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Rodada #2

Direito Tributário
Professor Ricardo Wermelinger

Assuntos da Rodada

DIREITO TRIBUTÁRIO: 1. Sistema Tributário Nacional na Constituição Federal.


2. Dos Princípios Gerais. 3. Das Limitações do Poder de Tributar. 4. Dos Impostos
da União. 5. Dos Impostos dos Estados E Do Distrito Federal. 6. Dos Impostos
dos Municípios. 7. Da Repartição das Receitas Tributárias. 8. Código Tributário
Nacional - Sistema Tributário Nacional no CTN. 9. Disposições Gerais. 10.
Competência Tributária: Disposições Gerais; Limitações da Competência
Tributária: Disposições Gerais, Disposições Especiais. 11. Impostos:
definição - Disposições Gerais. 12. Taxas. 13. Contribuição de Melhoria. 14.
Código Tributário Nacional - Normas Gerais de Direito Tributário. 15. Legislação
Tributária: Disposições Gerais: disposição preliminar; leis, tratados e Convenções
Internacionais e Decretos; Normas Complementares. Vigência da Legislação
Tributária. Aplicação da Legislação Tributária. Interpretação e Integração da
Legislação Tributária. 16. Obrigação Tributária: Disposições Gerais, Fato Gerador,
Sujeito Ativo. Sujeito Passivo: disposições gerais, solidariedade, capacidade
tributária, domicílio tributário. Responsabilidade Tributária: disposição geral,
responsabilidade dos sucessores, responsabilidade de terceiros, responsabilidade
por infrações. 17. Crédito Tributário: Disposições Gerais. Constituição de Crédito
Tributário: lançamento, modalidades de lançamento. Suspensão da exigibilidade
do Crédito Tributário. Extinção do Crédito Tributário: modalidades de extinção,
pagamento, pagamento indevido, demais modalidades de extinção. Exclusão de
DIREITO TRIBUTÁRIO

Crédito Tributário: disposições gerais, isenção, anistia. Garantias e Privilégios do


Crédito Tributário: disposições gerais, preferências. 18. Administração Tributária:
Fiscalização, Dívida Ativa, Certidões Negativas. 19. Disposições Finais e
Transitórias. 20. Lei Complementar nº 87/96: Dispõe sobre o imposto dos Estados
e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, e dá outras providências. 21. Lei Complementar nº 24/75:
convênios para a concessão de isenções do imposto sobre operações relativas à
circulação de mercadorias, e dá outras providências. 22. Lei Complementar nº
105/01: sigilo das operações de instituições financeiras e dá outras providências.
23. Lei Complementar nº 123/06: Estatuto Nacional da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte - SIMPLES NACIONAL. 24. Lei Complementar nº
116/03: Dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de
competência dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

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DIREITO TRIBUTÁRIO

a. Teoria

1. A principal forma como a competência tributária cai em provas é por meio da


distinção entre competência tributária, competência para legislar sobre direito
tributário, e capacidade tributária.

2. A Constituição não cria tributos. Quando ela fala que compete à União instituir
imposto sobre a renda, ela não criou o imposto de renda. A CF conferiu à União
a Competência tributária sobre o imposto de renda.

3. Competência tributária propriamente dita é o poder que a pessoa política


detém para criar determinado tributo. Somente as pessoas políticas possuem
competência tributária. Isso é bem fácil de gravar: se os tributos somente
podem ser criados por lei, apenas as entidades que podem editar leis
possuem competência tributária.

4. Pois bem. A pessoa que detém competência tributária, ao instituir um tributo,


pode determinar que ele seja cobrado por outra pessoa política, ou por uma
entidade diversa, desde que seja uma pessoa jurídica de direito público. Essa
capacidade de cobrar tributos é que se chama capacidade tributária
ativa.

5. Essa capacidade não é meramente arrecadatória: quem a detém pode


fiscalizar o recolhimento dos tributos, fazer lançamentos, aplicar multas,
decidir sobre impugnações aos lançamentos ou às multas, enfim, praticar
todos os atos inerentes à posição no “polo ativo” do tributo (no polo passivo
está o contribuinte).

6. Falando em meramente arrecadatória, a função de arrecadar, isolada, pode


ser conferida a pessoas de direito privado. Estamos falando dos bancos, que
recebem os tributos e repassam para os governos.

7. Bom, a delegação da capacidade tributária ativa é conhecida como


parafiscalidade. De regra, implica na transferência também do produto da

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DIREITO TRIBUTÁRIO

arrecadação, mas isso não é uma condição necessária. O exemplo clássico são
os Conselhos de Classe, como de medicina ou arquitetura, que cobram
anuidade de todos aqueles que queiram exercer essa atividade no Brasil. Essa
anuidade é um tributo, e sua transferência para os Conselhos é manifestação
da parafiscalidade.

8. O CTN trata do assunto da seguinte maneira (vou transcrever uma parte


porque costuma cair em cópia literal)

Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das


funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis,
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos
termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.

§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios


processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a
conferir.

§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato


unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.

9. Uma outra regra que costuma cair também é a seguinte: a destinação do


produto da arrecadação para outro ente político em nada afeta a competência
tributária. O CTN fala isso com as seguintes palavras: Os tributos cuja receita
seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito
público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido
atribuídos.

10. Existe ainda a competência para legislar sobre direito tributário. Não
estamos falando de editar lei criando um tributo em si, mas sim de leis que
discorram sobre regras de direito tributário, as famosas regras gerais:

CF 146 Cabe à lei complementar III - estabelecer normas gerais em


matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

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DIREITO TRIBUTÁRIO

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação


aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos
fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência


tributários;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas


sociedades cooperativas.

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as


microempresas e para as empresas de pequeno porte [....]

11. Essa competência é concorrente é regulada, de maneira geral, pelo artigo


24:

CF 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e


urbanístico;

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União


limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não


exclui a competência suplementar dos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão


a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a


eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

12. Vejam, então, que os municípios NÃO possuem competência para editar
normas gerais de direito tributário. Essa competência é originalmente da
União. Se a União não editar essas normas, podem os Estados fazê-lo, de

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DIREITO TRIBUTÁRIO

maneira suplementar. Caso, posteriormente, venha a norma da União, fica


suspensa a eficácia das normas estaduais.

13. Resumo até o momento

A competência para criar tributos, por


Competência Tributária “em si” meio de lei. Detida por pessoas
políticas.

Capacidade de cobrar tributos. É


delegada pela pessoa política que
Capacidade Tributária (ativa)
detém a competência tributária.

Fenômeno caracterizado quando a


capacidade tributária é delegada a
Parafiscalidade entidade diversa daquela pessoa
política que criou o tributo.

É a competência para editar normas de


direito tributário além daquelas por
Competência para legislar sobre
meio da qual se cria tributo. As
direito tributário
chamadas regras gerais.

14. Agora que isolamos a competência tributária dos demais fenômenos, vamos
estudar suas características e espécies

15. A primeira característica que temos que anotar é: indelegável. A pessoa


política que a detém não pode delegar para outra. Pode, como vimos, instituir
o tributo e delegar a capacidade tributária para outra pessoa jurídica de direito
público. Não existe exceção, a competência tributária em si não se delega
nunca.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

16. A segunda característica: é facultativa. Caso o ente político não deseje


exercê-la, não precisa: basta não editar a lei de criação do tributo.

17. Quanto a essa facultatividade, temos as seguintes exceções:

• A contribuição previdenciária dos regimes próprios de previdência dos


estados e municípios. A CF diz que esses entes devem instituir tal
tributo.

• O ICMS. Para evitar guerra fiscal entre os estados, todos devem instituí-
lo.

• A lei de responsabilidade fiscal. Aqui temos uma matéria fora do direito


tributário, relativa à gestão pública: o gestor que deixa de instituir
tributo é considerado “irresponsável”, com as implicações que aquele
regime jurídico traz a essa figura. Também existem restrições aos
repasses de recursos a estados e municípios que não tenham exercido
plenamente toda sua competência tributária.

18. A terceira característica possui íntima relação com a segunda: não caduca.
A pessoa política pode passar o tempo que quiser sem instituir determinado
tributo, mas permanece detentora da competência. O dia em que quiser
instituir, pode fazê-lo.

19. Agora vamos para as espécies de competência tributária.

20. Pra começar, uma coisa chata: quem estuda direito constitucional sabe que
competência privativa pode ser delegada, e competência exclusiva não. Só
que em direito tributário a competência tributária não pode ser delegada, mas
é chamada de privativa. Um saco quando rola essa confusão de nomes, não
é?
21. Seja como for, ao que interessa: essa competência é aquela destinada
individualmente a cada pessoa política. Na Constituição temos os artigos 153,
155 e 156. São aqueles que falam: “Compete ao xxx instituir impostos sobre”.
Ah, sim, o mais importante: estamos falando de impostos. Competência

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DIREITO TRIBUTÁRIO

privativa só se aplica a impostos. Quando terminarmos de ver todas ficará


mais claro.
22. A competência comum é aquela relacionada com taxas e contribuições
de melhoria. A CF não determina qual pessoa política pode instituir qual tipo
de taxa ou dessa contribuição. Simplesmente a pessoa política com atribuição
de exercer o serviço X pode instituir taxa pela utilização do serviço X. A pessoa
que pode exercer o poder de polícia Z cria taxa pelo poder Z. A pessoa política
com competência para fazer a obra Y pode cobrar contribuição de melhoria
pela valorização de imóveis decorrente da obra Y. Ou seja, todos os entes
políticos podem fazer obras, prestar serviços e exercer poder de polícia, logo,
todos podem instituir as respectivas taxas e contribuições de melhoria.

23. Competência cumulativa. O Distrito Federal acumula a competência


tributária dos estados e dos municípios. A União acumula a competência
tributária estadual em relação aos territórios. Caso esse território não possua
subdivisão em municípios, acumula também a competência municipal. Não
existem mais territórios federais no Brasil. Salvo engano, o último foi Fernando
de Noronha, incorporado a Pernambuco (e parte ao RN) em 1988. Porém, em
tese, a União ainda tem competência para instituir tributos estaduais e
municipais, desde que nos seus territórios.

24. Competência especial. É a competência para instituir empréstimos


compulsórios e contribuições especiais. Houve época em que se discutiam se
essas cobranças eram ou não tributos, por isso muitos autores separam a
competência especial da competência privativa. Essa separação é mais para
fins didáticos, pois em prova acaba sendo irrelevante. O que precisamos saber
para prova é:

• Compete apenas à União instituir empréstimos compulsórios.

• Compete apenas à União instituir contribuições: profissionais ou


corporativas, de intervenção no domínio econômico e as sociais.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

• Compete aos estados e municípios instituir contribuição


previdenciária dos seus servidores vinculados a regimes próprios de
previdência (servidores que não se aposentam pelo INSS, mas pela
previdência própria do serviço público).

• Compete aos municípios e ao DF instituir a contribuição para


iluminação pública: COSIP.

25. Competência residual. Competência da União para instituir qualquer


imposto ou contribuição que não esteja previsto na Constituição. Ou seja: se
a União for mais criativa que o Constituinte, pode pensar em algum fato ainda
não tributado e tributá-lo. As regras para o exercício dessa competência são:

• O tributo deve ser não cumulativo. Veremos melhor esse


atributo ao estudar os impostos em espécie, mas, só pra “dar
um gostinho”, cumulativos são os tributos que poderiam ser
cobrados em cascata durante o processo de produção. Se você
cobra ICMS do dono da vaca, da indústria de processamento,
do distribuidor e do supermercado, o leite chega na casa do
consumidor com ICMS sendo cobrado em cima de ICMS. Para
evitar isso, se cobram certos impostos de maneira não
cumulativa, apenas sobre o chamado valor agregado, para que
tenhamos a arrecadação de exatamente: alíquota x preço final
do produto. Em cada etapa se desconta do tributo devido aquilo
que já foi pago nas etapas anteriores.

• O tributo não pode ter fato gerador idêntico a outro da mesma


espécie. Imposto não pode ter fato gerador de outro imposto,
contribuição, de outra contribuição. Isso é lógico, né? Já existe
imposto de renda, não pode a União criar competência residual
para instituir, sei lá, imposto sobre o rendimento. Porém,
reparem, pode haver identidade cruzada: imposto com FG de

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DIREITO TRIBUTÁRIO

contribuição, contribuição com FG de imposto, como são a CSLL


e o IRPJ.

• Deve ser criado por lei complementar.

Competência da UNIÃO Competência dos Competência dos


ESTADOS e DF MUNICÍPIOS e DF

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DIREITO TRIBUTÁRIO

Impostos de Impostos de Impostos de


competência privativa competência privativa competência privativa

Taxas e contribuições de Taxas e contribuições de Taxas e contribuições de


melhoria pelos seus melhoria pelos seus melhoria pelos seus
serviços/poder de polícia serviços/poder de polícia serviços/poder de polícia
e obras (comum) e obras (comum) e obras (comum)

Contribuições sociais,
CIDE e parafiscais
(especial)

Empréstimo Compulsório
(especial)

Impostos e contribuições
não previstos (residual)

Imposto de Guerra
(extraordinário)

Contribuições Contribuições Contribuições


previdenciárias de seus previdenciárias de seus previdenciárias de seus
servidores (especial) servidores (especial) servidores (especial)

Contribuição para
custeio do de iluminação
pública – COSIP
(especial)

Os espaços em branco são propositais, pra marcar mesmo aquilo que um tem
competência e os outros não.

Bons estudos!!

b. Mapas mentais

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DIREITO TRIBUTÁRIO

c. Revisão 1

QUESTÃO 01 – ESAF – SEFAZ CE – 2007

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DIREITO TRIBUTÁRIO

A competência tributária, a teor do que dispõe o Código Tributário Nacional, é


indelegável. Isso significa que um ente tributante não pode instituir tributo que
seja da competência tributária de outro. Não constitui, porém, violação a essa
regra

a) a possibilidade de a União cobrar tributo da competência estadual, na hipótese


de Estado que não tenha exercitado ainda essa competência.

b) a instituição de lei estadual sobre tributo da competência de seus Municípios,


que contenha apenas normas gerais sobre o mesmo tributo.

c) a delegação, por um ente tributante, a outro, das funções de arrecadar ou


fiscalizar tributos.

d) a instituição de imposto extraordinário de guerra, por qualquer dos entes


tributantes, na hipótese de a União não tê-lo feito tempestivamente em estado
de guerra iminente.

e) a renúncia em caráter irretratável feita por um ente tributante em favor de


outro.

QUESTÃO 02 – ESAF – PFN – 2004

Considerados os temas competência tributária e capacidade tributária ativa,


marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a
opção correspondente.

( ) A competência tributária é delegável.

( ) A capacidade tributária ativa é indelegável.

( ) A União é quem detém a competência tributária no que toca às contribuições


sociais para o financiamento da Seguridade Social.

( ) Lei complementar pode delegar a qualquer pessoa jurídica de direito público


a competência tributária.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

a) V, F, V, V

b) F, V, F, V

c) F, F, V, F

d) V, V, V, F

e) F, V, F, F

QUESTÃO 03 – ESAF – AFRFB – 2012

Sobre a competência tributária prevista no CTN, assinale a opção incorreta.

a) Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas


jurídicas de direito público pertencem à competência legislativa daquela a que
tenham sido atribuídos.

b) A competência tributária, salvo exceções, é indelegável, podendo a atribuição


das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos
ou decisões administrativas em matéria tributária, ser conferida de uma pessoa
jurídica de direito público a outra.

c) A atribuição da função de arrecadar ou fiscalizar tributos, conferida por uma


pessoa jurídica de direito público a outra, pode ser revogada, a qualquer tempo
e unilateralmente, pela pessoa que a tenha conferido.

d) A atribuição das funções de arrecadar tributos pode ser cometida a pessoas


jurídicas de direito privado.

e) A atribuição das funções de executar leis, serviços, atos ou decisões


administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de
direito público a outra, também confere as garantias e os privilégios processuais
que competem à pessoa jurídica de direito público que a cometeu.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

QUESTÃO 04 – FGV – AFRE RJ – 2009

Em relação à competência tributária, assinale a afirmativa incorreta.

a) Corresponde à aptidão de que são dotados os entes políticos para editarem


leis instituidoras de tributos.

b) É indelegável, salvo a atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos.

c) De acordo com os ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal, constituem


requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão
e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente
da Federação.

d) Seu não-exercício no tempo, pelo prazo de cinco anos contados da


promulgação da Constituição, implica sua transferência para outro ente
federativo, nos termos de Resolução a ser editada pelo Senado Federal.

e) A outorga de competências tributárias aos entes federativos afigura-se como


pedra angular da forma federativa de Estado, caracterizado por entes políticos
dotados de autonomia financeira.

QUESTÃO 05 – FGV – CONS LEG – 2013

Com relação à competência tributária, assinale a afirmativa correta.

a) A competência tributária, instituída por lei, deve ser exercida de forma


privativa pelo ente da Federação a quem couber.

b) A competência tributária não exercida por longo tempo pelo ente da Federação
a quem couber, gera caducidade.

c) Para obediência ao princípio da eficiência, a competência tributária poderá ser


exercida de forma ampliativa pelo ente da Federação a quem couber.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

d) As funções de arrecadar e fiscalizar podem ser atribuídas por um ente da


Federação a outro, sem ofensa às regras de competência tributária.

e) O ente da Federação, a quem coube determinada competência tributária,


poderá delegá‐la para a pessoa jurídica de direito privado que tiver função
arrecadatória.

QUESTÃO 06 – FGV – ANATA SUDENE – 2013

Com referência à questão da competência tributária, assinale a afirmativa


correta.

a) É definida na lei e, nos termos desta, deve ser exercitada.

b) É atribuível a qualquer pessoa de direito público interno.

c) Representa a possibilidade de ser sujeito ativo da obrigação tributária.

d) É restrita às pessoas jurídicas que tenham capacidade tributária ativa.

e) Está restrita aos entes político‐administrativos com competência para legislar.

QUESTÃO 07 – FGV – ATM RECIFE – 2014

Com relação à competência tributária, assinale a afirmativa correta.

a) Permite que uma pessoa jurídica de direito público delegue a outra a atribuição
de executar leis em matéria tributária, conforme a legislação.

b) Significa que todos os entes políticos que compõem a Federação estão dotados
de competência legislativa plena.

c) Representa o poder que é outorgado pela Constituição Federal para a criação


de tributos a todos os entes administrativos de direito público.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

d) Admite a delegação da administração dos tributos, porém não confere ao


delegatário as garantias e privilégios do poder delegante.

e) Autoriza que pessoa jurídica de direito público possa exercer, em caráter


residual, a competência conferida a outrem que, entretanto, não a exerce.

d. Revisão 2

QUESTÃO 08 – FGV – FISC TRIB – 2014

No que se refere à competência e capacidade tributárias, é correto afirmar que:

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DIREITO TRIBUTÁRIO

a) a capacidade tributária pode ser conceituada como a repartição do poder de


tributar, conferido pela Constituição Federal aos diversos entes públicos,
atribuindo, assim, o poder de instituir os tributos de sua exclusiva
responsabilidade;

b) a competência tributária e a capacidade tributária ativa são indelegáveis, ainda


que por meio de lei;

c) são atributos da capacidade tributária a exclusividade e a intransferibilidade


pelo não exercício;

d) no Brasil, cada nível de governo possui competência para instituir os impostos


que lhe são atribuídos, conforme a estrita atribuição dada pela Constituição
Federal, não havendo possibilidade de sobreposição de competências em relação
aos impostos e grande parte das contribuições;

e) a União Federal poderá instituir impostos não previstos na Constituição


Federal, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base
de cálculo próprios dos nela discriminados, mediante emenda constitucional.

QUESTÃO 09 – FGV – FISC TRIB NITERÓI – 2015

No tocante à competência tributária, analise as afirmativas a seguir,


considerando (V) para a(s) verdadeira(s) e (F) para a(s) falsa(s).

( ) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 - CRFB/88 atribuiu


competência aos Estados para instituir imposto sobre a transmissão de bens inter
vivos.

( ) A competência tributária, a teor do que dispõe o Código Tributário Nacional,


é indelegável. Isso significa que um ente tributante não pode instituir tributo que
seja da competência tributária de outro. Não constitui, porém, violação a essa
regra a delegação, por um ente tributante, a outro, das funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

( ) Como a receita do IPVA é repartida com os Municípios, o não-exercício da


competência tributária pelos Estados autoriza os Municípios a exercitar tal
competência, em relação aos veículos registrados em seu território.

( ) Inclui-se na competência tributária dos Municípios a instituição de contribuição


previdenciária.

A sequência correta é:

a) F, F, V, V;

b) F, V, F, V;

c) V, V, F, V;

d) V, V, F, F;

e) F, V, F, F.

QUESTÃO 10 – ESAF – MPOG – 2015

Sobre os tributos de competência dos Estados, dos Municípios e do Distrito


Federal, é incorreto afirmar que no vigente sistema constitucional tributário
nacional:

a) a instituição de taxas é competência comum da União, dos Estados, dos


Municípios e do Distrito Federal.

b) a instituição de contribuição previdenciária funcional, cobrada de servidores


públicos titulares de cargos efetivos para o custeio em seu benefício de regime
previdenciário próprio, contributivo e solidário, é competência comum da União,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

c) a instituição de contribuição de melhoria é competência comum da União, dos


Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

d) a instituição de contribuição de iluminação pública é competência comum dos


Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

e) a instituição do imposto sobre serviços de qualquer natureza é competência


comum dos Municípios, do Distrito Federal e da União.

QUESTÃO 11 – ESAF – AFRFB – 2005

Competência tributária é o poder que a Constituição Federal atribui a


determinado ente político para que este institua um tributo, descrevendo-lhe a
hipótese de incidência, o sujeito ativo, o sujeito passivo, a base de cálculo e a
alíquota. Sobre a competência tributária, avalie o asserto das afirmações adiante
e marque com (V) as verdadeiras e com (F) as falsas; em seguida, marque a
opção correta.

( ) A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de


arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de
direito público a outra.

( ) O não-exercício da competência tributária por determinada pessoa política


autoriza a União a exercitar tal competência, com base no princípio da isonomia.

( ) A pessoa política que detém a competência tributária para instituir o imposto


também é competente para aumentá-lo, diminuí-lo ou mesmo conceder isenções,
observados os limites constitucionais e legais.

a) F, V, F

b) F, F, V

c) F, V, V

d) V, F, V

e) V, V, V

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DIREITO TRIBUTÁRIO

QUESTÃO 12 – ESAF – FISCAL RJ – 2010

Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente


sobre direito tributário.

Com base nessa afirmativa, julgue os itens a seguir:

I. lei que institui incentivo fiscal para as empresas que contratarem apenados e
egressos é de natureza tributária, sendo, portanto, constitucional lei estadual
com tal conteúdo;

II. lei estadual pode estabelecer alíquotas diferenciadas em razão do tipo do


veículo, já que os estados-membros estão legitimados a editar normas gerais
referentes ao IPVA, no exercício da competência concorrente prevista no art. 24,
§ 3º, da Constituição;

III. é possível ao estado conceder, mediante lei, isenção de tributo de sua


competência, visto que está atuando nos limites de sua autonomia.

Estão corretos:

a) apenas o item I.

b) apenas os itens I e II.

c) apenas os itens I e III.

d) apenas os itens II e III.

e) todos os itens estão corretos.

QUESTÃO 13 – ESAF – SEFAZ CE – 2007

A competência tributária, a teor do que dispõe o Código Tributário Nacional, é


indelegável. Isso significa que um ente tributante não pode instituir tributo que

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DIREITO TRIBUTÁRIO

seja da competência tributária de outro. Não constitui, porém, violação a essa


regra

a) a possibilidade de a União cobrar tributo da competência estadual, na hipótese


de Estado que não tenha exercitado ainda essa competência.

b) a instituição de lei estadual sobre tributo da competência de seus Municípios,


que contenha apenas normas gerais sobre o mesmo tributo.

c) a delegação, por um ente tributante, a outro, das funções de arrecadar ou


fiscalizar tributos.

d) a instituição de imposto extraordinário de guerra, por qualquer dos entes


tributantes, na hipótese de a União não tê-lo feito tempestivamente em estado
de guerra iminente.

e) a renúncia em caráter irretratável feita por um ente tributante em favor de


outro.

QUESTÃO 14 – ESAF – SEFAZ MS – 2001

Com base no disposto na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional,


pode-se afirmar que:

a) Compete tanto à União quanto aos Estados, DF e Municípios a instituição de


taxas em razão do exercício do poder de polícia.

b) Somente a União e os Estados podem instituir contribuições de melhoria.

c) As contribuições especiais, com fins econômicos ou sociais, são privativas dos


Estados e DF.

d) A União pode transferir aos Estados o exercício regular de sua competência


tributária.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

e. Revisão 3

QUESTÃO 15 – ESAF – SEFAZ MS – 2001

Em tema de competência legislativa sobre matéria de Direito Tributário, é correta


a afirmação de que:

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DIREITO TRIBUTÁRIO

a) Os Estados têm competência para legislar suplementarmente sobre normas


gerais de Direito Tributário.

b) Mesmo na ausência de lei federal sobre normas gerais de Direito Tributário, é


vedado aos Estados exercer essa competência legislativa.

c) A eficácia de lei estadual sobre normas gerais de Direito Tributário fica mantida
ante a superveniência de lei federal da mesma natureza, mesmo no que lhe for
contrário.

d) No âmbito da competência concorrente para legislar sobre Direito Tributário


os Estados só podem legislar sobre normas gerais.

e) A legislação tributária dos Estados é aplicada nos respectivos Municípios, em


virtude de estes não terem competência para legislar sobre Direito Tributário.

QUESTÃO 16 – ESAF – SEFAZ MG – 2005

Assinale a opção correta.

Quando a lei atribui a capacidade tributária ativa a ente diverso daquele que
detém a competência tributária, estar-se-á diante do fenômeno da

a) solidariedade ativa.

b) parafiscalidade.

c) extrafiscalidade.

d) sujeição ativa.

e) inconstitucionalidade da lei tributária.

QUESTÃO 17 – ESAF – ATRFB – 2012

Analise as proposições a seguir e assinale a opção correta.

25
DIREITO TRIBUTÁRIO

I. Se a Constituição atribuir à União a competência para instituir certa taxa e


determinar que 100% de sua arrecadação pertencerá aos Estados ou ao Distrito
Federal, caberá, segundo as regras de competência previstas no Código
Tributário Nacional, a essas unidades federativas a competência para regular a
arrecadação do tributo.

II. Embora seja indelegável a competência tributária, uma pessoa jurídica de


direito público pode atribuir a outra as funções de arrecadar e fiscalizar tributos.

III. É permitido, sem que tal seja considerado delegação de competência,


cometer a uma sociedade anônima privada o encargo de arrecadar impostos.

a) As duas primeiras afirmações são corretas, e errada a outra.

b) A primeira é correta, sendo erradas as demais.

c) As três são corretas.

d) A primeira é errada, sendo corretas as demais.

e) As três são erradas.

QUESTÃO 18 – ESAF – AFRFB – 2012

Sobre competência concorrente da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,


assinale a opção incorreta.

a) A competência, privativa ou concorrente, para legislar sobre determinada


matéria, não implica automaticamente a competência para a instituição de
tributos.

b) Os entes federativos somente podem instituir os impostos e as contribuições


que lhes foram expressamente outorgados pela Constituição.

c) Os Estados-membros podem instituir apenas contribuição que tenha por


finalidade o custeio do regime de previdência de seus servidores.

26
DIREITO TRIBUTÁRIO

d) Norma que pretendesse fixar alíquota mínima igual à da contribuição dos


servidores titulares de cargos efetivos na União, para a contribuição a ser cobrada
pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios de seus servidores, para o
custeio, em benefício destes, do regime previdenciário, seria inconstitucional por
contrariar o pacto federativo.

e) A expressão "regime previdenciário" de seus servidores, a ensejar a instituição


de contribuição pelos Estados-membros, não abrange a prestação de serviços
médicos, hospitalares, odontológicos e farmacêuticos.

QUESTÃO 19 – ESAF – SEFAZ PI – 2001

Assinale a opção correta.

a) A competência tributária consiste na faculdade de que dispõem os entes


políticos para instituir tributos em relação às pessoas submetidas a sua
soberania, e a capacidade tributária ativa consiste na aptidão atribuída a uma
pessoa para figurar no pólo ativo de uma relação jurídico-tributária.

b) A competência tributária é a aptidão para arrecadar tributos, obedecidos os


requisitos legais, e a capacidade tributária ativa é a aptidão para instituí-los,
sempre por meio de lei.

c) A competência tributária e a capacidade tributária ativa são indelegáveis, ainda


que por meio de lei.

d) A competência tributária é, em determinadas situações, delegável, por meio


de lei, mas a capacidade tributária ativa é indelegável.

e) A atribuição da capacidade tributária ativa a pessoa diferente daquela que


dispõe da competência tributária ocorre sempre de forma discricionária, de
acordo com o interesse das pessoas envolvidas.

27
DIREITO TRIBUTÁRIO

QUESTÃO 20 – ESAF – SEFAZ PI – 2001

Relativamente às normas gerais de direito tributário, é correto afirmar que:

a) são de competência concorrente da União, dos Estados, do Distrito Federal e


dos Municípios.

b) o exercício, pela União, da competência para legislar sobre tais normas exclui
a competência, ainda que suplementar, dos Estados e do Distrito Federal.

c) apenas os Municípios não dispõem de competência para estabelecê-las.

d) em nenhuma hipótese os Estados e o Distrito Federal exercerão competência


legislativa plena.

e) no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, prevalecem as respectivas leis


sobre as leis federais.

28
DIREITO TRIBUTÁRIO

f. Normas comentadas

CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL (arts. 6º a 8º)

Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a


competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição
Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e
dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei.

Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a


outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa
daquela a que tenham sido atribuídos.

Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de


arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de
direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.

[competência é indelegável, mas a capacidade tributária ativa pode ser]

§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que


competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.

§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da


pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.

§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito


privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.

[instituição bancária que recebe o boleto]

Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica


de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.

[a competência de um ente não passa pra outro se o primeiro deixa de instituir


o tributo]

29
DIREITO TRIBUTÁRIO

g. Gabarito

1 2 3 4 5

C C B D D

6 7 8 9 10

E A D C D

11 12 13 14 15

D E C A A

16 17 18 19 20

B D D A C

30
DIREITO TRIBUTÁRIO

h. Breves comentários às questões:

QUESTÃO 01 – ESAF – SEFAZ CE – 2007

A competência tributária, a teor do que dispõe o Código Tributário Nacional, é


indelegável. Isso significa que um ente tributante não pode instituir tributo que
seja da competência tributária de outro. Não constitui, porém, violação a essa
regra

a) a possibilidade de a União cobrar tributo da competência estadual, na hipótese


de Estado que não tenha exercitado ainda essa competência.

b) a instituição de lei estadual sobre tributo da competência de seus Municípios,


que contenha apenas normas gerais sobre o mesmo tributo.

c) a delegação, por um ente tributante, a outro, das funções de arrecadar ou


fiscalizar tributos.

d) a instituição de imposto extraordinário de guerra, por qualquer dos entes


tributantes, na hipótese de a União não tê-lo feito tempestivamente em estado
de guerra iminente.

e) a renúncia em caráter irretratável feita por um ente tributante em favor de


outro.

Comentário:

Não existe forma de uma pessoa política (ou ente tributante) instituir tributo de
competência de outra. Nenhuma. Nem por delegação, nem pela passagem do
tempo, nada.

As normas gerais de direito tributário dos estados e municípios valem enquanto


a União não editar as suas, então, sobre esse assunto, poderíamos ter uma
assertiva que falasse sobre essas pessoas políticas editando normas enquanto a
União não o fizesse. Fiquem atentos a essa possibilidade. A criação de tributos,
porém, não pode passar por isso.

31
DIREITO TRIBUTÁRIO

Já a capacidade tributária ativa é perfeitamente delegável. Essa capacidade é


traduzida pela expressão “arrecadar e fiscalizar tributos”.

Gabarito: C.

QUESTÃO 02 – ESAF – PFN – 2004

Considerados os temas competência tributária e capacidade tributária ativa,


marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a
opção correspondente.

( ) A competência tributária é delegável.

( ) A capacidade tributária ativa é indelegável.

( ) A União é quem detém a competência tributária no que toca às contribuições


sociais para o financiamento da Seguridade Social.

( ) Lei complementar pode delegar a qualquer pessoa jurídica de direito público


a competência tributária.

a) V, F, V, V

b) F, V, F, V

c) F, F, V, F

d) V, V, V, F

e) F, V, F, F

Comentário:

Essa prova foi para Procurador da Fazenda Nacional, teoricamente seria o


concurso mais difícil do Brasil me matéria tributária. Acontece que a questão é
facílima. Bons tempos...

32
DIREITO TRIBUTÁRIO

Quanto a essa aqui, competência é indelegável, capacidade não. Só existe uma


alternativa começando com F, F, então nem precisaria ler as outras.

Gabarito: C.

QUESTÃO 03 – ESAF – AFRFB – 2012

Sobre a competência tributária prevista no CTN, assinale a opção incorreta.

a) Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas


jurídicas de direito público pertencem à competência legislativa daquela a que
tenham sido atribuídos.

b) A competência tributária, salvo exceções, é indelegável, podendo a atribuição


das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos
ou decisões administrativas em matéria tributária, ser conferida de uma pessoa
jurídica de direito público a outra.

c) A atribuição da função de arrecadar ou fiscalizar tributos, conferida por uma


pessoa jurídica de direito público a outra, pode ser revogada, a qualquer tempo
e unilateralmente, pela pessoa que a tenha conferido.

d) A atribuição das funções de arrecadar tributos pode ser cometida a pessoas


jurídicas de direito privado.

e) A atribuição das funções de executar leis, serviços, atos ou decisões


administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de
direito público a outra, também confere as garantias e os privilégios processuais
que competem à pessoa jurídica de direito público que a cometeu.

Comentário:

a) cópia da confusa redação do CTN. No fundo, quer dizer que a repartição de


receita em nada afeta a competência tributária.

b) salvo exceções não, ela NUNCA é indelegável.

33
DIREITO TRIBUTÁRIO

c) pode sim, sendo que isso ocorre por lei.

d) apenas arrecadar, estamos falando dos bancos.

e) se a delegatária não recebesse tais garantias e privilégios, não conseguiria


cumprir a função que lhe foi designada.

Gabarito: B.

QUESTÃO 04 – FGV – AFRE RJ – 2009

Em relação à competência tributária, assinale a afirmativa incorreta.

a) Corresponde à aptidão de que são dotados os entes políticos para editarem


leis instituidoras de tributos.

b) É indelegável, salvo a atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos.

c) De acordo com os ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal, constituem


requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão
e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente
da Federação.

d) Seu não-exercício no tempo, pelo prazo de cinco anos contados da


promulgação da Constituição, implica sua transferência para outro ente
federativo, nos termos de Resolução a ser editada pelo Senado Federal.

e) A outorga de competências tributárias aos entes federativos afigura-se como


pedra angular da forma federativa de Estado, caracterizado por entes políticos
dotados de autonomia financeira.

Comentário:

Reparem logo na opção B a distinção entre competência e capacidade tributária.


A função de arrecadar ou fiscalizar se relaciona com a capacidade, sendo
tributável.

34
DIREITO TRIBUTÁRIO

Quanto à opção D, nossa, tem tanta besteira no mesmo item... Bom, só pra
relembrar: competência não se transfere, nem caduca.

Gabarito: D.

QUESTÃO 05 – FGV – CONS LEG – 2013

Com relação à competência tributária, assinale a afirmativa correta.

a) A competência tributária, instituída por lei, deve ser exercida de forma


privativa pelo ente da Federação a quem couber.

b) A competência tributária não exercida por longo tempo pelo ente da Federação
a quem couber, gera caducidade.

c) Para obediência ao princípio da eficiência, a competência tributária poderá ser


exercida de forma ampliativa pelo ente da Federação a quem couber.

d) As funções de arrecadar e fiscalizar podem ser atribuídas por um ente da


Federação a outro, sem ofensa às regras de competência tributária.

e) O ente da Federação, a quem coube determinada competência tributária,


poderá delegá‐la para a pessoa jurídica de direito privado que tiver função
arrecadatória.

Comentário:

A opção A traz o problema do “deve”. O exercício da competência tributária é


facultativo, tanto que seu não-exercício não possui reflexos, como permitir que
outro ente político institua o tributo em seu lugar. Sabemos também que não
caduca (B).

Quanto à opção C, cada ente da federação somente pode instituir os tributos que
lhe estão especificamente designados na CF, nada de ampliar essa competência.

Opção D, correta, pois se delegou apenas a capacidade ativa.

35
DIREITO TRIBUTÁRIO

A opção E está errada por falar em delegação de competência, o que é errado


por si só, e ainda menciona a pessoa de direito privado (que pode receber a
função de arrecadar, apenas).

Gabarito: D.

QUESTÃO 06 – FGV – ANATA SUDENE – 2013

Com referência à questão da competência tributária, assinale a afirmativa


correta.

a) É definida na lei e, nos termos desta, deve ser exercitada.

b) É atribuível a qualquer pessoa de direito público interno.

c) Representa a possibilidade de ser sujeito ativo da obrigação tributária.

d) É restrita às pessoas jurídicas que tenham capacidade tributária ativa.

e) Está restrita aos entes político‐administrativos com competência para legislar.

Comentário:

A competência é para legislar, seja criando tributo, seja normas de direito


tributário. A opção A está errada porque é definida na Constituição. A opção C
fala de capacidade tributária, na verdade.

Como tributos são instituídos por lei, apenas quem pode editar leis possui
competência tributária.

Gabarito: E.

QUESTÃO 07 – FGV – ATM RECIFE – 2014

Com relação à competência tributária, assinale a afirmativa correta.

36
DIREITO TRIBUTÁRIO

a) Permite que uma pessoa jurídica de direito público delegue a outra a atribuição
de executar leis em matéria tributária, conforme a legislação.

b) Significa que todos os entes políticos que compõem a Federação estão dotados
de competência legislativa plena.

c) Representa o poder que é outorgado pela Constituição Federal para a criação


de tributos a todos os entes administrativos de direito público.

d) Admite a delegação da administração dos tributos, porém não confere ao


delegatário as garantias e privilégios do poder delegante.

e) Autoriza que pessoa jurídica de direito público possa exercer, em caráter


residual, a competência conferida a outrem que, entretanto, não a exerce.

Comentário:

A opção B está errada porque como apenas a União pode estabelecer normas
gerais em matéria tributária, só ela teria competência legislativa plena. Os
Estados, forçando, possuem a competência suplementar, mas os município não
a possuem de jeito nenhum.

A opção C está errada porque são só as pessoas políticas, entes que compõem a
federação. Autarquia é pessoa de direito público, mas não pode criar tributo.

Na opção D, a delegação da capacidade tributária também envolve as garantias


e privilégios: lançar tributo, aplicar multas por descumprimento, decidir recursos,
etc e tal. Quem dá os fins, dá os meios.

Opção E está errada, pois o decurso do tempo não permite que a competência
seja exercida por outra pessoa. Além disso, a opção fez questão de ser muito
errada, pois colocou “PJ de direito público”, e aí temos de novo o caso das
autarquias.

Gabarito: A.

37
DIREITO TRIBUTÁRIO

QUESTÃO 08 – FGV – FISC TRIB – 2014

No que se refere à competência e capacidade tributárias, é correto afirmar que:

a) a capacidade tributária pode ser conceituada como a repartição do poder de


tributar, conferido pela Constituição Federal aos diversos entes públicos,
atribuindo, assim, o poder de instituir os tributos de sua exclusiva
responsabilidade;

b) a competência tributária e a capacidade tributária ativa são indelegáveis, ainda


que por meio de lei;

c) são atributos da capacidade tributária a exclusividade e a intransferibilidade


pelo não exercício;

d) no Brasil, cada nível de governo possui competência para instituir os impostos


que lhe são atribuídos, conforme a estrita atribuição dada pela Constituição
Federal, não havendo possibilidade de sobreposição de competências em relação
aos impostos e grande parte das contribuições;

e) a União Federal poderá instituir impostos não previstos na Constituição


Federal, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base
de cálculo próprios dos nela discriminados, mediante emenda constitucional.

Comentário:

Essa é uma questão difícil.

Na Constituição existe uma sobreposição de impostos específica, em relação ao


imposto extraordinário de guerra. Ele pode ser instituído pela União sobre fatos
que são da sua competência ou não. Então, em caso de guerra, pode rolar um
IPVA de guerra ou um ICMS de guerra em favor da União.

Acontece que a FGV, pelo jeito, entende que sobreposição seria algo “sem
querer”, uma cobrança repetida indevida, decorrente de uma falha que permitisse
que se criassem impostos “trepados” uns nos outros. O caso do IEG é uma
previsão explícita cabível em situação extrema, que foi desenhada como

38
DIREITO TRIBUTÁRIO

sobreposição propositalmente. Inclusive, caso a União criasse um IEG sobre fato


já tributado por estados ou municípios, seria até muito mais fácil todo o processo
de lançamento, fiscalização e arrecadação, pois a estrutura já estaria toda lá.
Muito mais fácil do que inventar um fato tributável novo, com todos os
questionamentos judiciais que poderiam rolar (incide nisso? Incide naquilo?).
Essa facilidade é bem adequada a tempos de guerra.

Gabarito: D.

QUESTÃO 09 – FGV – FISC TRIB NITERÓI – 2015

No tocante à competência tributária, analise as afirmativas a seguir,


considerando (V) para a(s) verdadeira(s) e (F) para a(s) falsa(s).

( ) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 - CRFB/88 atribuiu


competência aos Estados para instituir imposto sobre a transmissão de bens inter
vivos.

( ) A competência tributária, a teor do que dispõe o Código Tributário Nacional,


é indelegável. Isso significa que um ente tributante não pode instituir tributo que
seja da competência tributária de outro. Não constitui, porém, violação a essa
regra a delegação, por um ente tributante, a outro, das funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos.

( ) Como a receita do IPVA é repartida com os Municípios, o não-exercício da


competência tributária pelos Estados autoriza os Municípios a exercitar tal
competência, em relação aos veículos registrados em seu território.

( ) Inclui-se na competência tributária dos Municípios a instituição de contribuição


previdenciária.

A sequência correta é:

a) F, F, V, V;

39
DIREITO TRIBUTÁRIO

b) F, V, F, V;

c) V, V, F, V;

d) V, V, F, F;

e) F, V, F, F.

Comentário:

Questão que não traz (quase) nada de novo em relação ao que já estamos vendo,
apenas pra reforçar que de maneira nenhuma a competência de um ente pode
ser exercida pelo outro (vide terceira assertiva).

Por outro lado, vejam a quarta assertiva: apesar de não estar especificado que
essa contribuição previdenciária é apenas para seus próprios servidores, a
afirmação foi considerada correta. Então tenham isso em mente: pra FGV, basta
falar contribuição previdenciária, não precisa do complemento.

Como essa prova foi bem recente, tenham certeza de que é a posição atual da
banca.

Gabarito: C.

QUESTÃO 10 – ESAF – MPOG – 2015

Sobre os tributos de competência dos Estados, dos Municípios e do Distrito


Federal, é incorreto afirmar que no vigente sistema constitucional tributário
nacional:

a) a instituição de taxas é competência comum da União, dos Estados, dos


Municípios e do Distrito Federal.

b) a instituição de contribuição previdenciária funcional, cobrada de servidores


públicos titulares de cargos efetivos para o custeio em seu benefício de regime

40
DIREITO TRIBUTÁRIO

previdenciário próprio, contributivo e solidário, é competência comum da União,


dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

c) a instituição de contribuição de melhoria é competência comum da União, dos


Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

d) a instituição de contribuição de iluminação pública é competência comum dos


Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

e) a instituição do imposto sobre serviços de qualquer natureza é competência


comum dos Municípios, do Distrito Federal e da União.

Comentário:

Sobre as taxas e contribuições de melhoria, quem tem competência para prestar


serviços públicos ou exercer poder de polícia pode instituir taxa, e quem tem
competência para realizar obra com valorização imobiliária dos imóveis
adjacentes pode instituir contribuição de melhoria. Como todos os entes políticos
possuem essas competências, são todos competentes também para os
respectivos tributos.

Em relação à contribuição previdenciária, ela é expressamente mencionada na


Constituição como competência comum. A mesma coisa com a COSIP, de
iluminação.

Aí o candidato chega e vê duas respostas certas, D e E. Eu também vi, no início.


Achei muito importante trazer essa questão porque ela é relativamente recente,
e fui lá no site conferir se não anularam. Não anularam, rsrs.Agora reparem na
malandragem da banca:

Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais


e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os
impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.

Nem existe mais território, mas se existisse, e não fosse dividido em municípios,
a União teria competência para instituir o ISS. Então, em abstrato, a União possui

41
DIREITO TRIBUTÁRIO

competência para instituir o ISS. A banca só chamou de competência comum o


que a doutrina considera competência cumulativa, ms isso não foi o suficiente
para invalidar a questão.

Maldade...

Gabarito: D.

QUESTÃO 11 – ESAF – AFRFB – 2005

Competência tributária é o poder que a Constituição Federal atribui a


determinado ente político para que este institua um tributo, descrevendo-lhe a
hipótese de incidência, o sujeito ativo, o sujeito passivo, a base de cálculo e a
alíquota. Sobre a competência tributária, avalie o asserto das afirmações adiante
e marque com (V) as verdadeiras e com (F) as falsas; em seguida, marque a
opção correta.

( ) A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de


arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de
direito público a outra.

( ) O não-exercício da competência tributária por determinada pessoa política


autoriza a União a exercitar tal competência, com base no princípio da isonomia.

( ) A pessoa política que detém a competência tributária para instituir o imposto


também é competente para aumentá-lo, diminuí-lo ou mesmo conceder isenções,
observados os limites constitucionais e legais.

a) F, V, F

b) F, F, V

c) F, V, V

d) V, F, V

42
DIREITO TRIBUTÁRIO

e) V, V, V

Comentário:

I – essa afirmativa é um bálsamo de conhecimento, copiada do CTN 7º.

II – claaaro que não, fica aguardando até a pessoa competente usar.

III – naturalmente, quem pode o mais, pode o menos. E como a quetão fala em
pessoa política, não há dúvida mesmo, pois as pessoas políticas têm competência
legislativa para tudo que foi citado.

Gabarito: D.

QUESTÃO 12 – ESAF – FISCAL RJ – 2010

Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente


sobre direito tributário.

Com base nessa afirmativa, julgue os itens a seguir:

I. lei que institui incentivo fiscal para as empresas que contratarem apenados e
egressos é de natureza tributária, sendo, portanto, constitucional lei estadual
com tal conteúdo;

II. lei estadual pode estabelecer alíquotas diferenciadas em razão do tipo do


veículo, já que os estados-membros estão legitimados a editar normas gerais
referentes ao IPVA, no exercício da competência concorrente prevista no art. 24,
§ 3º, da Constituição;

III. é possível ao estado conceder, mediante lei, isenção de tributo de sua


competência, visto que está atuando nos limites de sua autonomia.

Estão corretos:

a) apenas o item I.

43
DIREITO TRIBUTÁRIO

b) apenas os itens I e II.

c) apenas os itens I e III.

d) apenas os itens II e III.

e) todos os itens estão corretos.

Comentário:

I – essa alternativa menciona uma jurisprudência do STF, ADI 3.809.


Questionava-se se esse assunto seria tributário ou orçamentário. Sendo
tributário, pode o estado exercer sua competência, naturalmente apenas quanto
aos tributos estaduais.

II – essa também copiou literalmente um julgado, RE 414.259-AgR. Observem o


dispositivo citado: “§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades”.
Bom, até hoje não saiu uma norma geral da União sobre IPVA, logo, muito
acertada a afirmativa. Digo isso porque vi professor em site de questão dizendo
que o STF teria errado nessa decisão, mas pra mim ela está em perfeita
consonância com o sistema tributário.

III – naturalmente correta, pois se tem competência para cobrar, por que não
teria para deixar de cobrar?

Gabarito: E.

QUESTÃO 13 – ESAF – SEFAZ CE – 2007

A competência tributária, a teor do que dispõe o Código Tributário Nacional, é


indelegável. Isso significa que um ente tributante não pode instituir tributo que
seja da competência tributária de outro. Não constitui, porém, violação a essa
regra

44
DIREITO TRIBUTÁRIO

a) a possibilidade de a União cobrar tributo da competência estadual, na hipótese


de Estado que não tenha exercitado ainda essa competência.

b) a instituição de lei estadual sobre tributo da competência de seus Municípios,


que contenha apenas normas gerais sobre o mesmo tributo.

c) a delegação, por um ente tributante, a outro, das funções de arrecadar ou


fiscalizar tributos.

d) a instituição de imposto extraordinário de guerra, por qualquer dos entes


tributantes, na hipótese de a União não tê-lo feito tempestivamente em estado
de guerra iminente.

e) a renúncia em caráter irretratável feita por um ente tributante em favor de


outro.

Comentário:

Gente, por favor hein, não é não. Sem meio termo, sem caso especial, sem nada,
competência tributária é indelegável e ponto.

Já a capacidade tributária, nos termos do CTN 7º, é delegável a outra pessoa


jurídica de direito público. É a única “exceção” da regra da indelegabilidade.

Gabarito: C.

QUESTÃO 14 – ESAF – SEFAZ MS – 2001

Com base no disposto na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional,


pode-se afirmar que:

a) Compete tanto à União quanto aos Estados, DF e Municípios a instituição de


taxas em razão do exercício do poder de polícia.

b) Somente a União e os Estados podem instituir contribuições de melhoria.

45
DIREITO TRIBUTÁRIO

c) As contribuições especiais, com fins econômicos ou sociais, são privativas dos


Estados e DF.

d) A União pode transferir aos Estados o exercício regular de sua competência


tributária.

Comentário:

a) correta, se compete a todos os entes políticos exercer poder de polícia,


compete a todos as respectivas taxas.

b) se os municípios podem fazer obras públicas que impliquem em valorização


imobiliária, podem cobrar a respectiva contribuição de melhoria.

c) pelo contrário, são apenas da União.

d) never.

Gabarito: A.

QUESTÃO 15 – ESAF – SEFAZ MS – 2001

Em tema de competência legislativa sobre matéria de Direito Tributário, é correta


a afirmação de que:

a) Os Estados têm competência para legislar suplementarmente sobre normas


gerais de Direito Tributário.

b) Mesmo na ausência de lei federal sobre normas gerais de Direito Tributário, é


vedado aos Estados exercer essa competência legislativa.

c) A eficácia de lei estadual sobre normas gerais de Direito Tributário fica mantida
ante a superveniência de lei federal da mesma natureza, mesmo no que lhe for
contrário.

46
DIREITO TRIBUTÁRIO

d) No âmbito da competência concorrente para legislar sobre Direito Tributário


os Estados só podem legislar sobre normas gerais.

e) A legislação tributária dos Estados é aplicada nos respectivos Municípios, em


virtude de estes não terem competência para legislar sobre Direito Tributário.

Comentário:

Na falta de normas gerais da União, os estados podem legislar de maneira


suplementar. Se, depois disso, a União finalmente tratar do tema, a legislação
estadual fica com eficácia suspensa.

Quanto à última, legislar sobre direito tributário é competência concorrente de


todas as pessoas políticas, conforme expressamente no art. 24 da Constituição.

Gabarito: A.

QUESTÃO 16 – ESAF – SEFAZ MG – 2005

Assinale a opção correta.

Quando a lei atribui a capacidade tributária ativa a ente diverso daquele que
detém a competência tributária, estar-se-á diante do fenômeno da

a) solidariedade ativa.

b) parafiscalidade.

c) extrafiscalidade.

d) sujeição ativa.

e) inconstitucionalidade da lei tributária.

Comentário:

Essa dispensa comentários, apesar de que a opção D, mesmo sem representar


exatamente o conceito do enunciado, possui lá alguma relação.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

Gabarito: B.

QUESTÃO 17 – ESAF – ATRFB – 2012

Analise as proposições a seguir e assinale a opção correta.

I. Se a Constituição atribuir à União a competência para instituir certa taxa e


determinar que 100% de sua arrecadação pertencerá aos Estados ou ao Distrito
Federal, caberá, segundo as regras de competência previstas no Código
Tributário Nacional, a essas unidades federativas a competência para regular a
arrecadação do tributo.

II. Embora seja indelegável a competência tributária, uma pessoa jurídica de


direito público pode atribuir a outra as funções de arrecadar e fiscalizar tributos.

III. É permitido, sem que tal seja considerado delegação de competência,


cometer a uma sociedade anônima privada o encargo de arrecadar impostos.

a) As duas primeiras afirmações são corretas, e errada a outra.

b) A primeira é correta, sendo erradas as demais.

c) As três são corretas.

d) A primeira é errada, sendo corretas as demais.

e) As três são erradas.

Comentário:

I – Negativo, conforme confusa redação do CTN: Os tributos cuja receita seja


distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público
pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos
[originalmente]. O texto dá a entender que está transferindo a competência junto
com a receita, mas é o oposto.

II – Clássico.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

III – Esse trecho, apesar de causar estranheza numa primeira leitura, é


reprodução do CTN 7º §3º. É apenas a arrecadação, reparem que não se
mencionou fiscalização. Estamos falando dos bancos, que recebem as guias de
pagamento de tributos.

Gabarito: D.

QUESTÃO 18 – ESAF – AFRFB – 2012

Sobre competência concorrente da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,


assinale a opção incorreta.

a) A competência, privativa ou concorrente, para legislar sobre determinada


matéria, não implica automaticamente a competência para a instituição de
tributos.

b) Os entes federativos somente podem instituir os impostos e as contribuições


que lhes foram expressamente outorgados pela Constituição.

c) Os Estados-membros podem instituir apenas contribuição que tenha por


finalidade o custeio do regime de previdência de seus servidores.

d) Norma que pretendesse fixar alíquota mínima igual à da contribuição dos


servidores titulares de cargos efetivos na União, para a contribuição a ser cobrada
pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios de seus servidores, para o
custeio, em benefício destes, do regime previdenciário, seria inconstitucional por
contrariar o pacto federativo.

e) A expressão "regime previdenciário" de seus servidores, a ensejar a instituição


de contribuição pelos Estados-membros, não abrange a prestação de serviços
médicos, hospitalares, odontológicos e farmacêuticos.

Comentário:

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DIREITO TRIBUTÁRIO

Essa questão foi fruto de muita preguiça da Esaf, que pegou uma jurisprudência
recorrende do STF e retalhou inteira, transformando cada frase numa alternativa.

CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICA,


HOSPITALAR, ODONTOLÓGICA E FARMACEÚTICA. ART. 85 DA LEI
COMPLEMENTAR Nº 62/2002, DO ESTADO DE MINAS GERAIS. NATUREZA
TRIBUTÁRIA. COMPULSORIEDADE. DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
TRIBUTÁRIAS. ROL TAXATIVO. INCOMPETÊNCIA DO ESTADO-MEMBRO.
INCONSTITUCIONALIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO PROVIDO. I - É
nítida a natureza tributária da contribuição instituída pelo art. 85 da Lei
Complementar nº 64/2002, do Estado de Minas Gerais, haja vista a
compulsoriedade de sua cobrança. II - O art. 149, caput, da Constituição atribui
à União a competência exclusiva para a instituição de contribuições sociais, de
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais e
econômicas. Essa regra contempla duas exceções, contidas no arts. 149, § 1º, e
149-A da Constituição. À exceção desses dois casos, aos Estados-membros não
foi atribuída competência para a instituição de contribuição, seja qual for a sua
finalidade. III - A competência, privativa ou concorrente, para legislar sobre
determinada matéria não implica automaticamente a competência para a
instituição de tributos. Os entes federativos somente podem instituir os impostos
e as contribuições que lhes foram expressamente outorgados pela Constituição.
IV - Os Estados-membros podem instituir apenas contribuição que tenha por
finalidade o custeio do regime de previdência de seus servidores. A expressão
"regime previdenciário" não abrange a prestação de serviços médicos,
hospitalares, odontológicos e farmacêuticos. (RE 573540 MG)

Já a opção correta é cópia da ADI 3.138 DF, que discutia a emenda constitucional
que deu a redação atual ao art. 149 §1º da Constituição.Ou seja, o que nós
estudamos como princípio foi objeto de controvérsia acerca do pacto federativo,
por alegadamente restringir a liberdade de estados e municípios. Mas a tese não
prosperou, e vale o artigo como está.

Gabarito: D.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

QUESTÃO 19 – ESAF – SEFAZ PI – 2001

Assinale a opção correta.

a) A competência tributária consiste na faculdade de que dispõem os entes


políticos para instituir tributos em relação às pessoas submetidas a sua
soberania, e a capacidade tributária ativa consiste na aptidão atribuída a uma
pessoa para figurar no pólo ativo de uma relação jurídico-tributária.

b) A competência tributária é a aptidão para arrecadar tributos, obedecidos os


requisitos legais, e a capacidade tributária ativa é a aptidão para instituí-los,
sempre por meio de lei.

c) A competência tributária e a capacidade tributária ativa são indelegáveis, ainda


que por meio de lei.

d) A competência tributária é, em determinadas situações, delegável, por meio


de lei, mas a capacidade tributária ativa é indelegável.

e) A atribuição da capacidade tributária ativa a pessoa diferente daquela que


dispõe da competência tributária ocorre sempre de forma discricionária, de
acordo com o interesse das pessoas envolvidas.

Comentário:

Questão fácil, para relaxar depois da última.

Menção especial à última: essa delegação da capacidade tributária ocorre por lei,
não por ato administrativo. Daí, não há que se falar em discricionariedade.

Gabarito: A.

QUESTÃO 20 – ESAF – SEFAZ PI – 2001

Relativamente às normas gerais de direito tributário, é correto afirmar que:

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DIREITO TRIBUTÁRIO

a) são de competência concorrente da União, dos Estados, do Distrito Federal e


dos Municípios.

b) o exercício, pela União, da competência para legislar sobre tais normas exclui
a competência, ainda que suplementar, dos Estados e do Distrito Federal.

c) apenas os Municípios não dispõem de competência para estabelecê-las.

d) em nenhuma hipótese os Estados e o Distrito Federal exercerão competência


legislativa plena.

e) no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, prevalecem as respectivas leis


sobre as leis federais.

Comentário:

Em relação às normas gerais é aquilo: competem à União. Ela não fazendo os


Estados podem legislar de maneira suplementar. Advindo a norma da União,
normas suplementares dos estados ficam com eficácia suspensa. E em nenhum
momento se menciona competência dos municípios, estão realmente fora dessa.

Gabarito: C.

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