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DINÂMICAS
SAÚDEDE GRUPOS
Copyright © Portal Educação
122p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-107-0
CDD 302.3
SUMÁRIO
3 DINÂMICA DE GRUPO.............................................................................................................62
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................120
1. COMPETÊNCIA INTERPESSOAL NA FACILITAÇÃO DE DINÂMICAS DE GRUPO
Neste estudo utilizaremos o termo facilitador, terminologia utilizada por Carl Rogers
(1986), para denominar a pessoa responsável por aplicar a dinâmica de grupo e criar as
condições necessárias para estimular o desenvolvimento dos processos de crescimento da 4
pessoa, do grupo ou mesmo de uma organização. No entanto, a pessoa que aplica dinâmicas de
grupo é comumente chamada nas diversas regiões do Brasil de líder, dirigente, coordenador,
treinador ou animador.
Cada pessoa é única em sua singularidade e quem trabalha com grupos de pessoas
tem uma única certeza: quando se trata de pessoas nada é totalmente previsível, mesmo em um
projeto devidamente planejado surgem surpresas, frustrações e situações que geram
desconforto e insegurança. Isso pode ocorrer em todos os níveis, afetando amizades, relações
familiares, na escola, na igreja ou colaboradores de uma organização, atingindo inclusive, os
mentores e ou dirigentes do projeto.
Fonte: <http://www.sxc.hu/photo/1132671>.
Habitualmente essa situação acontece no decorrer do processo de uma dinâmica de
grupo. Ao promover uma dinâmica de grupo, por mais que o facilitador organize e tenha claros
os objetivos desejados, nem sempre os participantes correspondem aos seus anseios agindo e
verbalizando conforme o esperado. Podem surgir surpresas agradáveis indo além do esperado,
ou, então, situações que gerem desconforto e insegurança surpreendendo o facilitador e
podendo deixar os demais participantes do grupo insatisfeitos, confusos e inseguros.
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Para evitar transtornos e constrangimentos torna-se imprescindível que um facilitador
de dinâmica de grupo tenha competência interpessoal para saber lidar com qualquer situação
inusitada que venha ocorrer durante a facilitação de uma dinâmica de grupo.
O encontro com o outro é sempre algo incógnito, é sair da zona de conforto, sair ao
mundo desconhecido, é uma nova experiência. Qualquer conjectura do encontro é mera
especulação, preconceito, expectativa ou ansiedade que algumas vezes estão bem distantes da
situação real. Enfrentar? Desistir? Lamentar? Somente tendo conhecimento da situação real é
que se pode decidir como conviver com ela.
Quando uma nova pessoa começa a participar de um grupo ela leva consigo suas
crenças, expectativas, preconceitos, opiniões, valores, gostos, ideias, sonhos, percepções entre
outros. Seu jeito de ser juntamente com suas características particulares, ao interagir e
compartilhar de experiências com os demais membros seguramente influenciará na dinâmica do
grupo.
Fonte: <http://www.sxc.hu>.
A convivência humana é complexa, porém estimulante e desafiadora. Ter
conhecimento técnico e ser um bom profissional em sua área de atuação não garante
competência interpessoal. Muitos profissionais têm um grande sucesso e destaque em suas
atividades quando trabalham individualmente. No entanto, ao trabalharem em grupo não têm o
mesmo rendimento ou, ainda, em algumas situações não conseguem trabalhar em conjunto com
outras pessoas.
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Ter competência interpessoal, de acordo com Moscovici (1985, p.27), é ter a
“habilidade de lidar eficazmente com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de
forma adequada às necessidades de cada uma e às exigências da situação”. Portanto, para que
uma pessoa tenha competência interpessoal é preciso desenvolver algumas habilidades
fundamentais que veremos a seguir:
Dar Feedback: oferecer feedback direcionada à pessoa e não para o fato. É uma
forma de ajudar o crescimento do outro, uma verdade dita com amor para o
desenvolvimento do outro;
Para ter competência interpessoal é imprescindível que o sujeito consiga fazer uma
leitura adequada e real da situação social, alcançando os objetivos desejados com a interação.
Quando a pessoa consegue atingir seus objetivos com uma conduta que considera correta, ética
e sem prejuízo em seus valores, promove sentimentos positivos e de satisfação, enriquecendo
sua autoestima.
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Prette e Prette (2001) descrevem que nem sempre todos esses itens são observados
num relacionamento interpessoal, porém, quanto mais itens forem contemplados, maior
competência interpessoal pode ser conferida ao sujeito.
1.2 A arte de saber ouvir
Uma das ferramentas de extrema importância para obter sucesso na facilitação de uma
dinâmica de grupo é saber ouvir.
Rogers (2001) descreve que uma escuta eficiente é aquela em que o ouvinte consegue
captar com a máxima exatidão os pensamentos e sentimentos do interlocutor. Escutar não
somente o que está sendo dito de modo superficial, mas os significados escondidos que estão
na essência daquele ser humano, que, ao mesmo tempo que teme, quer comunicar o que se
passa em seu interior. Assim, conclui-se que a arte do escutar é um processo que proporciona
experiências enriquecedoras e transformadoras ao ser humano.
O escutar utilizado numa dinâmica de grupo é uma habilidade que pode ser aprendida
e aprimorada, não como um aprendizado artificial, mas como algo que passa a ser parte integral
da pessoa. Essa integralização apenas acontece quando o facilitador tem conhecimento de suas
habilidades e carências interpessoais, assim poderá potencializar suas forças e melhorar suas
carências obtendo um maior aproveitamento de seus recursos pessoais.
É importante verificar no processo de escuta ativa, se a pessoa que ouve faz isto por
meio do filtro de suas resistências. Uma escuta autêntica não pode sofrer interferências dos
valores religiosos, espirituais, morais, preocupações diárias, inseguranças ou preconceitos.
Quando o facilitador escuta sob a influência desses “ruídos internos” – o que “deveria dizer”,
“como poderia ter feito” – provavelmente não ouve o que realmente está sendo dito.
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Uma escuta eficiente, durante uma dinâmica de grupo, não considera apenas o que é
dito verbalmente, mas fica atenta também à expressão corporal, aos gestos, sorrisos, suspiros,
distrações, desinteresse e toda a linguagem que o corpo expressa por meio de pensamentos,
emoções e reações instintivas.
Existem diversos fatores que podem prejudicar a escuta eficiente: dificuldades físicas
como o cansaço corporal, sono, fome, sede e outras necessidades básicas podem ser
obstáculos a uma escuta ativa e competente. Da mesma forma, dificuldades ambientais: frio ou
calor em excesso, ruídos, pessoas circulando, local desconfortável são influências que
prejudicam a serenidade e concentração necessárias para uma escuta profunda.
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Fonte: http:<//www.sxc.hu>.
Para uma melhor qualidade da escuta é necessário estarmos cientes das dificuldades
emocionais que podem atuar como interferências. O facilitador deve escutar o grupo como um
todo, mas também cada um dos participantes com todos os seus sentimentos e sensações, ou
seja, em sua totalidade. O facilitador deve estar ciente de que está sujeito, nessa interação, de
vivenciar novos sentimentos e emoções por meio dos conteúdos compartilhados pelos
participantes da dinâmica.
Compreensão empática ou empatia não significa ser simpático ou ter simpatia pela
outra pessoa. O termo empatia, etimologicamente advém de empathés que provém de en
páscho, que tem por significado “sentir-em”, “sentir-desde-dentro”. Ter empatia é uma atitude,
um jeito de ser perante a outra pessoa. É centrar-se na outra pessoa de uma forma sensível e
intensa, que consiga adentrar na percepção do outro. É estar inteiramente com o outro, naquele
momento, compreendendo como ele percebe os mais variados sentimentos sejam de medo,
raiva, felicidade, amor, compaixão, ternura, inveja, entre outros.
Empatia é compreender o outro tão profundamente que para isso deixa-se de lado as
próprias ideias, valores e opiniões para adentrar nesse mundo reservado e íntimo da outra
pessoa. A pessoa precisa estar segura para ficar à vontade no mundo misterioso do outro e
retornar a seu mundo quando assim o desejar. Rogers (2001) menciona que a empatia é
complexa, exigente e intensa, contudo, ao mesmo tempo é sutil e suave.
Então, podemos dizer que a compreensão empática significa ter empatia com a outra
pessoa. Empatia consiste na capacidade de se colocar no lugar do outro, ver o mundo através
dos olhos dele e procurar sentir como ele sente a experiência subjetiva que este vivenciou ou
está vivenciando.
Aparentemente essa postura parece fácil, no entanto é uma postura bastante difícil
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haja vista que o facilitador de dinâmica de grupo convive em uma sociedade que usualmente
pratica o julgamento e a avaliação. Os estímulos estão por toda parte provocando ruídos que
ficam tilintando em nossos pensamentos, despertando sentimentos e ansiedades, ficando difícil
encontrar um “silêncio” em que possamos nos ouvir de forma empática. E quando paramos para
ouvir é um ouvir contaminado por ideias pré-concebidas que já não nos permitem ver ou ouvir o
que realmente é.
Para ter uma atitude empática é preciso estar disponível para ouvir o outro e também a
si mesmo, é um desafio que precisa de abertura interior e aceitação de si e da outra pessoa em
seu jeito de ser e pensar.
Ao longo do tempo um problema muito comum e persistente que ocorre nas famílias,
escolas e demais organizações diz respeito à comunicação, ou melhor dizendo, à falta desta.
Comunicação é o processo de emitir, transmitir e receber mensagens ou informações por meio
de diferenciados métodos. Pode ser pela linguagem falada ou escrita, gestos, sinais, signos ou
símbolos, de aparelhamento técnico especializado, sonoro e/ou visual.
Alguns autores classificam a comunicação como verbal e não verbal e num contato
face a face, ambas se fazem presente. A comunicação verbal depende do domínio da língua,
das normas sociais do contexto, sendo consciente e racional. Já a comunicação não verbal é
ilustrativa, complementar e, em determinadas ocasiões, contrapõe-se à linguagem verbal.
Para que exista a comunicação faz-se necessário que o destinatário receba e
compreenda a informação, já que, no caso de uma notícia ou informação ser simplesmente
transmitida, mas não recebida e devidamente compreendida, o processo não estará completo,
portanto, não ocorrerá uma comunicação.
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Contexto
Código
Emissor Receptor
Mensagem
Canal
Bloqueadores da
comunicação
Canal
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Uma das premissas básicas para uma comunicação efetiva é saber ouvir.
Postur
Escrita
a Gesto
s
Silênci
Visual
o
Oral
Mímic
a
As perguntas fechadas devem ser evitadas como, por exemplo, perguntas que podem
ser respondidas com um sim ou um não. Perguntas abertas e claramente formuladas estimulam
a verbalização e geram conteúdo informativo a respeito da pessoa em seu jeito particular de ser.
Esclarecido para assegurar uma comunicação efetiva – Uma forma que costuma
dar muito certo é solicitar ao receptor que repita o feedback recebido, deste modo, o emissor
pode confirmar se a mensagem recebida pelo receptor corresponde ao que realmente desejou
comunicar. Em situações de dinâmica de grupo é apropriado que o facilitador e participantes
possam comparar sua percepção verificando se foi uma impressão individual ou se mais
pessoas do grupo compartilharam da mesma impressão. São momentos extremamente
enriquecedores quando bem conduzidos.
Frequentemente nos deparamos com comunicações mal sucedidas que afetam as
relações, geram climas tensos e desconfortáveis acabando com laços de amizades, relações de
trabalho, vizinhança, entre outros. A verdade é que os itens acima mencionados, teoricamente
parecem de fácil compreensão e entendimento, no entanto, no momento de colocar em prática
as ações de dar e receber feedback, nem sempre são fáceis de serem seguidas.
“Sem o feedback, não só o mundo físico, mas também o social seriam confusos e, em
muitas situações, as pessoas não saberiam como se comportar” afirmam Prette e Prette (2001,
p. 68). O feedback é de fundamental importância para todos nós, para que possamos retificar o
que estamos fazendo de inapropriado e conservar e fortalecer os comportamentos adequados.
Uma dinâmica para exercitar o feedback é uma das mais ricas experiências para um
facilitador e para um grupo em treinamento. Se forem estabelecidas as condições necessárias
de pouca defensividade ou baixa ameaça, abertura a experiência e apoio entre os membros do
grupo, é possível processar elementos individuais e grupais oportunizando análise interior e
comparativos sobre autopercepção (percepção que tenho de mim mesmo) e heteropercepção
(percepção que o outro tem de mim).
É equivocado pensar no feedback como uma forma de autopromoção com o objetivo
de exibir conhecimentos e habilidades, devendo-se concebê-lo como uma espécie de imagem
que permite visualizarmos como está sendo nosso comportamento. Visualizar esse
comportamento nem sempre é uma tarefa agradável, mexe diretamente com as emoções da
pessoa, é preciso ter abertura interior para aproveitar e canalizar o feedback de forma positiva
em sua vida.
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No século XVII o vocábulo “groppo” ou “grupo” era utilizado para nomear o ato de
retratar de forma artística um conjunto de pessoas, descreve Strey (2002). Porém, foi somente
no século seguinte que o termo passou a denominar reunião de pessoas com o sentido de “laço,
coesão, e círculo”.
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A etimologia da palavra grupo de acordo com Anzieu (1996) deriva do vocábulo
“group” que pretende passar a ideia de laço ou nó, proveniente do germano ocidental “kruppa”
que tem significado de massa circular. As duas palavras pretendem conceituar o grupo; o laço
significa união e coesão, e o circular simula o ambiente fechado.
O ambiente circular e fechado faz metáfora com o ventre materno, a mãe que acolhe
os seus filhos, assim como o grupo que acolhe os seus participantes para o aconchego de seu
espaço interno. Neste ambiente interno de grupo podem ocorrer sentimentos de afeição,
amizade e ternura, assim como, podem surgir sentimentos de rejeição, repressão e
desapontamento.
partes, o homem busca, com muita dificuldade, se adaptar Saber ver sem estar a pensar,
com outras pessoas. Grupos de pessoas sempre fizeram E nem pensar quando se vê
O fato é que estamos constantemente nos relacionando com outras pessoas, com os
mais variados objetivos, afirma Strey (2002). Alguns relacionamentos são mais duradouros,
outros passageiros, de forma agradável ou desagradável esses relacionamentos deixam marcas
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nas pessoas. Estas marcas, experiências, ou lembranças experimentadas anteriormente na
convivência com as pessoas, tornam-se a bagagem que levamos para as novas experiências de
relacionamento em grupo.
Sendo assim, cada grupo é composto por participantes que levam consigo seus
valores pessoais, dogmas religiosos, convicções políticas, filosofia de vida, preconceitos, ideais,
hábitos particulares, formação acadêmica e cultural, normas sociais, costumes, entre tantos
outros aspectos.
Existem também os grupos que atendem a um propósito definido, que são organizados
e coordenados por profissionais das mais diversificadas áreas de atuação, ou, também,
organizados e coordenados pelos próprios participantes. Podemos citar como exemplos os
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diversos grupos anônimos (Aas), grupos de Idosos, grupos de mães, grupos de estudo, grupos
de oração, grupos comunitários, grupos de planejamento, grupos de discussão entre outros.
Strey (2002) descreve que são grupos que buscam a manutenção ou transformação social.
De uma forma geral os autores conceituam grupo como a reunião de duas ou mais
pessoas que tenham um objetivo comum em função de uma ação. Dois pontos importantes que
devem ser considerados ao conceituar um grupo: o processo de formação do grupo e a
finalidade do mesmo.
Pessoas próximas apenas fisicamente não atendem aos critérios para um grupo.
Contudo, pessoas próximas fisicamente, que interagem entre si, com um interesse em comum
atendem aos critérios para denominar um grupo.
O conceito de grupo para Minicucci (1995) perpassa por três elementos relevantes: a
interação, interdependência entre as pessoas que integram o grupo e uma unidade que possa
ser reconhecida.
Assim, podemos dizer que para que se estabeleça um grupo, deve haver interação
entre seus componentes, de forma que todos almejem um objetivo comum, sendo uns
dependem dos outros, existindo um espírito de grupo que tanto pode ser unido como disperso.
Na figura a seguir, baseada em Minicucci (1995), podemos observar que o processo
grupal parte da diversidade de pessoas, que trocam contato uns com os outros, todos são
interdependentes e estão juntos por um motivo significativo para todos e para cada um.
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Interdependência
entre os
GRUPO Sistema de
interação
Unidade
reconhecível
Além da cultura grupal há o clima de grupo que não é estático, mas sofre influência da
cultura grupal e também a influencia. Frequentemente ouvimos alguém dizer: “Há! O clima lá em
casa está pesado!”. Não é possível tocar no clima de um grupo, mas é possível sentir este clima
por meio da satisfação ou insatisfação de seus participantes. Moscovici (1985, p. 75), afirma que
o clima de um grupo pode variar entre dois extremos: “sentimentos de bem estar [sic] e
satisfação até mal estar e insatisfação, passando por gradações de tensão, estresse,
entusiasmo, prazer, frustração e depressão”.
A autora faz uma analogia do clima de grupo com o clima geográfico. Nosso globo
terrestre passa por uma diversidade de variações meteorológicas, sol, ventos, nuvens, chuvas,
trovões, brisa, granizos, tempo estável ou instável entre tantos outros.
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Sempre que um novo grupo se estrutura existe a interação entre seus membros e logo
existe uma hierarquização de papéis que serão representados no grupo. Surgem os líderes, os
liderados e assim por diante.
Já vimos que as pessoas se juntam, interagem entre si, o grupo se estrutura e seus
participantes utilizam diversos códigos de comunicação. Conforme o grupo cresce e as pessoas
vão se engajando em tarefas em prol do grupo, surge o sentimento de pertencimento ao grupo.
Pertencer ao grupo faz com que a pessoa fale do grupo como se este fosse seu, ele passa a ter
um significado especial, desenvolvendo afeto pelo grupo.
Outro ponto que atrai as pessoas a participarem de grupos é a proteção que recebem.
É no aconchego do grupo que a pessoa se abriga quando as pressões externas se tornam
extenuantes. Mudanças ou adversidade fazem com que um grupo coeso se aproxime ainda mais
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e se fortaleça, assim como, se um dos participantes sofre um infortúnio, o grupo se une e o
protege, em algumas vezes até pune o “malfeitor” por meio de atitudes de distanciamento.
Num grupo sempre existe um campo de forças que atuam entre si. É imprescindível
identificar quais forças direcionam ao crescimento do grupo e quais forças direcionam para
dificuldades e retrocessos.
Processo Decisório: outro ponto de forte influência para o clima e normas do grupo é a
forma como as decisões são tomadas no processo grupal. É importante examinar se as
decisões são discutidas amplamente pelos membros do grupo, decididas por votação ou
consenso do grupo, ou simplesmente são impostas pelo líder ou outro membro. Existe
realmente uma unidade no processo decisório do grupo? Para esta verificação basta
analisar a quantidade de decisões nas quais todos os participantes podem se pronunciar
e a decisão é alcançada por consenso. É importante perceber qual o modelo decisório
mais frequentemente utilizado pelo grupo;
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Essas três fases permitem que os membros do grupo satisfaçam suas necessidades
interpessoais, no entanto, um grupo pode alternar inúmeras vezes entre as fases de inclusão,
controle e afeição independente de seu tempo de vida e duração.
Em todo e qualquer grupo podem ser observados variáveis de calor humano, tensão,
movimentos, restrições, equilíbrio, contentamento, incertezas e crises. O conjunto dessas
variáveis estabelece o clima do grupo que é dinâmico e em contínua transformação.
Como já vimos anteriormente, o processo de interação humana é complexo e
fundamentalmente está baseado na comunicação. A simples presença de outra pessoa já altera
seu contexto perceptivo. As pessoas estão sempre comunicando algo, mesmo quando resolvem
não falar, ficar em silêncio ou de costas já estão interagindo e comunicando algo aos demais. 45
De acordo com Moscovici (2005) existem dois níveis distintos nos quais ocorre a
interação humana num grupo de trabalho: o Nível da Tarefa e o Nível Socioemocional. O nível
da tarefa diz respeito às atividades visíveis e todo o esforço direcionado para atingir os
resultados definidos.
Conforme o estudo de Bales, fica evidenciado que a maior parte das interações entre
os membros do grupo foram em forma de respostas, mesmo não havendo perguntas
correspondentes. Ou seja, são informações, opiniões, ideias e sugestões que não foram
solicitadas. A soma das demais reações de interação resulta em menos da metade de todas as
interações.
Kurt Lewin(1951), autor da técnica de análise de Campo de forças para examinar
situações grupais, descreve que as forças atuantes em um grupo são opostas e de dois tipos: as
forças impulsoras que elevam o nível de atividade do grupo, e as forças restritivas que
tendem a diminuir o nível de atividade do grupo. Sendo que ambas atuam no ambiente, na
pessoa e no grupo.
Forças Impulsoras Forças Restritivas
Vamos verificar agora alguns exemplos de forças que podem ser identificadas no
desempenho de um grupo de acordo com Moscovici (1985): 47
No ambiente:
Forças Impulsoras: os recursos são suficientes e adequados, o local é cômodo e
confortável, existe privacidade e tempo disponível para as atividades;
Forças Restritivas: horário rígido e escasso, pressões externas, diversas
interferências e interrupções das atividades, ausência de equipamentos, equipamentos
inadequados ou com problemas. Tamanho do grupo inadequado e ambiente inadequado e
desagradável.
No Grupo:
Forças Impulsoras: grupo motivado, com relacionamento cordial e espontâneo. As
diferenças individuais são aceitas, existe confiança entre os membros do grupo, a liderança é
eficiente existindo interdependência;
Forças Restritivas: reina um clima hostil, posição defensiva dos membros do grupo,
apático e desorganizado, as normas não são claras, existência de subgrupos “panelas”, silêncios
pesados e dependência do coordenador do grupo.
A Pessoa:
Forças Impulsoras: existe empatia, troca de experiências e suporte emocional, o ouvir
é prática constante, a comunicação flui facilmente, sempre há busca e troca de informações, o
coordenador é competente, procuram sempre por inovações.
Forças Restritivas: os objetivos são conflitantes. Existe dominação e manipulação,
timidez e intransigência. Ocorre a disputa pelo poder, formação de subgrupos, participantes
abandonam o grupo, divergências pendentes.
A técnica de análise de Campos de Forças é de extrema valia para diagnosticar
problemas num determinado grupo. Após o diagnóstico, o facilitador poderá planejar estratégias
para trabalhar as dificuldades por meio de dinâmicas de grupo.
Bode Expiatório: é o membro que o grupo elege para descarregar suas dificuldades e
deficiências. É uma espécie de “bobo da corte” culpado por todas as desgraças e
acontecimentos inconvenientes que ocorrem no grupo. Ao culpar o outro o grupo alivia suas
próprias deficiências e tensões. Podem ocorrer situações, inclusive, que o grupo chega ao ponto
de expulsar o membro;
Porta Voz: é o membro do grupo que levanta questões ou dúvidas que são de
interesse comum, antecipa situações e desejos latentes dos demais participantes;
Radar: o radar é o membro do grupo que capta os primeiros sinais sutis de tensão ou
ansiedade que começam a surgir no grupo;
Atuador pelos demais: é o membro que atua ou executa tarefas que não são
permitidas. Os demais membros, nesse caso, expressam uma ambivalência de sentimentos; ao
mesmo tempo em que criticam, divertem-se com prazer perante a situação;
Moralista: é o membro que assume uma postura zelosa da “moral e dos bons
costumes”. Geralmente este papel fica a cargo da pessoa que está facilitando o grupo; 49
Nos grupos os membros tendem a assumir papéis que caracterizam sua participação
no grupo tanto em nível de tarefa, como em nível socioemocional. De acordo com Moscovici
(1985), entre os papéis em Nível de tarefa podem ser observados os seguintes:
Conselheiro: costuma apresentar soluções prontas, sugerindo o que deve ser feito
e como deve ser feito. É diretivo na recomendação, nos procedimentos e também nas ações;
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Observador/Confrontador: costuma registrar os eventos e comportamentos, relata
sobre o que existe e como estão sendo feitas as coisas, dá feedback de sentimentos e
impressões, utiliza exemplos de casos que podem ser confrontado pelos participantes;
Dominador: sempre quer dar sua opinião, não sabe esperar sua vez e nem
respeitar as falas dos demais membros. Sucessivamente procura afirmar sua autoridade e
superioridade, interrompe os demais, manipula o grupo ou alguns dos membros;
Dependente: aceita a opinião dos outros para angariar simpatia, deseja ajuda e
apoio, mostra-se inseguro, não tem boa imagem de si mesmo, faz comentários depreciativos de
sua imagem;
Um grupo pode se considerar uma equipe, segundo Moscovici (2005), quando seus
componentes compreendem seus objetivos e todos estão empenhados em alcançá-los de forma
compartilhada. Existe uma verdadeira comunicação entre os componentes e opiniões contrárias
são estimuladas visando o crescimento de todos. Existe grande confiança entre os componentes
e todos assumem o risco. As habilidades dos componentes se complementam, existe respeito,
cooperação e o próprio grupo é quem determina seu propósito e direção, investindo
continuamente em seu próprio crescimento.
As principais características de equipes eficazes são: gestão participativa, flexibilidade
e adaptação, canal aberto de comunicação, capacidade de ouvir, educação e aprendizado,
motivação, criatividade e crescimento pessoal.
De 16 a 20 .........................................................................Ótimo
De 12 a 15 .........................................................................Bom
De 09 a 11 ........................................................................Regular
Menos de 9 ......................................................................Fraco
O Estilo de um líder é definido por meio dos comportamentos que ele pratica junto aos
seus subordinados. Veremos a seguir a descrição dos estilos de liderança coercitivo, dirigente,
afetivo e democrático e modelador.
Coercitivo: um líder que utiliza o estilo coercitivo de liderança – “Faça do jeito que eu
lhe disse”.
Esse tipo de liderança objetiva a submissão imediata, fornece aos subordinados
instruções bem claras e detalhadas. Diz a todos o que deve ser feito e principalmente, age sem
ouvir opiniões de outros colaboradores. Espera obediência e atendimento imediato, exerce
controle excessivo sobre seus comandados. Dá feedbacks corretivos, sem a preocupação de
aprimoramento do colaborador, exige rígida disciplina ameaçando com punições;
Dirigente: um líder que utiliza o estilo dirigente de liderança – “Faça do meu jeito”. 58
Tem como objetivo criar um senso de direção, influenciando os outros a segui-lo.
Fornece aos seus liderados visão e diretrizes de longo prazo. Possui habilidade para transmitir
as direções a serem tomadas, deixa-as bem claras, porém, não deixa dúvidas de quem manda.
Ouve ideias e sugestões, mas por convicção, estimula seus subordinados a seguirem suas
ideias. Explica detalhadamente as razões porque deve ser seguido;
Afetivo: um líder que utiliza o estilo afetivo de liderança – “As pessoas em primeiro
lugar”.
Tem como principal objetivo, evitar conflitos. Estabelecer relacionamentos amigáveis é
o mais importante, preocupa-se com os interesses pessoais de seus colaboradores. Não
estabelece direções claras, objetivos e padrões de desempenho. Prioriza o ambiente de trabalho
em detrimento de resultados, reconhece e valoriza as características pessoais e não o
desempenho profissional;
Tem como principal objetivo buscar o comprometimento por meio de consenso, confia
na capacidade de seus subordinados e acredita que eles tenham condições de definir metas e
objetivos, tanto no âmbito pessoal como organizacional. Tem por hábito reunir todos os
envolvidos e estimula que as decisões sejam tomadas por consenso. Realiza reuniões e ouve a
seus colaboradores, reconhecendo e recompensando desempenhos adequados. Raramente dá
Feedback negativo ou pune seus subordinados;
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Treinador (Coach): um líder que utiliza o estilo treinador de liderança – “Identifica e
estimula o desenvolvimento profissional”.
O Estilo Coercitivo se faz necessário nos momentos de crise. Tende a ser eficaz
quando a situação é crítica e os liderados necessitam de orientações claras e objetivas. Também
é eficaz quando os liderados não possuem informações suficientes para subsidiar uma tomada
de decisão ou os procedimentos devem ser seguidos fielmente, pois desvios podem colocar em
risco toda a operação.
Contudo, o estilo de liderança coercitivo tende a ser ineficaz em situações rotineiras e
repetitivas, que demandam iniciativa, criatividade e inovação. Nesses casos, o grupo pode criar
resistências, mesmo que muito bem disfarçadas, prejudicando o alcance dos objetivos.
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O Estilo Afetivo tem um melhor resultado quando utilizado nos momentos de pós-
crise. É eficaz após uma situação de mudança significativa, em que as pessoas tiveram suas
rotinas e posições amplamente modificadas ou quando se necessita que grupos conflitantes
trabalhem em conjunto. É um estilo eficaz quando tudo está sob controle, e o que se espera do
líder é que ele mantenha o desempenho do grupo.
No entanto, este estilo de liderança tende a ser ineficaz quando o desempenho do grupo ou dos
subordinados é fraco ou inadequado, ou em situações de crise, nas quais são necessárias
orientações claras, precisas e alto grau de controle.
O objetivo desta reflexão não é rotular estilos ou pessoas como “certos” ou “errados”,
mas estimular uma reflexão sobre os diversos tipos de comportamentos e a importância de
mesclar todos os estilos de liderança. A utilização de determinado estilo dependerá do momento
que a empresa ou grupo está passando, ou em relação à determinada pessoa da organização
ou grupo. A aceitação do líder pelo grupo estará diretamente ligada à sua atuação como
facilitador ao alcance dos objetivos desejados.
3 A DINÂMICA DE GRUPO
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Kurt Lewin, por meio de seus estudos, instituiu a “Teoria de Campo”, que versa sobre a
atuação do homem num ambiente de forças internas e externas à pessoa. Também foi de
autoria de Kurt Lewin o desenvolvimento da “Teoria da Dinâmica dos Grupos”, que procura
compreender a estrutura, o poder, a liderança e a comunicação do grupo.
Assim, Kurt Lewin e sua equipe desenvolveram a prática de Dinâmica de Grupo como
um método educativo de treinar as capacidades humanas. O principal objetivo era conduzir as
pessoas a novos comportamentos por meio da exposição, discussão e decisão em grupo, um
método totalmente diferenciado do ensino tradicionalmente utilizado.
No ano de 1950, a Dinâmica de Grupo passou a ser utilizada nos Estados Unidos
como método de aprendizagem. Já no Brasil, a Dinâmica de Grupo começou a ser utilizada a
partir dos anos 60.
De acordo com Rogers (2002), em Bethel e Maine, no ano de 1947, aconteceu o
primeiro grupo denominado T-group (T significa Training = Treino), que foi realizado pelos
colaboradores de Kurt Lewin, logo após seu falecimento.
Por meio destes grupos direcionados à indústria – que possuía recursos financeiros
para a manutenção dos grupos – foi percebido que os participantes estabeleciam relações de
confiança entre si, passavam a lidar melhor com as situações interpessoais delicadas,
ocorrendo, inclusive, experiências profundas de mudança.
Podemos complementar essa lista com grupos que utilizam dinâmica de grupo
atualmente no treinamento de voluntários, grupos de professores, de mães, idosos, jovens,
casais, órgãos governamentais, treinamentos organizacionais de diversas modalidades,
compulsivos, hiperdia, vigilantes do peso, religiosos entre tantos outros.
Informar: refere-se a conhecer, ampliar e ter maior clareza sobre determinado assunto
que abrange tanto o campo individual quanto o coletivo;
As dinâmicas de grupo contribuem para promover e aprimorar a ação dos grupos, uma
vez que estimula os mecanismos de motivação individuais e processos internos (indivíduo-
grupo) e externos (grupo-grupo) de forma a potencializar a integração das forças existentes
no grupo e melhor direcionar a para os objetivos almejados.
Toda atividade que envolve pessoas, geralmente está orientada num planejamento que
foi coordenado por alguém e por algum motivo. Como dito anteriormente, chama-se aqui de
facilitador a pessoa que coordena, dirige ou modera a dinâmica de grupo.
Fonte: <www.scx.hu>.
Quando os comentários tomam uma direção diferente dos objetivos traçados é função
do facilitador manter os comentários dentro do contexto que está sendo vivenciado. Sendo
imprescindível que o facilitador tenha coerência entre sua verbalização e postura profissional
perante o grupo.
O facilitador de Dinâmica de Grupo precisa ter claro que cada grupo é único, deve
evitar fazer comparações, criar rótulos e principalmente precisa estar sempre aberto a opiniões
divergentes das suas.
O facilitador de dinâmica de grupo deve estar apto a acolher as angústias do grupo que
podem surgir no decorrer do processo. E, principalmente, deve estar preparado para conter suas
próprias angústias que poderão surgir num processo grupal.
O ideal seria conhecer o grupo antes da escolha da dinâmica e sua aplicação
verificando se este é receptivo ao trabalho com dinâmica de grupo e o grau de exposição ao qual
o grupo é habituado. Caso isso não seja possível, o facilitador deve iniciar com uma dinâmica de
socialização para um breve diagnóstico, incluindo perguntas sobre as expectativas dos
participantes para o encontro.
Assim que possível, o facilitador deve compartilhar com colegas de profissão suas
experiências, expectativas, inseguranças e os objetivos que pretende alcançar com o grupo em
questão.
O facilitador deve estar sensível a todos os movimentos do grupo, sua atenção deve
estar totalmente direcionada ao grupo verificando as reações e direcionando de forma a
potencializar seu rendimento.
O facilitador de Dinâmica de Grupo precisa ainda ser empático, com habilidade para
dar e receber feedback, respeitando a diversidade de opiniões e diferenças individuais e, ainda,
deve estar motivado a aprender e disposto a ajudar. Deve mostrar interesse pelas pessoas do
grupo e respeitá-las, além de estar sempre atento para o movimento do grupo e movimento
isolado de algum dos participantes.
Nem sempre é possível fazer com que o grupo entre em consenso, é função do
facilitador respeitar a maturidade do grupo evitando maiores desgastes ao insistir
exageradamente em determinado exercício.
Tratar sempre todos com igualdade, sem mostrar predileções ou preconceitos. Utilizar
o máximo possível de habilidades interpessoais de agregação do grupo, ser sensível e
entusiasta usando um vocabulário acessível e adequado de acordo com o grupo.
71
Fonte: www.scx.hu
72
Fonte: <www.scx.hu>.
Nas situações acima podemos verificar: a situação D mostra uma pessoa aberta a
novas experiências, espontânea e sincera. Na situação E, as mãos nos bolsos comunicam falta
de interesse e também nervosismo. Na situação F, a pessoa oferecendo a mão, comunica
abertura para acolher, conhecer o outro.
A comunicação não-verbal não utiliza palavras verbalizadas, mas ocorre nos pequenos
gestos, nas expressões corporais, expressões faciais e até mesmo nos silêncios e isolamentos.
Além do aparelho fonador, o corpo humano é um surpreendente canal de comunicação.
Para facilitar uma Dinâmica de Grupo o facilitador deve aguçar sua percepção para ver
e ouvir além do que é dito e mostrado. Para que isso ocorra, o facilitador demanda de habilidade
em observar quaisquer manifestações, mesmo que sutis, e trabalhar o assunto com o grupo,
quando julgar pertinente e conveniente.
73
Sofrimento
Desinteresse Atenção
Preocupação
Questionamento Cansaço
Figura 25: Linguagem Corporal.
Espanto contestador
As emoções são facilmente percebidas nas expressões faciais de uma pessoa, mesmo
que esta tente inibir a expressão emocional. Os olhos e oscilações da cabeça expressam
conteúdos significativos, assim como a postura e demais movimentos do corpo.
A linguagem do corpo comunica mensagens sucessivas e muitas vezes revelam
conteúdos que ainda não fazem parte da consciência da pessoa. A maioria das pessoas não
consegue dominar plenamente a linguagem do seu próprio corpo, por isso, um observador
experiente pode decodificar mensagens expressas na comunicação não-verbal que o sujeito
ainda não conhece ou deseja esconder.
Em virtude de tantos detalhes a serem observados, por mais que o facilitador tenha
74
competência na condução de Dinâmica de Grupo, é sensato trabalhar juntamente com um co-
facilitador. O papel do co-facilitador é de apoiar o facilitador.
Durante o processo de uma dinâmica é preciso estar atento para reconhecer o valor do
conhecimento e comportamentos individuais, percebendo a diversidade cultural, crenças e
valores em que as pessoas estão inseridas.
O facilitador deve fazer uso de todo seu conhecimento especializado pela aplicação de
técnicas e teorias, procurando desenvolver todas as potencialidades individuais e do próprio
grupo.
75
Fonte: www.scx.hu
Deve ser pensado antecipadamente o lugar onde será aplicada a dinâmica de grupo. O
local deve ter as condições adequadas para o bom andamento do processo.
Uma dinâmica que utiliza balões: verificar se todos podem encher os balões,
verificar a existência de ventiladores no local;
Serão utilizadas mídias audiovisuais (CD, DVD, VHS, etc.): verificar o perfeito
estado dos materiais para a exibição.
É aconselhável aplicar dinâmicas que já foram vivenciadas pelo facilitador, assim, terá
mais segurança em sua condução.
76
Sempre que for planejada a aplicação de uma dinâmica o tempo deve ser
aproximadamente determinado com início, meio e fim. O facilitador deve ter clareza das etapas
da dinâmica para facilitar o seu desenvolvimento, permitindo chegar ao final de forma gradual e
clara.
Paulo Freire afirma que “o homem é ator de ação e relação, capaz de transformar e
transformar-se”. Assim, a Dinâmica de Grupo vem como mais uma ferramenta para colaborar na
transformação do espaço educacional da criança e do adolescente em um processo
participativo, dinâmico e significativo.
78
A Dinâmica e Grupo não é apenas “uma brincadeira”, mas uma metodologia que
estimula memória, atenção, percepção, pensamento e imaginação, ou seja, as funções
psicológicas envolvidas no ato de aprender. A Dinâmica estimula a curiosidade sadia, a troca e a
busca de informações, o questionamento, a argumentação e a criatividade.
Uma combinação eficaz é unir uma Dinâmica de Grupo, criativa e motivadora, atrelada
ao conteúdo que precisamos apresentar. Podem ser utilizadas músicas, histórias,
dramatizações, jogos ou artes. Quando bem planejada, com objetivos definidos será, com
certeza, uma forma de aprender prazerosa
80
Os princípios que conduzirão o grupo também devem ser combinados antes do início
da dinâmica. Neste contrato prévio o facilitador deve discutir com o grupo os horários, limites,
respeito, sigilo, vínculos de confiança individual e no grupo.
O facilitador deve ter o cuidado de envolver todo o grupo nas atividades propostas
afastando o risco de criar focos de dispersão. Também deve ser tolerante com os ruídos,
verbalizações, risos, pois esses fazem parte do processo de interação e construção do
aprendizado. Priotto (2008, p. 21) descreve que o facilitador de dinâmicas de Grupo para
adolescentes necessita “ter paciência para ouvir, calar-se, observar e, ao mesmo tempo, mostrar
ao adolescente que quer vê-lo crescer, aprender, evoluir (...)”.
Conforme o teor da Dinâmica, esta pode ser efetivada com humor, graça e brincadeira
em que todos sintam prazer em participar. Caso surjam assuntos polêmicos, ou que gerem
desconforto para alguns dos participantes, o facilitador deve pontuar e discutir com o grupo a
questão.
81
O facilitador deve ter habilidades em comunicação, ouvindo, observando, deixando as
crianças e adolescentes interagirem, expondo pensamentos, críticas, esperando o momento
adequado de pontuar, devolver ao grupo, questionar ou responder. A observação das atitudes,
condutas, perturbações, medos, dificuldades entre outros, oferece subsídios valiosos para o
facilitador compreender o grupo. É importante proporcionar dinâmicas que separem as ditas
“panelas”. Ou seja, formar duplas ou pequenos grupos que ainda não tiveram oportunidade de
se conhecer e interagir, oportunizando novos vínculos.
As dinâmicas de grupo não devem ter teor preconceituoso que venha ferir a dignidade
dos participantes. Da mesma forma, dificuldades e limitações individuais devem ser respeitadas.
Já vimos anteriormente que cada dinâmica deve ter um objetivo específico a ser
alcançado. A obtenção deste objetivo está intrinsecamente ligada à escolha da dinâmica a ser
aplicada. Veremos a seguir, de uma forma geral, alguns tipos de dinâmicas e os objetivos a que
se propõem:
Dinâmicas para descontração e relaxamento: são dinâmicas que têm por objetivo
soltar o corpo, movimentar-se, animar-se em relação à posição ou situação em que se encontra
o participante. São adequadas em grupos em que não há interação grupal ou se está a um
determinado período numa mesma posição ou atividade demonstrando desatenção ou cansaço;
84
Dinâmicas de trabalho em grupo: são dinâmicas empregadas geralmente para
resolver uma tarefa, possibilitando simular um ambiente de trabalho em grupo. Neste tipo de
dinâmica é possível observar o comportamento individual e do grupo na resolução de uma tarefa
ou problema. De acordo com o tema da dinâmica é possível verificar características individuais
como, por exemplo, a flexibilidade, forma de interação, respeito, cooperação, comunicação, a
capacidade de persuasão, liderança e o consenso. Neste tipo de dinâmica o feedback é
essencial para a mudança de comportamentos inadequados;
Dinâmicas de união: são dinâmicas que propõem trabalho em equipe, trabalho sob
pressão, resultados, consenso entre outros. Objetiva fortalecer o trabalho em equipe e ressaltar
a importância de cada um dos membros;
85
Dinâmicas de liderança: são dinâmicas que proporcionam vivencias de situações em
que são exercitadas as capacidades de liderança, flexibilidade, comunicação, gestão de
conflitos. São dinâmicas específicas para treinar habilidades em liderança;
O conhecimento, a integração...
referências, são de uso público por profissionais que trabalham com dinâmicas de grupo ou
sofreram adaptações para atender a outros objetivos. Ao final do módulo indicaremos algumas
referências para quem deseja mais opções de dinâmicas de grupo.
Procedimentos:
Observações:
É uma boa dinâmica para grupos que ainda não se conhecem, e conforme o objetivo
do encontro é possível formular as perguntas já direcionando para o assunto desejado.
Procedimentos:
Por exemplo:
Observações:
Titulo: Apresentação
Solicitar que os participantes formem um círculo, pode ser sentados, e que cada um
diga seu nome e uma característica sua que inicie com a mesma letra do seu nome. Por
exemplo: Vitoria – valente. A pessoa seguinte repete a apresentação do colega de grupo e
verbaliza a sua. Por exemplo: Vitória /Valente e Ana/Amável e assim sucessivamente até todos
se apresentarem. Conforme a quantidade de apresentados for ficando maior, fica mais difícil de
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memorizar. Assim, o grupo pode servir de apoio às pessoas que não conseguirem memorizar e
verbalizar o nome e a qualidade de toda a lista.
Observações:
É uma boa dinâmica para participantes de um grupo que ainda não se conhecem.
Procedimentos:
Assim que todos tiveram a oportunidade de falar, o facilitador deve descrever que a
dinâmica tem um segundo momento. Agora a pessoa que estiver com o objeto deve passar o
objeto para a outra pessoa dizendo o nome dela e o que ela havia dito sobre si mesma. Caso
não lembre a pessoa pode ajudar.
Observações:
Objetivo: descontração;
90
Material Utilizado: não necessita de materiais.
Procedimentos:
Observações: é uma dinâmica que provoca muitos risos. O facilitador atua como juiz,
porém, o objetivo maior não é a competitividade e sim a descontração. Se desejar é possível
premiar, porém indica-se premiar todos os participantes com salva de palmas, balas ou outro
pequeno mimo.
Procedimentos:
91
O facilitador deve solicitar que os participantes formem um círculo, em seguida explicar
que a dinâmica possui diversos comandos.
Observações:
Título: Contando 1, 2 e 3.
O facilitador solicita um voluntário e faz uma demonstração com ele para o grande
grupo. Deve ser contado da seguinte forma:
Observações:
A dinâmica pode ser realizada com uma dupla ao centro e o grupo acompanhando nos
exercícios ou em duplas. É interessante propor ao grupo o desafio de fazer 3 ou 4 vezes a
contagem de 1 a 3 sem errar.
Procedimentos:
Solicitar 5 (cinco) voluntários que devem deixar a sala. Sentados em forma de círculo,
solicitar um voluntário para ler a notícia aos demais. Após a leitura solicitar que um dos
voluntários que havia deixado a sala adentre e um dos participantes que ouviu a leitura da
notícia conte a ele o que entendeu da notícia lida. Os demais participantes devem ficar em
silêncio. Em seguida solicitar que outro voluntário que estava fora da sala entre e o voluntário
anterior irá contar o que entendeu da notícia. O último voluntário entra na sala e o segundo
voluntário irá contar a ele o seu entendimento da notícia. O último voluntário irá contar ao grupo
o que entendeu da notícia. Para finalizar, reler a noticia e fazer uma comparação. Solicitar ao
grupo o que foi possível compreender com a dinâmica. 93
Observações:
Procedimentos:
Sentados em forma de círculo, distribuir uma folha em branco para cada participante.
Solicitar que segurem a folha com as duas mãos e fechem os olhos, seguindo as instruções do
facilitador sempre de olhos fechados.
Solicitar que todos abram os olhos e verifiquem como ficou a folha. Dificilmente se
encontra uma folha semelhante à outra, os formatos ficam muito variados.
Observações:
Refletir sobre a diferença de percepção de cada um, todos receberam uma folha e
instruções iguais, porém, mesmo seguindo as recomendações cada um rasgou à sua maneira.
Procedimentos:
O facilitador solicita aos membros do grupo que formem duplas. Solicita uma dupla de
voluntários para dar início à tarefa, coloca-se uma cadeira ao centro da sala onde o voluntário irá
sentar. O segundo voluntário tem por objetivo persuadir o que está sentado a levantar e ceder o
seu lugar. O facilitador deve estipular um determinado tempo para a atuação e cada uma das
duplas terá a oportunidade de representar para o grande grupo.
O facilitador deverá passar em cada dupla e dar o papel com as instruções da situação
que será apresentada.
Exemplos de situações:
Observações:
95
Título: Os sonhos
Procedimentos:
Observações:
Titulo: O coqueiro
Procedimentos:
O côco, fruto do coqueiro, é rico em vitaminas e serve de alimento como polpa ou depois de seco com o
tão conhecido côco ralado ou farinha de côco.
A água de côco, encontrada dentro da fruta, é um energético natural rico em sais minerais, diurético e
tenífuga. Da fruta também é extraído o óleo de côco, utilizado como alimento e também para fazer
sabonetes finos, cremes e velas. Além disso, também do coqueiro é extraído o leite-de-côco por meio do 97
albúmen ralado.
O endocarpo, que é a casca dura do coco, é de fácil polimento e com ela produz-se copos, colheres,
conchas, cuias, entre outros. O palmito é outra parte comestível do coqueiro; é bastante grande, carnudo e
saboroso. As raízes, quando novas, além de medicinais, servem para fazer balaios.
As folhas, além de forrageiras, servem para obras trançadas e quando adultas, para cobrir ranchos,
cabanas e ainda para fazer chapéus, esteiras, peneiras, etc. E as flores do coqueiro são melíferas.
E para finalizar, o pedúnculo floral que resulta da inflorescência propriamente dita e faz parte do cabo do
coqueiro, é amplamente utilizado na indústria do artesanato. Ou seja, o coqueiro é considerado pelos
botânicos como uma das plantas mais importantes e úteis para o ser humano.
Observações:
Nesta dinâmica é possível verificar a criatividade dos grupos que se deitam ao chão
para fazer as raízes, fazem dos braços folhas balançando ao vento, além do grupo divertir-se
muito com a dinâmica.
Título: As varas
Procedimentos:
Observações:
Pode ser feito com balas ou pirulito e se quiser, após a reflexão, é apropriado repetir a
dinâmica e todos podem saborear a guloseima.
Procedimentos:
Observações:
Caso todos os balões sejam furados refletir o porquê de ninguém ter ganho. Por que
uns furaram os balões dos outros? Todos poderiam ter ganho. Por que cada um pensou apenas
em si e não coletivamente? É uma dinâmica bastante adequada para adolescentes ou grupos
competitivos entre si.
100
Procedimentos:
Formar duplas. Uma das pessoas da dupla deve ser vendada. O outro participante o
conduz por todos os espaços disponíveis na sala, é conveniente colocar alguns obstáculo
(cadeiras) dos quais os participantes devem ser desviados. A princípio caminhar devagar, mas
logo aumentar a velocidade da caminhada. O facilitador deve observar os comportamentos
individuais de resistência e medo de andar de olhos vendados e ser conduzido, e também o
inverso, para ser pontuado posteriormente. Depois de alguns minutos, inverter; o outro membro
será vendado. Na discussão em grupo dar a oportunidade de todos verbalizarem a experiência e
verificar como foi ser conduzido e conduzir. O que foi mais fácil ou difícil, explorar as diferenças
individuais.
Procedimentos:
Pedir para que os alunos escrevam em um papel pequeno a seguinte frase: “eu amo a
minha família”. Não pode ser assinado. Todos os pedaços de papel deverão ter um número que
corresponda a um aluno. Esse número será mantido em segredo pela professora que coordena
a reunião. No dia da reunião, todos os papéis serão colocados espalhados em uma mesa e os
pais deverão reconhecer a letra do filho e pegar um papel. Depois a coordenadora irá verificar se
os pais acertaram e se conhecem a letra de seus filhos.
Observações:
Solicitar aos pais que falem como foi a experiência, como se sentiram quando
reconheceram ou não reconheceram a letra do filho.
Título: O leque
Material Utilizado: uma folha de papel em branco e 1 caneta para cada participante.
Procedimentos:
Solicitar que os participantes sentem-se em círculo, bem próximos uns dos outros. É
importante que tenham um apoio para escrever. O facilitador inicia dizendo que iremos construir
um leque com a folha de papel. Pedir que a dobra do leque seja de mais ou menos 1 cm. Após
todos terminarem o leque, o facilitador solicita que escrevam o seu nome na frente, na primeira
dobra. Em seguida o facilitador descreve que ira dizer “passa” e todos deverão passar o seu
102
leque para a pessoa que está a sua esquerda e receber o leque da pessoa que está à direita.
Cada um deve olhar o nome do dono do leque abrir um dobradura e escrever uma palavra sobre
aquela pessoa, por exemplo carinhoso, alegre, tímido, etc. Assim que o grupo termina de
escrever o facilitador diz novamente “ passa” e assim sucessivamente até o seu leque retornar
para suas mãos.
Ao final cada participante irá compartilhar o que foi escrito em seu leque com o grupo.
Observações:
Procedimentos:
Pedir que os participantes formem duplas um de frente para o outro. Um questiona e o
outro deve responder rapidamente. A Pergunta é sempre a mesma quem é você? Em seguida
compartilhar no grande grupo como foi a experiência.
Observações: 103
Material Utilizado: folha em branco e lápis de cor em número suficiente para o grupo
desenhar.
Procedimentos:
Observações:
É preciso ter muito cuidado com essa dinâmica, porque ela aborda conteúdos íntimos
das pessoas e pode causar mágoas e ressentimentos. É necessário que os membros já se 104
conheçam entre si, seja um grupo já conhecido do facilitador e de preferência, que já possuam
um vínculo estabelecido.
Procedimentos:
Observações:
A música deve ser escolhida de acordo com os objetivos do facilitador. Segue algumas
sugestões de músicas que proporcionam reflexão e expressão de sentimentos.
Epitáfio: Titãs
Procedimentos:
105
As pessoas podem ficar sentadas em círculo, distribuir um pedaço de barbante para
cada pessoa. Solicitar que segurem uma das pontas do barbante com a mão esquerda e o braço
esticado para frente. Solicitar que façam três nós no barbante com o espaço entre os nós de
mais ou menos 2 cm, segurando apenas com a mão esquerda. Dar um tempo de 3 minutos para
cumprir a tarefa. Ao final do tempo solicitar que falem sobre a experiência.
Observações:
Muitos dos participantes vão logo dizendo que é impossível, verbalizam que não vão
conseguir e alguns nem tentam. Outros tentam e vão observar que conseguirão, em seguida
outros também irão tentar. Refletir sobre as diferenças individuais, sobre o tempo de cada um,
sobre a importância de confiar em seu potencial, não desistir antes de tentar.
Procedimentos:
É uma dinâmica excelente para ser utilizadas em grupos que irão apresentar trabalhos.
Solicitar que peguem uma caneta e papel e escrevam como estão se sentindo ante a perspectiva
de apresentarem o trabalho para o grupo. Não precisam assinar, todos devem colocar numa
caixa o papel com as suas considerações. O facilitador deve solicitar a um voluntário que leia
para turma cada um dos bilhetes. O facilitador vai anotando no quadro. O grupo irá perceber que
muitos dos sentimentos são semelhantes. Solicitar que expressem o que perceberam com a
dinâmica.
Observações:
Refletir com o grupo o quanto é comum as pessoas ficarem ansiosas frente a uma 106
apresentação pública. Solicitar que descrevam como estão se sentindo agora, sabendo que
diversas pessoas compartilham do mesmo sentimento.
Material Utilizado: um bicho de pelúcia, pode ser urso, cachorro ou outro. Evitar utilizar
bonecas.
Procedimentos:
Solicitar que o grupo levante e ande pela sala ocupando todos os espaços, solicite que
olhe os demais componentes do grupo em silêncio. Solicitar que formem um círculo. Soltem as
mãos e lado a lado o facilitador oferece a um dos participantes o bicho de pelúcia e descreve
que ele deve fazer o que quiser com o bicho. Pode apertar, beliscar, puxar orelhas, abraçar... É
importante ressaltar que ninguém deve esquecer o que fez com o bicho. Logo que fizer a ação
deve-se passar o bicho de pelúcia para a pessoa ao seu lado e assim sucessivamente até todos
completarem a tarefa. Assim que o último componente terminar a tarefa, o facilitador pergunta
se todos se lembram do ato praticado com o bicho de pelúcia , este ato deve ser repetido,
porém, com o colega da sua direita.
Observações:
107
Procedimentos:
Espalhar os cartões coloridos no chão, colocar uma música suave e pedir que os
participantes olhem e toquem os cartões. Solicitar que peguem um ou mais cartões que lhe
despertem algum sentimento. Em seguida, solicitar que compartilhem com o grupo o porquê da
escolha, dar oportunidade de todos falarem. É uma dinâmica indicada para grupos que já estão
familiarizados entre si.
Procedimentos:
Procedimentos:
Sentados em forma de círculo solicitar que os participantes pensem em uma frase que
apreciam, também pode ser uma frase de uma música que gostem. Após todos pensarem em
uma frase solicitar que cada um compartilhe com o grupo pronunciando em voz alta a sua frase.
Após todos os componentes expressarem a frase solicitar que repitam, porém, o facilitador
descreve um sentimento ou atitude que deve ser acrescentado a verbalização da frase.
1. Chorando;
2. Com raiva;
3. Rindo;
4. Soluçando;
5. Distraído;
6. Gritando;
7. Desanimado;
8. Com medo;
9. Sussurrando;
10. Formalmente; 109
11. Declamando;
12. Cantando;
13. Pausadamente, entre outros.
Observações:
2º grupo: tronco;
Finalizada a tarefa, um representante de cada grupo deverá se levantar e colar com fita
crepe num painel as partes desenhadas compondo o corpo humano num todo. Em debate
coletivo argumentem sobre o resultado do trabalho que as equipes elaboram individualmente.
Pensem em estratégias que facilitem o trabalho coletivo. Se a classe for numerosa pode-se fazer
mais equipes. É possível utilizar massa de modelar ao invés de papel sulfite.
Material Utilizado: papel sulfite, lápis, som com música calma, sala ampla.
Procedimentos:
Solicitar que os participantes tirem os sapatos e andem pela sala, procurando conhecer
todos os espaços, acompanhando o som da música. Combinar que não devem tocar um no
corpo dos outros. Em seguida o facilitador solicita que prestem atenção e sigam as instruções
que serão dadas em seguida. O facilitador solicita que todos andem na ponta dos pés, dar um
tempo para essa atividade. Em seguida solicita que andem apoiando o corpo no calcanhar.
Logo após solicita que andem como se estivessem caminhando na chuva. Após solicitar que
andem como se estivem sobre uma superfície bem quente. O facilitador, então sugere que
andem como se estivessem passando por uma porta muito estreita. Em seguida, solicita que
caminhem em câmera lenta, e logo após, em marcha ré. Em seguida todos devem se sentar
pegando o papel e lápis e façam um desenho do próprio corpo, de como se vêem. Depois
solicitar que escrevam no desenho as partes do corpo que mais apreciam e aquelas com as
quais não estão satisfeitos. Compartilhar com o grupo as experiências.
111
Observações:
Procedimentos:
Observações:
É importante que o facilitador prepare o assunto com antecedência, dando
oportunidade aos participantes de se prepararem para a discussão fazendo pesquisas e leituras
sobre o tema. Para finalizar pode ser jogado ao grupo questionamentos sobre como foi a
experiência, o que conheceu de novo sobre o assunto, como é falar apenas por um tempo curto
e pré-determinado e se conseguiu ouvir o outro.
112
Título: Balão Questionador
Procedimentos:
Observações:
É uma dinâmica adequada para jovens visando revisar algum assunto, ou matéria que
já foi explanado.
Procedimentos:
Observações:
É uma dinâmica adequada para jovens, porem também é utilizada para adultos em 113
situações de feedback, proporcionando momentos de reflexão e oportunizando crescimento
pessoal.
Material Utilizado: Sapatos dos participantes. Música: “Meu sapato é 36”, de Raul
Seixas.
Procedimentos:
O facilitador deve solicitar que todos tirem os sapatos e coloquem no centro da sala,
convidar a todos os participantes para caminharem pela sala observando todos os detalhes. Em
seguida, peça que se concentrem na letra da música. Solicitar que todos fechem os olhos e se
aproximem dos sapatos e calcem um par de sapato em seguida podem abrir os olhos. Os
sapatos já devem estar bem embaralhados para que os participantes não peguem o próprio
calçado. Solicitar que descrevam como é usar o sapato do outro. Refletir sobre a compreensão
empática colocando-se no lugar do outro, respeito a dor do outro.
Observações:
Procedimentos:
2. No segundo quadrante superior a segunda metade de sua vida até o último ano;
Solicitar que reflitam e desenhem imagens que representem sua vida nos 4
quadrantes. Acima do escudo, escrever uma frase ou palavra que indique seu lema de vida.
Determinar um tempo de 10 minutos para o desenho (o tempo deve ser adequado à maturidade
do grupo). Após o término da tarefa, dividir em grupos de 4 ou 5 pessoas e solicitar que cada
um fale sobre a sua vida nas quatro etapas, conforme seus desenhos. Ao final, reunir o grande
grupo e comentar sobre as dificuldades e/ou o que mais cada um gostou da tarefa.
Observações: esta dinâmica é adequada para grupos que já se conheçam entre si e
que não tenham situações conflitantes emergentes. Segue modelo de escudo:
Lema: ______________________________________________________________
115
Procedimentos:
Devem ser escritas no lado B características de como a pessoa acha que os outros a
veem (como os outros me veem). Por exemplo: sorridente, antipático, orgulhoso, etc. Deve 116
constar no mínimo 3 aspectos de cada lado.
O facilitador solicita que todos coloquem a máscara ficando visível o lado A. Pede que
circulem pelos espaços da sala lendo as características dos demais membros do grupo e
permitindo que leiam a sua. Após verificar que de uma forma geral já compartilharam as
características, solicitar que virem a máscara ficando visível o lado B. Solicitar que façam o
mesmo procedimento realizado no lado A. Finalizar compartilhando a experiência com o grande
grupo e cada um pode verbalizar o que acha que é e o que pensa que os outros acham.
Observações:
Explorar como foi tomada a decisão, como foi a justificativa, o que foi fácil ou foi difícil.
Também pode ser trabalhada nesta dinâmica a liderança, alguém se destacou como líder
mesmo sem ser instituído líder formalmente? Todos participaram da decisão ou a decisão foi
unilateral? Como foi a experiência para cada um?
Procedimentos:
Procedimentos:
Dividir o grande grupo em pequenos grupos de no máximo 7 pessoas, dar para cada
grupo 10 pinos de boliche e apresentar a seguinte situação: 119
Desafio ao grupo: Como o sargento conseguiu realizar a tarefa? O grupo deve simular
a situação com os pinos de boliche.
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vivências para trabalho em grupo. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.
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