Experiência e expectativa equivalem a categorias como espaço e
tempo. Não há expectativa sem experiência, nem experiência sem
expectativa. Essas duas categorias remetem a condição humana universal. Deve-se, portanto, compor a história a partir de dois modo de ser: o da recordação e da esperança. A tese de Koselleck, é que a experiência e a expectativa são duas categorias adequadas para nos ocuparmos com o tempo histórico, pois elas entrelaçam passado e futuro. A história concreta amadurece em meio a determinadas experiências e expectativas. O que é experiência para Koselleck? É o passado atual, aquele no qual os acontecimentos foram incorporados e podem ser lembrados. Na experiência se funde tanto a elaboração racional a quanto as formas inconscientes de comportamento, que não estão mais, ou que não precisam mais estar no conhecimento. Além disso, a experiência de cada um sempre está contida e conservada uma experiência alheia. Nesse sentido, a história é concebida como um conhecimento das experiências alheias, p 309-310. A expectativa, por outro lado, é ligada ao pessoal e ao impessoal, e se forja no hoje, no passado e no futuro, para o que pode ser previsto, planejado, vislumbrado, manifestando-se através do medo, da esperança, do desejo, da vontade, da inquietude. Os estratos de tempos que podem ser extraídos da experiência. Toda narração da experiência ela salta por cima dos tempos, triangulando presente, passado e expectativas em relação ao futuro que está por vim. Horizonte de expectativa quer dizer aquela por trás da qual se abre no futuro uma novo espaço da experiência, mas que não pode ser contemplado. A experiência é uma reelaboração dos acontecimentos passados por meio de uma narrativa. As expectativas são baseadas na nossa experiência. As experiências se sobrepõem, se impregnam umas nas outras. A estrutura temporal da experiência, não pode ser evocada sem uma expectativa retroativa. Quando rompemos com o horizonte de expectativa criamos, pois, uma experiência nova. É da tensão entre a experiência e expectativa que, de uma forma deferente, suscita novas soluções, fazendo surgir o tempo histórico.