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Máquinas Elétricas
Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente da Confederação Nacional da Indústria
Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina
Máquinas Elétricas
Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa.
Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis
V393m
Vaz, Frederico Samuel de Oliveira
Máquinas elétricas / Frederico Samuel de Oliveira Vaz. – Florianópolis :
SENAI/SC, 2010.
103 1 p. : il. color ; 28 cm.
Inclui bibliografias.
CDU 621.313
É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e con-
tam com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com
animações, tornando a aula mais interativa e atraente.
33 Seção 1 - Autotransforma-
dores 48 Unidade de estudo 5
Motor Síncrono
34 Seção 2 - Transformador de
Potencial
34 Seção 3 - Transformador de 49 Seção 1 - Introdução
Corrente 49 Seção 2 - Operação e Funcio-
namento
50 Seção 3 - Servomotor
52 Unidade de estudo 6 72 Unidade de estudo 7 82 Unidade de estudo 8
Motores Trifásicos Motores Geradores CC
de Indução Ca Monofásicos
93 Seção 1 - Introdução
93 Seção 2 - Princípios de fun-
cionamento
93 Seção 3 - Torque
93 Seção 4 - Forças contra-
eletromotriz
94 Seção 5 - Circuitos Equiva-
lente do motor cc
95 Seção 6 - Velocidades de um
motor
95 Seção 7 - Tipos de motores
96 Seção 8 - Requisitos de parti-
da dos motores
10 CURSO DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
Conteúdo Formativo
Carga horária da dedicação
Competências
Conhecimentos
▪ Máquinas Elétricas;
▪ Fontes alternativas de energia elétrica;
▪ Fontes tradicionais de energia elétrica;
▪ Características construtivas e funcionais dos: motores síncronos, assíncronos,
transformadores, motor CC, servo motores;
▪ Eficiência energética;
▪ Sistemas de geração de energia elétrica.
Habilidades
Atitudes
MÁQUINAS ELÉTRICAS 11
Apresentação
Prezado aluno, seja bem-vindo à unidade curricular de Máquinas Elétri- Frederico Samuel de Oli-
cas, este conteúdo possui o objetivo de apresentar a teoria de funciona- veira Vaz
mento, a aplicação e a análise das máquinas elétricas, proporcionando a
você, estudante do curso técnico, informações e subsídios práticos que Frederico Samuel de Oliveira
servirão de suporte para a atuação na área de eletromecânica, bem como Vaz é graduado em Engenharia
Elétrica pela Universidade Esta-
de referência para o desenvolvimento profissional futuro.
dual de Santa Catarina e pós-
graduado em Projeto e Análise
O conhecimento na área de máquinas elétricas é de fundamental im- de Máquinas Elétrica Girantes
portância para a atuação do técnico em eletromecânica, pois tais equi- pelo Centro Universitário de
pamentos estão presentes em praticamente todos os seguimentos de Jaraguá do Sul. Atuou entre os
anos 2002 e 2009 na área de
mercado onde o profissional poderá atuar.
fabricação de motores elétricos
na WEG Equipamentos Elétricos
Dentro do conteúdo apresentado, um maior enfoque será dado para os S.A. Atualmente, é professor
transformadores, geradores e motores, que são as máquinas mais empre- dos cursos técnicos e tecnológi-
gadas na indústria, tais máquinas estarão agrupadas por características cos do SENAI Jaraguá do Sul.
visando otimizar e facilitar o entendimento do conteúdo apresentado.
Então? Pronto para transitar por estes caminhos do conhecimento?
Bons estudos!
MÁQUINAS ELÉTRICAS 13
Unidade de
estudo 1
Seções de estudo
SEÇÃO 1
Princípios de
funcionamento
Você sabia que o transformador A amplitude do fluxo produzido pelo primário está em função do núme-
é um equipamento utilizado em ro de espiras e da tensão de entrada (amplitude e frequência).
diversas aplicações e está presente A base de funcionamento de um transformador necessita da existência
em praticamente todos os ramos de um fluxo comum, variável no tempo e que seja enlaçado por dois ou
de atividade dos diferentes setores mais enrolamentos conforme figura a seguir.
da economia moderna? Dentre as
principais aplicações, pode-se ci-
tar a transferência de energia de
um circuito elétrico a outro com
o ajuste do nível de tensão, o aco-
plamento entre sistemas elétricos
visando o casamento de impedân-
cia e isolação e a eliminação de
corrente CC entre dois ou mais
circuitos. Agora você conhecerá
o funcionamento do transforma-
dor.
Basicamente, um transforma-
dor é um equipamento capaz
realizar a alteração no nível de
tensão por meio da transfe-
rência de fluxo magnético en- Figura 1 - Fluxo Magnético
tre dois ou mais enrolamen- Fonte: Nascimento Jr. (2008, p. 36).
tos acoplados por um núcleo
(NASCIMENTO JR., 2008, p.
36) Determinando-se a relação adequada entre o número de espiras do pri-
mário e do secundário, pode-se obter a relação entre tensões desejada.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 15
Você verá na figura a seguir uma forma de ligar o transformador.
Sendo que:
U1 = tensão aplicada na en-
trada (primária);
N1 = número de espiras do
primário;
N2 = número de espiras do
secundário;
U2 = tensão de saída (secun-
dário).
. U N1
Aplicando a equação: 1
I1 N2 U2 N2
I2 N1
120 N1
Temos: N1 1800espiras
12 180
Sendo que:
I1 = corrente no primário;
Para uma carga de 800 W, determine as correntes nos enrolamentos do
I2 = corrente no secundário;
N1 = número de espiras do transformador citado no exemplo anterior.
primário;
N2 = número de espiras do
secundário. 800
Sendo: P2 U 2 I2 I2 66,67A
12
E a partir da equação: I1 N2 N2
I1 I2
Pode-se deduzir a partir das rela- I N1 N1
2
ções apresentadas que no enrola- 180
I1 66,67 6,67A
mento de maior tensão circulará a 1800
menor corrente e que quanto me-
nor o número de espiras maior
será a corrente.
Que tal, o que você está achando do assunto? Vamos para a próxima
seção!
2 2 2
N1 N1 N1
R2r R2 X 2r X2 Z 2r Z2
N2 N2 N2
MÁQUINAS ELÉTRICAS 17
Na prática, utiliza-se o circuito. Veja na figura a seguir em que X2 e são Perdas no ferro
agrupados a R1 e X1. O erro que se comete com essa simplificação é
aceitável para efeito de análise do transformador.
(núcleo magnético)
PCC UCC
R CC 2
Z CC
ICC X CC Z CC 2 R CC 2
ICC Figura 5 - Núcleo magnético
Fonte: Carvalho (2008, p. 38).
PCC
CosM
UCC u ICC
18 CURSOS TÉCNICOS SENAI
dessa tensão dão uma noção
SEÇÃO 4 sobre as condições do sistema
Determinação da rela-
Cálculo do rendimento de isolação.
ção de transformação
A interpretação dessas condições Pode ser realizada pela leitura di-
Segundo Nascimento Júnior (2008, é dada pelos valores obtidos pelo reta, com o auxílio do voltímetro,
p. 48, p. ), “[...] para o transfor- megôhmetro que indica o valor da das tensões nos enrolamentos pri-
mador o rendimento é a relação resistência de isolação em megao- mário e secundário. Para se
entre a potência entregue no se- hms. Pode-se utilizar como refe- determinar a relação de transfor-
cundário e a potência absorvida rência a seguinte regra prática: 1 mação, pode-se seguir o roteiro
no primário. A temperatura de 20 KΩ por volt. abaixo:
°
C o rendimento é dado por:
Acompanhe o roteiro para a reali-
zação do ensaio: 1. identificar os enrolamentos;
1. utilizando o megôhmetro, 2. impor ao enrolamento pri-
US IS meça a resistência de isolação mário uma tensão reduzida
Re nd
US I S PCU PFE entre o primário e a carcaça; e medir com o auxílio de um
voltímetro a tensão no secun-
2. meça a resistência de isolação dário, determinando a relação
entre o secundário e a carcaça; de transformação.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 19
Ensaio de curto-circui-
to
O ensaio de curto-circuito permi-
te determinar as perdas no cobre
nos enrolamentos primário e se-
cundário.
Po
cos IRm Io. cos
Vo.Io
Im Io.sen
Vo
Zm Figura 8 - Ensaio de curto-circuito
Io
Fonte: Nascimento Jr. (2008, p. 53).
Vo
Rm
IRm
Vo Você já está compreendendo a
Xm
Im cada um desses ensaios, certo?
v 12 Então conheça mais um roteiro
Q var
Xm para a realização do ensaio segun-
v 12 do, conforme Nascimento Jr.
Xm (2008).
Q var
1. Alimente o transformador
com uma tensão alternada
através dos terminais 1 e 2,
partindo de 0 V (fonte de
tensão ajustável).
√
Xcc = Z2 - R2 cos ø =
cc cc
Pcc
Vccx Icc
e
Rcc = r1 + r2
r1 = r2 x Np
Ns
E considerando a condição:
r1 r 2
Vcc
Z% .100
VP
100
I cc IN
Z%
MÁQUINAS ELÉTRICAS 21
Calcule o rendimento do transformador a 20 °C:
VS I S
Re nd
VS I S PCU PFE
Veja o exemplo.
Exemplo
V12 4402
Xm Xm 8 ,07K
Qa 24
V12 4402
Rm Rm 5,38K
Pa 36
24
Qa Xb 2
0,52
Xb 2
3000
I1
440
Pa 18
Rb 0,39
Rb 2 3000
2
I1
440
MÁQUINAS ELÉTRICAS 23
Unidade de
estudo 2
Seções de estudo
Seção 1 – Introdução
Seção 2 – Aspectos construtivos
Seção 3 – Grau de proteção
Seção 4 – Operação de transformado-
res trifásicos em paralelo
Seção 5 – Divisão de cargas entre trans-
formadores
Seção 6 – Determinação da tensão
nominal
Seção 7 – Polarização do transformador
Seção 8 – Ligação em transformadores
trifásicos
Seção 9 – Ensaios em transformadores
trifásicos
Seção 10 – Placa de identificação
Transformadores Trifásico
SEÇÃO 1
Introdução
Você sabia que o transformador alização das ligações, esses equi-
trifásico é utilizado em grande es- pamentos possuem caixas de liga-
SEÇÃO 3
cala nos sistemas de transmissão, ção e placas de bornes, e para a Grau de proteção
distribuição e na indústria em ge- identificação dos terminais do pri-
ral? mário será utilizado o número do Conforme as condições e carate-
Após a geração de energia, os terminal precedido da letra “h” e rísticas do local em que será insta-
transformadores trifásicos são para os terminais do secundário o lado o equipamento elétrico e de
utilizados para elevar a tensão nos número precedido da letra “x”. sua acessibilidade, deve ser deter-
pontos iniciais das linhas de trans- Um aspecto muito importante minado o grau de proteção. Sen-
missão com a subsequente utili- para garantir o correto funciona- do assim, um equipamento que
zação para a redução das tensões mento do transformador é uma seja instalado em um local aberto
para a distribuição e utilização fi- boa eficiência na dissipação do onde pode ocorrer o gotejamento
nal da energia elétrica trifásica. calor gerado pelo mesmo. de água sob diversos ângulos do
equipamento, o mesmo deve pos-
Existem várias formas de se dis-
suir um invólucro que garanta o
sipar o calor gerado pelo equipa-
SEÇÃO 2 mento, geralmente em transfor-
seu funcionamento sem que ocor-
ra a penetração de água (WEG
Aspectos Construtivos madores com maiores potências
S.A. [200-?]).
os enrolamentos estão submersos
Pode-se definir um transforma- em óleo isolante que melhoram a Os graus de proteção para equi-
dor trifásico como um grupo com condução de calor e em contato pamentos elétricos são definidos
três transformadores monofási- com as aletas aumentam a eficiên- pela NBR 6146 por meio das le-
cos no qual os três primários e os cia do sistema de dissipação. Em tras características IP, seguidas
três secundários estarão operando transformadores de menores po- por dois algarismos. Acompanhe
simultaneamente. Veja a figura: tências os enrolamentos estão em o quadro a seguir.
contato direto com o ar.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 25
1° Algarismo
Algarismo Indicação
0 Sem proteção
1 Corpos estranhos de dimensões acima de 50 mm
2 Corpos estranhos de dimensões acima e 12 mm
3 Corpos estranhos de dimensões acima de 2,5 mm
4 Corpos estranhos de dimensões acima de 1,0 mm
5 Proteção contra acúmulo de peiras prejudiciais ao motor
6 Totalmente protegido contra poeira
Quadro 1 - Graus de proteção contra a penetração de objetos sólidos estranhos
indicados pelo primeiro numeral característico
2° Algarismo
Algarismo Indicação
0 Sem proteção
1 Pingos de água na vertical
2 Pingos de água até a inclinação de 15° com vertical
3 Água de chuva até a inclinação de 60° com a vertical
4 Respingos de todas as direções
5 Jatos de água de todas as direções
6 Água de vergalhões
7 Imersão temporária
8 Imersão permanente
Quadro 2 - Graus de proteção contra a penetração de água indicados pelo segundo numeral característico
IP22 2° Algarismo
IP23 2° Algarismo
Corpos sólidos estranhos de dimensões
IP44 Toque com ferramenta 2° Algarismo
acima de 1 mm
IP54 Proteção completa contra toque Proteção contra acúmulo de poeiras nocivas 2° Algarismo
IP55 Proteção completa contra toque Proteção contra acúmulo de poeiras nocivas 2° Algarismo
IP(w)55 Proteção completa contra toque Proteção contra acúmulo de poeiras nocivas 2° Algarismo
Quadro 3 - Grau de proteção
500 4 ,997
PF 2 . .2250 PF 2 509,9 kVA
SEÇÃO 5 750 500 1000 4 ,9
1000 4 ,997
PF 3 . .2250 PF 3 942,8 kVA
Divisão de cargas entre 750 500 1000 5,3
transformadores
A potência fornecida individu- Observa-se que o transformador de 750 kVA está sobrecarregado, en-
almente pelos transformadores quanto o transformador de 1.000 kVA, que possui a maior impedância,
operando em um mesmo sistema está operando abaixo da sua potência nominal.
e a tensão média de curto-circuito
(%) são dadas pelas expressões
(WEG S.A., [200-?], p. 179): Prepara-se para a próxima seção!
MÁQUINAS ELÉTRICAS 27
SEÇÃO 6 O método mais simples é a po-
Determinação da larização por golpe indutivo,
que é aplicado separadamente
tensão nominal em cada um dos três enrola-
mentos do transformador. Con-
Para aplicação industrial poderemos ter até quatro níveis de tensão, da siste na aplicação de uma ten-
seguinte forma: são contínua no primário e na
observação do galvanômetro
no secundário, o mesmo pa-
Subestações de entrada: drão de resposta deve ser dado
em todos os enrolamentos do
▪ primário – 72,5 kV e 138 kV; secundário (NASCIMENTO JÚ-
▪ secundário – 36,2 kV - 24,2 kV ou 13,8 kV. NIOR, 2008, p. 61).
Subestações de distribuição:
▪ primário – 36,2 kV - 24,2 kV ou 13,8 kV;
▪ secundário – 440/254 V, 380/220 V ou 220/127 V. Para a polarização CA é necessá-
rio apenas uma fonte de tensão
CA ajustável, esse método con-
siste em alimentar um dos enro-
Para potências maiores do que 3 MVA é indicado baixar a tensão para lamentos com baixa tensão e ligar
um nível intermediário (6,9 kV, 4,16 kV ou 2,4 kV), pois o equipamento os demais enrolamentos em série
para a redução de potência de 3MVA para tensões de uso final possui um até que se tenha a soma das ten-
custo consideravelmente elevado (pois deve suportar altas correntes). sões em cada enrolamento.
A determinação da tensão do secundário depende de alguns fatores,
dentre os principais podemos citar:
▪ econômicos – a tensão de 380/220 V requer seções menores dos
condutores para uma mesma potência;
▪ segurança – a tensão de 220/127 V é mais segura com relação a
contatos acidentais.
De uma forma geral, podemos dizer que para instalações nas quais equi-
pamentos como motores, bombas, máquinas de solda e outras máquinas
constituem a maioria da carga, deve-se usar 380/220 V e para instalações
de iluminação e força de residências deve-se adotar 220/127 V (WEG Figura 11 - Polarização do Transfomador
S.A., [200-?]).
Fonte: Nascimento Jr. (2008, p. 61).
Na NBR 5440 da ABNT encontramos a padronização das tensões pri-
márias e secundárias.
Pronto para seguir adiante? Pela figura anterior você pôde ve-
rificar que se as polaridades forem
ligadas em série invertidas a so-
SEÇÃO 7 matória das tensões seria 0 V.
Polarização do transformador
Polarizar o transformador consiste em distribuir as bobinas de modo
que as mesmas tenham a polaridade determinada, eliminando o risco de
subtração de tensão entre elas.
Entre os métodos mais utilizados para a execução da polarização, pode-
se citar: polarização CA e polarização por golpe indutivo.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 29
Figura 16 - Ensaio de polarização por
golpe indutivo
Fonte: Nascimento Jr. (2008, p. 72).
SEÇÃO 9
Ensaios em transformadores trifásicos
MÁQUINAS ELÉTRICAS 31
Unidade de
estudo 3
Seções de estudo
Seção 1 – Autotransformadores
Seção 2 – Transformador de potencial
Seção 3 – Transformador de corrente
Outros Transformadores
SEÇÃO 1
Autotransformadores
De acordo com a próxima figura,
Você já conhece algo sobre pode-se observar que nas seções
os autotransformadores? do mesmo enrolamento não cir-
culam correntes de mesma gran-
Os autotransformadores são equi- deza, pois a corrente gerada por
pamentos muito parecidos com indução no segmento do secun-
transformadores monofásicos, dário I2 sobe, somando-se com a
apresentam como grande diferen- corrente I1 que desce proveniente
cial seu sistema de bobinas, pois do enrolamento superior do pri-
no autotransformador não temos mário e ambas passam pela carga Figura 19 - Autotransformador
mais as bobinas do primário e as retornando à fonte pelo fio co- Fonte: SENAI (1980, p. 19).
bobinas do secundário como dois mum.
enrolamentos separados, o mes- Portanto, há uma corrente I1 que
Acompanhe os exemplos.
mo enrolamento atuará como pri- vem do primário, partindo de R
mário e secundário. (L1), passa pelos pontos A e B,
Exemplo 1
Um fator determinante para a pela carga, pelo ponto C e segue
ao ponto S (L2) e é a corrente que Se a corrente que entra for de 2
grande utilização dos autotrans-
passa pela carga, por condução. A, o autotransformador poderá
formadores é o seu custo reduzi-
induzir uma corrente de, por hi-
do em relação ao transformador A corrente I2 circula de C até B,
pótese, 3 A. Assim, a corrente na
monofásico, pois exige menos passa pela carga e vai a C nova-
carga (D) será de 5 A. A corrente
cobre e menos ferro, no entanto mente e é a corrente induzida. O
da carga é a soma de I1+I2 ou 2A
possui um ponto negativo que é a seu circuito é restrito à bobina e à
+ 3A = 5 A.
perda da isolação elétrica entre a carga. Ela não chega a R ou S.
entrada e a saída, uma vez que os Os autotransformadores são in-
caminhos de entrada e saída são dicados para aplicações nas quais
os mesmos (SENAI, 1980). não seja exigida a isolação elétri-
Conheça a seguir um esquema ca entre primário e secundário e
simplificado do autotransforma- que a diferença entre as tensões
dor: do primário e do secundário não
ultrapasse 50%. Uma aplicação
muito comum para autotransfor-
madores são as chaves compen-
sadoras utilizadas nas partidas de
motores (SENAI, 1980).
Figura 20 - Comportamento da corren-
te no autotransformador
Fonte: SENAI (1980, p. 45).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 33
apenas para a corrente induzida. onde será instalado e geralmen- intercalado em série com um con-
Num transformador comum, se- te seu enrolamento secundário é dutor de um sistema de potência,
ria necessário o dobro de seção projetado para tensões nominais apresenta algumas especialidades
do núcleo para a mesma carga. de 115 V. que exige algumas considerações
Daí o fato de esse transforma- O transformador de potencial é complementares em relação aos
dor ser econômico quanto ao muito utilizado em sistemas de transformadores de potencial.
emprego de materiais (SENAI, proteção para sistemas de potên- O transformador de potencial tem
1980). cia, nesta aplicação ele tem a fun- o comportamento de uma fonte
ção de abaixar o nível de tensão de tensão, já o transformador de
Exemplo 2 para que o voltímetro possa ser corrente se comporta como uma
utilizado para monitoramento de fonte de corrente, a existência de
Se a bobina tem no primário 200
tensão. Também é aplicado nos um transformador de corrente
espiras para 100 V, e você deseja
sistemas de proteção para o acio- em um condutor do sistema pra-
no secundário 50 V, observando a
namento da bobina de gatilho de ticamente não altera a corrente IP
figura a seguir, o número de espi-
disjuntores de alta tensão para que conforme apresentado na figura a
ras no secundário pode ser calcu-
os mesmos não sejam comanda- seguir, independentemente da sua
lado da seguinte forma:
dos em alta tensão (NASCIMEN- carga (instrumento de medição)
TO JR., 2008). (JORDÃO, 2002).
Calculando:
E2 E2 100 50
N1 N 2 200 x
50.200
x x 100 espiras
100
Figura 21 - Autotransformador
Diferentemente dos transfor-
Fonte: SENAI (1980, p. 47). madores de potencial, o trans-
Apresentam correntes em va- formador de corrente não pode
zio consideravelmente maiores operar com seus secundários em
Portanto, para obter a tensão de- do que os transformadores de circuito aberto, pois caso ocorra,
sejada (50 V) no secundário, deve- potência e geralmente a defasa- toda a corrente IP passaria a atuar
se ter uma derivação com 100 es- gem entre corrente e tensão no como corrente magnetizante, ge-
piras (SENAI, 1980). secundário é muito pequena em rando altos valores de induções e
decorrência da natureza ôhmica
causando excessivas perdas e al-
da impedância das cargas (ins-
tas temperaturas no ferro, tendo
SEÇÃO 2 trumentos de medição).
como consequência a degradação
Transformador de do material isolante do equipa-
mento.
potencial
SEÇÃO 3 As principais aplicações para o
O transformador de potencial transformador de corrente são:
Transformador de proteção e medição de corrente.
não difere dos transformadores
comuns com núcleos de ferro, corrente
seu enrolamento primário é pro-
jetado para operar sob condições O transformador de corrente ope-
de tensão e frequência específicas ra com seu enrolamento primário
Exemplo 3
MÁQUINAS ELÉTRICAS 35
Unidade de
estudo 4
Seções de estudo
Seção 1 – Introdução
Seção 2 – Princípios de funcionamento
Seção 3 – Aspectos construtivos
Seção 4 – Geração de corrente trifásica
Seção 5 – Ligações no sistema trifásico
Seção 6 – Tensão nominal múltipla
Seção 7 – Comportamento do gerador
em vazio e sob carga
Seção 8 – Características dos rotores de
geradores
Seção 9 – Reatância síncrona
Seção 10 – Regulação de tensão
Seção 11 – Perdas e eficiência
Seção 12 – Potência em máquinas de
polos salientes
Seção 13 – Sincronização
Geradores de Corrente Alternada
SEÇÃO 1
Introdução
A característica principal de um
gerador elétrico é transformar
energia mecânica em elétrica.
Uma máquina síncrona é uma
máquina CA na qual sua veloci-
dade é proporcional à frequência
de sua armadura. O seu rotor em
conjunto com o campo magnéti-
co criado gira na mesma velocida-
de ou sincronismo que o campo
magnético girante.
Os geradores de corrente alter-
nada também são chamados de
alternadores e praticamente toda Figura 28 - Esquema de funcionamento de um gerador elementar (armadura
energia elétrica consumida nas re- girante)
sidências e indústrias é fornecida Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 45)
pelos alternadores das usinas que
produzem energia elétrica.
Considerando que a bobina gire com uma velocidade constante dentro
Agora você conhecerá como é o do campo magnético “B” com velocidade “V”, o valor da f.e.m. induzi-
funcionamento de um gerador da no condutor dado pela segunda Lei de Indução de Faraday é tida
CA. Vamos em frente? como:
SEÇÃO 2 e B.l.v.sen( )
Princípios de funciona-
mento
Sendo: Com um formato conveniente da
Visando simplificar a análise do sapata polar, pode-se conseguir
▪ e = força eletromotriz;
funcionamento de um gerador uma distribuição senoidal das in-
CA, também chamado de alter- ▪ B = indução do campo mag- duções e, dessa forma, a f.e.m.
nador, analisaremos inicialmente nético; também terá um comportamento
o modelo simplificado composto ▪ l = comprimento de cada senoidal ao longo do tempo. A fi-
por uma única espira que se en- condutor; gura a seguir apresenta um lado da
contra imersa em um campo mag- ▪ v = velocidade linear; bobina no campo magnético em
nético gerado por um imã perma- doze posições diferentes, variação
nente, conforme apresentado na ▪ θ = ângulo formado entre B angular de 30° e na Figura 29 po-
figura a seguir (JORDÃO, 2002). e v. demos analisar o comportamento
Com o movimento relativo da bo- das induções em relação à posição
bina em relação ao campo magné- Para um equipamento composto angular (JORDÃO, 2002).
tico é gerado um valor instantâ- por N espiras, temos:
neo da força eletromotriz (f.e.m.)
induzida no condutor, conectado
a dois anéis ligados ao circuito ex- e B.l.v.sen( ).N
terno por meio de escovas.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 37
A frequência de uma máquina síncrona em ciclos por segundo (hertz) é
dada por:
p.n
f [Hz ]
120 (Equação 30)
Sendo:
f = frequência (Hz);
p = número de polos;
n = rotação síncrona (rpm).
Os assuntos nesta unidade precisam muito da sua atenção para que você
possa compreender como funciona um gerador CA, preparado para
continuar? Então vamos juntos.
SEÇÃO 3
Aspectos construtivos
No gerador CA podemos ter uma bobina rotacionada dentro de um
Figura 30 - Esquema de funcionamento campo magnético ou podemos ter o elemento responsável pela excita-
de um gerador elementar (armadura ção, gerador de campo magnético, sendo rotacionado e fazendo com
fixa) que surja uma tensão induzida na bobina fixa no estator do gerador. Os
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 46). contatos responsáveis pela conexão entre a parte girante do gerador e a
parte fixa são feitos por meio de escovas. O contato entre as escovas e os
As máquinas podem ser projeta- anéis, que são fixos no eixo, é contínuo e o número de conjuntos anéis/
das com um enrolamento com- escovas é equivalente ao número de fases geradas. O detalhamento dos
posto por um ou mais pares de anéis pode ser observado na figura a seguir.
polos que serão sempre distri-
buídos alternadamente (um nor-
te e um sul). Considerando uma
máquina com um par de polos, a
cada giro das espiras temos um ci-
clo (JORDÃO, 2002).
Ligação triângulo
As tensões e correntes de fase são as tensões e correntes de cada um
dos sistemas monofásicos analisados e são representadas por VF e IF.
Figura 31 - Conjunto de anéis/escovas
Ligando os sistemas monofásicos, observe na figura a seguir, teremos as
tensões e correntes entre quaisquer duas fases denominadas de tensões
Fonte: Nascimento Jr. (2008, p. 168).
e correntes de fase e são representadas por VL e IL.
SEÇÃO 4
Geração de corrente
trifásica
Você sabia que a associação de
três sistemas monofásicos com
uma defasagem entre si de 120°
compõe um sistema trifásico?
Figura 33 - Ligação triângulo
Veja a figura:
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 48).
IL IF 3 1,732 IF
Para se obter o equilíbrio do siste-
ma, ou seja, VL1 = VL2 = VL3,
cada bobina deverá ser composta
de número de espiras igual.
Existem duas formas usuais de se
obter um sistema trifásico com-
posto por três sistemas monofá-
sicos, os esquemas de ligação es-
trela e ligação triângulo, os quais
você estudará em detalhes na se-
quência.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 39
Acompanhe os exemplos. Analisando o esquema da figura
apresentada anteriormente, per-
Exemplo 1 cebe-se que:
▪ as correntes de linha IL e as
correntes de fase IF em cada
cabo conectado são iguais, ou
seja, IL = IF;
▪ a tensão entre dois cabos
quaisquer do sistema trifásico
(observe a figura a seguir) é a
soma gráfica das tensões das
fases nas quais os cabos estão
conectados, ou seja:
Figura 34 - Resultante da soma das correntes
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 48).
VL VF 3 1,732 VF
Um sistema trifásico com tensão nominal de 380 V, com corrente de
linha IL medida de 6 A, é ligado a uma carga trifásica ligada em triân-
gulo. Considerando o sistema equilibrado e as cargas iguais, determine a
tensão e a corrente nas mesmas.
IL = IF = 8,0 A
Ligação série-paralela
Dividindo cada fase do enrolamento em duas partes, as mesmas são
ligadas em série ficando cada uma com a metade da tensão de fase no-
minal. Se as duas metades da fase forem ligadas em paralelo, a tensão da
máquina será a mesma da tensão anterior de forma que a tensão aplicada
em cada bobina não é alterada. Pode-se observar na figura a seguir os
esquemas de ligação com exemplos numéricos (WEG S.A., [200-?]).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 41
Ligação Tensão de linha Corrente de linha Potência SEÇÃO 7
Y vL=VF. √3 IL = IF P = 3. VF . 1F Comportamento do
△ VL = VF IL = IF . √3 P = √3.VL.1L
gerador em vazio e sob
Quadro 4 - relação entre tensões (linha/fase) correntes (linha/fase) e potência em
carga
um sistema trifásico.
Ligando as três fases em estrela, conforme a figura a seguir, o equipa- Quando uma carga é imposta ao
mento pode ser ligado a uma linha de 380 V de forma que a tensão nos gerador, um campo magnético
enrolamentos continue com 220 V (WEG S.A., [200-?]). é criado pela corrente que passa
nos condutores da armadura fa-
zendo com que a intensidade e a
distribuição do campo magnético
sejam alteradas e essas alterações
variam conforme as caracterís-
ticas da carga. Vamos conhecer
juntos.
Carga puramente
resistiva
Na alimentação de uma carga
Figura 39 - Ligação estrela puramente resistiva é criado um
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 51). campo magnético próprio gerado
pela corrente de carga. Para um
gerador bipolar, veja a figura a se-
Preparado para mergulhar no próximo tema? guir, são gerados dois polos com
MÁQUINAS ELÉTRICAS 43
Cargas intermediárias
Na prática, o que encontramos
são cargas com defasagem inter-
mediária com características re-
sistivas e capacitivas ou com ca-
racterísticas resistivas e indutivas,
o efeito magnetizante ou desmag-
netizante deverá ser compensado
alterando a corrente de excitação
(WEG S.A., [200-?]).
Figura 49 - Rotor de polos salientes
Figura 46 - Carga puramente capaci- Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 56).
tiva SEÇÃO 8
Podemos seguir em frente?
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 53). Características dos
rotores de geradores
Nas cargas capacitivas ocorre o SEÇÃO 9
acúmulo de energia em seu cam- Os rotores dos geradores síncro-
po elétrico, que é devolvida ao nos podem ser de polos lisos ou Reatância síncrona
gerador, não exercendo conju- polos salientes. Você estudará
gado frenante sobre o induzido, suas características a seguir. Após o período de transitório, a
assim como nas cargas indutivas. reatância é dada por (WEG S.A.,
1. Polos lisos: são rotores nos [200-]):
Em decorrência do efeito mag-
quais o entreferro é constante
netizante, é necessária uma redu-
ao longo de toda a periferia do
ção da corrente de excitação para E
núcleo de ferro. xd
manter o nível de tensão nominal, I
conforme apresentado na figura a
Sendo:
seguir.
▪ E = valor eficaz da tensão fase
a neutro nos terminais do gera-
dor, antes do curto-circuito;
▪ I = valor eficaz da corrente de
curto-circuito.
O conhecimento da grandeza da
reatância é importante, uma vez
que o valor da corrente no estator
Figura 47 - Variação da corrente de Figura 48 - Rotor de polos lisos após a ocorrência de um curto-
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 55).
excitação para manter a tensão de circuito nos terminais da máqui-
armadura constante na estará em função do valor da
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 54). 2. Polos salientes: são rotores reatância.
que apresentam uma desconti-
nuidade no entreferro ao lon-
go da periferia do núcleo de
ferro. Nesses casos, existem
as chamadas regiões interpola-
res onde o entreferro é muito
grande, tornando a saliência
dos polos visível.
Exemplo
Um gerador sem carga opera com uma tensão de 120 V. Quando se
impõe uma carga ao mesmo, sua tensão de saída é reduzida para 115 V.
Calcule sua regulação de tensão sabendo que sua corrente de campo não
é alterada (GUSSOW, 1985).
SEÇÃO 11
Perdas e eficiência
As perdas existentes no gerador são constituídas por: perdas no cobre
na excitação de campo, perdas no cobre da armadura e perdas mecâni-
cas. E a eficiência EF é dada pela razão entre a potência útil de saída e a
potência total de entrada (GUSSOW, 1985).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 45
Determine a eficiência do gerador:
746W
potência total de entrada 10hp 7460W
hp
potência útil de saída 5,5kW 5.500W
SEÇÃO 12
Potência em máquinas de polos salientes
Para Gussow (1985), a potência em máquinas de polos salientes pode ser
dada em função do ângulo de carga entre os fasores de tensão de fase
UF e a força eletromotriz induzida E0 e é dada por:
P m.U F .I F .cos M
Sendo:
m = número de fases;
UF = tensão de fase;
IF = corrente de fase.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 47
Unidade de
estudo 5
Seções de estudo
Seção 1 – Introdução
Seção 2 – Operação e funcionamento
Seção 3 – Servomotor
Motor Síncrono
SEÇÃO 1
Introdução
Um motor síncrono tem como uma de suas aplicações o controle do fa- Como citado anteriormente, o
tor de potência, absorvendo potência reativa da rede, e tem a vantagem motor síncrono é incapaz de atin-
de simultaneamente poder acionar uma carga no eixo. Caracteriza-se por gir a velocidade síncrona partindo
ter a mesma velocidade de rotação do campo girante da armadura em da inércia, sob carga, sem proce-
regime permanente e por não possuir conjugado de partida (NASCI- dimentos auxiliares para a partida,
MENTO JR., 2008). pois os dois polos formados no
Na prática, é comum realizar a partida de um motor síncrono como rotor não conseguem acompa-
se fosse um motor assíncrono e posteriormente excitar o indutor, ali- nhar a velocidade do campo mag-
mentando o enrolamento de campo com corrente contínua de forma a nético girante trifásico no estator
sincronizá-lo. (NASCIMENTO JR., 2008).
Uma forma de solucionar o pro-
blema da limitação do motor
SEÇÃO 2 síncrono na partida é realizar o
Operação e funcionamento acoplamento junto ao motor au-
xiliar e realizar o desacoplamento
Esta máquina síncrona possui dois tipos de enrolamento, o enrolamento a 90% da velocidade do campo gi-
trifásico no estator e o enrolamento com corrente contínua no rotor. rante, pois a partir desse momen-
Para o funcionamento como motor temos que aplicar uma tensão tri- to o motor síncrono conseguirá
fásica ao estator, responsável pela geração de um campo girante que buscar a sincronia com o campo
possui velocidade de acordo com o número de polos do enrolamento e magnético no estator.
com a frequência de alimentação (NASCIMENTO JR., 2008).
No enrolamento do rotor é aplicada uma tensão CC para que seja gera-
do um campo magnético constante que acompanhará o campo magné-
tico girante. Confira pela figura a seguir
MÁQUINAS ELÉTRICAS 49
O fornecimento de potência reativa capacitiva à rede (capacitor) é reali- Princípio de funciona-
zado elevando a corrente de excitação do rotor de forma que o campo
gerado nele seja maior do que o necessário para que o rotor acompanhe
mento e características
o campo girante (NASCIMENTO JR., 2008). O servomotor possui um enro-
Para que seja absorvida a potência reativa indutiva da rede (indutor), o lamento trifásico no rotor espe-
motor síncrono deve ser subexcitado, já que necessitará desse tipo de cialmente projetado para conferir
potência para manter o rotor em sintonia com campo girante. características especiais de velo-
Podemos utilizar como exemplo o triângulo das potências, em que a po- cidade, torque e posicionamen-
tência reativa capacitiva é fornecida por capacitores e a potência reativa to, não sendo possível ligar esse
indutiva é gerada pelas máquinas indutivas. Confira na figura a seguir. enrolamento a uma rede trifásica
convencional, apresenta tam-
bém uma configuração diferente
das demais máquinas síncronas
(NASCIMENTO JR., 2008).
O rotor é composto de diversos
imãs permanentes e em uma de
suas extremidades é instalado um
gerador de sinais que tem o obje-
tivo de fornecer parâmetros para
a velocidade e o posicionamento.
Para o acionamento do servomo-
tor é necessária a utilização de um
servoconversor, painel eletrônico
Figura 54 - Triângulo das potências e controle/ajustes de variáveis
Fonte: Nascimento Jr. (2008, p. 211). do servomotor (NASCIMENTO
JR., 2008).
A potência aparente é resultado da soma vetorial da potência ativa com O circuito elétrico que pode ser
a reativa e pode ser determinada multiplicando a corrente medida com utilizado como referência para a
a tensão aplicada. instalação de um servomotor é
apresentado na figura a seguir.
Podemos seguir adiante?
SEÇÃO 3
Servomotor
Introdução
MÁQUINAS ELÉTRICAS 51
Unidade de
estudo 6
Seções de estudo
Seção 1 – Introdução
Seção 2 – Visão geral
Seção 3 – Aspectos construtivos
Seção 4 – Princípios de funcionamento
Seção 5 – Velocidade síncrona
Seção 6 – Escorregamento
Seção 7 – Circuito equivalente
Seção 8 – Obtenção dos parâmetros do
circuito equivalente
Seção 9 – Equações gerais
Seção 10 – Características eletromecânicas
Seção 11 – Métodos de partida
Motores Trifásicos de Indução de
Corrente Alternada
MÁQUINAS ELÉTRICAS 53
Figura 57 - Universo tecnológico em motores elétricos
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 12).
SEÇÃO 2
Visão geral
A produção dos motores trifásicos assíncronos é realizada de acordo
com normas estabelecidas por algumas instituições em diversos países.
A normalização se faz necessárias para que haja uma padronização dos
mais diversos fabricantes, entre as instituições de normalização, pode-se
citar, segundo WEG S.A. ([200-?]):
MÁQUINAS ELÉTRICAS 55
Figura 59 - Rotores gaiolas
Fonte: Filippo Filho (2000, p. 297).
Estator e rotor
Nos motores normais os rotores são do tipo gaiola de esquilos (veja a
figura a seguir), os rotores e os estatores constituem o núcleo magnético
do motor.
Figura 61 - Gaiola
Fonte: Filippo Filho (2000, p. 64).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 57
A cada instante a somatória de todos os campos gerados H1, H2 e H3 Exemplo
cria um campo resultante “H”. Observe na figura a seguir que a am-
Determine a rotação de um mo-
plitude do campo “H” permanece constante ao longo do tempo e sua
tor 4 polos que opera em uma fre-
direção segue um movimento rotacional. Dessa forma, pode-se concluir
quência nominal de 60 Hz.
que para o motor com o enrolamento trifásico o campo magnético “H”
é “girante”, e esse campo girante induz tensões na barra do rotor que
geram corrente e como consequência é gerado um campo no rotor de
polaridade oposta à do campo girante (WEG S.A., [200-?], p. 30).
60 f 60 60
nS 1800rpm
p 2
SEÇÃO 5
Velocidade síncrona
A velocidade síncrona de um motor é definida como a velocidade de
rotação de um campo girante, e é dependente de dois fatores: frequência
da rede (f), dada em hertz e do número de pares de polos (p).
Construtivamente os enrolamentos podem possuir um ou mais pares
de polos que se encontram sempre alternadamente dispostos no enro-
lamento. A cada ciclo o campo magnético girante percorre um par de
polos, assim a velocidade do campo é dada pela expressão (FILIPPO
FILHO, 2000):
60. f 120. f
nS (rpm)
p 2p
Acompanhe o exemplo.
SEÇÃO 6
Escorregamento (s)
Com a aplicação de uma carga ao
Considerando que o rotor esteja girando na velocidade constante de rotor, ocorre a redução da veloci-
“n” rpm no mesmo sentido que o campo girante do estator, sendo nS dade com o consequente aumento
rpm a velocidade síncrona do campo de estator, dado pela equação 37 do escorregamento, da frequência
apresentada anteriormente. da corrente no rotor e da sua for-
A diferença entre a velocidade síncrona e a velocidade do rotor é citada ça eletromotriz induzida. Com o
usualmente como escorregamento do rotor. O escorregamento é ge- aumento da corrente induzida no
ralmente definido como uma fração da velocidade síncrona (FILIPPO rotor, tem-se um aumento na cor-
FILHO, 2000): rente primária no estator com me-
Inserir destaque lhor fator de potência produzindo
maior potência mecânica e exigin-
do maior potência da rede. A con-
dição de equilíbrio entre o torque
nS n gerado pelo motor e o torque re-
S
nS sistente da carga ocorre quando o
motor está à plena carga.
O fator de potência varia de 0,8
Sendo: em motores de baixas potências,
próximas a 1 cv, para cerca de 0,95
▪ nS = velocidade síncrona (rpm);
para motores de maiores potên-
▪ n = velocidade rotórica (rpm); cias, acima de 150 cv. Com cargas
▪ s = escorregamento. acima da plena carga, o fator de
potência se aproxima de um máxi-
Quando um motor gira com uma velocidade diferente da velocidade mo e então decresce rapidamente.
do campo girante (velocidade síncrona), circularão correntes induzidas Os caminhos do conhecimento
no rotor, quanto maior a carga maior será o conjugado necessário para são muitos, você já trilhou alguns
acioná-la. nesta caminhada, agora é hora de
A obtenção de um maior conjugado pode ser conseguida aumentando estudar os circuitos, acompanhe.
a diferença entre as velocidades do rotor e do campo girante no estator
para que os campos gerados e as correntes induzidas sejam maiores. Na
condição do motor trabalhando a vazio (sem carga), o mesmo apresen- SEÇÃO 7
tará uma rotação muito próxima à rotação síncrona. Circuito equivalente
A frequência da corrente induzida no rotor é dada pelo produto da fre-
quência da corrente no estator pelo escorregamento, ou seja (FILIPPO Para determinar as características
FILHO, 2000): de operação do motor de indução
trifásico e sua influência na rede
MÁQUINAS ELÉTRICAS 59
elétrica, é necessário representar os parâmetros do motor por meio de
circuito elétrico equivalente (FILIPPO FILHO, 2000).
Considerando o motor elétrico uma carga equilibrada, o mesmo pode
ser representado apenas por uma fase, ficando subentendido que as ten-
sões e as correntes nas demais fases podem ser obtidas por um simples
deslocamento adequado da fase, + 120o para motores trifásicos.
O circuito equivalente nos possibilita analisar as perdas no “cobre” e no
“ferro, potência mecânica, conjugado, corrente no estator, assim como
demais fatores.
O circuito equivalente do motor é muito parecido com o circuito equiva-
lente do transformador visto anteriormente (FILIPPO FILHO, 2000).
Sendo:
E2 tensão induzida “por fase”
quando o rotor está bloquea-
do;
X2 reatância de dispersão
“por fase”;
R2 resistência do rotor “por
fase”.
E2
I2
R2 2
S
x 22
R 2r 1 s
R 2r .R2r
s s
MÁQUINAS ELÉTRICAS 61
A próxima seção lhe reserva um assunto muito interessante e necessário Ensaio em vazio
para que você continue a explorar conhecimentos sobre circuitos.
No ensaio em vazio é aplicada a
tensão nominal do motor e moni-
SEÇÃO 8 toradas as correntes (A) em cada
fase com o auxílio do amperíme-
Obtenção dos parâmetros do circuito equivalente tro, as tensões (V) em cada fase
com o auxílio do voltímetro e
as potências ativa (kW) e reativa
A determinação dos parâmetros do circuito equivalente é realizada por (kVAr) com o auxílio do wattíme-
meio do ensaio em vazio e do ensaio com o rotor bloqueado. tro.
O ensaio em vazio é realizado sem acoplamento de carga no motor, Sendo neste ensaio a rotação do
sendo assim o escorregamento se torna muito próximo de zero (s→0), motor muito próxima à rotação
pois sua velocidade de rotação fica muito próxima da velocidade síncro- síncrona, conforme citado ante-
na. Deve-se considerar que embora sem acoplamento de carga externa, riormente, temos o escorrega-
incidirá uma pequena carga mecânica decorrente do sistema de venti- mento muito baixo (s→0) .
lação e dos atritos mecânicos da própria máquina. O ensaio em vazio
Considerando que toda a corren-
nos motores equivale ao ensaio em circuito aberto nos transformadores
te flua pelo ramo central, pode-se
(FILIPPO FILHO, 2000).
determinar Rf e Xf pelas equações
No ensaio com o rotor bloqueado o escorregamento é igual a 1, e a re- a seguir:
sistência variável, conforme você acompanhou na figura anterior, equi-
vale a um curto-circuito. O ensaio com rotor bloqueado nos motores
equivale ao ensaio de curto-circuito nos transformadores.
Visando simplificar a determinação dos parâmetros elétricos, através do
ensaio em vazio e do ensaio com o rotor bloqueado, pode-se realizar
algumas alterações no circuito obtendo o circuito demonstrado na figura
a seguir.
Pb Qb
X
I 12 I 12
R 2r R R1
MÁQUINAS ELÉTRICAS 63
Exemplo 1
Um motor 4 polos, 60 Hz, opera com escorregamento de 2%. Determi-
ne a sua velocidade síncrona e calcule a frequência induzida no secundá-
rio e a velocidade relativa entre o campo girante e o rotor.
120 f 120 60
nS 1.800rpm
2p 4
A relação do escorregamento com a velocidade síncrona
é dada por:
nS n
s
nS
A velocidade do rotor é dada por:
f2 s f1 0,05 60 3Hz
A velocidade relativa é determinada por:
Exemplo 2
Um motor de indução trifásico de 60 cv trabalha na frequência de 60
Hz, com IN = 143 A, 220 V, n = 1.775 rpm. Esse motor apresentou os
seguintes resultados nos ensaios: a vazio 3.440 W e 22.400 VAr e com
o rotor bloqueado 2.400 W e 4.160 VAr. O valor da resistência ôhmica
medida por fase na bobina do estator foi de 15 mΩ. Calcule os parâ-
metros do circuito elétrico equivalente considerando que as perdas por
atrito e ventilação chegam a 750 W.
220 60
Tensão / fase = 127V Pot. / fase = 20cv
3 3
1272 1272
Rf 11,55ɏ
750 3440 3 Xf
22400 3
2,16ɏ
2400 3
R 0 ,039 4160 3
1432 X 0,68
143 2
R2r 0,039 0,015 0,014
A potência elétrica absorvida da rede pelo motor elétrico trifásico para a A potência mecânica tida como
conversão em potência mecânica é dada por referência ao circuito da Figura 69
(FILIPPO FILHO, 2000): (Circuito equivalente aproxima-
do) é dada por:
Sendo:
▪ VL = tensão da linha (V);
▪ IL = corrente da linha (A);
▪ f = defasagem entre a tensão e a corrente;
▪ cos φ = fator de potência do motor.
Sendo
Pfase = V1.I1.cosφ
A potência mecânica no eixo é dada por:
Pmec C.w C.2. . f
MÁQUINAS ELÉTRICAS 65
SEÇÃO 10
Pmec 3.R2r .
1 s 2
.I2 r Características eletro-
s
mecânicas
O conjugado alcançado pelo motor é dado por:
Pela equação (54) é possível con-
cluir que o conjugado varia em
3.R2r .I22
C função do quadrado da tensão.
S .s
Na velocidade síncrona o conju-
A corrente no rotor:
gado é igual a zero e o comporta-
mento do conjugado em relação
V1
I2r
2
à variação de velocidade pode ser
1 S verificado na figura a seguir. Os
R R2r . X2
S pontos apresentados são especifi-
cados pela NBR 7094 da ABNT,
que você estudará a seguir.
E aplicando-se (52) em (53) temos:
3 R2r V12
C . . 2
S s 1 s
R R2r X2
s
Exemplo 3
Considerando apenas o ensaio a vazio para o circuito equivalente do
exemplo 2, determine a corrente a vazio do motor.
127 0 o 127 0 o
IR o
11,00 0 o IX 58,80 90 o
11,55 0 2,16 90 o
Conforme as características de
conjugado em relação à velocida-
de e corrente de partida, os moto-
res de indução trifásicos são clas-
sificados em categorias que visam
atender a um determinado tipo de
carga. A norma (NBR 7094) de-
fine essas categorias da seguinte
forma:
Figura 70 - Curva conjugado x rotação
Fonte: Weg S.A. (2000, p. 55).
a. categoria N – conjugado de
Sendo : partida normal, corrente de
partida normal e baixo escor-
▪ C0 = conjugado básico, calculado em função da potência e velocida- regamento. Constitui a maioria
de síncrona; dos motores encontrados no
mercado, utilizados no aciona-
mento de cargas normais, com
7094 P(cv ) 9555 P(kW ) baixo conjugado de partida,
C 0 (Nm)
n S (rpm) n S (rpm) tais como bombas, ventilado-
res e máquinas operatrizes;
716 P(cv ) 794 P(kW )
C 0 (kgfm)
n S (rpm) n S (rpm) b. categoria NY – o mesmo que
a categoria N, porém é prevista
para partida Y-∆;
MÁQUINAS ELÉTRICAS 67
d. categoria HY – o mesmo que a categoria H, porém prevista para causar danos ao equipamento. Os
partida Y-∆; sistemas mais comumente utiliza-
dos são:
e. categoria D – conjugado de partida alto, corrente de partida normal
e alto escorregamento ( s > 5%). ▪ chave estrela-triângulo;
▪ chave série-paralelo;
▪ chave compensadora e partida
eletrônica (soft-starter).
Desvantagens:
▪ a tensão de rede deve ser a
mesma tensão em triângulo do
motor;
▪ o conjugado de partida se
reduz a 1/3 do conjugado de
partida nominal do motor;
▪ a partida estrela-triângulo só
pode ser implementada nos mo-
Figura 73 - Ligação estrela-triângulo tores que possuem seis bornes;
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 53). ▪ se o motor não atingir no
mínimo 90% de sua velocida-
Partida com chave compensadora (autotransorma- de nominal, o pico de corrente
na comutação de estrela para
dor)
triângulo será muito próximo ao
A partida com chave compensadora também visa reduzir a corrente de pico de corrente em uma partida
partida, pode ser realizada com motores sob carga e, assim como na direta, tornando-se prejudicial
partida estrela-triângulo, garante um conjugado suficiente para a partida aos sistemas e aos contatores.
e a aceleração de motor.
A redução na tensão na chave compensadora é realizada por meio de um
autotransformador que geralmente possui taps de 50%, 65% e 80% da
tensão nominal (WEG S.A., [200-?]).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 69
Partida com chave- Partida com chave sé- Soft-starter
compesadora rie-paralelo A chave eletrônica de partida con-
Vantagens: Na partida em série-paralelo o siste em um conjunto de pares de
motor deve ser apto para traba- tiristores, um em cada borne de
▪ é possível a variação do tap de potência do motor. O ângulo de
lhar em duas tensões, sendo a
65% para 80% da tensão da rede, disparo de cada par de tiristores é
menor delas igual à da rede e as
de modo que o motor possa controlado eletronicamente para
outras duas vezes maior.
partir satisfatoriamente; uma tensão variável durante a
Para a implementação deste tipo
▪ na partida com o tap de 65% a de partida é preciso que o motor aceleração do motor, comumente
corrente de linha é muito próxi- possua nove terminais, partindo chamada de partida suave (soft-
ma à corrente da chave estrela- o motor com ligação série, em starter). Diferentemente dos siste-
triângulo, no entanto, na passa- 220 V, e após atingir sua rotação mas de partida apresentados até
gem da tensão reduzida para a nominal é realizada a comutação então, não existem picos abruptos
tensão da rede, o segundo pico para a ligação em paralelo. de correntes, assim, consegue-se
de corrente é menor em relação obter uma corrente muito pró-
à chave estrela-triângulo, pois o xima à corrente nominal do mo-
autotransformador por um breve tor com uma pequena variação
período se torna uma reatância. (WEG S.A., [200-?]).
Uma grande vantagem na utiliza-
Desvantagens: ção da partida eletrônica é a au-
sência de arco elétrico, comum
▪ limitação da frequência de nas chaves mecânicas, o que faz
manobras;
com que a vida útil deste tipo
▪ o custo da chave da compen- de equipamento seja bem maior.
sadora é bem maior que o custo Uma comparação entre as corren-
da chave estrela-triângulo em de- tes e os conjugados de partida di-
corrência do autotransformador; reta e parida com soft-starter pode
▪ em consequência do tamanho ser observada na figura a seguir:
do autotransformador, a utiliza-
ção de quadros maiores se faz
necessária , elevando o preço do
conjunto.
5. Conjugado da carga.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 71
Unidade de
estudo 7
Seções de estudo
Seção 1 – Introdução
Seção 2 – Princípios de funcionamen-
to
Seção 3 – Partida e funcionamento
normal de motores monofásicos de
indução
Seção 4 – Ensaio em motores mono-
fásicos
Motores Monofásicos
SEÇÃO 1
Introdução
Você sabe onde utilizamos os mo- Um campo magnético é criado gue partir sem dispositivo auxiliar
tores monofásicos? quando uma bobina é percorri- (WEG S.A., [200-?]).
da por uma corrente elétrica e a O desenho esquemático de um
Eles são utilizados na indústria orientação do mesmo será con- motor elementar monofásico é
e principalmente em aplicações forme o eixo da bobina, sua am- apresentado a seguir.
prediais e residenciais, tais como plitude será proporcional à cor-
ventiladores, condicionadores de rente aplicada.
ar e bombas d’água. A tensão de Pode-se verificar na figura a seguir
alimentação pode ser de 110 ou que um “enrolamento monofási-
220 V, podem ser ligados entre co” percorrido por uma corrente
fase e neutro ou entre fase e fase, “I” gera um campo “H”. Para a
conectados a uma rede bifásica, o exemplo apresentado, temos
sempre em corrente alternada. um par de polos, cujas contribui-
São geralmente utilizados em apli- ções são somadas para geração do
cações que exijam baixa potência. campo “H”. O fluxo magnético
Os motores monofásicos utilizam atravessa o núcleo do rotor e se Figura 76 - Desenho esquemático do
dispositivos que auxiliam na par- fecha através do núcleo do esta- motor monofásico elementar
tida, possibilitando sua aceleração tor. Fonte: Filippo Filho (2000, p. 212).
(FILIPPO FILHO, 2000).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 73
Cada campo pode ser analisado individualmente, a figura a seguir apre-
senta a curva do conjugado motor desenvolvido por cada um dos cam-
SEÇÃO 3
pos girantes. No primeiro quadrante temos a representação do conjuga- Partida e funcionamen-
do no sentido horário e no segundo quadrante temos o conjugado no to normal de motores
sentido anti-horário.
monofásicos de indução
A classificação de motores de in-
dução monofásicos é comumente
relacionada ao método de partida
utilizado.
A definição do tipo de motor
apropriado para determinada apli-
cação é baseada em
▪ ciclo de serviço;
▪ necessidade de conjuga-
do de partida e de rotação
Figura 78 - Conjugado motor de cada campo girante normal da carga;
Fonte: Filippo Filho (2000, p. 212).
▪ limitações na corrente de
partida.
Para qualquer um dos sentidos que o motor iniciar o movimento de
rotação, o campo girante irá gerar ação motora, da mesma forma que os
motores de indução trifásicos após a partida.
Geralmente os motores monofá-
sicos são projetados e fabricados
Você pode observar que com NS = 0, a partida é impossibilitada, pois
para aplicações específicas, visan-
existe uma oposição de conjugados gerados pelos campos girantes.
Mesmo após a partida existirá um campo girante oposto ao sentido de do à redução de custo.
giro, opondo-se ao conjugado do motor (FILIPPO FILHO, 2000).
Agora você conhecerá o motor
monofásico e suas especificida-
O conjugado de frenagem que se opõe ao movimento do motor pos- des.
sui menor intensidade do que o conjugado de rotação do motor e o
conjugado líquido do motor é a diferença entre esses dois conjugados,
conforme apresentado na figura a seguir, na qual você também poderá
constatar que o conjugado líquido na partida é nulo. Motor monofásico
com fase auxiliar
Os motores monofásicos de fase
auxiliar possuem dois enrolamen-
tos de estator, um enrolamento
auxiliar (a) e um enrolamento
principal (m), deslocados entre si
em 90° elétricos, conforme apre-
sentados na Figura 80.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 75
O rendimento, o fator de potência
e as pulsações de conjugados po-
dem ser melhorados em relação
aos motores monofásicos citados
anteriormente, pois o projeto do
enrolamento auxiliar e do capaci-
tor de partida é determinado para
uma carga específica e as pulsa-
ções são eliminadas uma vez que
o capacitor age como um reser-
vatório de energia aplainando as
pulsações da potência fornecida
pela alimentação monofásica.
Suas principais aplicações são em
Figura 81 - Motor de capacitor de partida: (a)ligações, (b) diagrama fasorial da ventiladores de condicionadores
partida, (c) característica de conjungado-velocidade típica de ar e ventiladores de teto.
Fonte: Weg S.A. (2006, p. 12).
Assim como nos motores de fase auxiliar, o enrolamento auxiliar dos Motor monofásico com
motores tipo capacitor de partida também é desligado antes de atingir a dois capacitores
rotação nominal. O conjunto enrolamento auxiliar/capacitor é projeta-
Os motores monofásicos com
do para trabalhar de modo descontínuo (WEG, 2006).
dois capacitores são projetados
Com a utilização do capacitor de partida é possível que a corrente do para se obter um bom desempe-
enrolamento auxiliar Ia com o rotor parado esteja adiantada em 90° elé- nho tanto na partida quanto no
tricos em relação aà corrente do enrolamento principal Im. funcionamento. Você conhecerá
O motor do tipo capacitor de partida possui conjugado de partida ele- na figura a seguir uma forma de
vado. Suas principais aplicações são: bombas, equipamentos de refrige- se obter esse resultado.
ração, condicionamento de ar, compressores e demais cargas que exijam
maiores conjugados de partida.
Acompanhe o exemplo!
Exemplo
Segundo o catálogo de um fabri-
cante, um motor de indução mo-
Figura 83 - Motor de capacitor de dois calores e característica de nofásico possui as seguintes ca-
conjugado-velocidade típica racterísticas: potência 2 cv, 3.510
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 14). rpm (2 polos), corrente nominal
12,0 A, na tensão de 220 V. Calcu-
le a corrente e o fator de potência
O capacitor de partida é desligado pela chave centrífuga após a partida para uma tensão de 115 V com
do motor, sua capacitância é bem maior do que o capacitor permanente rendimento do motor de 70%.
e seu posicionamento está em paralelo com o mesmo. Em série com
o enrolamento auxiliar está o capacitor permanente, que possui baixo
valor de capacitância.
Os capacitores de partida mais utilizados são do tipo eletrolítico para CA e
Pmec 736.2,0
fabricados para serviço de partida de motores, já os capacitores permanen- Pel 2102 W
0,7
tes geralmente são a óleo, de capacitância em torno de 40 μF.
S VL .I L 220.12 2640 VA
P 2102
FP cos 0,796
Motor de polos sombreados S 2640
Pel VL .I L . cos
O motor de polos sombreados é tipicamente utilizado para potências
2102
bastante reduzidas, menores do que 0,1 cv. A bobina de arraste tem IL 23,0 A
polos salientes e uma parte de cada polo é envolvida por uma espira 115.0,796
curto-circuitada de cobre, a chamada bobina de arraste.
O fluxo gerado pelas correntes induzidas na parte do polo onde se en-
contra a bobina de arraste sofre um atraso em relação ao fluxo na outra
parte do polo e como consequência é criado um campo girante que se
A próxima seção traz informa-
desloca em direção à parte com a bobina e um pequeno conjugado de
ções que lhe possibilitará apren-
partida é criado. Na Figura 84 (a) pode ser observado o posicionamento
der descobrindo novas dimensões
da bobina de arraste e do enrolamento principal e na Figura 84 (b) é
e novos significados.
apresentada a característica de conjugado-velocidade.
SEÇÃO 4
Ensaio em motores
monofásicos
MÁQUINAS ELÉTRICAS 77
RPRIMÁRIO = 6,25 Ω I 2A
O procedimento descrito visa
apenas nortear a realização RSECUNDÁRIO= 6,25 Ω u
Z SECUNDÁRIO 12,92
do ensaio. As característi- i
cas da máquina apresentada Monte o circuito conforme apre- U 25,83 Volts
neste roteiro deverão apenas sentado na figura a seguir:
servir como referência.
SECUNDÁRIO 61,070
Ensaio em motores
monofásicos com I 2A
capacitor permanente u
Z PRIMÁRIO 14,35
i
U 28,70 Volts 3. Determinar a velocidade do
O objetivo deste ensaio é avaliar
os parâmetros do motor mono- campo girante pela seguinte
fásico com capacitor permanente expressão:
tais como: velocidade, torque e
características elétricas.
Eleve a tensão no enrolamento 120. f
Especificações da máquina anali- nS 1800rpm
secundário até obter o valor de
sada: motor monofásico com ca- 2p
2 A no amperímetro. Desligue a
pacitor permanente 0,5 cv, 220 V,
fonte e calcule a impedância do
1.610 rpm.
secundário ZSecundário como segue:
4. Monte o circuito conforme
apresentado na Figura 85.
Procedimento
5. Acople o dinamômetro, com
1. Medir com o auxílio de um regulagem inicial em 0 V, ao
ohmímetro as resistências do motor monofásico.
enrolamento primário e do en-
rolamento secundário:
Potência
Carga W HP
aparente
(N.m) Eixo Eixo
total (VA)
0 0 0 157,2
0,35 64 0,086 243,6
0,7 127 0,170 288,0
1 179 0,240 351,6
1,4 246 0,330 435,6
P(W ) 133
cos avazio 0,85
S(VA) 157
P(W ) 344
cos àplenac arg a 0,98
S(VA) 351,6
MÁQUINAS ELÉTRICAS 79
11. Determine a eficiência a partir da seguinte relação:
Q Sen S 69,97VAr
CV 736
IN 3,0 A
120V Cos
MÁQUINAS ELÉTRICAS 81
Unidade de
estudo 8
Seções de estudo
Seção 1 – Introdução
Seção 2 – Princípios de funcionamento
Seção 3 – Aspectos construtivos
Seção 4 – Excitação de campo
Seção 5 – Circuito equivalente do gerador CC
Seção 6 – Equações da tensão no gerador e
regulação de tensão
Seção 7 – Perdas e eficiência de uma máqui-
na CC
Geradores de Corrente Contínua
SEÇÃO 1
Introdução
O gerador CC é uma máquina que Podemos observar na figura a seguir o posicionamento da espira em três
realiza a conversão de energia me- momentos diferentes e o gráfico da f.e.m. com seu formato senoidal.
cânica de rotação em energia elé-
trica. Existem diversas fontes que
podem fornecer a energia mecâ-
nica necessária, tais como: vapor,
óleo diesel, queda-d’água, motor
elétrico, entre outras.
A aplicação da corrente contínua
ocorre em vários setores indus-
triais, tais como: cargas de bate-
rias e acumuladores, eletroímãs
de aplicações industriais, tração
elétrica e instalações de eletroquí-
micas.
SEÇÃO 2
Princípios de funciona-
Figura 86 - Princípio de funcionamento do gerador CC
mento Fonte: SENAI (1997, p. 33).
O gerador CC mais simples é Uma forma de retificar o formato senoidal da f.e.m. apresentada é pela
composto por um enrolamento utilização de um comutador que é formado por segmentos de cobre. Na
de armadura contendo uma úni- figura a seguir podemos observar o comportamento da f.e.m. em função
ca espira que é interceptada pelo da posição da espira para cinco posições diferentes, formando um ciclo
campo magnético gerado. completo de rotação (SENAI, 1997).
Com o movimento de rotação da
espira ocorre a variação do fluxo
magnético e em decorrência dessa
variação surge uma f.e.m. (Lei da
Indução Magnética).
f .e.m
t
MÁQUINAS ELÉTRICAS 83
DAE - Divisão de assistência às empresas Armadura
Para o gerador CC a armadura
realiza movimento de rotação em
decorrência de uma força mecâ-
nica externa e a tensão gerada na
mesma é ligada a um circuito ex-
terno.
Para o motor de corrente contí-
nua a armadura recebe a corrente
proveniente de uma fonte elétrica
externa que faz com que a arma-
dura gire, em decorrência desse
movimento de rotação a armadu-
ra também é chamada de rotor.
Figura 87 - Forma de onda da f.e.m. x posição da espira
Fonte: SENAI (1997, p. 33). Comutador
Comutador é o dispositivo res-
Na posição IV da figura a seguir a bobina apresenta a máxima f.e.m., ponsável pela conversão da cor-
com o condutor escuro na frente do polo N e o branco na frente do rente alternada que circula pela
polo S, “B” será sempre positiva e “A” sempre negativa enquanto for armadura em corrente contínua.
mantida a rotação indicada pela seta circular e o sentido de campo. O comutador, conforme figura
apresentada a seguir, é composto
de um par de segmentos de cobre
para cada enrolamento da arma-
dura, sendo estes isolados entre si
e isolados do eixo, uma vez que
são fixados no mesmo. No chas-
si da máquina são montadas duas
escovas fixas que possibilitam o
contato com segmentos opostos
do comutador (GUSSOW, 1985).
SEÇÃO 3
Aspectos construtivos
As principais partes que compõem os geradores de corrente contínua
são basicamente as mesmas dos motores de corrente contínua.
Agora você conhecerá em detalhes cada uma das partes que compõem
os geradores de corrente contínua.
SEÇÃO 4
Excitação de campo
O tipo de excitação de campo utilizado define o nome dos geradores
CC. Quando a excitação é realizada por uma fonte CC separada, como
por exemplo uma bateria, ele é denominado de gerador de excitação
separada.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 85
Figura 91 - Autoexcitados
Fonte: Gussow (1985, p. 255).
SEÇÃO 5
Circuito equivalente do gerador CC
As relações entre tensão e corrente num circuito equivalente de um ge-
rador CC são, de acordo com a Lei de Ohm, conforme apresentado na
figura a seguir (GUSSOW, 1985):
Vta = Vg - Ia ra
Vt = Vg - Ia (ra + rs)
IL = Ia – Id
Sendo:
Exemplo 1
Vg k n
Considere um gerador CC de 200 kW e 250 V, com uma corrente na
armadura de 600 A, uma resistência na armadura de 0,020 Ω e uma pZ
k
resistência de campo em série de 0,004 Ω. Determine a tensão gerada 60b 10 8
na armadura considerando que o gerador opera a 1.800 rotações por
minuto (rpm) impostas por um motor.
Pode-se concluir a partir da análi-
se da equação acima que a f.e.m.
Vg = Vt + Ia (ra + rs) induzida é proporcional à razão
Vg = 250 + 600 (0,020 + 0,004) = 250 + 14,4 = 264,4 V com que o fluxo está sendo inter-
ceptado.
Acompanhe outro exemplo.
SEÇÃO 6
Equações da tensão no gerador e regulação de Exemplo 2
tensão Considere um gerador com sua
rotação de 1.800 rpm e tensão 120
Em um gerador a tensão média Vg pode ser determinada pela seguinte V, determine a tensão gerada para
equação: as seguintes condições:
MÁQUINAS ELÉTRICAS 87
tes da rotação da máquina. Podem
ser descritas da forma seguinte.
Vg1 k 1 n1
ou 1. Perdas no cobre
Vg1
k
1 n1 b. Perdas I2R na armadura.
c. Perdas de campo:
Exemplo 4
Um gerador em derivação possui uma resistência de campo de 40 Ω e
uma resistência de armadura de 0,4 Ω. Observe a figura a seguir. Consi-
derando que o gerador entrega para a carga uma corrente de 30 A com
uma tensão no terminal de 120 V, determine:
a. a corrente de campo;
b. a corrente de armadura;
c. as perdas no cobre;
MÁQUINAS ELÉTRICAS 89
a. I Vt 120
3A
d
rd 40
Ia IL Id 30 3 33A I a IL Id 30 2 32A
b. Perda na armadura=
I 2a ra 332 (0,4) 435,6W I A2 ra 322 (0,4) = 435,6W
Mais uma unidade de estudo chega ao fim e por meio de exemplos você
pôde acompanhar o funcionamento do gerador CC. Todo o conteúdo
desta unidade proporcionou novos comnhecimentos garantindo à sua
prática profissional uma aprendizagem efetiva.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 91
Unidade de
estudo 9
Seções de estudo
Seção 1 – Introdução
Seção 2 – Princípios de funcionamento
Seção 3 – Torque
Seção 4 – Forças contraeletromotriz
Seção 5 – Circuitos equivalente do mo-
tor CC
Seção 6 – Velocidades de um motor
Seção 7 – Tipos de motores
Seção 8 – Requisitos de partida dos
motores
Motores de Corrente Contínua
SEÇÃO 1
Introdução
Em função de seu princípio de
funcionamento, os motores CC
possibilitam variar a velocidade
de zero até a velocidade nominal
aliada à possibilidade de se ter um
conjugado constante. Essa carac-
terística se torna muito importan-
te em aplicações que exigem uma
grande variação de rotação com
Figura 94 - Linhas de força
uma ótima regulação e precisão
Fonte: Gussow (1985).
de velocidade.
SEÇÃO 3
SEÇÃO 2 Torque
Princípio de funciona- O torque (T) gerado por um motor CC é proporcional à intensidade do
mento campo magnético e à corrente de armadura, sendo dado por:
MÁQUINAS ELÉTRICAS 93
E os parâmetros ra, rs, rd, IL, e Id representam as mesmas grandezas defi-
n Z p nidas no circuito equivalente de um gerador CC. Uma comparação entre
Vg
60 108 a o circuito equivalente de um gerador e o circuito equivalente de um
motor mostra que a única diferença está no sentido da corrente na linha
Sendo: e na armadura.
▪ Vg = força contraeletro-
motriz (V);
▪ n = velocidade angular
(rpm);
▪ Z = número de conduto-
res eficazes;
▪ p = número de polos;
▪ a = pares de ramais in-
ternos que dependem do
tipo de enrolamento.
SEÇÃO 5
Circuito equivalente do
motor CC
Figura 95 - Circuito equivalente de um motor CC
As relações entre as tensões e a Fonte: Gussow (1985).
corrente num circuito equivalente
de um motor CC são as seguintes:
Veja o exemplo.
Exemplo 1
Vta Vg I a ra
Calcule a f.c.e.m. de um motor quando a tensão no terminal é de 120 V
Vt Vg I a (ra rs ) e a corrente na armadura de 25 A. A resistência da armadura é de 0,16 Ω
e a corrente de campo pode ser desprezada. Qual é a potência produzida
IL Ia Id
pela armadura do motor? Qual é a potência liberada para o motor em
quilowatts?
a.
Sendo
Exemplo 2
Um motor CC em derivação apresenta uma rotação de 1.800 rpm sem
carga, quando uma carga é imposta ao mesmo, sua velocidade é reduzida
para 1.720 rpm. Determine a regulação de velocidade.
Motor série
MÁQUINAS ELÉTRICAS 95
SEÇÃO 8
Requisitos de partida
dos motores
Há duas exigências durante a par-
tida dos motores, veja!
▪ Motor e linha de alimentação
devem estar protegidos contra
correntes elevadas no período
de partida, para tanto, é colocada
uma resistência em série com o
circuito da armadura.
Figura 97 - (a) Diagrama esquemático, (b) curvas da velocidade x carga, torque x ▪ O torque de partida no motor
carga deve ser o maior possível para
Fonte: Gussow (1985). fazer o motor atingir a sua velo-
cidade máxima no menor tempo
possível.
Sendo:
▪ Rs = resistência de partida (Ω);
▪ Vt= tensão do motor (V);
▪ Is = corrente de partida dese-
jada na armadura (A);
▪ ra =resistência da armadura
(Ω).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 97
Finalizando
O objetivo destes conteúdos foi lhe apresentar características construtivas e funcionais de má-
quinas elétricas e uma breve noção sobre geração de energia, conhecimentos que se fazem ne-
cessários para sua atuação no ramo da eletromecânica.
Iniciamos com o estudo dos transformadores, pois a partir desses conhecimentos o entendi-
mento das demais máquinas elétricas pôde ser facilitado. Assim, foram tratados separadamente
os transformadores monofásicos e trifásicos.
A determinação da sequência das unidades de estudo apresentadas visou agrupar as principais
características das máquinas elétricas de forma a lhe possibilitar uma comparação entre as mes-
mas.
Você teve ainda um breve capítulo sobre geração de energia, proporcionando uma visão geral
com relação ao assunto. Um estudo mais aprofundado referente a máquinas primárias para a
geração de energia não fez parte do escopo desta unidade curricular, cabendo a você, de acordo
com a necessidade e interesse, a busca de materiais complementares sobre o assunto.
Bons estudos.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 99
Referências
▪ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7094: máquinas
elétricas girantes: motores de indução: especificação. Rio de Janeiro, 2003.
▪ WEG S.A. Manual de geração de energia: módulo 4. Jaraguá do Sul: Weg, [200-?]a.