Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
— Restaurai
Carrie Judd Montgomery
É necessário que saibamos a diferença entre julgar no sentido de condenar – e discernir. Se julgo
alguém com espírito severo, como se estivesse passando sobre ele um julgamento final, estou errado e
Deus há de me julgar. Discernir é diferente e sempre é acompanhado por amor divino. O Espírito Santo
mostra-nos como discernir as necessidades daqueles que vêm pedindo oração. Discernimento é
acompanhado por um desejo de ajudar os outros, de orar por eles e de abençoá-los.
Eis um texto maravilhoso sobre este assunto: “Irmãos, se alguém for surpreendido em algum
pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para
que também não seja tentado” (Gl 6.1, NVI).
Quem são os “espirituais”, aqueles que devem restaurar? São os que nasceram pelo Espírito Santo,
que são “participantes da natureza divina” (2 Pe 1.4). São os que estão cheios do Espírito Santo.
Logo antes de instruir sobre a necessidade de restaurar, o apóstolo Paulo escreveu: “Sede, antes,
servos uns dos outros, pelo amor” (Gl 5.13). E nos lembra: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gl
5.14). “Andai no Espírito”, ele exorta (Gl 5.16), e um pouco depois diz que devemos ser “guiados pelo
Espírito” (v. 18). Ao descrever com mais detalhes o que é andar no Espírito e ser guiado pelo Espírito,
ele dá uma lista dos frutos do Espírito, entre os quais está a mansidão. Só depois de tudo isso é que
chegamos à instrução de restaurar aquele que pecou num espírito de mansidão. Ser manso é ser gentil
e afável.
Depois desta exortação para restaurar aqueles que caíram, Paulo continua dando palavras de
sabedoria. “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6.2). É um dever
cristão suportar a fraqueza ou decepção de um irmão ou irmã, e fazer todo esforço para restaurar
aquela pessoa de uma forma misericordiosa.
Há perdão, misericórdia e graça para os contritos e arrependidos. Como são ternas as súplicas de
Deus para com seu povo voluntarioso e obstinado: “Volta... porque eu sou compassivo... Tão-somente
reconhece a tua iniqüidade, reconhece que transgrediste contra o Senhor teu Deus... Voltai, ó filhos
rebeldes, eu curarei as vossas rebeliões” (Jr 3.12,13,22). E como ele anseia pela resposta penitente:
“Eis-nos aqui, vimos ter contigo; porque tu és o Senhor nosso Deus... com efeito, no Senhor nosso Deus
está a salvação de Israel” (vv.22, 23).
Há vários anos, conheci uma senhora cristã que precisava ser tratada sobre um determinado
assunto na sua vida. Perguntei ao Senhor se eu devia conversar com ela a respeito. Ele me disse que
eu ainda não estava suficientemente terna e que deveria esperar até que meu coração fosse amolecido
pela sua graça. Só então me permitiria falar com ela.
Durante uma semana, ele me fez esperar enquanto, ao mesmo tempo, estava preparando meu
coração através da ternura do seu amor. Depois disso, ao tratar com ela, a compaixão do Senhor estava
tão manifesta na minha maneira de ministrar-lhe, que ela aceitou com alegria a minha exortação e
submeteu-se à mão do Senhor.