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O ESTRESSE E SUA

RELAÇÃO COM O
SITEMA DIGESTÓRIO.
Professora Rita de Cássia

Nomes: Andressa Souza

Carolyne Dias

Helena Franca

Thaina Neves
I. INTRODUÇÃO

A palavra estresse caracteriza um mecanismo fisiológico do organismo sem o qual nós,


nem os outros animais, teríamos sobrevivido. Se nosso antepassado das cavernas não
reagisse imediatamente, ao se deparar com uma fera faminta, não teria deixado
descendentes. Nós existimos porque nossos ancestrais se estressavam, isto é, liberavam
uma série de mediadores químicos, que provocavam reações fisiológicas para que,
diante do perigo, enfrentassem a fera ou fugissem.

É pela ação desses mediadores que, num momento de pavor, os pelos ficam eriçados, o
batimento cardíaco e a pressão arterial aumentam, o sangue é desviado do aparelho
digestivo e da pele, por exemplo, para os músculos que precisam estar fortalecidos para
o combate ou para a fuga. Vencido o desafio, vem a fase do pós-estresse. Quem já
passou por um susto grande sabe que depois as pernas ficam trêmulas e, às vezes, andar
é impraticável.

No entanto, o estresse do mundo moderno é muito diferente do que existia no passado.


Resulta do acúmulo de pequenos problemas que se repetem todos os dias. A
promissória a vencer no banco e o compromisso com hora marcada prejudicado pelo
congestionamento inexplicável não liberam mediadores na quantidade necessária para
enfrentar um animal ameaçador, mas a cronicidade do estímulo estressante acarreta
consequências danosas ao nosso organismo.

II. O ESTRESSE NO SISTEMA DIGESTÓRIO

O termo psicossomático, como diz Engel, citado por Campos e Rodrigues (2005)
designa a interface entre os processos somáticos e psicológicos. O termo psicossomático
não deve ser utilizado no sentido de causalidade, mas de várias relações existentes entre
a mente e o cérebro, entre fenômeno e processo a serem observados tanto em termos
psicológicos quanto somáticos.

Desta forma, considera-se que toda doença é psicossomática, já que incide num ser
provido sempre de soma e psique, inseparáveis, anatômica e funcionalmente. Sendo
assim, seja qual for o fator etiológico, a doença incide no ser humano detentor de vida
mental, além de social e somático. Passa, portanto, a ser psicossomática pelas suas
repercussões.
A somatização ocorre quando os sintomas envolvidos dizem respeito aos órgãos e
sistemas, mas não se encontra uma correspondência de alteração fisicamente
comprovada. Somatizar acaba sendo um tipo de sofrimento emocional que se manifesta
sob a forma de queixas físicas. Aparece mais como um sintoma, encontrado em muitos
estados emocionais, do que como uma doença específica.

O sistema digestório e responsável por realizar a digestão alimentar. Ao serem


ingeridos, os alimentos passam por cada estrutura que compõem o aparelho digestivo, e
cada uma realiza uma função. As emoções podem determinar o funcionamento desse
sistema, e qualquer uma dessas estruturas pode apresentar mal funcionamento, tendo
como consequência um possível desenvolvimento de doenças psicossomáticas em
alguns dos órgãos relacionados ao sistema digestório.

Isso acontece pois existe uma conexão íntima entre o cérebro e sistema digestório,
mediada pelo hipotálamo e o nervo vago, o que faz com que as emoções se reflitam
rapidamente nesse sistema.

A origem embriológica do cérebro é o intestino, segundo o gastroenterologista Ricardo


Barbuti. “A comunicação é tão íntima que falamos hoje em cérebro intestinal”, afirma.
Não por acaso, existe uma rede de 100 milhões de neurônios no chamado sistema
entérico, e quase toda a serotonina produzida pelo corpo vem do intestino, e não do
cérebro.

É lá também onde se fabricam 80% das defesas do organismo, além de uma grande
quantidade de hormônio do crescimento, também conhecido como GH.

E o equilíbrio entre cabeça e barriga é frágil. Qualquer interferência pode causar cólica,
diarreia, gastrite, úlcera e até doenças mais sérias, como a síndrome do intestino
irritável.

III. SINTOMAS DO ESTRESSE FREQUENTE

O estresse frequente ou mantido por longo tempo pode comprometer o organismo


gerando doenças. Uma das doenças mais comuns desencadeada pelo estresse é a
gastrite, alterações emocionais produzem mudanças distintas na função gástrica.
Estados de raiva, prazer intenso ou padrões de comportamento podem fazer com que a
secreção de ácidos no estômago aumente e provoque os sintomas mais comuns da
gastrite, como dor abdominal, azia, perda de apetite, dificuldade de digestão, náuseas e
vômitos. Quando a gastrite tem origem nos aspectos emocionais, é essencial
compreender os fatores estimulantes e agir para controlar o estresse.

A úlcera péptica é apontada como uma doença psicossomática. mais comum que a
gástrica, pode, assim como a gastrite, ser criada pela produção excessiva de ácido pelo
estômago devido a fatores como o estresse. As úlceras quando não são tratadas
rapidamente podem causar hemorragia ou perfuração, obrigando assim a remoção por
meio cirúrgico. Além disso, podem levar à morte, uma vez que se trata de feridas que
vão perfurando o tecido.

Essas são algumas das manifestações físicas do estresse que são mais conhecidas e
reconhecidas como tendo na sua origem o estresse como fator estimulante. Entretanto,
as menos conhecidas são as consequências psicológicas do estresse excessivo, assim
como a depressão.

“Atualmente, se sabe que a depressão – chamada de “transtorno do humor” pode ser de


origem biológica, o que envolve uma predisposição genética. Ela pode ocorrer em
associação a determinadas medicações; estar associada a outras doenças; ter como base
práticas parentais inadequadas e cognições distorcidas e também ter em sua etiologia o
fator stress como elemento desencadeador. Pesquisas (Henry & Stephens, 1977)
indicam que há uma correlação entre episódios de depressão e reatividade do eixo
pituitária-adrenal-cortical, que se constitui em um dos eixos do stress, de modo que pela
própria patofisiologia, tanto do stress como da depressão, é de se antecipar que a relação
stress-depressão exista.” Dra. Marilda Lipp.

A depressão reduz a criatividade e a produtividade do ser humano, tira a vontade de


viver e interagir com os outro, pode afetar o movimento e as contrações do trato
gastrointestinal, causando inflamação ou torná-lo mais suscetível à infecção. Esse
transtorno é considerado como o estado que mais sofrimento traz ao ser humano. A
depressão, enquanto sintoma do estresse, está relacionada às condições de adaptação do
momento. Quando a necessidade de adaptação ultrapassa os recursos internos da pessoa,
o quadro do estresse evolui para a fase de quase-exaustão e, posteriormente, para a
exaustão.
O diagnóstico diferencial entre a depressão provocada pelo fator estresse e outros tipos
de depressão, inclusive a biológica que ocorre como efeito colateral de medicamentos e
a que faz parte do quadro de transtorno psiquiátrico, é bastante complexo. Para se
diferenciar a depressão sintoma de estresse é preciso analisar se a pessoa está tendo que
fazer um esforço muito grande para se adaptar a algo, como por exemplo uma
internação, mudança de cidade ou separação conjugal. Nos casos da depressão sintoma
de estresse, uma vez resolvido o estado de tensão, a depressão desaparece sem
necessidade, na maioria das vezes, de medicação antidepressiva. O tratamento é
realizado através do uso dos quatro pilares do treino de controle do estresse:
alimentação antiestresse, relaxamento muscular, exercício físico e reestruturação
cognitiva.

O corpo e a mente estão intimamente ligados. O que acontece em uma dessas


dimensões afeta a outra. O sistema digestório é um dos que mais captura e projeta essa
relação do mundo interior e do mundo exterior.

IV. CONCLUSÃO

Fica claro, por conseguinte, que o estresse possui seus pontos positivos e negativos,
ajudando tanto em nossa evolução histórica quanto em momentos de perigo no dia a dia,
ou também podendo desencadear doenças psicossomáticas que atingem diretamente na
vida populacional. Em vista disso, é perceptível o quanto o corpo humano é frágil e
como, mesmo as emoções, ponto tão desvalorizado na saúde pelo senso comum, afetam
o bem-estar corporal, interferindo na alimentação, no sono, nos relacionamentos
pessoais, inclusive na concentração que é tão necessitada em trabalhos e estudos. Dessa
maneira, é sempre muito importante pesquisar e se informar para melhorar a qualidade
de vida, pois muitas vezes o estresse pode ser revertido de maneiras simples como por
exemplo praticando atividades físicas, meditando, fazendo yoga, melhorando a
alimentação ou até mesmo passando mais tempo com seu animal de estimação. Logo, é
preciso se prevenir e cuidar da saúde, pois o estresse, algo considerado tão comum na
modernidade líquida, pode acarretar sérios problemas no corpo e se cuidando há uma
probabilidade maior de uma vida longínqua e bem-estar.
Referências Bibliográficas:

https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/estresse/

https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2017/11/16/estresse-e-tao-
prejudicial-para-o-sistema-digestivo-como-dieta-gordurosa.htm

CAMPOS, Elisa M , RODRIGUES, Avelino L . Mecanismo de formação dos sintomas


em psicossomática. Mudanças – Psicologia da Saúde, 13 (2), jul-dez 2005, 271-471p

http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI341891-18537,00-
QUAL+E+A+INFLUENCIA+DAS+EMOCOES+NO+SISTEMA+DIGESTIVO.html

https://amenteemaravilhosa.com.br
http://www.estresse.com.br/publicacoes/relacao-entre-stress-e-depressao/
http://gastro.com.br/blog/obesidade/emocoes-e-estresse-podem-afetar-o-funcionamento-
aparelho-digestivo/

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