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INVOCAÇÃO
uma diferença; pois para aqueles que ainda não realizaram o Ser, o
“eu” está limitado ao corpo, enquanto que para aqueles que já
realizaram o Ser, dentro do corpo o “Eu” brilha como o Ser
(ilimitado).
18.Tanto para aqueles que não realizaram o Ser, quanto para aqueles
que realizaram, o mundo é real. Todavia, para aqueles que ainda não
realizaram o Ser, a Verdade é adaptada na medida do mundo,
enquanto que para aqueles que o realizaram, a Verdade brilha como
perfeição sem forma, como o substrato do mundo. Esta é a diferença
que há entre eles.
19.Somente aqueles que não têm conhecimento da fonte da vida e do
livre arbítrio tem dúvidas sobre qual deles prevalece. Aqueles que
conhecem o Ser como a única fonte da vida e do livre arbítrio estão
livres de ambos. Por que haveriam estes de se deixar envolver
novamente?
20.Aquele que vê a Deus sem ver o Ser, vê apenas uma imagem mental.
Diz-se que aquele que vê o Ser vê a Deus. Aquele que tendo seu ego
completamente destruído, vê o Ser, encontrou Deus pois que o Ser
não existe separado de Deus.
21.Onde está a verdade nas escrituras quando declaram que quem vê o
Ser vê a Deus? Como pode alguém ver o próprio Ser? Considerando-
se que cada um é algo separado, e que não pode ver o Ser em si,
como pode então ver a Deus? Somente dissolvendo o ego e
submetendo-se Àquele.
22.O Divino dá Luz à mente e brilha em seu interior. Somente voltando
a mente para o interior e fixando-a no Divino, tornamo-nos UM com
ELE. Não há outro caminho para conhecê-lo, senão através da mente
(dissolvida n’Ele).
23.O corpo não diz “eu”. Ninguém poderá contestar que o “eu” deixa de
existir em estado de sono profundo. Quando o “eu” emerge, tudo o
mais emerge; com a mente atenta, pesquisa de onde surge o “eu”.
24.Este corpo inerte não diz “eu”. A Realidade-Consciência não surge.
Entre os dois e na medida dos limites do corpo, alguma coisa emerge
como sendo “eu”. E isto é conhecido como “Chit-Jada-Granthi (o nó
entre a Consciência e o inerte), e também como escravidão, alma,
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corpo sutil, ego, samsara, mente, e daí por diante. (Samsara= ciclo
de nascimento e morte)
25.(O corpo) chega à existência equipado com uma forma, e assim
permanece enquanto retém a forma. Tendo uma forma, se alimenta e
cresce. Mas, quando se inicia a pesquisa, renuncia-se ao apego à
forma e dela nos desligamos, pelo discernimento de que a forma não
existe por si mesma.
26.Se o ego existe, tudo o mais também existe. Se o ego não existe
nada mais existe. Na verdade o ego inicia tudo. Assim é que a
pesquisa sobre a natureza do ego é o único meio de renunciar a tudo
que não seja verdade.
27.O estado de permanência no “Eu” é o estado sem ego. Sem a busca
por esse estado e sem o seu alcance, como pode alguém conseguir a
extinção de seu ego de modo a que ele não mais apareça? Sem
alcançar isto como se pode permanecer no estado Real, onde se é
somente “Aquilo”?
28.Tal como um homem mergulharia para apanhar algo que tivesse
caído na água, da mesma forma cada um deve mergulhar em si
mesmo, com a mente (dirigida) em uma só direção, controlando a
palavra e a respiração de modo a encontrar o lugar de onde o “eu”
surge.
29.A única pesquisa que leva à Realização do Ser é a procura da fonte
do “eu” com a mente voltada para o interior e sem sequer pronunciar
a palavra “eu”. Meditação sobre “eu não sou isso” “eu sou Aquilo”
pode ser um auxílio na pesquisa, mas, não pode ser a própria
pesquisa.
30.Quando alguém pergunta “Quem sou eu?” no interior de sua mente,
o “eu” individual é enfraquecido, tão logo se alcança o Coração;
imediatamente a Realidade se manifesta espontaneamente como “Eu
Eu”. Embora se revele como “Eu” não é o ego e sim o Ser Perfeito, o
Ser Absoluto.
31.Para aquele que está imerso na graça do Ser, que surge da extinção
do ego, que existe mais para ser realizado? (Ele) só está consciente
do Ser, nada mais. Quem pode sintonizar (captar, entender) seu
estado?
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