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Apostila Biosseguranca PDF
Apostila Biosseguranca PDF
BIOSSEGURANÇA
Profa. Ana Paula Pena
Arquiteta e Urbanista
Especialista em Preservação Ambiental das cidades
Engenheira de Segurança do Trabalho
Rio de Janeiro, Abril de 2007.
SUMÁRIO
1. O que é Biossegurança......................................................................................04
1.1 Níveis de Biossegurança.......................................................................07
2. Definições Básicas Aplicadas a Biossegurança.................................................07
3. Noções Básicas de Microbiologia.......................................................................11
3.1 Histórico.................................................................................................11
3.2 O que é Microbiologia............................................................................13
3.3 Vias de penetração dos microorganismos.............................................15
3.4 Classificação dos microorganismos.......................................................16
4. Noções Básicas de Doenças Infecto Contagiosas.............................................19
5. Princípios da Biossegurança..............................................................................22
5.1 Técnicas e práticas de laboratório.........................................................22
5.2 Equipamentos de segurança.................................................................22
5.3 Design do laboratório.............................................................................23
6. Riscos Ocupacionais..........................................................................................24
6.1 Classificação dos riscos.........................................................................24
6.2 Avaliação dos riscos...............................................................................26
7. Higiene e Profilaxia.............................................................................................28
7.1 Lavagem das mãos................................................................................28
7.2 Manipulação de instrumentos e materiais..............................................30
7.3 Manipulação de materiais cortantes e de punção..................................30
7.4 Ambientes e equipamentos....................................................................31
7.5 Roupas e campos de uso no paciente...................................................33
7.6 Vacinação...............................................................................................34
8. EPI e EPC – Barreiras de Contenção.................................................................35
8.1 Equipamentos de proteção individual – EPI...........................................35
8.2 Equipamentos de proteção coletiva – EPC............................................39
9. Ferramentas da Qualidade em Biossegurança..................................................37
9.1 Principais sistemas de gestão da qualidade..........................................45
9.2 Biossegurança nos requisitos dos sistemas de gestão da qualidade
laboratorial...................................................................................................47
10. Gerenciamento do Descarte dos Resíduos dos Serviços de Saúde................57
10.1 Manejo, tratamento e destino final dos resíduos..................................58
10.2 Classificação dos resíduos...................................................................59
10.3 Programa de redução na fonte.............................................................60
10.4 Segregação..........................................................................................60
10.5 Identificação dos resíduos....................................................................60
10.6 Coleta e transporte interno...................................................................61
10.7 Transporte externo...............................................................................61
10.8 Plano de contingência..........................................................................61
10.9 Logística e movimentação dos resíduos..............................................62
10.10 Administração e responsabilidade.....................................................62
2
11. Introdução ao Mapa de Riscos.........................................................................63
12. Bibliografia Recomendada................................................................................66
APRESENTAÇÃO
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1. O QUE É BIOSSEGURANÇA
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Uma definição centrada no ambiente ocupacional encontramos em Teixeira
& Valle (1996), onde consta no prefácio "segurança no manejo de produtos e
técnicas biológicas".
Uma outra definição, baseada na cultura da engenharia de segurança e da
medicina do trabalho é encontrada em Costa (1996), onde aparece "conjunto de
medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas,
empregadas para prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos". Está
centrada na prevenção de acidentes em ambientes ocupacionais.
Fontes et al. (1998) já apontam para "os procedimentos adotados para
evitar os riscos das atividades da biologia". Embora seja uma definição vaga, sub-
entende-se que estejam incluídos a biologia clássica e a biologia do DNA
recombinante.
Estas definições mostram que a biossegurança envolve as seguintes
relações:
tecnologia ---- risco -----homem
agente biológico -----risco -----homem
tecnologia -----risco -----sociedade
biodiversidade ------risco -----economia
O significado da palavra biossegurança, pode ser entendido por seus
componentes: Bio (do grego bios) significa vida; e, segurança se refere à
qualidade de ser ou estar seguro, protegido, livre de riscos ou de perigo. Portanto,
biossegurança refere-se à vida protegida, preservada, livre de danos, perigo ou
risco.
A biossegurança é um processo funcional e operacional de fundamental
importância em serviços de saúde, não só por abordar medidas de Controle de
Infecções para proteção da equipe de assistência e usuários em saúde, mas por
ter um papel fundamental na promoção da consciência sanitária, na comunidade
onde atua, da importância da preservação do meio ambiente na manipulação e no
descarte de resíduos químicos, tóxicos e infectantes e da redução geral de riscos
à saúde e acidentes ocupacionais. A biossegurança é um processo progressivo,
que não inclui conclusão em sua terminologia, pois deve ser sempre atualizado e
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supervisionado e sujeito a exigência de respostas imediatas ao surgimento de
microrganismos mais resistentes e agressivos identificados pelas notificações
epidemiológicas da Equipe de Controle Epidemiológico de SMS.
As Boas Práticas Laboratoriais requerem consideração especial para a
infra-estrutura e os procedimentos de trabalho dentro do laboratório, levando em
conta também o fluxo de trabalho no espaço físico e mapeamento de riscos. A
manipulação de microorganismos, material clínico, animais inoculados, animais e
plantas transgênicos vem sendo objeto de regulamentações nacionais e
internacionais, tendo em vista os riscos potenciais e efetivos dessas práticas.
Além disto, vivemos numa época onde um crescente número de produtos
biotecnológicos e também animais e plantas geneticamente modificados fazem
parte da nossa vivência.
No Brasil, a primeira legislação que poderia ser classificada como de
biossegurança foi a resolução n°1 do Conselho Nacional de Saúde, de 13 de julho
de 1988, a qual aprovou as normas de pesquisa e saúde. Mas, a biossegurança
surgiu com a força que se fazia necessária somente em 1995, com a Lei n° 8.974
e o Decreto n° 1.752, que regulamenta essa Lei. A partir de então, criou-se a
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) vinculada à Secretaria
Executiva do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Responsável pela política nacional de biossegurança, a CTNBio propõe o
Código de Ética de Manipulações Genéticas; estabelece os mecanismos de
funcionamento das Comissões Internas de Biossegurança (CIBio).
Como é possível verificar, a Lei N° 8.974 é limitada à manipulação de
OGMs. Mas através da Portaria n° 343/GM, de 19 de fevereiro de 2002, o então
Ministro de Estado da Saúde José Serra, instituiu, no âmbito do Ministério da
Saúde, a Comissão de Biossegurança em Saúde. Esta Portaria visa, entre outras
atribuições, a acompanhar e participar da elaboração e reformulação de normas
de biossegurança bem como promover debates públicos sobre o tema. Ainda que
seja instituída de forma bastante discreta, a criação da Comissão em
Biossegurança em Saúde representa um passo importante para o início das
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atividades em biossegurança no âmbito da saúde, e não somente OGMs, como
regulamenta a Lei n°8.974.
Mas a Lei n° 8.974, apesar de ter sido um marco para a ciência no país,
apresenta algumas falhas e necessita ser atualizada. Com isto, de forma a
adequar o necessário avanço da ciência às leis brasileiras, no dia 2 de março de
2005, a Câmara de Deputados, após um exaustivo conflito como representantes
de religiões contrárias às novas diretrizes da lei, resolve aprovar o Projeto de Lei
de Biossegurança n°2401-C/2004 e, três semanas depois, no dia 24 de março de
2005, a lei foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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2. DEFINIÇÕES BÁSICAS APLICADAS A BIOSSEGURANÇA
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ARTIGO DESCARTÁVEL: é o produto que após o uso perde as suas
características originais e não deve ser reutilizado e nem reprocessado.
ARTIGO NÃO-CRÍTICO: é todo artigo destinado apenas ao contato com a pele
íntegra do paciente.
ARTIGO SEMI-CRÍTICO: é todo o instrumental que entra em contato com a pele
ou mucosas íntegras.
ARTIGOS: compreendem instrumentos de natureza diversas, tais como utensílios
(talheres, louças, comadres, papagaios, etc.), acessórios de equipamentos e
outros.
ASSEPSIA: é o conjunto de medidas adotadas para impedir que determinado
meio seja contaminado.
BIODIVERSIDADE: é a diversidade da natureza viva. Incluindo a variedade
genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da
fauna, de fungos macroscópicos e de microrganismos, a variedade de funções
ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de
comunidades, hábitats e ecossistemas formados pelos organismos.
DESCONTAMINAÇÃO: é o processo de eliminação total ou parcial da carga
microbiana de artigos ou superfícies, tornando-os aptos para o manuseio seguro.
Este processo pode ser aplicado através de limpeza, desinfecção e esterilização.
DESINFECÇÃO: é o processo de eliminação de vírus, fungos e formas
vegetativas de bactérias, porém não seus esporos.
EPI: equipamento de proteção individual que se compõe de óculos, máscaras,
botas, luvas e avental impermeável ou não e protetor para ruídos.
ESTERILIZAÇÃO: é o processo de eliminação de todos os microorganismos
presentes no instrumental, tais como vírus, fungos e bactérias, inclusive seus
esporos.
LIMPEZA OU HIGIENE: é o asseio ou retirada da sujidade de qualquer superfície.
RISCO: é a probabilidade de ocorrência de um evento de interesse. Sob a ótica da
segurança do trabalho é a combinação entre a freqüência de ocorrência de um
acidente e a sua conseqüência.
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VALIDAÇÃO: é a documentação correspondente de evidências que dão uma
razoável garantia, segundo o nível atual da ciência, de que o processo em
consideração realiza e/ou pode realizar aquilo para o qual foi proposto (FDA).
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3. NOÇÕES BÁSICAS DE MICROBIOLOGIA
3.1 HISTÓRICO:
Os microrganismos ou micróbios foram descritos pela primeira vez pelo
microscopista holandês Anton van Leeuwenhoek no período compreendido entre
1670 a 1680. No entanto, permaneceram na obscuridade ou como meras
curiosidades até meados do século XIX, quando Louis Pasteur, considerado o Pai
da Microbiologia, e Robert Koch através de experimentos elegantes e clássicos
deram à microbiologia a importância devida, fundando-a como ciência e disciplina.
As contribuições de Pasteur vão desde a distribuição dos microrganismos no
ambiente, os meios para controlá-los, a refutação da teoria da geração
espontânea, o desenvolvimento das teorias microbianas das fermentações e
doenças, ao desenvolvimento de vacinas efetivas para controle de doenças
animais e a raiva humana. Também, essas contribuições deram o impulso inicial
para que pesquisadores como Lister, desenvolvessem as práticas da cirurgia anti-
séptica, a quimioterapia por Ehrlich, e o desenvolvimento da Imunologia
(Metchnikoff e Ehrlich) e da virologia.
Talvez um dos aspectos mais negligenciados quando se estuda a
microbiologia refere-se às profundas mudanças que ocorreram no curso das
civilizações, decorrentes das doenças infecciosas.
De forma geral, as doenças provocavam um abatimento físico e moral da
população e das tropas, muitas vezes influenciando no desenrolar e no resultado
de um conflito.
A própria mobilização de tropas, resultando em uma aglomeração, muitas
vezes longa, de soldados, em ambientes onde as condições de higiene e de
alimentação eram geralmente inadequadas, também colaborava na disseminação
de doenças infecciosas, para as quais não existiam recursos terapêuticos.
Paralelamente, em áreas urbanas em franca expansão, os problemas
mencionados acima eram também de grande importância, pois rapidamente as
cidades cresciam, sendo que as instalações sanitárias geralmente eram
completamente precárias.
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Com a prática do comércio entre as diferentes nações emergentes, passou
a haver a disseminação dos organismos para outras populações, muitas vezes
susceptíveis a aqueles agentes infecciosos.
Abaixo listaremos, brevemente, um pequeno histórico com alguns
exemplos dos efeitos das doenças microbianas no desenvolvimento de diferentes
civilizações.
O declínio do Império Romano, com Justiniano (565 AC), foi acelerado por
epidemias de peste bubônica e varíola. Muitos habitantes de Roma foram mortos,
deixando a cidade com menos poder para suportar os ataques dos bárbaros, que
terminaram por destruir o Império.
Durante a Idade Média varias novas epidemias se sucederam, sendo
algumas amplamente disseminadas pelos diferentes continentes e outras mais
localizadas. Dentre as principais moléstias pode-se citar: Tifo, varíola, sífilis, cólera
e peste.
Em 1346, a população da Europa, Norte da África e Oriente Médio era de
cerca de 100 milhões de habitantes. Nesta época houve uma grande epidemia da
peste, que disseminou-se através da “rota da seda” (a principal rota mercante para
a China), provocando um grande número de mortes na Ásia e posteriormente
espalhando-se pela Europa, onde resultou em um total de cerca de 25 milhões de
pessoas, em poucos anos.
Novas epidemias da peste ocorreram nos séculos XVI e XVII, sendo que no
século XVIII (entre 1720 e 1722), uma última grande epidemia ocorreu na França,
matando cerca de 60% da população de Marselha, de Toulon,. 44% em Arles,
30% em Aix e Avignon.
A epidemia mais recente de peste originou-se na China, em 1892,
disseminando-se pela Índia, atingindo Bombaim em 1896, sendo responsável pela
morte de cerca de 6 milhões de indivíduos, somente na Índia.
Antes da II Guerra Mundial, o resultado das guerras era definido pelas
armas, estratégias e “pestilência”, sendo esta última decisiva. Em 1566,
Maximiliano II da Alemanha reuniu um exército de 80.000 homens para enfrentar o
Sultão Soliman da Hungria. Devido a uma epidemia de tifo, o exército alemão foi
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profundamente dizimado, sendo necessária a dispersão dos sobrevivente,
impedindo assim a expulsão das hordes de tribos orientais da Europa nesta
época.
Na guerra dos 30 anos (1618-1648), onde protestantes se revoltaram
contra a opressão dos católicos, além do desgaste decorrente da longa duração
do confronto, as doenças foram determinantes no resultado final.
Na época de Napoleão, em 1812, seu exército foi quase que
completamente dizimado por tifo, disenteria e pneumonia, durante campanha de
retirada de Moscou. No ano seguinte, Napolãeo havia recrutado um exército de
500.000 jovens soldados, que foram reduzidos a 170.000, sendo cerca de
105.000 mortes decorrentes das batalhas e 220.000 decorrentes de doenças
infecciosas.
Em 1892, outra epidemia de peste bubônica, na China e Índia, foi
responsável pela morte de 6 milhões de pessoas.
Até a década de 30, este era quadro, quando Alexander Fleming,
incidentalmente, descobriu um composto produzido por um fungo do gênero
Penicillium, que eliminava bactérias do gênero Staphylococcus, um organismo que
pode produzir uma vasta gama de doenças no homem. este composto -
denominado penicilina - teve um papel fundamental na desfecho da II Guerra
Mundial, uma vez que passou a ser administrado às tropas aliadas, enquanto o
exército alemão continuava a sofrer pesadas baixas no campo de batalha.
Além destas epidemias, vale ressaltar a importância das diferentes
epidemias de gripe que assolaram o mundo e que continuam a manifestar-se de
forma bastante intensa até hoje. Temos ainda o problema mundial envolvendo a
AIDS, o retorno da tuberculose (17 milhões de casos no Brasil) e do aumento
progressivo dos níveis de resistência aos agentes antimicrobianos que vários
grupos de bactérias vêm apresentando atualmente.
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Muito embora a microbiologia seja uma ciência relativamente nova,
desenvolvida nos últimos 100 anos, ela é considerada de importância por duas
razões principais:
_ Os microrganismos são os seres vivos ideais para estudo dos fenômenos
biológicos e excelentes instrumentos para compreender a biologia molecular das
células;
_ Muitos problemas ou transformações importantes da sociedade humana são
conseqüência da atividade dos microrganismos.
Por esses motivos, a microbiologia interessa a vários campos da biologia e
das ciências da saúde. A participação importante dos microrganismos em quase
todos os campos da atividade humana promovendo benefícios e poucas vezes,
prejuízos, qualquer pessoa deve se interessar e familiarizar-se com os
microrganismos, suas propriedades e atividades.
Microbiologia: Mikros (= pequeno) + Bio (= vida) + logos (= ciência)
A Microbiologia era definida, até recentemente, como a área da ciência que
dedica-se ao estudo dos microrganismos, um vasto e diverso grupo de
organismos unicelulares de dimensões reduzidas, que podem ser encontrados
como células isoladas ou agrupados em diferentes arranjos (cadeias ou massas),
sendo que as células, mesmo estando associadas, exibiriam um caráter fisiológico
independente.
Assim, com base neste conceito, a microbiologia envolve o estudo de
organismos procariotos (bactérias, archaeas), eucariotos inferiores (algas,
protozoários, fungos) e também os vírus.
Bactérias Archaea
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Fungos
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As vias de penetração dos microorganismos nos profissionais da área de
saúde são:
_ Via aérea: pipetagem, centrifugação, maceração de tecidos, agitação,
flambagem de alça de platina, aberturas de ampolas, manipulação de fluidos
orgânicos, abertura de frascos com cultura de células infectadas;
_ Via cutânea: agulhas contaminadas, recapeamento de agulhas, vidraria
quebrada ou por instrumentos pérfuro cortantes;
_ Via ocular: projeção de gotículas ou aerossóis nos olhos;
_ Via oral: falta de procedimentos higiênicos (não lavar as mãos após
manusear materiais contaminados) - hábito de fumar e refeições no laboratório.
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imunização é a forma mais usada de profilaxia e faz parte do gerenciamento de
risco;
_Disponibilidade de tratamento eficaz através da intervenção terapêutica
com antibiótico ou antiviral, particularmente importante nas condições de campo;
_ Endemicidade;
_ Conseqüências epidemiológicas;
_ Vigilância médica, a qual faz parte do gerenciamento de risco e assegura
que as normas de segurança surtam os resultados esperados. Nela está incluído o
exame admissional, periódico, demissional, além do monitoramento das condições
de saúde e a participação em um gerenciamento pós-exposição.
Classe de Risco 1:
Constituído por microorganismos não suscetíveis de causar enfermidades
no homem e animais. São considerados de baixo risco individual e para a
comunidade.
Classe de Risco 2:
Integrado por microorganismos capazes de provocar enfermidades no
homem e em animais. Podem constituir risco para os trabalhadores de saúde,
caso sua manipulação não seja realizada de acordo com as boas práticas
laboratoriais nem seguidas as precauções universais de biossegurança. Sua
propagação na comunidade, entre os seres vivos e o meio ambiente, é
considerada de menor risco. Geralmente, para os microorganismos desta classe
de risco existe profilaxia e/ou tratamento. Considera-se que o risco individual é
moderado e o risco para a comunidade limitado. Ex: Hepatites.
Classe de Risco 3:
Composto por microorganismos capazes de provocar enfermidades graves
no homem e em animais. Constituem sério risco para os trabalhadores de saúde.
Geralmente para os microorganismos desta classe de risco existem tratamento e
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profilaxia. O risco individual é elevado, sendo limitado para a comunidade. Ex:
mycobacterium tuberculosis.
Classe de Risco 4:
Constituída por microorganismos que produzem enfermidades graves no
homem e em animais, representando grande risco para os trabalhadores de
saúde, sendo alto o risco de transmissibilidade na comunidade. Não existem
profilaxia nem tratamento eficazes. Apresentam elevado risco individual e para a
comunidade. Ex: vírus Ebola.
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4. NOÇÕES BÁSICAS DE DOENÇAS INFECTO CONTAGIOSAS
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Muito embora o sucesso da ciência microbiológica seja evidenciado nos
países desenvolvidos através do controle das doenças infecciosas fatais como a
Cólera, Tétano, a Peste Negra (Bulbônica), a Difteria, Poliomielite, Botulismo,
Raiva, dentre outras, o mesmo não acontece nos países menos desenvolvidos
onde essas doenças grassam e são, ainda, importante causa de morte.
Abaixo são listadas algumas das principais DOENÇAS humanas, animais e
vegetais de origem infecciosa:
DOENÇA CAUSADOR
AIDS Vírus
Antrax Bactéria
Botulismo Bactéria
Brucelose Bactéria
Cancro das hastes Fungo
Cinomose Vírus
Febre aftosa Vírus
Ferrugem do café Fungo
Gonorréia Bactéria
Gripe Vírus
Hepatite Vírus
Herpes Zoster Vírus
Leptospirose Bactéria
Micoses Fungos
Podridão do colmo Fungo
Raiva Vírus
Tétano Bactéria
Tuberculose Bactéria
Varíola Vírus
"Vassoura de bruxa" Fungo
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Verificaremos alguns agentes das infecções comuns, suas vias de
penetração e período de incubação na tabela abaixo:
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5. PRINCÍPIOS DA BIOSSEGURANÇA
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rotina de trabalho. É fundamental que o profissional tenha um prazo para se
adaptar a esta rotina, caso contrário, ao invés de proteger, tais equipamentos
acabarão se tornando elementos geradores de acidentes. Cada trabalhador deve
receber as informações necessárias ao manuseio adequado desses
equipamentos, obedecendo sempre aos prazos de validade determinados pelos
fabricantes.
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6. RISCOS OCUPACIONAIS
Riscos de acidentes:
Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa
afetar sua integridade, e seu bem estar físico e psíquico. São exemplos de risco
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de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de
incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, etc.
Riscos ergonômicos:
Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do
trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco
ergonômico: o levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia,
repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc.
Riscos físicos:
Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que
possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio, pressão,
umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibração, etc.
Riscos químicos:
Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou
produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória,
nas formas de poeiras, fumos gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que seja,
pela natureza da atividade, de exposição, possam ter contato ou ser absorvido
pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Riscos biológicos:
Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos,
parasitos, entre outros.
Os agentes biológicos constituem-se no mais antigo risco ocupacional de
que se tem notícia. Antes mesmo dos riscos químicos e físicos, o trabalhador já
experimentava exposição a grande número de agentes biológicos, que se
constituem, de uma forma geral, em agentes etiológicos ou infecciosos, tais como
bactérias, fungos, vírus, parasitas, etc.
A exposição aos agentes biológicos é o risco ocupacional mais comum a
que o profissional da área de saúde está sujeito, e este risco aumentou
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consideravelmente após o surgimento da síndrome da imunodeficiência adquirida
– AIDS. O crescimento do número de indivíduos infectados pelo HIV, bem como
pelos vírus das hepatites B e C na população geral, tem aumentado o risco para o
profissional de saúde, visto que, muitas vezes, esses indivíduos infectados
necessitam de atendimento em unidades de assistência de saúde e são
submetidos a procedimentos diagnósticos e terapêuticos nos quais o sangue e os
fluidos corpóreos podem estar envolvidos.
De modo geral, os meios de transmissão dos agentes biológicos são por
contato direto ou indireto, por vetor biológico ou mecânico e pelo ar, sendo as
rotas de entrada por inalação, ingestão, penetração através da pele e por contato
com as mucosas dos olhos, nariz e boca.
Mesmo em diferentes ambientes de laboratórios, provavelmente sempre
teremos situações de perigo e risco. Nossa atitude se concentra, portanto, no
princípio básico da biossegurança e da segurança do trabalho: a prevenção.
Quando possuímos o conhecimento do perigo, ao desenvolvermos
determinada atividade, certamente precisamos fazer uso dos equipamentos de
proteção individual (EPI), os quais são desenvolvidos para proporcionar segurança
ao trabalhador. Aliado a utilização dos EPI faz-se necessária, também, a adoção
das normas e dos procedimentos de biossegurança elaboradas com o intuito de
propiciar trabalho seguro e minimizar a geração de riscos.
Assim, de forma a reduzir ou eliminar desnecessária exposição a riscos de
acidentes, torna-se de fundamental importância que cada setor tenha como uma
das normas de segurança a implementação de um trabalho de análise de riscos,
garantindo com isso, o total conhecimento dos possíveis danos que podem ser
gerados naquele ambiente e a melhor maneira de controlá-los em caso de
acidentes.
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importância para a definição de todos os procedimentos de Biossegurança sejam
eles de natureza construtiva, de procedimentos operacionais ou informacionais. Irá
determinar os níveis de biossegurança [instalações, equipamentos de proteção
(individual e coletivo), procedimentos e informação, que minimizarão ao máximo a
exposição de trabalhadores e do meio ambiente a um agente infeccioso.
A avaliação de risco pode ser qualitativa ou quantitativa.
Uma vez concluída, a avaliação de riscos deve ser refeita e revisada
periodicamente, levando-se em consideração a aquisição de novos equipamentos
e materiais que eventualmente alteram o grau de risco anteriormente avaliado.
Por exemplo, em um laboratório de microbiologia, alguns fatores
importantes que devem ser considerados incluem:
_ A patogenicidade do agente e dose infecciosa;
_ A rota natural da infecção;
_ Outras rotas de infecção, resultantes da manipulação em laboratório;
_ Estabilidade do agente no ambiente;
_ Concentração do agente e volume do material concentrado a ser
manipulado;
_ Presença de hospedeiro susceptível;
_ Informação disponível sobre infecções adquiridas em laboratórios do
microorganismo utilizado;
_ Disponibilidade, local, de profilaxia e intervenção terapêutica.
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7. NOÇÕES DE HIGIENE E PROFILAXIA
A lavagem rotineira das mãos com água e sabão, elimina além da sujidade
(sujeira) visível ou não, todos os microrganismos que se aderem a pele durante o
desenvolvimento de nossas atividade mesmo estando a mão enluvada. A lavagem
das mãos é a principal medida de bloqueio da transmissão de germes.
Devemos lavar as mãos sempre, antes de iniciarmos uma atividade e logo
após seu término, assim como fazemos em nosso dia a dia antes das refeições e
após a ida ao banheiro. Mantenha suas unhas curtas e as mãos sem anéis para
diminuir a retenção de germes.
Existe uma gama enorme de momentos, durante o nosso trabalho, que a
lavagem das mãos está indicada. Mesmo que, durante os procedimentos, as luvas
sejam utilizadas, após a retirada das luvas as mãos devem ser lavadas. A luva irá
nos proteger de uma contaminação grosseira de matéria orgânica, porém a
microporosidade da luva, a sua fragilidade que ocasiona furos e a possível
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contaminação na sua retirada, indica que ocorreu contato de microrganismos na
pele de nossas mãos. Sendo assim, mesmo com o uso de luvas, as mãos devem
ser lavadas após a sua retirada.
Ao lavarmos as mãos estabelecemos uma seqüência de esfregação das
partes da mão com maior concentração bacteriana que são: as pontas dos dedos,
meio dos dedos e polegares. Vejamos a técnica da lavagem das mãos:
- posicionar-se sem encostar na pia;
- abrir a torneira;
- passar o sabão (líquido ou barra) na mão;
- friccionar as mãos dando atenção às unhas, meio dos dedos, polegar,
palmas e dorso das mãos (tempo aproximado de 15 segundos);
- enxaguar as mãos deixando a torneira aberta;
-enxugar as mãos com papel toalha;
- fechar a torneira com a mão protegida com papel toalha, caso não tenha
fechamento automático.
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7.2 MANIPULAÇÃO DE INSTRUMENTOS E MATERIAIS
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Exemplo de caixa de descarte de materiais pérfuro-cortantes
Periodicidade:
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do mobiliário geralmente uma vez por turno, além da limpeza imediata do local
quando exposto à material biológico.
_ Limpeza terminal que é aquela geral, realizada semanal, quinzenal ou
mensalmente conforme a utilização e possibilidade de contato e contaminação de
cada superfície. Inclui escovação do piso e aplicação de cêra, limpeza de teto,
luminárias, paredes, janelas e divisórias.
Seqüência:
Materiais:
Produtos químicos:
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Dicas importantes:
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7.6 VACINAÇÃO
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8. EPI E EPC – BARREIRAS DE CONTENÇÃO
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No mercado, há diversos tipos de EPI, diferentes fornecedores e material
empregado, variando, assim, a proteção conferida ao técnico. O técnico deve ter
conhecimento do grau de proteção que o EPI fornece para determinada tarefa e
especificar adequadamente o EPI no momento da compra.
A seguir, são descritos alguns EPIs, baseados nos riscos aos quais os
profissionais que trabalham na área de saúde estão expostos.
Calçados:
O calçado é um EPI destinado à proteção dos pés contra umidade,
respingos de substâncias químicas ou material biológico, derramamento de
líquidos quentes e solventes, impacto de objetos diversos, cacos provenientes da
quebra de vidrarias, materiais perfurocortantes, etc.
Existem calçados especiais, com finalidades diversas, destinados a dar
proteção à planta dos pés contra a penetração de vidros, solventes, calor,
passagem da corrente elétrica, etc.
Quando o chão é escorregadio, torna-se obrigatório o uso de calçados com
solado antiderrapante, para dificultar a ocorrência de quedas.
Em áreas estéreis, devem-se utilizar sapatilhas esterilizadas, as quais
podem ser reutilizáveis ou não, conforme o tipo de material utilizado em sua
confecção e a atividade desenvolvida.
Os calçados indicados para o ambiente com sujeira orgânica são aqueles
fechados de preferência impermeáveis (couro ou sintético). Evita-se os de tecido
que umedecem e retém a sujeira. Escolha os calçados cômodos e do tipo anti-
derrapante. Se o local tiver muita umidade, como em lavanderias, usar botas de
borracha.
Luvas:
As luvas protegem de sujidade grosseira. Elas devem ser usadas em
procedimentos que envolvam sangue, fluidos corporais, secreções, excreções
(exceto suor), membranas mucosas, pele não íntegra e durante a manipulação de
artigos contaminados. As luvas devem ser trocadas após contato com material
36
biológico, entre as tarefas e procedimentos num mesmo paciente, pois podem
conter uma alta concentração de microrganismos. Remova as luvas logo após
usá-las, antes de tocar em artigos e superfícies sem material biológico e antes de
atender outro paciente, evitando a dispersão de microrganismos ou material
biológico aderido nas luvas. Lave as mãos imediatamente após a retirada das
luvas para evitar a transferência de microrganismos a outros pacientes e
materiais, pois há repasse de germes para as mãos mesmo com o uso de luvas.
As luvas estéreis estão indicadas para procedimentos invasivos e assépticos.
Luvas grossas de borracha estão indicadas para limpeza de materiais e de
ambiente.
37
Protetor Respiratório (respiradores):
Usado para proteger as vias respiratórias contra poeiras tóxicas e vapores
orgânicos ou químicos. É indicado para entrar em quarto de isolamento de
pacientes com tuberculose pulmonar, sarampo ou varicela, doenças que são
transmitidas via aérea quando inalamos os núcleos de gotículas ressecadas
suspensas no ar contendo os germes. Também é indicado no laboratório de
microbiologia em técnicas de identificação do bacilo da tuberculose (veja Capítulo
7). Outra indicação para o uso do protetor respiratório, de um tipo específico, é no
manuseio prolongado de glutaraldeído 2% usado para desinfecção de artigos em
ambiente pouco arejado, desde que este protetor tenha uma camada de carvão
ativado (máscara escura).
Este protetor com carvão ativado filtra gases tóxicos e odores. Seu uso
também está indicado para ambientes ou atividades com odor fétido e
desagradável.
É de uso individual, intransferível e reutilizável. Tem vida útil variável
dependendo do tipo de contaminante, sua concentração, da freqüência
respiratória do usuário e da umidade do ambiente. Deve ser trocado sempre que
se encontrar saturado (entupido), perfurado, rasgado ou com elástico solto, ou
quando o usuário perceber o cheiro ou gosto do contaminante. Não deve ser feito
nenhum tipo de reparo. Manusear com as mãos limpas e guardar em local limpo.
Avental e Gorro:
O avental (limpo, não estéril) serve para proteger a pele e prevenir sujidade
na roupa durante procedimentos que tenham probabilidade de gerar respingos ou
contato de sangue, fluidos corporais, secreções ou excreções. O avental será
selecionado de acordo com a atividade e quantidade de fluido encontrado (plástico
ou tecido). O avental de plástico está indicado para lavagem de materiais em
áreas de expurgo. O avental sujo será removido após o descarte das luvas e as
mãos devem ser lavadas para evitar transferência de microrganismos para outros
pacientes ou ambiente.
38
O gorro estará indicado especificamente para profissionais que trabalham
com procedimentos que envolvam dispersão de aerossóis, projeção de partículas
e proteção de pacientes quando o atendimento envolver procedimentos cirúrgicos.
É o caso da equipe odontológica e outras especialidades como oftalmologia,
otorrinolaringologia, cirurgia geral, cirurgia vascular e outras especialidades
cirúrgicas.
Tanto o avental quanto o gorro podem ser de diferentes tecidos laváveis ou
do tipo descartável de uso único. A lavagem domiciliar de aventais contaminados
deve ser precedida de desinfecção, por 30 minutos em solução de hipoclorito de
sódio a 0,02% (10ml de alvejante comercial a 2 a 2,5% para cada litro de água).
Protetor Auditivo:
Equipamento destinado a prevenir a perda auditiva provocada por ruídos.
Deve ser utilizado em situações em que os níveis de ruído sejam considerados
prejudiciais ou nocivos em longa exposição, tais como banhos de ultra-som e em
trabalhos realizados em locais em que o nível de ruído seja superior ao
estabelecido na NR-15.
Existem dois tipos principais de protetor auditivo: circum-auriculares (tipo
concha) e de inserção. Nos ambientes de saúde o modelo mais utilizado é o de
inserção.
39
segurança química, chuveiro de emergência, lava-olhos, equipamentos de
combate a incêndio e Kit para derramamento de produtos químicos.
Chuveiro de Emergência:
Destinado a lavagem das roupas e da pele do técnico quando esta for
atingida acidentalmente por grande quantidade de produtos químicos, material
biológico ou, ainda, quando as vestimentas estiverem em chamas.
O chuveiro de emergência pode ter acionamento manual ou automático.
Entretanto, deve-se observar a altura de instalação, permitindo que todos os
funcionários possam acioná-lo.
Lava-olhos:
Destinado à lavagem dos olhos no caso de terem sido atingidos
acidentalmente por produtos químico ou material biológico.
São formados por dois chuveiros pequenos, cujos, jatos de água são
direcionados de maneira a atingir os olhos da vítima.
40
Existem também os lava-olhos tipo pissete, que tem as vantagens de ser
barato e não exigir local especial para instalação.
41
9. FERRAMENTAS DA QUALIDADE EM BIOSSEGURANÇA
42
Boas Práticas de Laboratório – BPL:
43
ISO Elemento que descreve os requisitos
17025 do sistema da qualidade, o que inclui a
4.2 política, os objetivos da qualidade.
Sistema de Apresenta a estrutura da documentação,
gestão (da qualidade) Manual da Qualidade, procedimentos, etc.
Políticas e procedimentos relativos à
NIT- biossegurança devem ser incluídos num
DICLA-083 capítulo do manual da qualidade.
6.2
44
Elemento que determina que o
laboratório deve assegurar a análise crítica
dos pedidos, propostas e contratos antes da
ISO Análise crítica execução dos serviços, garantindo que
17025 dos pedidos, propostas estes sejam realizados nas condições
4.4 e contratos requeridas pelo cliente.
Incluir na análise crítica os elementos
de biossegurança necessários para a
realização do serviço.
45
NIT-
DICLA-083
6.8
ISO
17025 Elemento que descreve requisitos
4.8 Reclamações/Re para solucionar as reclamações recebidas.
NIT- solução de reclamações Apresentar em linhas gerais o recebimento e
DICLA-083 o tratamento das reclamações recebidas.
6.8
Elemento que visa assegurar que
ISO
sejam tomadas medidas adequadas quando
17025
Controle dos for identificada uma não-conformidade, o
4.9 e
trabalhos não- que inclui: descrição da não-conformidade;
4.11
conformes/Identificação investigação da causa raiz; seleção e
e controle de não- implementação das ações; monitoramento
NIT-
conformidades/ da eficácia das ações aplicadas.
DICLA-083
Ação Corretiva Identificar e controlar não
6.6 e
conformidades e ações corretivas
6.7
relacionadas à biossegurança.
ISO Melhoria/ Ação Os laboratórios devem identificar
17025 preventiva/ Processo de melhorias e fontes potenciais de não-
4.10 e melhoria contínua conformidades. Deve ser feita a implantação
4.12 e o monitoramento da eficácia de ações
preventivas implementadas.
Identificar e controlar ações
preventivas relacionadas à biossegurança.
46
Uso de EPI, EPC, plano de
prevenção de incêndio.
NIT-
Revisão e atualização de
DICLA-083
procedimentos relativos à biossegurança,
6.9
visando a melhoria contínua de gestão da
qualidade.
47
A alta direção do laboratório deve
B. REQUISITOS TÉCNICOS
Elemento que visa assegurar e
ISO manter a competência do pessoal envolvido
17025 nas atividades técnicas e de apoio do
5.2 laboratório. Identificar as necessidades de
Pessoal treinamento que vão manter essa
NIT- competência.
DICLA-083 A capacitação dos profissionais deve
7.1 incluir a biossegurança.
48
Elemento que visa assegurar que os
equipamentos alcancem a exatidão
estabelecida pelo laboratório para os
ISO
serviços prestados. Contém requisitos
17025
quanto a aquisição, identificação, avaliação,
5.5
manutenção, manipulação e estocagem dos
equipamentos, sistemas analíticos, materiais
de referência e reagentes.
Inclusão dos equipamentos de
Equipamentos
proteção coletiva e individual ao programa
de verificação e calibração, se aplicável.
Inclusão de referência a riscos à
saúde na identificação de determinadas
NIT-
soluções e reagentes.
DICLA-083
Elaboração de procedimentos que
7.3
assegurem a estocagem adequada de
reagentes, soluções tóxicas, inflamáveis e
incompatíveis entre si.
49
O laboratório deve garantir o descarte
seguro dos materiais utilizados para coleta.
NIT-
O laboratório deve monitorar o transporte
DICLA-083
das amostras ao laboratório para segurança
7.4
do transportador, público em geral e
laboratório receptor.
ISO Garantia da
17025 qualidade de resultados
Elemento que visa assegurar a
5.9 de ensaio e calibração/
confiabilidade dos resultados obtidos nos
NIT- Garantia da qualidade
laboratórios.
DICLA-083 de procedimentos de
7.6 exame
50
ISO
17025 Requisitos para elaboração, emissão
Apresentação de
5.10 e comunicação dos resultados dos ensaios
resultados/Laudo de
NIT- e calibrações com exatidão, clareza,
resultados
DICLA-083 objetividade e sem ambigüidade.
7.8
Elemento determina que o laboratório
NIT- Saúde, realize suas atividades de modo a atender
DICLA-083 segurança e meio aos requisitos de saúde, segurança e meio
7.10 ambiente ambiente estabelecidos pelas autoridades
regulamentadoras.
51
10. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
52
adesivo, seja fixada uma lista de resíduos que deverão ser desprezados em tais
lixeiras. Indica-se o uso de cores para identificar os recipientes e programação
visual padronizando símbolos e descrições utilizadas.
LEVANTAMENTO DO REAPROVEITAMENTO
DO RESÍDUO EM OUTRO PONTO DO
PROCESSO PRODUTIVO OU PELO PRÓPRIO
FORNECEDOR DA MATÉRIA-PRIMA
53
processamento, re-refino, incineração ) ou disposição em aterros: sanitário ou
industrial.
Resíduos Comuns:
São resíduos nos estados sólidos ou semi-sólidos, semelhantes aos
resíduos domiciliares que resultam de atividades diversas de alimentação,
fisiológicas, de limpeza, não oferecendo nenhum risco à sua manipulação ou à
Saúde Pública. Compondo os resíduos comuns, temos os resíduos recicláveis que
serão descartados e recolhidos separadamente.
Resíduos Recicláveis:
São resíduos sólidos que, após o uso, podem ter sua matéria prima
reaproveitada, gerando economia de recursos naturais e financeiros, além gerar
novos empregos através das usinas de reciclagem. São resíduos de plástico,
vidro, papel, papelão e metal sem sujidade biológica visível.
Resíduos Infectantes:
São resíduos que resultam das atividades de assistência, laboratório ou
atos cirúrgicos, que promovam liberação de material biológico, oferecendo risco à
Saúde Pública ou à manipulação. Dentro deste grupo incluem-se os pérfuro-
cortantes que devem ter o descarte em recipiente apropriado antes de serem
agregado ao restante dos resíduos infectantes.
54
São resíduos tóxicos compostos por medicamentos vencidos, resíduos
corrosivos, inflamáveis, explosivos, reativos, genotóxicos ou mutagênicos.
10.4 SEGREGAÇÃO
55
Compreende a operação de transferência dos resíduos acondicionados do
local da geração para o armazenamento temporário e/ou, tratamento interno
(descontaminação, reprocessamento, etc).
56
No plano de contingência deverão constar: a forma de acionamento
(telefone, e-mail, "pager", etc.), os recursos humanos e materiais envolvidos para
o controle dos riscos, bem como a definição das competências, responsabilidades
e obrigações das equipes de trabalho, e as providências a serem adotadas em
caso de acidente ou emergência.
O plano de continência deverá descrever as situações possíveis de
anormalidade e indicar os procedimentos e medidas de controle para o
acondicionamento, tratamento e disposição final dos resíduos nas situações
emergenciais.
57
11. INTRODUÇÃO AO MAPA DE RISCOS
TIPO DE
Químico Físico Biológico Ergonômico Mecânico
RISCO
Agentes Má postura do
Equipamentos
Causadores Fumos Microorganismos corpo
Ruído e ou som inadequados,
metálicos (Vírus, bactérias, em relação ao
muito alto defeituosos ou
e vapores protozoários) posto
inexistentes
de trabalho
58
Risco de queda
Pinturas e Falta de de nível,
Ar rarefeito Esgoto, sujeira,
névoas em Orientação lesões por
e ou vácuo dejetos
geral e treinamento impacto de
objetos
Mau
Solventes Jornada dupla
planejamento
(em Pressões Objetos e ou
do lay-out e ou
especial os elevadas contaminados trabalho sem
do espaço
voláteis) pausas
físico
Ácidos,
bases, Cargas e
Contágio pelo ar Movimentos
sais, Frio e ou calor transportes
e ou insetos repetitivos
álcoois, em geral
éters, etc
Fatores
Ingestão Aerodispersóides Alergias, Risco de
psicologicos
de no ambiente intoxicações e choque elétrico
(não gosta do
produtos (poeiras de quiemaduras (correte
trabalho,
durante vegetais e causadas por contínua e
pressão do
pipetagem minerais) vegetais alternada)
chefe, etc)
Tabela de Gravidade:
59
_ Serve para a conscientização e informação dos trabalhadores através da
fácil visualização dos riscos existentes na empresa.
_ Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da
situação de segurança e saúde no trabalho na empresa.
_ Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de
informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas
atividades de prevenção.
Etapas de Elaboração:
60
12. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
61