posteriormente ao início das atividades, não afasta a sua admissibilidade. Assim, mesmo que o
registro não tenha ocorrido desde o início das atividades do autor, a formalidade legal restou cumprida.
Nesse sentido:
"Art. 1º Serão aposentados pelos Institutos de Previdência a que pertencerem, com remuneração integral, os
jornalistas profissionais que trabalhem em empresas jornalísticas, quando contarem 30 (trinta anos) de
serviço."
Por outro lado, o art. 148 da Lei de Benefícios na redação em vigor quando do requerimento administrativo
do autor (07-10-1992) dava plena aplicabilidade à citada Lei de 1959, verbis:
Art. 148. Reger-se-á pela respectiva legislação específica a aposentadoria do aeronauta, do jornalista
profissional, do ex-combatente e do jogador profissional de futebol, até que sejam revistas pelo Congresso
Nacional. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997)
Como exposto, resta evidente o direito do autor à aposentadoria integral por ter exercido atividade
considerada especial pela legislação em vigor ao tempo da realização do trabalho. Não é outra a posição
desta Corte:
A atualização monetária das parcelas vencidas deverá ser feita pelo IGP-DI (MP nº 1.415/96 e Lei nº
9.711/98), desde a data dos vencimentos de cada uma, inclusive daquelas anteriores ao ajuizamento da ação,
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Juros de mora
Os juros moratórios devem ser mantidos à taxa de 1% ao mês, a contar da citação, por se tratar de verba de
caráter alimentar, na forma dos Enunciados das Súmulas nº 204 do STJ e 03 do TRF da 4ª Região e
precedentes do Superior Tribunal de Justiça (ERESP nº 207992/CE, Relator Ministro Jorge Scartezzini, DJU
de 04-02-2002, seção I, p. 287).
Honorários advocatícios
Os honorários advocatícios que deverão ser suportados pela Autarquia restam mantidos em 10% e devem
incidir tão-somente sobre as parcelas vencidas até a data da prolação da sentença, consoante a Súmula nº 76
deste TRF, excluídas as parcelas vincendas, na forma da Súmula nº 111 do STJ, conforme entendimento
pacificado na Seção Previdenciária deste Tribunal (Embargos Infringentes em AC nº 2000.70.08.000414-5,
Relatora Desembargadora Federal Virgínia Scheibe, DJU de 17-05-2002, pp. 478-498) e no Superior
Tribunal de Justiça (ERESP nº 202291/SP, 3ª Seção, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, DJU de 11-09-
2000, Seção I, p. 220).
Dispositivo
Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso do INSS e à remessa oficial.
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