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Preparatório social Monteiro Lobato

Professor: Eliabe Rocha Turmas: 1, 2, 3 e 4

Disciplina: Filosofia / Sociologia

Filosofia antiga – Aula I

Existe uma ética na política? Qual seria o tipo de governo mais ético, aquele que
vive pelo povo ou aquele que mata pelo povo? Existe contraste entre ação política e
individualismo ou egoísmo?
Para pensarmos essas questões faremos uso da teoria de dois autores, Nicolau
Maquiavel e Alex de Tocqueville. Ambos, embora não contemporâneos, pensavam em
função da sociedade e a forma como ela se estrutura e pode ser melhor dirigida.
Nicolau Maquiavel
Primeiramente, tratê-mos sobre Nicolau Maquiavel (1469-1527) nasceu em
Florença, na época do Renascimento. Rodeado por um mundo de transformações,
Maquiavel viveu em um período de ascensão das artes, das ciências e das diversas formas
políticas. Após ser julgado, acusado de conspirações contra o governo e ser exilado
escreve a obra O príncipe (1513). O livro para além de sintetizar o pensamento do autor
sobre política, apresenta a forma como um líder deve governar e manter seu reinado.
Mais a fundo, em o príncipe, o que se questiona é a capacidade e a forma do
homem governar, se isso deve ocorrer de forma que as ações do governante serão
justificadas até um dado limite ou se o chefe de Estado não terá limites para sua tomada
de decisão, desde que visando assegurar e manter seu governo .
“Os fins justificam os meios”
Embora a frase acima não seja de Maquiavel ilustra bem a posição do referido
quanto a política. Ao diferenciar a ética política da ética cristã e apontar que para se
manter o poder o Rei deve fazer o que estiver ao seu dispor, a ética política ganha
favoritismo na forma “correta” de se governar. Além disso, vemos um afastamento entre
os valores teológicos da igreja e a política, deixando menos espaço para o clero e sua
tomada de decisões pertinente aos assuntos do governo.
Alexis de Tocqueville
Alexis-Charles-Henri Clérel, visconde de Tocqueville (1805 - 1859) nasceu em
Paris e viveu durante o período da revolução de 1848. Como liberal, Tocqueville prezava
pela democracia institucional e opunha-se ferrenhamente aos levantes socialistas que
inflamaram as ruas de Paris e de outras cidades naquele ano. Suas teorias podem ser
melhor analisadas nas obras “O Antigo Regime e a Revolução” (1856) e que trata da
passagem da França de Luís XVI para a França revolucionária da década de 1790, e
“Democracia na América”, escrito quando era jovem e publicado em 1835, que trata de
sua viagem aos Estados Unidos da América.
Dentre os conceitos mais discutidos e que nos cabe nesse momento, levantaremos
o “individualismo” e o “egoísmo”. Segundo o diplomata e ensaísta José Guilherme
Merquior, em sua obra “O Liberalismo – Antigo e Moderno”
Tocqueville estabeleceu uma distinção entre egoísmo e
individualismo. Egoísmo, disse ele, é uma categoria
moral, é um vício. Individualismo é um conceito
sociológico que denota uma falta, não de virtude per se,
mas de virtude pública ou cívica. É uma disposição
pacífica que separa uma pessoa de seus concidadãos,
trocando a sociedade pelo pequeno grupo da família e de
amigos. Enquanto o egoísmo se encontra em todas as
épocas históricas, o individualismo é uma característica da
sociedade democrática.
Dessa forma, podemos conceber que a noção de individualismo está relacionada a forma
como estabelecem-se relação na sociedade. Na política não é diferente. Se considerarmos
que a aproximação de grupos visando a manutenção de seu poder em um dado território
ocorre constantemente em diversos países, podemos supor que a teoria do individualismo
como falta de virtude pública é válida.
Mas seria o individualismo uma forma justa de se manter o poder, caso
necessário? Na ótica de Maquiavel sim, afinal todos meios são lícitos desde que
justificados pela manutenção de poder.

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