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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CENTRO DE TECNOLOGIA

EIA/RIMA

Profª. Jailma Barros


O que é um EIA?

Um estudo destinado a identificar, interpretar – assim como


prevenir – as consequências ambientais de determinados
projetos ou ações (Boela, 1984)

Estudo de um ciclo de eventos, interligados numa cadeia de


causas e efeitos que decorrem das necessidades humanas
(Clark, 1977 )
O EIA

 É referente a um projeto específico a ser implantado em


determinada área ou meio;

 Trata-se de um estudo prévio, ou seja, serve de


instrumento de planejamento e subsídio à tomada de
decisões políticas na implantação da obra;
Objetivos do EIA

Assegurar que o ambiente é explicitamente considerado e


incorporado no processo de decisão sobre propostas de
desenvolvimento;

Antecipar e evitar, minimizar ou compensar os efeitos


adversos significativos de propostas de desenvolvimento;

Proteger a produtividade e a capacidade dos sistemas


naturais e processos ecológicos que mantêm as suas funções;

Promover um desenvolvimento sustentável, que otimize o


uso dos recursos e as oportunidades de gestão.
Exigência legal
Resolução 237/97

Art. 3º: A licença ambiental para empreendimentos e


atividades consideradas efetiva ou potencialmente
causadoras de significativa degradação do meio
dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e
respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente
(EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a
realização de audiências públicas, quando couber, de
acordo com a regulamentação.
CF/88

O artigo 225 incumbe ao Poder Publico "exigir, na


forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental, a que se dará publicidade”
Atividades que dependem de EIA/RIMA em seu
licenciamento

Resolução 001/86 (art. 2º):

Dependerá de elaboração de EIA/RIMA, o licenciamento de


atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:

I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;

II - Ferrovias;

IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso I, artigo 48º, do


Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66;

V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e


emissários de esgotos sanitários;
VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais
como: barragens para fins hidrelétricos, acima de 10 MW, de
saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação,
drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de
barras e embocaduras, transposição de bacias, diques;

IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no


Código de mineração;

X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos


tóxicos ou perigosos;
De acordo com a Res. CONAMA 001/86, o Estudo de Impacto
Ambiental deverá:

I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de

projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto;

II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais

gerados nas fases de implantação e operação da atividade;


III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou
indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de
influência do projeto, considerando, em todos os casos, a
bacia hidrográfica na qual se localiza;

IV - Considerar os planos e programas governamentais,


propostos e em implantação, na área de influência do projeto,
e sua compatibilidade.
Atividades técnicas a serem desenvolvidas num EIA

Resolução CONAMA 001/86

Art. 6.º O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no


mínimo, as seguintes atividades técnicas:

I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto


completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas
interações, tal como existem, de modo a caracterizar a
situação ambiental da área, antes da implantação do projeto,
considerando:
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima,

destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e

aptidões do solo, os corpos d'água, o regime

hidrológico, as correntes marinhas, as correntes

atmosféricas;
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a

flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade

ambiental, de valor científico e econômico, raras e

ameaçadas de extinção e as áreas de preservação

permanente;
c) o meio socioeconômico - o uso e ocupação do solo, os

usos da água e a socioeconômico, destacando os sítios e

monumentos arqueológicos, históricos e culturais da

comunidade, as relações de dependência entre a sociedade

local, os recursos ambientais e a potencial utilização

futura desses recursos.


II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de
suas alternativas, através de identificação, previsão da
magnitude e interpretação da importância dos prováveis
impactos relevantes, discriminando: os impactos
positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e
indiretos, imediatos e a médio e longo prazos,
temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade;
suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a
distribuição dos ônus e benefícios sociais.
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos
negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas
de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada
uma delas.

IV - Elaboração do programa de acompanhamento e


monitoramento (os impactos positivos e negativos, indicando
os fatores e parâmetros a serem considerados).
Equipe de elaboração do EIA/RIMA

Resolução CONAMA 001/86

Art 7.º O estudo de impacto


ambiental será realizado por
equipe multidisciplinar
habilitada, não dependente
direta ou indiretamente do
proponente do projeto e que será
responsável tecnicamente pelos
resultados apresentados.
Despesas e custos

Resolução CONAMA 001/86

Art. 8.º Correrão por conta do proponente do projeto todas


as despesas e custos referentes à realização do estudo de
impacto ambiental, tais como: coleta e aquisição dos dados e
informações, trabalhos e inspeções de campo, análises de
laboratório, estudos técnicos e científicos, acompanhamento
e monitoramento dos impactos, elaboração do RIMA e
fornecimento de pelo menos 5 (cinco) cópias.
Diretrizes para a elaboração do
EIA/RIMA
CARACTERIZAÇÃO
DO
EMPREENDIMENTO
ÁREA DE
INFORMAÇÕES INFLUÊNCIA
GERAIS
EIA DIAGNÓSTICO
AMBIENTAL

ANÁLISE DOS
PROGRAMA DE IMPACTOS
MONITORAMENTO AMBIENTAIS

MEDIDAS
MITIGADORAS
RIMA
DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DO EIA/RIMA

INFORMAÇÕES GERAIS

• Nome, razão social, endereço, etc.


• Histórico do empreendimento
• Nacionalidade de origem e das tecnologias
• Porte e tipos de atividades desenvolvidas
• Objetivos e justificativas
DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DO EIA/RIMA

INFORMAÇÕES GERAIS

No contexto econômico-social do país, região, estado e


município.
• Localização geográfica via de acesso;
• Etapas de implantação;
• Empreendimentos associados e/ou similares.
CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Para cada uma das fases (planejamento, implantação,


operação e desativação):

Objetivos e justificativas do projeto, sua relação e


compatibilidade com as políticas setoriais, planos e programas
governamentais;

A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e


locacionais, especificando: área de influência, matérias
primas, mão-de-obra, fontes de energia, processos e técnica
operacionais, prováveis efluentes, emissões, resíduos de
energia, geração de empregos.
ÁREA DE INFLUÊNCIA (AI)

Limitação geográfica das áreas:


• Diretamente afetada (DA),
• Influência direta (AID)
• Influência indireta (AII)

Sempre considerar a bacia hidrográfica onde se localiza o


empreendimento como unidade básica para a AINDA

Apresentar justificativas para a determinação do AI ilustrar


através de mapeamento
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA AI

Caracterização atual do ambiente natural, ou seja, antes da


implantação do projeto, considerando:

As variáveis suscetíveis de sofrer direta ou indiretamente


efeitos em todas as fases do projeto;

Os fatores ambientais físicos, biológicos e antrópicos de


acordo com o tipo e porte do empreendimento;

Informações cartográficas com as AI’s em escalas


compatíveis com o nível de detalhamento dos fatores
ambientais considerados.
Meio físico: subsolo, as águas, o ar e o clima
 Condições meteorológicas e o clima;
 Qualidade do ar;
Níveis de ruído;
 Caracterização geológica e geomorfológica;
Usos e aptidões dos solos;
 Recursos hídricos:
• Hidrologia superficial;
•Hidrogeologia;
•Oceanografia física;
•Qualidade das águas;
•Usos das águas.
Meio biológico e os ecossistemas naturais: fauna e flora

Ecossistemas terrestres
Descrição da cobertura vegetal
Descrição geral das inter-relações fauna-fauna e fauna-flora
Ecossistemas aquáticos:
•Mapeamento das populações aquáticas
•Identificação de espécies indicadoras biológicas
•Ecossistemas de transição
•Banhados, manguezais, brejos, pântanos, etc.
Meio Antrópico ou socioeconômico

Dinâmica populacional

Uso e ocupação do solo

Nível de vida

Estrutura produtiva e de serviços

Organização social
ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Identificação, valoração e interpretação dos prováveis

impactos em todas as fases do projeto e para cada um dos

fatores ambientais pertinentes.


MEDIDAS MITIGADORAS

Apresentadas e classificadas quanto a:

 Sua natureza: preventivas ou corretivas;

 Fase do empreendimento em que deverão ser


implementadas;

 O fator ambiental a que se destina;

O prazo de permanência de sua aplicação;

 E a responsabilidade por sua implementação.


PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO E
MONITORAMENTO DOS IMPACTOS

Neste item deverão ser apresentados os programas de


acompanhamento da evolução dos impactos ambientais
positivos e negativos causados pelo empreendimento,
considerando-se as fases de planejamento, de implementação,
operação e desativação e quando for o caso, de acidentes.
Indicar e justificar:

Os parâmetros selecionados para avaliação;

A rede de amostragem proposta;

Os métodos de coleta e análise das amostragens;

Periodicidade das amostragens para cada parâmetro, de


acordo com os fatores ambientais;

Os métodos a serem empregados para o armazenamento e


tratamento dos dados.
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

O Relatório de Impacto Ambiental – RIMA refletirá as


conclusões do Estudo de Impacto Ambiental – EIA. Suas
informações técnicas devem ser expressas em linguagem
acessível ao público, ilustradas por mapas com escalas
adequadas, quadros, gráficos e outras técnicas de
comunicação visual, de modo que possa entender claramente
as possíveis consequências ambientais do projeto e suas
alternativas, comparando as vantagens e desvantagens de
cada uma delas.
O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) tem como
finalidade esclarecer à população interessada qual o
conteúdo do estudo de impacto ambiental, uma vez que
este documento é elaborado em termos técnicos.

Este relatório é praticamente um dever, tendo em vista


o princípio da informação ambiental.
Conteúdo do RIMA/ Objetivos e justificativas do projeto;

 Descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e


locacionais;

Síntese dos resultados dos estudos de diagnóstico;

 Descrição dos impactos ambientais;

 Caracterização da qualidade ambiental futura do AI;

 Descrição dos efeitos esperados das medidas mitigadoras;

 Programa de acompanhamento e monitoramento;

 Recomendação quanto à alternativa mais favorável.

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