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Esboço de artigo

“A fetichização da lei”

Se um dispositivo legal possui como pressuposto a regulação ou


regulamentação de um dado fenômeno ainda não contemplado por um aporte jurídico,
jamais devemos interpretar a legalização jurídica desse fenômeno como sendo isenta de
interesses de grupos sociais e/ou políticos que tentam manterem, fazerem a manutenção
e perpetuar seus privilégios econômicos, políticos e sociais. Isso quer dizer que toda lei
contempla invariavelmente uma dimensão política; expressa interesses de grupos em
detrimento de outros carrega consigo diversas reminiscências do processo histórico de
formação daquela sociedade cujo o dispositivo legal está inserido, sendo construído e ao
fato do qual a ele a lei se refere.
Nesse sentido, a “fetichização” da lei poderia ser compreendida como um
meio de dominação daqueles grupos que possuem o controle das decisões dos rumos e da
dinâmica social, econômica, política, ou seja, do poder de decidir sobre as políticas
públicas de áreas como educação, saúde, segurança, cultura, moradia; como também os
processos de penalização dos infratores aos códigos punitivos são tidos como
inquestionáveis, levando a sociedade à uma visão fatalista e de aceitação sobre tais
códigos.

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