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Sinal diacrítico é um signo gráfico que se associa a uma letra para lhe dar

uma característica fonética diferente daquela que a letra possui


isoladamente. Exemplo clássico de sinal diacrítico é a cedilha, que diferencia
a pronúncia do < c > de 'caco' do < c > de 'caço' (do verbo 'caçar'). Além
dela, existem o acento agudo ('lá'), o til ('lã'), o acento circunflexo
('lâmpada') e o acento grave ('àquela').

De modo geral, as modificações se concentram:

. nas palavras paroxítonas (‘heroico’, ‘ideia’),


. naquelas em que ocorre hiato (‘feiura’, ‘voo’) e
. nas homógrafas, ou seja, que têm a mesma grafia (‘pelo’,
‘pera’).

Essas modificações têm sempre o objetivo de eliminar os acentos


gráficos até então presentes nesses grupos de palavras, e não de
acrescentá-los.

1ª Regra

Elimina-se o acento agudo das palavras paroxítonas cuja sílaba tônica


seja formada pelos ditongos abertos < ei > e < oi >.

Como era antes Como deve ser agora

alcalóide alcaloide

alcatéia alcateia

apóio (verbo apoiar) apoio

asteróide asteroide

assembléia assembleia

bóia boia

clarabóia claraboia

colméia colmeia

Coréia Coreia
Galiléia Galileia

geléia geleia

hebréia hebreia

heróico heroico

idéia ideia

intróito introito

jibóia jiboia

jóia Joia

odisséia odisseia

onomatopéia onomatopeia

paranóico paranoico

platéia plateia

protéico proteico

tramóia tramoia

O acento PERMANECE:

1. Nas palavras oxítonas, mesmo que


ocorram os ditongos abertos < ei > e <
oi >, como em: 'hotéis', 'heróis',
'papéis';
2. Nas paroxítonas terminadas em < r >,
como em: 'destróier';
3. Nos monossílabos tônicos: 'dói',
'méis', 'réis', 'sóis'.

2ª Regra
Elimina-se o acento agudo de palavra paroxítona formada pelas vogais < i
> e < u > precedidas de ditongo.

Como era antes Como deve ser agora

baiúca baiuca

bocaiúva bocaiuva

boiúna boiuna

cauíla cauila

feiúra feiura

maoísmo maoismo

Sauípe Sauipe

taoísmo taoismo

O acento permanece nas palavras oxítonas


onde o < i > ou o < u> estiverem em posição
final, após ditongo, mesmo que seguidos de < s
>, como em: 'tuiuiú', 'tuiuiús', 'Piauí'.

3ª Regra
Elimina-se o acento circunflexo nos seguintes casos:

1. Nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo


dos verbos ‘crer’, ‘dar’, ‘ler’, ‘ver’ e seus derivados.

Como era antes Como deve ser agora

crêem (verbo crer) creem

dêem (verbo dar) deem


descrêem (do verbo descreem
descrer)

lêem (verbo ler) leem

relêem (do verbo reler) releem

vêem (verbo ver) veem

2. Na vogal tônica fechada do hiato < oo > em palavras paroxítonas, seguidas


ou não de < s >.

Como era antes Como deve ser agora

abençôo (verbo abençoar) abençoo

dôo (verbo doar) doo

enjôo (verbo ou subst.) enjoo

magôo (verbo magoar) magoo

perdôo (verbo perdoar) perdoo

povôo (verbo povoar) povoo

vôo (verbo ou subst.) voo

zôo zoo

4ª Regra - Parte 1

Elimina-se o acento agudo na vogal < u > das formas verbais que
contenham < qu > e < gu > rizotônicos, ou seja, quando o < u >
presente nessas sequências for tônico e fizer parte da raiz do verbo.
Em tempo: para melhor compreendermos os enunciados seguintes, vale recordar:

o As formas verbais regulares podem ser decompostas em três elementos:


raiz, vogal temática e desinências. Assim, em 'amaremos', por exemplo, tem-
se o radical < am >; a vogal temática < a >; e duas desinências: a desinência
< mos >, que indica a pessoa do verbo (no caso, a 1ª pessoa) e o número
(no caso, plural); e a desinência < re >, que anuncia o modo (indicativo) e
o tempo (futuro do presente).

o Quando a tonicidade da forma verbal flexionada recai sobre a raiz ou radical,


dizemos que é rizotônica; quando não, dizemos que é arrizotônica. É o caso
do exemplo dado acima. A forma 'amaremos' tem a tonicidade marcada na
sílaba < re >, portanto, recai fora da raiz do verbo (< am >) e é, então,
arrizotônica.

Na prática, além de perderem o trema quando o < u > é átono, verbos


como ‘arguir’ e ‘redarguir’ e suas flexões não mais recebem o acento
agudo, ainda que mantida a tonicidade no < u >.

ARGUIR arguo, arguis, argui, arguímos, arguís, arguem

redarguo, redarguis, redargui, redarguímos,


REDARGUIR
redarguís, redarguem

Quando no hiato < ui > a tonicidade recair sobre o


< i > este deve ser acentuado, como por exemplo:
"Eu arguí todas as testemunhas do caso.". Ainda
'arguíste', 'arguímos', 'arguís'.

Em alguns verbos, o emprego do acento é


determinado pela pronúncia, como em 'aguar',
'desaguar', 'enxaguar', 'obliquar' e 'delinquir'.
Nestes casos, admite-se que sejam grafados de
duas formas, de acordo com a pronúncia
4ª Regra - Parte 2

1. Nas formas rizotônicas, ou seja, quando a tonicidade recai sobre o radical


(aquele elemento que aparece em todas as formas flexionadas de verbos
regulares), acentuam-se o < a > e o < i > do radical.

Veja, por exemplo, a conjugação dos verbos ‘aguar’ e ‘averiguar’, em que a


tonicidade recai sobre os radicais < ag > de ‘aguar’ e < averig > de
‘averiguar’:

AGUAR AVERIGUAR

(eu) águo (que eu) águe (eu) averíguo (que eu) averígue

(que tu)
(tu) águas (que tu) águes (tu) averíguas
averígues

(que ele)
(ele) água (que ele) águe (ele) averígua
averígue

(nós) aguamos (que nós) (nós) (que nós)


(*) aguemos averiguamos averiguemos

(que vós) (que vós)


(vós) aguais (vós) averiguais
agueis averigueis

(que eles) (que eles)


(eles) águam (eles) averíguam
águem averíguem

(*) Observe que, nas formas destacadas, a sílaba tônica recai fora do radical
< ag > de ‘aguar’ e fora do radical < averig > de ‘averiguar’. Portanto, não
são acentuadas. Veja o caso seguinte.

4ª Regra - Parte 3

2. Já se a tonicidade da pronúncia recai fora do radical (arrizotônica), não se


utiliza o acento. Nos exemplos abaixo, a tonicidade não recai nem sobre o radical
< ag > de ‘aguar’, nem sobre o radical < averig > de ‘averiguar’.

Veja o quadro abaixo:


AGUAR AVERIGUAR

(eu) aguo (que eu) ague (eu) averiguo (que eu) averigue

(tu) aguas (que tu) agues (tu) averiguas (que tu) averigues

(ele) agua (que ele) ague (ele) averigua (que ele) averigue

(nós) aguamos (que nós) (nós) (que nós)


aguemos averiguamos averiguemos

(vós) aguais (que vós) agueis (vós) averiguais (que vós)


averigueis

(eles) aguam (que eles) (eles) averiguam (que eles)


aguem averiguem

Assim, se a tonicidade recair sobre o < u >, este não receberá acento gráfico,
como nas formas ‘enxague’, ‘oblique’; porém, se a tonicidade recair sobre as
vogais < a > ou < i > da sílaba anterior, estas, obrigatoriamente, receberão
acento gráfico (‘enxágue’, ‘oblíque’).

"No Brasil, a pronúncia mais frequente é


aquela em que "a" e o "i" são tônicos."

5ª Regra

Quando palavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia, verifica-se o


fenômeno da homografia.

As palavras homógrafas podem também ser homófonas, ou seja, terem o


mesmo som, apresentarem os mesmos traços fonéticos. Para a Ortografia
isso representava um complicador, daí a criação de ACENTOS DIFERENCIAIS
– agudo ou circunflexo –, a fim de que, mesmo se tomadas isoladamente,
fora de contexto, essas palavras contivessem “marcas” que indicassem a qual
campo semântico pertenciam.

Entretanto, com a entrada em vigor do Novo Acordo, a regra geral é no


sentido de que não mais se distinguem palavras homógrafas.

Como era antes Como deve ser agora

pára (verbo parar) / para para (verbo e preposição)


(preposição)

péla (verbo pelar) / pela pela (preposição, verbo e


(preposição) / péla substantivo)
(substantivo)

pólo (substantivo) / pôlo polo (substantivos e


(substantivo) / polo preposição)
(preposição antiga)

pélo (verbo pelar) / pêlo pelo (verbo, substantivo e


(substantivo) / pelo preposição)
(preposição)

pêro (substantivo) / pero pero (substantivo e


(conjunção antiga) conjunção antiga)

pêra (substantivo) / pera pera (substantivo e


(preposição antiga) preposição antiga)

Apenas algumas palavras permanecem acentuadas para se distinguir pelo


acento gráfico:

- ‘pôr’ (verbo) para diferenciar de ‘por’ (preposição);

- ‘pôde’ (verbo na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do


indicativo) para diferenciar de ‘pode’ (3ª pessoa do singular do
presente do indicativo); e

- os verbos ‘ter’ e ‘vir’, bem como seus derivados (‘manter’, ‘deter’,


‘reter’, ‘conter’, ‘convir’, ‘intervir’, ‘advir’ etc.) para diferenciar as
formas da 3ª pessoa no singular (presente do indicativo) das formas
da 3ª pessoa no plural (presente do indicativo).

6ª Regra
CASOS FACULTATIVOS

O Acordo recebeu, ainda, a duplicidade articulatória de algumas palavras


geralmente provenientes do francês, que, como reporta, “nas pronúncias
cultas, ora é registrada como aberta, ora como fechada”, admitindo, pois,
tanto o acento agudo como o acento circunflexo:

1) Algumas palavras oxítonas terminadas em < e > tônico admitem tanto o


acento agudo quanto o acento circunflexo.

É facultativo

bebê bebé

bidê bidé

canapê canapé

caratê caraté

crochê croché

guichê guiché

nenê nené

purê puré

rapê rapé

2) Torna-se facultativo o emprego do acento circunflexo nas palavras


oxítonas ‘judô’ e ‘metrô’;

3) É facultado, para fins de diferenciação, o uso do acento agudo nas formas


verbais paroxítonas do pretérito perfeito do indicativo, na 1ª pessoa do
plural, quando coincidirem com a forma verbal correspondente do presente
do indicativo.
Pretérito Aceita-se a grafia para
Presente do
perfeito do representar o pretérito
Indicativo
Indicativo perfeito

amamos amamos amámos

cantamos cantamos cantámos

dançamos dançamos dançámos

louvamos louvamos louvámos

É facultado o uso do acento da palavra


'fôrma' (substantivo) para diferenciar da
palavra 'forma' (substantivo e verbo
'formar').

Veja, a seguir, um quadro resumido das novas regras de acentuação


gráfica:

QUADRO RESUMIDO

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

EXEMPLOS
REGRA NOVA ATENÇÃO!
Como era Como fica
O acento
permanece:
Não se acentuam andróide, androide,
mais os ditongos estóico, estoico,
1) Nas palavras
abertos < ei > e < geléia, geleia,
oxítonas,
oi > das palavras heróico, idéia, heroico, ideia,
mesmo que
paroxítonas. platéia plateia
ocorram os
ditongos abertos
< ei > e < oi
>, como em:
‘hotéis’, ‘heróis’,
‘papéis’, ‘troféu’,
‘troféus’;

2) Nas
paroxítonas
terminadas em
< r >, como
‘blêizer’,
‘contêiner’,
‘destróier’,
‘gêiser’;

3) Nos
monossílabos
tônicos: ‘dói’,
‘méis’, ‘réis’,
‘sóis’.

O acento
permanece:

1) nas palavras
oxítonas em que
o < i > e o < u
> aparecem em
posição final,
Não se acentuam seguidos ou não
mais o < i > e o < de < s >, tal
u > tônicos como em ‘Piauí’
baiúca baiuca,
quando vierem e ‘tuiuiús’;
bocaiúva, bocaiuva,
depois de
cauíla, feiúra cauila, feiura
ditongos em 2) nas
palavras paroxítonas em
paroxítonas. que o < i > e o
< u > não vêm
depois de
ditongo, como
acontece em
‘juíza’, ‘uísque’,
‘ruína’ e ‘saúva’.
abençoo,
Não se acentuam abençôo, creem, enjoo,
mais as palavras crêem, enjôo, leem, perdoo,
terminadas em < lêem, perdôo, veem
eem > e < oo >. vêem

Não se acentua
mais o < u >
tônico precedido
de < g > ou < q > apazigúe, apazigue,
na conjugação de argúi, argui,
verbos como averigúe, averigue,
arguir, redarguir, obliqúe oblique
apaziguar,
obliquar e
averiguar.
Permanecem os
seguintes
acentos:

1) o que
diferencia ‘pode’
(verbo ‘poder’,
3ª pessoa do
“Ela pára o
“Ela para o Presente do
carro”; indicativo) de
carro”:
‘pôde’ (verbo
“Foi ao
“Foi ao ‘poder’, 3ª
Não se usa mais o mercado mercado pessoa do
acento diferencial comprar comprar Pretérito
em: ‘pára/para’, pêra”; pera”; Perfeito do
‘péla/pela’, “Viajaram ao indicativo);
“Viajaram ao
‘pêlo/pelo’, polo Norte”;
pólo Norte”;
‘pólo/polo/pôlo’, 2) o que
‘péra/pêra’. “O cachorro diferencia ‘por’
“O cachorro
estava com o (preposição) de
estava com o
pelo macio”. ‘pôr’ (verbo);
pêlo macio”
3) o que
diferencia o
singular do
plural na 3ª
pessoa do
Presente do
Indicativo dos
verbos ‘ter’ e
‘vir’ e seus
derivados, tais
como ‘manter’,
‘reter’, ‘deter’,
‘conter’, ‘convir’,
‘intervir’, ‘advir’
etc.:

ele mantém/
eles mantêm;
ele detém/eles
detêm; ele
intervém/eles
intervêm.

São facultativos:
1) o acento circunflexo nas
Devido à duplicidade palavras oxítonas ‘judô’ e
articulatória observada em
‘bebê ou bebé’; ‘bidê ou ‘metrô’; e
certas regiões, admite-se
bidé’, ‘caratê ou caraté’;
tanto o acento agudo como o
‘guichê ou guiché’; ‘nenê ou
acento circunflexo em 2) o acento circunflexo para
nené’
algumas palavras oxítonas diferenciar as palavras
terminadas em < e > tônico. ‘forma’ (substantivo e verbo
‘formar’) e ‘fôrma’
(substantivo).

Para fins de diferenciação, é


facultativo o uso do acento
agudo nas formas verbais
paroxítonas do pretérito ‘amamos ou amámos’;
perfeito do indicativo, na 1ª ‘cantamos ou cantámos’;
pessoa do plural, quando ‘louvamos ou louvámos’
coincidirem com a forma
verbal correspondente do
presente do indicativo.

Unidade 2 - O emprego do hífen


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USA-SE O HÍFEN:

Regra Exemplos Observações

Com os prefixos < circum-navegação,


circum- > e < pan- >, pan-africano;
quando o segundo
elemento começa por
vogal, < h >, < m >
ou < n >.

Com os prefixos < hiper-realista e super-


hiper- >, < inter- > e resistente
< super- >, quando o
segundo elemento
começa por < r >.

Quando o prefixo micro-ondas, anti-


terminar com a mesma inflacionário, sub-
letra com que se inicia bibliotecário, inter-
a outra palavra. regional, infra-axilar

Nas palavras guarda-chuva, arco- Não se usa o hífen em


compostas que não íris, boa-fé, segunda- certas palavras que
apresentam elementos feira, mesa-redonda, perderam a noção de
de ligação. vaga-lume, joão- composição, como
ninguém, porta-malas, ‘girassol’,
porta-bandeira, pão- ‘madressilva’,
duro, bate-boca. ‘mandachuva’,
‘pontapé’,
‘paraquedas’,
‘paraquedista’,
‘paraquedismo’.
Em palavras reco-reco, blá-blá-blá, Como o acento do
onomatopeicas (isto é, zum-zum, tico-tico, prefixo é praticamente
que representam tique-taque, cri-cri, imperceptível em
ruídos ou sons glu-glu, rom-rom, algumas palavras,
naturais) que são pingue-pongue, zigue- como ‘predeterminado’
compostas, mas não zague, bi-bi, fom-fom, e ‘preexistente’, na
apresentam elementos tim-tim (tim-tim por dúvida é sempre bom
de ligação. tim-tim). consultar o dicionário.

Nos compostos entre queda-d'água, gota-


cujos elementos há o d'água, copo-d'água.
emprego do apóstrofo.

Nas palavras belo-horizontino (Belo


compostas derivadas Horizonte);
de topônimos (nomes
de lugares) que porto-alegrense (Porto
apresentam ou não Alegre);
elementos de ligação.
mato-grossense-do-sul
(Mato Grosso do Sul);
rio-grandense-do-norte
(Rio Grande do Norte)

Nos compostos que bem-te-vi, peixe- Não se usa o hífen,


designam espécies espada, peixe-do- quando os compostos
animais e botânicas paraíso, mico-leão- que designam espécies
(nomes de plantas, dourado, andorinha- botânicas e zoológicas
flores, frutos, raízes, da-serra, lebre-da- são empregados fora
sementes), tenham ou patagônia, erva-doce, de seu sentido original.
não elementos de ervilha-de-cheiro, Observe a diferença de
ligação. pimenta-do-reino, sentido entre os pares:
peroba-do-campo, 1) arroz-do-campo
cravo-da-índia. (certo tipo de erva) e
arroz de festa (alguém
que está sempre
presente em festas). 2)
bico-de-papagaio
(espécie de planta
ornamental) e bico de
papagaio (deformação
nas vértebras).
3) olho-de-boi (espécie
de peixe) e olho de boi
(selo postal).

Diante de palavra anti-higiênico, sub-


começada por < h >. hepático, super-
homem, sobre-
humano.

Com o prefixo < sub- sub-base, sub- Exceção: ‘subumano’


>, usa-se o hífen bibliotecário, sub-
também diante de região, sub-reitor, sub-
palavra começada por regional.
< b > e < r >.

Com os prefixos < ex- ex-aluno, sem-terra, A dúvida, nesse caso, é


>, < sem- >, < além- além-mar, aquém- sempre comum. Como
>, < aquém- >, < mar, recém-casado, o acento nos prefixos
recém- >, < pós- >, < pós-graduação, pré- < pré- >, < pós- > e <
pré- >, < pró- >, < vestibular, pró- pró- > é praticamente
vice- >. europeu, vice-rei. imperceptível na fala,
em algumas palavras,
como ‘predeterminado’
e ‘preexistente’, muitos
não sabem se o hífen
deve ou não ser usado.
Assim, também aqui é
sempre bom consultar
o dicionário.

Com o prefixo < mal- mal-assombrado, mal- * Nos outros casos,


>, quando a palavra entendido, mal-estar, escreve-se sem hífen:
seguinte começar por mal-humorado, mal- malcriado,
vogal, < h > ou < l >. limpo. malcomportado,
malcheiroso, malfeito,
malsucedido, malvisto.

* Quando mal significa


doença, usa-se o hífen
se a palavra não tiver
elemento de ligação.
Ex.: mal-francês. Se
houver elemento de
ligação, escreve-se
sem hífen. Ex.: mal de
lázaro, mal de sete
dias.

Com < bem- >, de bem-aventurado, bem- * Mas há vários casos


modo geral, nos intencionado, bem- em que bem se liga
compostos. humorado, bem- sem hífen à palavra
merecido, bem- seguinte. Ex.:
nascido, bem-falante, benfazejo, benfeito,
bem-vindo, bem-visto, benfeitor, benquisto.
bem-disposto.

Regra de ouro:

Para não correr o risco de errar, quando não se souber se a


palavra perdeu a noção de composição, é aconselhável
consultar o dicionário, que determina qual é a grafia
consagrada pelo uso. Exemplos disso são as palavras
malmequer (sem hífen) e bem-me-quer (consagrada com
hífen).

Unidade 3 - Composição do alfabeto


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Emprego de maiúsculas e minúsculas

Se compararmos as disposições do Novo Acordo com o que está definido no


Formulário Ortográfico Brasileiro (1943), observaremos que se implementou
uma simplificação quanto ao emprego das letras maiúsculas.

Uso restrito:

· Aos antropônimos reais ou fictícios: Maria, José, Dom Quixote, Sancho


Pança;
· Aos topônimos reais ou fictícios: Belo Horizonte, Pará, Rio de Janeiro,
Lumpalândia, Herzoslováquia;

· Aos nomes de instituições (pessoas jurídicas): Universidade de Brasília,


Instituto Nacional da Seguridade Social, Ministério da Educação;

· Aos nomes de seres mitológicos ou antropomorfizados: Júpiter, Netuno,


Minerva; Saci Pererê;

· Aos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Carnaval, Ano-novo;

· Às designações dos pontos cardeais e colaterais quando se referem a


grandes regiões do Brasil e do mundo: Nordeste, Sudeste, Oriente, Ocidente;

· Às siglas: CPF, IPI, AGU, FAO, ONU;

· Às iniciais de abreviaturas: ‘Sr.’, ‘Gen.’, ‘V. Exª’; e

· Aos títulos de periódicos: Diário do Povo, Veja, Estadão, Folha de S. Paulo.

Uso facultativo:

· Nas citações bibliográficas, com exceção do primeiro vocábulo e daqueles


obrigatoriamente grafados com letras maiúsculas: O Primo Basílio ou O primo
Basílio; Casa-grande e Senzala ou Casa-grande e senzala, Memórias
Póstumas de Braz Cubas ou Memórias póstumas de Braz Cubas.

· Nos pontos cardeais e colaterais ordinários, mas não nas suas abreviaturas
que deverão estar no formato de letras maiúsculas: norte, sul, leste, mas
SW, SE, N etc.

· Nos axiônimos (formas de tratamento e reverência) e hagiônimos (nomes


sagrados e que designam crenças religiosas): Senhor Pedro ou senhor Pedro;
Doutora Marta ou doutora Marta; Governador Agnelo ou governador Agnelo;
Magnífico Senhor Reitor ou magnífico senhor reitor; Santa Cecília ou santa
Cecília; Papa Bento XVI ou papa Bento XVI.

· Nos nomes que designam domínios do saber ou disciplinas: Medicina ou


medicina, Matemática ou matemática, Arte Renascentista ou arte
renascentista.

· Nas categorizações de logradouros públicos, templos e edifícios: Rua/rua


Teodoro Sampaio, Igreja/igreja de Santa Efigênia, Edifício/edifício Copasa
etc.

No particular, nem o Acordo Ortográfico em vigor, nem o Formulário


Ortográfico Brasileiro foram suficientemente explícitos ao tentarem
estabelecer normas e critérios para o emprego das iniciais maiúsculas.

Tanto é assim que o Acordo lança, ao final do trema, a seguinte


observação:

“Obs: As disposições sobre os usos das minúsculas e maiúsculas não


obstam a que obras observem regras próprias, provinda de código ou
normalizações específicas (terminologias antropológica, geológica,
biológica, botânica, zoológica, etc.), promanadas de entidades científicas
ou normalizadoras reconhecidas internacionalmente.”

Ainda assim, vale observar certas tendências.

- O emprego de maiúsculas em excesso, assim como dos negritos,


dos sublinhados ou dos destaques, deve ser evitado, pois “polui" o
texto.

- A tendência é, pois, a seguinte:

a) mais formalidade, mais deferência, mais ênfase: maiúsculas;

b) mais modernidade, menos “poluição" gráfica, mais simplicidade:


minúsculas.

o A mídia é uma fonte inesgotável de


criação de tendências, formulando,
para cada caso, normas próprias.
o Nunca se pode, no entanto, esquecer
a regra taxativa que preceitua o
emprego obrigatório de inicial
maiúscula nos substantivos próprios
de qualquer natureza.

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